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1 CONTABILIDADE DE CUSTOS E ANÁLISE DE CUSTOS UM JEITO FÁCIL DE APRENDER APONTAMENTO DE AULAS Noélia Neves, Inacilma Andrade e Grazziele Balbino PROFA. MSC INACILMA ANDRADE 2009 2 CONTABILIDADE DE CUSTOS E ANÁLISE DE CUSTOS UM JEITO FÁCIL DE APRENDER - APONTAMENTO DE AULAS Apresentação Este material é uma compilação dos cadernos dos alunos apontamentos das aulas de alunos das disciplinas de Contabilidade de Custos, Gestão de Custos e Análise de Custos em cursos de graduação e pós graduação, ministrado em diversas instituições de ensino, por esse motivo foi denominado de Apontamentos de Aulas. Coube a mim, apenas organizar e dar pequenos retoques, àquilo que eles anotavam em sala de aula, em uma linguagem um pouco mais informal do que aquela aqui apresentada. Neste material, os assuntos são expostos de uma forma bem interativa e dinâmica, objetivando, discutir e aplicar as ferramentas de contabilidade de custos à gestão das organizações, desenvolvendo a capacidade de discernimento do aluno no processo de informações gerenciais para a tomada de decisão. É importante frisar que este material foi construído com base nos textos e na resolução de exercícios de autores renomados e reconhecidos da área de custos como Perez Junior, Costa e Oliveira, Crepaldi, Souza, Viceconti, Clemente, dentre tantos outros, devidamente citados no texto e nas referências. Neste material abordamos os seguintes tópicos: PARTE I – CONTABILIDADE DE CUSTOS 1. Componentes dos Custos (Materiais, Mão-de-Obra e Gastos Gerais de Fabricação); 2. Plano de contas para empresas industriais; 3. Sistema de Custeio por Absorção e Departamentalização; 4. Sistema de Custeio Variável; 5. Sistema de Acumulação de Custos (Produção Contínua e Por Encomenda); 6. Contabilidade da Mão de obra; 7. Custeio da produção conjunta, dos subprodutos, das sucatas e das perdas de materiais 8. Custos nas empresas prestadoras de serviços; 9. Custo padrão ou Standard 10. Orçamentos e Contabilidade de Custo Padrão; PARTE II – ANÁLISE DE CUSTOS 1. a importância da análise das informações geradas pela contabilidade de custos; 2. Relação entre o Sistema de Custeio Variável e o Sistema de Custeio por Absorção; 3. Relação Custo X Volume x Lucro; 4. Margem de Contribuição; 5. Margem de Segurança; 6. Ponto de Equilíbrio; 7. Grau de Alavancagem; 8. Sistema de Custeio Padrão ou Standard; 9. Teoria das Restrições – TOC; 10. Sistema de Custeio Baseado em Atividades – ABC; 11. Formação de Preços com base em Custos Esperamos que estes apontamentos sejam úteis e possam complementar o estudo e aprendizado da disciplina de Custos e Análise de Custos. Profa. Msc. Inacilma Andrade 3 CAPÍTULO I COMPONENTES DOS CUSTOS Os principais componentes ou elementos que influenciam no resultado e são parte intrínseca dos custos de produção do período — os materiais, a mão-de-obra e os gastos gerais de fabricação (ou Custos indiretos de Fabricação — CIF), precisam ser alocados (apropriados) aos estoques e ao Custo dos produtos Vendidos (CPV). Antes de iniciarmos o estudo sobre a contabilidade de custo e as técnicas de contabilização dos seus componentes, precisamos conceituar, definir, discutir e exemplificar cada um destes componentes de forma a que não ocorra nenhuma dúvida no momento da classificação destes gastos. MATERIAIS Os principais problemas em relação aos materiais relacionam-se à contabilização do seu custo de aquisição e como devem ser avaliadas as saídas de material para a área produtiva (linha de produção). Material Direto é o custo de qualquer material diretamente identificado no produto, que seja parte integrante deste. TIPOS DE MATERIAIS DIRETOS Matéria-prima É o material principal na composição do produto, sofre transformação no processo produtivo e, em relação à quantidade utilizada para a elaboração do produto, é o de maior gasto. Quando se transfere a matéria-prima para a linha de produção, elas se transformam em custo de produção. Exemplos de matéria-prima: a madeira, na fábrica de móveis; o tecido, na fábrica de confecções; o couro, em uma fábrica de bolsas e sapatos. Material Secundário Não é um componente principal na composição do produto, como a matéria-prima, mas também pode ser facilmente identificado. Uma característica básica dos materiais secundários é que geralmente não sofrem transformação, o produto pode ser elaborado sem a sua adição, mas fazem falta no produto final. Exemplos de material secundário: parafusos, na fábrica de móveis; botões, na fábrica de confecções; e zíperes, na fábrica de bolsas e sapatos. Embalagem São materiais utilizados para embalar o produto final ou para acondicioná-lo no momento da venda (remessa). São facilmente identificados no produto, mas diferente da matéria-prima e do material secundário, não fazem parte do produto final, apenas o embalam ou acondicionam. 4 Exemplos de material de embalagem: papelão para embalar os móveis, na fábrica de móveis; sacos plásticos para embalar as roupas, na fábrica de confecções; e os sacos e caixas de papelão para embalar as bolsas e sapatos, na fábrica de bolsas e sapatos. Para Exemplificar: Uma cadeira de madeira com estofado em tecido e pés de ferro, embalada em papelão para entrega — somente em olhar o produto (cadeira), conseguimos identificar os materiais que foram utilizados para a sua produção (madeira, tecido, estofado, ferro, parafuso). Classificando estes materiais, de acordo com a terminologia de custos e pelos componentes dos custos, podemos afirmar que: Matéria-prima – madeira, ferro, tecido, estofado; Materiais Secundários – parafuso Material de Embalagem – papelão. CUSTO DE AQUISIÇÃO DO MATERIAL Para elaborar os produtos e serviços que serão disponibilizados aos seus clientes, a empresa precisa dispor dos insumos necessários para a produção destes produtos e serviços. Estes insumos precisam ser adquiridos de fornecedores e irão compor os gastos totais de produção. Todos os gastos da empresa são incorporados à produção do bem (produto) ou do serviço, como o transporte dos materiais, o seguro, a armazenagem, recepção, vigilância, dentre outros. No caso da compra de materiais diretos (matéria-prima, materiais secundários e materiais de embalagem), se os impostos (IPI e ICMS) forem recuperáveis não podem ser acrescidos ao custo de aquisição se estes e impostos não forem recuperáveis, assim como o Imposto de Importação, eles devem ser considerados como custo de aquisição. Como forma de avaliação dos estoques, a empresa pode optar pelo Inventário Permanente e utilizar, como critério de avaliação o PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai), o UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou o Custo Médio Ponderado. Caso a empresa faça a opção pelo Inventário Periódico, o consumo será avaliado pela fórmula. CM = EI + CSP – EF Em que: EI = Estoque Inicial CM = Custo da Mercadoria CSP = Custo Simplificado de Produção EF = Estoque Final Segundo Crepaldi (2002), outro método de avaliação dos estoques é o Sistema ABC dos Estoques. Neste método, os itens do estoque são avaliados de acordo com o que representa seu valor em relação aos demais itens. E são classificados em grupos (A, B e C). Grupo A os estoques de maior valor têm um controle mais rigoroso; deve ser inventariado diariamente, semanalmente ou mensalmente; Grupo B seu valor não é tão relevante quanto os itens do grupo A, mas também representam elevada aplicação de recursos; podem ser inventariadosmensalmente, trimestralmente ou semestralmente. 5 Grupo C são itens numerosos e em quantidade, contudo, com valores irrelevantes, em relação aos itens dos grupos A e B. Podem ser inventariados por ocasião do balanço (anualmente). Perdas de Materiais As Perdas são gastos não intencionais. Podem ser classificadas em: normais – são as inerentes ao processo produtivo e fazem parte do custo de produção; anormais – são perdas aleatórias e involuntárias. Podemos citar como exemplo um incêndio na fábrica. Os materiais perdidos podem, às vezes, ter seu valor recuperado pela empresa, através da venda de sucatas ou refugos (VICENCONTI, 2001). Discutiremos esse assunto posteriormente, no tópico sobre os custos da produção conjunta, subprodutos, sucatas e perda de materiais. MÃO-DE-OBRA Conforme Crepaldi (2002), a mão-de-obra é o custo de qualquer trabalho humano. Se este custo for facilmente identificável e mensurado com o produto, é denominado como mão-de- obra direta. Caso este custo não possa ser facilmente mensurável ao produto, se houver necessidade de utilizar qualquer critério de rateio para apropriar este custo com a mão-de-obra ao produto, então é denominado como mão-de-obra indireta. A mão-de-obra direta é o gasto relativo ao pessoal que trabalha diretamente na produção do bem ou do serviço, que é facilmente identificável pelo tempo gasto na elaboração do produto ou do serviço e que não tem necessidade de utilização de nenhum critério de rateio para sua apropriação. Exemplo: em uma fábrica de móveis, a mão-de-obra do funcionário responsável pelo acabamento é classificada como mão-de-obra direta, uma vez que é possível identificar e mensurar o tempo que o mesmo leva com cada produto A mão-de-obra indireta refere-se aos gastos relativos com o pessoal que trabalha indiretamente na elaboração do produto ou do serviço e necessita de critérios de rateio para sua apropriação. Podemos citar como exemplo o supervisor da produção, que trabalha com diversas máquinas. Tempo ocioso é o tempo em que o funcionário está nas dependências da empresa, mas não está em atividade laborativa. Por exemplo, o horário do almoço, do cafezinho ou do bate- papo, está na jornada de trabalho prevista contratualmente, mas não é hora produtiva. ENCARGOS SOCIAIS São os gastos incidentes sobre a folha de pagamento que não correspondem a um trabalho efetivo do empregado e dividem-se em: Gastos sem a contraprestação do serviço — obrigações das empresas relativas aos seus empregados sem que eles tenham ficado à disposição da empresa como Férias, 13º salário, Descanso Semanal Remunerado (DSR) e feriados; Contribuições Sociais — são os encargos dos empregados para a formação de fundos para o desenvolvimento de atividades sociais (CREPALDI, 2002). 6 Outros Gastos com a Mão-de-Obra Além dos especificados acima, existem outros gastos efetuados pela empresa que são relacionados com a mão-de-obra, dentre eles podemos citar a aquisição de fardamento, a alimentação, transporte e assistência médica. Estes gastos não são apropriados aos gastos de mão-de-obra (direta ou indireta), são classificados como Gastos Gerais de Fabricação ou Custos Indiretos de Fabricação. Exemplificando: Dentre as contribuições que incidem atualmente sobre as empresas industriais, podemos citar: Contribuições % Previdência Social 20% Fundo de Garantia 8% Seguro cntra Acidentes de Trabalho 2% Salário-educação 2,50% SESI 1,50% SENAI 1,00% Incra 0,20% SEBRAE 0,60% Total 35,8% FONTE: Crepaldi, 2002. CUSTOS INDIRETOS (GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO) Conforme Crepaldi (2002), são os custos que não podem ser identificados diretamente nos produtos e serviços, necessitando da aplicação de algum tipo de rateio para a sua apropriação A soma dos custos indiretos é denominada como Custos Indiretos de Fabricação (CIF), Gastos Gerais de Fabricação (GGF), ou Despesas Indiretas de Fabricação (DIF). Embora tenha diversas denominações a mais utilizada é Gastos Gerais de Fabricação, pois como são gastos efetuados na produção não seria correto denominá-los de Despesas e, por outro lado, há gastos gerais que são classificados como diretos, por exemplo, a energia elétrica de máquinas que possuem medidor. Porém, na prática, como a maioria dos gastos gerais de fabricação é alocada aos produtos através de rateios, consagrou-se chamar os mesmos de Custos Indiretos. ATENÇÃO!!! Para unificar a terminologia, trabalhada nesse material, utilizaremos: Matéria-Prima – MP; Materiais Diretos – MD; Mão-de-Obra Direta – MOD; Mão-de-Obra Indireta – MOI; CIF – Custos Indiretos de Fabricação; ou GGF – Gastos Gerais de Fabricação 7 FONTE: Clipart Exemplificando: São exemplos de custos Indiretos: aluguel da área ocupada pelo setor produtivo; depreciação das máquinas, equipamentos e ferramentas utilizadas no setor produtivo; energia elétrica consumida no setor produtivo (quando a empresa produzir mais de um tipo de bens e serviços e não for possível a identificação do consumo para cada um); mão-de-obra indireta (gastos com a folha de pagamento dos trabalhadores que não estão ligados diretamente à produção dos bens e serviços, como por exemplo, supervisores e vigilantes); materiais indiretos (materiais utilizados indiretamente na produção dos bens e serviços e que não podem ser apropriados diretamente a estes bens e serviços, necessitando do uso de rateios, como lubrificantes, lixas e cola); demais gastos com a produção dos bens e serviços que não podem ser apropriados diretamente. Entendemos então que Custos Indiretos são aqueles gastos que para serem apropriados aos produtos ou serviços, necessitam da utilização de RATEIO. RATEIO Segundo Crepaldi (2002), rateio é um artifício empregado para a distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo qual vamos dividir os Custos Indiretos de Fabricação (CIFs). Formas de Rateio Primeiro é preciso determinar o critério (ou a base) de rateio que será utilizado para a apropriação do custo indireto e depois, aplica-se uma regra de três simples. Critério ou Base de Rateio A escolha do critério ou base de rateio deve ser lógico, por exemplo: Gastos Gerais de Fabricação ou Custos Indiretos de Fabricação Critério de Rateio ou Base de Rateio Mão-de-Obra Indireta Mão-de-Obra direta Materiais Indiretos Materiais Diretos Custos Indiretos Custos Diretos Aluguel área utilizada Energia Kwats consumido Depreciação das Máquinas e Equipamentos Horas-máquina Alimentação número de funcionários Mantenção Horas-máquina FONTE: adaptado de Crepaldi, 2002 8 FONTE: Clipart Exemplificando: Exercício extraído e adaptado do livro Curso básico de Contabilidade de Custos, 2 ed. De Crepaldi, 2002. Determinada empresa tem os seguintes Gastos: Gastos PRODUTO A PRODUTO B Matéria-Prima 35.000,00 26.800,00 Mão-de-Obra 14.350,00 9.620,00 Custos Indiretos de Fabricação 58.970,00 A empresa produziu 2.600 unidades do seu produto do A e 1.800 unidades do produto B, calcule o custo indireto que deve ser apropriado a cada unidade, sabendo que a empresa utiliza como critério de rateio o total dos custos direto. Primeiro vamos separar os custos diretos dos custos indiretos: Custos Diretos PRODUTO A PRODUTO B Matéria-Prima 35.000,00 26.800,00 Mão-de-Obra 14.350,00 9.620,00 Total 49.350,00 36.420,00 Depois, vamos calcular o percentual de representatividade do total dos custos diretos em cada tipo de produto, através de uma regrade três simples: 85.770 == 100% 49.350 X X = ____49.350 X 100 = 57,54% 85.770 PRODUTO A PRODUTO B Totais Custos Diretos 49.350,00 36.420,00 85.770,00 Percentual de Representação 57,54 42,46 100% Após o cálculo dos percentuais de representatividade, aplicamos estes percentuais ao total dos custos indiretos a ser apropriado para cada produto: Produto A = 58.970 x 57,54% = 33.929,92 Produto B = 58.970 x 42,46% = 25.040,08 9 Rateio PRODUTO A PRODUTO B Totais Custo Diretos 49.350,00 36.420,00 85.770,00 Percentual de Representação 57,54 42,46 100 Custos Indiretos 33.929,92 25.040,08 58.970,00 Agora, só falta calcular o custo indireto unitário que deverá ser apropriado a cada unidade produzida. Produto A = 33.929,92 ÷ 2.600 = 13,05 Produto B = 25.040,08 ÷ 1.800 = 13,91 Rateio PRODUTO A PRODUTO B Quantidade Produzida 2.600 1.800 Custos Indiretos 33.929,92 25.040,08 Custo Indireto por unidade 13,05 13,91 RESUMO Neste tópico discutimos os componentes do custo, materiais, mão-de-obra e outros gastos. Definimos a terminologia a ser utilizada em nossas aulas, Materiais Diretos (MD), Materiais Indiretos (MI), Matéria-Prima (MP), Mão-de-Obra Direta (MOD), Mão-de-Obra Indireta (MOI), Custos Indiretos de Fabricação (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricação (GGF). Observamos, de que forma os custos indiretos podem ser apropriados aos produtos (rateio) e os critérios ou bases de rateio utilizadas, bem como a forma de cálculo. Estes conceitos e definições são relevantes para a compreensão dos próximos tópicos. 10 CAPÍTULO II – PLANO DE CONTAS PARA EMPRESAS INDUSTRIAIS Na elaboração do plano de contas, saiba que primeiramente, deve-se dividir as contas em dois grupos: as contas comuns ou fixas e as contas variáveis ou específicas (CREPALDI, 2002). CONTAS COMUNS OU FIXAS São classificadas como contas comuns ou fixas, as seguintes contas: Patrimônio – conjunto de bens, direitos e obrigações da emprtesa; Bens fixos – aquisições destinadas a possibilitar a atividade operacional (produção), como a aquisição para o imobilizado (máquinas e equipamentos, dentre outras); Bens de venda – bens destinados à venda (produtos fabricados pela indústria); Bens numerários – disponibilidades ( caixa, banco e aplicações financeiras de curto prazo); Bens de renda – são os capitais aplicados em atividade não operacional, como os investimentos. Incluem-se também as contas patrimoniais, de balanço ou integrais, como Caixa, Contas a Receber, Estoques, Capital, dentre outras. Os Estoques são as contas mais utilizadas na contabilidade de custos em empresas industriais e dividem-se em: Estoque de Materiais materiais diretos – matéria-prima (que sofrem transformação), materiais secundários e materiais de embalagem. materiais indiretos – são empregados na fabricação do produto em quantidades de difícil quantificação, por isso, são considerados como indiretos. Estoque de produtos em Elaboração Representam o valor dos produtos que ainda não ficaram prontos para serem vendidos. Estoque de Produtos Acabados Representa o saldo dos produtos prontos para serem vendidos Importações de Materiais em Andamento Esta conta é utilizada em empresas que importam materiais para utilizar no seu processo produtivo; nela são registrados todos os gastos incorridos na importação, como: aquisição de moeda estrangeira, fretes, seguros, comissões, desembaraço aduaneiro ou alfandegário. CONTAS VARIÁVEIS OU ESPECÍFICAS São as contas de resultado (receitas, despesas e custos). Na contabilidade de empresas industriais, também aplicável às empresas de serviços, o foco são as contas de custos de produção (de bens ou de serviços). Essas contas são consideradas contas transitórias pois os valores nela registrados são transferidos para a conta de produtos em processos e daí, para a conta de produtos acabados. Vejamos o exemplo abaixo de contas classificadas como custos de produção e agrupadas por componentes do custos (CREPALDI, 2002). 11 FONTE: Clipart Exemplificando: Custos de Produção (conta sintética) 1. Custos Diretos 2. Custos Indiretos de Fabricação Material Direto Mão de obra indireta Matéria-prima consumida materiais indiretos Material secundário consumido aluguel embalagem aplicada no produto depreciação das máquinas Outros materiais diretos gastos de manutenção mão-de-obra direta consumo de luz e água salários e ordenados gastos com transporte de pessoal prêmios de produção gastos com refeitório gratificações vigilância férias ferramentas de curta duração 13 salário IPTU contribuição previdenciária gastos com veículos da fábrica FGTS material de escritório aviso prévio indenizado conta telefônica assistência médica e social seguro de acidente de trabalho outros encargos trabalhista Contas Analíticas Vejamos agora outro exemplo de contas classificadas como custo de produção, agrupadas por departamento (CREPALDI, 2002). Custos de Produção Material Direto Mão-de-Obra Direta Custos Indiretos de Fabricação Departamento de Corte Departamento de Corte Departamento de Corte Departamento de Costura Departamento de Costura Departamento de Costura Departamento de Acabamento Departamento de Acabamento Departamento de Acabamento Ou seja, o custo de produção de Material Direto deve ser apropriado em qualquer departamento em que ele incorrer como no exemplo acima (departamentos de Corte, de Costura e de Acabamento), bem como o custo com a MOD e com os CIF. RESUMO A elaboração do plano de contas na contabilidade de custos industrial é tão relevante quanto à existência do plano de contas por possibilitar a classificação, acumulação e apuração dos custos, o planejamento e o controle, necessários para o processo de tomada de decisão. 12 CAPÍTULO III – SISTEMAS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E DEPARTAMENTALIZAÇÃO O custeio é um elemento essencial das atividades de contabilidade gerencial. O método do custeio por absorção é derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e o único aceito pela legislação comercial e fiscal brasileira (CREPALDI, 2002). No Custeio por Absorção, o principal é a separação entre os custos e as despesas, uma vez que os custos são apropriados aos produtos e, aqueles que são vendidos, são lançados diretamente na demonstração do resultado do período, juntamente com as despesas. Isto significa que os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não foram vendidos estarão registrados no estoque (ativados). Sendo assim, podemos afirmar, então, que os custos diretos são incorporados aos produtos sem necessidade de rateio (são facilmente identificados) e os custos indiretos incorporam-se aos produtos através do uso de critérios de rateio. No Custeio por Absorção, todos os custos incorridos na produção dos bens e serviços são agregados aos produtos, excluindo-se apenas as despesas (gastos não fabris). Crepaldi (2002) afirma que o Custeio por Absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção para os produtos e/ou serviços produzidos, levando em conta todas as características da Contabilidade de Custos. Por essas características, seus custos vão para o ativo na forma de produtos e só podem ser considerados como despesas ao ocorrer a venda do produto — Princípio da Realização. ESQUEMA BÁSICO DE APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS NO CUSTEIO POR ABSORÇÃO Para Crepaldi (2002) e outros autores, o esquema básico para a apropriação dos custos aos produtos,utilizado no custeio por absorção, baseia-se em três passos: separar os Custos e Despesas; atribuir os Custos Diretos aos produtos atribuir os Custos Indiretos aos Produtos; Vimos, então, que o requisito essencial para a aplicação do sistema de custeio por absorção é a separação ou classificação das contas em custos e despesas e, a correta aplicação do critério de rateio para a alocação dos custos indiretos aos produtos. Para melhor compreensão do assunto e melhor facilidade na aplicação do método, vamos estipular os seguintes passos para efetuar a apropriação dos custos utilizando o Custeio por Absorção: separar os Custos e as despesas separar os Custos Diretos dos Custos Indiretos atribuir os Custos Diretos aos Produtos; identificar a base ou o critério de rateio a ser utilizado; igualar o total da base de rateio a 100% calcular os percentuais de representatividade; aplicar os percentuais de representatividade ao total dos custos indiretos a ser rateado; totalizar os custos totais de produção por produtos calcular os custos unitários de fabricação. 13 FONTE: Clipart Exemplificando: Para melhor entendimento, vamos resolver, passo a passo, um exercício extraído e adaptado do livro Curso Básico de Contabilidade de Custos, 2 ed. de Crepaldi, 2002, exemplificando de que forma se realiza a alocação dos custos indiretos, tomando por base uma empresa IRSA 2000, que produz dois produtos A e B, e possui a seguinte estrutura de gastos: Gastos $ Salário da Fábrica 85.000,00 Comissão de Vendedores 45.000,00 Matéria-prima 320.000,00 Salários da Administração 56.000,00 Honorários da Diretoria 42.000,00 Depreciação 25.000,00 Seguros da Fábrica 12.000,00 Materiais Diversos - Fábrica 32.000,00 Manutenção 18.000,00 Despesas de Entrega 8.000,00 Material de Expediente 12.000,00 Totais 655.000,00 Outras Informações Produtos A B Matéria Prima 121.600,00 198.400,00 Mão-de-Obra Direta 39.100,00 45.900,00 Quantidade produzida 2.600 1.750 Sabe-se ainda que os custos diretos são alocados diretamente aos produtos e que os custos indiretos são alocados tomando-se como critério de rateio os custos diretos. Passo 1 – separar os custos e as despesas Custos $ Despesas $ Salário da Fábrica 85.000,00 Comissão de Vendedores 45.000,00 Matéria-prima 320.000,00 Salários da Administração 56.000,00 Depreciação 25.000,00 Honorários da Diretoria 42.000,00 Seguros da Fábrica 12.000,00 Despesas de Entrega 8.000,00 Manutenção 18.000,00 Material de Expediente 12.000,00 Materiais Diversos - Fábrica 32.000,00 Totais 163.000,00 Totais 492.000,00 14 Passo 2 – separar os custos diretos dos custos indiretos Custos Diretos $ Custos Indiretos $ Salário da Fábrica 85.000,00 Depreciação 25.000,00 Matéria-prima 320.000,00 Seguros da Fábrica 12.000,00 Totais 405.000,00 Manutenção 18.000,00 Materiais Diversos - Fábrica 32.000,00 Totais 87.000,00 Passo 3 – atribuir os custos diretos aos produtos Custo direto = matéria-prima (MP) + mão-de-obra direta (MOD) Produtos A B Totais Quantidade produzida 2.600 1.750 4.350 Matéria Prima 121.600,00 198.400,00 320.000,00 Mão-de-Obra Direta 39.100,00 45.900,00 85.000,00 Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Passo 4 – identificar a base ou o critério de rateio Segundo o texto, as bases de rateio (ou critério de rateio a ser utilizado) são os CUSTOS DIRETOS. Passo 5 – igualar o total da base de rateio a 100% Produtos A B Totais Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Percentuais 100% Passo 6 – calcular os percentuais de representatividade Para elaborar este passo, basta efetuar uma regra de três simples: Se 405.000 = 100% 160.700 =X% X% = 39,68 Percentual A = (160.700/405.000) x 100 = 39,68% Percentual B = (244.300/405.000) x 100 = 60,32% Produtos A B Totais Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Percentuais 39,68 60,32 100% 15 Passo 7 - aplicar os percentuais de representatividade ao total dos custos indiretos a ser rateado Logo, o custo indireto a ser alocado ao Produto A é $34.520,74 ($87.000 x 39,68%). O custo indireto a ser alocado ao Produto B é $52.479,26 ($87.000 x 60,32%). Produtos A B Totais Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Percentuais 39,68 60,32 100% Custos Indiretos 34.520,74 52.479,26 87.000,00 Passo 8 - totalizar os custos totais de produção por produtos Para se obter o custo de produção é necessário somar os Custos Diretos e Indiretos. Produtos A B Totais Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Percentuais 39,68 60,32 100% Custos Indiretos 34.520,74 52.479,26 87.000,00 Custo de Produção 195.220,74 296.779,26 492.000,00 Passo 9 - Calcular os custos unitários de fabricação O custo unitário é obtido dividindo-se o custo total de produção pela quantidade produzida. O custo unitário do produto A é $75,08 ($195.220,74 / 2.600). O custo unitário do produto B é $169,59 ($296.779,26 / 1.750). Produtos A B Totais Quantidade produzida 2.600 1.750 4.350 Custos Diretos 160.700,00 244.300,00 405.000,00 Percentuais 39,68 60,32 100% Custos Indiretos 34.520,74 52.479,26 87.000,00 Custo de Produção 195.220,74 296.779,26 492.000,00 Custo Produção unitário 75,08 169,59 DEPARTAMENTALIZAÇÃO No exemplo anterior foi efetuada a alocação dos Custos Indiretos diretamente aos produtos, porém, algumas empresas utilizam o custeio por Departamentalização para efetuar esta alocação, com o objetivo de tornar o rateio mais preciso e ter um controle dos custos. A Departamentalização consiste em dividir a empresa em segmentos, chamados Departamentos, aos quais são debitados todos os custos de produção nele incorridos. Departamento é a unidade mínima administrativa constituída por homens e máquinas que desenvolvem atividades homogêneas e podem ser divididos em dois grupos: Departamentos de Produção ou Produtivos e Departamentos de Serviços ou Auxiliares (CREPALDI, 2002). 16 DEPARTAMENTOS DE PRODUÇÃO OU PRODUTIVOS São os departamentos que geram custos diretos e, por estarem diretamente ligados aos produtos, seus custos são apropriados diretamente aos mesmos. São exemplos de Departamentos de Produção ou Produtivos (CREPALDI, 2002): Corte Pintura Aplainamento Perfuração Montagem Tapeçaria Galvanização Acabamento Usinagem moagem Engarrafamento Mistura Refinaria Malharia DEPARTAMENTOS DE SERVIÇOS OU AUXILIARES Têm a finalidade de prestar serviços aos Departamentos de Produção ou Produtivos e também prestam serviços aos departamentos Administrativos, Financeiros e Comerciais. Quando um departamento auxiliar presta algum serviço a um departamento produtivo, os gastos gerados são classificados como custos indiretos. Quando um departamento auxiliar presta algum serviço a um departamento administrativo, comercial ou financeiro, os gastos gerados são classificados como despesa. Os custos indiretos gerados nos departamentos auxiliares são transferidos para os departamentos produtivos e só depois é que serão alocados aos produtos. Exemplos de Departamentos de Serviços ou Auxiliares (CREPALDI, 2002): Manutenção Almoxarifado Limpeza Vigilância Expedição Controle de Qualidade Refeitório Serviço MédicoOBJETIVOS DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO melhor controle dos custos determinação mais precisa do custo dos produtos ESQUEMA BÁSICO PARA APLICAR O RATEIO Para melhor compreensão do assunto e melhor facilidade na aplicação do método, vamos estipular os seguintes passos (CREPALDI, 2002): separar os Custos e as despesas separar os Custos Diretos dos Custos Indiretos atribuir os Custos Diretos aos Produtos; identificar a base ou o critério de rateio a ser utilizado; igualar o total da base de rateio a 100% calcular os percentuais de representatividade; aplicar os percentuais de representatividade ao total dos custos indiretos a ser rateado; totalizar os custos totais de produção por departamentos; transferir os custos para os produtos; calcular os custos unitários de fabricação. 17 FONTE: Clipart Exemplificando: Para que você consolide um melhor entendimento, vamos agora aplicar o conceito de departamentalização a um exercício extraído e adaptado do livro de Gestão de Custos e Formação de Preços dos autores Bruni e Famá (2002). A Cia. Veste Bem S.A. estuda a possibilidade de distribuir alguns custos indiretos de fabricação entre seus três departamentos de produção: Costura, Acabamento e Embalagem. Pede-se: A. Utilizando as informações apresentadas a seguir, determine os custos a serem alocados a cada departamento. B. Supondo que a Cia. Veste Bem S.A., fabrique calças, vestidos e saias, estime quais seriam os custos de cada produto fabricado, empregando as informações dos custos indiretos já fornecidos e os dados apresentados a seguir. Os CIF’s devem ser alocados aos produtos com base nos Custos Diretos. Departamento Total Imobilizado Máq e Móveis Folha Pagto Área ocupada Costura 545.000 1.380.000 425.000 22.500 Acabamento 116.000 235.400 136.800 750 Embalagem 328.000 48.700 106.400 1.950 Totais 989.000 1.664.100 668.200 25.200 Produtos Unidades produzidas MD ($) MOD ($) Calças 1.900 25.600 5.600 Vestidos 2.950 19.720 5.230 Saias 26.970 24.380 9.260 Totais 69.700 20.090 18 Resolução O primeiro passo para a resolução deste caso é efetuar o rateio dos custos indiretos gerados pelos departamentos de serviço para os departamentos produtivos. Agora vamos evidenciar os custos diretos: Calças Vestidos Saias Total Quantidade produzida 1.900 2.950 26.970 31.820 MD 25.600,00 19.720,00 24.380,00 69.700,00 MOD 5.600,00 5.230,00 9.260,00 20.090,00 Custos Diretos 31.200,00 24.950,00 33.640,00 89.790,00 Vamos, agora, calcular os percentuais de representatividade dos custos diretos, que é o critério de rateio para os custos indiretos de cada departamento produtivo: Calças Vestidos Saias Total Quantidade produzida 1.900 2.950 26.970 31.820 MD 25.600,00 19.720,00 24.380,00 69.700,00 MOD 5.600,00 5.230,00 9.260,00 20.090,00 Custos Diretos 31.200,00 24.950,00 33.640,00 89.790,00 Percentuais 34,75 27,79 37,47 100 19 Com base nestes percentuais, vamos ratear os custos indiretos dos departamentos produtivos para os produtos: Calças Vestidos Saias Total Quantidade produzida 1.900 2.950 26.970 31.820 MD 25.600,00 19.720,00 24.380,00 69.700,00 MOD 5.600,00 5.230,00 9.260,00 20.090,00 Custos Diretos 31.200,00 24.950,00 33.640,00 89.790,00 Percentuais 34,75 27,79 37,47 100 CI Costura 33.783,20 27.015,73 36.425,22 97.224,15 CI Acabamento 6.497,88 5.196,22 7.006,05 18.700,16 CI Embalagem 4.665,12 3.730,60 5.029,96 13.425,69 Total Custos Indiretos 44.946,21 35.942,56 48.461,23 129.350,00 Em seguida, vamos calcular o Custo de Produção total (Custos Diretos + Custos Indiretos) e calcular o custo de produção unitário. Calças Vestidos Saias Total Quantidade produzida 1.900 2.950 26.970 31.820 MD 25.600,00 19.720,00 24.380,00 69.700,00 MOD 5.600,00 5.230,00 9.260,00 20.090,00 Custos Diretos 31.200,00 24.950,00 33.640,00 89.790,00 Percentuais 34,75 27,79 37,47 100 CI Costura 33.783,20 27.015,73 36.425,22 97.224,15 CI Acabamento 6.497,88 5.196,22 7.006,05 18.700,16 CI Embalagem 4.665,12 3.730,60 5.029,96 13.425,69 Total Custos Indiretos 44.946,21 35.942,56 48.461,23 129.350,00 Custo Produção Total 76.146,21 60.892,56 82.101,23 219.140,00 Custo Produção unitário 40,08 20,64 3,04 CONTABILIZAÇÃO Vamos agora contabilizar os custos de Produção: Custo Direto Produção de Calças; Custo Direto Produção de Saias; Custo Direto Produção de Vestidos; Custo Indireto Produção de Calças; Custo Indireto Produção de Saias; Custo Indireto Produção de Vestidos; Transferência para o Estoque de Calças; Transferência para o Estoque de Saias; Transferência para o Estoque de Vestidos. 20 1 31.200,00 7 76.146,21 4 44.946,21 Sd 76.146,21 76.146,21 76.146,21 7 2 24.950,00 8 60.892,56 5 35.942,56 Sd 60.892,56 60.892,56 60.892,56 8 3 33.640,00 9 82.101,23 6 48.461,23 Sd 82.101,23 82.101,23 82.101,23 9 ABSORÇÃO Custo Produção Calças Estoque Produto Calças Custo Produção Vestidos Estoque Produto Vestidos Custo Produção Saias Estoque Produto Saias Muita atenção com os itens a seguir: Segundo Neves e Viceconti (2000), a contabilização é efetuada da seguinte forma: Materiais diretos – debita-se pelas compras e credita-se pela transferência de material para a produção (Produtos em Elaboração); Mão-de-obra direta – o saldo da conta deve ser transferido, ao final do período para a conta de Produtos em Elaboração; A mão-de-obra Indireta e os demais gastos efetuados na produção, classificados como Custos Indiretos de Produção (CIF) são debitados a esta conta (CIF) e creditados em Caixa, Bancos ou Contas a Pagar. A conta de Seguros e a conta de Depreciação têm como contrapartida a conta de Despesas Antecipadas ou depreciação Acumulada. Ao final do período, a conta de Custos Indiretos de Fabricação (CIF) é encerrada lançando-se como contrapartida a conta Produtos em Elaboração; A conta de Produtos Acabados é debitada pelo custo dos produtos acabados e será creditada pela venda dos produtos, tendo como contrapartida a conta Custo dos Produtos Acabados. RESUMO Neste capítulo, discutimos o Custeio por Absorção, um processo de apuração de custos por meio do rateio de todos os elementos de custos (diretos e indiretos). Discutimos ainda, o esquema básico para aplicação deste sistema, que tem como principal característica a separação entre Custos e Despesas e a utilização de critérios de rateio para alocação dos Custos Indiretos de Fabricação. Verificamos que nas empresas que utilizam o custeio por departamentos, o rateio dos Custos Indiretos de Fabricação não pode ser efetuado diretamente aos produtos. Deve-se primeiro alocar os CIF’s aos departamentos produtivos e, só então, transferi-los para os produtos o que torna mais preciso o uso do método. 21 CAPÍTULO IV – SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL Custeio Variável é também denominado Custeio Direto. O Custeio Variável possibilita o processo de tomada de decisão e somente considera, como custos de produção, os custos diretos ou variáveis. Conforme Neves e Viceconti (2001), o Custeio Variável é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custos de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. Fonte: clipart Isto significa que o custo de produção, quando é utilizado o Custeio Variável, é formado somentepelos Custos Variáveis — Materiais Diretos (matéria-prima), Mão-de-obra Direta, materiais secundários e materiais de embalagem. Neste sistema de custeio, a forma de apresentação da Demonstração de Resultados difere da Demonstração de Resultados pelo uso da terminologia “Margem de Contribuição”, que é a diferença entre a Receita Líquida (Vendas Liquidas), os Custos dos Produtos Vendidos (somente custos variáveis) e as Despesas Variáveis (administrativas e de vendas). Vamos comparar a estrutura da Demonstração de Resultados pelo Custeio por Absorção e pelo Custeio Variável: (-) Despesas Fixas = Margem de Contribuição (-) Despesas Variáveis (-) Despesas Fixas = Lucro Operacional Liquido (-) Custos Fixos = Lucro Operacional Liquido DRE ABSORÇÃO DRE VARIÁVEL Vendas Liquidas (-) Custos dos Produtos Vendidos (somente custos variáveis) (-) Despesas Variáveis Vendas Liquidas (-) Custo do Produto Vendido (custos variáveis + custos Fixos) = Lucro Operacional Bruto Observe que na estrutura da DRE, elaborada com base no Custeio por Absorção, o Custo dos Produtos vendidos é formado pelos custos variáveis e fixos e na estrutura da DRE elaborada com base no Custeio Variável, o custo dos produtos vendidos é formado somente pelos custos variáveis. Outra diferença observada é que as Despesas Variáveis, na estrutura da DRE pelo Custeio por Absorção, têm o mesmo tratamento das Despesas Fixas, ou seja, são elencadas após Lucro Operacional Bruto e servem para evidenciar o Lucro Operacional Líquido. 22 Na estrutura da DRE pelo Custeio Variável, as Despesas Variáveis são elencadas após o Custo dos Produtos Vendidos e servem para evidenciar a Margem de Contribuição. Margem de Contribuição é o valor que a empresa tem para cobrir os custos e as despesas fixas e gerar lucro. Observa-se ainda que, na estrutura da DRE pelo Custeio por Absorção, os custos fixos fazem parte do custo dos produtos vendidos e, na estrutura da DRE pelo Custeio Variável, os custos fixos são tratados como despesas. VANTAGENS DO CUSTEIO VARIÁVEL Segundo Neves e Viceconti (2001), as vantagens da utilização do sistema de Custeio variável são: - Impede que aumentos de produção que não correspondam a aumentos de vendas distorçam a realidade O aumento de produção aumenta os custos variáveis, mas o custo fixo permanece o mesmo. No entanto, ocorre uma redução dos custos fixos por unidade produzida, logo, haverá um aumento no lucro que não corresponde à realidade. - Configura-se em uma excelente ferramenta para a tomada de decisão dos administradores. O uso do Custeio por Absorção pode induzi-los a decisões errôneas sobre a produção. No Custeio por Absorção, os Custos Indiretos de Fabricação (CIFs) são alocados aos produtos através de critérios de rateio, que causa distorção nos valores devido a sua subjetividade. Assim, fica difícil para a empresa efetuar uma avaliação precisa da sua lucratividade por produtos. ’ DESVANTAGENS DO CUSTEIO VARIÁVEL Ainda segundo Neves e Viceconti (2001), as desvantagens que o emprego do custeio variável apresenta são: no caso de Custos Mistos (custos que possuem uma parcela fixa e outra variável), nem sempre é possível separar, de forma objetiva, a parcela fixa da parcela variável; o Custeio Variável fere os princípios contábeis geralmente aceitos, em especial os Princípios da Realização da receita, da Confrontação e da Competência. Estes princípios estabelecem que os custos associados aos produtos só possam ser reconhecidos na medida em que estes são vendidos. Se a receita deve ser reconhecida no momento da venda, independente do fato de ser a receita de venda à vista ou à prazo, todas as despesas e custos que foram necessários para a obtenção dessa receita também devem ser reconhecidos no mesmo momento. No Custeio Variável, os custos fixos recebem o mesmo tratamento que as despesas, independente da venda ou não destes produtos, o que desrespeita os princípios. 23 FONTE: Clipart Exemplificando: Vamos elaborar um exercício do Custeio Variável e do Custeio por Absorção para melhor compreensão (extraído e adaptado do livro Gestão Estratégica de Custos de Perez Jr, Oliveira e Costa, 2003). Com base nas informações abaixo, sobre a empresa IRSA 2000, aplicando-se o Custeio por Absorção e o Custeio Variável, pede-se: o custo de produção unitário; o custo do produto vendido; o valor do estoque final o resultado do período; a tabela das diferenças; o resultado do período, considerando-se que todas as unidades produzidas foram vendidas. Informações: Quantidade Produzida 3.500 Quantidade Vendida 2.900 Preço de Venda 48,50 Custos Variáveis 44.500,00 Custos Fixos 26.900,00 Despesas Variáveis 8.600,00 Despesas Fixas 21.700,00 Resolução: Custo de Produção unitário – Custeio por Absorção O custo de produção unitário, calculado pelo Custeio por Absorção é de $20,40 (custo de produção total - $71.400,00 dividido pela quantidade fabricada, 3.500 unidades). Custo de Produção unitário - Cpunit Custos Fixos 26.900,00 Custos Variáveis 44.500,00 Custo Produção Total 71.400,00 Quantidade Produzida 3.500 Custo Produção unitário 20,40 Custo de Produção unitário – Custeio Variável O custo de produção unitário, calculado pelo Custeio Variável é de $12,71 (custo de produção total - $44.500,00 dividido pela quantidade fabricada, 3.500 unidades). Custo de Produção unitário - Cpunit Custos Variáveis 44.500,00 Custo Produção Total 44.500,00 Quantidade Produzida 3.500 Custo Produção unitário 12,71 24 Custo do Produto Vendido – Custeio por Absorção No Custeio por Absorção, o custo dos produtos vendidos é de $59.160,00 que é o custo de produção unitário ($20,40) multiplicado pela quantidade vendida, 2.900 unidades. Custo dos Produtos Vendidos - CPV Custo Produção unitário 20,40 Quantidade Vendida 2.900 Custo dos Produtos Vendidos 59.160,00 Custo do Produto Vendido – Custeio Variável No Custeio Variável, o custo dos produtos vendidos é de $36.871,43 que é o custo de produção unitário ($12,71) multiplicado pela quantidade vendida, 2.900 unidades. Custo dos Produtos Vendidos - CPV Custo Produção unitário 12,71 Quantidade Vendida 2.900 Custo dos Produtos Vendidos 36.871,43 Estoque Final – Custeio por Absorção No Custeio por Absorção, o Estoque final é $12.240,00, composto pelas 600 unidades que não foram vendidas, multiplicadas pelo custo unitário de produção ($20,40). Estoque Final Custo Produção unitário 20,40 Quantidade 600 Estoque Final do Período 12.240,00 Estoque Final – Custeio Variável No Custeio Variável, o Estoque final é $7.628,57, composto pelas 600 unidades que não foram vendidas, multiplicadas pelo custo unitário de produção ($12,71). Estoque Final Custo Produção unitário 12,71 Quantidade 600 Estoque Final do Período 7.628,57 Resultado do Período – Custeio por Absorção No Custeio por Absorção, o lucro operacional líquido, apurado pela empresa, é de $51.190,00. 140.650,00 (59.160,00) 81.490,00 (21.700,00) (8.600,00) 51.190,00 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Vendas Liquidas Custo do Produto Vendido Lucro Operacional Bruto Despesas Fixas Despesas Variáveis Lucro Operacional Liquido 25 Resultado do Período – Custeio Variável No Custeio Variável, o lucro operacional líquido, apurado pela empresa é de $46.578,57. 140.650,00 (36.871,43) (8.600,00) 95.178,57 (21.700,00) (26.900,00) 46.578,57 CUSTEIO VARIÁVEL Vendas Liquidas Custos Variáveis Despesas VariáveisMargem de Contribuição Despesas Fixas Custos Fixos Lucro Operacional Liquido Contabilização –Custeio por Absorção 1 44.500,00 3 71.400,00 59.160,00 5 2 26.900,00 Sd 12.240,00 71.400,00 71.400,00 3 8 140.650,00 140.650,00 4 5 59.160,00 59.160,00 9 6 21.700,00 21.700,00 10 7 8.600,00 8.600,00 11 9 59.160,00 140.650,00 8 10 21.700,00 11 8.600,00 89.460,00 140.650,00 51.190,00 SD ABSORÇÃO Despesas fixas Despesas Variáveis Receita Venda EstoqueCusto Produção Custo Produto Vendido Apuraçao do Resultado Contabilização – Custeio Variável 1 44.500,00 44.500,00 3 3 44.500,00 36.871,43 4 Sd 7.628,57 2 26.900,00 26.900,00 11 8 140.650,00 140.650,00 5 4 36.871,43 36.871,43 9 6 21.700,00 21.700,00 12 7 8.600,00 8.600,00 10 9 36.871,43 140.650,00 8 10 8.600,00 11 26.900,00 12 21.700,00 94.071,43 140.650,00 46.578,57 SD VARIÁVEL Despesas fixas Custo Produção Despesas Variáveis Apuraçao do Resultado Custos Fixos Estoque Receita Venda Custo Produto Vendido 26 Tabela de Diferenças ABSORÇÃO VARIÁVEL DIFERENÇA ESTOQUES 12.240,00 7.628,57 4.611,43 LUCRO OPERACIONAL 51.190,00 46.578,57 4.611,43 TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE OS SISTEMAS Observa-se que a diferença entre os dois métodos é de $4.613,43. Se dividirmos esse valor pelas unidades do produto que ficaram no estoque (600 unidades), nós encontraremos o valor de $7,69. Este valor é o custo fixo por unidade (Custo fixo total - $26.900,00 dividido pela quantidade produzida 3.500 unidades), que está alocado no estoque (custeio por Absorção). RESULTADO DO PERÍODO CONSIDERANDO A VENDA DE TODAS AS UNIDADES PRODUZIDAS Custo dos Produtos Vendidos – Absorção O custo dos produtos vendidos, apurado pelo custeio por absorção é de $71.400,00 (custo de produção unitário (20,40) multiplicado por 3.500 unidades vendidas). Custo dos Produtos Vendidos - CPV Custo Produção unitário 20,40 Quantidade Vendida 3.500 Custo dos Produtos Vendidos 71.400,00 Custo dos Produtos Vendidos – Variável O custo dos produtos vendidos, apurado pelo custeio variável é de $71.400,00 (custo de produção unitário (12,71) multiplicado por 3.500 unidades vendidas) Custo dos Produtos Vendidos - CPV Custo Produção unitário 12,71 Quantidade Vendida 3.500 Custo dos Produtos Vendidos 44.500,00 Resultado – Custeio por Absorção O resultado apurado, aplicando-se o custeio por absorção é de $68.050,00. 169.750,00 (71.400,00) 98.350,00 (21.700,00) (8.600,00) 68.050,00 Despesas Variáveis Lucro Operacional Liquido Custo do Produto Vendido Lucro Operacional Bruto Despesas Fixas CUSTEIO POR ABSORÇÃO Vendas Liquidas 27 Resultado - Custeio Variável O resultado apurado, aplicando-se o custeio variável é de $68.050,00. 169.750,00 (44.500,00) (8.600,00) 116.650,00 (21.700,00) (26.900,00) 68.050,00 Despesas Fixas Custos Fixos Lucro Operacional Liquido Custos Variáveis Despesas Variáveis Margem de Contribuição CUSTEIO VARIÁVEL Vendas Liquidas Estoque Final – Absorção O Estoque final é igual a zero. Estoque Final Custo Produção unitário 20,40 Quantidade 0 Estoque Final do Período 0,00 Estoque Final – Variável O Estoque final é igual a zero. Estoque Final Custo Produção unitário 12,71 Quantidade 0 Estoque Final do Período 0,00 Tabela de Diferenças Observa-se que quando a quantidade vendida é igual à quantidade produzida ou, quando todas as unidades do estoque são vendidas, os resultados apurados pelos dois métodos de custeio (variável e absorção) são iguais. Isto ocorre porque no estoque não ficará nenhum custo fixo. ABSORÇÃO VARIÁVEL DIFERENÇA ESTOQUES 0,00 0,00 - LUCRO OPERACIONAL 68.050,00 68.050,00 - TABELA DE DIFERENÇAS ENTRE OS SISTEMAS 28 Contabilização Absorção 1 44.500,00 3 71.400,00 71.400,00 5 2 26.900,00 Sd 0,00 71.400,00 71.400,00 3 8 169.750,00 169.750,00 4 5 71.400,00 71.400,00 9 6 21.700,00 21.700,00 10 7 8.600,00 8.600,00 11 9 71.400,00 169.750,00 8 10 21.700,00 11 8.600,00 101.700,00 169.750,00 68.050,00 SD Apuraçao do Resultado Receita Venda Custo Produto Vendido Despesas fixas Despesas Variáveis ABSORÇÃO Custo Produção Estoque Contabilização Variável 1 44.500,00 44.500,00 3 3 44.500,00 44.500,00 4 Sd 0,00 2 26.900,00 26.900,00 11 8 169.750,00 169.750,00 5 4 44.500,00 44.500,00 9 6 21.700,00 21.700,00 12 7 8.600,00 8.600,00 10 9 44.500,00 169.750,00 8 10 8.600,00 11 26.900,00 12 21.700,00 101.700,00 169.750,00 68.050,00 SD Apuraçao do Resultado Receita Venda Custo Produto Vendido Despesas fixas Despesas Variáveis Custos Fixos VARIÁVEL Custo Produção Estoque 29 RESUMO Neste capítulo, abordamos o método de custeio variável que, apesar de não ser aceito pela legislação fiscal e contábil — por não respeitar alguns princípios de contabilidade geralmente aceitos (Princípio da Realização da Receita, Princípio da Confrontação e Princípio da Competência) —, ainda assim, esse método é a melhor ferramenta para o processo de tomada de decisão. 30 CAPÍTULO V – CONTABILIDADE DA MÃO-DE-OBRA Os Custos da Folha de Pagamento estão divididos em duas categorias: a mão-de-obra direta e a mão-de-obra indireta. Os custos da mão-de-obra direta são debitados na conta de Produtos em Processos. A mão-de-obra indireta consiste em custos de mão-de-obra não aplicada diretamente aos produtos ou à produção, incluindo-se aí, os salários e ordenados de superintendentes, supervisores, zeladores. Os custos da mão-de-obra indireta são debitados diretamente na conta de Custos Indiretos de Fabricação. Segundo Viceconti e Neves (2000), mão-de-obra direta é o gasto relativo ao pessoal que trabalha diretamente na produção; por ser possível a averiguação do tempo dispendido na elaboração do produto é, portanto, um gasto cujo valor é apropriável a este sem necessidade de qualquer critério de rateio. Mão-de-obra indireta são os gastos relativos ao pessoal da produção que necessitam de algum critério de rateio para sua apropriação ao produto. CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA Para calcular o custo da mão-de-obra direta, é necessário apurar as horas trabalhadas para se chegar ao custo por hora de trabalho, que incluirá, além dos salários e ordenados, os encargos sociais incidentes sobre a mão-de-obra e os direitos trabalhistas. Outro termo importante para o assunto é Tempo Ocioso, também denominado como horas não trabalhadas, que é a diferença entre as horas disponíveis e as horas trabalhadas. O tempo ocioso não é considerado para o cálculo da mão-de-obra direta. FONTE: Clipart Exemplificando: Um empregado é contratado por um salário de $15,00 a hora. Pela legislação brasileira, mesmo um horista deve receber um salário mensal equivalente a 220 horas. Supondo que em um determinado mês, esse funcionário trabalhe na produção por 180 horas e, por um defeito técnico no maquinário fique 40 horas prestando serviço em um setor de manutenção, a contabilização do salário, pela contabilidade normal e pela contabilidade de custos seria: Contabilidade Contabilidade de Custos Folha de Pagamento MOD = 180h x 15,00 = 2.700,00 220h x 15,00 = 3.300,00 MOI = 40h x 15,00 = 600,00 Cálculo da Mão-de-Obra 31 Cálculo das horas: Para 44 horas semanais (de segunda a sábado Para 40 horas semanais (de segunda a sexta) 44 /6 = 7,3333333 40 / 5 = 8,0000 Cálculo da Jornada de trabalho Fonte: Adaptado de Crepaldi (2002) Para definir o total de horas trabalhadas no mês, excluindo-se as horas não trabalhadas (tempo ocioso), partimos da quantidade de dias no mês ou no ano, deduzindo-se o descanso remunerado (domingos para a jornada de 44 horas semanais e sábados e domingos para uma jornada de 40 horas semanais), os feriados (no mês ou média no ano) e multiplicamos a quantidade de dias encontrada pela jornada diária. Quantidade de dias no mês 30 Quantidade de dias no ano 365 (-) Quantidade de domingos (4) (-) Quantidade de domingos (48) (-) Feriados (1) (-) Férias anual (30) Dias trabalhados 25 (-) Feriados (média) (12) Jornada diária 7,33333333 Dias trabalhados 275 Horas trabalhadas (25 x 7,333333) 183,3333333 Jornada diária 7,333333 Horas trabalhadas (275 x 7,333333) 2.016,67 Cálculo das Horas trabalhadas Cálculo da Folha de Pagamento Em nosso país, os encargos sociais oneram de forma relevante a folha de pagamento e devem ser incorporados no custo horário da MOD de forma variável (quanto maior a MOD, maior o valor dos encargos sociais e direitos trabalhistas). Ressaltando que alguns encargos variam de empresa para empresa, a depender da sua função, tamanho e natureza, apresentamos abaixo um exemplo que utilizaremos nos nossos cálculos. Contribuição Percentuais Previdência Social 20,0% Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 8,0% Seguro (acidentes de trabalho) 3,0% Salário-educação 2,5% SESI ou SESC 1,5% SENAI ou SENAC 1,0% INCRA 0,2% SEBRAE 0,6% Total 36,8% FONTE: BRUNI e FAMÄ, 2002 Contribuições Obrigatórias no Brasil 32 Vamos agora exemplificar os cálculos do custo por hora trabalhada mensal e anual através da elaboração da folha de pagamento, tomando como base uma semana de seis dias de, ou seja, um regime de 44 horas semanais e um salário por hora de $15,00. Este exercício foi adaptado do livro de Bruni e Famá (2002) e Viceconti e Neves (2001). MENSAL Salário (n. dias x jornada diária x valor da hora} 30 x 7,333333 x 15,00 3.300,00 Provisão para Férias Salário x (1 mês / 12 meses) 3.300 x (1 / 12) = 3.300 x 0,8333333 275,00 1/3 das Férias Provisão para férias / 3 275,00 / 3 91,67 Provisão para 13 Salário Salário x (1 mês / 12 meses) 3.300 x (1 / 12) = 3.300 x 0,8333333 275,00 Subtotal 3.941,67 Contribuições Sociais Salário + direitos trabalhistas x % 3.941,67 x 36,80% 1.450,53 Total da Folha mensal 5.392,20 Total horas trabalhadas mensal 183,33333 Custo da hora trabalhada no mês 29,41 Cálculo do custo da MOD mensal por funcionários (salários, encargos e provisões) Contabilização Custo da MOD 5.392,20 a Contribuição Social a Recolher 1.813,53 Provisão Férias 366,67 Provisão 13 Salário 275,00 Salários a Pagar 2.937,00 5.392,20 5.392,20 Razonetes 5.392,20 366,67 275,00 1.813,53 2.937,00 Provisão 13 Salário Contrib. Social Salários a Pagar FOLHA DE PAGAMENTO Custo da MOD Provisão Férias ANUAL Salários O total dos salários é a quantidade máxima de horas à disposição no ano (2.016,67h) multiplicada pelo valor da hora trabalhada ($15,00). Máximo de horas à disposição no ano 2.016,67 Valor da hora trabalhada 15,00 Total Salários 30.250,00 33 Repouso Semanal Remunerado Para encontrar o valor total dos repousos semanais remunerados, multiplicamos o número de dias de repouso (48d) pela jornada diária (7,333333h); o total encontrado (352h) deve ser multiplicado pelo valor da hora trabalhada ($15,00). Número de dias de repouso 48 Jornada diária 7,33333333 Número de repouso em horas 352 Valor da hora trabalhada 15,00 Total repouso semanais remunerados 5.280,00 Férias Para encontrar o valor das férias, multiplicamos o número de dias de férias (30d) pela jornada diária (7,333333h); o total encontrado (220h) deve ser multiplicado pelo valor da hora trabalhada ($15,00). Férias em dias 30 Jornada diária 7,33333333 Férias em horas 220 Valor da hora trabalhada 15,00 Total de férias 3.300,00 Adicional Constitucional de Férias Para calcular o adicional constitucional de férias, multiplicamos o total das férias ($3.300) pelo percentual constitucional (1/3 = 33,3333%). Percentual constitucional 33,3333333 Total de férias 3.300,00 Total de adicional de férias 1.100,00 13º Salário Para calcular o 13º salário, multiplicamos o número de dias de 13º salário (30d) pela jornada diária (7,333333h); o total encontrado (220h) deve ser multiplicado pelo valor da hora trabalhada ($15,00). 13 em dias 30 Jornada diária 7,33333333 13 salário em horas 220 Valor da hora trabalhada 15,00 Total de 13 salário 3.300,00 Feriados Para calcular o valor referente aos feriados, multiplicamos o número de dias de feriados (12d) pela jornada diária (7,333333h); o total encontrado (88h) deve ser multiplicado pelo valor da hora trabalhada ($15,00) 34 Feriados em dias 12 Jornada diária 7,33333333 Feriados em horas 88 Valor da hora trabalhada 15,00 Total de feriados 1.320,00 Folha de Pagamento - MOD Para calcular o custo da MOD por hora, primeiro totaliza-se a folha de pagamento (MOD), somando-se os salários, os direitos trabalhistas e benefícios (salários, repouso semanal remunerado, férias, adicional de férias, 13º salário e feriados), acrescentando-se as contribuições sociais e dividindo-se pelo número de horas trabalhadas (2.016,67h). Salários 30.250,00 Repouso semanais remunerados 5.280,00 Férias 3.300,00 Adicional constitucional de Férias 1.100,00 13 Salário 3.300,00 Feriados 1.320,00 subtotal 44.550,00 Acréscimo legal de contribuições 36,80% Valor das Contribuições Sociais 16.394,40 Total com as contribuições 60.944,40 número de horas trabalhados por ano 2.016,67 Custo da MOD por hora 30,22 Acréscimo em termos % na hora 101,47 Contribuições Sociais (Empregado) 11% 4.053,50 Contabilização: Custo da MOD 60.944,40 a Contribuição Social a Recolher 20.447,90 Provisão Férias 4.400,00 Provisão 13 Salário 3.300,00 Salários a Pagar 32.796,50 60.944,40 60.944,40 Razonete 60.944,40 4.400,00 3.300,00 20.447,90 32.796,50 Contrib. Social Salários a Pagar FOLHA DE PAGAMENTO Custo da MOD Provisão Férias Provisão 13 Salário 35 RESUMO Neste capítulo, discutimos de que forma pode-se calcular o custo da mão-de-obra direta. Também vimos que o custo da mão-de-obra direta envolve, além dos salários, os direitos trabalhistas, os benefícios e as contribuições sociais, o que aumenta o custo da mão de obra em até 101,47%. 36 CAPÍTULO VI – SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS PRODUÇÃO CONTÍNUA E POR ENCOMENDA Sistema de acumulação de custos é a forma como os custos são acumulados e apropriados aos produtos. Conforme Crepaldi (2002) existem dois sistemas básicos de acumulação de custos e o que determina qual será utilizado é o processo produtivo da empresa. Muitas empresas combinam os dois sistemas. Os sistemas de acumulação de custos são: Produção por Encomenda e Produção Contínua. Produção Contínua é o sistema de acumulação de custos utilizado em empresas cujo processo produtivo; é seriado, ou seja, os produtos são iguais e produzidos de maneira contínua. Exemplo: produtos químicos, produtosfarmacêuticos, óleos vegetais, e quase todos os produtos fabricados pela indústria Produção por Encomenda é o sistema de acumulação de custos utilizado em empresas cujo processo produtivo é sob encomenda, ou seja, os produtos são produzidos sob a ordem e especificações próprias para cada cliente. Exemplo: indústria área, indústria naval, construção civil, equipamentos, dentre outros PRODUÇÃO POR ENCOMENDA Também denominada Produção por ordem, ocorre quando a empresa programa a sua atividade produtiva a partir de encomendas específicas de cada cliente. (...) os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem de produção (ou encomenda). Se um exercício terminar, e o produto ainda estiver sendo fabricado, o saldo da conta será classificado como produtos em elaboração (NEVES; VICENCONTI, 2001:101/102) Isso significa que no sistema de acumulação de custos por encomenda, os custos de produção do bem ou do serviço, só são “fechados”, quer dizer, terminados, quando o produto ou o serviço for entregue ao cliente. Podemos, então, concluir que neste sistema de acumulação de custos, a soma das Ordens de Produção (OP) ou das Ordens de Serviço (OS) em aberto formam a conta de Estoque de Produtos em Elaboração ou em Processo. Quando estes serviços ou produtos forem completados, os saldos dessa conta serão transferidos para a conta de estoque de produtos acabados ou para a conta de serviços concluídos, gerando o Custo do Produto Vendido ou o Custo dos Serviços Prestados. Durante o processo de elaboração do produto ou dos serviços, os custos devem ser registrados da seguinte forma: os materiais diretos pelo custo real, com base nas requisições de materiais; a mão-de-obra direta é apropriada com base no tempo gasto na elaboração de cada produto ou serviço; os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) deverão ser rateados pela ordem de produção (OP) ou de serviço (OS), com base em critérios definidos. 37 Contabilização O sistema de acumulação de custos por encomenda é contabilizado da seguinte forma: FONTE: Clipart Exemplificando: Exercício extraído e adaptado do livro Curso Básico de Contabilidade de Custos de Crepaldi, 2002. Vamos supor que uma empresa tenha recebido um pedido para produção de uma máquina, o que gerou uma Ordem de Produção numerada como OP 001. Durante o exercício, foram efetuados os seguintes gastos: Materiais diretos no valor de $15.000,00; mão-de-obra direta no valor de $ 12.000 e, os Custos Indiretos de Fabricação rateados gerou um valor de $3.400,00 para esta OP. Os lançamentos contábeis efetuados seriam: OP 001 Materiais Diretos 15.000,00 MOD 12.000,00 CIF 3.400,00 a Estoques 15.000,00 Folha de Pagamento 12.000,00 Custos Indiretos Fabricação 3.400,00 30.400,00 30.400,00 Ao final do primeiro exercício, o produto não ficou pronto logo, o saldo da conta deve ser transferido para a conta de Estoque de Produtos em Elaboração. Nesta empresa, existem três ordens de produção em andamento, a OP 001, com um total de $30.400,00; a OP 002, com um total de $25.600,00 e a OP 003, com um total de $18.900,00. Os lançamentos contábeis efetuados são: Estoque de Produto em Elaboração (EPA) EPA OP 001 30.400,00 EPA OP 002 25.600,00 EPA OP 003 18.900,00 a OP 001 30.400,00 OP 002 25.600,00 OP 003 18.900,00 74.900,00 74.900,00 Durante o segundo exercício, a máquina que gerou a OP 001 foi terminada e entregue ao cliente. Os lançamentos contábeis que devem ser efetuados são: Entrega do Produto ao Cliente Custo Produto Vendido (CPV) 30.400,00 a OP 001 30.400,00 30.400,00 30.400,00 38 FONTE: Clipart Exemplificando: Vejamos agora um exercício completo de sistema de acumulação de custos por encomenda. (Extraído e adaptado do livro Gestão estratégica de Custos de Perez Jr., Oliveira e Costa, 2003). A indústria de Equipamentos Industriais IRSA Ltda. produz e vende equipamentos para panificadoras através de encomendas. No mês de fevereiro, a conta de produtos em elaboração era composta do seguinte saldo: OP MD MOD CIF Total 140 14.500,00 7.800,00 15.500,00 37.800,00 141 15.700,00 9.800,00 13.500,00 39.000,00 142 16.900,00 7.420,00 12.400,00 36.720,00 Total 47.100,00 25.020,00 41.400,00 113.520,00 Durante o mês de fevereiro, a empresa deu início à elaboração de mais três pedidos e, as requisições de materiais diretos e a mão-de-obra direta utilizada para cada ordem de produção foi: OP MD MOD 140 15.970,00 10.780,00 141 26.980,00 9.570,00 142 36.000,00 8.560,00 143 16.980,00 12.750,00 144 17.500,00 13.700,00 145 18.650,00 11.420,00 Total 132.080,00 66.780,00 Os Custos Indiretos de Fabricação totalizaram $235.800,00 e a empresa utiliza como critério de rateio os materiais diretos utilizados na fabricação dos produtos. Os produtos da OP 140 e da OP 144 foram finalizados no fim do mês de fevereiro. No início do mês de março, a empresa entregou aos clientes os produtos das OP 140 e da OP 144. A receita gerada por esses produtos foi de $130.000,00 para a OP 140 e $75.000, para a OP 144. A empresa é tributada em 22% de impostos. Apure o lucro bruto. 39 Resolução Primeiro vamos construir uma tabela que evidencie os saldos anteriores, o valor do material direto e da mão-de-obra direta para cada OP. OP Saldo MD % MOD 140 37.800,00 15.970,00 10.780,00 141 39.000,00 26.980,00 9.570,00 142 36.720,00 36.000,00 8.560,00 143 16.980,00 12.750,00 144 17.500,00 13.700,00 145 18.650,00 11.420,00 Total 113.520,00 132.080,00 66.780,00 Agora vamos efetuar o cálculo dos percentuais de representatividade dos materiais diretos, que é a base de rateio. Por exemplo, para a OP 140 o valor do MD é de $15.970,00 e o total da MD consumido pela empresa é de $132.080,00 logo, o percentual de representatividade do MD da OP 140 no total é de 12,09% ((15.970/132.080) x 100). OP Saldo MD % 140 37.800,00 15.970,00 12,09 141 39.000,00 26.980,00 20,43 142 36.720,00 36.000,00 27,26 143 16.980,00 12,86 144 17.500,00 13,25 145 18.650,00 14,12 Total 113.520,00 132.080,00 100,00 Depois, aplicamos os percentuais de representatividade encontrados ao valor dos Custos Indiretos de fabricação. Por exemplo, na OP 140, o percentual foi de 12,09%; logo, o valor dos Custos Indiretos de Fabricação que deverá ser alocado a essa OP é de $28.510,95 (235.800 x 12,09%). OP Saldo MD % CIF 140 37.800,00 15.970,00 12,09 28.510,95 141 39.000,00 26.980,00 20,43 48.166,90 142 36.720,00 36.000,00 27,26 64.270,14 143 16.980,00 12,86 30.314,08 144 17.500,00 13,25 31.242,43 145 18.650,00 14,12 33.295,50 Total 113.520,00 132.080,00 100,00 235.800,00 Agora, completamos a tabela com os valores da MOD e totalizamos os saldos (custo) de cada OP. OP Saldo MD MOD CIF TOTAL 140 37.800,00 15.970,00 10.780,00 28.510,95 93.060,95 141 39.000,00 26.980,00 9.570,00 48.166,90 123.716,90 142 36.720,00 36.000,00 8.560,00 64.270,14 145.550,14 143 16.980,00 12.750,00 30.314,08 60.044,08 144 17.500,00 13.700,00 31.242,43 62.442,43 145 18.650,00 11.420,00 33.295,50 63.365,50 Total 113.520,00 132.080,00 66.780,00 235.800,00 548.180,0040 Contabilização A Transferência dos custos de materiais diretos para as OP’s; B Transferência dos custos com a MOD para as OP’s; C Apropriação dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF’s) para as Op’s; 1 Transferência do saldo da conta para o Estoque de Produtos Acabados 2 transferência do saldo da conta para o Estoque de produtos em elaboração 3 transferência do saldo da conta para o Estoque de produtos em elaboração 4 transferência do saldo da conta para o Estoque de produtos em elaboração 5 Transferência do saldo da conta para o Estoque de Produtos Acabados 6 transferência do saldo da conta para o Estoque de produtos em elaboração 7 transferência para a conta de custo dos produtos vendidos 8 registro das receitas de venda 9 apuração dos impostos sobre vendas 10 transferência das receitas para a apuração do resultado (lucro bruto) 11 transferência do CPV para o resultado 12 transferência dos impostos para o resultado. Sd 113.520,00 1 93.060,95 155.503,38 7 2 123.716,90 5 62.442,43 3 145.550,14 4 60.044,08 6 63.365,50 155.503,38 155.503,38 506.196,62 506.196,62 EP elaboração EP Acabado OP 140 OP 141 OP 142 SD 37.800,00 SD 39.000,00 SD 36.720,00 A 15.970,00 A 26.980,00 A 36.000,00 B 10.780,00 B 9.570,00 B 8.560,00 C 28.510,95 C 48.166,90 C 64.270,14 93.060,95 93.060,95 1 123.716,90 123.716,90 2 145.550,14 145.550,14 3 OP 143 OP 144 OP 145 A 16.980,00 A 17.500,00 A 18.650,00 B 12.750,00 B 13.700,00 B 11.420,00 C 30.314,08 C 31.242,43 C 33.295,50 60.044,08 60.044,08 4 62.442,43 62.442,43 5 63.365,50 63.365,50 6 7 155.503,38 155.503,38 11 145.000,00 8 9 52.800,00 48.400,00 12 95.000,00 155.503,38 155.503,38 10 240.000,00 240.000,00 48.400,00 48.400,00 CPV Receita Impostos s/ vendas 11 155.503,38 240.000,00 10 12 48.400,00 203.903,38 240.000,00 36.096,62 LB Resultado 41 PRODUÇÃO CONTÍNUA A produção contínua ocorre quando a empresa faz produção em série (ou em massa) de um produto ou linha de produtos. A empresa produz para estoque e não para atender encomendas específicas dos clientes (VICECONTI; NEVES, 2001). Na produção contínua, os custos são acumulados em contas representativas dos produtos ou linha de produtos e não são encerradas quando o produto está pronto. Por ocorrer um fluxo contínuo de produção, ao final do exercício calculamos o valor dos produtos acabados e o valor dos produtos que ainda estão em elaboração, utilizando, para isso, as informações da engenharia de produção sobre o percentual de gastos consumidos pelos produtos ainda em fase de elaboração, em relação aos produtos acabados e o conceito de Unidade Equivalente de Produção (UEP). Unidade Equivalente de Produção: o quanto equivalem, em unidades acabadas, os custos acumulados nas unidades que estão em processo. Quando ficam produtos em processo no final do período, é preciso determinar o estágio de fabricação (grau de acabamento) em que se encontram essas unidades concluídas e as que ficaram em processo (CREPALDI, 2002). DICA!! FONTE: Clipart Para calcular os Estoques (Acabados e em Elaboração), experimente os passos a seguir: determine as quantidades do Estoque Produtos Acabados (EPACAB) e dos Estoques de Produto em Elaboração (EPEL). calcule as Unidades Equivalentes de Produção (UEP); calcule o Custo unitário calcule o valor dos Estoques de Produto Acabado (EPACAB) e o valor dos Estoques do Produto em Elaboração (EPEL). FONTE: Clipart Exemplificando: Exercício extraído e adaptado do livro Gestão Estratégica de Custos de Perez Jr, Oliveira e Costa, 2003. Indústria de Parafusos S.A. Calcular, o custo unitário de produção dos produtos acabados e dos produtos em processo, com base nas informações a seguir: 42 A Indústria de Parafusos S.A. não possuía estoques de produtos em processo no início do exercício. Durante o período, iniciou a produção de 60.000 peças, das quais 45.000 foram terminadas até o final do período. Os custos do mês foram: $ Matéria-prima 540.000 Mão-de-obra direta 225.000 Custos indiretos de fabricação 470.000 Total dos custos no mês 1.235.000 As 10.000 peças em processo tinham recebido, em média, os seguintes percentuais de custos: Matéria-prima 70% Mão-de-obra direta 50% Custos indiretos de fabricação 40% Fonte: Adaptado do livro de Exercícios de Perez Jr, Oliveira e Martins, 2003. Resolução Aplicando os passos acima: Determine as quantidades do Estoque Produtos Acabados (EPACAB) e dos Estoques de Produto em Elaboração (EPEL). O estoque de produtos acabados é o total de produtos terminados e o estoque de produtos em elaboração é a diferença entre a produção iniciada e a produção finalizada. EPACAB = 45.000 EPEL = 60.000 - 45.000 = 15.000 Calcule as Unidades Equivalentes de Produção (UEP); As unidades equivalentes de produção são calculadas utilizando-se o seguinte raciocínio, a multiplicação dos produtos em elaboração pelo percentual do gasto consumido, acrescido da quantidade de produtos acabados. UEP = EPACAB +(EPEl X % gastos consumidos) Exemplificando, a quantidade em elaboração é de 15.000 unidades que, no caso da MP, deve ser multiplicado pelo percentual de consumo da MP que é de 70%; isso dá um resultado de 10.500 unidades que, somadas às 45.000 unidades de produtos acabados, totaliza uma unidade equivalente de produção de 55.500 unidades. UEP MP 45.000 + (15.000 x 70%) = 55.500 MOD 45.000 + (15.000 x 50%) = 52.500 CIF 45.000 + (15.000 x 40%) = 51.000 43 Calcule o Custo unitário O Custo unitário é calculado dividindo-se o gasto pela unidade equivalente de produção. Por exemplo, no caso da MP, o gasto de $540.000 deve ser dividido por 55.500 UEP, o que evidencia que o custo unitário com a MP é de $9,73. A soma dos custos unitários de cada gasto é o custo unitário equivalente de produção. Custos Unitários MP 540.000 / 55.500 UEP = 9,73 MOD 225.000 / 52.500 UEP = 4,29 CIF 470.000 / 51.000 UEP = 9,22 23,23 Custo unitário Equivalente=======> Calcule o valor dos Estoques de Produto Acabado (EPACAB) e o valor dos Estoques do Produto em Elaboração (EPEL). Para o cálculo do estoque de produtos acabados, basta multiplicar o custo unitário equivalente de produção pela quantidade total de produtos acabados. Estoque de Produtos Acabados (EPACAB ) EPACAB = 45.000 x 23,23 = 1.045.400,86 Para o cálculo do estoque de produtos em elaboração, basta multiplicar o custo unitário de cada gasto pelo percentual de consumo desse gasto (no caso da MP, por exemplo, $9,73 x 70% = $6,81), depois, multiplicamos o valor encontrado pela quantidade de produtos em elaboração ($6,81 x 15.000), encontrando o valor da MP nos produtos em elaboração ($102.162,16). O total dos estoques de produtos em elaboração é a soma dos custos de cada gasto. Estoque de Produtos em Elaboração (EPEL ) MP 15.000 x (9,73 x 70%) 102.162,16 MOD 15.000 x (4,29 x 50%) 32.142,86 CIF 15.000 x (9,22 x 40%) 55.294,12 189.599,14 Custo unitário Equivalente =======> O Valor do Estoque total deve ser igual ao valor do consumo de MP, MOD e CIF do mês ($1.235.000). Estoque Total EPACAB = 1.045.400,86 EPEL = 189.599,14 1.235.000,00 44 Contabilização 1 Transferência do custo da matéria prima consumida para a produção
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