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Carolina Braga Ética profissional 2018.2 ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – MARCUS SOUZA AVALIAÇÕES 1ª Avaliação: 19/10 2ª Avaliação: 07/12 BIBLIOGRAFIA Curso de Ética Geral e Profissional – Eduardo Bittar – Ed. Saraiva NOÇÕES GERAIS SOBRE ÉTICA De acordo com Eduardo Bittar, não podemos confundir “ética” com “moral”, apesar de no cotidiano empregarmos no mesmo sentido. Ao falarmos de ética, estamos nos referindo a valores, isto é, relaciona-se à concepção de vida boa. Para Bittar, esses valores são sempre individuais, ou seja, cada indivíduo (tem de ser livre/espontâneo/sem coação, autônomo e não pode agir com medo de uma sanção cogente do Estado ou da sociedade) faz valer os valores que entende ser coerentes. Logo, para Bittar, a ética é sempre diferente de pessoa para pessoa. O conteúdo da ética é decorrente do agir humano livre e humano. Por fim, uma ação só será ética se for livre, espontânea e sem medo de sanção externa. Por outro lado, segundo Eduardo Bittar, a moral não é individual, é sempre comunitária. A moral é o resultado da interação social dos indivíduos. O indivíduo, ao viver em sociedade, exerce a sua ética e, assim, surge a sua moral. É a prevalência de determinados valores que surgirão numa sociedade. Os parâmetros éticos individuais que predominam compõem a moral (não relaciona- se a uma quantidade numérica). Ética e moral não são coisas estanques. Há uma constante transformação das éticas pela moral e da moral pelas éticas. As éticas (de cada indivíduo) exercem sobre a moral uma força compositiva, pois a moral é composta pelas éticas individuais. Ao mesmo tempo, a moral exerce uma força repressiva sobre as éticas individuais. OBS.: A moral é um mecanismo de controle social, assim como a religião e o direito. A normatividade moral reprime o indivíduo que assume uma ética desviante (uma ética que se afasta da moral). OBS.: Direito e moral são espécies de normatividade, mas nem sempre coincidem. Um exemplo a ser citado sobre um ato ilícito e moral é o de vender bebida para menores de 18 anos. A normatividade da moral diferencia-se da normatividade do direito nos seguintes aspectos: Carolina Braga Ética profissional 2018.2 NORMATIVIDADE DA MORAL NORMATIVIDADE DO DIREITO Surge de forma espontânea É institucionalizada A sanção é difusa (pode ser aplicada por qualquer pessoa, não está prevista/positivada e não tem um padrão em sua aplicação A sanção é normativa (é organizada, prevista/positivada e aplicada pelo Estado) Autônoma (a moral decorre das éticas individuais) Heterônoma (surge de um grupo de pessoas que compõe o Estado) CORRELAÇÃO ENTRE ÉTICA MORAL, DIREITO E DEMOCRACIA. A relação entre moral e direito é muito cultural. Também incluída a religião, por exemplo, Estados Unidos e Brasil. A natureza da relação entre direito e moral, além da questão cultural, precisa ser analisada. Dois alemães, Jurgen Habermas e Klars Gunther, perceberam que o problema da filosofia do direito possuía um problema de aplicação e criação do direito. No momento de criação do direito, estaríamos diante do discurso de justificação normativa. Esse estava intrinsecamente ligado à criação legítima das normas jurídicas. Para essa criação legítima justificada, nas culturas ocidentais, precisamos das formalidades democráticas, que daria, legitimidade ao direito criado. Elas dependiam, naturalmente, de um nível de participação política. Naquela época, era impossível. Hoje, temos uma participação digital. A tecnologia coloca em cheque a possibilidade. Foram estabelecidas condições ideias de discurso, pois não deveríamos colocar as pessoas em uma sala, sem uma regulamentação específica. Dentre elas, exigem que a fala do discurso político seja escutada é considerada por todos os representantes. Após essa fala é a consideração, é mister que haja um momento de deliberação – onde serão discutidos os temas éticos e moral. Ao final vai haver uma decisão, onde vai-se levar em conta a decisão da maioria. A decisão engloba, também a sanção. Ao final, teremos a publicidade da decisão. Os alemães tentam demonstrar como a transição de um discurso axiológico – de valores, moral de ética e moral, em direito. Eles tentam demonstrar como o direito possui um conteúdo resultado da justificação normativa. Que nas ocidentais, funciona com o modelo de deliberação das condições ideais de discurso. No discursos de justificação normativa, argumentos de natureza variada, eles são possíveis de serem debatidos. Até mesmo os argumentos religiosos, não obstante o estado ser laico. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 O discurso de aplicação do direito se mostra diferente. Este não é um discurso em que se possa apresentar argumentos de natureza ética. As preferências daquilo que é melhor ou pior não podem ser alegadas. Para os alemães, apenas argumentos jurídicos são admissíveis. As formalidades democráticas da justificação normativa seriam substituídas por técnica jurídica. Habermans e Gunther discordavam sobre o princípio da proporcionalidade e da ponderação. Eles faziam algumas ressalvas. Primeiro, é mister relembrar: que temos . Adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito são típicos juízos que deveriam acontecer no discurso de justificação. Sua natureza é legislativa, não jurisdicional. É um juízo que discute preferencias – melhor restringir X do que Y. E decisões sobre aquilo que é preferível são típicas decisões políticas, que devem ser tomadas por políticos e não por juízos. Portanto, os alemães se discutem or que o juiz seria legítimo, bem como o judiciário seria o local para isso, e a questão da expansão – eles acusam o princípio da proporcionalidade de Eticizar o discurso de aplicação, permitindo que discurso claramente político, sobre aquilo que é melhor deva ser aplicado. Travestindo de jurisdicidade aquilo que é político. Alegam que o juiz, por não ser eleito, somente podem ter a função interpretativa e não criar normas/regras, que é o papel do legislativo. AULA 14/09 Um debate que se coloca entre aqueles que discutem ética a partir do século XX é a possibilidade de distinguir as teorias da ética individualista e teorias da ética do consenso. Vimos semana passada que num sentido mais técnico, conduta ética atende a um determinado padrão do indivíduo, um indivíduo que escolhe valores a partir dos quais ele vai se portar e ter uma concepção de vida boa. E de alguma maneira podemos dizer que já que não existe um padrão material de valores. Muitas críticas foram feitas ao modelo de ética como algo desprovido de padrão material porque ela seria um cheque em branco, preenchido da maneira que cada um quisesse. A partir do século XX, muitos filósofos passaram a se questionar sobre, por exemplo, se a conduta dos nazistas poderia ser ética. A partir de reflexões dos filósofos a partir do século XX, procurou produzir um segundo modelo do que seria ética, modelo esse conhecido como ética do consenso. Alerta: não confundir ideia de ética do consenso com moralidade. Moral é a ética que prevalece dentro de uma comunidade. Ética do consenso é uma ideia que continua atrelada ao indivíduo, a ética continua sendo um atributo da autonomia valorativa do indivíduo, mas não seria mais possível defender a ética como um cheque em branco, haveriam alguns valores mínimos Carolina Braga Ética profissional 2018.2 decorrentes da evolução do trato social do homem, da sua vivencia em comunidade, da própria história do homem, sobretudo o homem ocidental. Valores mínimos e negociáveis: respeito a autonomia do outro, a condição do outro, a nãoviolência. Os indivíduos continuam podendo preencher valorativamente as suas vidas da forma como bem entenderem, só age eticamente quem age com liberdade e autonomia. Mas aqueles indivíduos que regem suas vidas ferindo valores mínimos, por exemplo, o indivíduo que defende uma ética da violência, entendendo que ele tem que prevalecer sobre os demais, podendo usar a sua força, essa conduta, pela teoria da ética do consenso, é uma ideia antiética, em abstrato. Ex: uma situação envolvendo o aborto. Uma jovem menina de 17, 18 anos, engravidou por acidente. Diante disso, surge um dilema: ela tinha que decidir se iria manter a gravidez ou se iria cogitar interromper a gravidez, ainda que isso seja ilegal no direito brasileiro. Só que ela, paralisada diante desse dilema ético, tendo que enfrentar uma decisão difícil como essa, e enfrentar uma ética sua – ela é muito religiosa e sua religião condena o aborto de forma veemente. Fragilizada emocionalmente por aquele momento, ela desabafa com a sua amiga. Essa amiga, intencionalmente ou não, começa a interferir na autonomia ética da menina: dá “conselhos”, mas pressiona fortemente a menina que está grávida, faz um discurso moralizador, coloca pressão, e acaba convencendo a menina a manter ou não a gravidez. O fato aí é que não se respeitou o espaço de autonomia ética daquela pessoa. Ao agir dessa forma, se está violando a ética do consenso. De forma análoga, todo tipo de coação física ou moral se enquadra como proibida dentro de uma ética do consenso. Ética do consenso: colocar limites objetivos para os conteúdos das éticas individuais das pessoas e respeito a autonomia do indivíduo, a não violência. ÉTICA PROFISSIONAL Não vamos entrar na ética profissional do advogado, vamos falar da ética profissional de um modo geral. Naturalmente, quando falamos da ética profissional, não estamos falando da ética em sentido estrito, já que estamos nos referindo a um conjunto de regras obrigatórias, predefinidas, gerais e abstratas, vinculando os profissionais de determinada categoria e estabelecendo sanções para o seu descumprimento. Estamos falando sobre direito e não sobre ética. A codificação da conduta profissional é algo mais ou menos recente na nossa conduta ocidental. A ideia de juridicizar a ética, a ideia de criar corpos jurídicos repletas de normas profissionais para vincular os profissionais é uma ideia recente e é muito positiva. Ex: eu não conheço o médico, mas eu não preciso confiar pessoalmente naquele médico, mas em sua conduta. Além disso, Carolina Braga Ética profissional 2018.2 como vantagem, há uma padronização da profissão, o que contribui para uma maior segurança jurídica, para que as pessoas possam ter uma maior expectativa a respeito das condutas dos profissionais. Por outro lado, quando falamos sobre codificação ou juridicização da ética profissional, podemos pensar em alguns aspectos não tão positivos. Bittar menciona a ideia de que os profissionais deixam de agir eticamente no mundo do trabalho, ou seja, aquele advogado, aquele medico, não vão agir da forma que eles acreditam ser correta, que ele entenda adequada na sua intimidade. Ele vai agir pura e simplesmente em obediência as normas jurídicas. Ele passa a ser um robô que age segundo a lei e em limite da lei, ainda que ele eticamente acredite que aquela conduta seja inadequada, sob pena de incorrer em certas sanções. O MUNDO DA ADVOCACIA E DOS ADVOGADOS A advocacia é uma profissão milenar. Ad – junto; vocatus – vem do verbo vocare, chamar, falar, vocatus é o réu, aquele que foi chamado pela justiça. O advogado, no ocidente, tem duas funções: promover o acesso a justiça (acessar a justiça demanda conhecimentos técnicos, a tecnologia jurídica, conceitos jurídicos técnicos, teorias jurídicas, vocabulário jurídico como sendo um vocabulário separado da linguagem utilizada no dia a dia). O advogado é o conhecedor da técnica jurídica e então ele é o intermediário, para abrir a porta da justiça para o cidadão. Por outro lado, o advogado é também um tradutor do direito, seja o direito legislado ou o direito da doutrina, e basicamente o direito da doutrina é impenetrável ao cidadão, o cidadão não consegue compreender. O Código de Ética no Brasil expressamente proíbe que o advogado se comporte como um empresário, porque a advocacia é vista como uma profissão pública – munus público , ele é uma ferramenta para que o cliente acesse a justiça, funcionando como porteiro da justiça. O advogado é visto como um agente público que presta serviços privadamente. É em razão da ideia de que o advogado presta um serviço público que existem limites comerciais da advocacia. Ex: quem aqui já viu um outdoor de um escritório de advocacia? Um anúncio de revista, escritório distribuindo panfleto na rua? AULA 15/09 ÉTICA PROFISSIONAL – REGULAMENTOS São três os diplomas legais: REGULAMENTO GERAL (DO ESTATUTO) – LEI 8.906 ESTATUTO – Lei Federal. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 Autoriza em seu artigo 54 e 78 da OAB a criar o código de ética (artigo 33 da lei 8.906). É como se fosse um decreto regulamentador. O estatuto concedeu a OAB para realizar o código de ética. É o que dispõe o artigo 54 e 78 do estatuto. CODIGO DE ÉTICA O código de ética tem seu conteúdo prescrito pela própria lei. Não houve margem ao legislador para deixar ao arbítrio da ordem para enxertar seu conteúdo. Os temas foram previamente estabelecidos, como por exemplo: o dever de assistência jurídica, humanidade e os procedimentos. PROVIMENTO DO CONSELHO FEDERAL Conteúdo livre, desde que relativa ao exercício da advocacia. Supre lacunas não estabelecidas nos demais diplomas. NATUREZA JURÍDICA DA OAB Ler ADIN n° 1127-8 DF: Nesta foi discutida a natureza da ordem, se era Privada ou Pública. Órgão público X Órgão Privado Tributo X obrigações cíveis Estatutários X C LT Licitação X Compra livre Ao julgar a ADIN o STF decidiu que a OAB é uma instituição com natureza jurídica sui generis. Ela não se enquadraria em nenhuma das categorias a sua disposição para categorização. A ordem difere dos demais conselhos, como o CRM que recolhe tributos e, estes, são cobrados em execução fiscal. A contribuição exigida pela ordem, por exemplo, não possui título fiscal. O artigo 133 da constituição diz que o advogado é essencial ao exercício da justiça. O advogado é colocado não como integrante, mas como essencial ao funcionamento e exercício da justiça. O artigo 103 que trata da propositura da ADIN, estabelece a OAB como legitimado. Inclusive, sem restrições ou pertinência temática. Isso reforça dupla natureza da OAB: pro societati e (...). O artigo 93 trata do ingresso dos magistrados na carreira. O inciso I fala sobre as provas de títulos, onde estabelece que a ordem irá fiscalizar os concursos públicos. Isso se assemelha a fiscalização entre os três poderes (legislativa, judiciário e executivo). É um reconhecimento, do poder constituinte, da função pro societati da ordem. A OAB está organizada federativamente. Existe o conselho federal da OAB. E seus conselhos seccionais da ordem. Nessa divisão, não há representação municipal da OAB. Logo, a subseção da OAB não possui legitimidade para a representação. De fato, as subseções estão localizadas Carolina Braga Ética profissional 2018.2 geograficamente a nível municipal. Não possuem autonomia, possuem apenas autonomia administrativa para contas internas.Mas política, não possuem. As subseções, apenas, integram a seções estaduais. Para conveniência da realização e desburocratizarão administrativa, os conselhos secionais podem criar subseções. Mas não se rara de representação a nível municipal da ordem. É o caso do advogado de Barreiras precisar ir até salvador, para emitir nova guia. O conselho federal representa, os conselhos seccionais. E estes, representam os advogados. O conselho federal possui número fixo de membros, e estes possuem nomenclatura de delegados. Com número de 3 delegados por conselho seccional. Além disso, o conselho federal possui membros especiais, quais sejam: presidente Presidente: não é membro regular, não apontado pelos conselhos seccionais, ou seja, pelos delegados. Ele possui voto minerva, apenas. É o que se chamam de voto de qualidade, ou seja, só vota para desempatar. Ex-presidentes: Podem participar do conselho federal. Assim que acabam os repectivos mandatos, possuem direito vitalício, mas sem direito de voto. O presidente do IAB, SÓ ENQUANTO for presidente, é membro do conselho federal sem voto. Agraciados com medalha Ruy Barbosa – condecoração concedida a ordem pelos advogados com relevância, são membros vitalícios, sem direito a voto. _____________________________________________________________________________ Presidentes do conselho Seccional – não é que sejam membros, mas possuem lugar reservado junto à sua secional, mas sem ser membro especial. Possui direito a fala, mas sem voto. Artigo 51 e seguintes. Os membros dos conselhos seccionais são chamados de conselheiros. A quantidade de conselheiros por estado é proporcional à quantidade de advogados no estado. Inclusive, a lei estabelece a formula para calcular a quantidade de conselheiros que o seccional irá ter. O número mínimo será 24. Se tiver até 3 mil inscritos, ficam 24 conselheiros. A cada 3 mil advogados acrescentados, mais um conselheiro. Respeitando o limite de 60 conselheiros. DIFERENÇA CONSELHO FEDERAL X ESTADUAL Conselho federal: função política, atuação macroscópica. Sempre atua perante o congresso, para aprovar lei para advocacia, ou reclamações frente ao CNJ. O que ele faz não afeta muito o dia a dia do advogado. Conselho estadual ou seccional: atua no dia a dia do advogado, ele quem aprova o advogado, cuida das punições/sanções, inscrições da ordem para advogados ingressantes. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 Nos conselhos seccionais possui um órgão que possui autonomia jurídica própria, mas sem estar a ele vinculado. São as caixas de assistência aos advogados, mencionadas no artigo 62 do estatuto. É o que conhecemos por CAAB. A receita para custear as vans, por exemplo, vem dos repasses obrigatórios de receita. O conselho federal, por exemplo, deve transferir 20% da receita bruta para as caixas de assistência. Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. § 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral. § 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. § 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por seus inscritos, destinada à manutenção do disposto no parágrafo anterior, incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da advocacia. § 4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimento interno. § 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. § 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. § 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção. AULA 28/09 ELEIÇÕES PARA CONSELHO SECCIONAL A base normativa do conselho até no estatuto nos arts. 63 a 67 e nos arts. 128 a 137 do regimento geral. São organizadas em regime de chapa. Todas as posições que precisam ser preenchidas têm Carolina Braga Ética profissional 2018.2 de ser apresentadas através das chapas. Os votos são por chapa e não por pessoa. O mandato é de três anos. O voto é obrigatório sob pena de multa de 20% em cima da anuidade. Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos. § 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e procedimentos estabelecidos no regulamento geral, é de comparecimento obrigatório para todos os advogados inscritos na OAB. § 2º O candidato deve comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos. Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos. § 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao conselho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. § 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à diretoria, e de seu conselho quando houver. Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal. Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, quando: I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de licenciamento do profissional; II - o titular sofrer condenação disciplinar; III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser reconduzido no mesmo período de mandato. Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente. Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no dia 1º de fevereiro, obedecerá às seguintes regras: I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, desde seis meses até um mês antes da eleição; Carolina Braga Ética profissional 2018.2 II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no mínimo, seis Conselhos Seccionais; III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva; IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará posse no dia seguinte; (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005) V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros. (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005) Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, osdemais integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos. Para se candidatar, alguns requisitos têm de ser atendidos, quais sejam: tem de estar com a anuidade paga, não pode ter sido condenado disciplinarmente, tem de ter exercido, no mínimo, 5 anos de advocacia. Em caso de uma recandidatura, as contas precisam ter sido prestadas. REQUISITOS DE INSCRIÇÃO COMO ADVOGADO Os requisitos de inscrição dos advogados estão disciplinados no art. 8º do estatuto: diploma de bacharel em direito, título de eleitor, comprovante de aprovação na OAB, quitação com o serviço militar (no caso dos homens), exercício de atividade compatível com a advocacia. Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário: I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI - idoneidade moral; VII - prestar compromisso perante o conselho. § 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 § 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo. § 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. § 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. O advogado, ao se inscrever, já escolhe a secção. A inscrição principal deve ser feita no domicílio profissional. O advogado não está impedido de atuar em outras secções, mas a lei dispõe que o advogado pode atuar em até 5 causas por estado (a consultoria é ilimitada, bem como o acompanhamento em processo na secção principal). Se houver mais de 5 causas por estado, deverá haver uma inscrição suplementar e, assim, haverá pagamento de uma quantia. Pode ser objeto de interdição. Existe basicamente dois tipos de interdição: o cancelamento e o licenciamento. O cancelamento tem fundamento no art. 11. É definitivo, isto é, uma vez cancelada, não terá sua inscrição reativada. Poderá ter outro número (deverá passar por um processo de reabilitação, que é subjetivo), mas o cancelado assim estará para sempre. Poderá ser ex officio ou a pedido. O licenciamento tem fundamento no art. 12. Poderá ser feito apenas por pedido. OBS.: A atividade incompatível com a advocacia está regulada no art. 28 do estatuto. É aquela que, em razão do conflito de interesses que podem produzir a partir da prática daquela atividade simultaneamente ao exercício da advocacia, o advogado está completamente proibido de advogar (inclusive em causa própria). As situações são as seguintes: chefe de poder (diz respeito à mesa diretora do poder legislativo. Não se confunde com membro do poder legislativo, podendo este advogar, mas estando impedido de advogar contra o Estado, por exemplo. Por exemplo: presidente da república, governador do estado); exercício do poder judiciário (por exemplo: membro do MP, membro do tribunal de contas); ocupantes de cargos de direção do poder executivo (por exemplo: ministro de Estado, presidente de empresa pública federal); exercício de atividade notorial (por exemplo: quem trabalha em cartório); aquele que está direta Carolina Braga Ética profissional 2018.2 ou indiretamente relacionado à atividade policial (é amplo, envolvendo inclusive a polícia judiciária e médico legista); aquele que trabalha em órgão tributário (por exemplo: quem trabalha na SEFAZ); militares na ativa; gerente de banco. Essas incompatibilidades podem ser permanentes ou temporárias (se for temporária, a consequência jurídica é o licenciamento, se for permanente, será o cancelamento). OBS.: Existe outro tipo de interdição chamada de impedimento. O impedimento está designado no art. 30. Consiste em uma proibição parcial em advogar. Não tem a sua inscrição cancelada e nem tem sua inscrição licenciada. Decorre do fato de, simultaneamente à advocacia, ter vínculo com o poder público (servidor público ou membro de poder legislativo). Por isso, não poderá advogar contra o Estado, por exemplo. A exceção diz respeito aos professores de direito das universidades públicas que podem advogar. AULA 29/09 CONFLITO DE INTERESSES O código de ética é extremamente sucinto quanto a temática. Basicamente, temos os artigos 19 e 20. Artigo 19 diz que o advogado integrante de mesma sociedade não pode representar clientes com interesses contrapostos em juízo. Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos. O artigo 20 estabelece que, sobrevindo um conflito, deverá o Adv. optar por um dos mandatos. Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Obs.: Se o conflito for posterior – ex. Divórcio consensual, o advogado deverá optar por um dos mandatos, revogando o mandato no outro caso. No mesmo sentido, nos litígios societários. Omissões: O código de ética sequer tratou da temática entre conflito de interesse entre advogado e cliente. É o caso em que o advogado tenha firmado contrato de honorários advocatícios com Carolina Braga Ética profissional 2018.2 remuneração quota lítis – remuneração ao invés de ser dado em valor fixo predeterminado, a cláusula estabelece que na hipótese de lucro, deverá ter uma porcentagem ao advogado. É uma quota a quem se beneficia do resultado. Quotas litis não se confundem com honorários de sucumbência. A primeira tem natureza contratual, sendo, portanto, cumuláveis com o segundo. Esta cláusula cria um interesse do advogado no resultado da causa. São muito utilizadas no direito do trabalho. No processo específico – caso concreto, não se pode ter partes com interesses contrapostos. João X Maria com representantes do mesmo escritório. A redação da lei, no artigo 19, dá esse entendimento. Entretanto, seria possível, uma mesma sociedade representar interesses contrapostos em processos diferentes? Imagine que o Adv. Daniel advoga pra Cassi. E nos processos em que ele advoga para essa empresa, ele defende a tese de que o CDC não é aplicado a reclamada, pois que a Cassi é plano de autogestão e, sendo assim, não estariam submetidos a essa legislação. Em outro processo, ele defende uma pessoa física, chamado Mário. Neste, ele defende a tese de que os planos de autogestão estão sujeitos ao CDC. Isso cria uma situação embaraçosa para o reclamante, reclamado e para o próprio advogado, pois que fica evidente que ele afirma o que é mais conveniente para o seu interesse. Nos EUA, haveria um nítido conflito de interesse. Sob esta legislação ou o advogado deveria defender uma das teses, nunca ambas. Sob pena de incidir em conflito de interesses. O código de ética de SP diz que um advogado não pode representar a sociedade e o sócio da mesma, ainda que seja em processos diferentes. Ex.: Um Advogado foi eleito como síndicodo condomínio. Por sua espontânea vontade, ele se contatou como advogado de todas as causas do condomínio, incluindo cláusula quota litis de 15%. Ele foi denunciado a Ordem, que culminou em conflito de interesses. INFRAÇÕES DISCIPLINARES E SUAS SANÇÕES O estatuto é a principal fonte que rege este assunto. O artigo 34 e seus incisos indicam infrações a serem cometidas pelos advogados. Estes incisos não são números cláusulos, apenas exemplificativas. O entendimento da doutrina é de que toda e qualquer norma que estabeleça dever ao advogado, cabe a aplicação de sanção. Uma das principais características da análise disciplinar do advogado é que toda infração possui uma objetividade (previa indicação do ato com a sanção) com a aplicação da sanção. Isso permite que haja uma segurança jurídica. O mesmo não ocorre com os magistrados que acaba trazendo uma discricionariedade e subjetivismo. O artigo 34 concentra as principais infrações disciplinares que os advogados podem cometer. Os artigos seguintes estabelecem as eventuais sanções, quais sejam: advertência, censura, suspensão. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 Art. 35. As sanções disciplinares consistem em: I - censura; II - suspensão; III - exclusão; IV - multa. Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura. Duas delas só podem ser aplicadas se foram observadas circunstância atenuantes e agravantes. Não são aplicadas individualmente, quando não houverem estas circunstâncias – advertência e multa. A advertência só é aplicada quando haveria uma hipótese de censura, mas com a presença de atenuante ou agravante, há substituição pela advertência. A Multa é cabível, nos casos em se aplicaria censura ou suspensão, mas há atenuante ou agravante. A multa possui uma nuance, no sentido que não será aplicada sozinha, podendo ser cumulada com suspensão e censura. Ela varia de 1 (uma) até 10 (dez) anuidades. Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes. Com relação a exclusão, temos a disposição contida no artigo 38, segundo o qual estabelece: Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de: I - aplicação, por três vezes, de suspensão; II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. As hipóteses do artigo 34 mais importantes, são: I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; Impedimento como uma proibição parcial, se o advogado o faz, comete infração. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; Manter a sociedade profissional fora dos preceitos. Essa é uma infração que é cometida pelos sócios da sociedade. A PJ não comete infração disciplinar. Sociedade que faz publicidade irregular, sociedade em que frequentemente com alvará inferior a tabela com a intenção de captação de mais clientes. III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; Os incisos III e IV trazem atividades de capitalização de clientela, com relação a fator comercial. A OAB não quer que haja um captador de clientela, que isso seria um tipo de advocacia que explora o serviço como uma atividade comercial e não como algo nobre, como função pública exercida pelo advogado. A infração do inciso IV é um tanto quanto inadequada. Por que diz que o advogado não pode angariar causas com ou sem intervenção de terceiro. Isso é uma fantasia, por que o sujeito que se forma, não tem mais como arranjar uma sala e chegar para trabalhar esperando que o telefone toque e haja um novo cliente. Não há como. Óbvio que o advogado tem que ter um modo de angariar cliente, desde que não seja tido como agenciador de causas. Marcus sugere que esse inciso deveria ser revisado. Acredita que o que seja tido como infração é a prática do advogado que vai para porta da cadeia angariar causas ou para o INSS. V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; Assinar petição pelo qual não tenha colaborado. É o caso dos concurseiros que não tenham participado, mas assina como se coresponsável pela elaboração fosse, cometendo, assim, infração disciplinar. VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior; Advogar contra disposição legal de lei. A própria regra legislativa flexibiliza muito as hipóteses. Pode advogar contra lei quando está lei é considerada inconstitucional. VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; Carolina Braga Ética profissional 2018.2 Este inciso possui uma lacuna, pois não há uma definição do que seria justa causa. Por exemplo, nos casos em que o advogado perceber que o cliente possui interesse em matar a juíza, por exemplo, com perguntas ao dia que a mesma atende, onda a juíza mora ou ouvindo conversa em que há destinação de sujeito para executar o crime. O CONSELHO FEDERAL DA OAB já possui entendimento segundo o qual, havendo risco de vida de alguém a quebra de sigilo é escusável. VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem o consentimento do cliente, ou com autorização da representação judicial da outra parte. Em uma causa entre Marcus e Daniela, o advogado de Marcus não pode estabelecer contato/negócio com Daniela, a não ser que o cliente autorize esse contato e, simultaneamente, que o advogado de Daniela tinha ciência dessa comutação para que eventualmente queira se fazer presente para assegurar que Daniela não vai ser levada a erro. Essa infração ocorre muito no dia a dia. XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; Abandonar a causa sem que haja justa causa ou sem respeitar o interstício de 10 (dez) dias. Quando o advogado não quer mais advogar para o cliente ele pode renunciar o mandato, a lei exige que na renúncia do mandato, o advogado continue a atuar no processo por mais de dez dias, contados da data em que o cliente recebeu a notificação. Essa infração apresenta duas condutas. Abandonar a causa sem respeitar os dez dias é questão de renúncia, ainda que notificado. O abandono de justa causa pode ser escusado quando o advogado é acometido com grave doença. XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; Recusar-se de prestar assistência jurídica. O advogado tem o dever de prestar assistência jurídica. É o dever de contribuir com a sociedade. Nos locais em que a defensoria não pode se fazer presente eventualmente ou regularmente, os advogados devem atuar para aqueles que dependeriam da atuação da defensoria, suprindo a lacuna do órgão. Em salvador, como há defensoria, dificilmente ocorre. Diametralmente oposto, no interior isso é regular. Em audiência de custódia onde o carro do defensor quebra, o juiz abre a porta e chama o primeiro advogado para atuar em causa. É importanteressaltar que o advogado nomeado não pode se recusar, salvo se houver justo motivo. É o caso de ter compromisso da OAB ou ter audiência no mesmo horário, ou ainda, questão de saúde. Compromissos não oficiais ou não justificados não justificam o cometimento dessa infração. Carolina Braga Ética profissional 2018.2 XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; Deturpar dispositivo de lei, citação doutrinada ou julgado, inventar citação, bem como depoimento de parte contrária. Isso é totalmente má-fé. XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; Fazer em enorme de seu cliente, imputação de fato definido como crime. Muitas vezes a linha de defesa utilizada é imputando a responsabilidade/culpa a outra parte. Ex. Dizer que o cliente não fez, mas a outra parte é o real responsável. Para imputar muitos advogados colocam na procuração poderes para imputar a terceiro crime definido como crime. O entendimento atual é de que o cliente deve indicar o nome na procuração, não bastando a autorização geral na procuração. Tem que constar a quem será imputado a conduta a ser cumprida para que o advogado não seja prejudicado por isso. DICA: Até esse inciso, todas as punições seriam aplicáveis com censura. O artigo 36, I do estatuto diz que os incisos I a VI do artigo 34 são assim puníveis. XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; Carolina Braga Ética profissional 2018.2 XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; Do XVII ao XXV são puníveis com suspensão. DICA: Tudo que envolve dinheiro é punível com suspensão. XVII – solicitar dinheiro. Além dos casos em que há dinheiro, podem ser aplicadas outras sanções.
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