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CADERNO DIGITADO I ÉTICA I 2018 2

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Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL – MARCUS SOUZA 
 
AVALIAÇÕES 
1ª Avaliação: 19/10 
2ª Avaliação: 07/12 
BIBLIOGRAFIA 
Curso de Ética Geral e Profissional – Eduardo Bittar – Ed. Saraiva 
 
NOÇÕES GERAIS SOBRE ÉTICA 
De acordo com Eduardo Bittar, não podemos confundir “ética” com “moral”, apesar de no 
cotidiano empregarmos no mesmo sentido. Ao falarmos de ética, estamos nos referindo a 
valores, isto é, relaciona-se à concepção de vida boa. Para Bittar, esses valores são sempre 
individuais, ou seja, cada indivíduo (tem de ser livre/espontâneo/sem coação, autônomo e não 
pode agir com medo de uma sanção cogente do Estado ou da sociedade) faz valer os valores que 
entende ser coerentes. Logo, para Bittar, a ética é sempre diferente de pessoa para pessoa. O 
conteúdo da ética é decorrente do agir humano livre e humano. Por fim, uma ação só será ética 
se for livre, espontânea e sem medo de sanção externa. 
Por outro lado, segundo Eduardo Bittar, a moral não é individual, é sempre comunitária. A moral 
é o resultado da interação social dos indivíduos. O indivíduo, ao viver em sociedade, exerce a sua 
ética e, assim, surge a sua moral. É a prevalência de determinados valores que surgirão numa 
sociedade. Os parâmetros éticos individuais que predominam compõem a moral (não relaciona-
se a uma quantidade numérica). 
Ética e moral não são coisas estanques. Há uma constante transformação das éticas pela moral e 
da moral pelas éticas. As éticas (de cada indivíduo) exercem sobre a moral uma força compositiva, 
pois a moral é composta pelas éticas individuais. Ao mesmo tempo, a moral exerce uma força 
repressiva sobre as éticas individuais. 
OBS.: A moral é um mecanismo de controle social, assim como a religião e o direito. A 
normatividade moral reprime o indivíduo que assume uma ética desviante (uma ética que se 
afasta da moral). 
OBS.: Direito e moral são espécies de normatividade, mas nem sempre coincidem. Um exemplo 
a ser citado sobre um ato ilícito e moral é o de vender bebida para menores de 18 anos. 
 
A normatividade da moral diferencia-se da normatividade do direito nos seguintes aspectos: 
 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
NORMATIVIDADE DA MORAL NORMATIVIDADE DO DIREITO 
Surge de forma espontânea É institucionalizada 
A sanção é difusa (pode ser aplicada 
por qualquer pessoa, não está 
prevista/positivada e não tem um 
padrão em sua aplicação 
A sanção é normativa (é 
organizada, prevista/positivada e 
aplicada pelo Estado) 
Autônoma (a moral decorre das 
éticas individuais) 
Heterônoma (surge de um grupo 
de pessoas que compõe o 
Estado) 
 
 
CORRELAÇÃO ENTRE ÉTICA MORAL, DIREITO E DEMOCRACIA. 
A relação entre moral e direito é muito cultural. Também incluída a religião, por exemplo, Estados 
Unidos e Brasil. A natureza da relação entre direito e moral, além da questão cultural, precisa ser 
analisada. Dois alemães, Jurgen Habermas e Klars Gunther, perceberam que o problema da 
filosofia do direito possuía um problema de aplicação e criação do direito. No momento de 
criação do direito, estaríamos diante do discurso de justificação normativa. Esse estava 
intrinsecamente ligado à criação legítima das normas jurídicas. Para essa criação legítima 
justificada, nas culturas ocidentais, precisamos das formalidades democráticas, que daria, 
legitimidade ao direito criado. Elas dependiam, naturalmente, de um nível de participação 
política. Naquela época, era impossível. Hoje, temos uma participação digital. A tecnologia coloca 
em cheque a possibilidade. 
Foram estabelecidas condições ideias de discurso, pois não deveríamos colocar as pessoas em 
uma sala, sem uma regulamentação específica. Dentre elas, exigem que a fala do discurso político 
seja escutada é considerada por todos os representantes. Após essa fala é a consideração, é 
mister que haja um momento de deliberação – onde serão discutidos os temas éticos e moral. 
Ao final vai haver uma decisão, onde vai-se levar em conta a decisão da maioria. A decisão 
engloba, também a sanção. Ao final, teremos a publicidade da decisão. Os alemães tentam 
demonstrar como a transição de um discurso axiológico – de valores, moral de ética e moral, em 
direito. Eles tentam demonstrar como o direito possui um conteúdo resultado da justificação 
normativa. Que nas ocidentais, funciona com o modelo de deliberação das condições ideais de 
discurso. 
No discursos de justificação normativa, argumentos de natureza variada, eles são possíveis de 
serem debatidos. Até mesmo os argumentos religiosos, não obstante o estado ser laico. 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
O discurso de aplicação do direito se mostra diferente. Este não é um discurso em que se possa 
apresentar argumentos de natureza ética. As preferências daquilo que é melhor ou pior não 
podem ser alegadas. Para os alemães, apenas argumentos jurídicos são admissíveis. As 
formalidades democráticas da justificação normativa seriam substituídas por técnica jurídica. 
Habermans e Gunther discordavam sobre o princípio da proporcionalidade e da ponderação. Eles 
faziam algumas ressalvas. 
Primeiro, é mister relembrar: que temos . 
Adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito são típicos juízos que deveriam 
acontecer no discurso de justificação. Sua natureza é legislativa, não jurisdicional. É um juízo que 
discute preferencias – melhor restringir X do que Y. E decisões sobre aquilo que é preferível são 
típicas decisões políticas, que devem ser tomadas por políticos e não por juízos. Portanto, os 
alemães se discutem or que o juiz seria legítimo, bem como o judiciário seria o local para isso, e 
a questão da expansão – eles acusam o princípio da proporcionalidade de Eticizar o discurso de 
aplicação, permitindo que discurso claramente político, sobre aquilo que é melhor deva ser 
aplicado. Travestindo de jurisdicidade aquilo que é político. 
Alegam que o juiz, por não ser eleito, somente podem ter a função interpretativa e não criar 
normas/regras, que é o papel do legislativo. 
 
AULA 14/09 
 
Um debate que se coloca entre aqueles que discutem ética a partir do século XX é a possibilidade 
de distinguir as teorias da ética individualista e teorias da ética do consenso. 
Vimos semana passada que num sentido mais técnico, conduta ética atende a um determinado 
padrão do indivíduo, um indivíduo que escolhe valores a partir dos quais ele vai se portar e ter 
uma concepção de vida boa. E de alguma maneira podemos dizer que já que não existe um 
padrão material de valores. 
Muitas críticas foram feitas ao modelo de ética como algo desprovido de padrão material porque 
ela seria um cheque em branco, preenchido da maneira que cada um quisesse. 
A partir do século XX, muitos filósofos passaram a se questionar sobre, por exemplo, se a conduta 
dos nazistas poderia ser ética. A partir de reflexões dos filósofos a partir do século XX, procurou 
produzir um segundo modelo do que seria ética, modelo esse conhecido como ética do consenso. 
Alerta: não confundir ideia de ética do consenso com moralidade. Moral é a ética que prevalece 
dentro de uma comunidade. Ética do consenso é uma ideia que continua atrelada ao indivíduo, a 
ética continua sendo um atributo da autonomia valorativa do indivíduo, mas não seria mais 
possível defender a ética como um cheque em branco, haveriam alguns valores mínimos 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
decorrentes da evolução do trato social do homem, da sua vivencia em comunidade, da própria 
história do homem, sobretudo o homem ocidental. Valores mínimos e negociáveis: respeito a 
autonomia do outro, a condição do outro, a nãoviolência. 
Os indivíduos continuam podendo preencher valorativamente as suas vidas da forma como bem 
entenderem, só age eticamente quem age com liberdade e autonomia. Mas aqueles indivíduos 
que regem suas vidas ferindo valores mínimos, por exemplo, o indivíduo que defende uma ética 
da violência, entendendo que ele tem que prevalecer sobre os demais, podendo usar a sua força, 
essa conduta, pela teoria da ética do consenso, é uma ideia antiética, em abstrato. 
Ex: uma situação envolvendo o aborto. Uma jovem menina de 17, 18 anos, engravidou por 
acidente. Diante disso, surge um dilema: ela tinha que decidir se iria manter a gravidez ou se iria 
cogitar interromper a gravidez, ainda que isso seja ilegal no direito brasileiro. Só que ela, 
paralisada diante desse dilema ético, tendo que enfrentar uma decisão difícil como essa, e 
enfrentar uma ética sua – ela é muito religiosa e sua religião condena o aborto de forma 
veemente. Fragilizada emocionalmente por aquele momento, ela desabafa com a sua amiga. Essa 
amiga, intencionalmente ou não, começa a interferir na autonomia ética da menina: dá 
“conselhos”, mas pressiona fortemente a menina que está grávida, faz um discurso moralizador, 
coloca pressão, e acaba convencendo a menina a manter ou não a gravidez. O fato aí é que não 
se respeitou o espaço de autonomia ética daquela pessoa. Ao agir dessa forma, se está violando 
a ética do consenso. 
De forma análoga, todo tipo de coação física ou moral se enquadra como proibida dentro de uma 
ética do consenso. 
Ética do consenso: colocar limites objetivos para os conteúdos das éticas individuais das pessoas 
e respeito a autonomia do indivíduo, a não violência. 
 
ÉTICA PROFISSIONAL 
Não vamos entrar na ética profissional do advogado, vamos falar da ética profissional de um 
modo geral. Naturalmente, quando falamos da ética profissional, não estamos falando da ética 
em sentido estrito, já que estamos nos referindo a um conjunto de regras obrigatórias, 
predefinidas, gerais e abstratas, vinculando os profissionais de determinada categoria e 
estabelecendo sanções para o seu descumprimento. 
Estamos falando sobre direito e não sobre ética. A codificação da conduta profissional é algo mais 
ou menos recente na nossa conduta ocidental. 
A ideia de juridicizar a ética, a ideia de criar corpos jurídicos repletas de normas profissionais para 
vincular os profissionais é uma ideia recente e é muito positiva. Ex: eu não conheço o médico, 
mas eu não preciso confiar pessoalmente naquele médico, mas em sua conduta. Além disso, 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
como vantagem, há uma padronização da profissão, o que contribui para uma maior segurança 
jurídica, para que as pessoas possam ter uma maior expectativa a respeito das condutas dos 
profissionais. 
Por outro lado, quando falamos sobre codificação ou juridicização da ética profissional, podemos 
pensar em alguns aspectos não tão positivos. Bittar menciona a ideia de que os profissionais 
deixam de agir eticamente no mundo do trabalho, ou seja, aquele advogado, aquele medico, não 
vão agir da forma que eles acreditam ser correta, que ele entenda adequada na sua intimidade. 
Ele vai agir pura e simplesmente em obediência as normas jurídicas. Ele passa a ser um robô que 
age segundo a lei e em limite da lei, ainda que ele eticamente acredite que aquela conduta seja 
inadequada, sob pena de incorrer em certas sanções. 
 
O MUNDO DA ADVOCACIA E DOS ADVOGADOS 
A advocacia é uma profissão milenar. 
Ad – junto; vocatus – vem do verbo vocare, chamar, falar, vocatus é o réu, aquele que foi 
chamado pela justiça. 
O advogado, no ocidente, tem duas funções: promover o acesso a justiça (acessar a justiça 
demanda conhecimentos técnicos, a tecnologia jurídica, conceitos jurídicos técnicos, teorias 
jurídicas, vocabulário jurídico como sendo um vocabulário separado da linguagem utilizada no 
dia a dia). O advogado é o conhecedor da técnica jurídica e então ele é o intermediário, para abrir 
a porta da justiça para o cidadão. Por outro lado, o advogado é também um tradutor do direito, 
seja o direito legislado ou o direito da doutrina, e basicamente o direito da doutrina é 
impenetrável ao cidadão, o cidadão não consegue compreender. 
O Código de Ética no Brasil expressamente proíbe que o advogado se comporte como um 
empresário, porque a advocacia é vista como uma profissão pública – munus público , ele é uma 
ferramenta para que o cliente acesse a justiça, funcionando como porteiro da justiça. O advogado 
é visto como um agente público que presta serviços privadamente. É em razão da ideia de que o 
advogado presta um serviço público que existem limites comerciais da advocacia. 
Ex: quem aqui já viu um outdoor de um escritório de advocacia? Um anúncio de revista, escritório 
distribuindo panfleto na rua? 
 
AULA 15/09 
ÉTICA PROFISSIONAL – REGULAMENTOS 
São três os diplomas legais: 
 
 REGULAMENTO GERAL (DO ESTATUTO) – LEI 8.906 ESTATUTO – Lei Federal. 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
Autoriza em seu artigo 54 e 78 da OAB a criar o código de ética (artigo 33 da lei 8.906). 
É como se fosse um decreto regulamentador. O estatuto concedeu a OAB para realizar o código 
de ética. É o que dispõe o artigo 54 e 78 do estatuto. 
 
 CODIGO DE ÉTICA 
O código de ética tem seu conteúdo prescrito pela própria lei. Não houve margem ao legislador 
para deixar ao arbítrio da ordem para enxertar seu conteúdo. Os temas foram previamente 
estabelecidos, como por exemplo: o dever de assistência jurídica, humanidade e os 
procedimentos. 
 PROVIMENTO DO CONSELHO FEDERAL 
Conteúdo livre, desde que relativa ao exercício da advocacia. Supre lacunas não estabelecidas 
nos demais diplomas. 
 
NATUREZA JURÍDICA DA OAB 
Ler ADIN n° 1127-8 DF: Nesta foi discutida a natureza da ordem, se era Privada ou Pública. 
Órgão público X Órgão Privado 
 Tributo X obrigações cíveis 
 Estatutários X C LT 
 Licitação X Compra livre 
 
Ao julgar a ADIN o STF decidiu que a OAB é uma instituição com natureza jurídica sui generis. Ela 
não se enquadraria em nenhuma das categorias a sua disposição para categorização. A ordem 
difere dos demais conselhos, como o CRM que recolhe tributos e, estes, são cobrados em 
execução fiscal. A contribuição exigida pela ordem, por exemplo, não possui título fiscal. 
O artigo 133 da constituição diz que o advogado é essencial ao exercício da justiça. O advogado 
é colocado não como integrante, mas como essencial ao funcionamento e exercício da justiça. O 
artigo 103 que trata da propositura da ADIN, estabelece a OAB como legitimado. Inclusive, sem 
restrições ou pertinência temática. Isso reforça dupla natureza da OAB: pro societati e (...). 
O artigo 93 trata do ingresso dos magistrados na carreira. O inciso I fala sobre as provas de títulos, 
onde estabelece que a ordem irá fiscalizar os concursos públicos. Isso se assemelha a fiscalização 
entre os três poderes (legislativa, judiciário e executivo). É um reconhecimento, do poder 
constituinte, da função pro societati da ordem. 
A OAB está organizada federativamente. Existe o conselho federal da OAB. E seus conselhos 
seccionais da ordem. Nessa divisão, não há representação municipal da OAB. Logo, a subseção 
da OAB não possui legitimidade para a representação. De fato, as subseções estão localizadas 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
geograficamente a nível municipal. Não possuem autonomia, possuem apenas autonomia 
administrativa para contas internas.Mas política, não possuem. As subseções, apenas, integram 
a seções estaduais. Para conveniência da realização e desburocratizarão administrativa, os 
conselhos secionais podem criar subseções. Mas não se rara de representação a nível municipal 
da ordem. É o caso do advogado de Barreiras precisar ir até salvador, para emitir nova guia. 
O conselho federal representa, os conselhos seccionais. E estes, representam os advogados. O 
conselho federal possui número fixo de membros, e estes possuem nomenclatura de delegados. 
Com número de 3 delegados por conselho seccional. Além disso, o conselho federal possui 
membros especiais, quais sejam: presidente 
Presidente: não é membro regular, não apontado pelos conselhos seccionais, ou seja, pelos 
delegados. Ele possui voto minerva, apenas. É o que se chamam de voto de qualidade, ou seja, 
só vota para desempatar. 
Ex-presidentes: Podem participar do conselho federal. Assim que acabam os repectivos 
mandatos, possuem direito vitalício, mas sem direito de voto. 
O presidente do IAB, SÓ ENQUANTO for presidente, é membro do conselho federal sem voto. 
Agraciados com medalha Ruy Barbosa – condecoração concedida a ordem pelos advogados com 
relevância, são membros vitalícios, sem direito a voto. 
_____________________________________________________________________________ 
Presidentes do conselho Seccional – não é que sejam membros, mas possuem lugar reservado 
junto à sua secional, mas sem ser membro especial. Possui direito a fala, mas sem voto. 
Artigo 51 e seguintes. 
 
Os membros dos conselhos seccionais são chamados de conselheiros. A quantidade de 
conselheiros por estado é proporcional à quantidade de advogados no estado. Inclusive, a lei 
estabelece a formula para calcular a quantidade de conselheiros que o seccional irá ter. O número 
mínimo será 24. Se tiver até 3 mil inscritos, ficam 24 conselheiros. A cada 3 mil advogados 
acrescentados, mais um conselheiro. Respeitando o limite de 60 conselheiros. 
 
DIFERENÇA CONSELHO FEDERAL X ESTADUAL 
Conselho federal: função política, atuação macroscópica. Sempre atua perante o congresso, para 
aprovar lei para advocacia, ou reclamações frente ao CNJ. O que ele faz não afeta muito o dia a 
dia do advogado. 
Conselho estadual ou seccional: atua no dia a dia do advogado, ele quem aprova o advogado, 
cuida das punições/sanções, inscrições da ordem para advogados ingressantes. 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
Nos conselhos seccionais possui um órgão que possui autonomia jurídica própria, mas sem estar 
a ele vinculado. São as caixas de assistência aos advogados, mencionadas no artigo 62 do 
estatuto. É o que conhecemos por CAAB. 
A receita para custear as vans, por exemplo, vem dos repasses obrigatórios de receita. O conselho 
federal, por exemplo, deve transferir 20% da receita bruta para as caixas de assistência. 
 
Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica 
própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a 
que se vincule. 
§ 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e 
registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma 
do regulamento geral. 
§ 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade 
complementar. 
§ 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por 
seus inscritos, destinada à manutenção do disposto no parágrafo anterior, 
incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da advocacia. 
§ 4º A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições 
definidas no seu regimento interno. 
§ 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho 
Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares 
obrigatórias. 
§ 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora 
ao do Conselho Seccional respectivo. 
§ 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, 
pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de 
descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, 
enquanto durar a intervenção. 
 
AULA 28/09 
ELEIÇÕES PARA CONSELHO SECCIONAL 
 
A base normativa do conselho até no estatuto nos arts. 63 a 67 e nos arts. 128 a 137 do regimento 
geral. São organizadas em regime de chapa. Todas as posições que precisam ser preenchidas têm 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
de ser apresentadas através das chapas. Os votos são por chapa e não por pessoa. O mandato é 
de três anos. O voto é obrigatório sob pena de multa de 20% em cima da anuidade. 
Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na 
segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante 
cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos. 
§ 1º A eleição, na forma e segundo os critérios e procedimentos estabelecidos 
no regulamento geral, é de comparecimento obrigatório para todos os 
advogados inscritos na OAB. 
§ 2º O candidato deve comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar 
cargo exonerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, 
salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos. 
Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que 
obtiver a maioria dos votos válidos. 
§ 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos 
ao conselho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à 
Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. 
§ 2º A chapa para a Subseção deve ser composta com os candidatos à 
diretoria, e de seu conselho quando houver. 
Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se 
em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho 
Federal. 
Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em 
primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. 
Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término, 
quando: 
I - ocorrer qualquer hipótese de cancelamento de inscrição ou de 
licenciamento do profissional; 
II - o titular sofrer condenação disciplinar; 
III - o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias 
consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da 
Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, não podendo ser 
reconduzido no mesmo período de mandato. 
Parágrafo único. Extinto qualquer mandato, nas hipóteses deste artigo, cabe 
ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente. 
Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no dia 
1º de fevereiro, obedecerá às seguintes regras: 
I - será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à 
presidência, desde seis meses até um mês antes da eleição; 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
II - o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no 
mínimo, seis Conselhos Seccionais; 
III - até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa 
completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva; 
IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal 
elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto 
e para mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará posse no dia 
seguinte; (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005) 
V – será considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos 
dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus 
membros. (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005) 
Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, osdemais 
integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos. 
 
 
Para se candidatar, alguns requisitos têm de ser atendidos, quais sejam: tem de estar com a 
anuidade paga, não pode ter sido condenado disciplinarmente, tem de ter exercido, no mínimo, 
5 anos de advocacia. Em caso de uma recandidatura, as contas precisam ter sido prestadas. 
 
REQUISITOS DE INSCRIÇÃO COMO ADVOGADO 
 
Os requisitos de inscrição dos advogados estão disciplinados no art. 8º do estatuto: diploma de 
bacharel em direito, título de eleitor, comprovante de aprovação na OAB, quitação com o serviço 
militar (no caso dos homens), exercício de atividade compatível com a advocacia. 
 
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário: 
I - capacidade civil; 
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de 
ensino oficialmente autorizada e credenciada; 
III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; 
IV - aprovação em Exame de Ordem; 
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
VI - idoneidade moral; 
VII - prestar compromisso perante o conselho. 
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal 
da OAB. 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, 
deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, 
devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos 
neste artigo. 
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada 
mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os 
membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos 
do processo disciplinar. 
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido 
condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. 
 
O advogado, ao se inscrever, já escolhe a secção. A inscrição principal deve ser feita no domicílio 
profissional. O advogado não está impedido de atuar em outras secções, mas a lei dispõe que o 
advogado pode atuar em até 5 causas por estado (a consultoria é ilimitada, bem como o 
acompanhamento em processo na secção principal). Se houver mais de 5 causas por estado, 
deverá haver uma inscrição suplementar e, assim, haverá pagamento de uma quantia. 
 
Pode ser objeto de interdição. Existe basicamente dois tipos de interdição: o cancelamento e o 
licenciamento. O cancelamento tem fundamento no art. 11. É definitivo, isto é, uma vez 
cancelada, não terá sua inscrição reativada. Poderá ter outro número (deverá passar por um 
processo de reabilitação, que é subjetivo), mas o cancelado assim estará para sempre. Poderá ser 
ex officio ou a pedido. O licenciamento tem fundamento no art. 12. Poderá ser feito apenas por 
pedido. 
 
OBS.: A atividade incompatível com a advocacia está regulada no art. 28 do estatuto. É aquela 
que, em razão do conflito de interesses que podem produzir a partir da prática daquela atividade 
simultaneamente ao exercício da advocacia, o advogado está completamente proibido de 
advogar (inclusive em causa própria). As situações são as seguintes: chefe de poder (diz respeito 
à mesa diretora do poder legislativo. Não se confunde com membro do poder legislativo, 
 
podendo este advogar, mas estando impedido de advogar contra o Estado, por exemplo. Por 
exemplo: presidente da república, governador do estado); exercício do poder judiciário (por 
exemplo: membro do MP, membro do tribunal de contas); ocupantes de cargos de direção do 
poder executivo (por exemplo: ministro de Estado, presidente de empresa pública federal); 
exercício de atividade notorial (por exemplo: quem trabalha em cartório); aquele que está direta 
Carolina Braga 
Ética profissional 2018.2 
ou indiretamente relacionado à atividade policial (é amplo, envolvendo inclusive a polícia 
judiciária e médico legista); aquele que trabalha em órgão tributário (por exemplo: quem trabalha 
na SEFAZ); militares na ativa; gerente de banco. Essas incompatibilidades podem ser 
permanentes ou temporárias (se for temporária, a consequência jurídica é o licenciamento, se 
for permanente, será o cancelamento). 
 
OBS.: Existe outro tipo de interdição chamada de impedimento. O impedimento está designado 
no art. 30. Consiste em uma proibição parcial em advogar. Não tem a sua inscrição cancelada e 
nem tem sua inscrição licenciada. Decorre do fato de, simultaneamente à advocacia, ter vínculo 
com o poder público (servidor público ou membro de poder legislativo). Por isso, não poderá 
advogar contra o Estado, por exemplo. A exceção diz respeito aos professores de direito das 
universidades públicas que podem advogar. 
 
AULA 29/09 
 CONFLITO DE INTERESSES 
O código de ética é extremamente sucinto quanto a temática. Basicamente, temos os artigos 19 
e 20. 
Artigo 19 diz que o advogado integrante de mesma sociedade não pode representar clientes com 
interesses contrapostos em juízo. 
Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou 
reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem 
representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos. 
 
O artigo 20 estabelece que, sobrevindo um conflito, deverá o Adv. optar por um dos mandatos. 
Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não 
conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e 
discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado 
sempre o sigilo profissional. 
 
Obs.: Se o conflito for posterior – ex. Divórcio consensual, o advogado deverá optar por um dos 
mandatos, revogando o mandato no outro caso. No mesmo sentido, nos litígios societários. 
 
Omissões: 
O código de ética sequer tratou da temática entre conflito de interesse entre advogado e cliente. 
É o caso em que o advogado tenha firmado contrato de honorários advocatícios com 
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remuneração quota lítis – remuneração ao invés de ser dado em valor fixo predeterminado, a 
cláusula estabelece que na hipótese de lucro, deverá ter uma porcentagem ao advogado. É uma 
quota a quem se beneficia do resultado. Quotas litis não se confundem com honorários de 
sucumbência. A primeira tem natureza contratual, sendo, portanto, cumuláveis com o segundo. 
Esta cláusula cria um interesse do advogado no resultado da causa. São muito utilizadas no direito 
do trabalho. 
No processo específico – caso concreto, não se pode ter partes com interesses contrapostos. João 
X Maria com representantes do mesmo escritório. A redação da lei, no artigo 19, dá esse 
entendimento. Entretanto, seria possível, uma mesma sociedade representar interesses 
contrapostos em processos diferentes? Imagine que o Adv. Daniel advoga pra Cassi. E nos 
processos em que ele advoga para essa empresa, ele defende a tese de que o CDC não é aplicado 
a reclamada, pois que a Cassi é plano de autogestão e, sendo assim, não estariam submetidos a 
essa legislação. Em outro processo, ele defende uma pessoa física, chamado Mário. Neste, ele 
defende a tese de que os planos de autogestão estão sujeitos ao CDC. Isso cria uma situação 
embaraçosa para o reclamante, reclamado e para o próprio advogado, pois que fica evidente que 
ele afirma o que é mais conveniente para o seu interesse. Nos EUA, haveria um nítido conflito de 
interesse. Sob esta legislação ou o advogado deveria defender uma das teses, nunca ambas. Sob 
pena de incidir em conflito de interesses. O código de ética de SP diz que um advogado não pode 
representar a sociedade e o sócio da mesma, ainda que seja em processos diferentes. 
Ex.: Um Advogado foi eleito como síndicodo condomínio. Por sua espontânea vontade, ele se 
contatou como advogado de todas as causas do condomínio, incluindo cláusula quota litis de 
15%. Ele foi denunciado a Ordem, que culminou em conflito de interesses. 
 
INFRAÇÕES DISCIPLINARES E SUAS SANÇÕES 
O estatuto é a principal fonte que rege este assunto. O artigo 34 e seus incisos indicam infrações 
a serem cometidas pelos advogados. Estes incisos não são números cláusulos, apenas 
exemplificativas. O entendimento da doutrina é de que toda e qualquer norma que estabeleça 
dever ao advogado, cabe a aplicação de sanção. 
Uma das principais características da análise disciplinar do advogado é que toda infração possui 
uma objetividade (previa indicação do ato com a sanção) com a aplicação da sanção. Isso permite 
que haja uma segurança jurídica. O mesmo não ocorre com os magistrados que acaba trazendo 
uma discricionariedade e subjetivismo. 
O artigo 34 concentra as principais infrações disciplinares que os advogados podem cometer. Os 
artigos seguintes estabelecem as eventuais sanções, quais sejam: advertência, censura, 
suspensão. 
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Art. 35. As sanções disciplinares consistem em: 
I - censura; 
II - suspensão; 
III - exclusão; 
IV - multa. 
Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, 
após o trânsito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade 
a de censura. 
 
Duas delas só podem ser aplicadas se foram observadas circunstância atenuantes e agravantes. 
Não são aplicadas individualmente, quando não houverem estas circunstâncias – advertência e 
multa. A advertência só é aplicada quando haveria uma hipótese de censura, mas com a presença 
de atenuante ou agravante, há substituição pela advertência. 
A Multa é cabível, nos casos em se aplicaria censura ou suspensão, mas há atenuante ou 
agravante. A multa possui uma nuance, no sentido que não será aplicada sozinha, podendo ser 
cumulada com suspensão e censura. Ela varia de 1 (uma) até 10 (dez) anuidades. 
 
Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma 
anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a 
censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes. 
 
Com relação a exclusão, temos a disposição contida no artigo 38, segundo o qual estabelece: 
 
Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de: 
I - aplicação, por três vezes, de suspensão; 
II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. 
Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é 
necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho 
Seccional competente. 
 
As hipóteses do artigo 34 mais importantes, são: 
 
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; 
Impedimento como uma proibição parcial, se o advogado o faz, comete infração. 
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II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos 
nesta lei; 
 
Manter a sociedade profissional fora dos preceitos. Essa é uma infração que é cometida pelos 
sócios da sociedade. A PJ não comete infração disciplinar. Sociedade que faz publicidade irregular, 
sociedade em que frequentemente com alvará inferior a tabela com a intenção de captação de 
mais clientes. 
III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a 
receber; 
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; 
 
Os incisos III e IV trazem atividades de capitalização de clientela, com relação a fator comercial. A 
OAB não quer que haja um captador de clientela, que isso seria um tipo de advocacia que explora 
o serviço como uma atividade comercial e não como algo nobre, como função pública exercida 
pelo advogado. A infração do inciso IV é um tanto quanto inadequada. Por que diz que o advogado 
não pode angariar causas com ou sem intervenção de terceiro. Isso é uma fantasia, por que o 
sujeito que se forma, não tem mais como arranjar uma sala e chegar para trabalhar esperando 
que o telefone toque e haja um novo cliente. Não há como. Óbvio que o advogado tem que ter 
um modo de angariar cliente, desde que não seja tido como agenciador de causas. Marcus sugere 
que esse inciso deveria ser revisado. Acredita que o que seja tido como infração é a prática do 
advogado que vai para porta da cadeia angariar causas ou para o INSS. 
 
V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim 
extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; 
 
Assinar petição pelo qual não tenha colaborado. É o caso dos concurseiros que não tenham 
participado, mas assina como se coresponsável pela elaboração fosse, cometendo, assim, 
infração disciplinar. 
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando 
fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em 
pronunciamento judicial anterior; 
 
Advogar contra disposição legal de lei. A própria regra legislativa flexibiliza muito as hipóteses. 
Pode advogar contra lei quando está lei é considerada inconstitucional. 
 
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional; 
 
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Este inciso possui uma lacuna, pois não há uma definição do que seria justa causa. Por exemplo, 
nos casos em que o advogado perceber que o cliente possui interesse em matar a juíza, por 
exemplo, com perguntas ao dia que a mesma atende, onda a juíza mora ou ouvindo conversa em 
que há destinação de sujeito para executar o crime. O CONSELHO FEDERAL DA OAB já possui 
entendimento segundo o qual, havendo risco de vida de alguém a quebra de sigilo é escusável. 
VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem o consentimento do cliente, ou com 
autorização da representação judicial da outra parte. Em uma causa entre Marcus e Daniela, o 
advogado de Marcus não pode estabelecer contato/negócio com Daniela, a não ser que o cliente 
autorize esse contato e, simultaneamente, que o advogado de Daniela tinha ciência dessa 
comutação para que eventualmente queira se fazer presente para assegurar que Daniela não vai 
ser levada a erro. Essa infração ocorre muito no dia a dia. 
 
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da 
comunicação da renúncia; 
 
Abandonar a causa sem que haja justa causa ou sem respeitar o interstício de 10 (dez) dias. 
Quando o advogado não quer mais advogar para o cliente ele pode renunciar o mandato, a lei 
exige que na renúncia do mandato, o advogado continue a atuar no processo por mais de dez 
dias, contados da data em que o cliente recebeu a notificação. Essa infração apresenta duas 
condutas. Abandonar a causa sem respeitar os dez dias é questão de renúncia, ainda que 
notificado. O abandono de justa causa pode ser escusado quando o advogado é acometido com 
grave doença. 
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando 
nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; 
 
Recusar-se de prestar assistência jurídica. O advogado tem o dever de prestar assistência jurídica. 
É o dever de contribuir com a sociedade. Nos locais em que a defensoria não pode se fazer 
presente eventualmente ou regularmente, os advogados devem atuar para aqueles que 
dependeriam da atuação da defensoria, suprindo a lacuna do órgão. Em salvador, como há 
defensoria, dificilmente ocorre. Diametralmente oposto, no interior isso é regular. Em audiência 
de custódia onde o carro do defensor quebra, o juiz abre a porta e chama o primeiro advogado 
para atuar em causa. É importanteressaltar que o advogado nomeado não pode se recusar, salvo 
se houver justo motivo. É o caso de ter compromisso da OAB ou ter audiência no mesmo horário, 
ou ainda, questão de saúde. Compromissos não oficiais ou não justificados não justificam o 
cometimento dessa infração. 
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XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, 
bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para 
confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; 
 
Deturpar dispositivo de lei, citação doutrinada ou julgado, inventar citação, bem como 
depoimento de parte contrária. Isso é totalmente má-fé. 
 
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação 
a terceiro de fato definido como crime; 
 
Fazer em enorme de seu cliente, imputação de fato definido como crime. Muitas vezes a linha de 
defesa utilizada é imputando a responsabilidade/culpa a outra parte. Ex. Dizer que o cliente não 
fez, mas a outra parte é o real responsável. Para imputar muitos advogados colocam na 
procuração poderes para imputar a terceiro crime definido como crime. O entendimento atual é 
de que o cliente deve indicar o nome na procuração, não bastando a autorização geral na 
procuração. Tem que constar a quem será imputado a conduta a ser cumprida para que o 
advogado não seja prejudicado por isso. 
DICA: Até esse inciso, todas as punições seriam aplicáveis com censura. O artigo 36, I do estatuto 
diz que os incisos I a VI do artigo 34 são assim puníveis. 
 
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação 
ilícita ou desonesta; 
 
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o 
objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; 
 
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, 
por si ou interposta pessoa; 
 
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias 
recebidas dele ou de terceiros por conta dele; 
 
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em 
confiança; 
 
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à 
OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; 
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XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; 
 
Do XVII ao XXV são puníveis com suspensão. DICA: Tudo que envolve dinheiro é punível com 
suspensão. 
XVII – solicitar dinheiro. 
Além dos casos em que há dinheiro, podem ser aplicadas outras sanções.

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