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CONTABILIDADE RURAL EM S

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Contabilidade
rural
o selo DIALÓGICA da Editora inieiSabeies faz !eferênua às
publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor
dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais,
eque (uma (> cume-idomuitomalsdinâmica. São livros que criam
um ambiente de interação com o leitor , seu universo cultural,
<2€:a social e de elaboração de conhecimentos ,, possxbilitando umreal pri—cem de interlocução para que a comunicação se efetive.
«Vp s Di rom(a? intersaberes
leila LucíaAri-udg CºntabilidªdeWiz-ii) rural
UNMNTER
«Y»ªai? r D i r o r »intersaberes
Rua ciars Vandiaunn, 55 Mossunguê
CEPEIZUGJW Cunnba m Drasl!
Fone HDZIm'MWO
ww wmmssberes com
:dilnmw'ndimmimerubcrumm br
Canseina eanarui Dr. Ivo ]osé Both (presidente)
Dr: Elena Godoy
Dr. Nelson Luis Dias
Dr. Neri dos Samos
Dr. Ulf Gregor Baranow
Edltorrdieíe Lindsay Azambuja
Edllurznnlateme Ariadne Nunes Wenger
['npumçãodeoriginais Ivan Souza Rocha
Cap-l Charles L. da Silva (design)
Zamurovic Photography, sam-cum, Ole Hnucn
& AmyLv/Shuuersmck (imagens)
naumgrsnra Raphael Bernadelli
Disgramaçia Cassiano Darela
lramrrana Celia Kikue Suzuki
Dadm inlernaainnars de Calaiogacãn na Publiuçãn (cm
Acamara nrnsrierra do Livro. SP, Brasil
Arruda Leila Luna
Conlubihdndn rural [livrn rielrõnrml/Leiia Lucia
Arruda, Celso ias Sunlas. Cunliba Xnkerabexss, zm
(sérieGestão|manaus)
1 ,PDF
simiugrana
VSBN “milf—7597156978
] Cºntabilidade agrícola 2 Empresas rurais
,
Cunlabl dade! banlos,Ce1:0|ugz ii Ti'lulo iii Série
munir. CDD-557%3
innuaspiramralogºslsremarrm
i Coulnbilidndengrímla rsmr
E,
lª cdlcão, an7
Foi iana a depóslm legal,
inlorrnamns que e de mana
mªponªahilidadc das aulnrcs a
emissãode conceilm.
Nenhum parts assis publlíaz
ça.» podera ser mpfi—Jundi pur
quªlquer num ou lnmu (em a
previa autorização da Erinora
Inturbnbure:
A violaç㺠dos dirruns aulurms
écnme aslabaiacrdo na Lei
n, amu/im e puuldo pelo arr [84
do Código Penal
Dedicatória.9
Epígrafe.13
Apresentação.15
Como aproveitar aomáximo este livro.21
I
Economia gera] e rural .25
'Ll Concsilu de economia .18
1.1 Economia rural. 39
1.3 Omercado e suas estruturas.31
1,4 Canais de comercialização agricola .36
1.5 Apoio a comercializaçãº.37
£
Antecedentes históricos da economia rural brasileira -43
z.i A expansão maritima e comercial.46
2.2 A agricultura como parie da economia colonial.48
2.3 A primeira agroindústria do Brasil .49
2,4 Modernização conservadora.52
1.5 Crédito agricola .58
26 Novo padrão agricola.60
)”
Fatores que contribuem para o agronegócio -67
31 oagronegócio moderna.73
íª
Legislação agrária brasileira.87
4,1 A primeira lei agrári .90
4; Sesmarias.91
4.3 A primeira Leide Terras.93
4.4 oEstatuto da Term .96
4,5 A Constituição de 1988.97
seu Reforma agraria.99
)”
Formas jurídicas de exploração.107
5.v Micrºpmdutur rural.m
5.2 Agricullozfamiliaroul
5.3 Produtor rural-111
5.4 Módulo fiscal.nz
5.5 Unidade rural. na
5 s A atividade rural no Código Civil.114
(
Procedimentos contábeis do setor agrário - 121
5.1 Resultado da empresa rural.125
s.; Ano civil e exercicio social.127
6.3 Pronunciamento CPC 29: ativobiológico e produto agricola.ug
6.4 Tipos de Culturas.131
s.; classinraçae contábil das culturas . 136
;
Planificação contábil.143
7.1 Modelo de plano de contas.148
7.1 Plano de contas na peruana.149
J
Custos e receitas da exploração de atividade agricola,
pecuária & agroindustrial. 155
8.1 Diferenças de nomenclatura.159
8.2 Custos.161
8.3 Custo total .164
8.4 Outros conceitos importantes.165
815 Receitas.167
7
Despesas da atividade agricola,
pecuária & agroindustrial. 175
9.1 Despesas de atividade rural. i77
IO
Critérios de identificação, mensuração & evidenciação. 183
10.1 Mensuração da receita.189
10.2 Mensuração das despesas.189
10.) Receitas e despesas.190
10,4 Evidenclação- 191
II
Inventário de semoventes: produtos e instalações. 195
11.1 Classificaçao dos semoventes.198
11.2 inventários.200
Para concluir. .215
Referências.217
Respostas. 233
Sobre os autores.235
Leila Lucia Arruda:
Dedico esta ubm :: meu marilia, (l clluufor
Dr. Celso ]nsé Samos, profssiunrll da
área mm! que, durªnte todos testes [mas,
me proporcionou um cºnviviafamiliar
maravilhoso e que cºmpartilhºu comigo
suas realizações profissionais na área da
medicina veterinária.
Celso José Santos:
Dedico esta obra a minha esposn, Leila
Lucia Arruda, mautom desta obra,
profissional da contabilidade e mcsim
da vida em comum, que iam dedicadu
a mim e u nossosfl'lhos todos ESSES anos de
Existência em comum rm vida E na profissão,
compurlilhorldo conosco seu saber e
experiência rm crlrltlzbílidnde,
Ambos:
]untos, dedicamos nossa caminhªdª a
nossos quatro/ilhas,Luciano, Karlo, Celso
e Guilherme,e « rlossos amados netos,
Henrique Gubriehl, Vítor, Fernando (este
in memoriam) e ]u'lirl, que nos ajudam a
construir uma vida de amor e harmonia.
Agrudeccmos u Deus, que nos ofereceu
o dom da vida, a nossos pais e 11 toda o
nossufumílin,
Oração do milho
Senhor, riqdd valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos
E das lqvourqs pobres,
[...I
Não me pertence iz hierarquia tradicional do trigo,
E do mim, não Sefaz o não alvo universal.
Ojusto não me consagrou Pão do Vidq
Nem lugar mefol dado rios ªltares.
[,,,]
Sou o cnrcdrejo alegre dus poedeiras fi voltq dos ninhos.
Sou o pobreza vegetal,
Agradecido a vós, Scrlhor,
Que mc/izostcs necessário e humilde.
Sou o milho!
Cora Coralina, 1965
() analisarmos a economia brasileira, não podemos
negar a importância do agronegócio como um dos motores
do desenvolvimentonacional. Devemos salientar também que
as políticas públicas, por meio de projetos de investimento,
determinaram repasses econômicos para alavancar esse setor.
OBanco Regional deDesenvolvimento doExtremo Sul (BRDE)
”fechou 2016 como maior repassador de recursos do Banco
Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES)na
Região Sul. Dos R$ 3bilhões contratados em 2016 pelo BRDE,
R$ 2,7 bilhões tiveram como origem o sistema BNDES. Dos
R$ 3bilhões liberados, R$ 1,15 bilhão foi investido no Paraná”
(BRDE e lider..., 2017). Esses números ajudam a ressaltar a
importância do estado no volume de negócios e financiamen—
tos agrícolas, em relação ao país.
De acordo com Loyola (2017), “O relevante papel do agro-
negócio,agropecuária, insumos, agroindústria e serviços
ligados a essa cadeia produtiva — se traduz na representativi-
dade de 22% do PIB, segundo a Confederação daAgricultura e
Pecuária doBrasil (CNA)”. Esses dados denotam a importância
da economia agraria para a base econômica, com representa-
tividade para as suas inúmeras atividades, diretas e indiretas.
Além disso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatistica (IBGE), é previsto um crescimento de 30,4% em
relação às colheitas anteriores, com repercursões positivas
tanto para o mercado externo quanto o interno (Estimativa
aponta..., 2017). Esse desempenho e a produção crescente
foram fundamentais para colocar o Paraná no domínio dos
rankings regionais, como explicitado pelo investimento que
citamos. Segundo Orgis (2015), das 50 maiores empresas do
ramo agrário na Região Sul, 24 são paranaenses; destas, 10 são
cooperativas com alto potencial agropecuário, () que retrata a
força do estado do Paraná em todo o agronegócio.
Assim, a politica desse setor cooperativista é a delimitação
de metas para O fortalecimento dos cooperados e das coope—
rativas como empresas, com aposta na expansão do mercado,
principalmente o externo. Portanto, o grande desafio consiste
em estimular a industrialização do setor, pois, com base em
dados de 2016: ”Representando 56% do PIB agropecuário do
Paraná, as cooperativas do estadofaturaram R$ 60,3 bilhões
no ano passado, 19,4% acima dos R$ 50,51 bilhões de 2014"
(Paraná, 2016), sendo que a meta é chegar a 100%e ganhar em
valor agregadonas exportações, o grande salto de crescimento,
ou seja, o beneficiamento dos Ativos negociados em bolsa de
valores (commodities).
Por outro lado, também ganha força a agricultura tami-
Iiar, com participação na produção e na movimentação do
agronegócio no pais; de acordo com o antigo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), atual Secretaria Especial
da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, esse
setor e' responsável pela produção de mais de dois terços dos
alimentos consumidos no Brasil (Brasil, 2015). Omodelo da
agricultura familiar se destaca por gerar renda para um grande
numero de brasileiros, sendo mais diversificada e ecologica-
mente sustentável que a produção em escala, alémde convergir
com o processo produtivo e econômico das agroindústrias,
Segundo o IBGE, no Censo Agropecuário de 2006, foram
identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar,
o que representa 84,4% dos estabelecimentos brasileiros desse
tipo. Esse numeroso contingente de agricultores familiares
ocupava uma área de 80,25milhões de hectares, ou seja, 24,3%
da área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários brasi-
leiros (ITCG, 2009, p. 1).Tais resultadosmostramuma estrutura
agraria ainda concentrada, visto que os estabelecimentos não
familiares, apesar de representarem 15,6% do total dos esta-
belecimentos, representavam 75,7% da área ocupada. A área
média dos estabelecimentos familiares era de 18,37 hectares, e
a dos não familiares, de 309,18 hectares (IBGE, 2006),
Apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pasta—
gens, em números do Censo Agropecuário de 2006, a agricul-
tura familiar é responsável por grande parte dos alimentos
consumidos no pais:
No Censo Agropecuário de 2005 foram identificados 4357302
estabelecimentos de agricultura familiar. Eles representavam
84,4%do total, mas ocupavam apenas24,3% (ou 80,25milhões
de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários bra—
sileiros. ]a' os estabelecimentos não familiares representavam
15,5%do total e ocupavam 75,7% da sua área.
Dos 30,25 milhões de hectares da agricultura familiar, 45%
eram destinados a pastagens, 25% :: florestas e 22% a lavou-
ras. Ainda assim, a agricultura familiar mostrou seu peso na
cesta básica do brasileiro, pois era responsável por 87% da
produção nacional de mandioca, mªr da produção de feijão,
45% do milho, 33% do café, atº“ do arroz, 21% do trigo e, na
pecuária, 55%do leite, 59%doplantel de suinos, 50"() das aves
e 30% dos bovinos. (IBGE, 2010)
É nesse cenário que se insere a contabilidade rural, como
apoio para as atividades desenvolvidas no meio rural, princi—
palmente no controle do patrimônio e na gestão dos resulta-
dos, com uma administração eficiente, que gera informações
para a tomada de decisões e, assim, melhora o desempenho
econômico-financeiro do negócio, transformando as proprie-
dades rurais em empresas com capacidade de acompanhar a
evolução do setor.
Nesse sentido, este livro trata da contabilidade rural com
uma estrutura em ]] capitulos, nos quais abordaremos os
temas relativos ao meio rural e a contabilidade especifica,
sequencialmente, na ordem que segue.
No Capitulo 1, tratamos sobre economia em geral e a eco-
nomia rural, emparticular, situando também omercado e sua
estrutura para a atividade agrícola. No Capitulo 2, fazemos
uma introdução histórica 'a exploração rural no Brasil, desde
a descoberta, verificando os moldes de produção até chegar
a contemporaneidade e ao novo padrão agricola brasileiro.
No Capítulo 3, abordamos os fatores que contribuem para o
agronegócio, explanando a estrutura desse negócio e verifi-
cando alguns tipos especificos de produção, como a avicultura,
a bovinocultura e algumas plantações como de citros, soja
e cana-de-açúcar. O Capítulo 4 é todo dedicado a legislação
agrária e sua história, desde a Lei das Sesmarias, tentativa de
organização medieval da produção em Portugal, que foi her-
dada pelo Brasil Colônia, até oEstatuto da Terra e a legislação
atual para o tema.
No Capitulo 5, tratamos sobre as formas jurídicas de
exploração do espaço agrário, desde os microprodutores ate'
as grandes empresas rurais, verificando como se da a pro
dução nesses espaços. No Capitulo 6, iniciamos a explicação
dos procedimentos contábeis característicos do setor agricola,
comoo conceito de resultados aplicado a empresas rurais e as
notações contábeis específicas para elas, mais complexas. Em
seguida, no Capítulo 7, relacionamos como devem se apre-
sentar os planos de contas para a agricultura e para a pecua-
ria, com modelos e explicações. No Capitulo 8, abordamos os
conceitos de custo e receitas da exploração de atividade agri—
cola, além de alguns conceitos complementares. Dedicamos
o Capítulo 9 as despesas que incorrem na atividade agrícola,
pecuária e agroindustrial. O Capítulo 10 trata dos critérios
de reconhecimento de receitas, os métodos para medi-las e o
equilíbrio entre elas e as despesas, No Capitulo 11, explanamos,
por fim, o conceito de inventário de semoventes, a maneira de
identifica-los e como realizar os inventários em geral. Assim,
seguimos um rol extenso de conceituações e discussões de
temas ligados a economia rural, para que o conhecimento sobre
o tema não envolva apenas o encaixe de Ativos e Passivos em
contas contábeis de planos prontos.
Este livro traz alguns recursos quevisam
enriquecer o seu aprendizado, facilitar
a compreensão dos conteúdos e tomar
a leitura mais dinâmica. Sáoferramentas
proletaoas de acordo com a natureza dos
ternas quevamos examinar,Veja
a seguircomo esses recursos se encontram
distnbuídos no decorrer desta obra.
.:.-......
Conteudos do capitulo:
Logo na abertura do capitulo,
você Fica conhecendo os
conteúdos que nele serão
abordados.
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Alumni): i,,.im,.i,a,si,,a,,,,,weac
Exercícios resolvidos
A obra Conta também com
o objetivode demonstrar,
na pratica, a aplicacaodos
conceitos examinados.
exercícios seguidosda resolução
feita pelos próprios autores, com
Sintese
Você dispõe, ao final do capítulo,
de uma síntese quetraz os
principais conceitos nele abordados.
sinio—r
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Questões para revlsão
Com estas atividades,você
tem a possibilidade de ieveros
piincipaisconcertos analisados,
Ao final do livro, os autores
disponibilizam as respostas às
questões, a ôm de que voce
possa veiincar como está suaaprendizagem.
importante
Cllwtlrvnwrrllilrl .,aparato,»ira,,i,,r,,n,aaiim,i,soo
importante
Algumas das informações mais
importantes da obra aparecem
nestes boxes. Aproveite para fazer
sua própria reflexão sobre os
conteúdos apresentados.
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,,,,,.,..,,, a..,,,,..i i,. ,,i,..,,.,.,,, int,,m, ,,,-,,,,a. n...,.o.mou,».iaini...,rs,-<,,,,i,,ruvirnnimune,.»
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Estudo de caso
trato,-arm,,,,r.,»npanaurmrmaiu r rara.... rugi— «i,.a. ,,,, um. cano,—,. omni, ,,,.a,.i..,,,,.... ame..., ,,,,uau,-rri,i.»,,...ra.u,mxr, ,,,i,.ua.v.i,,,,..a.,..e..,.
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conteúdos estudados de
sua prática profissional. “Wºº““ªªª ...,,., r,,,,,,,.,..,..a,,.,,.ar,r,a,,,,,,umm,.,,,...i, u. mm, 1.......,mi,, .,.arrr ,,,ro nr.... ,., «erro, dc rara,, dma.ir...,e.. toner assinam,» ., M,, r.....ur
lâaxãlcãisczíiªusilãliªno.o......o|...o...O......oo...o...O...
nicialmente, para falarmºs sobreo que é e qual opercurso
histórico do conceito da ciência da economia, devemos retro-
ceder na história ate' a Grécia Antiga, onde Viveu o filósofo
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.).Opensador é reconhecido como
o primeiro a reconhecer a economia como ciência e tratar dela,
em suas obras Ética « Nicômacn (Aristóteles, 1991) e A política
(Arisióieles, 2010). Em uma sociedade em que grande paris da
população era de escravizados, que cuidavam dos assuntos de
casa, por preconceito se desprezavamos assuntos da vida colin
diana, como trabalho e comércio/ ou mesmo a adminiskração
de receitas e despesas de casa. As atividades mais valoriza-
das eram a filosofia e a politica, reservadas aos membros da
elite que podiam despreocupadamente passar seus dias em
discussões filosóficas e políticas. Contudo, ainda as 'm perce-
biaese 0 valor de uso e o valor de troca dos produtos e, conseA
quentemente, as noções de dinheiro, riqueza e produtividade,
o que fez surgir então a primeira das ciências humanas: a eco—
nomia. O termo economia, dessa maneira, apareceu na Grécia
Antiga, como resultado da união de duas palavras gregas, nikus
("casa”) e nomes (”normas“ ou “regras”) (SFB, 2017). Assim,
a economia estuda as “normas da casa", a ”administração das
coisas da casa", uma ciência prática, relacionada à ação; o filo-
sofo a colocava ao lado da crematístim, que seria, por seu turno,
uma ciência de classe inferior, relacionada à produção, sempre
com a finalidade de adquirir e produzir bens. A economia era
a arte de saber usar bem a riqueza, enquanto a crematistica
era um meio para atingi-la.
Aristóteles cita, em sua definição de economia, a unidade
social,e ao mesmo tempo econômica,fundamental: a casa.
Isso se deve ao fato de que, uma vez que as crianças crescem,
elas fundam suas próprias familias e suas próprias casas, for-
mando um segundo nivel de desenvolvimento, uma comu?
nidade de casas, e, com ela, uma aldeia, até atingir uma pólis
(cidade-Estado grega da Antiguidade).
Nesse contexto, Aristóteles concebeu as noções de valor
de uso e valor de troca, e delas as decorrentes noções de
dinhei o, riqueza e produtividade, que identificam a pri-
meira das ciências sociais , a economia política clássica
(Drummond, 1998).
1.1 Conceito de economia
Um conceito básico de economia a trata como a ”ciência social
que estuda a produção, distribuição, e o consumo de bens e
serviços" (Conceito. , 2009, grifo nosso). É uma ciência que
estuda o comportamento humano, individual ou coletivo, em
relação às necessidades e aos recursos disponíveis para satis-
fazer tais necessidades.
Em síntese, entendemos a economia como o estudo da alo?
cação (utilização) dos recursos escassos na produção de bens e
serviços para a satisfação das necessidadeshumanas.A econo-
mia, então, se liga diretamente a produção de bens pelos recur-
sos disponiveis e sua distribuição conforme as necessidades
das pessoas. Por isso, há ligação entre a economia e a escas-
sez de produtos necessários, pois ela dita a forma como serão
distribuídos e alocados os recursos disponiveis para aqueles
que necessitam de tais recursos. A ciência econômica, então,
depende de alguns conceitos básicos, complementares a sua
definição. Entre esses conceitos, vamos considerar os seguintes:
a) Recursos,são os meios utilizados para a produção de
bens e serviços.
b) Bens—são os produtos concretos (tangíveis e intangíveis),
que se subdividem em móveis, como das máquinas e
equipamentos agrícolas; imóveis, como estábulos e ins—
talações de ordenha; e semoventes, comoo gadobovino,
por exemplo.
c) Serviços,são os produtos intangíveis, resultantes da
atividade terciária de produção, o trabalho (ex.: tirar leite
de vacas).
Temos ainda que os bens e serviços intermediários, mate!
rias-primas e insumos transformados durante os processos
produtivos; por exemplo, o farelo que vira ração para o gado
e um insumo. Além disso, nos bens e serviços de produção
encontramos os bens de capital, que entram no processo de
produção de outros bens e serviços; exemplo disso e' o leite
tirado das Vacas, mencionado anteriormente.
Ao considerar a economia comoum todo, devemos também
ter em mente a divisão da economia em setores de produção,
cada qual com seus recursos característicos: recursos naturais,
humanos e o capital. No contexto desta obra, quando levamos
em conta o recurso mm, considerando seu uso na agricultura,
na pecuária e na extração vegetal, temos o setor primário de
atividade econômica. No setor secundário, são consideradas
a extração mineral e a industria de transformação das maté—
rias-primas. Por fim, no setor terci rio, considera-se o fator
traballio: nele, são Classificados o comércio, os transportes e as
comunicações (serviços em geral).
Os sistemas econômicos englobam todos os métodos pelos
quais os recursos são alocados ou uti zados na produção de
bense serviços. Sãoas organizações econômicas que produzem
comesses recursos os bens e os serviços, usando os elementos
básicos que descrevemos a seguir, Nesses mesmos sistemas
econômicos, aparecem as unidades familiares, os consumidºr
res e as empresas como utilizadores desses produtos.
Por outro lado, os recursos produtivos englobam recursos
humanos (comoo trabalhador na lavoura) e patrimoniais (por
exemplo, a enxada ou a maquina), que podem estar nas ins-
tituições (como o Estado ou as cooperativas), As instituições
envolvem pessoas e podem ser classificadas em econômicas,
políticas, sociais ou jurídicas e tomam decisõeseconômicas
por meio dos chamados agenteseconômicos (como os bancos).
1.2 Economia rural
Dentro da ciência geral da economia, entendemos a economia
rural como a parte dessa ciência social que usa o conhecimento
técnico e administrativo, bem como os recursos produtivos
(a terra, o trabalho e o capital) nos empreendimentos agrico-
las e pecuários, com safras e custos de produção. Em outras
palavras, ela compreende a aplicação dos conceitos gerais da
economia no sistema próprio domeio rural, restringindo ape-
nas a abrangência desses conceitos para o sistema de produção
rural e suas peculiaridades.
Para dar conta da economia rural em seu todo, devemos ter
em mente noções de matematica, estatistica, administração,
economia básica e técnicas agrícolas e pecuárias, com seus pro—
cessos produtivos especificos. Em umolhar externo, podemos
Ver como objeto dessa área de conhecimento o atendimento
de algumas necessidades básicas do ser humano, quer sejam
a agua e os alimentos,
Dos conceitos mais gerais da economia, na economia rural,
por suas caracteristicas, vamos considerar as propriedades
privadas, os preços, a competição, o poder público e as funções
de cada recurso econômico.
Com base nesses conceitos, a economia rural se ocupa das
seguintes questões:Oque produzir?Como produzir?Quanto
produzir? Para quem produzir? As respostas adequadas a
essas questões nos dãoum panorama da economia rural, como
a parte da economia ligada mais diretamente a produção, aos
alimentos e à logistica desses produtos.
1.3 Omercado e suas estruturas
Entendemos por mercado o local em que operam as forças de
oferta e demanda, por meio de vendedores e compradores, de
forma que ocorra a transferência de propriedade das merca-
dorias mediante as operações de compra e venda. No entanto,
para alem disso, existe um sistema de preços que pesa na uti?
lização (alocação) de recursos escassos, e que, no final das
transações, agradara' tanto a produtores como a consumidores,
Destacamos que a regulação domercado é realizada pela lei da
oferta e da procura,- ou seja, quantomais produtos disponíveis,
mais os preços baixam, ou quanto mais escassos os produtos,
mais os preços sobem. No entanto, os produtores querem sem?
pre ganhar mais, enquanto os consumidores querem sempre
pagar menos.O resultado desse processo são os chamadospre—
çosde equilíbrio, com os quais o mercado não escolhe nenhuma
das partes, promovendo o equilibrio entre elas.
Assim, sabemos que osmercados crescem quando há desen-
volvimento econômico, ou seja, o crescimento da economia, Por
outro lado, eles entram em retração quandohá desaceleração
dodesenvolvimentoeconômico. Esses doismovimentos podem
provocar inflação ou deflação, conforme fazem aumentar ou
diminuir os preços.
1.3.1 Tipos de mercado
Costumamos classificar os vários mercados por meio de crité-
rios espaciais e de produto (mercado da batata no Brasil, mer?
cadodo cacau no Chile), porém podemos também diferenciar
alguns tipos de mercado conforme o comportamento dos par-
ticipantes, sejamos vendedores ou os compradores, o que leva
a tipos de mercados especificos, como a concorrência perfeita,
a concorrência imperfeita, na qual se enquadram o oligopólwr
o oligapsônio, o monopóliº, o monopsônio e o monopólio bilateral,
tal como descrevemos a seguir.
Na concorrência perfe 5, há muitos compradores, que
geram demanda, e muitos vendedores, para disponibilizar a
oferta, comproduto suficiente para suprir o necessário; assim,
nenhuma força, seja da demanda, seja da oferta, pressiona o
preço das mercadorias. Os produtos e os fatores de pressão
sobre os preços são homogêneos e têm livre entrada e saida
do mercado. As forças de oferta e da procura são as únicas
determinantes do preço.
Na concorrência imperfeita, não existe atomização, ou seja,
não há multiplicidade nem na ponta da demanda, nem na
ponta da oferta; tampouco ha homogeneidade, o que quer dizer
que a oferta e' de produtosmuito díspares entre si; desse modo,
a procura não influi no preço. Os consumidores estão presos
a certas marcas de produtos e a publicidade desses poucos
produtos; com isso, omercado fica divido em preferências por
um ou outro produto.
O oligopólio é o pequeno número de grandes produtores,
os quais controlam a oferta e, por Vezes, a cadeia de oferta
comoum todo. Nesse tipo demercado, há poucos vendedores
e muitos compradores, sendo que os vendedores exercem o
controle sobre o preço dos produtos, Além disso, a tomada
de decisões pelas empresas leva sempre em consideração as
reações das empresas concorrentes: quando as ações, como
alteração de preço ou qualidade em um produto determinado
de uma empresa, produzem reação por parte das concorrentes,
estamos emuma situação de oligopólio. Exemplo disso e' o mer—
cado dos produtos derivados da soja e similares (como giras-
sole milho), em que atua a empresa Bunge Alimentos, a qual
domina a cadeia produtiva como um todo, desde a plantação
ate' a mesa. No mesmo mercado, competem apenas gigantes,
como Cargill, Archer Daniels Midland (ADM) e Tyson Foods.
No oligopsônio, temosmuitos vendedores para poucos come
pradores. Com isso, os compradores dominam omercado.
No monopólio, admite-se que há apenasum vendedor, que
define o preço e a quantidade dos produtos; portanto, não ha
concorrência ou produtos substitutos; exemplo disso e' a ener—
gia elétrica, que compramos apenas do Estado, O chamado
monopólio bilateral e' um modelo abstrato, no qual existiria
apenas um vendedor e um comprador, sendo o oposto da con-
corrência perfeita.
Por fim, no monopsônio, temos um comprador para vários
vendedores de produtos e ou serviços.
Sempre que analisarmos os diversos tipos demercado, deve-
mos considerar a relação existente entre mercado, consumi—
dor e demanda, considerandoque a demanda (ou procura) é a
quantidade de certo bem ou serviço que o consumidor deseja
e está disposto a adquirir por determinado preço e em deter-
minado momento. Os principais determinantes da demanda
são: quantidade, renda, número de consumidores, preço dos
produtos substitutos e preferência do consumidor. Nesse sen-
tido, verificamos que lei da demanda e a relação inversa entre
preços e procura, sendo esta sensivel àqueles.
Por outro lado, consideramos também a relação entre omer-
cado, () consumidor e a demanda, a lei da oferta é a relação
direta entre a quantidade de um bem ou serviço ofertado e
o preço desse bem ou serviço. No Gráfico 1.1, a seguir, veri-
ficamos que, quanto maior é a demanda, menor e' o valor de
mercado do produtº, sendo o inverso também verdadeiro.
Observamos ainda que, nomercado ideal, a demanda e a oferta
estariam em equilibrio, demonstradono gráfico pelo ponto de
equilíbrio do mercado.
Gráfico 1.1 — Ponto de equilibrio
Preco Curva de demanda
_, Ponto de equlllbriodo mercado
Curva da oferta
Quantidade
Tempo
Assim, temos equilíbriodemercado quando as leis da oferta
e da procura conduzem a um ponto de equilíbrio, em que a
quantidade demandada do produto e' igual a quantidade ofe-
recida. Assim, opreço se equilibra entre a demanda e a oferta.
Ainda no contexto demercado, devemos ponderar a variação
ocorrida por meio da elasticidade. No estudo da elasticidade,
mensuramos a variação da quantidade demandada em rela—
ção a variação do preço do produto, a renda, o número de
consumidores e o preço dos substitutos: são os deslocadores
da curva de oferta e demanda.
No preço da demanda, a elasticidade e sensível ao preço,
e a variação no preço será acompanhada por uma variação
na quantidade demandada.A elasticidademensura, portanto,
a resposta do consumidor a variação do preço. Na chamada
dfmanda elastica, a redução do preço aumenta muito a procura;
por outro lado, na demanda infla'siica, temos a redução no preço
do produto, visto que provoca pouca reação na quantidade
demandada.
De modo geral, os produtos agricolas têm demandaine—
la'stica a preços, ou seja, qualquer aumentona quantidade ou
decréscimono preço está associado a receitamenor, visto que
a colheita e os custos já ocorreram para os produtores.
Ainda na busca de definir os conceitos importantes para
a economia e contabilidade rurais, devemos avaliar alguns
deles, tais como:
' Teoria da irma — e' a relação entre a empresa e omercado;
nela, consideramos que empresa ou Erma é o local em
que ocorre a produção e a venda de bens ou serviços,
utilizando o processo produtivo.
Processo produtivo — é a combinação de fatores de pro-
dução (terra, trabalho, capital e demais insumos ou
matériasfprimas) que resulta emumbem derivadodesse
processo.
Mercado agrícola — e' o local em que compradores e ven-
dedores realizam transações de bens e serviços agricolas.
A definição demercado pode se referir ao local especifico
em que se realizam os negócios, comoomercadn atacadista
de Curitiba, ou pode se referir a um produto especifico,
como o mercado da laranja. Os consumidores determi—
nam :: extensão do mercado. Alem disso, na integração
das regiões emummercado único, a proximidade entre
elas contribui para a comunicação entre compradores
e vendedores e para a transferência de bens. Portanto,
temos de levar em conta o custo do transporte, o que
limita a incorporação de diversas regiões emummesmo
mercado.
Na conceituação da ideia demercado, ainda entram emcon-
sideração algumas outras variáveis, como a delimitação regio—
nal e a delimitação por produto. Particularmente no espaço
agrícola, de acordo com oproduto agropecuário, ocorrem dife-
rentes niveis de mercado. Por mercado produtor entendemos
aquele emque os produtores oferecem seusprodutos aos inter?
media'rios ou diretamente ao consumidor. No mercado ataca-
dista, as transações são realizadas em quantidades volumosas
de produtos entre intermediários, atacadistas e varejistas; em
outros termos, os atacadistas compram para revender, seu foco
de negociação são os estabelecimentos comerciais. Por outro
lado, no mercado varejista, os consumidores compram direta?
mente os produtos agrícolas; em outros termos, essemercado
tem como foco o consumidor final.
1.4 Canais de comercialização agricola
Os meios e as formas, em geral, pelas quais o consumidor
tem acesso aos produtos agrícolas são o que entendemos por
canal de comercialização, ou canal de distribuição, ou, ainda,
na teoria de marketing, os institutos mercantis que têm a fina-
lidade de disponibilizar os produtos para o comércio, visando
ao consumidor final.
É importante destacarmos que, nas cadeias agroindustriais,
os agricultores negociam com vários fornecedores de insumos
emáquinas, bem como com compradores demateriaszrimas
(agroindústria) e de produtos finais (varejistas). Apesar de, em
geral, os canais de comercialização apresentarem vários agen-
tes, existem canais curtos, como a venda direta em feiras e a
comercialização direta. No entanto, esses meios na verdade
são definidos na estratégia de comercialização dos produtos.
Oprodutor rural, ao vender sua produção agrícola ou pecuá-
ria, corre o risco de encontrar, nomomento da comercialização
no mercado, preços insuficientes para cobrir seus custos e
alcançar sua margem de lucro. Da mesma forma, as indústrias,
os comerciantes e os distribuidores, ao compraremos estoques
necessarios, correm o risco de ter que arcar com preços mais
elevados das matérias—primas, custos que dificilmente serão
repassados de imediato a seus clientes ou consumidores finais.
Diante dessa situaçãode risco dos negócios, tanto para os com—
pradores quanto para os vendedores, surge a necessidade de
estabelecer acordos antecipados de comercialização dos pro
dutos a preços fixados previamente, com vistas a segurança
de uns e outros. Para tanto, estabelecem-se sistemas de apoio
à comercialização.
1.5 Apoio à comercialização
Como apoio à comercialização, aparecem juntamente a garan-
tia de preços aos produtores, o crédito rural e as estruturas
para armazenagem de grãos. Nessa ocasião, o governo atua
por meio do fomento àprodução agricola. Assim, por exemplo,
no inicio dos anos 1990, foi criada a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), vinculada aoMinistério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), que e a companhia respon-
savel pela Politica de Garantia de Preços Minimos (PGPM),
atuandopormeio de estoques reguladores, estudos e estatistica
de preços e aquisição de produtos com objetivo de garantir a
renda do produtor.
Ao intervir no mercado, com a concessão de crédito para a
comercialização, por exemplo, o governopossibilita aosprodu-
tores a estocagemde produtos, para que eles possam aguardar
melhores oportunidades de mercado. Assim, o crédito para
a comercialização permite a regulação da oferta ao longo do
ano e tem um papel fundamental na estabilização de preços.
Os preços mínimos são fixados antesdoplantio, o que ajuda
os produtores na decisão sobre o que e quanto plantar. Graças
ao preço mínimo, os produtores podem vender sua produção
ou financiar sua armazenagem. Esse procedimento determina
a garantia de acesso aos alimentos a populações em situação
de insegurança alimentar e nutricional, assim como promove
a inclusão social no campo, por meio do fortalecimento da
agricultura familiar.
A agricultura familiar é exercida pelo pequeno produtor
rural, cuja mão de obra, essencialmente, são as pessoas do
convivio familiar. Podemos perceber facilmente que, em geral,
quem trabalha nas pequenas propriedades são a mãe, o pai
e seus filhos.
Sintese
Neste capitulo inicial, apresentamos a realidade da ciência
econômica, posto que ela está estritamente ligada à da vida das
pessoas, seja na agricultura familiar, seja na vida do consumi-
dor final, considerando que uma de suas principais funções
consiste em explicar como funcionamos sistemas econômicos
e as relações entre os agentes econômicos, propondo soluções
para os problemas existentes.
Da mesma forma, no contexto deste capitulo definimos que,
para produzir, além de bens de consumo final, a agricultura
também depende de insumos que recebe da industria, produ-
zindo bens intermed ios oumatérias-primas para indústrias
de transformação e que é nesse cenário que surgiu o agrone-
gócio brasileiro.
EMM/um ;“ _ JIM/Us
1. Sobre a economia rural, analise os seguintes conceitos bási—
cos e marque os verdadeiros:
a
b
c
d)
Economia,é a ciência social que estuda a produção,
a distribuição e o consumo de bens e serviços. Tem
como base de estudo a forma de comportamento
humano, seja individual ou coletivo, resultante
da relação entre as necessidades e os recursos
disponíveis para satisfazer essas necessidades.
Recursos,são os produtos concretos (tangíveis), como
arroz, feijão e frango, entre outros.
Bens — são os meios utilizados para a produção de
bens e serviços.
Serviços — são os produtos intangíveis, resultantes da
atividade terciária de produção, o trabalho.
As alternativas I e II estão corretas
As alternativas II e III estão corretas.
As alternativas [e IV estão corretas.
As alternativas III e IV estão corretas.
Resposta
Alternativa e. A definição ll define produto agrícola e a defi—
nição III define recursos, diferentemente do que está exposto
nas afirmativas.
2. Marque a(s) afirmação(ões) correta(s) a seguir e depois assi?
nale a alternativa que as contempla:
Sistemas econômicos — englobam todos os métodos
pelos quais os recursos são alocados, ou utilizados,
na produção de bens e serviços; são as organizações
econômicas, com os elementos básicos.
Economia rural,e' a ciência social que utiliza o
conhecimento técnico e administrativo e os recursos
produtivos (a terra, o trabalho e o capital) nos
:'ª
a
b
c
61)
empreendimentos agrícolas e pecuários, com safras e
custos de produção.
As duas afirmações estão corretas.
As duas afirmações estão incorretas.
Somente a primeira afirmaçãoestá incorreta.
Somente a segunda afirmação está incorreta,
Resposta
Alternativa a. As definições estão corretas.
Marque as afirmações corretas e depois assinale a alterna-
tiva que as contempla:
r.
a
b
c
d)
A microeconomia estuda a economia no seu conjunto,
seu comportamento, considerando o desempenho
agregado de indicadores como Produto Interno Bruto
(PIB), renda nacional, emprego e inflação, contas do
setor público, desenvolvimento econômico e balança
de pagamentos.
A macroeconomia tem como base o consumidor,
as empresas e sua produção e a formação dos preços
de bens e serviços que determinam as ações dos
produtores e dos consumidores.
As duas afirmações estão corretas.
As duas afirmações estão incorretas.
Somente a primeira afirmação está incorreta,
Somente a segunda afirmação está incorreta.
Resposta
Alternativa b. As definições se encontram trocadas.
Sobre o tema mercado, é incorreto afirmar:
ª)
b
Na concorrência perfeita existem muitos compradores
e muitos vendedores. Ninguém influi sobre o preço
das mercadorias.
Na concorrência imperfeita não existe atomização
nem homogeneidade, e a procura não influi no preço.
c No oligopólio admite-se apenas um Vendedor, que
define o preço e a quantidade de determinado
produto; portanto, não há concorrência ou um
produto substituto.
d Omonopólio bilateral e' um modelo abstrato, no qual
existe apenas um vendedor e um comprador, sendo o
oposto da concorrência perfeita.
Resposta
Alternativa :.
Perguntas& respostas
1, Em que consistem oprocesso produtivo e a comercialização
agrícola?
O processo produtivo envolve uma série de atividades ou
funções, por meio das quais bens e serviços são transferidos
dos produtores e prestadores de serviços aos consumidores,
Por outro lado, a comercialização agrícola surge a partir da
combinação dos fatores de produção, que são a terra, o trabalho,
e capital e os insumos (matérias primas), que resultam emum
bem a ser negociado.
%%%&/%Mm;,
lâaxãlcãiscrâriªusilãliªo......o|...o...O......oo...o...O...
forma como o Brasil se inseriu na história mundial,
desde sua descoberta e conquista, e' parte das grandesmudan-
ças que encerraram a IdadeMédia europeia, com efeito notável
em todo o planeta. Esses acontecimentos delimitaram pro—
fundamente as raízes do nosso pais e nosso desenvolvimento
pela história.
Por volta do séculoXV, na Europa, houve o reaparecimento
das cidades em contraposição ao jugo feudal em grandes pro-
priedades agrícolas, a burguesia mercantil cresceu, surgiram
os Estados nacionais e se estabeleceram as monarquias absov
lutistas com base na aliança entre os comerciantes e as casas
reais, em frequente conflito com a nobreza feudal e o clero
conservador. Alem disso, as grandes navegações criaram pela
primeira vez um mercadomundial, num comércio global com
produtos como especiarias e sedas, vindas doOriente, açucar,
ouro e prata oriundos das Américas e, parte do colonialismo
reinante, os escravizados vindos da África,
A difusão das inovações que ocorreramno mundo, em todos
os aspectos da vida,como a pólvora, as armas de fogo,
a bússola, as caravelas, o papel e a imprensa de tipos móveis,
a Renascença artistica, 0 humanismo filosófico e a Reforma
religiosa,deram origem a Idade Moderna.
Os responsáveis pela entrada doBrasil nessemercadomun-
dial foramnossos descobridores portugueses. Assim, oponto
de partida de nossa volta ao passado é a Peninsula Ibérica e
o Reino de Portugal.
2.1 A expansão marítima e comercial
Na Europa do século XV, com a crise econômica nas Zonas
rurais, levada a cabo por uma série de fatores, que incluiam:
a Peste Negra, que reduziu a população da Europa em ao
menos um terço; () reinicio do comércio com o Oriente, prof
movido pelas Cruzadas, que deu novo ânimo ao crescimento
das cidades e dos portos; a dificuldade de manter a economia
rural, pela falta de trabalhadores (mortos pela Peste), e pelo
esgotamento das plantações que ja' havia causado a Grande
Fome entre 1315 e 1317; o crescimento da burguesia, classe
que Vive do comercio e das viagens; e o recrudescimento das
monarquias absolutistas, com as dinastias se fixando com
armadas fixas, não mais exércitos de mercenários. Com toda
essa situação, a economia mercantil,que procurava se censo?
lidar nos principais centros urbanos — e principalmente a falta
demoedas (esgotamento das fontes demetais preciosos) foram
motivos para abusca de novas rotas de comércio com oOriente
e de fontes de metais preciosos ao alcance. Esse contexto levou
ao inicio da Era das Grandes Navegações,
Os navegadores portugueses tinham como objetivo final
alcançar o Oriente, contornando o sul da África. Outros
preferem ver na expedição de Cabral apenas uma maneira
de tomar posse do território já conhecido. De todo modo, foi
com essa motivação que, em 9 de março de 1500, a frota sob
o comando de Pedro Álvares Cabral (1467-1520), após passar
pelas ilhas de Cabo Verde, tomou rumo oeste, afastando-se
da costa africana ate' avistar aquelas que viriam a ser as terras
brasileiras, em 21 de abril de 1500. Entre outros fatores, o desco-
brimento da nova terra determinou a passagem, para o Reino
de Portugal, do feudalismo para o capitalismo comercial, com
a ascensãodo capital mercantil e das ideiasmercantilistas que
precederam a Revolução Industrial, no século XVIII.
Com isso, os conquistadores adequaram a nova terra as suas
necessidades econômicas, de acordo com o comércio que se
apresentava, na epoca, direcionado aos produtos com grande
procura nos mercados europeus e com base no exclusivismo
comercial (ninguémpoderia comercializar direto doBrasil com
outros paises ou compradores). Alem disso, ametrópole usava
como estratégia a combinação de capitais privados e monopó-
lios comerciais nas fases iniciais da colonização, bem como o
estabelecimento de suas unidades produtoras e as relações,
ainda precárias, de produçãoe trabalho. Temos, portanto, nes e
âmbito, a definição do latifúndio como unidade de produção,
da escravidão como relação de trabalho única e da monocultura
comomodelo produtivo, conjunto que forma a base da agricul-
tura colonial brasileira. Essa visão sobre o tipo de exploração
realizado no Brasil não é nova: já em 1902 (data da publicação
original), Oliveira Martins (1902, p. 48, grito do original), his-
toriador português, afirma: ”OBrasil e verdadeiramente uma
fazenda portuguesa no Ultramar, e Portugal explora-a como o
proprietário faz a uma granja sua”.
Então, foi com base no latifundio, na monocultura e na
escravidão que Portugal exerceu seu dominio sobre as ter-
ras brasileiras no inicio do periodo colonial, até pelo menos a
independência do pais,
2.2 A agricultura como parte
da economia colonial
Onome Brasil começou a ser usado ainda em 1503, associado ao
pau-brasil, cujo cerne, vermelho, era usado como corante, e cuja
madeira era utilizada para a construção de móveis e navios.
Inicialmente, esse era o unico atrativo da nova terra. Portugal
tomou para si o monopólio sobre o comércio e a exploração
do produto, que escasseou em apenas 30 anos.
Para Caio Prado Júnior (2000), a evolução da colônia obede-
ceu, de certa forma, à iniciativa original dos portugueses de
avançar com a colonização do território brasileiro, indo além
do estabelecimento de feitorias e da extração do pau-brasil.
Todavia, ela pode servista comoum sinal de que a colonização
dos trópicos tomou o aspecto de uma vasta empresa comercial
mais completa do que as antigas feitorias, mas sempre com o
mesmo caráter que elas apresentavam, destinadas a explorar
os recursos naturais de um território virgem em proveito do
comercio europeu.
Com a adesão a ummodelo inicial totalmente exploratório e
extrativista, surgiu eventualmente a dificuldade da formação
de um mercado interno. Passaram a existir, então, as gran-
des lavouras, elas próprias responsáveis por seu própriosus-
tento, cabendo apenas aospoucos centros urbanos um espaço
para o comércio de alimentos. Era o inicio da grande lavoura,
explorada em monocultura voltada à exportação, que cons-
tituia o cerne da agricultura colonial, destinada a cultura de
poucos produtos, ini ialmente a cana-de-açúcar, que havia se
adaptado bem a nova terra, trazida pelo Governador-Geral
MartimAfonso de Souza, em 1532. As outras culturas, dentro
das grandes lavouras, desempenhavam apenas um papel de
subsistência para os moradores das fazendas, escravizados,
com o pouco excedente comercializado nos centros urbanos.
As primeiras tentativas de exploração do litoral brasileiro se
basearam no sistema de feitorias, adotadonas costas africanas,
O Brasil foi arrendado, com direito de extração por três anos
concedido a um consórcio de comerciantes de Lisboa, lidera-
dos por Fernão de Noronha (1470-1540), que teve seu término
já em 1505.O inicio propriamente dito da colonização do país
se deu na expedição de Martim Afonso de Souza (entre 1530
e 1533), que tinha comoobjetivo patrulhar a costa, estabelecer
uma colônia e determinar o método de exploração da terra.
MartimAfonso foi o primeiro air alemdo extrativismo, ao dis-
tribuir sesmarias, nomear os primeiros funcionários e deixar
um núcleo de povoamento que existe até hoje (São Vicente,
fundado em 1532), além de introduzir no pais nossa primeira
monocultura de extensão.
2.3 A primeira agroindústria do Brasil
No Brasil, o nobre Martim Afonso de Souza, donatário da
capitania de SãoVicente, estabeleceu a primeira agroindústria,
quando iniciou o cultivo da cana-de-açúcar, em 1532, cons-
truindo um engenho e uma plantação com complexa divisão
de trabalho entre 18 funções especializadas, sendo 11 braçais,
Um engenho de bom porte fabricava ”de 150 a 250 toneladas de
açúcar por ano“ (Gorender, 2011, p. 93), e utilizava de 150a 250
escravizados, enquanto a comercialização do produto se dava
em âmbito mundial, porém sempre por meio da metrópole.
Corn tais elementos articulados em uma organização pura-
mente produtora, industrial, com potencial mil vezes menor
do que uma usina atual (Gorender, 2011, p. 93, destaca: “são
comuns hoje as usinas que fabricam 60 mil toneladas anuais“),
constituiu-se a colônia brasileira. O Brasil tornou-se então o
maior exportador de açúcar e, em 1573, ja havia aqui 60 enge-
nhos, sendo 23 emPernambucoe 18na Bahia; em 1652, o açúcar
nordestino atingiu a hegemonia mundial, que se estenderia
um a:Produção extensivo,definidopai» g.mae.umas de
%
por três séculos, até que o interior de São Paulo tornasse a
frente na produção.
Devemos considerar que a abundância de terras férteis e não
desbravadas possibilitou o surgimento da grande propriedade
rural (o latifúndio), a verdadeira unidade de produção, res-
tando aos donatáríos apenas resolver o problema do trabalho,
Assim, o trabalho escravizado veio a ser fator obrigatório no
desenvolvimento dos latifúndios coloniais brasileiros (ia que
o sistema produtivo nos outros países do continente foi dife-
renciado), sistema produtivo denominado plantatimz', o qual
influenciou toda a trajetória histórica da economia do Brasil,
limitando seu mercado interno.
No Brasil, a escravidão dos indigenas permitiu o primeiro
avançoda produção tropical e, quando essemodode produção
se estabeleceu firmemente, os indígenas cederam lugar aos afri-
canos escravizados. Contudo, questionamos: Qual foi a razão
para amudança? A alegada inadaptabilidade dos indígenas a
lavoura e' insuficiente. A introdução dos escravizados africanos
respondeu,mais uma vez, ao sentido profundo da colonização,
visto que a preferência pelos africanos se revelou comomais
uma engrenagem do sistema mercantilista de colonização —
o tráflco negreiro, alem de incluir o fator de despersonalização
doescravizado, que retirou a identidade da pessoa por retira-la
de seu lugar, de sua lingua, de seus costumes e de sua socie—
dade; assim, despersonalizado, o escravizado sente—se fraco
para enfrentar o escravizador. O indigena escravizado não
sofria esse peso da despersonalização, pois não era retirado
de sua terra. Outro fator que propiciou a opção pela escravi—
zação dos negros africanos foi o estabelecimento de comercio
de escravizados para as colônias, o que também abriu aos
dominadores um importante setor do comércio colonial, que
impulsionou a economia do reino em geral, desde os estaleiros
de navios ate' os fabricantes de instrumentos de submissão,
como correntes e grilhões.
O desenvolvimento da economia colonial foi realizado,
dessa maneira, por um processo ciclicoz primeiro, o pequeno
ciclo do pau-brasil; depois, o do açúcar, apos o do ouro e dia-
mantes, e então o do café, A noção de ciclos nos sugere que,
esgotada a potencialidade de umproduto colonial, retomavafse
o processo de desenvolvimento, praticamente domesmoponto
de partida inicial, começando então um novo ciclo no qual o
pais partia do zero novamente.
Dentro desse contexto, a cultura da cana-de—açúcar somente
se tornou rentável quando pôde chegar a grandes volumes
de produção,para se desbravar o terreno, plantar, colher,
e transportar ate' o engenho havia a necessidade de muitos
trabalhadores, Para prover a essa necessidade dos produtores
e dos dominadores portugueses, em 1538 ocorreu o primeiro
desembarque documentado de escravizados no nosso pais.
Em se tratando do café, as primeiras mudas da planta chega-
ram aoBrasil em 1723, e asprimitivas fazendas de cafe adapta-
ram para o novo produto o modelo do engenho de açúcar,
com os mesmos escravizados e a divisão das fazendas entre
a casa-grande e a Senzala, a mais tradicional do periodo colo-
nial (Freyre, 2003). Além da renovação do ciclo, com a cultura
do café, a Mata Atlântica passou a ser destruida em grandes
queimadas e derrubadas; o cultivo era mais exigente do que
o da cana de açucar, embora seu beneficiamento fosse mais
simples e o investimento, menor. No século XIX, a cultura era
predominante no pais e gerava a maior parte das riquezas.
Com o latifundio, a monocultura e a escravidão (fazendas
de 400 até 2 mil escravizados), repetiam-se as caracteristicas
do engenho de cana na oligarquia do café, Os senhores de
engenho apresentavamopulência, poder político e prestígiona
corte. la no séculoXIX, o imperador concedia titulos de nobreza
a inúmeros fazendeiros, chamados então de barões do café.
2.4 Modernização conservadora
No processo de inserção dopais na economia mundial, a colo-
nização portuguesa apresentou, como já vimos, diversas fei—
ções, tanto no sistema produtivo quanto na organização social
das classes emjogo.O sistema de pluntatímx, do qual ja' falamos
brevemente, cuja principal caracteristica era a produção agri-
cola voltada para omercado externo, fundamentada na grande
propriedade territorial, na mão de obra escravizada e, mais
tardiamente, no sistema de colonato, influenciou a trajetória
histórica do Brasil, limitando o mercado interno e levando o
pais a umprocesso tardio de industrialização urbana e agraria,
com a geração de estruturas politicas oliga'rquicas.
No final do século XIX, ocorreu também noBrasil uma das
crises ciclicas do capitalismo, devido ao colapso dos preços
dos produtos agricolas exportados, notadamente o café; esse
fato levou a uma redefinição das relações entre o setor rural e
o setor urbano no Brasil. Essa nova relação foi acentuada pela
grande depressão econômica de 1929, com redução da expor-
tação do seu principal produto (o café), o que determinou um
estimulo a produção interna, com expansão de investimento
no setor urbano. Com isso, o setor urbano e sua indústria pas-
saram a centralizar o processo de acumulação de capital na
economia, dando inicio ao modelo de industrialização conhev
cido como modelo da subslítuíç/Ío de importações.
Ate' o inicio do século XX, o Brasil era uma sociedade pre-
dominantemente agraria, com poucos centros urbanose ati?
vidades industriais ligadas a eles. Os latifúndios constituiam
as unidades básicas de produção, nas quais a força de traba-
lho era formada de parceiros e outros tipos de trabalhadores
não remunerados exclusivamente com dinheiro. A economia
nacional tinha como base a exportação de poucos produtos,
sendo o destaque — conforme mencionamos — a produção do
café, e os proprietários de terra constituiam uma aristocracia
agrária que exercia a hegemonia econômica e politica noBrasil.
Nesse modelo, identificamos principalmente duas fases:
a primeira, chamada de industrialização restringida, compreen-
deu o periodo de 1930 a 1950 e tinha como caracteristica a
acumulaçãode capital combasena produção industrial; porém,
como as bases técnicas e financeiras eram insuficientes, não
ocorreu um processo de desenvolvimento industrial autodef
terminado. Salientamos que, nessa fase de industrialização,
vemos o advento de uma politica de controle de importações
que visava regular a balança comercial. Assim, as compras de
maquinas e insumos no exterior era forçada a se manter em
niveis predeterminados pelos governos para gerar-se superávit
na balança comercial.
A segunda fase da industrialização iniciou-se quando
Getúlio Vargas (1882-1954), como presidente da República
pela segunda vez, de 1951 a 1954, adotou uma política deli—
berada de industrialização e fez comque as açõesde fomento
se voltassem para as indústrias de petróleo, aço e mineração
de ferro, propiciando um periodo de industrialização pesada.
Esse processo teve continuidade no governo de juscelino
Kubitschek (1902-1976), de 1956 a 1961, com a implementa-
ção de uma indústria de bens duráveis, entre elas a indústria
automobilistica. Cabe salientarmos que, neste momento, em
paralelo, teve inicio um processo de expansão rural, notada-
mente no setor agricola.
Destacamos aqui a agricultura, que desde o ano de 1930
até a década de 1960 se sobressaiu na produção de gêneros
alimenticios com preços aceitáveis, e algumas vezes com
tabelamento, para uma crescente população urbana. Além
desse cenário, ocorreu a geração de divisas para importação
de matérias-primas e bens de capital. Com isso, teve inicio a
assistência técnica aos produtores rurais, com algumasmelho-
rias na comercialização.
Algumas politicas para impulsionar o modelo de substif
tuição de importações determinaram taxas especiais sobre a
exportação de produtos agricolas, assim como mecanismos
de controle de preços para produtos destinados ao mercado
interno, o que determinou a transferência dos custos da indus-
trialização para o setor agricola. Porém, apesar dessas politicas
desfavoráveis, ocorreu o crescimento da produtividade agrif
cola — aindamenor doque as taxas de crescimento industrial —,
mas ao menos suficientes para responder aos aumentos da
demanda de alimentos. Ressaltamos que, na década de 1950,
a taxa de crescimento populacional era de 3%, ocorrendo ainda
crescimento da renda per capita proporcionado pela industria-
lização (Cohen, 1974). Assim, muito embora as políticas não
fossem favoráveis a agricultura, houve crescimento causado
pelas mudanças que ocorreram na economia brasileira,
A partir de 1930, a aristocracia agraria foi gradativamente
perdendo a influência sobre o Estado, por exemplo com o
fim da política do café com leite (revezamento entre presiden-
tes paulistas e mineiros), o que permitiu a transferência do
excedente de renda para a indústria. A mudança na estrutura
politica foi seguida por esforços para se organizar a força de
trabalho urbana e industrial nos padrões jurídicos de uma
economia capitalista, como estabelecimento de uma legislação
que regulava os sindicatos e as relações de trabalho, ainda em
vigor, a Consolidação das Leis doTrabalho (CLT, aprovada em
1943). Essa legislação trabalhista não atingiu o setor agricola,
não havendo, portanto, mudanças na estrutura agrária, o que
vemos como resultado da influência dos grandes proprieta-
rios na estrutura politica e do pequeno movimento camponês,
durante o periodo entre 1930 e 1950.
A remuneração baixa e precária do trabalho agrícola e a
ausência de encargos trabalhistas aos grandes proprietários
parecem ter contribuido para reduzir os efeitos da politica de
transferência de renda no setor rural, bem como para ampliar
a área cultivada dentro dos grandes latifúndios, o que teve
como resultado o aumento da produção de alimentos nesse
periodo. Outro fator de crescimento foi a ampliação da fron—
teira agricola no centro sul e no oeste do Brasil, com a integra-
ção dessas areas ao mercado; a fertilidade do solo também foi
determinante para o aumento de produtividade, embora com
baixo nivel tecnologico. Essa integração de novas áreas agri-
colas foi proporcionada pela ampliação da estrutura viária e
pelo desenvolvimento da industria automobilistica. A extensão
das estradas dobrou durante o periodo de 1945 a 1950 (Brasil,
2017b), aomesmo tempo que ocorreu o aumento donumero de
caminhões, de 12%durante o periodo de 1956 a 1960, graças a
Lei ]oppert, como foi chamadooDecreto-Lei n. 8.463, de 27 de
dezembro de 1945 (Brasil, 1945),
Assim, o crescimento da agricultura, de 1930 até 1960, teve
como base o modelo da agricultura extensiva, a expansão da
fronteira agrícola e o baixo nível tecnológico, Podemos consi-
derar aqui duas áreas: uma área de fronteira agricola e outra
área, em que os processos de industrialização e urbanização
eram mais intensos. A primeira passou a produzir alimentos
comomilho, arroz e feijão, e a segunda, produtos de exportar
ção ou mesmo para omercado interno, estes com necessidade
de maior investimento de capital e proximidade de centros
urbanos, com destaque para os estados do Sul e do Sudeste,
commaior produtividade por área cultivada (São Paulo atingiu
93% de produtividade por área cultivada). Essa fase decorreu
da transformação da base técnica da produção agropecuária,
que se deu a partir das importações demáquinas e de insumos.
A esse respeito, vale verificar o contido em O mumia rural no
Brasil do século 21: aformação de um novo padrão agrária e agrícola,
deBuainain et al. (2014, p. 83-90), que traz umpanoramamais
extenso da história do desenvolvimento da agricultura no
Brasil dessa época.
Nas cidades, de 1950 ate' 1960, ocorreram crises periódicas
de abastecimento de alguns produtos, entre eles carne, feijão e
frutas, com alta geral de preços. Decorreu dai a pressão sobre
os salários e a mobilização dos trabalhadores; por outro lado,
na mesma época, as exportações não eram constantes, apre-
sentando baixas e altas e mantendo-se a dependência do café,
mesmo com outras commodities aparecendo, como a soja.
A transformação da base técnica da agropecuária, que resul-
tou em maior nivel tecnológico, especialmenteno centro-sul, fez
comque o trabalho agricola tivesse maior rendimento emmui-
tas atividades. Alem disso, fez comque se alterasse a categoria
profissional do trabalhador rural, de colono para assalariado
temporário, o que determinou um novo tipo de mão de obra
agricola. Por outro lado, no Nordeste, ainda dominado pela cul-
tura da cana-de-açúcar, com condições favoráveis nomercado
mundial e nacional, também ocorreu o surgimento do trabalha-
dor assalariado, porem com consequências de profunda signi-
ficação social e econômica. Podemos afirmar assim que ocor-
reu uma transição da agricultura tradicional para a moderna,
quando se deu a entrada de investimentos na agricultura.
As inovações de equipamentos técnicos e os investimentos
no setor agroindustrial alteraram as relações de trabalho no
campo.A crescente capitalizaçãoda agricultura e a expansão da
agroindústria provocaram uma nova onda de concentração de
terras, o que alterou as relações trabalhistas no campo e expul-
sou 05 trabalhadores rurais para as cidades, na década de 1970.
Com a expansão do capital industrial urbano, aumentou a
utilização demãode obraassalariada nas zonas urbanas, o que
atuou como um fator primordial para que os trabalhadores
rurais saíssem de suas terras em direção às grandes cidades,
em torno às quais se aglomerava a indústria. O êxodo rural e',
assim, um processo que se da em dois sentidos a aceleração
do desenvolvimento atrai mãode obra rural para as cidades e,
aomesmo tempo, a capitalização da agricultura cria condições
favoráveis àexpulsão dos trabalhadores rurais do campo. Esses
fatores levaram a inversão da concentração da população, ini-
cialmente rural empredominância, depois urbana emmaioria
absoluta, constatada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nos Censos de 1940 a 2000 (citado por Brito,
2006, p, 2), no Gráfico 2.1, a seguir.
Gráfico 21 — População urbana e rural no Brasil de 1940 a
2000
180000000
150ano000
140000000
120000000
100000000
80000000
60000000
40000000
20000000
0
1940 1950 1950 1970 1980 19911 1000.Rural.Urbanarum AdnptadndelBGE,1940,195":19w;1970:19m1lwlÇZOUIY,cltadnxpoanlu,2006,p zzz
Amobilização crescente fez comque os trabalhadores rurais
se integrassem na estrutura do Estado, passando a trabalhado-
res legalizados. Assim, no governo deJoão Goulart (1961-1964),
foi assinadooEstatuto doTrabalhadorRural — ETR, Lei n. 4.214,
de 2 demarço de 1963 (Brasil, 1963), e já na ditadura militar, no
governoCasteloBranco (1964-1967), foi promulgado oEstatuto
da Terra, a Lei n. 4.504, de30 denovembro de 1964 (Brasil, 1964).
Com toda a legislação redefinindo a produção rural no
Brasil da época, ocorreu uma redefinição das relações entre
agricultura e indústria, com o surgimento de um novo padrão
agricola. A agricultura foi incluida no circuito de produção
industrial, como consumidora de insumos emáquinas, e como
produtora de matérias-primas para transformação industrial,
com a formação dos complexosagroindustriais.OEstado criou
mecanismos que determinaramamodernização da agricultura,
com investimentos em infraestrutura (com estradas, comercia-
lização e comunicação), e a criação de projetos especiais com
programas regionais (incentivo ao reflorestamento, pesquisa
e extensão rural, crédito rural e politica de controle de preços
agropecuários).
2.5 Crédito agrícola
O crédito agrícola e' o mais importante instrumento de poli-
tica agrícola para a modernização das unidades de produção
agropecua Ele possibilitou a sustentação e a expansão da
capitalização dos setores da agricultura.
Entre 1950 e 1970, oBrasil passou por uma profunda altera-
ção na sua estrutura demografica. Em apenas 20 anos, a popu-
lação urbana passou de 36%para 56%do total, conforme vimos
no Grafico 2.1. Desde então, a população rural, que chegou a
41 milhões naquele ultimo ano, vem se reduzindo. Com isso,
ocorreu o aumento da necessidade de produção de excedente
na agricultura, uma vez que parte da mão de obra rural migrou
para as cidades. Para tanto, foi fundamental um acréscimo
considerável da produtividade agricola. Com esse intuito, em
1965 foi instituido o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR),
pela Lei n. 4.829, de 5 de novembro de 1965 (Brasil, 1965).
A finalidade do SNCR consistia em fornecer crédito para o
investimento, o custeio e a comercialização da produção rural.
Até meados da década de 1980, esses empréstimos eram rea-
lizados com taxas de juros nominais fixas. O governo federal,
por meio doBanco doBrasil, provia a maiorparte dos recursos
destinados ao campo. Os empréstimos doBanco doBrasil para
o setor rural eram financiados em grande parte pela emissão de
moeda, graças a conta movimento que a instituiçãomantinha
no Banco Central (BC). Por meio dessa conta, a diferença entre
os fluxos correntes de aplicações e de retornos (amortização
mais juros) de empréstimos para o setor rural era automatica-
mente coberta pelo BC.
Em um contexto de aceleração da inflação, a obtenção de
créditos com baixas taxas de juros fixas representava, ver-
dadeiramente, um forte subsidio implicito aos tomadores de
empréstimos. Eles podiam, na pratica, aplicar os recursos do
crédito rural diretamente no mercado financeiro com taxas
muito mais elevadas, realizando substanciais ganhos finan-
ceiros. Basta dizer que, em 1980, a taxa de juros real nessa
atividade foi negativa em 34,6% ao ano (Leite, 2001), Diante
desse grande incentivo à tomada de recursos de crédito rural,
criou-se uma demanda que não condizia com a capacidade de
expansão da agropecuária,
A demanda crescente por crédito rural, em face do retorno
proveniente de amortizações ejuros, gerava uma pressão con-
tinua por novos recursos, que na prática eram financiados com
o aumento da ofertamonetária,Oaumentodo crédito agricola
foi também em boa medida canalizado para a aquisição de
terras por fazendeiros e especuladores. Isso ocorreu porque,
em um ambiente de inflação alta, a propriedade imobiliária
funciona como uma reserva de valor, protegendo a riqueza
da infiação.
O reflexo desse sistema, portanto, foi um aumentono preço
real da terra, que, por sua vez, provocou ao longo da decada de
1970uma redução na relação entre opreço de arrendamento e
o preço da terra, ou seja, o subsidio com ocredito incentivava
mais a especulação com terras que a produção agrícola. Esse
processo levou a uma forte concentração fundiária. Em 1970,
0,7% dos estabelecimentos tinham mais de 1.000 ha, 0 que
correspondia a 39,5% da área total. Em 1980, esses estabeleci-
mentos representavam 0,9% do total e sua area correspondia a
45,1% da area total. Por outro lado, em 1970, os estabelecimen-
tos rurais com menos de 10 ha representavam 51,2% do total
e 3,1% da área, enquanto em 1980 correspondiam a 52,1% do
total e 2,8% da área (IBGE, 1970, p. 7).
Assim, a partir demeados dos anos 1980, iniciou-se umuma
profunda transformação nosistema decrédito rural em resposta
à grave crise fiscal pela qual o governo passava.
2.6 Novo padrão agricola
O fim da década de 1960 e considerado como o marco da cons-
tituição do Complexo Agroindustrial Brasileiro (CAI), assim
como a arrancada do processo de industrialização do campo
(Delgado, 1984). A sua caracteristica fundamental e a imple-
mentação de um setor industrial produtor debens de produção
para a agricultura. Esse contexto forma a base da economia
rural no Brasil.
Analisando a evolução do setor agropecuário no processo
histórico do nosso pais, mesmo com variações temporais,
verificamos que depois desse processo ocorreu o desenvolvi-
mento das regiões brasileiras e de sua população rural. Para
isso, podemos mensurar por meio do índice Produção Total
de Fatores (PTF), con forme Tavares, Ataliba e Castelar (2001),
que os insumos e os recursos são transformados em produtos
e bens finais de forma eficiente.
Salientamos que os indices de insumos apresentaram cres-
cimento até o ano de 1980, e passaram a decrescer a partir
desse periodo. Em 1995, esse indice aumentou, coincidindo
com o acentuado crescimento das ocupações de terra em novas
regiões, como o Centro-Oeste. Coincidem tambem com gran—
des subsidios de crédito rural e com o aumento da tecnologia
utilizada na agricultura. Alem disso, surgiram instituições
de pesquisa, entre elas a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa, criada em 1973), com seus cursos de
pós-graduação.
Esse crescimento ainda continua, Visto que a agroindústria
começou em alta o ano de 2017:
Na comparação com os últimos três meses de 2016, o cresci-
mento observado dejaneiro a março de 2017 foi de 1%. A agro-
pecuária foi o grande destaque, respondendo por 50% desse
aumento. Ou seja, se não fosse o campo, a alta no PIB nesse
periodo teria sido de apenas 0,2%.
o professor Felippe Serigati, economista do Centro de
Estudos do Agronegócio da Fundação GetulioVargas (FGV),
explica que o resultado do setor agropecuário, de 13,4% de
crescimento frente ao trimestre anterior, foi sim expressivo.
(Agro..,, 2017)
Oprevisto para2017 e de crescimento de 0,9% no ano (Cepea,
2017), mesmo com a crise geral na economia; ou seja, o setor
agroindustrial continua a crescer, mesmo em épocas de crise,
Sintese
Neste capítulo, relembramos a historia do Brasil, a expansão
maritima e comercial, bem como reconhecemos como a agricul-
tura fez parte da economia colonial. Evidenciamos queMartim
Afonso de Souza estabeleceu a primeira agroindústria no pais,
quando deu inicio no Brasil ao cultivo da cana-de-açúcar,
em 1532. A partir de então e com a evolução da agricultura,
consolidou-se o cenário atual, em que essa industria gerou
divisas para importação de matéria -primas e bens de capi-
tal, bem como para a agroindústria, já bastante diversa no
pais. Comesse cenário foi que surgiu, posteriormente, o novo
padrão agrícola, a partir de 1960, que se fundamentou como
base da economia rural no Brasil.
!““
Hll't—Irtllillã ITEM/Will»
Considerando que o nome Brasil começou a ser usado em
1503, associado ao pau-brasil, cujo cerne, vermelho, era
usado como corante e na construção de móveis e navios.
Inicialmente, esse era o unico atrativo danova terra. Portugal
impôs a ela o monopólio sobre o produto, que escasseou
em 30 anos. Analise as alternativas propostas e assinale a
opção que identifica a evolução da colônia, para Caio Prado
Júnior (2000):
1. A evolução da colônia obedeceu, de certa forma,
a iniciativa de avançar com a colonização do território
brasileiro.
11, A colônia ultrapassava o estabelecimento de feitorias
e da extração do pau-brasil. Todavia, pode ser vista
como um sinal de que a colonização dos trópicos
tomou o aspecto de uma vasta empresa comercial
mais completa do que as antigas feitorias.
111, Com esse modelo, surgiu dificuldade para a formação
de um mercado interno, uma vez que as grandes
lavouras seriam responsaveis por seu proprio
sustento, cabendo apenas aos poucos centros urbanos
um espaço para o comércio de alimentos.
Era a grande lavoura, voltada à exportação, que
constituía o cerne da agricultura colonial, cabendo
apenas um papel de subsistência à cultura de poucos
produtos.
&', Apenas as proposições i e H estão corretas.
E: Apenas as proposições H e III estão corretas.
& Todas as proposições estão corretas.
d) Apenas as proposições [, III e IV estão corretas.
Resposta
Alternativa :. Todas as afirmativas são corretas.
2. No Brasil, o cultivo da cana-de-açúcar teve inicio em 1532,
quando foi construido o primeiro engenho de açúcar, uma
unidade produtiva sofisticada para a época, com uma come
plexa divisão de trabalho, 18 funções especializadas, sendo
11braçais. Um engenho de bom porte fabricava de 150 a 250
toneladas de açucar e utilizava de 150 a 250 escravizados,
e a sua comercialização se dava em âmbito mundial. Esse
cultivo é atribuído a qual donatário de capitania hereditá-
ria do Brasil?
a) Tomé de Souza.
b
c) Tomás Antônio Gonzaga.
d) Martin Afonso de Souza.
Duarte da Costa.
Resposta
Alternativa d. Martim Afonso de Souza foi o introdutor da
cana-de-açúcar no Brasil e primeiro donatário da Capitania
de São Vicente.
3. Com relação ao novo padrão agrícola, a década de 1960
e' considerada como marco da constituição do Complexo
Agroindustrial Brasileiro (CAI), assim como a arrancada
do processo de industrialização do campo (Delgado, 1984).
Nesse contexto, é correto afirmar que estão corretas as
afirmações:
1, A característica fundamental do CAI é a
implementação de um setor industrial produtor de
bens de produção para a agricultura. Esse contexto
forma a base da economia rural no Brasil.
Analisando a evolução do setor agropecuário no
processo histórico do nosso pais, mesmo com
variações temporais, concordamos que ocorreu o
desenvolvimento para as regiões brasileiras e sua
população rural.
m. Podemos mensurar por meio do indice Produção
Total de Fatores (PTF), conforme Tavares, Ataliba
e Castelar (2001), que os insumos e os recursos são
transformados em produtos e bens finais de forma
eficiente.
a) Apenas as proposições [ e 11 estão corretas.
b) Apenas as proposições II e 111 estão corretas.
c) As proposições ], H e 111 estão corretas.
d) Apenas as proposições I e III estão corretas.
Resposta
Alternativa (. Todas as afirmações são verdadeiras.
Perguntas &: respostas
1. Qual éa definição e quais são osmotivosque causamoêxodo
rural?
Oêxodo rural é a fuga (migração) da população rural para
as cidades. Essa classe de trabalhadores (rurais) vai em busca
não somente de empregos melhores, com boa remuneração,
mas também de condições de vida adequadas;em suma, os trar
balhadores migram porque acham que vão melhorar de vida
no novo destino escolhido,uma cidade, um estado ou uma
região. Com a redução da capacidade econômica doBrasil para
as importações, a produção interna foi estimulada; assim, as
oportunidades de investimento no setor industrial urbano
expandiramese e esse setor passou a centralizar o processo de
acumulação de capital na economia, dando início ao modelo
de industrialização que passou a ser chamado modelo de 5111157
tituiçõcs dr mipmtaçõcs. Esse paradigma criou um poderoso e
diversificado mercado urbano de trabalho no periodo de 1950
a 1980. No período de 1950 a 1960, o êxodo rural chegou a ser
responsável por 17,4% do crescimento populacional das cidav
des brasileiras, enquanto entre 1960 e 1970, a Região Sudeste
perdeu 43,25%de sua população rural e, entre 1970e 1980,mais
40,35% (Alves; Souza;Marra, 2011, p. 82).
termo agronfgáciv (ugríbusincss, em inglês) foi defi-
nido pelos pesquisadores John Davis e Ray Goldberg (1957),
da Universidade deHarvard (EUA) e pode ser entendido como
o conjunto de atos que resultamna produção e na distribuição
de suprimentos agrícolas, que também abrange a produção nas
unidades agricolas, o armazenamento, o processamento e a
distribuição dos produtos agricolas e dos itensmanufaturados
produzidos com eles. Todavia, na Escola Francesa deEconomia
Industrial, representada por pensadores como Louis Malassis,
o conceito corresponde ao conjunto de atos consecutivos que
transformam as matérias-primas advindas da agropecuária
em produtos, por meio de determinada técnica.
Nesse sentido, podemos entender o agronegócio como um
entrelaçamento de atos que resultam em produtos agrope
cuários, cujo inicio esta na produção de insumos, passando
por vários estágios como a transformação das materias-pri-
mas em produtos e sua distribuição, chegando por fim a
comercialização.
Percebemos que a produção tem seu inicio na extração das
matérias-primas, a qual e' vendida in natura ou, ainda, bene-
ficiada (processada). Após esse momento inicial, ocorre a
comercialização do insumo, ou seja, sua distribuição e venda.
Lembramos também que esses estágios podem envolver va'rios
participantes, dopequeno ao grande produtor, passando pela
assistência técnica e pelo manejo do ambiente, entre outras
fases.
São dois os tipos de agentes que atuam nessas duas fases
iniciais: os diretos, que são aqueles que produzem as mate-
rias-primas, ou seja, os produtores rurais; e os indiretos, que
são aqueles que concebem asmatérias-primas que serão desen-
volvidas, como e o caso dos assistentes técnicos.
A próxima etapa do agronegócio e' a transformação, que
envolve a industria. Nessa ocasião, a industria transforma
as matérias-primas em produtos. Após esse estágio, ocorre
a distribuição e a comerci lização dos produtos agropecua-
rios, os quais terão seus destinos estabelecidospelos distribui-
dores, visando aos consumidores de bens e serviços ligados
ao ambiente rural. Nesse momento, verificamos outros dois
âmbitos de ação que influenciam a cadeia do agronegócio:
o ambiente institucional, que é composto pela cultura, pelas tra-
dições, pela educação e pelos costumes, e também oambiente
organizacional, composto pela informação e pelas empresas.
Em suma, podemos entender o agronegócio como

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