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Prática de Ensino- Trajetória da Práxis- Atividade 1 + Atividade 2

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LICENCIATURA EM ASRTES VISUAIS
PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (PE:TP) 
POSTAGEM 1 
ATIVIDADE 1 - TEXTO DISSERTATIVO 
TIAGO BARBOSA ALVES
RA 1705145 
POLO BELO HORIZONTE - CENTRO 
2019
Tendo como base o estudo de caso “O professor sob ameaça: como enfrentar a violência? “, onde se relata a experiência do professor André e seu aluno Carlos, a agressão e assédio moral do aluno em relação ao professor, identifica-se uma série de situações, que, de maneira contrária aos preceitos e funções pedagógicas, acontecem de forma recorrente nas instituições de ensino do Brasil, tanto pelo descaso com a educação, como a falta de estrutura e má qualidade no sistema de ensino, mas fundamentalmente pelas complexas relações sócio econômicas do país.
É possível acreditar que em várias instituições, pelo despreparo do corpo docente e de uma estrutura pedagógica deficiente, o episódio narrado por uma professora, colega do professor André, onde apresenta a questão de escolas aprovarem os “alunos indisciplinados para se livrar do problema”, possa ser de fato uma realidade comum. Essa prática, quando ocorre, acaba por se distanciar de uma das funções primordiais da escola que é formar cidadãos, buscando uma integração dos alunos com o processo de ensino a partir de sua contextualização sócio econômica. Evidentemente a resolução de problemas sociais tão enraizados em na sociedade brasileira não é de fácil ou simples solução. No entanto, uma capacitação mais adequada do corpo docentes, permitiria que o professor identificasse alunos que teriam uma maior inclinação a atitudes como a de Carlos. Permitindo assim, ainda em um estágio inicial, um encaminhamento pedagógico, afim de minimizar ou reverter a formação desviante do caráter social do aluno, integrando de maneira construtiva, mesmo diante da difícil realidade social, com aspectos da cidadania, afim de permitir que o aluno tenha, ao menos, a vontade e possibilidade de tentar uma transformação de sua realidade, através de sua formação acadêmica e como ser político. 
Uma estratégia escolar, e não só a partir de uma ação individual de um professor específico, seria a constante atenção da escola e do corpo docente para uma maior integração com a comunidade, proporcionando uma atenção as demandas específicas do contexto, proporcionando atividades, não só no âmbito acadêmico mas, também, extracurriculares afim de transformarem os alunos em agentes transformadores de suas próprias realidades sócio políticas.
 A falta de uma política pública mais efetiva, em relação aos procedimentos em episódios de violência e assédios sofridos por professores em sala de aula, e uma precária capacitação dos professores no enfretamento de situações de conflitos, geradas, principalmente, pela grande diferença sócio econômica da realidade brasileira, pode gerar uma subnotificação de casos como o relatado no estudo de caso. A falta de um procedimento e metodologia para tais situações, acaba por criar uma dificuldade na criação de estratégias e práticas que poderiam ser compartilhadas, classificadas e sistematizadas, afim de melhorar o processo educacional e pedagógico no desenvolvimento e formação de cidadãos dentro do ambiente educacional. 
O não agir em relação aos atos de violência na sala de aula, pode se tornar um problema cada vez maior, principalmente quando existir um descompasso entre as teorias pedagógicas de grandes pensadores como Paulo Freire, e questões do acirramento político e suas polaridades, onde o papel do educador está sendo questionada em suas funções primordiais. Isso tudo, agravando um quadro histórico de descaso com o sistema educacional, que mesmo com políticas públicas que visaram nas últimas décadas a melhoria, principalmente do ensino público no Brasil, ainda se encontra longe do ideal ou do necessário. Esse quadro é seriamente agravado com as grandes diferenças culturais, mas sobre tudo econômicas e sociais do país. Apesar do estudo de caso não apresentar estatísticas, a banalidade da violência é um fenômeno que pode ser observado em vários sintomas das relações sociais e o comportamento da população brasileira como um todo. 
Sendo o ambiente escolar um espaço de formação e capacitação do exercício da cidadania, é fundamental que a escola se atente para esses sintomas, e crie estratégias, não só em sala de aula, mas em todo o convívio escolar, e para além do espaço físico da escola, se relacionando com o contexto inserido, afim de mitigar essa crescente banalização da violência. Reestabelecendo relações saudáveis, que minimizem as verticalizações exacerbadas, proporcionando uma construção educacional mais horizontal possível, onde a participação de alunos e comunidade, seja tão fundamental quanto a dos professores e corpo docente. 
Por fim, a articulação entre as normas legais (constituição, LDB e ECA), deveriam sem conjugadas afim de preservar e articular um ambiente educacional propício a formação de cidadãos. 
Apesar do policial no estudo de caso afirmar que o ECA dificulta a relação entre a instituição de ensino e alunos em casos como o apresentado. O Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como a Lei de Diretrizes e Bases e outros projetos sociais, que visam uma integração do indivíduo com sociedade de forma sistêmica, poderia minimizar o aumento da violência em ambiente escolar e melhorar as condições sócio econômicas para o desenvolvimento individual e coletivo. 
Podemos concluir, a partir do estudo de caso da relação do professor André e do Aluno Carlos, que apesar da violência em sala de aula e no espaço da escola possa ser algo comum, principalmente nas escolas do ensino público e no momento atual de polarização política, além de um fenômeno crescente, que a melhor maneira de minimizar e transforma esse cenário seja através de uma percepção contextual. Dessa maneira, é fundamental que a escola e os professores se articulem, integrando escola e comunidade, dialogando entre o corpo docente para monitorar o desenvolvimento dos alunos e suas relações sócias, promovendo um ambiente de ensino que não potencializa as questões complexas da sociedade brasileira, mas sirva como agentes transformadores a partir de abordagens integradoras. 
BIBLIOGRAFIA
MERSETH, Katharine. Desafios reais do cotidiano escolar brasileiro: 22 dilemas vividos por diretores, coordenadores e professores em escolas de todo o Brasil. São Paulo: Instituto Península/Ed. Moderna, 2018
PEREIRA, R.; PRÍNCEPE, L. Desafios profissionais vividos por professores e coordenadores pedagógicos iniciantes. In: XIII Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional, 2017, Salvador. 
LICENCIATURA EM ASRTES VISUAIS
PRÁTICA DE ENSINO: TRAJETÓRIA DA PRÁXIS (PE:TP) 
POSTAGEM 2 
ATIVIDADE 2 – CARTA AO PROFESSOR ANDRÉ 
TIAGO BARBOSA ALVES
RA 1705145 
POLO BELO HORIZONTE - CENTRO 
2019
Belo Horizonte, 11 de Junho de 2019.
Prezado Professor André, 
Venho através dessa missiva me solidarizar com sua situação e com a competência e perseverança com a qual você vem se colocando em relação ao caso do aluno Carlos, que infelizmente, não é um fenômeno isolado mais uma realidade constante e crescente no Brasil. 
Acredito que a troca de experiência, entre nós, professores, seja uma grande fonte de informação e de inspiração para que possamos lhe dar com situações tão complicadas. Apesar de toda dificuldade e até mesmo riscos que as situações de trabalharmos em uma sociedade com tamanha desigualdade social e com políticas publicas tão precárias no âmbito da educação, acredito no poder reformador que a escola e o aprendizado pode ter na vida dos jovens brasileiros. 
Apesar da minha pouca experiência tenho conhecimento de projetos desenvolvidos em escolas públicas em áreas de violência, ou desamparo econômico por parte do estado, onde ações integrativas tiveram uma grande responsabilidade como agentes transformadores nas comunidades e nas vidas de jovens que seencontravam marginalizados e socialmente desamparados. 
Percebi que a mobilização do corpo docente para mapear, compreender e transformar os jovens em agentes de suas próprias transformações é fundamental. Projetos onde artes, músicas e atividades que despertem o interesse e as potencialidades dos jovens, dentro de seus contextos sociais, dialogando com sua realidade, gostos e costumes, aproximando a escola de um cotidiano não acadêmico é uma boa saída. 
Em algumas experiências, o teatro, a dança, o grafite, duelos de MC’s, por exemplo, foram atividades que, integradas de forma multidisciplinar, conseguiram despertar, mesmos nos jovens mais arredios ou violentos o interesse, além de funcionar, de certa forma, com a agressividade dando vazão as frustações individuais de forma artística. 
Sei que é tarefa árdua coordenar um projeto extracurricular, ainda mais no seu caso, que além dos dois turnos como professor ainda ocupa sua noite com a pós-graduação e o curso de inglês. Acredito que outros professores, alunos e até mesmo pais, poderão se interessar no desenvolvimento de um projeto que faça com que a escola e a comunidade se integrem, criando assim um ambiente de uma relação mais saudável e até mesmo amigável, proporcionando também um sentimento de pertencimento mútuo. 
Sei que também, que existem casos que são mais delicados, mas acredito que a educação e o aprendizado amplo e coletivo é transformador. Acredito que para nós, professores com uma experiência docente pequena ou até mesmo iniciante, tais situações de conflitos e muitas vezes nos leva a crer em um sentimento de impotência, nos faz por em cheque nossa capacidade, nossa vocação e acima de tudo nossa responsabilidade no processo de formação de cidadãos capazes, críticos, autônomos e independentes, que saibam viver com ética e responsabilidade. 
Siga firme com sua visão e na busca de soluções integrativas e conte comigo sempre que for necessário. 
Grande abraço,
Tiago Alves
BIBLIOGRAFIA
MERSETH, Katharine. Desafios reais do cotidiano escolar brasileiro: 22 dilemas vividos por diretores, coordenadores e professores em escolas de todo o Brasil. São Paulo: Instituto Península/Ed. Moderna, 2018
PEREIRA, R.; PRÍNCEPE, L. Desafios profissionais vividos por professores e coordenadores pedagógicos iniciantes. In: XIII Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional, 2017, Salvador.

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