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Referências Técnicas para atuação de psicólogas (os) em programas de atenção à mulheres em situação de violência.

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Faculdade Anhanguera de Caxias do Sul
Curso: Psicologia
Matéria: Psicologia e Políticas Públicas
Professora: Iasmini Bellaver Dambros
Acadêmica: Cristiane Silva da Hora RA: 278315416072
Referências Técnicas para atuação de psicólogas (os) em programas de atenção à mulheres em situação de violência.
	A violência contra as mulheres, nas suas mais diversas formas, tem sido motivo de muitos debates, preocupações e campanhas ultimamente pois, infelizmente, os números só aumentam. Não que antes isso não acontecesse, que as mulheres eram respeitadas em sua condição de SER mulher, mas porque hoje perdemos o medo de denunciar, os canais estão mais abertos para as denúncias, apesar do preconceito ainda sofrido e timidamente estamos expondo nossos agressores, para que outras mulheres também tenha a coragem de fazê-lo.
	O secretário geral da ONU, no lançamento da campanha #HearMeToo ou #MeEscuteTambém, afirmou que “o mundo só vai se orgulhar de ser “justo e igualitário” quando as mulheres puderem viver livres do medo e da insegurança cotidiana”. Guterres afirmou ainda que esta violência “É um problema de direitos humanos fundamentais” (ONUBR, 2018).
	No mesmo encontro estava presente Maria Fernanda Espinosa, presidenta da Assembleia Geral das Nações Unidas, alertando que “35% das mulheres em todo o mundo já sofreram algum tipo de violência física ou sexual. Em 38% dos homicídios de mulheres, o assassino é um parceiro íntimo da vítima”. (ONUBR, 2018)	
	Acompanhando o Movimento Mundial de Enfrentamento à violência contra as mulheres, o Presidente Michel Temer lançou no último dia 27 o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher, anunciado ainda em 2016, que segundo ele “as ações vão promover a colaboração entre estados e municípios com a União em prol de uma “política abrangente que a um só tempo traz punição rigorosa contra ao agressor e uma prevenção eficaz contra a violência”.” (Agência Brasil, 2018). Juntamente com as ações da Semana de Enfrentamento da Violência contra Mulher, o Governo Federal lançou no último dia 25 um clipe com a Cantora Naiara Azevedo que “ fez com que o número de denúncias de violência contra a mulher aumentasse 16 vezes em relação à média, somente no primeiro dia” (Agência Brasil, 2018)
	Como podemos observar o enfrentamento à violência contra a mulher tem mobilizações mundiais, sendo umas das “grandes preocupações das políticas públicas em âmbito internacional ” (CFP, 2012), e devido à preocupações com as vítimas dessa violência, o Conselho Federal de Psicologia teve a iniciativa de elaborar um documento, juntamente com CREPOP, com “ princípios éticos, políticos e técnicos norteadores para aqueles que atuam ou pretendem atuar na área “ (CFP, 2012), que é Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) em programas de atenção à mulheres em situação de violência.
	Este documento foi dividido em quatro eixos, com instruções diferenciadas, dependendo do contexto de atuação do psicólogo, para que todos os setores sejam beneficiados, pois são práticas diferentes.
EIXO 1: Dimensão Ético-Política
	Temos direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos direitos a sermos diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades (SANTOS, 2003 apud CFP,2012, p.31)
	Essa dimensão é para profissionais envolvidos com as políticas públicas. Primeiramente se faz necessário entender que a violência contra a mulher não é um tema novo, provem de muitos anos, fazendo parte da sociedade e da própria história das mulheres, sendo vista como normal, dentro dos lares, sendo visto como normal, portanto não sendo falada, muito menos, denunciada.
	“A violência contra a mulher é uma infração aos direitos fundamentais do ser humano, além de ser uma transgressão aos tratados internacionais. Isso exige a atenção do profissional de Psicologia nas políticas públicas de atendimento.” (CFP, 2012, p. 34)
	Por ser um assunto muito delicado e complexo, a violência contra mulher exige “compreensão e intervenção multidisciplinares.” (CFP, 2012, p. 46),como a área da saúde, serviço social e judiciário. O maior desafio é a articulação de rede para atender as usuárias, pois envolvem diversos serviços públicos, não tendo delimitação para o campo de atuação do psicólogo, exigindo que este repense e amplie suas práticas, pensando sempre nas novas demandas sociais, e mesmo com todos estas dificuldades, não podendo deixar de lado seu papel que é “é promover a reflexão nas mulheres em situação de violência, no sentido de que elas possam reconstruir suas vidas e fazer novas escolhas “ (CFP, 2012, p. 50), sendo essencial o conhecimento dos diversos tipos de violência contra a mulher, sendo entendida como um “problema social complexo” (CFP, 2012, p. 50), podendo ser expressas de diferentes maneiras, dependendo do contexto sociocultural que acontece.
	O profissional que for atuar neste segmento precisa diferenciar termos e conceitos, para que seja feito um trabalho articulado de rede, sem comprometer sua atuação.
EIXO 2: Psicologia e mulheres, o contexto para atuação
	É importante ressaltar que “os estudos atuais sobre violência contra as mulheres passaram a usar a expressão “violência de gênero” (CFP, 2012, p. 60), ressaltando também que 
Importante ressaltar que as(os) psicólogas (os) envolvidos na rede de serviços deverão apropriar-se do conhecimento de todas as possibilidades de orientação sexual na relação direta com o fenômeno da violência, construindo assim um projeto de atendimento universalizado e amplo, que acolha os mais diferentes matizes de gênero e suas particularidades. (CFP, 2012, p. 62)
	O Psicólogo (a) precisa compreender o cenário em que a violência acontece e o significado que ela assume para a mulher, fazendo com que ressignifiquem estes processos, e ajudem na reflexão sobre a tolerância de comportamentos violentos, ajudando na identificação destes auxiliando “a mulher a desenvolver condições para evitar ou superar a situação de violência, a partir do momento em que favorece o seu processo de tomada de consciência.”, oferecendo também “informações sobre a rede de atendimento para construir juntamente com a mulher um plano de enfrentamento à violência.” (CFP, 2012, p. 64)
EIXO 3: A(o) psicóloga(o) e a rede
	O profissional da psicologia deve entender que a violência contra a mulher se caracteriza principalmente como uma violação de direitos humanos, e que a questão de gênero é balizadora para sua compreensão (CFP, 2012), focando sempre no protagonismo destas mulheres e pelo entendimento das diversas formas de violência, levando-as a refletir sobre a importância do uso da rede de atendimento, lembrando que, é preciso também ficar atento as fragilidades desta rede, e de outras possibilidades e resoluções.
	Os profissionais da psicologia devem, além de conhecer a rede de atenção a mulheres em situação de violência, precisam saber de como funciona o fluxo de atendimento desta, e 
em seu trabalho, deverá ter clareza acerca das referências teóricas, técnicas e metodológicas, as quais, para nortear a sua atuação profissional, devem ser cientificamente válidas. Essa premissa ética é fundamental para que se alcance qualidade nos serviços prestados. (CFP, 2012, p. 78)
	Reforçando sempre que, “o direito à assistência não deve estar vinculado à representação formal da queixa.”, mas a notificação às Secretarias Estaduais e Municipais, em casos de violência, pelo profissional da rede de atendimento é muito importante para que sejam tomados conhecimentos e sejam construídas ações efetivas de enfrentamento.
	Também neste eixo, é de essencial importância que o psicólogo (a) domine alguns conceitos relacionados à prática cotidiana nos serviços de atendimento da rede.
	Outro fator de primordial importância é “que as mulheres não têm que provar a situação de violência a que foram submetidas. Os profissionaisdevem ouvi-las, considerar no seu relato e não reforçar os estereótipos” (CFP, 2012, p. 96), e que não há justificativa para nenhum tipo de violência. 
EIXO 4: A gestão do trabalho
	“Alguns desafios na gestão do trabalho na rede de atendimento à mulher em situação de violência colocam todos os profissionais envolvidos diante de um compromisso ético, político e social.” (CFP, 2012, p. 101), como falta de profissionais capacitados, falta de acolhimento, a distância entre os parâmetros legais estabelecidos e suas aplicabilidades, a violência contra a mulher como enfoque de gênero, entre outras.
	O profissional que lida diariamente com questões de violência, mesmo não querendo, acaba sendo afetado, necessitando de supervisão, podendo ser em grupo, pensando sempre em estratégias para que sejam amparados os profissionais, tanto em sua saúde física quanto na mental.
	Faltam plantões em horários fora do comercial, deixando a rede descoberta e mulheres sem atendimento, sem falar nas trocas de rotinas sempre que há troca de gestões, causando desconforto e muitas vezes, a descontinuidade dos atendimentos.
Como campo de ciência e profissão, a Psicologia pode ajudar de forma significativa na desconstrução das desigualdades sociais e de gênero, evitando interpretações unilaterais e simplistas. Isso revela o quanto é preciso superar as noções de gênero dualistas e fixas que muitas vezes penetram a rede, especialmente, no âmbito da atuação jurídica. O profissional de Psicologia exerce um papel muito importante na rede de serviços de atenção à mulher em situação de violência, seja para identificar os sinais de que uma mulher está sofrendo agressões ou para avaliar as possibilidades de que isso possa ocorrer. O objetivo é sempre intervir no sentido de fortalecer a mulher para evitar ou superar a violência. Independentemente das discussões a respeito da perspectiva de vitimização da mulher, é preciso entender que as mulheres têm autonomia e poder para mudar esse processo e a situação de violência na qual se encontram. (CFP, 2012, p. 106)
	
Agência Brasil. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-11/temer-lanca-plano-nacional-de-combate-violencia-domestica Acesso em 01 de dezembro de 2018.
Conselho Federal de Psicologia. Acesso em: http://crepop.pol.org.br/wp-content/uploads/2013/05/2013-05-02b-MULHER.pdf Acesso em 01 de dezembro de 2018
ONUBR Nações Unidas No Brasil. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/violencia-contra-as-mulheres-e-pandemia-global-diz-chefe-da-onu/> Acesso em 01 de dezembro de 2018.
Vilela, C.; Charão, C. Violência contra a mulher é considerada 'pandemia mundial'. Disponível em: https://noticias.r7.com/internacional/violencia-contra-a-mulher-e-considerada-pandemia-mundial-25112018 >Acesso em: 01 de dezembro de 2018.

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