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LITISCONSÓRCIO

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LITISCONSÓRCIO
Professor renê carvalho Pimentel lima
1. ASPECTOS CONCEITUAIS
É a pluralidade de partes, seja no polo ativo ou seja no polo passivo. 
Contudo, para Gajardoni, o correto seria o estudo do litisconsórcio a partir do cúmulo de demandas, que pode ser: 
a) Cúmulo objetivo de demandas (art. 327 do CPC): nada mais é do que o cúmulo de pedidos. 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
 
b) Cúmulo subjetivo de demandas (litisconsórcio): é a colocação na demanda de mais de um sujeito, seja passivo, ativo ou passivo e ativo
Importante não confundir litisconsórcio com ações coletivas, pois possuem objetos distintos. 
• Litisconsórcio – tutela de direito individual; 
• Ações coletivas - tutela de direitos coletivos, difusos ou individual homogêneo. 
2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. QUANTO AOS SUJEITOS 
2.1.1. Ativo 
Mais de um autor. 
2.1.2. Passivo 
Mais de um réu. 
2.1.3. Misto 
Mais de um autor e mais de um réu 
2.2. QUANTO AO MOMENTO 
2.2.1. Inicial 
Formado no momento da propositura da ação. 
É a regra geral, tendo em vista a necessidade de preservação do juiz natural. Impede que a parte escolha o órgão julgador. 
2.2.2. Ulterior 
Formado após a propositura da ação. 
É absoluta exceção, sendo admitido apenas em casos de expressa previsão legal, são elas: 
• Sucessão (110 CPC): trata da sucessão causa mortis. 
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o. 
 
Conexão (55 e 58 CPC): haverá conexão quando duas ações forem semelhantes no pedido ou na causa de pedir (identidade parcial dos elementos da ação). Em sendo possível, as ações deverão ser reunidas para julgamento conjunto. Não há violação do juiz natural, pois as ações serão reunidas independente da vontade das partes. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. 
Imagine, por exemplo, que “A” colide com os veículos de “B”, “C” e “D”, que ajuízam as ações de reparação em suas respectivas cidades (todas distintas). Nesse caso, apesar dos pedidos serem diferentes (valores, por exemplo), a causa de pedir é igual a todas (acidente) e poderão ser unificadas para julgamento conjunto. 
Intervenção de terceiros (127, 130 CPC): ocorre quando a lei autoriza que uma pessoa, que estava fora da relação jurídica, ingresse na ação alheia. Igualmente, não há violação do juiz natural, tendo em vista que o terceiro não escolhe o juiz.
2.3. QUANTO AOS EFEITOS 
Deriva do direito material. 
2.3.1. Simples 
Os efeitos da sentença proferida no processo podem ser diferentes para cada litisconsorte. Basta a possibilidade. 
2.3.2. Unitário 
O CPC/2015 trouxe previsão específica, diferenciando, com clareza, do litisconsórcio necessário. 
Aqui, o juiz profere a mesma decisão para os litisconsortes. 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 
O direito material é quem define quando litisconsórcio será unitário. Ocorrerá toda vez em que não for possível cindir a relação jurídica. A exemplo, da ação pauliana, das ações de anulação de casamento
2.4. QUANTO À OBRIGATORIEDADE 
2.4.1. Facultativo 
Sua formação é opcional, exclusivamente em relação ao autor. 
Não existe a figura do litisconsórcio recusável, ou seja, uma vez eleito o litisconsórcio pelo autor, o réu não possui escolha. 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; (Ex: obrigação solidária)
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. (Ex: Três fazendas, A, B e C. O gado da fazenda B, em janeiro, invadiu a fazenda A e destruiu a plantação; em fevereiro, invadiu a fazenda C e destruiu a sede. Neste caso, há uma afinidade entre os casos, por isso seria possível o litisconsórcio entre A e C.)
2.4.2. Necessário 
São casos em que a legislação determina, obrigatoriamente, a formação do litisconsórcio por força de lei ou por força da unitariedade. Não há mais opção do autor. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
Ao tratar do litisconsórcio necessário, o sistema admite um caso de legitimidade ad causam plúrima. Ou seja, há legitimidade só estará presente quando todas as partes estiverem presentes, sob pena de extinção sem resolução de mérito, devido à falta de legitimidade ad causam. 
O litisconsórcio necessário pode ocorrer: 
• Por força da lei: a própria lei disciplina os casos: Exs. 73, § 1º; 683, PU, CPC 
• Por força da unitariedade: ocorre quando houver incindibilidade da relação jurídico material. 
ATENÇÃO: O litisconsórcio necessário por força da lei poderá ser simples ou unitário. Mas quando for necessário por força da incindibilidade da relação jurídica será unitário, salvo quando a lei expressamente admitir a legitimação concorrente - (art. 103 da CF) (art. 5º da LACP) (art. 1314 do CC) -, caso em que será facultativo e unitário. 
3. FIGURAS PROBLEMÁTICAS
3.1. LISTISCONSÓRCIO ATIVO, FACULTATICO E ULTERIOR 
As classificações, vistas acima, podem ser combinadas. 
Diante disso, chama atenção a seguinte classificação: litisconsórcio ativo, facultativo e ulterior. Já na vigência do CPC/73, defendia-se a sua inconstitucionalidade, por violação ao juiz natural (art. 5º, XXXVII da CF). 
Por exemplo, havendo um autor que ajuizou uma ação na Vara “X”, outra pessoa (que poderia ter sido litisconsorte), resolve, após a distribuição da ação, ingressar. Não pode ser admitido, pois haveria escolha do juízo, violando, claramente, o juiz natural. 
O NCPC deixa claro que não é admitido esta combinação.
3.2. LITISCONSÓRCIO ATIVO NECESSÁRIO 
Neste caso, há violação tanto do direito de demandar quanto do direito da liberdade de ação. 
Por exemplo, a lei exige que dois autores ajuízem determinada ação (legitimidade plúrima). Havendo recusa de um autor, em tese, a ação será extinta sem resolução de mérito, por carência de ação. Nota-se que haverá prejuízo ao direito de ação da parte que deseja demandar. 
A fim de resolver o problema, a doutrina, na vigência do CPC/73, adotou os seguintes posicionamentos: 
a) Inexiste: afirmam que esta figura não existe, sendo reforçada pelo art. 115, PU do NCPC. 
Art. 115, Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. 
 
b) Existe (114, § 2º, CF): entendem que como a lei prevê, é existente. 
Caso haja resistência de um dos litisconsortes, o autor deverá colocar o resistente no polo passivo.
3.3. LITISCONSÓRCIO PASSIVO EVENTUAL 
Não possuía previsão expressão no CPC/73. 
É a possibilidade de ajuizar ação contra mais de um réu e pedir que o juiz, eventualmente, condene um réu; em não sendo possível, condene outro. Assim, há a formação de vários pedidos sucessivos, visando que se o juiz, não sendo possível conceder todos ou algum deles, conceda, pelo menos, um. 
No CPC/2015, o melhor exemplo é o art. 134, §2º. 
3.4. LITISCONSÓRCIO PASSIVO ALTERNATIVO 
Não há ordem de preferência, ou seja, a parte ajuíza ação contra mais de um réu e pede a condenação de apenas um, não importando qual. 
O art. 547 do NCPC é o melhor exemplo. 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autorrequererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
 
4. LITISCONSÓRCIO ATIVO MULTITUDINÁRIO 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
 
É o litisconsórcio formado por um número elevado de pessoas, o que faz com que dificulte o andamento da ação. Ocorre, geralmente, nos casos de litisconsórcio por afinidade. 
Ressalta-se que ocorrerá apenas no caso de litisconsórcio ativo facultativo, quando optarem por demandar em conjunto. 
O juiz poderá limitar o número dos participantes no litisconsórcio multitudinário, tanto na fase de conhecimento quando na execução, quando: 
a) Comprometer a rápida solução do conflito; b) Dificultar o direito de defesa; c) Dificultar a execução. 
5. REGIME JURÍDICO DO LITISCONSÓRCIO 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
 
5.1. ATOS BENÉFICOS 
São atos que a parte desempenha em defesa de seus interesses, a exemplo da contestação, produção de provas, reconvenção. 
Tratando-se de litisconsórcio simples, não beneficiária o litisconsorte, salvo em casos específicos, a exemplo da prova de pagamento feito por um litisconsorte e o outro mantém-se inerte. Como o pagamento foi feito, não haverá direito do autor em receber, mesmo que um litisconsorte não alegue o pagamento. 
Outro exemplo é o art. 345, I.do NCPC 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
Em relação ao litisconsorte unitário, como a decisão deve ser a mesma, os atos benéficos podem beneficiar os demais, previsão expressa no art. 117 do CPC. 
5.2. ATOS PREJUDICIAIS 
São atos que a parte realiza que contrapõem a defesa do seu direito, a exemplo da revelia, da confissão, do reconhecimento do pedido. 
Tratando-se de litisconsórcio simples, não prejudicará o litisconsorte. 
Em relação ao litisconsorte unitário, os atos prejudiciais não irão prejudicar os demais, só valerá, inclusive para o próprio praticante, quantos todos concordarem
6. EFEITOS DA FORMAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO 
6.1. FACULTATIVO 
Nestes casos, como é uma opção do autor, não há nenhum efeito no processo. A outra parte entra com uma ação separada.
6.2. NECESSÁRIO 
Neste caso, por se tratar de obrigatoriedade, haverá problema de legitimidade ad causam. Deve-se fazer a seguinte distinção: 
a) Antes da sentença (intervenção iussi iudiciss – art. 115, parágrafo único, CPC): o juiz não poderá inserir de ofício parte no processo. Ou seja, ao verificar que falta um litisconsorte, o juiz deverá determinar a emenda da inicial. 
b) Após a sentença: pressupõe o trânsito em julgado, os efeitos são variáveis, conforme for unitário ou simples o litisconsórcio – art. 115 CPC. 
• Será nula, no caso de litisconsórcio necessário unitário. Podendo ser rescindida no prazo de 02 anos; 
• Será ineficaz, nos demais casos (litisconsórcio necessário simples, por exemplo), em relação aos litisconsortes que não participaram da ação. 
7.1. PRAZO EM DOBRO 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. 
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
 
SÚMULA 641 Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido. 
7.2. ALIMENTOS AVOENGOS 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. 
São os alimentos pedidos aos avós, na falta dos genitores. 
STJ entende que a ação de alimentos avoengos é um caso de litisconsórcio necessário, por força de lei, entre todos os avós (paternos e maternos). Será simples, ou seja, a decisão não será a mesma para os litisconsortes. 
7.3. CONTA CONJUNTA 
Não é caso de solidariedade. 
A pessoa, por exemplo, que emitiu o cheque será a devedora e não os titulares da conta conjunta. 
Portanto, não há litisconsorte dos titulares da conta conjunta em relação a terceiros. Ressalta-se que serão em relação ao banco.

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