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Semiologia da Dor
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Evolução do Conceito
Egito, Índia e China: Deuses, demônios e espíritos dos mortos
Hipócrates: Desequilíbrio na proporção dos 4 humores
Platão: Experiência emocional da alma
Harvey (1628): O local de percepção da dor seria o coração
Von Frey:Especificidade das estruturas terminais
Erb (1874):A soma da intensidade capaz de provocar dor, por meio das 
 fibras normais que transportam a sensação de tato,pressão e
 temperatura.
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Evolução do Conceito
Goldscheider (1894):A dor seria o resultado da intensidade da 
estimulação periférica, causando um somatório de influxos sensoriais no corno dorsal da medula.
Livingston (1943): As fibras nervosas se projetariam nos neurônios 
 internunciais da medula espinhal, bombardeariam
 as células de transmissão e daí transmitidos, após 
 decussação, ao cérebro.
Noordenbos (1959):Dois sistemas de transmissão: mielinizado e não.
Melzack e Wall (1963): Teoria do portão.
Conceitos Neuroanatômico e Neurofisiológico atuais.
Teorias psicológicas comportamentais da dor
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O que é a Dor ?
A sensação de dor é uma entidade difusa inerente ao sistema nervoso.
De todos os componentes da resposta a um ferimento, a menos compreendida é a resposta do sujeito à dor.
A dor é uma experiência subjetiva: sensação do nível de desconforto.
Percepção baseada em expectativas, experiência passada e fatores cognitivos.
Dor aguda é a principal razão da procura de atenção médica e a maior reclamação descrita na avaliação inicial.
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O que é a Dor ?
A dor é um dos mecanismos para defender o corpo.
Ela ajuda a evitar danos (afastar a mão de ferro quente).
Ela alerta o cérebro que seus tecidos podem estar em perigo.
Ela ensina o que deve ser evitado.
Mas a dor pode se manifestar mesmo sem a presença de dano físico e pode ser o próprio problema, levando as pessoas até a querer morrer.
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O que é a Dor ?
Desde que os impulsos de dor alcancem o cérebro, a percepção depende de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
A resposta emocional pode ser expressa em forma de gritos, choro, desmaio ou o pensamentos (“isso dói!”).
O componente cultural é difícil de descrever.
Pacientes italianos expressam mais dor do que irlandeses ou ingleses
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Definição da IASP
“Dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a dano tecidual presente ou potencial e descrita como relacionada a lesão tecidual, definição dada pela Sociedade Internacional para Estudo da Dor”
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Brena e Merskey
“Experiência subjetiva, aversiva, a um estímulo nocivo,externo ou interno, relacionada a uma lesão tecidual real ou potencial, e caracterizada por respostas voluntárias, reflexas e psicológicas” (subjetividade e parte psicológica)
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Tipos de Dor
Dor crônica Persiste mais de 3 meses.
Dor nociceptiva Decorrem de lesões que acometem o organismo por estímulo e sensibilização das unidades nervosas do sistema nervoso periférico (SNP) e central (SNC)
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Tipos de Dor
Dor Neuropática Consequência direta de doenças que afetam o sistema somatossensitivo.Decorre de mecanismos de sensibilização do SNC e SNP e da hipoatividade do sistema nervoso supressor de dor. 
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Tipos de Dor
Dor disfuncional Não se identificam anormalidades no organismo que o justifiquem. Decorre provavelmente da desorganização funcional das unidades do sistema nervoso que sinalizam e suprimem a dor.
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Visão Neurofisiológica
Visão Neuroquímica
Visão Clínica
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VISÃO NEUROFISIOLÓGICA
Estímulos nociceptivos estimulam neurônios de dor.
Um sinal nociceptivo se inicia com a força mecânica do estímulo e continua com a irritação química resultante do processo inflamatório.
As fibras de dor terminam na medula espinal.
Na medula espinal é acionado um circuito de reflexo local que ativa músculos necessários para afastar o braço ou dedo do estímulo.
Além disso, o sinal é transmitido ao cérebro e percebido como uma sensação de dor.
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VISÃO NEUROFISIOLÓGICA
VIAS DA DOR: NEURÔNIOS E RECEPTORES
 FIBRAS NERVOSAS
 TÁLAMO
MECANISMOS DE CONTROLE DA DOR
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VIAS DA DOR
Estímulo sensitivo: 
Elétrico,Mecânico,Térmico e Químico
Nocirreceptores:
Mecanonocirreceptores
Termonocirreceptores
Quimionocireceptores
Polimodais.
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VIAS DA DOR
Fibras nervosas: 
 a) FIBRAS MIELINIZADAS OU TIPO A:
 Sub-tipos: alfa,beta,gama e delta.
 b)FIBRAS NÃO MIELINIZADAS OU TIPO C
Sistemas de condução: 
a) Sistema Lemniscal:A alfa+ Abeta
Via rápida,sens.tátil e via proprioceptiva
b) Sistema extra-lemniscal (A delta + C)
Sistema de condução da dor
 Tálamo 
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VISÃO NEUROFISIOLÓGICA
Neurônios tipo A-delta – associados a pressão mecânica e altas temperaturas
Largos, mielinizados, velocidade de 4-30m/seg
Breves, agudos, de curta duração, localizados
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VISÃO NEUROFISIOLÓGICA
Neurônios tipo A-beta – associados a toques leves.
Não transmitem dor, mas podem influenciar
Neurônios tipo C – associados estímulos químicos, mecânicos e térmicos 
Estreitos, não mielinizados, velocidade de transmissão 0,5-2,0m/seg
Início demorado, difuso, pulsante
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VISÃO NEUROFISIOLÓGICA
Para o tálamo
Do tálamo
Via lenta
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Transmissão da Dor
Via Rápida e Lenta
As duas vias transmitem para o tálamo (diferentes núcleos).
A via rápida é ainda projetada para o córtex somatossensorial.
Quando chega um sinal de dor, o sistema límbico, tálamo, formação reticular e córtex produzem reações de medo, ansiedade e choro.
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Lemnisco medial
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Lemnisco lateral
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Trato espinotalâmico
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Tálamo
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Tálamo
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Tálamo
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Visão neurofisiológica
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Mecanismos de contrôle da dor
1. Modulação Supra-segmentar: Neurônios da área 
 periacductal do mesencéfalo e células do núcleo da Raphe
 Magna no bulbo-Sistema Inibitório Descendente.
2. Modulação Segmentar Inibitória: Teoria da Com-
 porta de Melzack e Wall- 1965
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Modulação Supra-segmentar: 
Neurônios da área periductal do mesencéfalo e células do núcleo da Raphe Magna no bulbo-Sistema Inibitório Descendente.
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Transmissão da Dor
Vias Descendentes
Mecanismos cognitivos podem inibir reflexos e outras reações de dor.
Maior dor requer maior reforço inibitório.
Podemos ter modulação da dor através de um controle central.
 
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Transmissão de impulsos do cérebro para a medula espinal.
Área cinzenta periaquedual (PAG) libera encefalina.
Núcleo magno de rafe (NRM) – libera serotonina
A liberação destes neurotransmissores inibe neurônios de vias ascendentes.
Transmissão da Dor Vias Descendentes
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Raphe
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Modulação Segmentar Inibitória
Teoria da Comporta de Melzack e Wall 1965
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Teoria da Comporta
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Teoria da Comporta
Há uma comporta.
Atividade das fibras rápidas e lentas de dor abrem a comporta.
Atividade das fibras de toque (A-beta) fecham a comporta.
Mensagens do cérebro abrem ou fecham a comporta.
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Teoria da Comporta
As fibras rápidas e lentas transmitem o sinal para os neurônios na medula espinal (que por sua vez sobem ao tálamo).
As fibras lentas utilizam substância P e glutamato.
Esta transmissão de informação pode ser inibida por interneurônios, que liberam endorfina, bloqueando a liberação de substância P.
Quando isso ocorre, é o fechamento da “comporta”.
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Teoria da comporta
Fibras rápidas e lentas abrem (inibem) a comporta.
Fibras de tato fecham (excitam) a comporta
Estímulos não nocivos podem bloquear dor. 
O cérebro pode abrir ou fechar acomporta
Estimulação da PAG (substância cinzenta periquedutal, no mesencéfalo) fecham a comporta.
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Teoria da Comporta
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Teoria da Comporta-Exemplo
Bater a cabeça
O trauma inicial ativa as fibras A-delta e C.
A pessoa sente primeiro a mensagem das fibras rápidas e depois das fibras lentas.
Uma massagem da área traumatizada estimula as fibras A-beta, que ativam e fecham a comporta.
A pessoa sente um alívio da dor.
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Visão Bioquímica da Dor
1. SUBSTÂNCIA P :Liberada pelas terminações nervosas periféricas produz hiperalgesia.
2. ENDORFINAS: BETA-ENDORFINA->Neurotransmissão e Neuromodulação. ENCEFALINAS->analgesia.DINORFINAS->analg.
3. SEROTONINA: Algógena na periferia.
4. PROSTAGLANDINAS E LEUCOTRIENOS: Sensibilizam os nocirreceptores.
5. BRADICININA:Potente algógeno.Permeabilidade capilar aum.
6. IONS POTÁSSIO E HIDROGÊNIO:Promovem dor.
7. HISTAMINA: Pruriginosa e dolorosa.
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VISÃO CLÍNICA DA DOR
COMPONENTE SENSORIAL DISCRIMINATIVO
-. Tipo de estímulo, intensidade do mesmo,qualidade,tempo,localização
COMPONENTE AFETIVO-MOTIVACIONAL
-Exprime o desagradável- Angústia,Depressão
COMPONENTE COGNITIVO
-Modulação da dor. Ex. sugestão, fenômenos de atenção-distração.
COMPONENTE COMPORTAMENTAL
Dados objetivos- aumento da FC, suores,palidez,gemidos,gritos etc..
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Características clínico-propedêuticas da dor
Sede
Extensão
Intensidade
Duração
Irradiação
Fatores que melhoram
Fatores que pioram
Fatores que acompanham
Períodos de semelhança e dissemelhança
Horário
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