Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Paulista - UNIP Departamento de Psicologia Unidade Pinheiros Fenomenologia: fundamentos epistemológicos e principais conceitos Professor Dr. José Raimundo Evangelista da Costa Disciplina: Teoria e Sistemas em Psicologia Ana Morbach de M. F. Tavares de Lima — F018FD-0 Elaine Nunes — Gabriela Risegato —N412DG-5 Isabela Yamin — D91IIF-5 Manuela Mendonça Eva — N385FH-0 Tomas Maciel de Paula Sousa —N 4963D- 6 São Paulo 2019 Sumário Introdução………………………………...2 O que é a Fenomenologia……………...3 Histórico e fundadores……………….….4 Psicologia e Fenomenologia……….…..6 Fundamentos epistemológicos…….…..6 Principais conceitos……………………..8 Fenomenologia nos dias de hoje….......9 Conclusão …………………………..…...11 Bibliografia……………………...………..13 1 Apresentação e introdução Este trabalho tem como objetivo apresentar o início da Fenomenologia, seus fundamentos epistemológicos, bases históricas e seus principais conceitos. A Fenomenologia é uma atitude de reflexão do fenômeno que se mostra para nós, na relação que estabelecemos com o mundo. A maior preocupação de Husserl (1859-1938) para desenvolver sua proposta filosófica era encontrar um método universal, que pudesse conduzir o pensamento de modo a atingir o conhecimento universal e verdadeiro. Com grande influência de seu mestre, Franz Brentano (1838-1917), e criticando as limitações das propostas filosóficas de Descartes, Kant e Hegel, Husserl desenvolveu a sua linha filosófica. Edmund Gustav Albrecht Husserl nasceu em 8 de abril de 1859, na atual Alemanha. Ele foi um matemático e filósofo, que estabeleceu a Escola da Fenomenologia. Rompeu com a orientação positivista da ciência e da filosofia de sua época. Elaborou críticas ao Historicismo e ao Psicologismo. Em seu trabalho maduro, procurou desenvolver uma ciência sistemática, baseada na ideia, desenvolvida por ele, de redução fenomenológica. Argumentava que a consciência transcendental estabelece os limites de todo conhecimento possível. Husserl redefiniu a Fenomenologia como uma filosofia transcendental-idealista. O pensamento de Husserl influenciou profundamente todo o cenário da Filosofia e da ciência à partir do século XX. 2 O que é a Fenomenologia: A palavra fenomenologia surgiu a partir do grego phainesthai, que significa "aquilo que se apresenta ou que se mostra", e logos é um sufixo que quer dizer "explicação" ou "estudo". Fenomenologia é o estudo de um conjunto de fenômenos e de como eles se manifestam, seja através do tempo ou do espaço, e qual a percepção que esses fenômenos despertam no indivíduo. ’’ O termo fenomenologia significa estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência, daquilo que é dado, buscando explorá-lo. A própria coisa que se percebe, em que se pensa, de que se fala, tanto sobre o laço que une o fenômeno com o ser de que é fenômeno, como sobre o laço que o une com o Eu para quem é fenômeno.’’ (Oliveira e Silva JM, Lopes RLM, Diniz NMF, p.255) Na Fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa, por isso, não há uma realidade isolada do homem, a realidade só existe a partir do momento em que é percebida por este. A principal ideia da fenomenologia, é estudar os fenômenos de forma direta, como se apresentam, sem a intervenção ou influência de explicações científicas ou análises reflexivas e metodológicas muito complexas. Na psicologia, a fenomenologia baseia-se em um método que busca entender a vivência dos pacientes no mundo em que vivem, além de compreender como esses pacientes percebem o mundo a sua volta. Em seguida,faremos uma pequena introdução a despeito do processo que fundamentou a fenomenologia. 3 Histórico e fundadores: O termo fenomenologia foi criado no século XVIII, por J. H. Lambert, para designar o estudo puramente descritivo dos fenômenos, da forma como eles se apresentam à consciência (CHAUÍ, 1994 apud SURDI, 2008). A fenomenologia, como corrente filosófica, surgiu no início do século XX, na Alemanha, com Husserl. Em seus primeiros estudos acadêmicos, Husserl tentou encontrar na psicologia da época,uma fundamentação para a lógica matemática. Logo o trabalho fracassou, visto que ele se deparou com insuficiência epistemológicas em tal relação. Com o fracasso das “investigações psicológicas”, foi que surgiram as “Investigações lógicas”— primeiro grande trabalho do autor, que analisou as relações entre atos mentais e seus referentes externos, contra a psicologia que queria criar uma lógica e explicar tudo, desde as leis da psicologia. Seu trabalho recebeu influências do pensamento de Platão, Descartes e Brentano. Tal corrente filosófica surgiu como uma nova forma de acesso e conhecimento do mundo, que se opunha à visão positivista, para apenas mais tarde se tornar um movimento dentro da filosofia, em que diferentes pensadores passaram a ter uma atitude própria de conhecimento e pesquisa de seus objetos de estudo (XAUSA, 1988). A fenomenologia de Husserl ganhou impulso no final do século XIX, princípio do século XX, durante a crise do subjetivismo e do irracionalismo. Surgiu para refletir contra o psicologismo e o pragmatismo. Precisamos lembrar que a Alemanha, terra natal da Fenomenologia, passava por momento significativo histórica e politicamente. Diferente das demais nações europeias, a Alemanha ainda não era um Estado Moderno completamente consolidado, e boa parte de seus cientistas estavam dedicados a resolver os “atrasos capitalistas” em relação aos demais Estados europeus, principalmente no tocante ao mercado internacional, mineração e maquinaria. Foi ainda nessa época em que se estabeleceu a primeira legislação trabalhista.( Kahhale, p. 177) Somente após a guerra franco-prussiana (1870-71) ocorre a fundação do II Reich e a 4 unificação política e econômica da Alemanha. Com o estabelecimento do Império Alemão, governado por Bismarck, ocorre intenso processo de modernização e busca de superação do atraso no desenvolvimento do capitalismos alemão. “Naquela época havia uma grande ênfase no desenvolvimento do conhecimento científico como forma de se igualar ao desenvolvimento já alcançado pela França e pela Inglaterra, que permitisse à Alemanha participar do mercado mundial” (idem, p 178) Após sua fundação por Husserl, não tardou para que essa corrente de pensamento influenciasse, além da filosofia, a psicologia, mantendo com ela a característica comum de descreverem a experiência do sujeito. A filosofia de Husserl exerceu profunda influência não só em filósofos como Heidegger e Max Scheler, Jean-Paul Sartre e Merleau-Ponty, Ortega y Gasset e outros, mas também em psicólogos como Binswanger eBuytendijk. No entanto, Husserl estabelece uma diferença entre a psicologia e fenomenologia: a primeira seria uma ciência de fatos, em oposição à segunda, voltada para as essências. (XAUSA, 1988) A obra de Husserl foi seguida por uma enxurrada de escritas fenomenológicas na primeira metade do século 20. A diversidade da fenomenologia tradicional é aparente na Enciclopédia da Fenomenologia (Kluwer Academic Publishers, 1997, Dordrecht e Boston), que apresenta artigos separados em cerca de sete tipos de fenomenologia. Os mais famosos dos fenomenólogos clássicos eram Husserl, Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. Nestes quatro pensadores encontramos diferentes concepções de fenomenologia, diferentes métodos e resultados diferentes. Em seguida, discorreremos sobre os autores que influenciaram e desenvolveram a fenomenologia. 5 Psicologia e Fenomenologia: Na segunda metade do século XIX ocorreu o apogeu das ciências experimentais, Dentre elas a Psicologia Experimental, que se tornou objeto de estudo da Filosofia, por conta de seu método de reflexão introspectiva. “Husserl, como muitos outros pensadores da época, começou a ver na Psicologia a possibilidade de ser o fundamento radical da Matemática, da Lógica, da Filosofia e de todas as ciências. De fato, qualquer ciência, mesmo puramente teórica, implica sempre uma atividade psíquica, da qual se ocupa a Psicologia (Fragata,1961:6-7)” (ibidem, p. 179) Foi de grande importância e impacto o pensamento fenomenológico na Psicologia. Franz Brentano e Carl Stumpf prepararam o terreno para os questionamentos fenomenológicos na Psicologia. Além deles os psicólogo William James, e a escola de Würzburg, e também os psicólogos da Gestalt desenvolveram linhas paralelas de pensamento. Brentano, professor de Husserl, afirmava que os dados básicos da análise psicológica são as manifestações particulares da consciência. Ele diferenciou os fenômenos físicos dos psíquicos, afirmando que nos psíquicos há intencionalidade e originalidade. Brentano se restringiu à descrição dos fenômenos psíquicos, já Husserl , que se utilizou dos estudos de Brentano, foi além na tentativa de justificar a Psicologia como fundamento de todas as ciências experimentais e naturais. Mas, percebe que tal afirmativa não se sustenta, ao contrário: seriam as ciências empíricas e práticas que dependeriam das teóricas ou racionais. Fundamentos epistemológicos Ao desenvolver a Fenomenologia, Husserl partiu do que ele considerava serem os limites impostos pelas filosofias de Descartes, Kant e Hegel: i. Descartes: ele se propôs, eu seus estudos a “um retorno às coisas mesmas”, Mas, segundo Husserl “Descartes não explorou os pressupostos transcendentais da experiência empírica: retornou muito rápidamente da dúvida sistemática, que o levou ao cogito, eu penso, ao mundo natural empírico (Figueiredo, 1991:13). Husserl não considera o cogito como o primeiro princípio indubitável do qual todo o resto pode derivar. Para 6 ele é a subjetividade da consciência , a única fonte transcendental de todo conhecimento absoluto e objetivamente válido. Considera o fenômeno na sua pureza absoluta, como se apresenta a si mesmo, isto é, como coisa própria simplesmente revela à consciência (Giles, 1989:67 apud Kahhale,p. 182) ii. kant: Husserl se opõe a concepção kantiana de mundo, de homem e de conhecimento, buscando elaborar um pensamento científico que busque a essência e o estabelecimento de leis claras e incontestáveis, pois, para ele “a relação sujeito versus objeto permeada pela intencionalidade possibilitaria a apreensão da essência dos fenômenos” (idem, p. 182). Já para Kant entendia que nem tudo podia passar pelo campo do sensível. “kant considera que os objetos são percebidos e apreendidos conforme a maneira pela qual são percebidos pelos sentidos, ou seja, segundo as condições a priori de sensibilidade, espaço e tempo. Para ele, o mundo apresenta-se dividido em dois níveis: o da aparências ou dos fenômenos, que são as propriedades dos objetos existentes; e o da essência ou “coisa em si” (noumenon), impossível de ser atingido pela razão pura e, portanto, impossível de ser conhecido. Assim, segundo o filósofo, não conhecemos as coisas em si mesmas -- noumenon -- mas somente o modo pelo qual elas nos aparecem (fenômeno)” (Kahhale, p. 182) iii. Hegel: ele rompe com a separação kantiana entre aparência e essência. “O fenômeno é reabsorvido num conhecimento sistemático do ser, pois o fenômeno e a essência são momentos distintos” (kahhale, p. 183) no movimento contraditório entre o real e o racional. Para ele o absoluto é cognoscível e a Filosofia é uma retomada do caminho percorrido pelo Espírito no desenvolvimento da História. “Ele está presente em cada momento da experiência humana , não como algo de fora ou à parte, mas como a própria concretização do absoluto. O fenômeno é reabsorvido num conhecimento sistemático do ser.” (idem) Husserl discorda de Hegel, para ele ser e fenômeno são distintos, apesar de indissociáveis, e, portanto podem ser apreendidos (Dartigues, 1992-3 apud Kahhale) 7 Principais conceitos A Fenomenologia se propõe à descrição da estrutura dos fenômenos e a encontrar um métodos universal para a ciência. Para isso busca estudar o como se conhece e tudo aquilo relacionado ao ato de tomar conhecimento, como subjetividade humana, que, segundo Marilena Chaui (1998 apud Kahhale p. 184) “seria a primeira verdade indubitável para começar a pensar corretamente.” Para Husserl a características da verdadeira fundamentação filosófica seriam: 1. deve ser a priori, isto é, independente da experiência, uma vez que uma ciência teórica e absoluta prescinde da experiência, sempre contingente e particular/singular; 2. Esta prioridade implica ausência de pressupostos. Temos que proceder com inteira liberdade, sem nos deixarmos influenciar por qualquer opinião domine, e nos orientarmos exclusivamente pelas coisas; 3. O fundamento radical tem que ser evidente por si mesmo, isto é, autojustifcável, pois possui um caráter imediato e plenamente reflexivo (Fragata, 1961:6) A intuição é o preenchimento de uma intenção. A evidência é a consciência da intuição. Para Husserl as duas palavras como sinônimos. Ele propõe um retorno ao ponto de partida que seja, de fato, o primeiro. Um retorno à coisa mesma -- não uma coisa em si, mas mas um fenômeno que se manifesta à nós por intermédio dos sentidos dotados de uma essência intuída Para se descobrir a verdade é preciso descobrir o fenômeno Para isso é preciso percorrer uma série de passos a fim de se chegar a evidência apodítica: 1. “Epoché e redução: espontaneamente vivemos na”atitude natural”, ou seja,consideramos as coisas como exteriores, e portanto, o mundo como existente em si, independente da nossa consciência. No entanto, essa certeza não se dá por evidênciaapodítica. Há algo mais evidente que o objeto exterior: é a própria consciência do objeto exterior. Esta impõe-se apoditicamente; é certa, ainda que tal objeto não exista. Portanto, o começo absoluto tem a no objeto enquanto consciente. Em relação às coisas enquanto existentes exteriormente , o filósofo deve “suspender” o seu juízo, tal suspensão recebe o nome de epoché,não se põe em questão o mundo exterior, mas apenas se “reduz” à consciência, para assim ser possível começar por aquilo que é insofismável.” (kahhale, p. 186) 8 2. Redução psicológica e redução transcendental: a redução psicológica significa suspender todos os juízos relativos a tudo o que é exterior ao sujeito. Para isso é preciso fazer a redução (epoché) de todas as vivências psicológicas. “Na consciência pura, ou transcendental, à que nós levamos por esta “redução transcendental”, as vivências perdem inteiramente o seu caráter psicológico e existencial para conservarem apenas a relação pura do sujeito plenamente purificado ao objetivo enquanto consciente, que é o objeto meramente significado. O “eu puro” mostra-se na atitude fenomenológica como um “espectador desinteressado ou “imparcial”, apto a aprender, sem perigo de erro, tudo o que se lhe apresentar como “fenômeno” da consciÊncia (Fragata, 1961:12-13)”(Kahhale, p. 186) 3. Objeto intencional: é o produto da relação sujeito-objeto, é o conhecimento produzido por ela, a constituição do objeto pensado. Outros conceitos importantes para a compreensão da Fenomenologia de Husserl são: 1. Consciência: é constituída de “atos intencionais”, sendo eles a percepção, a memória, a especulação, a imaginação, a paixão, entre outros. Ela é dada a priori, assim possibilitando o ato de conhecer, ou seja é consciência transcendental. 2. Noesis e noemas: noesis são os atos intencionais e noemas sãos os objetos em sua essência ou com significado aos quais os noesis se direcionam. 3. Intencionalidade: é a relação entre sujeito (noesis) e objeto (noemas). Um se dirige ao encontro do outro Fenomenologia nos dias de hoje A Fenomenologia funda a filosofia contemporânea, exercendo muita influência na metade do século XX e, ainda hoje, se mantém na filosofia e literatura como uma tendência importante. Pode-se dizer que a Fenomenologia transpõe os limites da filosofia, pelo fato de ter renovado o pensamento. Husserl pretende 9 reconstituir a própria vocação da filosofia. Portanto a fenomenologia é algo dinâmico. A fenomenologia de Husserl tem o propósito de apreender o fenômeno, ou seja a aparição das coisas à consciência de maneira rigorosa “Como um método de pesquisa, a fenomenologia é uma forma radical de pensar” (MARTINS, 2006, p. 18). Husserl sempre teve como propósito, compreender os fenômenos da consciência, captando sua essência. A intencionalidade é algo fundamental para o marco da consciência, considerando que esta, está o tempo todo em contato com o externo. Logo, a consciência não é considerada por Husserl como se fosse uma substância ou um invólucro a partir do qual o mundo brotaria: (...) O princípio de intencionalidade é que a consciência é sempre ‘consciência de alguma coisa’, que ela só é consciência estando dirigida a um objeto (sentido de intentio). Por sua vez, o objeto só pode ser definido em sua relação à consciência, ele é sempre objeto-para-um-sujeito. (...) Isto não quer dizer que o objeto está contido na consciência como que dentro de uma caixa, mas que só tem seu sentido de objeto para uma consciência (DARTIGUES, 2005, p. 212, grifo do autor). A ênfase dada por Husserl à análise da consciência será uma das marcas capitais de sua filosofia. Seu método investigativo-filosófico procura ater-se sobretudo ao modo mesmo como a consciência se dá, nos seus pormenores, sem recorrer a "muletas" conceituais que venham a "explicar" a subjetividade (a consciência como res cogitans , por exemplo) . Hoje atua a partir de três vertentes, sendo estas: realista, idealista e a terceira que seria uma proposta de junção das duas primeiras, a filosofia de Kant. A terceira vertente traz a ideia de que tudo está correto, porém, é necessário considerar o relativismo do conhecimento, pelo fato de ser estruturado por meio do sujeito, ou seja, o conhecimento se dá de forma diferente para cada um, pois está intimamente ligado ao sujeito o que Kant chama de fenômeno. Ou seja, a realidade é relativa para cada pessoa, “não existe o correto”. Sendo assim, existe uma correlação entre sujeito e objeto, porque não tem objeto que não seja comprometido com o sujeito, logo o sujeito é apenas uma consciência que apreende o fenômeno, o objeto é um fenômeno apreendido pela consciência. 10 Conclusão Originando uma corrente filosófica moderna na psicologia, Husserl fundou a Fenomenologia. O princípio fundamental desta corrente de pensamento é que a consciência é sempre consciência de alguma coisa; está sempre atrelada a um determinado objeto e depende da maneira como ele é apresentado a mesma. Esta relação é essencial para observação dos fenômenos, aquilo que aparece ou se manifesta, o qual só existe se está conectado com os fatos e objetos vivenciados durante a vida. ''O mundo e a consciência surgem juntos, ou seja, se o sujeito vê o objeto, não é preciso que ele entre na consciência dele para existir, nem a consciência dele precisa se perder nesse objeto. Não se pode comparar o conhecimento com a posse. A atividade que a consciência exerce no conhecimento, é de ir na direção das coisas, o que constitui a intencionalidade.'' As experiências vividas pela sociedade e individualmente agregadas a consciência, corroboram para uma visão mais intuitiva do que nos cerca, criando um fundamento para análise psicológica, por meio dos fenômenos cotidianos e da peculiaridade de cada indivíduo. Os fenômenos podem ser observados, sentidos e vistos, o importante é que a atitude esteja aberta frente aos fatos vividos e experienciados, e não presos a teorias e técnicas já estipuladas na literatura. É preciso aproximar-se dos fenômenos a partir de uma consciência pura e baseada no essencialismo. Do ponto de vista Fenomenológico, o objeto deixa de ser algo simplesmente “externo” e passa a ser visto como fonte de indicações sobre o que ele é, torna-se um agrupamento de aspectos perceptivos e funcionais que implicam um ao outro sob a ideia de um objeto particular. Foram-se quebrando os antigos conceitos e agregando a teoria à psicologia em meados do séc XX, estipulando assim uma nova maneira de ver o ser. Este ser 11 é fruto da observação daquilo que se mostra, que aparece a nós, das experiências com o outro e com o mundo, através de uma descrição precisa do fenômeno.12 Bibliografia http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672014000200 011 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/fenomenologia/35144 https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-fenomenologia-husserl-uma-brev e-leitura.htm KAHHALE, Edna Maria Severino Peters . Fenomenologia: fundamentos epistemológicos e principais conceitos. In: Edna Maria Peters Kahhale. (Org.). A diversidade da Psicologia: uma construção teórica. 4ªed.São Paulo: Cortez, 2011, v. , p. 175-193. Capalbo C. Fenomenologia e ciências humanas. Londrina (PR): UEL; 1996. Lyotard JF. A fenomenologia. Rio de Janeiro (RJ): Edições 70 Rev Bras Enferm, Brasília 2008 mar-abr; 61(2): 254-7 13
Compartilhar