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SAE / PROCESSO DE ENFERMAGEM ASPECTOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS- alinhando conceitos PROFA. DRA. CRISTIANE GIFFONI BRAGA De que trata a enfermagem? Método: origem do grego Caminho pelo qual se atinge um objetivo, estabeleço o modo como vou caminhar. Processo: sucessão de estado e mudanças; etimologicamente- latim: “ação de avançar” Sistematização: tornar algo sistemático, ordenado , metódico SAE – metodologia de trabalho da qual o profissional enfermeiro dispõe para aplicar conhecimentos técnicos, científicos e humanísticos na assistência ao paciente. Organiza o trabalho profissional quanto – método - pessoal (dimensionamento de pessoal e distribuição de tarefas) - instrumentos (protocolos, procedimentos operacionais (POP), normas, escalas) Todo processo implica veiculação do método Método e PE : vinculação forte, mas carga semântica distinta (conceitos) PE: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento da assistência, implementação, avaliação) Portanto, são cinco etapas metodológicas que estão envolvidas na execução do processo Implantar a SAE: promove a coerência entre as atividades realizadas pela equipe de enfermagem, as quais precisam ser norteadas por teorias próprias (teorias de enfermagem), capazes de direcionar o olhar desses profissionais para as necessidades biológicas, psíquicas, sociais e espirituais de pacientes, familiares e membros da comunidade (TANURE, 2019). Segundo Tanure (2019), a adoção de normas, rotinas, POP, enfim, nenhum desses instrumentos é exclusivo da enfermagem. Aquele que é específico e permite a verificação do raciocínio clínico, bem como das ações implementadas por essa categoria profissional, é o PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE), atividade privativa do enfermeiro, profissional a quem incumbe liderança na execução e na avaliação desse método científico. O PE é considerado o principal instrumento para o desempenho sistemático da prática profissional de enfermagem e um recurso tecnológico destinado a organizar as condições necessárias à realização da assistência prestada por esses profissionais. Por se tratar de um método científico de resolução de problemas, a sua aplicação pela equipe de enfermagem possibilita determinar e monitorar problemas de responsabilidade dos enfermeiros. O foco real e permanente da Enfermagem como disciplina Enfermagem é o estudo do cuidar de pessoas que experienciam transições da interação entre ser humano-ambiente- saúde. PE: implica a)conhecimento teórico ( aprimoramento / evidências científicas) b)Experiência prática ( semiotécnica / acesso tecnologia) c)Habilidade intelectual, técnica, interação interpessoal d)Atitudes (competência) Aplicados ao comportamento da clientela a um dado momento do processo saúde – doença. O PE envolve 3 aspectos – elementos da ação profissional a)O que a enfermagem faz (INTERVENÇÃO) B) Face ao julgamento sobre as necessidades humanas e sociais ( DIAGNÓSTICO) C) Para alcançar resultados que são sensíveis as nossas ações. São independentes (RESULTADOS) PROCESSO DE ENFERMAGEM: “1) um instrumento tecnológico de que lançamos mão para favorecer o cuidado, para organizar as condições necessárias à realização do cuidado e para documentar a prática profissional; ou 2) um modelo metodológico que nos possibilita identificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer as necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletividades, em face de eventos do ciclo vital ou de problemas de saúde, reais ou potenciais, e determinar que aspectos dessas necessidades exigem uma intervenção profissional de enfermagem” (GARCIA; NÓBREGA, 2009), -LEI 7498 de 25 de julho de 1986: Regulamentação do exercício profissional; Prescrição de enfermagem e Consulta de enfermagem – privativo do enfermeiro. -RESOLUÇÃO 159/2003: consulta de enfermagem como método científico para identificar situações de saúde/doença (histórico de enf, diagnóstico de enf, prescrição e implementação da assistência de enf, e evolução de enfermagem. -RESOLUÇÃO 272/2002 (COFEN): Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições de saúde do Brasil; Planejamento, implantação, execução, organização e avaliação do processo de enfermagem. -RESOLUÇÃO 358/2009 (COFEN): substitui a 272 por erros técnicos. Orienta o cuidado profissional e a documentação da prática profissional, o que garante a visibilidade do enfermeiro; determina que a implantação do Processo de Enfermagem deva ter uma teoria como sustentação. -RESOLUÇÃO COFEN Número 0545/2017: Dispõe sobre anotação de enfermagem e mudança nas siglas das categorias profissionais; -RESOLUÇÃO COFEN Número 544/2017: Revoga a Resolução Cofen número 159/1993 – Consulta de Enfermagem; -RESOLUÇÃO COFEN Número 568/2018: Aprova o Regulamento dos Consultórios de Enfermagem e Clínicas de Enfermagem. -Atualmente, o método é composto por cinco fases, que se inter-relacionam dinamicamente: investigação, diagnósticos de enfermagem (DE), planejamento, implementação e avaliação da assistência de enfermagem. -O registro das etapas do PE evidencia o raciocínio crítico desenvolvido pelos enfermeiros durante o planejamento e a execução dos cuidados; integra, organiza e garante a continuidade da assistência e a avaliação da efetividade das ações realizadas com os pacientes. A fim de evitar que seja o PE reduzido a um meio metodológico de agrupar informações desvinculadas da subjetividade dos sujeitos, torna-se necessário que seja fundamentado por uma teoria de enfermagem. PE pede que tenhamos um “binóculo especial” para enxergar a realidade do paciente - TEORIAS DE ENFERMAGEM – REFERENCIAL TEÓRICO. Preocupação da enfermagem com a questão teórica nasceu com Florence Nightingale, que estabeleceu um conhecimento de enfermagem direcionado à pessoa, as condições nas quais esta vivia e em como o ambiente poderia atuar, positivamente ou não, sobre sua saúde. Enfermagem: conhecimentos e conceitos que ditassem o quê e como fazer, por que e quando fazer. TEORIA DE ENFERMAGEM Refere-se a sistemas distintos e bem articulados de conceitos e proposições enraizados especificamente em uma filosofia de Enfermagem e exclusivamente destinados a guiar a educação, pesquisa e prática e constitui a base do conhecimento por vários teóricos da enfermagem. A concepção de que a enfermagem: é uma ciência pautada em uma estrutura teórica, aplicada à prática, por meio do PE, vem sendo amplamente divulgada por pesquisadores, enfermeiros, e educadores é necessário que todas as atividades realizadas por esses profissionais, tanto assistenciais quanto gerenciais, sejam guiadas por TE, uma vez que são o eixo condutor de todas as atividades realizadas pela equipe de enfermagem. O Uso do Conhecimento em Enfermagem é o alicerce para a criação da identidade do Enfermeiro- “nursing process”=PE A ausência do norte de uma teoria de enfermagem favorece a aplicação do PE pautado no modelo biomédico; o que por sua vez, pode fazer com que as demandas apresentadas pelos pacientes não sejam supridas em sua totalidade. ETAPAS DO PE Investigação Diagnóstico de enfermagem PlanejamentoImplementação Avaliação INVESTIGAÇÃO: etapa inicial do PE Realiza-se na investigação a coleta de informações por meio da anamnese e do exame físico e exames complementares. No PE, a coleta de dados é um processo deliberado, sistemático, contínuo, e tem por finalidade obter informações sobre a pessoa, a família, coletividade e sobre suas respostas em um dado momento doprocesso saúde e doença, respostas estas que se referem a aspectos biológicos, psíquicos, sociais e espirituais. A coleta deve ser direcionada por um roteiro sistematizado, fundamentado por uma teoria de enfermagem selecionada mediante filosofia do serviço, tipo de clientela, visão da enfermagem, gestão, a fim de evitar que o PE se reduza à forma metodológica de coleta de dados, desvinculando da subjetividade dos seres humanos. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: (segunda etapa do PE) Após realizar a coleta de dados, o enfermeiro formula um DE (segunda etapa do PE), usando a taxonomia NANDA-Internacional (NANDA-I). PLANEJAMENTO: (RESULTADOS ESPERADOS - RE) diante de um diagnóstico identificado, o enfermeiro tem o dever de fazer algo para solucioná-lo ou minimizá-lo, quando se referir a um problema potencial ou já existente, e para manter as condições de bem-estar. Para tanto, deve planejar adequadamente a assistência prestada pela equipe de enfermagem. Por planejamento da assistência de enfermagem, compreende-se a determinação dos resultados que se espera alcançar (RESULTADOS ESPERADOS) para cada DE e das intervenções de enfermagem que serão realizadas diante dos DE previamente identificados pelos enfermeiros. IMPLEMENTAÇÃO (quarta etapa do PE): para alcançar os resultados esperados, determinados na etapa de planejamento, é preciso que os enfermeiros implementem as ações planejadas e registrem o que deve ser feito por meio de prescrições de enfermagem. As PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM são ações determinadas e documentadas pelo enfermeiro e têm como objetivos minimizar riscos, resolver ou controlar um problema, auxiliar nas atividades da vida diária e promover a saúde. NIC 6. EDIÇÃO DE 2016 CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (NIC) AVALIAÇÃO: quinta etapa do PE, verifica-se se os resultados esperados foram alcançados. Ou seja, cabe aos enfermeiros avaliar se as ações prescritas estão sendo implementadas de maneira apropriada e se os resultados obtidos estão condizentes com os resultados esperados. Ao realizar a avaliação diária, o enfermeiro ainda detecta quais cuidados devem ser mantidos, os que devem ser modificados e os que já podem ser finalizados, ou seja, já supriram as necessidades do indivíduo, bem como se há outros que ainda não foram prescritos e que precisam ser implementados. Para todas essas etapas, os enfermeiros utilizam linguagens padronizadas para elucidar o pensamento crítico e descrever o que fazem, melhorando o processo de comunicação entre os membros que compõem a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) e os demais membros da equipe de saúde. ADPIE: Modelo de Raciocínio Clinico Avaliação inicial /Investigação Diagnóstico de enfermagem (NANDA-I) Planejamento (NOC) Implementação (NIC) Avaliação dos resultados (NOC) REFERÊNCIAS Tanure M.C. SAE: sistematização da assistência de enfermagem: guia prático. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2019. CHRISTESEN, P.J.; KENNEY, J.W. Nursing process application of conceptual models. St. Louis: Mosby, 1995. 367p Possari J.F. Prontuário do paciente e os registros de enfermagem.1ed.São Paulo: Iátria, 2005. Nóbrega MML da; Garcia, T.R. Processo de enfermagem: da teoria à prática assistencial e de pesquisa. Rev. Enf Escola Anna Nery. Rio de Janeiro: Jan-mar; 13(1):188-193.
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