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4º Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais – 2016 1 ISSN 2318-0633 A INFLUÊNCIA DA ILUMINAÇÃO NATURAL EM PROJETOS DE ARQUITETURA: ESTUDO DE CASO DA OBRA MAISON HERMES DE RENZO PIANO ZANINI, Bruna Inês.1 VIEIRA, Caroline Pitz.2 COELLI, Laura Santos.3 GIOLO, Mariana Lucatelli.4 OLDONI, Sirlei Maria 5 RESUMO O artigo a seguir tem como finalidade estudar como pode ser usado a iluminação natural na concepção de um projeto arquitetônico. No estudo de caso, apontaremos o vidro como uma das estratégias construtivas. A preocupação com o consumo de energia elétrica no mundo todo é grande. Não somente pelo aumento do custo, mas mais importante que isso, pelos impactos que pode causar no futuro. O desafio do cenário atual é de tentar mudar o comportamento das pessoas, na tentativa de reduzir o uso excessivo. A arquitetura neste contexto apresenta soluções para diminuir o uso da energia elétrica, optando por construções que visam o melhor aproveitamento do uso da iluminação natural. PALAVRAS-CHAVE: iluminação natural, projetos, arquitetura, estratégia, renzo. 1. INTRODUÇÃO Para Barnabé (2007) a luz é a “consciência da realidade”. O mundo existe enquanto é sentido, tocado e principalmente visto. A luz natural é condicionante fundamental no processo do projeto arquitetônico, sendo quase impossível desconsiderá-la. Usá-la como plano no momento conceptivo, definir formas e espaços, resultará certamente em qualificação do ambiente concebido. A presente pesquisa procura analisar a influência da luz natural em projetos arquitetônicos. Para isso, vamos analisar obras que utilizam da luz natural como estratégia projetual e como o arquiteto Renzo Piano faz o uso da iluminação natural em suas obras, analisando uma obra específica do arquiteto que, em grande parte de suas obras, busca aproveitar ao máximo o uso da luz natural. A fim de atingirmos o objetivo de compreender a luz natural como estratégia projetual em obras arquitetônicas, foram formulados os seguintes objetivos específicos: a) Apresentar obras que utilizam da luz natural como estratégia projetual; b) Apresentar o arquiteto Renzo Piano e sua estratégia projetual; c) Apresentar a obra estudo de caso Edifício Maison Hermes; 1Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail: brunazanini1@hotmail.com 2Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail: cpitz83@gmail.com 3Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail: laurascoelli@gmail.com 4Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz. E-mail: marianalgiolo@outlook.com 5Professora orientadora, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo - FAG. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UEM/UEL. E-mail:sirleioldoni@hotmail.com 2 4º Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais – 2016 ISSN 2318-0633 d) Analisar a utilização da luz natural no Edifício Maison Hermes; e) Comprovar a hipótese inicial; f) Disseminação dos resultados em evento cientifico. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 OBRAS QUE UTILIZAM DA LUZ NATURAL COMO ESTRATÉGIA PROJETUAL Segundo Didoné (2009), nas edificações contemporâneas a iluminação artificial dos ambientes é responsável por grande parte do consumo de energia junto com o sistema de condicionamento artificial. Isto pode ser revertido quando as edificações são dotadas de dispositivos mais eficazes, associados a estratégias e projetos que priorizam o aproveitamento da iluminação e ventilação natural. O uso da luz natural nessas edificações além de garantir níveis de iluminação adequados para as atividades humanas, reduz a necessidade do uso da luz artificial, que em conjunto com um controle de iluminação artificial eficiente e a influência das aberturas e dos equipamentos, interfere nos ganhos térmicos no interior do ambiente e no consumo total de energia (DIDONÉ, 2009). 2.1.1 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA KIASMA / STEVEN HOLL ARCHITECTS Fiederer (2017) conta em uma matéria do site ArchDaily que a luz natural foi uma consideração importante – o arquiteto era fascinado pelo caráter em constante mudança da luz do dia da Finlândia. Muitas das janelas do museu são compostas de vidros translúcidos, o ritmo de vistas da cidade é conseguido pela inclusão ocasional de vidro totalmente transparente. Imagem – 1 – Fachada em vidro Foto: Petri Virtanen 2.1.2 CASA DAS CANOAS Fracalossi (2011) apresenta a Casa das Canoas, projetada pelo e para o próprio arquiteto Oscar Niemeyer, e diz que é sem sombra de dúvidas uma das obras mestras da arquitetura residencial moderna. A casa se insere e se destaca na paisagem, ao mesmo tempo em que a natureza é enfatizada por ela. 4º Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais – 2016 3 ISSN 2318-0633 Imagem – 3 – Uso do vidro para iluminação natural Foto: Frank van Leersum 2.1.3 MUSEU DE ARTE DED ASPEN – SHIGERU BAN Marcado pelo uso de elementos de vidro, para filtrar a incidência de luz natural, a fachada translúcida é recoberta por uma retícula de madeira, composta por painéis entrelaçados como mostra a imagem 4 (MARQUEZ, 2014). Imagem 4 – Iluminação dentro do museu Foto: Michel Moran 2.2 RENZO PIANO E SUA ESTRATÉGIA PROJETUAL Ao se referir dos trabalhos de Renzo Piano é possível identificar questões ecológicas, tecnológicas e ambientais. Alguns projetos do arquiteto italiano incorporam sistemas e elementos construtivos dinâmicos para promover luz e ventilação natural aos espaços construídos. Sobre o tema abordado, podemos ver a importância da relação e estratégias entre a arquitetura e natureza, fazendo com que assim desperte a nossa capacidade de perceber o entorno natural. Isto ocorre com algumas das chamadas arquiteturas topográficas, sendo projetos que se destacam segundo a topografia natural ou que se simulem como tal, causando assim uma nova topografia artificial sobre a paisagem, outra configuração de projeto é a dissolução da obra na paisagem (GRILLO, 2013). 2.3 APRESENTAR A OBRA ESTUDO DE CASO EDIFÍCIO MAISON HERMES Segundo o site do escritório do Renzo, Hermes contratou o arquiteto para projetar um edifício para sua sede comparativa no Japão em 1998. Está localizado no centro de Tokyo, no 4 4º Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais – 2016 ISSN 2318-0633 distrito do grande shopping Ginza. O fino prédio abrange apenas 10m na fachada da Avenida Harumi, 56 metros na rua lateral e possui 10 andares. Imagem 5 – Edifício Maison Hermes Imagem 6 – Jardim Aberto Foto: Masamitsu Foto: Michel Denancé 3. METODOLOGIA A metodologia adotada foi estudo de caso juntamente com pesquisa bibliográfica que servirão de apoio e de referência para o mesmo. 4. ANÁLISES E DISCUSSÕES A intenção do projeto do arquiteto Renzo Piano, veio da ideia de uma “Lanterna Mágica”, inspirada na tradicional lanterna japonesa. Durante o dia a fachada é acinzentada e brilhante. À noite, o prédio inteiro brilha por dentro. Até certo ponto, por fora do prédio é possível ver pela fachada de vido transparente os produtos Hermes dentro do prédio. Esta obra possui uma grande similaridade orgânica, encontrada em sua forma horizontal comarticulações verticais, que lhe proporciona maior grandeza e visualização em sua inserção urbana. Sua interação com a luz e heterogenia, pois a possibilita várias formas conforme a sua variação de luz ao decorrer do dia. E é definida pelas condições de fruição por sua inserção urbana, pois é um edifico comercial que necessita estar em uma localidade de grande fluxo de pessoas. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, destacamos o exemplo do vidro, material comum em projetos arquitetônicos que visam um uso maior da iluminação natural, e que também ajuda na redução de consumo de energia elétrica, entre outros fatores. Em boa parte de suas obras, Renzo Piano faz o uso do vidro em praticamente toda a fachada das edificações. O que ajuda tanto na iluminação dos ambientes quanto no conforto térmico das edificações. 4º Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais – 2016 5 ISSN 2318-0633 A iluminação natural se faz muito presente na edificação. O material usado na obra para o aproveitamento da iluminação natural é o tijolo de vidro translúcido. É feito de um vidro laminado e temperado, material que revela a sinuosidade dos objetos, mas não dá transparência, que dá certa privacidade ao ambiente. Um ponto negativo talvez, sejam as edificações próximas à obra escolhida. Por estar localizado em um centro comercial, onde há prédios tão altos quanto ou até mais altos, o uso do vidro para iluminação natural não tenha tanta eficácia como poderia ter se estivesse localizada em outro local que não houvesse edifícios do mesmo porte. REFERÊNCIAS Renzo Piano Building Workshop. Maison Hermes. Disponível em: <http://www.rpbw.com/project/2/maison-hermes/#>. Acesso em 04 abr. 2017. SOUZA, G. C.; GRIMME W. F.; LAAR. M. Avaliação do consumo de energia da edificação em função dos materiais de fachada. Disponível em <http://www.infohab.org.br/entac2014/2000/Artigos/ENTAC2000_173.pdf>. Acesso em 04 abr. 2017. DIDONÉ, L. E. A influência da luz natural na avaliação da eficiência energética de edifícios contemporâneos de escritórios em Florianópolis/SC. Disponível em: < https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/93199>. Acesso em 01 abr. 2017. BARNABÉ, M. M. P. A luz natural como diretriz de projeto. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.084/244>. Acesso em 01 abr. 2017. FIEDERER, L. Clássicos da Arquitetura: Museu de Arte Contemporânea Kiasma / Steven Holl Architect. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/868850/classicos-da-arquitetura- museu-de-arte-contemporanea-kiasma-steven-holl-architects>. Acesso em: 10 abr. 2017. MARQUÉZ, L. Museu de Arte de Aspen / Shigeru Ban Architects. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/627250/museu-de-arte-de-aspen-shigeru-ban-architects>. Acesso em: 10 abr. 2017. FRACALOSSI, I. Clássicos da Arquitetura: Casa das Canoas / Oscar Niemeyer. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-14512/classicos-da-arquitetura-casa-das-canoas-oscar- niemeyer>. Acesso em: 10 abr. 2017. GRILLO, A. Paisagens híbridas: abstração e mimese, ornamento e delito. Disponível em: <http://www.citcem.org/3encontro/docs/pdf/part_07/59%20-%20A%20Grillo%20- %20TEXTO.pdf>. Acesso em 10 abr. 2017.
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