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THAU ( Arquitetura I ) - 3 semestre

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Arquitetura High-Tech 
A arquitetura High-Tech é baseada na aplicação de alta tecnologia na 
construção civil. Ela inicia na década de 1970 e é realizada até hoje, 
pois muitos de seus arquitetos ainda trabalham dentro dessa lógica 
arquitetônica. As características dessa arquitetura são a leveza, 
flexibilidade e transparência vinculadas à aplicação da tecnologia em 
arquitetura. Note-se que esse vínculo é essencialmente conceitual, pois 
outros arquitetos também utilizam a tecnologia em seus projetos, mas 
não dessa maneira. 
Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Norman Foster, 
Renzo Piano, Richard Rogers e Jean Nouvel. Eles atuam por meio de 
grandes escritórios com dezenas ou centenas de arquitetos e 
engenheiros. 
A aplicação da alta tecnologia nos projetos dessa categoria não se limita 
à estrutura ou aos revestimentos. Ela transparece em todos os aspectos 
do projeto, incluindo instalações, como iluminação, elevadores e 
condicionamento térmico, consumo energético e economia de recursos 
naturais. 
O termo High-Tech também significa que a arquitetura, em sua leitura 
formal e espacial, é materializada por essa tecnologia de ponta. Ou seja, 
a própria arquitetura não é um mero invólucro, ela se materializa 
formalmente com a aplicação tecnológica de materiais, instalações e 
técnicas construtivas. 
 Arquitetura High-Tech – Norman Foster 
Certamente ele é o mais conhecido dos arquitetos da linha High-Tech, 
com projetos distribuídos por vários países. Foster, de origem inglesa, 
acredita que a tecnologia na arquitetura é endêmica, ou seja, é parte 
integrante da própria arquitetura e sem ela não pode ser feita. 
Os projetos desenvolvidos por seu escritório envolvem dezenas e às 
vezes centenas de profissionais. O projeto arquitetônico inclui a 
elaboração de peças específicas com materiais nobres, elevando 
bastante o custo da construção. 
Uma das características de suas obras é que a estrutura aparece com 
clareza como elemento definidor da volumetria arquitetônica, como se 
vê no edifício Gherkin. 
 
 Arquitetura High-Tech – Renzo Piano 
A primeira grande obra do arquiteto italiano Renzo Piano, o Centro 
Pompidou, foi feita em conjunto com Richard Rogers e Gianfranco 
Franchini. Esse projeto contém algumas das principais características da 
arquitetura High Tech que fariam parte da carreira de Piano: aplicação 
extensiva da tecnologia, uso das instalações e estrutura como 
elementos formais da arquitetura, espaços internos conectados com o 
exterior, e a influência das propostas do Archigram inglês. 
Ao longo do tempo, Renzo Piano modifica o seu repertório arquitetônico, 
mas mantém o uso de alta tecnologia em suas obras. Em seus projetos 
amplia a relação com o meio ambiente e busca soluções arquitetônicas 
mais específicas para o lugar. 
 
 Arquitetura High-Tech – Richard Rogers 
O arquiteto ítalo-inglês Richard Rogers é um dos precursores da 
arquitetura High-Tech, como se vê na sua primeira grande obra, 
o Centro Pompidou, feito em conjunto com Renzo Piano e Gianfranco 
Franchini. Nesse centro cultural já estão todas as características da 
arquitetura que Rogers desenvolveria ao longo do tempo. Uma das 
principais é o desnudamento do edifício, colocando as instalações 
(canos de água, dutos de fiação elétrica e de ar condicionado) e 
elementos estruturais do lado externo da edificação. 
Essas características aparecem em outras obras como a sede da 
seguradora inglesa Lloyd’s (1978-1986), em Londres. 
Rogers é autor de Cidades para um pequeno planeta, influente livro 
sobre urbanização contemporânea. 
 
Em 1997 é publicado um livro intitulado Cities for a Small Planet 
(Cidades para um pequeno planeta), do arquiteto Richard Rogers, no 
qual, segundo Leonardo Benevolo “a arquitetura aparece como 
instrumento de reunião das funções habitualmente segregadas e, pela 
complexidade das funções e das relações espaciais, assume 
características novas, que ele tenta antecipar em suas construções: a 
importância das transparências, a sobreposição das imagens, as 
parafernálias sem espessura que se estendam livremente no ar”. 
Benevolo cita em sua publicação “Arquitetura no novo milênio” um 
trecho do livro de Rogers: 
“A arquitetura está mudando em resposta às exigências ambientais e à 
disponibilidade de novos materiais de desempenho extremo e 
biologicamente legitimado. Le Corbusier definiu a arquitetura como ‘o 
jogo sábio, correto e magnífico dos volumes reunidos sob a luz’. No 
futuro, ao contrário, os edifícios tenderão a desmaterializar-se. O 
ambiente será caracterizado não pelas massas, mas pela transparência 
e pelos véus, por estruturas indeterminadas, adaptáveis, flutuantes, em 
relação às mudanças ambientais cotidianas e à variedade dos usos. Os 
edifícios do futuro [...] poderiam assemelhar-se, mais que aos imutáveis 
monumentos do passado, a modernos autômatos móveis, pensantes e 
orgânicos. Essas novas arquiteturas mudarão o caráter do espaço 
público. Enquanto as estruturas se tornarão mais leves, os edifícios se 
tornarão mais permeáveis. Os pedestres irão mover-se não em torno, 
mas através dos edifícios. A rua e o parque entrarão no edifício, ou o 
edifício planará acima.” Cit. in BENEVOLO, Leonardo. “Arquitetura no 
novo milênio”. São Paulo: Estação Liberdade, 2007, págs. 161-162. 
Na sua proposta de idealizar uma arquitetura do futuro, Rogers define as 
principais características dos novos edifícios. 
 Arquitetura High-Tech – Jean Nouvel 
Jean Nouvel é um arquiteto francês, e sua primeira obra de grande porte 
foi o Instituto do Mundo Árabe, em Paris. Nesse projeto, a volumetria 
relativamente simples (o conjunto é formado por dois blocos, um linear e 
um curvo) esconde a sofisticada trama mecânica de controle da 
luminosidade das fachadas, que lembra a forma dos arabescos 
característicos da arquitetura islâmica. 
Um dos seus mais ousados projetos é a Torre Agbar, em Barcelona, na 
Espanha. A torre usa um sistema construtivo baseado em uma casca 
externa de concreto e um núcleo rígido. Entre esses dois elementos 
situam-se os pavimentos, que acompanham a forma externa da 
edificação. 
 
Arquitetura Pós-moderna 
A arquitetura pós-moderna inicia na década de 1960 e se estende até os 
anos 1980, como uma resposta de jovens arquitetos às posturas 
funcionalistas, universais e formais da arquitetura moderna (1920-1940) 
e do Estilo Internacional (1950-1960). É caracterizada, de um lado, pela 
busca de uma nova arquitetura, menos dogmática e universal e, por 
outro lado, pelo uso constante de referências formais do passado 
histórico, sem se preocupar em legitimar essas escolhas por razões 
lógicas. 
Essa postura crítica dos arquitetos pós-modernos era acompanhada, em 
certos momentos, de uma atitude irônica e caricatural, usando 
elementos antigos de maneira ousada e livre. 
Para compreender melhor a postura crítica e a busca de uma nova 
forma de fazer arquitetura por parte dos pós-modernos veja a seguinte 
comparação entre as propostas modernas, do início do século 20 e as 
características dos projetos pós-modernos. 
Os arquitetos modernos adotaram um conceito sobre o homem para 
propor uma arquitetura que fosse universal e pudesse se adequar a 
todas as culturas e a todo o mundo. Isso é visível, por exemplo, no 
trecho da Carta de Atenas, mostrado a seguir, em que todo o conceito 
de urbanismo se reduz a quatro funções. Essa simplificação da vida é 
característica da arquitetura e do urbanismo modernos: 
“O dimensionamento de todas as coisas no dispositivo urbano só pode ser 
regido pela escala humana. A medida natural do homem deve servir de 
base a todas as escalas que estarão relacionadas à vida e às diversas 
funções do ser. Escala das medidas, que se aplicarão às superfícies ou às 
distâncias; escalas das distâncias que serão consideradas em sua relação 
com o ritmo natural do homem; escala dos horários, que devem ser 
determinados considerando-se o trajeto cotidiano do sol. As chaves do 
urbanismo estão nas quatro funções:habitar, trabalhar, recrear-se (nas 
horas livres), circular.” 
Trecho da Carta de Atenas, de 1933, elaborada Assembleia do CIAM – 
Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. 
 
A proposta arquitetônica pós-moderna teve várias vertentes, mas é 
possível fazer um resumo de algumas características comuns a todas 
elas: 
I – Crítica a homogeneidade e a padronização da arquitetura moderna, 
evitando ignorar os avanços produzidos por essa mesma arquitetura; 
II – Valorização da arquitetura histórica, usando referências formais e 
conceituais de estilos do passado: nos Estados Unidos muitos arquitetos 
se vinculavam a essa linha de raciocínio acrescentando a visão de que a 
arquitetura pode ser usada como meio de comunicação. 
III – Reinterpretação da arquitetura vernacular (arquitetura produzida 
localmente, cuja origem é popular e desenvolvida espontaneamente) 
local e tradicional. 
IV – Essa arquitetura surge em locais que tentam resistir à forte 
influência da ideia de “universalização da forma de viver”, proveniente 
de alguns centros considerados mais desenvolvidos. 
Também é possível dividir a arquitetura pós-moderna em duas vertentes 
principais. Uma de caráter historicista, muito presente nos EUA, e da 
qual participam Robert Venturi e Charles Moore, entre muitos outros. 
Nessa vertente o uso de imagens populares, presentes na história da 
arquitetura ou nas edificações mais comuns da região, era uma maneira 
de tentar tornar os edifícios mais próximos das pessoas: era uma 
tentativa de usar o edifício como meio de comunicação. A outra, de 
caráter mais tipológico, buscava usar as formas arquitetônicas do 
passado e de outras culturas, porém buscando uma coerência com os 
contextos projetuais e urbanos. Essa vertente é mais comum na Europa, 
com arquitetos como James Stirling, Aldo Rossi, Ricardo Bofill e Paolo 
Portoghesi. 
A influência do pós-moderno chega ao Brasil, mas de maneira mais 
superficial. O pós-modernismo aparece com mais intensidade nas obras 
de Sylvio Podestá, Éolo Maia e Jô Vasconcellos nas décadas de 1970 e 
1980. 
 
 Arquitetura Pós-moderna – Robert Venturi 
Venturi é um arquiteto norte-americano, principal fundador do escritório 
Venturi, Scott Brown Associates e um dos mais influentes teóricos da 
arquitetura pós-moderna. Tão importante quanto seus projetos são os 
livros que publicou e que foram divulgados mundialmente: 
Complexidade e Contradição na Arquitetura e Aprendendo com Las 
Vegas. Mais do que criticar a arquitetura moderna (1920-1940) e o Estilo 
Internacional (1950-1960), Venturi propõe uma nova abordagem formal 
e espacial, evitando o racionalismo e buscando soluções na arquitetura 
popular e na historiografia. 
Seus projetos são pautados pelo uso de formas arquitetônicas do 
passado de maneira livre, evitando soluções universais. 
 
 Arquitetura Pós-moderna – Charles Moore 
Dos arquitetos pós-modernos, Charles Moore é considerado um dos 
mais irônicos e sarcásticos. Ele acreditava que os edifícios podiam e 
deviam falar, estabelecendo ligações com o passado e contando 
histórias. No projeto da Piazza (praça) d’Italia, o arquiteto transportou 
cenários das cidades italianas e da história da arquitetura para Nova 
Orleans, nos EUA. O que se vê da praça não é funcional ou 
estruturalmente verdadeiro. Tudo é revestido e a própria praça não tem 
a função de local de reunião social. Ela é, de fato, um cenário com um 
discurso irônico e contraditório sobre a arquitetura. 
Além de atuar como autor de projetos, foi professor e escreveu vários 
livros. Sua forma de projetar é tão exagerada que é 
considerada kitsch por seus críticos. 
 
 Arquitetura Pós-moderna – Paolo Portoghesi 
Paolo Portoghesi é um arquiteto italiano cuja carreira começa como 
estudioso da arquitetura clássica e barroca. A partir da década de 1960 
abre um escritório de arquitetura, e com a ampliação dos seus estudos 
sobre arquitetura moderna, começa a buscar formas mais orgânicas, 
influenciado pelo seu colega, o historiador italiano Bruno Zevi. 
Uma das características de seus trabalhos é o uso coerente e cuidadoso 
de elementos históricos. Essa preocupação aparece claramente em 
suas obras, como a Mesquita de Roma. Nela, o uso dos sofisticados 
desenhos geométricos da arquitetura árabe aparecem na estrutura, 
assim como outros elementos típicos de uma mesquita, mas aplicados 
dentro de uma tecnologia construtiva atual. 
 
Arquitetura Desconstrutivista 
O Descontrutivismo surge na arquitetura na segunda metade dos anos 
1980, tendo como base aspectos filosóficos. Essa origem conceitual se 
traduz em uma forma de operar que “desconstrói” os conceitos de 
fechamento e de tipologias. Essa arquitetura, partindo de dentro do 
conceito do projeto para fora, abre a construção e os espaços, evitando 
soluções tipológicas convencionais. 
No início, a maioria dos arquitetos que seguiam essa linha projetual 
desconstruíam sistemas cartesianos simples, como se vê nas folies do 
Parc La Villette, projeto de Bernard Tschumi, ou nas primeiras propostas 
conceituais de Peter Eisenmann. 
Mais tarde, a partir dos anos 1990, a profundidade das desconstruções 
vão além de sistemas compostos por uma geometria comum distorcida, 
e se amplia em direção a formas abertas e livres, cujo único vínculo é o 
espaço que a construção precisa criar para se tornar um edifício. Nessa 
forma de trabalhar se encaixam as primeiras obras da arquiteta Zaha 
Hadid e Frank Gehry. Suas obras são formalmente e espacialmente 
ousadas. 
Nessa arquitetura não há uma relação direta entre os espaços internos e 
os externos, e a estrutura do edifício não é, necessariamente, um 
elemento definidor do volume. 
 
 Arquitetura Desconstrutivista – Bernard Tschumi 
Bernard Tschumi é um arquiteto suíço, que inicia sua carreira como 
intelectual, pesquisador e professor, logo depois de se formar. Nas suas 
pesquisas começa a desenvolver novos conceitos arquitetônicos e 
urbanos, que teriam de esperar uma oportunidade para serem aplicados 
na prática. 
Essa oportunidade surge com o concurso para o Parque La Villette, em 
Paris. É o seu primeiro grande projeto executado, em que ele pôde 
propor os conceitos arquitetônicos e urbanos que estava 
desenvolvendo. A proposta é uma nova estratégia de organização 
urbana, um novo tipo de parque, baseado mais em um conceito 
de cultura do que no conceito de natureza. A partir dele inicia o seu 
escritório de arquitetura, Bernard Tschumi Architects. 
 
 Arquitetura Desconstrutivista – Zaha Hadid 
A estação de combate a incêndio do Museu Vitra, na Alemanha em 
1993, foi a primeira obra construída de Zaha Hadid, e a projetou 
internacionalmente. Nesse projeto já estão presentes as características 
formais e de organização espacial dos seus futuros projetos: 
decomposição das formas em elementos autônomos, ausência de 
simetria e de ortogonalidade, organização interna fluida e uso de formas 
abertas. 
Além de ter ganho vários prêmios, ela foi a primeira mulher a ganhar o 
Prêmio Pritzker de Arquitetura, em 2004. 
As suas obras mais recentes possuem volumes menos desconstruídos e 
mais flexíveis e curvos. 
 
 Arquitetura Desconstrutivista – Frank Gehry 
Frank Gehry, arquiteto naturalizado norte-americano, começa a carreira 
com projetos relativamente comuns. Em uma mudança radical em sua 
vida, começa a propôr uma arquitetura deslocada e formalmente 
desmontada, com uma lógica construtiva ousada. 
O Museu Guggenheim, situado em Bilbao, na Espanha, é um dos mais 
importantes projetos do escritório desse arquiteto. Essa obra foi parte de 
um esforço para revitalizar aquela cidade e hoje recebe visitantes de 
todo o mundo. De acordo com Leonardo Benevolo esse museu é um 
artefato insólito, onde a aparência externa é mais importante do que os 
espaços internos. 
 
O conceito de museu durante a maior parte do século 20 se baseia em 
duas finalidades desse tipo de projeto, ainda vinculadas à sua origem, 
no século 19: a constituição de um acervo, que deve ser preservado, e a 
exposiçãoao público, seja desse mesmo acervo ou de outros conteúdos 
provenientes de outros lugares. Nesse contexto, a exposição ao público 
é de suma importância e justificaria por si só a existência desse espaço. 
No entanto, a partir dos anos 1990 consolida-se um tipo de espaço 
também chamado de museu, em que a arquitetura começa a concorrer 
com a finalidade de exposição e de acervo. Nesse tipo de museu, torna-
se tão ou mais importante do que conhecer a exposição ou a própria 
existência de um acervo, a arquitetura. 
Nesse sentido, é possível considerar que a filial do Museu Guggenheim 
em Bilbao pertence a esse tipo de edificação. Nele a aparência externa 
e a voluptuosidade dos espaços internos sobrepõem-se com relativa 
intensidade ao caráter de museu, no sentido tradicional da palavra. Isso 
não é uma característica da arquitetura desconstrutivista, mas as formas 
expansivas, irregulares e voluntariosas dessa arquitetura, ainda mais 
quando proveniente das mãos de Frank Gehry, contribuem 
significativamente para a geração desse novo tipo de museu. 
 
 Arquitetura Desconstrutivista – Daniel Libeskind 
Daniel Libeskind é um arquiteto norte-americano de origem polonesa, e 
seu primeiro grande projeto internacional foi a ampliação do Museu 
Judaico. Apesar de a sua arquitetura ser considerada desconstrutivista, 
seus projetos não são definidos pela justaposição de elementos formais 
discrepantes ou desconexos. Sua arquitetura é principalmente formada 
por volumes fechados, com ângulos variados. Essa solução formal 
permite uma inserção no terreno mais livre, principalmente quando se 
trata de criar ampliações de edifícios existentes. 
Atualmente, tornou-se conhecido por ser o arquiteto principal da 
construção do novo World Trade Center, cujas torres foram destruídas 
nos ataques a Nova Iorque em 2001. 
 
Regionalismo crítico 
O momento na arquitetura denominado de Regionalismo crítico (1960-
1980), também chamado de Contextualismo crítico ou neorracionalismo, 
foi identificado pelo historiador Kenneth Frampton. Segundo ele, os 
arquitetos que se encaixam nessa categoria, como herdeiros das críticas 
feitas sobre o Estilo Internacional e sobre o Modernismo, fazem 
propostas profundamente vinculadas às realidades dos locais onde os 
projetos são feitos, evitando soluções genéricas. 
As características dessa arquitetura são: o respeito ao contexto de 
implantação do projeto (relevo, meio ambiente, edificações existentes), 
adequação à cultura local, uso de materiais e técnicas construtivas da 
região e reinterpretação de formas arquitetônicas tradicionais. 
Dentro dessa categoria estão incluídos arquitetos como Tadao Ando 
(principalmente nos primeiros anos de sua carreira como arquiteto), Luís 
Barragán, Álvaro Siza, Vittorio Gregotti e Rafael Moneo. 
A preocupação em fazer projetos que respeitem as características do 
local é totalmente oposta às propostas universalizantes e repetitivas 
feitas a partir da década de 1950 pelos profissionais diretamente 
relacionados com a arquitetura moderna. Mas também não podem ser 
considerados arquitetos pós-modernos, pois sua relação com a história 
da arquitetura não é formalista (eles não buscam usar formas históricas) 
nem tipológica. O seu interesse é principalmente cultural e local, sem 
retrocessos formais, buscando novas soluções arquitetônicas. 
 
 Regionalismo crítico – Tadao Ando 
Tadao Ando é um arquiteto japonês, autodidata, e que em suas 
primeiras obras fez uma interpretação contemporânea da arquitetura 
tradicional japonesa. Ando reduz a arquitetura aos seus elementos 
mínimos (muitas vezes é chamado de minimalista) para ressaltar a sua 
interpretação das tradições construtivas e filosóficas japonesas. 
O uso intenso do concreto armado aparente é feito para evitar 
elementos construtivos complementares, como na residência Azuma. 
Nela o arquiteto estabelece uma relação direta entre o interior da casa e 
alguns dos elementos naturais (sol chuva, neve, vento), em uma solução 
que choca com os costumes ocidentais, mas que foi feita dentro da 
cultura do cliente, além de ampliar o pequeno espaço interno da casa. 
 
 Regionalismo crítico – Luís Barragán 
Barragán (1902-1988), arquiteto mexicano, no começo de sua carreira 
era muito influenciado pelas propostas de Le Corbusier e pelo 
funcionalismo modernista. Porém, criticando essas propostas começa a 
reinterpretar a arquitetura mexicana. Ele fez projetos que valorizam 
fatores específicos do lugar, como clima, insolação, relevo, 
luminosidade. 
Ao reinterpretar a arquitetura vernacular local e tradicional, Barragán 
não estava negando as conquistas modernas, nem buscando reviver o 
passado, mas sim propondo uma nova arquitetura local. 
Ele é um dos arquitetos que conseguiu resistir à forte influência da ideia 
de “civilização universal”, proveniente de alguns centros considerados 
mais desenvolvidos. 
 
 Regionalismo crítico – Álvaro Siza 
Álvaro Siza é um arquiteto português cuja formação inicial foi muito 
influenciada pelas propostas de Fernando Távora e outros profissionais 
que começaram, nas décadas de 1950 e 1960 , a valorizar e 
reinterpretar as tradições construtivas e arquitetônicas de Portugal. 
Siza começa com projetos de pequeno porte, mas logo assume grandes 
encargos, apoiando-se no respeito ao contexto, tanto em áreas abertas, 
quanto em áreas urbanas. No entanto isso não o impediu de aplicar, 
sempre que fosse adequado, formas de organização espaciais internas 
mais livres, pouco ortogonais, usando ângulos variados e criando 
situações inusitadas. Ele também evita usar as mesmas soluções 
arquitetônicas em projetos diferentes. 
 
 Regionalismo crítico – Vittorio Gregotti 
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti começa sua carreira com uma 
postura crítica à arquitetura moderna na década de 1960, usando 
elementos racionais, porém respeitando o contexto local, como 
no Palazzo per Uffici, em Novara. Ele tem sido solicitado para fazer 
projetos em locais com tradições arquitetônicas antigas pelo seu 
respeito às características do lugar, como no projeto do Centro Cultural 
de Belém. 
No projeto em Belém as formas e cores utilizadas são uma maneira de 
respeitar a arquitetura do passado, pois as construções existentes na 
região possuem cores e formas semelhantes; o revestimento é uma 
pedra comum em construções antigas, assim como a forma, que é 
resultado da união de vários volumes retangulares com diferentes 
tamanhos. 
 
 Regionalismo crítico - Rafael Moneo 
Rafael Moneo é um arquiteto espanhol nascido em 1937 e cujas obras 
se caracterizam por, ao mesmo tempo, respeitar a escala e a história, 
usando formas originais e inovadoras. O historiador Leonardo Benevolo 
assinala Rafael Moneo como um dos mais importantes arquitetos da 
atualidade e para caracterizar sua arquitetura descreve o seu raciocínio 
arquitetônico: “Nesse jogo, o personagem mais original, que emerge 
progressivamente e se impõe em campo internacional, é Rafael Moneo 
Vallés. Suas variadíssimas escolhas, que são quase infalivelmente 
apropriadas aos lugares e trabalhosas funções dos projetos, fazem 
entrever a possibilidade de um ecletismo atualizado, sem a componente 
irônica e polêmica, própria de seu tempo, de Stirling a Venturi, mas 
cultivado seriamente, como no passado, o que evita o desgaste da 
repetição e conserva a espontaneidade das experiências singulares. 
Seus principais talentos são o interesse específico em cada um dos 
temas em que trabalha e o correspondente desinteresse em cultivar um 
repertório genérico, pessoal ou de grupo. Declara precocemente: 
‘Gostaria de não cair no ridículo do equívoco linguístico, a sensação que 
temos frequentemente quando contemplamos algumas das arquiteturas 
recentes, destruídas pela intenção de identificar paradigmas, 
esquecendo os problemas reais.’ Reais, nesse discurso, são os 
problemas que cada ocasião individual coloca, irreais são os 
paradigmas abstratos. Assim ele se reconhece fora das oposições 
estilísticas já no períodode sua formação. Essa abordagem lhe serve 
para resolver os quesitos específicos dos novos tempos, e o coloca 
naturalmente em sintonia com a virada inovadora dos anos 90.” 
Ao mesmo tempo que Moneo se identifica com as propostas do 
regionalismo crítico, nas sua relação respeitosa e de leitura atenta em 
relação ao lugar da arquitetura, ele propõe um novo olhar sobre o 
projeto, com a inserção de formas interessantes e adequadas à inserção 
urbana. 
Um exemplo dessa atitude é o projeto da ampliação da prefeitura de 
Múrcia, uma peuqena cidade na Espanha, em um local de difícil 
implantação, no meio de uma área muito adensada, e em frente a um 
largo. Sobre esse projeto o historiador Leonardo Benevolo destaca: “A 
ampliação do edifício da prefeitura de Múrcia (1991-1998) está em um 
arriscado cenário histórico, ao lado dos monumentos principais da 
cidade. A escolha de tratá-lo como um edifício tradicional gera a 
exigência, igualmente tradicional, de dar-lhe uma veste decorativa 
individual. Moneo inventa uma elegante fachada-retablo em pedra local, 
no eixo da igreja, mas contida em uma rua lateral, que, pelo desenho 
assimétrico e pela colocação “fora de prumo” de algumas pilastras, 
afasta-se do contexto antigo (...)”. BENEVOLO, Leonardo. A arquitetura 
no novo milênio. São Paulo: Estação Liberdade, 2007, pág. 107. A 
fachada-retablo é uma forma de descrever a fachada voltada para a 
praça como um elemento de contemplação (Figura 1), como os antigos 
retábulos de igrejas católicas, diante do qual o espectador deveria ficar 
admirado. 
Essas características são nítidas nos seus projetos, como a reforma da 
estação de trem Atocha, em Madri, Espanha. Nesse projeto, Moneo 
transforma a antiga plataforma de trens (figura 2) em um grande jardim 
coberto. Ao lado desse antigo e grande edifício ele projeta o novo 
acesso principal da estação (figura 1) e as modernas plataformas de 
trem. O novo acesso mostra nitidamente uma referência à antiga gare, 
com o uso de cores, materiais e um ritmo de fachada que remetem 
plasticamente ao prédio antigo. 
 
Pluralismo moderno 
Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Zaha Hadid (em 
seus trabalhos posteriores a 1990), Santiago Calatrava, Herzog & de 
Meuron e Rem Koolhaas. Em seus escritórios, o pluralismo se manifesta 
na diversidade de soluções arquitetônicas e formas inusitadas, 
decorrentes de novas formas de projetar e do uso de novos softwares 
para arquitetura e construção civil. Também colaboram para a 
realização de projetos únicos a farta disponibilidade de materiais 
construtivos e de linguagens formais muito diferentes do que tem sido 
feito até a década de 1990. 
Uma das características dessa categoria é que não se trata de um 
movimento, e sim de um ambiente global que cria oportunidades para a 
realização de projetos ousados. 
Esse pluralismo persiste até hoje e é muito adequado a um tipo de 
necessidade arquitetônica que, apesar da diversidade de programas que 
os clientes tem necessidade de resolver, tem um fato em comum: 
quando um arquiteto, entre os citados, é chamado para fazer um projeto, 
não se espera dele ou dela outra coisa senão uma arquitetura única, 
particular, ousada, capaz de se destacar não apenas regionalmente, 
mas muitas vezes mundialmente. 
Portanto, essa arquitetura é específica, não do lugar apenas, mas nas 
formas e no uso criativo dos materiais; espera-se dela que se destaque 
no cenário arquitetônico; valorize o seu uso e, muitas vezes, contribua 
para divulgar o local e a finalidade do projeto na mídia em geral. 
 
 Pluralismo moderno – Zaha Hadid 
Após um período inicial desconstrutivista, Zaha Hadid amplia o seu 
repertório formal e volta-se para uma composição mais volumétrica, 
ainda que não menos ousada. Alguns de seus projetos lembram as 
famosas curvas dos projetos de Oscar Niemeyer, mas com uma 
liberdade de eixos construtivos e de uso dos materiais muito maior. 
Um dos projetos que demonstram esse momento é o Centro Cultural 
Heydar Aliyev. O Azerbaijão é um país que, após conquistar sua 
independência da extinta União Soviética, está modernizando seu 
urbanismo e sua arquitetura, e para isso chamou para fazer esse centro 
uma arquiteta conhecida por seus projetos ousados e inovadores. Essa 
é uma das características dessa categoria arquitetônica. 
 
 Pluralismo moderno – Santiago Calatrava 
Santiago Calatrava é um arquiteto espanhol em cujas obras a 
engenharia estrutural é o destaque. As formas ousadas e inovadoras, 
beirando a fantasia, também são parte integrante de suas propostas, 
mas o aspecto construtivo se destaca. 
Em suas obras as partes móveis do projeto sempre chamam a atenção: 
coberturas, portas, quebra-sóis e aberturas que se movimentam 
mecanicamente são uma importante característica. Essa linha projetual 
é por vezes criticada, seja pelo alto custo de execução e manutenção 
desses mecanismos, seja pela sobreposição desses artifícios mecânicos 
à organização espacial e à forma do projeto. Suas obras são únicas, 
como se vê no Museu do Amanhã concluído em 2015. 
 
 Pluralismo moderno – Herzog & de Meuron 
Herzog & de Meuron é uma grande firma de arquitetura fundada por 
Jacques Herzog e Pierre de Meuron em 1978, na Suíça. Desde então 
tem feito um amplo leque de projetos, desde os de pequena escala, 
como residências, até grandes projetos urbanos. 
Assim como os outros projetos dessa categoria arquitetônica, o 
escritório Herzog & de Meuron se notabilizou pela diversidade formal e 
construtiva de seus projetos. Esse foi, inclusive, um dos motivos citados 
para justificar sua escolha para fazer o Complexo Cultural Luz, no centro 
da cidade de São Paulo, como parte do processo de revitalização do 
bairro da Luz. 
 
 Pluralismo moderno – Rem Koolhaas 
Rem Koolhaas é um arquiteto holandês, fundador do O.M.A. (Office for 
Metropolitan Architecture – Escritório para Arquitetura Metropolitana). 
Desde o início de carreira sempre defendeu ideias controversas, como 
demonstram o título e o conteúdo de seus dois livros mais 
famosos: Nova Iorque Delirante e S,M,L,XL. A proposta de trabalhar 
como artista conceitual, criando formas e soluções inusitadas, que vão 
desde uma balão como cobertura para um stand em um parque, até 
edifícios que parecem envelopados, não o impediu de receber grandes 
encargos em várias partes do mundo. 
Um exemplo disso é a sede da Televisão Estatal da China (CCTV), que 
gerou grande polêmica e cumpriu seu papel de criar um edifício único, 
com uma geometria especial. 
Bioarquitetura 
A bioarquitetura é uma forma de projetar edifícios que tenham baixo 
impacto no meio ambiente em que são realizados e tenham, ao longo de 
sua vida útil, uma baixo consumo energético e um reduzido consumo 
para manutenção e conservação. 
A bioarquitetura também é denominada de arquitetura verde ou 
sustentável. 
Os elementos que tornam a bioarquitetura efetiva são: os materiais da 
construção, a execução da obra, o consumo energético e de 
insumos (água, gás, etc.) do edifício e a relação com o meio ambiente. A 
bioarquitetura efetiva depende de como eles são usados e aplicados no 
projeto, na obra e no uso do edifício. A relação com o meio ambiente é 
provavelmente o aspecto mais extenso da bioarquitetura pois tem início 
com o projeto (definições das características ambientais dos espaços, 
do consumo de energia, da escolha de materiais, etc.), passa pela 
execução da obra e se estende por todo o tempo de existência da 
edificação (consumo, forma de uso dos espaços, manutenção, reformas, 
etc). 
 
 Bioarquitetura - critérios projetuais 
Portanto, para que um projeto seja enquadrado na bioarquitetura os 
critérios projetuais a serem usados na definição dos elementos e fatores 
arquitetônicos são os seguintes: 
A execução da obra deve gerar a menor quantidade possível de 
resíduos, e quando isso for inevitável, os resíduos devem ser 
devidamente tratados. 
O consumo energético e de insumos deve ser o mais econômico e o de 
menor impacto ambiental.O reuso de água, captação de águas pluviais, 
uso de equipamentos e instalações que consomem menos energia 
elétrica e/ou gás são exemplos de soluções muito usadas. 
Os materiais da construção devem ser preferencialmente recicláveis e 
de fontes renováveis. 
A relação com o meio ambiente deve permitir o máximo de 
aproveitamento do que o meio ambiente pode fornecer, como 
iluminação natural, ventilação, insolação, vegetação, etc. 
Um outro critério projetual da bioarquitetura, pouco usado na prática, é a 
preocupação em usar materiais e mão-de-obra da região em que o 
projeto é executado. Quando há essa preocupação, há uma grande 
economia indireta na redução do transporte desses fatores. 
 
 Bioarquitetura – definições projetuais 
Assim, um exemplo de projeto que se enquadraria de forma plena nos 
critérios de bioarquitetura deve usar: 
 Materiais naturais (não industrializados, como terra). 
 Materiais recicláveis e renováveis (madeira, bambu). 
 Reduzir ao máximo o uso de materiais industrializados (vidro, 
cimento, aço, alumínio). 
 Usar técnicas construtivas de baixo impacto ambiental (construção 
com terra ou que reduz a quantidade de pilares e de fundações) 
 Usar equipamentos e instalações de baixo consumo energético. 
 Aproveitar ao máximo a luz e o vento naturais. 
 Realizar um projeto com materiais e aberturas que reduzam a 
necessidade de aquecimento e/ou resfriamento mecânico. 
 Definir implantações que diminuam a necessidade de 
movimentação de terra e evitar sempre que possível a 
impermeabilização do solo. 
 Utilizar fontes renováveis de energia e de água (captação de 
energia solar e/ou eólica, captação de águas pluviais). 
 Elaborar projetos complementares de hidráulica que reutilizem 
parte ou toda a água consumida na edificação. 
Um dos escritórios que desenvolve projetos com essas características é 
o Renzo Piano Building Workshop. Como exemplo temos a Academia 
de Ciências da Califórnia. 
 
 Bioarquitetura – limites 
Apesar de a bioarquitetura ser reconhecidamente importante para a 
preservação do meio ambiente e para a qualidade de vida, nem todo 
projeto arquitetônico consegue aplicar em uma construção os critérios 
projetuais citados anteriormente. 
Há alguns selos de qualidade que destacam as construções que 
conseguem atingir altos níveis de sustentabilidade, mas que, mesmo 
assim, não usam todos os critérios citados. 
Exemplo: em um edifício como o Museu do Amanhã, em que os 
projetistas afirmam que o consumo energético é até 40% inferior ao que 
ocorre em um edifício semelhante, foi usado o aço como elemento 
estrutural. Mas o aço, para ser produzido, consome volumes enormes 
de energia e de matéria-prima não renovável. Portanto, ele é um 
material que é, ao mesmo tempo, reciclável (pode ser reutilizado de 
inúmeras maneiras) mas não renovável (o aço é feito a partir de 
minérios que não se reproduzem). 
A escolha dos materiais a serem usados em uma construção é um 
importante aspecto na definição da bioarquitetura. Os materiais podem 
ser renováveis (podem ser gerados naturalmente ou artificialmente, 
usando poucos recursos), recicláveis (o material pode ser usado e 
depois de descartado pode ser manipulado e voltar a ser usado como 
material de construção) e reutilizável (um elemento construtivo, como 
uma janela de madeira, pode ser usado em uma obra e depois retirado e 
utilizado novamente em outra). Mas essas categorias não são exatas. 
Um exemplo é o concreto: atualmente ele pode ser reciclado, mas com 
limites, pois não o material resultante não pode ser usado novamente 
como concreto plenamente, anão ser que seja usado como agregado 
em uma nova mistura. Um outro exemplo é a madeira: seuma peça de 
madeira, como uma porta, está tão desgastada que não pode voltar a 
ser usada como porta é possível reciclar esse material, mas 
normalmente haverá uma perda de massa na sua manipulação (serras e 
cortes tiram pedaços da madeira), ou seja, não é possível reciclar o 
material integralmente. 
Essa situação é mostrada de uma maneira genérica na tabela abaixo: 
MATERIAL Reciclável Renovável Reutilizável* 
Concreto parcialmente não não 
Madeira sim sim sim 
Vidro sim não sim 
Aço sim não sim 
Alumínio sim não sim 
Ferro sim não sim 
Cerâmica** parcialmente não parcialmente 
Polímeros*** parcialmente não parcialmente 
Cimento**** parcialmente não não 
* O conceito de reutilizável depende muito da maneira que o material foi 
usado. Exemplo: uma telha feita de concreto pode ser reutilizada várias 
vezes, pois é muito resistente e pode ser levada de uma obra para 
outra, mas a superestrutura de um edifício feita em concreto armado 
moldado in loco não pode ser reutilizada depois de demolida. Nesse 
item foi usado o critério da situação mais comum para aquele material, 
mas sempre há exceções. 
** As cerâmicas aparecem na construção civil em forma de blocos, 
pisos, elementos vazados, telhas e revestimentos. 
*** Os polímeros são materiais produzidos artificialmente através de 
processos químicos e são muito comuns no nosso cotidiano. Exemplos 
de polímeros usados com frequência na construção civil: Isopor 
(poliestireno) é usado como material inerte em estruturas de concreto, 
PVC (policloreto de vinilo) é usado em esquadrias, portas, forros e 
revestimentos, Policarbonato é usado como substituto para o vidro, etc. 
**** O cimento é um dos principais componentes do concreto, mas foi 
colocado separado pois também é utilizado como material principal em 
argamassas diferentes do concreto, usadas em assentamento de pisos 
e revestimentos, inclusive ele próprio como piso e revestimento, 
produção de elementos construtivos (telhas de fibrocimento, placas de 
vedação, etc). 
 
Arquitetura nos países emergentes 
No final do século 20 e início do século 21, alguns economistas criaram 
o conceito de países emergentes. São nações que conseguiram sair de 
um estado de subdesenvolvimento, em comparação com parâmetros 
ocidentais dos países considerados ricos, e estão caminhando para se 
equipar a eles em termos principalmente econômicos, mas também no 
que se refere à qualidade de vida. 
Dentre esses países destacam-se os BRICS, sigla em inglês que 
inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em 
inglês). 
Apesar dos critérios para essa definição serem discutíveis, esses países 
se destacaram mundialmente de fato. 
 
 Arquitetura - China 
O arquiteto chinês Wang Shu fundou em 1997, com sua esposa Lu 
Wenyu, o escritório Amateur Architecture Studio, no qual desenvolveu 
um tipo de regionalismo crítico chinês. Ganhador do prêmio Pritzker de 
arquitetura em 2012, sua arquitetura tem sido vista por críticos como 
uma abertura de novos horizontes, ao mesmo tempo que se relaciona 
com o lugar e a memória. 
O escritório tem uma postura crítica em relação à produção imobiliária 
chinesa, que tem demolido vários quarteirões de construções 
tradicionais. Em seus projetos, tenta recuperar parte das tradições e 
imagens locais chinesas, que estão desaparecendo em face do intenso 
desenvolvimento econômico daquele país. 
 
 Arquitetura – Brasil 
Gustavo Penna é um dos arquitetos brasileiros que tem contribuído para 
realizar no país uma arquitetura em sintonia com o design atual, usando 
formas que, se de um lado lembram a voluptuosidade da arquitetura 
moderna carioca dos anos 1950 e 1960, por outro são inovadoras na 
riqueza de soluções arquitetônicas e urbanas. 
Seu escritório, Gustavo Penna Arquiteto & Associados tem desenvolvido 
vários projetos nas mais diversas escalas. O design característico é 
marcado pelo uso de formas sólidas que se mesclam em relevos, 
aberturas e topografias criando edifícios e espaços únicos, sem criar 
soluções padronizadas. 
 
O arquiteto russo Mikhail Khazanov desenvolveu no início do século 21 
importantes obras em seu país, como o conjunto residencial em 
Serebriany Bor (1998-2002), a reconstrução e restauração do Teatro 
Bolshoy (1999-2002) e o Centro Nacional de Artes Contemporâneas(2001-2002), todos situados em Moscou, Rússia. 
Suas propostas de recuperação de edifícios antigos para novos usos 
geram formas provocativas, sem destruir aspectos da arquitetura pré-
existente. 
 
 Arquitetura – Índia 
Balakrishna Vithaldas Doshi é considerado um dos mais importantes 
arquitetos indianos pela sua habilidade em combinar técnicas 
tradicionais com tecnologia moderna em uma arquitetura funcional com 
uma estética própria. Atualmente é uma das figuras centrais na Índia 
dentro do debate sobre arquitetura sustentável. 
Seu trabalho é muito influenciado pela arquitetura tradicional indiana, e 
foi um dos pioneiros no desenvolvimento de projetos sustentáveis, 
começando as suas pesquisas em 1955. Sua carreira já completou 60 
anos e recebeu inúmeros prêmios na Índia pelo seu trabalho.

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