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Ação penal pública condicionada a representação art. 39 CPP

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Ação penal pública condicionada a representação e seus efeitos art. 39 do CPP
A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado. O ofendido autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à responsabilização do autor do fato. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. A vítima terá prazo de 6 meses para representação ou será extinta a punibilidade contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime. Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal. Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa 18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. E se o autor do fato for o próprio representante legal. Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP, por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de representação:
Princípios que regem a Ação Penal Pública
São cinco os princípios que regem a ação penal pública:
Princípio da Legalidade ou da obrigatoriedade 
Existindo elementos probatórios razoáveis o MP (promotor de justiça) é obrigado a oferecer denúncia contra o autor da ação.
Princípio da Indisponibilidade
Ajuizada a ação penal o MP dela não pode desistir, não poderá renunciar ou desistir de recurso por ele interposto.
Princípio da intranscendência
A ação penal ser ajuizada unicamente contra o responsável pela conduta não podendo transcender tal ação penal para nenhuma outra pessoa, responsável legal ou civil. O prazo para oferecimento da denúncia é de 5 dias quando o réu estiver preso e 15 dias quando o réu estiver solto.
Princípio da Oficialidade 
O Ministério Público é o órgão incumbido de promover a ação penal, devendo fazê-lo de ofício, ou seja, por iniciativa própria.
Princípio da Indivisibilidade 
 O Ministério Público haverá de proceder contra todos os autores e partícipes da infração criminal. 
O direito de representação pode ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia em que o ofendido ou seu representante legal souber quem é o autor do crime. A perda do tempo para representação gera extinção de punibilidade. No auto de prisão em flagrante a vítima tem o prazo de 24 horas para o oferecimento da denúncia ou então é exigido a soltura do preso, mas permanece o direito de representação em 06 meses.
São exemplos de crimes de ação pública condicionada a representação:
Perigo de contágio venéreo (art. 130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o estupro e o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 2º) etc.
A Ação Penal Pública Incondicionada é a mais comum.
Todos os crimes previstos na legislação brasileira sobre os quais o texto não explicite que é cabível outro tipo de ação, cai aqui na pública incondicionada (ex. Furto, roubo, receptação, tráfico de drogas, homicídio, aborto, peculato, estelionato etc.).
Inquérito Policial
O inquérito policial poderá ser instaurado, mediante requisição do juiz ou do MP. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: mediante requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo delegado, não podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar é sinônimo de exigir com base na Lei.
Contudo, o delegado pode se recusar a instaurar o inquérito policial quando a requisição:
- For manifestamente ilegal;
- Não contiver os dados suficientes acerca do fato criminoso.
Na hipótese de infração de menor potencial ofensivo a autoridade policial que tomar conhecimento do fato criminoso deve instaurar termo circunstanciado e não inquérito policial.
Características do inquérito policial: 
Discricionário: a polícia tem a faculdade de operar ou deixar de operar dentro de um campo limitado pelo direito. Por isso, é lícito à autoridade policial deferir ou indeferir qualquer pedido de prova feito pelo indiciado ou pelo ofendido.
Escrito: Todas as peças do inquérito serão, em um só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Sigiloso: Só assim a autoridade policial pode providenciar as diligências necessárias para a completa elucidação do fato sem que lhe seja posto empecilhos para impedir ou dificultar a colheita de informações. 
Indisponível: Porque uma vez instaurado regularmente, em qualquer hipótese, não poderá a autoridade arquivar os autos.
Obrigatório: Na hipótese de crime apurável mediante ação penal pública incondicionada, a autoridade deverá instaurá-lo de ofício, assim que tenha notícia da prática da infração.
Requerimento da vítima ou de seu representante legal:
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição. Por isso, a doutrina entende que nessa hipótese o delegado não está obrigado a instaurar o inquérito policial, podendo, de acordo com a análise dos fatos, entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e, portanto, deixar de instaurar o inquérito policial.
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos. Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados.
somente o juiz pode determinar o arquivamento de inquérito policial
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

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