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História da República e Ideais Republicanos

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História do Mundo 
 
 
 
 
REPÚBLICA: HISTÓRIA E IDEAIS REPUBLICANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução ..................................................................................................................................................................... 2 
Objetivos........................................................................................................................................................................ 2 
1. A República .................................................................................................................................................... 2 
1.1. A história da república .................................................................................................................................... 2 
1.2. Os ideais republicanos ............................................................................................................................... 3 
Exercícios ....................................................................................................................................................................... 5 
Gabarito ......................................................................................................................................................................... 6 
Resumo .......................................................................................................................................................................... 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
A república é uma forma de governo que teve usos em muitas vezes na 
história. O que é histórico, está sujeito as transformações. República, democracia, 
capitalismo, socialismo não são os mesmos em todos os países e em todas as 
épocas. O capitalismo no Brasil é muito diferente do capitalismo na Europa, a 
democracia da Grécia antiga também o é em relação ao sistema democrático atual. 
A história caminha, por dois trilhos: o primeiro da ruptura, ou das 
transformações, se refere aquelas coisas que se modificam com o tempo. O segundo, 
o das continuidades, se refere as coisas que se prolongam no tempo. Portanto, 
qualquer evento histórico está sujeito a rupturas e continuidades. 
A república como forma de organização do Estado foi usada primeiramente 
No Império Romano entre 509 e 27 a.C. Com a queda de Roma em 476 D.C, iniciou-se 
o período chamado de Idade média (476-1452), onde houve predominância de 
governos teocráticos. Depois de cerca de mil anos de idade média, ela vai ser 
novamente adotada pelos Estados nacionais, em contraposição ao regime do 
absolutismo, onde o poder é concentrado nas mãos do monarca. 
 
Objetivos 
• Conhecer a história da república com ênfase na era iluminista. 
• Conhecer os ideais republicanos. 
 
1. A República 
1.1. A história da república 
A república moderna que conhecemos surge na era das grandes navegações, 
do renascimento na Europa e do iluminismo. Estes dois últimos processos históricos 
tinham como objetivo resgatar valores da antiguidade clássica (Grécia e Roma) e 
ignorar totalmente a Idade média. Para eles não houve nada de bom na era 
medieval, por isso eles a chamaram de a “idade das trevas”. Hoje sabemos que esta 
classificação está completamente errada, graças à contribuição de historiadores 
medievalistas como Jacques Le Goff, Georges Duby, Jerome Baschet, entre outros. 
Na idade média houve um predomínio do governo teocrático, quando o líder 
político é também um líder religioso. A concepção de mundo daquela época está 
baseada na ideia cristã de que Deus fez o mundo e todas as coisas. Sendo assim, o 
lugar de cada pessoa na sociedade já estava determinado. Se uma pessoa nasceu 
para ser rei e outro para ser camponês, foi pela vontade e Deus e isso era 
inquestionável. Essa ideia vai dar origem ao que conhecemos por absolutismo de 
direito divino, que é quando um governante reivindica sua posição de poder, 
justificando ser indicado pelo próprio Deus. Na França, antes da revolução de 1789, o 
 
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governo era conhecido como antigo regime e usava exatamente a mesma 
justificativa. 
Deus era a justificativa de tudo, e a igreja considerada a detentora da palavra 
de Deus, era como a extensão da administração divina na Terra. Aos poucos, com o 
humanismo renascentista, a ideia de que o ser humano comanda seu próprio 
destino vai ganhar força. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
1.2. Os ideais republicanos 
Nicolau Maquiavel (1469-1527) publicou em 1513 a obra O príncipe, na qual 
ele analisa os principados e a vida política da Europa. Ele foi funcionário público em 
diversas posições e a partir disto, passou a aconselhar governantes sobre sua 
conduta. Para ele não interessa quais os meios um líder político possa usar para 
atingir seus objetivos, inclusive mentir e manipular são aspectos que fazem parte do 
jogo político. O objetivo máximo do governante deve ser preservar o bem-Estar do 
Estado e ele pode lançar qualquer meio para que isso se realize. 
 
Maquiavel 
Contrário a seus antecessores, Maquiavel propõe que a moralidade própria 
do governante é menos importante que o bem do Estado. Portanto, não há mais a 
conexão entre moral e política como podemos notar nos autores da antiguidade. 
Não é necessário ser bom para conduzir a política. Ele considerada importantes os 
aspectos de ousadia, disciplina e organização, como virtú, isto é, o conjunto de 
características essenciais em um líder político. A palavra república vem do latim res 
O poder justificado poder deus vai ser utilizado diversas 
vezes na história. No Egito antigo, a rainha Hatshepsut 
também reivindicada ser de uma linhagem divina. 
 
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publica, que significa coisa pública. Os ideais republicanos vão ganhar força no 
mundo moderno a partir da revolução francesa de 1789. 
Com a era das grandes navegações, a burguesia vai acumular muita riqueza, 
porém ainda não tem o poder político. Será necessária uma transformação radical 
da sociedade, que serão as revoluções burguesas, sendo a primeira delas a inglesa, 
ainda na primeira metade do século XVII. Tais revoluções consolidam a poder 
político na mão da burguesia e adotam o sistema republicano e a criação de um 
parlamento para fiscalizar e limitar o poder do governante. 
 
Montesquieu 
A principal característica da república é a separação de poderes. Montesquieu 
(1689-1755), filósofo político do iluminismo, argumentou que era melhor dividir o 
poder do Estado em três partes, pois um poder concentrado nas mãos de um 
governante poderia gerar abusos. 
Para Montesquieu, as obrigações administrativas do governo devem ser 
separadas em três poderes: o primeiro é o poder executivo, responsável por cumprir 
as leis do Estado, o segundo é o poder legislativo, responsável por aprovar e alterar 
leis do Estado, e o terceiro é o poder judiciário, responsável por interpretar as leis do 
Estado. 
No Brasil do século XIX, durante o império (1822-1889), os livros de autores 
que idealizaram a revolução francesa eram proibidos. Ser pego com um livro desses 
poderia representar prisão. Tiradentes foi quem defendeu estes ideais, e por isso foi 
perseguido, morto e esquartejado. Depois da implantação da república no Brasil em 
1889, ele será celebrado como um herói. 
Portanto, podemos concluir que o carrasco de uma era pode ser o herói de 
outra. Todos os Estados nacionais adotam heróis fundadores, numa continuidade da 
figura do herói da antiguidade, aquele que passa por imensas dificuldades, mas no 
final da história,vence a todos a tudo e todos. 
 
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Outro aspecto importante é que os três poderes devem ser separados e 
independentes, não deve haver a submissão de um poder a outro. Atualmente, no 
Brasil, o poder executivo é representado pelo presidente da república, pelos 
governadores e prefeitos. O poder legislativo é representado por deputados federais, 
senadores, por deputados estaduais e vereadores. O poder judiciário é representado 
pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, pela Justiça Federal, Justiça Militar, 
pelos Tribunais Regionais e pela justiça Estadual. 
Podemos notar que a república pressupõe o sistema democrático, onde o 
poder emana do povo. Ou seja, os representantes dos poderes devem ser eleitos 
democraticamente. Porém, aqui temos eleições apenas para o executivo e o 
legislativo, o judiciário é indicado pelo presidente da república, o que nos torna uma 
democracia incompleta e fere o princípio da independência de poderes. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
 
Exercícios 
1. As revoluções burguesas têm esse nome pois são consideradas o momento em 
que: 
a. A burguesia ganha o poder econômico. 
b. A burguesia divide o poder com o povo. 
c. A burguesia ganha poder político. 
d. A burguesia perde o poder econômico. 
 
2. De acordo com o filósofo Montesquieu, o poder deve ser dividido pelo seguinte 
motivo: 
a. Para não haver domínio entre nações. 
b. Para não prejudicar a economia. 
c. Para que não haja interferência internacional 
d. Para evitar abusos de poder. 
 
 
Maquiavel será conhecido pelo termo Maquiavélico, que 
significa que o governante será sempre mal, porém isto 
não é verdade. Bom ou ruim são concepções cristãs e são 
totalmente inadequadas para e analisar a política. 
 
 
 
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Gabarito 
1. Opção C, pois a burguesia já tinha o poder econômico, e com as revoluções 
burguesas ela vai conseguir também o poder político. 
 
2. Opção D, o poder deve ser dividido para que não corra abuso de poder por parte 
do governante. 
 
Resumo 
A república vem do latim respublica, que significa coisa pública. A república 
foi utilizada em vários momentos, inclusive na antiguidade. Os ideais republicanos 
vão ganhar força a partir da revolução francesa de 1789, onde era necessário 
construir um novo mundo de ideias para favorecer a ascensão da burguesia. É este 
momento que a burguesia que já tem o poder econômico, alcança também o poder 
político. 
A principal característica da república é a separação de poderes. Montesquieu 
(1689-1755), filósofo político do iluminismo, argumentou que era melhor dividir o 
poder do Estado em três partes, pois um poder concentrado nas mãos de um 
governante poderia gerar abusos. 
Para Maquiavel, O objetivo máximo do governante deve ser preservar o bem-
Estar do Estado e ele pode lançar qualquer meio para que isso se realize. 
Contrário a seus antecessores, Maquiavel propõe que a moralidade própria 
do governante é menos importante que o bem do Estado. Portanto, não há mais a 
conexão entre moral e política como podemos notar nos autores da antiguidade. 
Não é necessário ser bom para conduzir a política. Ele considerada importantes os 
aspectos de ousadia, disciplina e organização, como virtú, isto é, o conjunto de 
características essenciais em um líder político. 
Para Montesquieu, as obrigações administrativas do governo devem ser 
separadas em três poderes: o primeiro é o poder executivo, responsável por cumprir 
as leis do Estado, o segundo é o poder legislativo, responsável por aprovar e alterar 
leis do Estado, e o terceiro é o poder judiciário, responsável por interpretar as leis do 
Estado. 
Um outro aspecto importante é que os três poderes devem ser separados e 
independentes, não deve haver a submissão de um poder a outro. 
Atualmente, no Brasil, o poder executivo é representado pelo presidente da 
república, pelos governadores e prefeitos. O poder legislativo é representado por 
deputados federais, senadores, por deputados estaduais e vereadores. O poder 
judiciário é representado pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal, pela Justiça 
Federal, Justiça Militar, pelos Tribunais Regionais e pela justiça Estadual. 
 
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Referências bibliográficas 
 
BOBBIO, Norbeto [et al]. Dicionário de política. 11ed. Brasília: Editora UNB, 2008. 
BEARD, Mary. SPQR - Uma História da Roma Antiga. São Paulo: Ed. Planeta, 2017. 576 p. 
KELLY, Paul. O Livro da Política. São Paulo: Globo, 2013. 
 
 
Referências imagéticas 
 
Figura 1: Jus Brasil. <https://alexismadrigal.jusbrasil.com.br/artigos/445449992/virtu-e-fortuna-em-
maquiavel-a-partir-da-obra-o-principe>. Acesso em: 07 nov. 2019. 
 
Figura 2: Monitoria Ciência Política. 
<http://monitoriacienciapolitica.blogspot.com/2009/08/montesquieu.html>. Acesso em: 07 nov. 
2019.

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