Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS RECIFE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA PROFESSOR: LAURO CÉZAR MONTEFALCO DE LIRA SANTOS DISCIPLINA: MINERALOGIA SISTEMÁTICA E CRISTALOGRAFIA FERNANDO THEO PIRON GABRIEL DA CUNHA CAVALCANTI MARTINS IAN SIQUEIRA DE AQUINO MATHEUS GOUVEIA LIMA RELATÓRIO DA PRÁTICA DE MINERALOGIA SISTEMÁTICA E CRISTALOGRAFIA RECIFE – PE 2019 1 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Mapa da Província Borborema Figura 2 - Domínios da Província Borborema Figura 3 - Mapa do Domínio Rio Grande do Norte Figura 4 - Croqui do afloramento do granito de Campina Grande Figura 5 - Veio de quartzo, K-feldspato e epidoto Figura 6 e 7 - Espodumênio e Berilo Figura 8 - Turmalina lapidada azul “safira” Figura 9 - Caulim e muscovita no pegmatito Alto dos Mamões Figura 10 - Rocha metamórfica no afloramento de vesuvianita Figura 11 - Ouro observado em testemunho da rocha granítica-gnáissica Figura 12 - Croqui do testemunho observado da rocha granítica- gnáissica 2 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS km² - Quilômetros quadrados; m - Metros; CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais; UFAM - Universidade Federal do Amazonas; NE - Nordeste; E - Leste; NW - Noroeste; W - Oeste; SW - Sudoeste; PB - Paraíba; g/cm³ - Grama por centímetros cúbicos; mm – Milímetros. 3 SUMÁRIO 1 – Introdução............................................................................................................ 4 1.1 – Objetivo.............................................................................................................. 4 1.2 – Materiais e Métodos........................................................................................... 4 2 – Referencial Teórico.............................................................................................. 6 2.1 – Província Borborema.......................................................................................... 6 2.1.1 - Domínio Rio Grande do Norte.......................................................................... 7 3 – Minerações........................................................................................................... 8 3.1 – Caulim................................................................................................................. 8 3.2 – Quartzo rosa....................................................................................................... 8 3.3 – Albita................................................................................................................... 9 3.4 – Berilo.................................................................................................................. 9 3.5 – Vesuvianita......................................................................................................... 9 3.6 – Turmalina Paraíba.............................................................................................. 9 3.7 – Ouro.................................................................................................................... 9 3.8 – Minerações em Pegmatitos................................................................................ 10 4 – Paradas da Aula de Campo................................................................................ 11 4.1 - 1º dia - Segunda-feira 27/05/2019...................................................................... 11 4.1.1 - 1º Parada – Afloramento do complexo granítico de Campina Grande............. 11 4.2 – 2º dia – Terça-feira 28/05/2019.......................................................................... 12 4.2.1 – 1º Parada – Brazil Paraiba Mine..................................................................... 12 4.3 – 3º dia – Quarta-feira 29/05/2019........................................................................ 14 4.3.1 – 1º Parada – Alto dos Mamões / Alto do Giz.................................................... 14 4.3.2 – 2ª Parada – Afloramento de Vesuvianita........................................................ 15 4.4 – 4º dia – Quinta-feira 30/05/2019........................................................................ 16 4.4.1 – 1º Parada - Prospecção de Ouro.................................................................... 16 5 – Mapa de Campo.................................................................................................. 19 6 – Considerações Finais......................................................................................... 20 Referências............................................................................................................... 22 4 1 – INTRODUÇÃO O presente relatório trata-se da atividade de campo realizada por alunos do curso de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco entre os dias 27/05/2019 e 30/05/2019 nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, como peça indispensável da unidade curricular da prática de campo de Mineralogia Sistemática e Cristalografia. Nele é apresentado o resultado dos estudos de campo, distribuídos e organizados em capítulos. 1.1 – Objetivo. O objetivo desse trabalho consiste, essencialmente, em praticar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula ao longo da disciplina Mineralogia Sistemática e Cristalografia. A partir dessa visão, identificar minerais dos pontos e afloramentos de rochas visitados durante a prática de campo. Com isso foi possível a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre Mineralogia, o que ajudará a entender melhor e com mais facilidade as próximas disciplinas do curso. 1.2 – Materiais e Métodos. No campo foram realizadas atividades como descrever afloramentos, classificar os tipos de rochas, e estudar sua composição mineralógica além da coleta de amostras para estudo posterior. Os materiais utilizados para a prática dessas atividades foram: martelo geológico, lupa de mão, canivete, imã e a caderneta de campo. ● Martelo Geológico: Foi usado para retirar amostras de rochas e minerais mais resistentes a fim de estudá-las de forma mais detalhada posteriormente; ● Lupa de Mão: Utilizada para determinar o hábito e auxiliar na identificação dos minerais; ● Canivete: Usado para determinar a dureza dos minerais; 5 ● Imã: Usado para identificar minerais que apresentam magnetismo, como a exemplo da magnetita; ● Caderneta de Campo: Teve como fim registrar o trajeto percorrido, esboçar e descrever detalhadamente todos os afloramentos, além de anotações pertinentes. 6 2 – REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 – Província Borborema. A Província Borborema cobre uma área de cerca de 380.000 km², coincidindo com a faixa de dobra do Nordeste desenvolvido durante o Ciclo Brasiliano. É limitada pelas províncias São Francisco e Parnaíba, além das bacias costeiras e da margem continental. O relevo residual raramente excede os 1000 metros de altitude, e é composta por sete compartimentos tectônicos distintos por Brito Neves (1975), que são: - Coberturas sedimentares Fanerozóicas; - Coberturas sedimentares do Ciclo Brasiliano; - Bacias molássicas do Ciclo Brasiliano;- Sistemas de dobramentos; - Maciços medianos; - Zonas geoanticlinais; - Áreas remobilizadas do embasamento. Figura 1 – Mapa da Província Borborema. Fonte: Dantas, 1980. 7 Na província Borborema são individualizados três segmentos tectônicos fundamentais, limitados por importantes zonas de cisalhamento brasilianas aqui denominados de: Subprovíncia Setentrional, Subprovíncia da Zona Transversal ou Central e Subprovíncia Externa ou Meridional, as quais foram subdivididas em domínios, terrenos ou faixas, com base no patrimônio lito estratigráfico, feições estruturais, dados geocronológicos e assinaturas geofísicas. Figura 2 – Domínios da Província Borborema. Fonte: UFAM. 2.1.1 - Domínio Rio Grande do Norte. Este domínio compõe-se das faixas Orós–Jaguaribe e Seridó, e dos terrenos Rio Piranhas, São José do Campestre e Granjeiro. Limita-se a oeste pela zona de cisalhamento Orós Oeste/Aiuaba e ao sul pela Zona de Cisalhamento (lineamento) Patos. A leste e a norte, o domínio está encoberto pelas rochas sedimentares da Província Costeira e da Bacia do Apodi, respectivamente. A principal área de ocorrência da faixa tem direção preferencial NE-NW, com arrasto para E-W, na porção sul, produzido pelo Lineamento Patos. Remanescentes alóctones da Faixa Seridó ocorrem a oeste no Terreno Rio Piranhas até próximo da Zona de Cisalhamento Portalegre, a leste no Terreno São José do Campestre e a sul no Terreno Granjeiro. Compõe-se do Grupo Seridó, o qual é subdividido nas formações Jucurutu (base), Equador e Seridó (topo), e inclui remanescentes indiferenciados denominados de Grupo Seridó Indiscriminado. 8 Figura 3 – Mapa do Domínio Rio Grande do Norte. Fonte: Brazilian Journal of Geology. 3 – MINERAÇÕES Durante a atividade de campo foram vistos recursos minerais que são aproveitados economicamente, os principais estão citados nos tópicos a seguir. 3.1 – Caulim. Minério que pode ser utilizado como aditivo na fabricação de cerâmica, tintas, esmaltes e borracha e como componente nas indústrias têxtil, de fertilizantes, de cosméticos e de filtros. No Rio Grande do Norte há diversas localidades de onde se extrai o caulim, as principais estão nos municípios de Equador, Cerro Corá, Macaíba e Martins. 3.2 – Quartzo rosa. Variação de quartzo que geralmente apresenta titânio como impureza, o que caracteriza a coloração rosa. É utilizado na indústria de joias. 9 3.3 – Albita. Mineral pertencente à família dos feldspatos plagioclásios. É utilizado na fabricação de porcelana. 3.4 – Berilo. Ciclossilicato de berílio, mineral o qual pode ser utilizado na indústria de joias, possui variações consideradas semipreciosas e preciosas, entre elas estão a água marinha e a esmeralda. Além da utilização como liga em cobre, o Berilo aumenta grandemente a dureza, a resistência à tração e a resistência do cobre à fadiga. 3.5 – Vesuvianita. Sorossilicato que ocorre em forma de cristais tetragonais, é um mineral utilizado para fabricação de gemas. 3.6 – Turmalina Paraíba. Variação cuprífera da elbaíta, utilizada para fabricação de gemas. É raríssima e o preço do seu quilate pode valer até US$15.000 (fonte: CPRM). Foi vista no 2º dia da atividade, na Brazil Paraíba Mine que se localiza no município de Parelhas (RN), a qual é a maior mina de turmalina paraíba do mundo. 3.7 – Ouro. Encontrado em forma de elemento nativo, é utilizado para fabricação de joias, instrumentos científicos, galvanoplastia, restaurações dentárias, barras de ouro etc. Foi visitada uma mina de ouro desativada no 4º dia da atividade, no município de Itapetim (PE), onde o ouro se encontra em veios de quartzo numa rocha granítica gnáissica. 10 3.8 – Minerações em Pegmatitos. Pegmatitos são rochas ígneas caracterizadas pela granulação grosseira e apresentam com frequência quartzo, feldspatos e micas em sua composição mineralógica. Os pegmatitos do grupo Seridó são bastante explorados por possuírem diversos minerais valiosos e com utilidade econômica, os principais são: albita, quartzo rosa, variações de berilo como a água marinha, Espodumênio, turmalina paraíba, apatita, fluorita etc. 11 4 - PARADAS DA AULA DE CAMPO 4.1 - 1º Dia - Segunda-feira 27/05/2019 4.1.1 - 1º Parada – Afloramento do complexo granítico de Campina Grande. Localização: BR 230 na entrada do município de Galante-PB. Coordenadas: 7°22’0,0002’’ As rochas estudadas têm origem ígnea do paleoproterozóico pertencentes ao domínio Transversal da Província Borborema, essas rochas formam plútons que são delimitados pelas zonas de cisalhamentos transcorrentes sinistrais de direção NE- SW. Foi possível observar enclaves dioríticos (autólitos) arredondados de composição mineralógica: plagioclásio (40%), biotita (15%), quartzo (25%) e feldspato alcalino (20%), e uma parte porfirítica com fenocristais de K-feldspato imersos numa matriz de feldspatos, quartzo, biotita e anfibólio mesocrático e leucocrático. Segundo Almeida et al. (2002), a presença desses enclaves como autólitos sugerem processo de coexistência e mistura de magmas, processo de interdigitação. Além disso esse conjunto é cortado por veios e diques pegmatíticos ricos em quartzo e feldspato potássico (ou sua alteração o mineral sericita) e epidoto. Também foi observado no afloramento ortognaisses com bandamento composicional bem desenvolvido de composição granodiorítica, anfibolítica e migmatitos dobrados. Figura 4 - Croqui do afloramento do granito de Campina Grande. Fonte: MARTINS, Gabriel, 2019. 12 Figura 5 - Veio de quartzo, K-feldspato e epidoto. Fonte: SIQUEIRA, Ian. 4.2 – 2º Dia – Terça-feira 28/05/2019. 4.2.1 – 1º Parada – Brazil Paraiba Mine. Localização: Sítio Mulungu, Parelhas, Rio Grande do Norte. A turmalina é um mineral pertencente ao grupo dos ciclossilicatos de dureza alta, hábito prismático, traço incolor e densidade variando entre 2,9 e 3,41 g/cm³. Quando há ferro em sua estrutura o mineral denomina-se schorlita e tem cor preta, porém quando há substituição do ferro por lítio, a turmalina ganha tons variados como verde, amarelo-vermelho-rosa, e azul, e é muito utilizada como gema. A variedade que ganha cor azul é chamada de Turmalina Paraíba, mineral muito raro sendo encontrada apenas em Minas Gerais, no Nordeste brasileiro (Paraíba e Rio Grande do Norte) e no continente africano, mais precisamente na Nigéria e Moçambique. A Brazil Paraiba Mine é a maior mina de Turmalina Paraíba do mundo, com gemas reconhecidas pelos mais renomados laboratórios de gemologia do planeta, tais como a GIA (Gemological Institute of America), SSEF (Swiss Gemological Institute), e GRS (GemResearch Swisslab). A atividade minerária é feita através de estudos de mapas geológicos de solo e subsolo sob a orientação de engenheiros e geólogos especializados, possibilitando uma maiorprecisão na escolha das melhores rotas para a extração das gemas. A visita à mina se iniciou com o a descida para a galeria através de um Shaft responsável pelo transporte de materiais e pessoas para fora ou dentro da mina. Nas explicações do geólogo Francisco Augusto, aquela região já possuía galerias pré- 13 existentes feitas por antigos garimpeiros, com isso foi realizado um planejamento de reestruturação da mineração local em lavras por subníveis com galerias mais próximas à superfície e a parte mais baixa sendo utilizada para o bombeamento de água na mina. Um indicador forte para a ocorrência de Turmalina Paraíba são os minerais de lítio em pegmatitos graníticos como a Lepdolita (mica) e o Espodumênio. Isso se dá pelo fato dela ter em sua composição química, além de boro, sílica, alumínio e sódio, o lítio (metal raro) que substitui o ferro na composição química usual da schorlita. Porém ela pode ser encontrada junto a outros minerais associados ao pegmatito como o Berilo, a Apatita, Fluorita e o feldspato Albita microclína. Figuras 6 e 7 - Espodumênio e Berilo, indicadores de Turmalina Paraíba. Fonte: GOUVEIA, Matheus. 14 A extração é feita através de detonações com piroblastos que são fragmentadores de rocha que preservam mais a Turmalina, após isso o material é levado para a superfície e separado em um maquinário de acordo com o tamanho (classificação granulométrica). Depois da separação os minerais seguem para uma mesa de catação manual, e com auxílio de máquinas que separam automaticamente pela cor azul neon. Por fim, os minerais extraídos são lapidados de acordo com a demanda e embalados para serem comercializados. Figura 8 - Turmalina lapidada azul “safira” com 6,8 quilates e medindo 15 x 8 mm. Fonte: RODRIGUES, Dwight, 2011. 4.3 – 3º Dia – Quarta-feira 29/05/2019. 4.3.1 – 1º Parada – Alto dos Mamões / Alto do Giz. Localização: Nas proximidades de Equador, Rio Grande do Norte. O pegmatito observado no Alto dos Mamões se localizava a poucos quilômetros ao noroeste da cidade de Equador. A rocha está encaixada nos quartzitos da Formação Equador. Nos rejeitos foram encontrados alguns cristais de euclásio, muscovita e quartzo (bastante oxidado). Também tiveram poucas ocorrências de quartzo rosa, muscovita associada à scheelita e berilo. O pegmatito foi explorado para extração de berilo, manganotantalita e columbita, até aproximadamente o ano de 1985. 15 Figura 9 – Caulim e muscovita no pegmatito Alto dos Mamões. Fonte: MARTINS, Gabriel, 2019. 4.3.2 – 2ª Parada – Afloramento de Vesuvianita Localização: Entre Equador e Patos. Fomos levados a este afloramento com o auxílio do engenheiro geológico Fabrício. Lá encontramos a maior diversidade em um único ponto de toda a aula de campo; vesuvianita, calcita, granada, epidoto, quartzo, enxofre nativo, calcopirita, grafita, flogopita, diopsídio, bornita, molibidenita e actinolita. Isso se deve provavelmente pela presença de rochas metamórficas (com destaque para o skarn) e dos veios hidrotermais; os quais aumentaram a diversidade mineralógica do ambiente. Havia um afloramento no chão e outro em parede, e anteriormente a localização fora utilizada para extração de mármore. 16 Figura 10 – Rocha metamórfica no afloramento de vesuvianita. Fonte: MARTINS, Gabriel, 2019. 4.4 – 4º Dia – Quinta-feira 30/05/2019. 4.4.1 – 1º Parada - Prospecção de Ouro. Localização: Itapetim, PE. O ouro é um mineral pertencente ao grupo dos elementos nativos, ou seja, formado por um elemento químico que ocorre livre, não combinado com outros elementos. Possui dureza baixa (entre 2,5 e 3), normalmente ocorre como massas irregulares (pepitas), possui o traço amarelo e densidade extremamente alta, tendo em média 19,3 g/cm³.Normalmente ocorre associado à rochas ultramáficas/ultrabásicas (greenstones belts) e a magmatismo ácido resultante de consumo de crosta oceânica ou de fusão parcial de protólito com anomalia positiva deste elemento. Nos veios e filões está normalmente associado a quartzo, carbonato ferrífero e/ou sulfetos (arsenopirita, pirrotita, pirita, tetraedrita, calcopirita e menos frequentemente galena e esfalerita), em ambiente metamórfico típico de fácies xisto verde. Como o ouro não se oxida e dificilmente é solubilizado, ele constitui depósitos secundários residuais (eluvião) e sedimentares (coluviões e aluviões ou pláceres). A concentração do ouro nas aluviões resulta de sua alta densidade, que possibilita a separação do ouro mecanicamente dos areais e cascalho mais leves do leito das drenagens. Minerais com os quais ocorre associado: a pirita, arsenopirita, pirrotita, calcita, ankerita, turmalina, quartzo, calcopirita, altaíta, scheelita etc. Situado no Sertão do Pajeú, bem próxima à divisa dos Estados de Pernambuco e Paraíba, o município de Itapetim no início dos anos 40, descobriu a 17 ocorrência de Ouro no distrito de Piedade. Acreditava-se que a descoberta desse metal nobre seria a grande alternativa econômica para aquela região castigada pelas secas. A princípio, todos os moradores da cidade ficaram eufóricos - até porque a mina foi tida como a terceira maior do Brasil. Mas, à medida que as escavações prosseguiam, o sonho da riqueza foi-se desmanchando. Pois um problema se apresentava: a extração era economicamente inviável. A euforia, então, cedeu lugar a um certo desânimo até que, em 1985, a mina foi desativada. A visita à mina de Ouro desativada de Itapetim teve início com explicações do professor Lauro Montefalco e o garimpeiro Ronaldo, responsável pela área e testemunhos, a respeito do garimpo que ainda hoje ocorre naquela região. Os testemunhos em sondagem são retirados através de uma sonda que perfura e realiza manobras, ao total há cerca de 200 metros de furo no terreno do garimpeiro Ronaldo. Tivemos contato com alguns testemunhos da rocha estudada naquela mina, se tratava de uma rocha granítica-gnáissica intercalada com ultra milonito biotítico. O professor pediu para que fizéssemos croquis dos testemunhos e indicássemos a composição mineralógica e os ângulos. Com os nossos conhecimentos adquiridos em sala de aula pudemos observar na prática a ocorrência de Ouro em veios de quartzo E-W encaixados em zona de cisalhamento. Figura 11 – Ouro observado em testemunho da rocha granítica-gnáissica. Fonte: GOUVEIA, Matheus, 2019. 18 Figura 12 - Croqui do testemunho observado da rocha granítica- gnáissica. Fonte: MARTINS, Gabriel, 2019. 19 5 – MAPA DE CAMPO 20 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS No primeiro dia observamos um afloramento do complexo granítico de Campina Grande. Localização: BR 230 na entrada do município de Galante-PB. Pudemos através dos conhecimentos adiquiridos em sala de aula descobrir vários tipos de minerais presentes naquelas rochas, observamos as estrias em schorlitas, fraturas conchoidais em quartzos, geminações em feldspatos e aprendemos um novo mineral chamado de sericita, que é uma variação do K-Feldspato, mas precisamente é um feldspatose transformando em um Filossilicato. Na terça-feira dia 28 de maio tivemos o privilégio de conhecer a maior mina de Turmalina Paraíba do mundo, a Brazil Paraiba Mine. Descemos no nosso primeiro shaft e tivemos contato com as galerias mais próximas da superficie. Pudemos observar e entender como os minerais se relacionam ao longo da mina. Aprendemos que um indicador forte para a ocorrência de Turmalina Paraíba são os minerais de lítio em pegmatitos graníticos como a Lepdolita (mica) e o Espodumênio, sendo o lítio um metal raro isso justifica, em parte, o alto valor econômico da gema. Ao terceiro dia pela manhã, fomos ao Alto dos Mamões / Alto do Giz, onde tivemos contato com o Caulim, que é bastante explorado naquela região, aprendemos que ele é um composto mineralógico de silicatos hidratados de alumínio e apresenta características especiais que permitem sua utilização na fabricação de papel, cerâmica, tintas etc. Nos rejeitos, encontramos alguns cristais de euclásio, muscovita e quartzo (bastante oxidado). Ainda no terceiro dia, porém pela tarde, fomos a um afloramento com ocorrência de Vesuvianita. Fomos levados a este afloramento com o auxílio do engenheiro geológico Fabrício. Lá encontramos a maior diversidade mineralógica em um único ponto de toda a aula de campo; vesuvianita, calcita, granada, epidoto, quartzo, enxofre nativo, calcopirita, grafita, flogopita, diopsídio, bornita, molibidenita e actinolita. Tivemos a experiência de ver esses minerais cristalizados em rochas e obtivemos uma forma mais real de como eles se formam na natureza. No quarto dia fomos a mina desativada de Itapetim, lá observamos os testemunhos estudados daquela mina. A partir desses testemunhos, elaboramos alguns croquis e com os nossos conhecimentos adquiridos em sala de aula pudemos observar na prática a ocorrência de Ouro em veios de quartzo. Esses 4 dias de campo foram cruciais para a nossa afirmação no curso de Geologia, pois pudemos ver na prática o dia a dia de um geólogo e como a nossa 21 profissão é importante para o mundo. Por intermédio das aulas práticas pudemos utilizar os conhecimentos adquiridos e se sentir realizados ao descobrir com exatidão o nome de diversos minerais ao longo do campo e isso foi o ponto alto dessa expedição. 22 REFERÊNCIAS ANGELIN, Luiz Alberto de Aquino (Org.). Geologia e recursos minerais do estado do Rio Grande do Norte: texto explicativo dos mapas geológico e de recursos minerais do estado do Rio Grande do Norte. Recife. 2006. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/10234?show=full>. Acesso em: 16 jun. 2019. DE ALMEIDA, F.F.M., HASUI, Y., DE BRITO NEVES, B.B. and FUCK, R.A., Brazilian structural provinces: an introduction. 1981. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/223838390_Brazilian_structural_provinces_ An_introduction> Acesso em: 19 jun. 2019. UFAM. Província Borborema. 2011. Disponível em: <http://home.ufam.edu.br/ivaldo/Aulas/Geologia%20do%20Brasil/Prov%C3%ADncia% 20Borborema%202011.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2019. Wikipédia. Pegmatito. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pegmatito>. Acesso em 03. jul. 2019. BRANCO, Pércio de Moraes. Fatores Que Determinam o Preço das Gemas. 2008. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de- Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/Fatores-Que-Determinam-o-Preco-das- Gemas-1097.html>. Acesso em: 03 jul. 2019. RODRIGUES, S.W.O; ARCHANJO, C.J. Estruturas e Histórias Deformacionais Contrastantes dos Granitos Sintectônicos de Campina Grande e Serra Redonda, Província Borborema, NE do Brasil. 2010. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/591/1/art_sergio_rodrigues2.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2019 SANTOS, L.C.M.L; MOURA, E.N. SEÇÃO GEOLÓGICA CAMPINA GRANDE – TAMBABA (PB): GUIA DE EXCURSÃO DE CAMPO PARA DISCIPLINAS BÁSICAS DE GEOLOGIA NO NORDESTE DO BRASIL. 2015. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/299438154_SECAO_GEOLOGICA_CAMPI NA_GRANDE_- _TAMBABA_PB_GUIA_DE_EXCURSAO_DE_CAMPO_PARA_DISCIPLINAS_BASICA S_DE_GEOLOGIA_NO_NORDESTE_DO_BRASIL>. Acesso em: 03 jul. 2019. Brazil Paraiba Mine. Turmalina Paraíba. 2019. Disponível em: <https://brazilparaibamine.com/turmalina-paraiba/>. Acesso em: 03 jul. 2019. SOARES, D.R; FERREIRA, A.C.M; BEURLEN, H; FERREIRA, J.A.M; YADAV, R.; MAIOR, I.S. ELBAÍTA AZUL DE QUALIDADE GEMOLÓGICA DO PEGMATITO ALTO SERRA BRANCA, PEDRA LAVRADA, PARAÍBA. 2011. Disponível em: <https://www3.ufpe.br/estudosgeologicos/paginas/edicoes/2011211/2011211t08.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2019. 23 Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert. OURO. 2017. Disponível em: <https://museuhe.com.br/mineral/ouro-gold/ >. Acesso em: 04 jul. 2019. PENNA, M.T.M; PORPHÍRIO, N.H. Concentração gravimétrica do minério de ouro de Itapetim, PE. 1984. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/4762 >. Acesso em: 04. jul. 2019. Itapetim PE. Itapetim: a cidade que um dia acreditou na riqueza do ouro. 2007. Disponível em: <http://itapetimpe.blogspot.com/2007/08/itapetim-cidade-que-um- dia-acreditou-na.html >. Acesso em: 04 jul. 2019. FERREIRA, A.C.M; FERREIRA, J.A.M; SOARES, D.R; TAVARES, J.F. OCORRÊNCIAS DE EUCLÁSIOS GEMAS EM PEGMATITOS BERILO- TANTALÍFEROS DA REGIÃO DO SERIDÓ, PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA. 2008. Disponível em: <https://www3.ufpe.br/estudosgeologicos/paginas/edicoes/2008182/2008182t10.p df >. Acesso em: 04 jul. 2019. Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert. OURO. 2017. Disponível em: <https://museuhe.com.br/mineral/ouro-gold/ >. Acesso em: 04 jul. 2019. PENNA, M.T.M; PORPHÍRIO, N.H. Concentração gravimétrica do minério de ouro de Itapetim, PE. 1984. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/4762 >. Acesso em: 04. jul. 2019.
Compartilhar