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Daiana Felipe Daniel Santos do Carmo O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) RADIOLÓGICOS PARA O ACOMPANAHNTE NA SALA DE EXAME. Instituto Politécnico De Ensino Campos dos Goytacazes, RJ 2018 Daiana Felipe Daniel Santos do Carmo O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) RADIOLÓGICOS PARA O ACOMPANAHNTE NA SALA DE EXAME. Trabalho apresentado ao Instituto Politécnico de Ensino como requisito parcial para obtenção do grau de Técnico em Radiologia Médica. Orientador: Prof. Jean Godinho. Instituto Politécnico De Ensino Campos dos Goytacazes 2018 Daiana Felipe Daniel Santos do Carmo O USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) RADIOLÓGICOS PARA O ACOMPANAHNTE NA SALA DE EXAME. Aprovada em __ de _________de 2018 BANCA EXAMINADORA _________________________________ Instituto Politécnico De Ensino Campos dos Goytacazes 2018 AGRADECIMENTO Eu Daiana, agradeço primeiramente à Deus pois sem Ele jamais chegaria até aqui. A minha grande amiga a qual o curso me apresentou a Josiane que por muitas vezes me deu forças para prosseguir, quando eu no fundo queria mesmo era parar no meio do caminho por conta de tantas tarefas, por não conseguir tempo o suficiente para estudar pra prova e ali estava ela passando altas horas junto comigo por telefone estudando, com ela aprendi a sacrificar o meu sono pelo os estudos. Muito obrigada por tudo! Quantas foram a vontade de desistir, tantos choros por achar que não daria conta até o final, mas hoje posso dizer que foi difícil mas eu conseguir. Quero agradecer ao meu pai por ter me ajudado financeiramente. Agradeço aos professores por sua excelência dedicação com a nossa turma! Em especial ao Luan e Jean que nos acompanharam durante esse 1 ano e 5 meses, valeu cada sábado de aprendizado com vocês! Obrigada por tudo ! AGRADECIMENTO Eu Daniel, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de fazer e está concluindo o curso, por ter me dado a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre essa área que muitos acham perigoso, mas quando nos aprofundamos mais no assunto deparamos que não precisamos ter medo da radiação pois existem vários equipamentos de proteção. Agradeço principalmente a minha mãe e minha avó, que pediram pra eu investir nessa área, e foi a área que peguei muita afinidade, foi a área que mais gostei de conhecer até o momento. Agora peço a Deus para abençoar meu caminho, que eu tenha uma vida de sucesso nessa área, que consiga ajudar mais as pessoas, como minha avó diz que seja feita a vontade de Deus. Obrigado aos meus amigos de turma que quando eu não entendia a matéria tinham paciência para me explicar, obrigado a todos, e se Deus quiser vamos se ver no futuro como técnico radiologista. RESUMO Após a descoberta da radiação houve uma expansão do uso da radiação e com isso vieram preocupações para uma regulamentação técnica para estabelecer diretrizes de proteção radiológica nas áreas médica, odontológica e industrial. A importância das precauções da radiologia em radioproteção nas salas de exames e com os acompanhantes tendo como base de estudo, a portaria 453 e a CNEN. Será abordado também as diretrizes básicas de proteção radiológica que foram adquiridas por órgãos competentes para que haja proteção ao manuseio dos raios X em diagnóstico de todo território nacional; os princípios da proteção radiológica e os requisitos: justificação, otimização e limitação de doses, cuidado com os acompanhantes, prevenção de acidentes dentre outros. Saber o que de fato tem a radioproteção de tão importante para todos nós. Os artigos e bibliografias pesquisadas visam abordar quais as precauções em proteção radiológica nas salas de exames e os procedimentos corretos com relação aos acompanhantes. É de extrema importância demonstrar a importância da radioproteção que visa proteger o ser humano e seus descendentes dos efeitos causados pela radiação ionizante, e os devidos cuidados que o profissional da radiologia deve ter com pacientes e acompanhantes. PALAVRAS-CHAVE: proteção radiológica; sinalização; acompanhantes. ABSTRACT After the discovery of radiation there was an expansion of the use of radiation and with this came concerns for a technical regulation to establish radiological protection guidelines in the medical, dental and industrial areas. The importance of radiological precautions in radioprotection in the examination rooms and with the companions, based on study, the 453 ordinance and the CNEN. It will also address the basic guidelines for radiation protection that have been acquired by competent bodies to protect the handling of X-rays in the diagnosis of the entire national territory; the principles of radiological protection and the requirements: justification, optimization and limitation of doses, care with the companions, prevention of accidents among others. To know what radioprotection really has so important to us all. The articles and bibliographies researched aim to address the precautions in radiological protection in the examination rooms and the correct procedures regarding the companions. It is extremely important to demonstrate the importance of radioprotection to protect human beings and their offspring from the effects caused by ionizing radiation and the proper care that the radiology professional should have with patients and caregivers. KEY WORDS: radiological protection; signaling; companions. Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 10 2.1. Histórico da Radiação ............................................................................... 10 2.2. Dosimetria ................................................................................................. 11 2.3. Classificação dos efeitos Biológicos .......................................................... 12 2.3.1. Efeitos estocásticos ................................................................................ 13 2.3.2. Efeitos Determinísticos ........................................................................... 13 2.3.3. Efeitos somáticos ................................................................................... 14 2.3.4. Efeitos hereditários ................................................................................. 14 2.4. Princípios Básicos Da Proteção Radiológica ............................................. 15 2.4.1. Justificação ............................................................................................. 15 2.4.2. Otimização ............................................................................................. 16 2.4.3. Limitação da dose individual .................................................................. 16 2.4.4. Limites Primários .................................................................................... 17 2.4.5. Prevenção de Acidentes ......................................................................... 17 2.5. Classificação das Áreas em Radioproteção .............................................. 17 2.6.Requisitos das Áreas Controladas .............................................................19 2.6. Equipamentos De Proteção Radiológica (EPI) .......................................... 19 2.8. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)............................................... 22 2.9. Procedimentos Corretos Relacionados aos Acompanhantes .................... 23 3. CONCLUSÃO ............................................................................................... 25 4. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 26 8 1. INTRODUÇÃO Anos após a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Röentgen, foram se tomando conhecimentos sobre os efeitos causados pela radiação e por isso criou as medidas de proteção para minimizar os efeitos da radiação ionizante. A utilização da radiação ionizante dentro da medicina aumenta anualmente. Devido ao fácil acesso e ao rápido desenvolvimento dos equipamentos, no Brasil. Os benefícios do emprego dessa tecnologia são inquestionáveis, tanto no diagnóstico médico como na terapia. É extremamente importante que os profissionais ocupacionalmente expostos possuam os conhecimentos básicos referentes a essa exposição. Não somente os profissionais das técnicas radiológicas expõem-se à radiação ionizante, mas, também todo profissional da equipe multidisciplinar de saúde e os acompanhantes que se encontre no ambiente onde ocorre a exposição. A proteção radiológica é a área que visa proteger os profissionais da radiologia e o público em geral, cabe aos profissionais da área ter completo discernimento sobre os efeitos biológicos causados quando expostos a doses de radiação ionizante; a maioria dos pacientes é mal orientada e não conhece os efeitos que a exposição à radiação pode ocasionar como, por exemplo, danos às células e modificação do material genético. Existem algumas precauções a serem tomadas para proteção radiológica e o uso de EPIs: Os profissionais devem utilizar o dosímetro e o avental de chumbo. Verificar se as portas estão totalmente fechadas da sala de raios X. Durante o exame só pode ser permitido o paciente e se caso precisar um acompanhante. Caso não haja necessidade de se permanecer ao lado do paciente o operador deve se manter atrás do biombo, ou na cabine de comando. Orientar ao paciente que se mantenha imóvel para que o exame não precise ser realizado novamente. Informar sempre qualquer tipo de falha para os serviços de manutenção para que os exames não sejam repetidos. Perguntar às pacientes se estão grávidas ou se há suspeita de gravidez. 9 Para maior segurança dos profissionais da área da radiologia e o público em geral o estabelecimento que realize diagnósticos por imagem com raios ionizante deve seguir à risca as seguintes normas do ministério da saúde: Paredes, portas, teto e piso com blindagem de chumbo para otimizar a radiação. Na sala deve-se obter apenas equipamentos de raios X. Devem conter placas ilustrando os riscos e os cuidados a serem tomados e todos os equipamentos necessários de proteção. Com o intuito de entender as precauções da radiologia em proteção radiológica nas salas de exames e com os acompanhantes que participam e ajudam na realização do mesmo quando necessário. 10 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Histórico da Radiação O físico Wilhelm Conrad Rontgen em 8 de dezembro de 1895, descobriu a radiação X, onde era incidentalmente pelo quando este realizava pesquisas com tubos catódicos em seu laboratório, Roentgen havia descrito a radiação X como a conhecemos nos dias de hoje. Ao realizar o experimento sobre a propagação dos raios catódicos fora do tubo, ele observou que uma placa de platinocianeto de bário brilhava durante a exposição e que mesmo ao pôr materiais densos entre o tubo e a placa, esta última continuava a ser sensibilizada, ou seja, o tubo emitia algo capaz de atravessar barreiras e de sensibilizar a placa. Figura 1: Esta é a primeira indicação da aplicação médica de raios x Fonte: Bushong, Ciência Radiológica para tecnólogos (2008) Thomaz Edison passou a testar outros materiais fluorescentes, mas antes de finalizar sua pesquisa, acabou abandonando-a quando seu amigo e assistente, Clarence Dally, sofreu queimaduras graves com raios X nos dois braços, resultando na amputação de ambos e posteriormente em sua morte em 1904, sendo considerado o primeiro óbito causado por raios X nos Estados Unidos. 11 Após a primeira fatalidade ocasionada pela radiação ionizante, muitos casos de danos pela mesma causa foram surgindo e era caracterizado por atingir principalmente a pele, promovendo também perda de cabelo e anemia. As lesões passaram a ser controladas, investigadas e relatadas cientificamente. No período de 1922 a 1928, norte americanos e ingleses finalmente tornaram público algumas recomendações aos profissionais da área, indicando, inclusive, as limitações de dose e determinando barreiras protetoras. 2.2. Dosimetria Evidenciando questões, que nos dias de hoje, estão inseridas na radiobiologia, pode-se destacar os danos sofridos pelo DNA humano, em virtude da produção de íons e deposição de energia resultante da interação das radiações ionizantes com o organismo. Este dano está intimamente ligado à dose recebida e a região de entrada desta radiação, onde as células podem ter por consequência, incapacidade de se reproduzir ou sofrer modificação permanente, o que é visto como o primeiro passo para o surgimento de um câncer e até mesmo a morte celular. A população mundial é constantemente submetida a doses de radiação ionizante por fontes naturais. Essas fontes podem ser classificadas em dois tipos; os raios cósmicos, originados no espaço e cuja exposição é função da altitude e latitude que a pessoa se encontra, e as radiações emitidas por radionuclídeos naturalmente encontrados na Terra. Em 2008, a dose efetiva média anual relativa a população mundial, considerando as fontes de radiação natural, teve um valor médio de 2,4 mSv/ano. A dosimetria é o método para avaliar a quantidade de radiação depositada na matéria, importante à proteção radiológica, a determinação da exposição ou da dose de radiação em um ponto específico, que pode ser no ambiente ou no corpo de uma pessoa. Tem como objetivo definir normas de proteção quanto à utilização de radiação ionizante tanto para o paciente quanto aos demais envolvidos no processo; assim como medir a energia da radiação depositada nos tecidos. Existem duas principais organizações de desenvolvimento 12 referentes aos conceitos de dosimetria e definição das grandezas específicas de proteção radiológica, que são a Comissão Internacional de Unidades e Medidas para Radiação (ICRU) e a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP). Quanto aos efeitos radioinduzidos, suas denominações/classificações, estão intimamente ligadas à dose recebida, forma de sua resposta biológica, tempo de aparecimento e ao nível do dano. Sendo assim, são classificados em: estocástico e determinístico, quando ligado à dose e forma de resposta; imediatos ou tardios, quando referida ao tempo de aparecimento das respostas biológicas e em somáticos e genéticos, quando estão em função do nível de dano biológico. Figura 2: Radiolesões típicas. Radiolesão típica na região palmar da mão esquerda induzida por radiação ionizante em paciente exposto acidentalmente à radiação gama de C137. Fonte: VASCONCELOS, 2006. 2.3. Classificação dos efeitos Biológicos Quantoaos efeitos radioinduzidos, suas denominações/classificações, estão intimamente ligadas à dose recebida, forma de sua resposta biológica, tempo de aparecimento e ao nível do dano. Sendo assim, são classificados em: estocástico e determinístico, quando ligado à dose e forma de resposta; imediatos ou tardios, quando referida ao tempo de aparecimento das respostas 13 biológicas e em somáticos e genéticos, quando estão em função do nível de dano biológico. 2.3.1. Efeitos estocásticos Os efeitos estocásticos causam uma alteração aleatória no DNA de uma única célula que no entanto, continua a reproduzir-se. Levam à transformação celular. Os efeitos hereditários são estocásticos. Não apresentam limiar de dose. O dano pode ser causado por uma dose mínima de radiação. O aumento da dose somente aumenta a probabilidade e não a severidade do dano. A severidade é determinada pelo tipo e localização do tumor ou pela anomalia resultante. No entanto, o organismo apresenta mecanismos de defesa muito eficientes. A maioria das transformações neoplásicas não evolui para câncer. Quando este mecanismo falha, após um longo período de latência, o câncer então, aparece. A leucemia ~ 5-7 anos e os tumores sólidos ~ 20 anos. Os efeitos são cumulativos: quanto maior a dose, maior a probabilidade de ocorrência. Quando o dano ocorre em célula germinativa, efeitos hereditários podem ocorrer. 2.3.2. Efeitos Determinísticos São efeitos causados por irradiação total ou localizada de um tecido, causando um grau de morte celular não compensado pela reposição ou reparo, com prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão. Existe um limiar de dose, abaixo do qual a perda de células é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um modo detectável. Isto significa que, os efeitos determinísticos, são produzidos por doses elevadas, acima do limiar, onde a severidade ou gravidade do dano aumenta com a dose aplicada. A probabilidade de efeito determinístico, assim definido, é considerada nula para valores de dose abaixo do limiar, e 100%, acima. Além da severidade, os efeitos determinísticos variam com a frequência em que um dado efeito, definido como condição patológica reconhecível, aumentando em função da dose, em uma população de indivíduos com diferentes susceptibilidades. 14 2.3.3. Efeitos somáticos Os efeitos somáticos surgem de danos nas células do corpo, e apresentam-se apenas em pessoas que sofreram a irradiação, não interferindo nas gerações posteriores. Os efeitos que ocorrem logo após (poucas horas a semanas) uma exposição aguda são chamados de imediatos. Os efeitos que aparecem depois de anos ou décadas são chamados tardios. A gravidade dos efeitos somáticos dependerá basicamente da dose recebida e da região atingida. Isso se deve ao fato de que diferentes regiões do corpo reagem de formas diferentes ao estímulo da radiação. Alguns exemplos de efeitos somáticos imediatos produzidos por exposição radioativa aguda (doses elevadas, da ordem de Grays) são: Sistema hematopoiético: leucopenia, anemia, trombocitopenia etc; Sistema vascular: obstrução dos vasos, fragilidade vascular etc; Sistema gastrointestinal: secreções alteradas, lesões na mucosa etc. Os efeitos somáticos tardios são difíceis de distinguir, pois demoram a aparecer e não se sabe ao certo se a patologia se deve à exposição radioativa ou ao processo de envelhecimento natural do ser humano. Por esta razão a identificação dos efeitos tardios causados pelas radiações só podem ser feitos em situações especiais. Experimentos com animais permitem, com alguma incerteza, descrever os efeitos tardios causados pela radiação, tais como radiocarcinogênese, modificações na duração da vida média e alterações no crescimento e no desenvolvimento, especialmente na embriogênese. 2.3.4. Efeitos hereditários Os efeitos hereditários ou genéticos surgem somente no descendente da pessoa irradiada, como resultado de danos por radiações em células dos órgãos reprodutores, as gônadas. 15 Estes efeitos são estudados usando camundongos como cobaias e seus resultados podem ser extrapolados para a espécie humana. Os efeitos genéticos nos camundongos dependem, além de outros fatores: da dose de radiação, existindo uma relação linear entre esta e a intensidade do efeito; da taxa de fracionamento de dose, dependendo de serem ou não reparáveis as lesões provocadas pelas radiações; da qualidade da radiação, sendo os nêutrons os mais eficientes para provocar a mutagênese que o raio-X ou g; 2.4. Princípios Básicos Da Proteção Radiológica 2.4.1. Justificação Os objetivos da proteção contra as radiações são a prevenção ou diminuição dos efeitos somáticos e a redução da deterioração genética dos povos, onde o problema das exposições crônicas adquire importância fundamental. Os objetivos da proteção contra as radiações são a prevenção ou a diminuição dos seus efeitos somáticos e a redução da deterioração genética dos povos, onde o problema das exposições crônicas adquire importância fundamental. Considera-se que a dose acumulada num período de vários anos seja o fator preponderante, mesmo que as doses intermitentes recebidas durante esse período sejam pequenas. As doses resultantes da radiação natural e dos tratamentos médicos com raios X, não são consideradas nas doses acumuladas. Por esse motivo, recomenda-se aos médicos e dentistas que tenham o máximo cuidado no uso dos raios X e demais radiações ionizantes, para evitar exposições desnecessárias. Mesmo assim, pesquisas e avaliações das doses e efeitos sobre a radioatividade natural e o uso das radiações ionizantes em Medicina e outras áreas de aplicação, são continua e crescentemente realizados. Assim, qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve ser justificada em relação a outras alternativas e produzir um benefício líquido positivo para a 16 sociedade. 2.4.2. Otimização O princípio básico da proteção radiológica ocupacional estabelece que todas as exposições devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente exequíveis (ALARA: As Low As Reasonably Achievable). Estudos epidemiológicos e radiobiológicos em baixas doses mostraram que não existe um limiar real de dose para os efeitos estocásticos. Assim, qualquer exposição de um tecido envolve um risco carcinogênico, dependendo da radiossensibilidade desse tecido por unidade de dose equivalente (coeficiente de risco somático). Além disso, qualquer exposição das gônadas pode levar a um detrimento genético nos descendentes do indivíduo exposto. O princípio ALARA estabelece, portanto, a necessidade do aumento do nível de proteção a um ponto tal que aperfeiçoamentos posteriores produziriam reduções menos significantes do que os esforços necessários. A aplicação desse princípio requer a otimização da proteção radiológica em todas as situações onde possam ser controladas por medidas de proteção, particularmente na seleção, planejamento de equipamentos, operações e sistemas de proteção. Os esforços envolvidos na proteção e o detrimento da radiação podem ser considerados em termos de custos; desta forma uma otimização em termos quantitativos pode ser realizada com base numa análise custo-benefício. 2.4.3. Limitação da dose individual Uma das metas da proteção radiológica é a de manter os limites de dose equivalente anual, para os tecidos, abaixo do limiar do detrimento, para os efeitos não-estocásticos nesse tecido. Dessa forma impõe-se que as doses individuais de Indivíduos Ocupacionalmente Expostos (IOE) e de indivíduos do público nãodevem exceder os limites anuais de doses. 17 Outra meta da proteção radiológica é a de limitar a probabilidade de ocorrência de efeitos estocásticos. A limitação de dose para efeitos estocásticos é baseada no princípio de que o detrimento deve ser igual, seja para irradiação uniforme de corpo inteiro, seja para irradiação não uniforme. 2.4.4. Limites Primários Os valores dos limites variam com o tempo. Eles dependem do estado de desenvolvimento da prática de proteção radiológica no mundo ou num determinado país, dos limites de detecção dos equipamentos que medem as grandezas operacionais vinculadas às grandezas primárias estabelecidas em norma e das prioridades estabelecidas pelos grupos humanos em determinada época. 2.4.5. Prevenção de Acidentes Durante a operação de equipamentos e das instalações deve-se tomar cuidado para não ocorrer acidentes (exposições potenciais), tomar os devidos cuidados necessários para diminuir a ocorrência de erros humanos (exposições acidentais). 2.5. Classificação das Áreas em Radioproteção Segundo a Portaria 453, deve se também tomar os cuidados com as áreas em que é feito os exames radiológicos, são classificados em áreas livres ou áreas controladas e área supervisionada. A Resolução CNEN Nr. 114/2011 e sua posição regulatória Nr. 119/2011 (PR3.01/004:2011) estabelecem uma classificação diferente de locais de trabalho com finalidade de assegurar que os indivíduos expostos sob condições 18 controladas, observem os limites a que estão sujeitos. Assim, classificamos como: a) Área Controlada a condição de trabalho em que os indivíduos podem receber uma dose equivalente entre a dose limite para IOE (20 mSv/ano) e 3/10 desta mesma dose limite (6 mSv/ano), devendo estar sinalizada. b) Área Supervisionada a condição de trabalho em que a dose equivalente pode estar entre 3/10 da dose equivalente para os IOE ( 6 mSv/ano) e a dose para o público (1 mSv/ano), devendo estar sinalizada. c) Área Livre como aquelas áreas onde a dose máxima recebida é menor ou igual a 1 mSv/ano. Para indivíduos que trabalham em áreas controladas, necessariamente devem receber tratamento especial do ponto de vista da radioproteção, como por exemplo: utilização de dosímetro de leitura indireta, treinamento supervisionado, qualificação, exames clínicos periódicos. Os indivíduos que necessitam trabalhar em áreas supervisionadas, e portanto a exposição radiológica não faz parte de sua atividade principal, neste caso esses indivíduos requerem um treinamento específico para familiarizar com os procedimentos de radioproteção (placas de aviso, sinais de acesso, áreas proibidas, etc..) Porém a limitação de dose para estes indivíduos são os mesmos que para o público (1 mSv/ano). Pessoas que trabalham ou permanecem em locais classificados como área livre, não requerem nenhuma regra especial de segurança, sob o ponto de 19 vista da radioproteção. Figura 3 - Classificação de Áreas conforme Resolução CNEN 114/2011 (NN-3.01:2011) levando em conta uma carga de trabalho de 2000 horas por ano, para efeito de planejamento geral. 2.6.Requisitos das Áreas Controladas Nos ambientes de área controlada devem se tomar as medidas especificas de proteção e segurança para prevenir a exposição potencial, deve haver sinalizações adequadas e possuir blindagens físicas para minimizar os níveis de dose. As áreas têm que ser exclusivas para pacientes e profissionais (CNEN-NN, 3.01). 2.6. Equipamentos De Proteção Radiológica (EPI) Equipamentos de Proteção Individual ou EPIs são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de 20 equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade. a) Avental padrão: é um avental com proteção frontal com equivalência em chumbo de 0,25mm Pb ou 0,50mm Pb. Serva para a proteção de técnico de raios-X, acompanhantes e auxiliares envolvidos nos exames onde o tempo de exposição não é prolongado. Figura 4: Avental de Chumbo Fonte: brasmed.com.br b) Luva Plumbífera: luvas de proteção para cirurgias e acompanhamentos. Fabricada em borracha com equivalência em chumbo de 0,50mm Pb, proporciona total movimento e conforto ao usuário. Utilizada para procedimentos cirúrgicos, proteção para acompanhantes e técnicos de raios-X e manuseio de isótopos radioativos. Figura 5: Luva de chumbo Fonte: http://planideia.com.br 21 c) Óculos Plumbíferos: com lentes plumbíferas, com armação em acrílico, fabricado em dois modelos: proteção frontal e proteção lateral (180°), ambos com equivalência em chumbo de 0,50mm Pb. O óculo é um acessório de proteção imprescindível, considerando que a visão, por sensibilidade do cristalino, é uma das áreas mais afetadas pela radiação. Figura 6: Óculos Plumbífero Fonte: /www.marcamedica.com.br d) Protetor de Órgãos Genitais: para regiões genitais, utilizadas por paciente em exames que impossibilitam o uso de outros protetores. Equivalência em chumbo de 0,50mm Pb, com cinto e fecho regulável para ajuste. Desenvolvido em tamanhos diferentes, este avental é utilizado em raios- X de tórax e outros exames como, por exemplo, mamografia. Figura 6: Protetor de Órgãos Genitais Fonte: http://www.grupogrx.com.br e) Protetor de Tireóide: fabricado em dois modelos; convencional e viseira. Ambos com equivalência em chumbo de 0,50mm Pb, com fecho em velcro 22 ajustável na nuca. Utilização: O protetor de tireóide é um acessório de proteção utilizado em todos os tipos de exames, exceto para radiografia odontológica panorâmica. Salientamos que a região da tireóide é uma das partes do nosso corpo mais atingida pela radiação. Figura 7: Protetor de tireoide Fonte: http://www.grupogrx.com.br 2.8. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) a) Vidro Plumbífero: plumbífero importado, com espessura de 8mm, proporcionando total transparência e perfeita visualização. b) Visor Plumbífero: fabricado em chapa de aço pintado revestido com chumbo, para utilização em biombos de alvenaria. A moldura deve ser instalada na parede e o vidro pode ser removido para limpeza ou troca. c) Divisória Pumblifera: com revestimento interno de chumbo, em diversas opções de cores. Utilização: salas de raios-X que necessitem de proteção radiológica. d) Porta em Aço: porta em chapa de aço, com batente de aço, fechadura em inox, dobradiça em ferro polido com anéis reforçados, proteção interna em chumbo e acabamento para pintura. 23 e) Argamassa Baritada: com a composição de sulfato de bário de alto teor, areia, ligas de agregação e outros elementos minerais. f) Lençol Plumbífero: de chumbo para revestimento de portas, paredes ou divisórias de salas de raios-X, com espessura e dimensões de acordo com a necessidade do cliente. g) Biombo Curvo: fabricado com chumbo laminado, acabamento em aço tratado e pintado, com rodízios para fácil locomoção e visor de vidroplumbífero de 7x13cm (Pb 1,92mm). Salientamos que os biombos móveis só devem ser utilizados em equipamentos transportáveis, não sendo permitidos para aparelhos fixos. 2.9. Procedimentos Corretos Relacionados aos Acompanhantes Em exames de radiodiagnostico, somente é permitida a presença de acompanhantes quando sua participação for imprescindível para conter, confortar ou ajudar pacientes. O acompanhamento deve ser exercido apenas em caráter voluntário e fora do contexto da atividade profissional do acompanhante; Durante as exposições, é obrigatória, aos acompanhantes, a utilização de vestimentas de proteção individual. Na ocasião de haver necessidade de um acompanhante para a realização do exame, deve-se exigir do empregador que disponibilize as vestimentas de proteção para segurança dos mesmos e que os equipamentos plumbíferos esteja em perfeito estado de conservação. É responsabilidade do técnico a orientação para que todo profissional da radiologia e acompanhante saiba a maneira correta de utilização dos EPIs. Todos estão sujeitos a absorver dose de radiação ionizante, o próprio profissional, o paciente e os acompanhantes. Qualquer erro na utilização dos equipamentos pode causar ações necessárias para reduzir erros humanos e que causem a exposição acidental. 24 De acordo com a CNEN, no local de área controlada devem ser tomadas as precauções necessárias para prevenção de exposição potencial, nas salas de raios x deve haver sinalizações cabíveis e dispor de blindagem física para reduzir os níveis de dose. As áreas dever ser especificamente para profissionais e pacientes e Segundo a Portaria 453, quando houver a necessidade de acompanhante nas salas de raios X, exigir o uso correto das vestimentas de proteção contra radiação. 25 3. CONCLUSÃO A descoberta da radiação promoveu uma série de mudança na medicina trazendo benefícios em resultados de exames e diagnósticos. De fato a percepção do uso dos equipamentos de proteção requer certa preocupação do profissional, devido a chegada de paciente para o exame o profissional decide atender com rapidez e agilidade e então acaba por não optar o uso dos epi´s. Observa-se que a criação dos equipamentos de proteção não foi feita apenas para o bem estar e atuação do profissional no presente, mas também com o intuito de prever-se que no futuro não venha desenvolver algum tipo de doença É necessário a utilização das vestimentas de proteção, para que possa garantir a segurança de todos os indivíduos tantos profissionais e pacientes envolvidos em procedimentos intervencionistas, Os métodos devem ser tomados com base nas medidas vigentes, visando segurança na prática com os efeitos da radiação que possam ser causados erroneamente por falta de treinamento ou até mesmo pouca informação dos riscos que a mesma pode causar, Diante desse estudo como revisão integrativa verificou que deve se tomar os cuidados necessários com as doses recebidas, como forma de contribuição para melhorar no controle de qualidade, evitando os efeitos biológicos causados pelas mesmas. Conclui-se neste trabalho que a utilização da radiação ionizante para diagnóstico pode gerar danos à saúde, para que não haja risco, se faz necessária a pratica da radioproteção. O profissional desta área não deve se expor e sempre se proteger da radiação, para isto fazer uso de equipamentos de proteção corretamente. É primordial a utilização da dosimetria para monitoração do profissional. 26 4. REFERÊNCIAS BIRAL, Antônio Renato, Radiações ionizantes para médicos físicos e leigos, Florianópolis:INSULAR:2002. CHRISTOVAM Osvaldo.M; AlineCabral Marinheiro Manual de física e proteção radiológica/ São Caetano do Sul,SP: Difusão Editora;Rio de Janeiro: Editora Senac Rio de Janeiro,2013. CNEM-NN-3.01”Diretrizes Básicas de ProteçãoRadiológia” DALENOGARI, M.O,daluz,R.M, Hoff, G. Avaliação da integridade de Vestimentas de Proteção Individual utilizadas na área da Radiologia Diagnostica, 2010. DIMENSTEIN Renato, HYvone, M.Macarenhas. Manual de proteção radiológica aplicada ao radiodiagnóstico; 4a edição – São Paulo,2013. DIMENSTEIN, Renato. Manual de Proteção Radiológica aplicada ao Radiognóstico. Ed.03, Editora São Paulo, 2001. GASPARIN, Dayanne. Efeitos biológicos da radiação ionizante. Curitiba, 2010. Portaria Federal svs – nº 453, de 1 de junho de 1998. GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: LTr, 2000. SANTOS, GELVIS CARDOZO. Manual de Radiologia: Fundamentos e Técnicas. Edição 01,2010. Portal da Radiologia, A história da Radioproteção, disponível em: http://portaldaradiologia.com/?page_id=1169#none,data de acesso 16 de novembro 2018. Comissão Nacional de Energia nuclear Ministério da ciência, tecnologia e informação, Normas Proteção Radiológica, data de acesso 16 de novembro 2018, disponível em: http://www.cnen.gov.br/normas-tecnicas Veja.com, Os efeitos da radioatividade no corpo humano,por Marco Tulio Pires 18 de março de 2011,23:30. Data de acesso 17 novembro de 2018, disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/os-efeitos- daradioatividade-no-corpo-humano/ 27 Comissão Nacional de Energia nuclear Ministério da ciência, tecnologia e informação, Entendo um pouco sobre as doses de radiaçãoe sua unidade de medida Sievert, disponível em:http://www.cnen.gov.br/noticias/documentos/entendendo_radiacao.pdf Luciano Santa Rita Oliveira, Proteção e segurança Radiológica, Mestre em Radioproteção e Dosimetria, Pós-graduado em Gestão de saúde e Administração Hospitalar, Tecnólogo em Radiologia, disponível em: http://www.lucianosantarita.pro.br/ProtRad.html
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