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CROMOSSOMOS ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO COMPOSIÇÃO QUÍMICA: DNA, RNA (em pouca quantidade) e proteínas (histonas / básicas e não-histônicas / ácidas) ESTRUTURA: - duas cromátides irmãs, uma delas oriunda do processo de duplicação da cromatina - centrômero / constrição primária = ligam as cromátides irmãs e divide elas em dois braços cromossômicos - telômero = extremidade dos braços cromossômicos Em alguns cromossomos pode ser visualizada ainda uma constrição secundária, outra região de condensação diferenciada no cromossomo. O segmento seccionado pela constrição secundária e anterior ao telômero é conhecido como satélite Paula Storino – Módulo 2, Problema 4 NÍVEIS DE CONDENSAÇÃO 1º = empacotamento do DNA como uma espiral em nucleossomos (octâmero de moléculas de histonas → 8 histonas = 1 nucleossomo) estão envolvidas as histonas H2a, H2b, H3 e H4 2º = dobramento do nucleossomo, formando a cromatina (H1) 3º = condensação da cromatina em cromossomos metafásicos CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE CENTRÔMEROS A maioria dos cromossomos são monocêntricos, ou seja, possuem um centrômero apenas. Na natureza podem ser encontrados cromossomos dicêntricos, tricêntricos, acêntricos, etc. ACÊNTRICOS (SEM CENTRÔMERO) Geralmente os centrômeros desse tipo de cromossomo são perdidos durante a divisão celular, uma vez que no centrômero está o cinetócoro, estrutura responsável pela fixação das fibras do fuso, as quais direcionam os cromossomos durante o ciclo celular. MAIS DE 1 CENTRÔMERO Estes cromossomos são passíveis de quebras, uma vez que as fibras do fuso mitótico podem direcionar as cromátides de maneira aleatória. Entretanto, estes cromossomos podem ser mantidos na natureza por meio de um mecanismo de inativação de um dos centrômeros ou de alguns centrômeros, passando a ser chamados de centrômeros latentes Quando as fibras do fuso se ligam na extensão da cromátide, o cromossomo é chamado holocêntrico, por não possuir uma única região centromérica. QUANTO À POSIÇÃO DO CENTRÔMERO CONCEITOS MOSAICISMO Tipo de falha genética que ocorre durante o desenvolvimento do embrião dentro do útero materno, em que a pessoa passa a ter 2 materiais genéticos distintos. Assim, a pessoa irá desenvolver uma mistura de células, com uma porcentagem de células normais e outra porcentagem de células com a mutação. SÍNDROME X DOENÇA SÍNDROME Aglomerado de sintomas e sinais clínicos, podendo ser resultado de mais de uma causa Síndrome não é doença, e sim uma condição médica Pode ser chamada também de síndroma ou síndromo DOENÇA Distúrbio das funções de órgão, da psique ou do organismo como um todo que está relacionado a sintomas específicos A doença deve apresentar os seguintes critérios, diferentemente da síndrome: - etiologia reconhecida (causa); - grupo identificável de sinais e sintomas; - alterações anatômicas consistentes. MUTAGÊNICO X TERATOGÊNICO MUTAGÊNICO Agente mutagênico é todo tipo de agente que quando exposto às células apresenta capacidade de gerar mutação. Em outras palavras, um dano no material genético (DNA) que não sofre reparação no processo de replicação celular, sendo passado para os descendentes. Os agentes mutagênicos podem ser de três tipos: • Agentes químicos: diversas substâncias consideradas cancerígenas, que desempenham seu papel alterando as ligações químicas, ou até mesmo substituindo nucleotídeos normais por moléculas similares. Radicais livres também catalisam reações químicas prejudiciais ao DNA. • Agentes físicos: dentro desse grupo encontram-se a radiação ionizante e o raio UVC capazes de danificar as ligações químicas entre os nucleotídeos (neste caso, as mutações ocorrem raramente, pois a destruição da cadeia de DNA normalmente resulta na morte celular) e UVB (espectro absorvido pelo DNA). • Agentes biológicos: neste caso é a ação de vírus e bactérias, responsáveis por inocular parte de seu DNA na célula que estão hospedando, casualmente integrando-a a cadeia de DNA do hospedeiro. Também podem ocorrer mutações devido a falhas genéticas. A mutagenese é responsável por alterar alguns pares de base de um gene existente. TERATOGÊNICO Agente teratogênico é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez Que agentes podem ser teratogênicos? - medicamentos - drogas - físicos: radiações tipo raio-X - doenças maternas: diabetes, epilepsia, fenilcetonúria - outros agentes: vacinas, poluição ambiental, algumas ocupações determinação sexual O sexo cromossômico (genético) é determinado na fecundação pelo tipo de espermatozoide que fecunda o óvulo (X ou Y) O cromossomo Y contém o gene SRY (região determinante do sexo) em seu braço curto. Esse gene produz várias proteínas, entre elas a SRY, que é o fator determinante do testículo (FDT). Sob a sua influência ocorre o desenvolvimento masculino (genes Sox9 e Fgf9 = cordões seminíferos, que são primórdios dos túbulos seminíferos), enquanto que em sua ausência ocorre o desenvolvimento feminino Embora o sexo do embrião seja determinado geneticamente na fecundação, as gônadas só serão determinadas após a 7ª semana GÔNADAS INDIFERENCIADAS O sexo gonadal é determinado pelo desenvolvimento gonadal (ovário ou testículo) Até a 7ª semana, as gônadas dos dois sexos são idênticas morfologicamente Inicialmente, elas aparecerem como um par de cristas longitudinais, as cristas genitais ou gonadais. São formadas pela proliferação do epitélio e por uma condensação do mesênquima subjacente. O desenvolvimento das gônadas depende da chegada das células germinativas às cristas, e isso só vai acontecer por volta da sexta semana do desenvolvimento (cél. germ. migram ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior, invadindo as cristas). Logo, as cél. germinativas têm uma influência indutiva sobre o desenvolvimento gonadal (ovário ou testículo) Imediatamente antes e durante a chegada das cél. germinativas, o epitélio da crista genital prolifera e as cél. epiteliais penetram no mesênquima subjacente, formando os cordões sexuais primitivos. Em ambos embriões (masc e fem) esses cordões estão ligados ao epitélio superficial e é impossível diferenciar a gônada masculina da feminina. Então, ela é chamada de gônada indiferenciada DETERMINAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO SEXUAL DETERMINAÇÃO = cromossomos DIFERENCIAÇÃO = hormônios TESTÍCULO Se o embrião for geneticamente masculino (cél. germinativas com XY, sob a influência do gene SRY e FDT), os cordões sexuais primitivos continuam a proliferar e a penetrar fundo na medula da gônada que está em desenvolvimento, formando os cordões testiculares ou medulares. Os cordões se decompõem em uma rede de diminutas tranças celulares, dando origem aos túbulos da rede testicular. Com a continuação do desenvolvimento, uma camada densa de tecido conjuntivo fibroso, a túnica albugínea, separa os cordões testiculares do epitélio superficial. No quarto mês, os cordões testiculares adquirem uma forma de ferradura e suas extremidades são contínuas com a rede testicular. Agora, os cordões testiculares são compostos por cél. germinativasprimitivas e por cél. de sustentação denominadas células de Sertoli, derivadas do epitélio superficial da glândula. Entre os cordões testiculares encontram-se as células intersticiais de Leydig. Elas começam a se desenvolver logo após o início da diferenciação dos cordões. Por volta da 8ª semana de gestação, elas começam a produzir testosterona, influenciando a diferenciação sexual dos ductos genitais e da genitália externa. Os cordões testiculares permanecem sólidos até a puberdade, quando adquirem um lúmen, formando, assim, os túbulos seminíferos. Depois de se canalizar, eles unem-se aos túbulos da rede testicular que, por sua vez, entram em contato com os dúctulos eferentes. Esses dúctulos são as partes remanescentes dos túbulos excretores do sistema mesonéfrico. Eles ligam a rede testicular ao ducto mesonéfrico (ou de WOLFF), que se torna o ducto deferente. GÔNADAS DIFERENCIADAS (7ª SEMANA) OVÁRIO Se o embrião for geneticamente feminino (cél. germinativas com XX, sem nenhum Y), os cordões sexuais primitivos se dissociam em aglomerados celulares irregulares. Esses aglomerados, que contêm grupos de células germinativas primitivas, ocupam a parte medular do ovário e desaparecem posteriormente, sendo substituídos por um estroma vascular que forma a medula ovariana. O epitélio superficial da gônada feminina, ao contrário do que ocorre na masculina, continua a proliferar. Na 7ª semana, ele dá origem à segunda geração de cordões, os cordões corticais, que penetram no mesênquima subjacente, mas permanecem próximos à superfície. No 3º mês, os cordões corticais se dividem em grupos celulares isolados. As células desses grupos continuam a se proliferar e cercam cada oogônia com uma camada de células epiteliais chamadas de células foliculares. Juntas, a oogônia e as células foliculares constituem o folículo primordial RESUMINDO: Assim, pode-se dizer que o sexo genético de um embrião é determinado no momento da fertilização, dependendo se o espermatozoide carrega um cromossomo X ou Y. Até a 6ª semana, a gônada é bipotencial e indiferenciada Embriões XX = cordões medulares regridem e se desenvolve uma 2ª geração de cordões corticais Embriões XY = cordões medulares se desenvolvem em cordões testiculares e não se formam cordões corticais secundários DUCTOS GENITAIS ESTÁGIO INDIFERENCIADO Inicialmente ambos os embriões têm dois pares de ductos genitais: ductos mesonéfricos (de Wolff) e ductos paramesonéfricos (de Muller) como mostrado na figura 16.23 REGULAÇÃO MOLECULAR DO DESENVOLVIMENTO DOS DUCTOS EM HOMENS O SRY é o gene principal para o desenvolvimento do testículo, mas ele atua em conjunto com outros genes SF1 (fator de esteroidogênese 1) = é ativado pelo SRY e, agindo por meio do SOX9, participa da diferenciação das células de Leydig e de Sertoli AMH (hormônio anti-mulleriano) ou MIS (substância inibitória mulleriana) = causa a regressão dos ductos de Muller e é produzido pelas células de Sertoli Testosterona = promove o desenvolvimento dos ductos de Wolff Diidrotestosterona = promove a diferenciação da genitália externa PAX2 = promove a diferenciação dos ductos de Wolff em epidídimo, vesícula seminal e ducto deferente INSL3 = junto com a testosterona, promove a descida testicular EM MULHERES Com a ausência do SRY, outros genes irão se expressar para a diferenciação sexual feminina DAX1 = está presente tanto no cromossomo X quanto Y, em sua região pseudo-autossômica, mas para o ovário ser desenvolvido, esse gene precisa estar em dose dupla (por isso, não é apenas a ausência do SRY que determina o sexo) SF1 é inativado pelo DAX1, impedindo a diferenciação das células de Sertoli e se Leydig WNT4 = é um fator de crescimento que também contribui para a diferenciação do ovário Estrógeno = na ausência do AMH, ele atua p/ a diferenciação dos ductos de Muller e da genitália externa INATIVAÇÃO DO CROMOSSOMO X PORQUÊ? A cromatina sexual é uma estrutura formada no núcleo das células de fêmeas de mamíferos que representa um cromossomo X inativado. Também conhecida como Corpúsculo de Barr, esta massa densa aparece como uma forma de compensação de dose da dupla carga genética do cromossomo X nas fêmeas. O corpúsculo de Barr pode ser mais facilmente identificado na região peri-nucleolar nas células somáticas durante a intérfase, quando os outros cromossomos não estão condensados. O significado biológico do silenciamento da atividade funcional de um dos cromossomos X em fêmeas é a compensação de dose, que torna a quantidade dos produtos gênicos das duas cópias do cromossomo X nas fêmeas equivalente à dose única do cromossomo X nos machos. Em mamíferos, é importante que a inativação do cromossomo X ocorra em estágio inicial da vida embrionária (do 13º ao 16º dia) e de forma aleatória nas células, podendo ser inativado tanto o cromossomo X de origem paterna quanto o de origem materna. Assim, em algumas células os genes ligados ao X herdado da mãe são expressos, enquanto que em outras células, os genes ligados ao X herdado do pai estão ativos. Por essa condição, os tecidos somáticos das fêmeas são referidos como sendo de mosaico, porque eles representam a contribuição dos genes de cromossomos X diferentes. COMO? A inativação do cromossomo X é dependente de uma região genômica chamada centro de inativação do cromossoma X (XIC), onde está localizado o gene XIST (Transcrito Específico para a Inativação do X) que é responsável pela inativação do cromossoma. Ele é expresso nas células onde o X é inativo e sua expressão determina o silenciamento dos outros genes deste cromossomo. Alguns genes escapam da inativação do X como é o caso daqueles que estão na região pseudoautossômica (homóloga ao cromossomo Y), a região pericentromérica e cerca de 30% dos genes do braço curto do X. Já as falhas neste processo podem ser letais, como ocorre quando não há a inativação do X em células embrionárias após o 13º-16º dia de desenvolvimento. Até a fase de decisão de inativação do cromossoma, ambos os cromossomas X da célula expressam o gene XIST; no entanto, quando se inicia o processo de inativação, o cromossoma que irá permanecer ativo cessa a expressão do gene XIST e o cromossoma a ser inativado aumenta a sua expressão. Este gene codifica uma grande molécula de RNA não-codificante que se acumula no cromossoma a ser inativado e o reveste, impedindo a sua transcrição. Por outro lado, o cromossoma ativo expressa o gene TSIX, denominado companheiro antisense do gene XIST, pois é transcrito na direção oposta ao longo de todo o gene XIST. Este gene também expressa uma grande molécula de RNA não-codificante que apenas atua no cromossoma a partir do qual é transcrito, no entanto a sua função é manter o cromossoma ativo. Sendo assim, estes dois genes, XIST e TSIX, têm ação antagônica; ou seja, num cromossoma quando a expressão de um aumenta, diminui a expressão do outro. Existem casos em que a inativação do X não ocorre de forma aleatória. No processo denominado Lyonização seletiva a inativação do cromossomo X acontece sobre aquele apresenta uma mutação. A Lyonização negativa, por sua vez, inativa o X que não tem uma mutação, mantendo ativo o cromossomo X mutado. E em casos de células de tecido extraembrionário, somente cromossomos X herdados do pai são inativados. O número de cromossomos X está diretamente relacionado ao número de corpúsculos de Barr presentes no núcleo. Este número é importante, pois através dele não só podem-se diferenciaras células masculinas das femininas, mas também se pode identificar a ocorrência de síndromes ou anomalias cromossômicas sexuais. Assim, o número de corpúsculos de Barr = número de cromossomos X por célula O cromossoma inativado é silenciado através da metilação do DNA e da desacetilação das histonas, o que leva ao seu empacotamento em heterocromatina formando uma estrutura denominada corpúsculo de Barr (encontra-se localizada na periferia do núcleo e é possível observa-lo durante a interfase da mitose). No entanto, este empacotamento do cromossoma não inibe a expressão da totalidade dos genes contidos no cromossoma, alguns genes continuam a ser expressos, como genes localizados em várias regiões do braço curto e numa região do braço longo do cromossoma. METILAÇÃO A metilação consiste na adição de um radical metil (CH3) no carbono 5 da base nitrogenada citosina que é seguida por uma base guanina. Após a adição do radical metil, a base nitrogenada metilada passa a se chamar 5-metil-citosina. Essa adição é feita por enzimas DNA-metil-transferases (DNMTs) que podem ser de 3 tipos: DNMT3A e DNMT3B são responsáveis por fazer novas metilações; enquanto a DNMT1 cuida da manutenção da metilação. A manutenção feita pela enzima DNMT1 é importante, uma vez que a desmetilação do DNA pode ocorrer de forma passiva, ou seja, naturalmente, ao longo das várias etapas da replicação. Se não houver a atividade da DNMT1, a citosina será desmetilada. Além do processo passivo, a desmetilação também pode ocorrer pela atividade enzimática. A metilação do DNA leva ao recrutamento de proteínas que causam a compactação da cromatina, impedindo que a enzima RNA-polimerase se ligue à molécula. Dessa forma não ocorre a expressão gênica, uma vez que a RNA-polimerase é a enzima responsável pela transcrição, ou seja, pela síntese de RNA a partir da informação contida na fita do DNA