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O SETOR PÚBLICO E A TRIBUTAÇÃO I A atividade financeira do Estado, o conceito de Dívida Pública, legislação orçamentária e direito constitucional. CONSIDERAÇÕES INICIAIS... • Na organização capitalista de produção verifica-se, frequentemente o engajamento do GOVERNO na economia, produzindo importantes modificações de natureza jurídica, política e cultural no âmbito da organização social. • Tal engajamento do GOVERNO se dá por meio dos seguintes “expedientes”: transferência de renda, impostos, incentivos fiscais, subsídios, fornecimento de bens públicos... PRINCIPAIS FUNÇÕES QUE NORTEIAM (OU QUE DEVEM NORTEAR) A ATIVIDADE GOVERNAMENTAL NA ÁREA FISCAL FUNÇÃO DISTRIBUTIVA: tal função se dá quando o governo interfere na distribuição de renda através, ou do sistema tributário, ou por meio de programas governamentais. FUNÇÃO ALOCATIVA: ela se configura através da oferta de bens e de serviços públicos que não são oferecidos, ou que são oferecidos em quantidade insuficiente pela iniciativa privada. FUNÇÃO ESTABILIZADORA: ela se dá quando o governo atua na economia no sentido de promover a implementação de um elevado nível de emprego, a estabilidade de preços e um significativo nível de crescimento econômico. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FUNÇÃO DISTRIBUTIVA... • A tributação progressiva do Imposto de Renda e programas sociais como o Bolsa Família se constituem em medidas fiscais que se destinam à mitigação das desigualdades na distribuição de renda. • Ainda como categorias da função distributiva, podemos destacar os programas de assistência pública voltados para o provimento das condições mínimas de subsistência das famílias em situação de vulnerabilidade econômica – tais programas se fazem necessários em função dos efeitos negativos da pobreza sobre a economia e sobre o meio ambiente, por exemplo. • Programas de seguro social também se constituem como categorias importantes da função distributiva e que dão ajuda àqueles que apresentam alguma fragilidade frente à sociedade – a aposentadoria por idade do trabalhador agrícola e o seguro desemprego são exemplos destes programas. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FUNÇÃO ESTABILIZADORA ... • A intervenção do Estado, por meio da função estabilizadora da política fiscal, no sentido da criação de um ambiente econômico marcado por elevados níveis de emprego, por estabilidade de preços e por significativos níveis de crescimento econômico, se faz necessária já que os mecanismos de mercado não permitem que tais condições sejam alcançadas automaticamente. • A ocorrência de desequilíbrios no mercado de trabalho, nos níveis de demanda e de oferta (o que pode gerar processos inflacionários) demandam a atuação dos governos no sentido da restauração do equilíbrio de mercado. • Para que sejam implementados elevados níveis de crescimento, é desejável que os governos atuem, direta ou indiretamente, no fornecimento de infraestrutura básica (estradas, portos, aeroportos, ferrovias...) ou na concessão de incentivos e no financiamento ao setor privado de recursos de longo prazo. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FUNÇÃO ALOCATIVA... • O bem ou o serviço público “puro” tem como característica fundamental a impossibilidade de exclusão de seu acesso por qualquer pessoa... Além disso o acesso a este “bem” não incorre em custos para qualquer indivíduo... Por exemplo, o acesso a praças públicas ou o sistema de iluminação pública das rodovias. • A constituição federal de 1988 atribuiu ao governo/Estado a responsabilidade de oferecer educação e saúde à população, uma vez que o setor privado não se mostra capaz de prestar tais serviços a todas as pessoas – além disso, pelo princípio da exclusão, parcelas significativas da população seriam excluídas do acesso a tais serviços por não disporem de recursos suficientes para arcarem com seus custos. A RESPEITO DA DÍVIDA PÚBLICA INTERNA: A dívida pública interna corresponde à dívida realizada pelo governo com pessoas/instituições financeiras da sociedade para o financiamento de seus gastos que não são cobertos pela arrecadação ou para a consecução da função estabilizadora na economia. O orçamento do setor público (União, Estados, Municípios) é formado pelas receitas (arrecadação tributária) e pelos despesas (gastos do governo) – quando a arrecadação supera os gastos tem-se um superávit primário e quando os gastos superam a arrecadação, tem-se o déficit primário. Bancos que atuam no mercado financeiro mantém, em suas carteiras, uma parte importante desta dívida sob a forma de títulos da dívida pública que se constituem, essencialmente no lastro do endividamento do governo federal – empresas e pessoas físicas adquirem tais títulos através de bancos (títulos de renda fixa, tesouro direto...). O déficit nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor público nos diversos níveis – União, Estados, Municípios, empresas estatais, Previdência Social O déficit operacional diz respeito ao resultado primário, acrescido dos juros, ou seja, dívida passada – Se o resultado primário encontra-se referenciado às receitas e às despesas de um determinado período, o resultado operacional leva em consideração os débitos passados que precisam ser financiados por meio de juros.
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