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Promoção de saúde e prevenção de doenças

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Promoção de saúde e prevenção de doenças
Promoção de saúde
O termo “promoção da saúde” surgiu em 1920, quando Winslow definiu como o esforço da comunidade organizada para alcançar políticas que melhorassem as condições de saúde e os programas educativos para a população. Posteriormente, em 1946, Sigerist definiu como tarefas essenciais da medicina a promoção da saúde, prevenção de enfermidades e acidentes e a atenção curativa.
No modelo da História Natural da Doença proposto por Leavell e Clark em 1965, a promoção da saúde aparece incluída no conjunto de ações a ser desenvolvidas no primeiro nível da atenção, a prevenção primária, não direcionada à prevenção de determinadas doenças, mas voltada a aumentar a saúde e o bem-estar geral. Nesse conceito, a prevenção primária estaria mais relacionada a uma mudança em alguns hábitos ou práticas do que a ações coletivas sobre o ambiente ou o espaço.
Em 1974 surgiu o movimento de promoção de saúde no Canadá, por meio do informe Lalonde, que apontava a necessidade de buscar alternativas para combater os custos crescentes da assistência médica e reduzir o impacto das doenças crônico-degenerativas. Este é considerado um marco na promoção de saúde, pois a partir daí amplia-se o olhar, deixando de focalizar apenas na assistência médica, e propõe-se cinco estratégias para enfrentar os problemas no campo da saúde, que são: a Promoção de Saúde, Regulação, Eficiência da Assistência Médica, Pesquisa e Fixação de Objetivos.
Em 1986, ocorreu a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que originou a Carta de Ottawa, que definiu a “promoção da saúde como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo”. Com esse conceito, há um reforço à responsabilidade individual e da comunidade, uma vez que a promoção da saúde visa assegurar a igualdade de oportunidades e permitir que todas as pessoas realizem seu potencial de saúde.
Podemos afirmar que a Carta de Ottawa reforça o conceito ampliado de saúde e seus determinantes para além do setor saúde, englobando conjuntamente as condições biológicas, sociais, econômicas, culturais, educacionais, políticas e ambientais. Ficaram definidos como condições e recursos fundamentais para a saúde: habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade.
A Carta de Ottawa propôs, também, cinco campos de ação principais para a Promoção da Saúde, que estão citadas no quadro a seguir (DEMARZO, 2011):
Foram realizadas outras Conferências Internacionais sobre Promoção da Saúde, as quais propuseram novas questões, como a necessidade da intersetorialidade, do desenvolvimento sustentável e estratégias de ação a fim de gerar políticas públicas saudáveis.
 Podemos afirmar que o entendimento atual da promoção de saúde traz a ideia de responsabilização múltipla, pois envolve as ações do Estado com políticas públicas saudáveis, dos indivíduos, por meio de desenvolvimento de habilidades pessoais, do sistema de saúde, através da reorientação do sistema de saúde, e, ainda, de parcerias intersetoriais, ou seja, de diferentes setores da sociedade.
Segundo Arantes e Cols (2008), a promoção da saúde representa uma nova estratégia dentro da saúde e do campo social, que envolve a responsabilidade dos diferentes setores de governo na condução de processos voltados para o empoderamento e a autonomia dos indivíduos e comunidades, e a atuação sobre os determinantes sociais da saúde.
Prevenção de doenças
A prevenção orienta as ações de detecção, controle e enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades e tem como foco a doença e os mecanismos para combatê-la. Assim, ações preventivas definem-se como intervenção orientada a evitar o surgimento de doenças específicas, a fim de eliminar ou reduzir sua ocorrência nas populações.
As ações de promoção da saúde são bem mais complexas e têm como foco melhorar a saúde, promovendo mudanças nas condições de vida e de trabalho, facilitando o acesso da população às escolhas saudáveis. Ex: Educação sobre alimentação saudável e práticas de atividade física regular.
Já as ações de prevenção visam proteger os indivíduos e populações de doenças específicas. Ex: Na prevenção primária de câncer de colo de útero, são adotadas como medidas o uso de preservativo e vacinação para o papilomavírus humano (HPV), a fim de diminuir o risco de contágio, uma vez que o vírus está associado ao desenvolvimento desse tipo de câncer.
Em 2006, no Brasil, foi instituída a Política Nacional de Promoção da Saúde com o objetivo de promover a qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes (modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais).
A Política Nacional de Promoção da Saúde sugere que sejam implantadas ações intersetoriais e de mobilização de parceiros na rede de atenção básica à saúde e na comunidade, a fim de facilitar as opções individuais, qualificar o cuidado coletivo e reduzir as desigualdades na distribuição dos equipamentos públicos destinados à população em geral, ampliando a oferta de equipamentos em especial para a população de baixa renda.
Dentre as ações propostas pela Política Nacional de Promoção da Saúde, estão: 
A alimentação saudável, 
Prática corporal e atividade física, 
Prevenção e controle do tabagismo, 
Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, 
Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, 
Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz,
Promoção do desenvolvimento sustentável.
Promoção da alimentação saudável
A promoção de práticas alimentares saudáveis está inserida no contexto da adoção de estilos de vida saudáveis.
Segundo os princípios da alimentação saudável, todos os grupos de alimentos devem compor os hábitos alimentares, e uma alimentação adequada deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais.
Dentre as recomendações específicas sobre alimentação:
Manter o equilíbrio energético e o peso saudável;
Limitar a ingestão energética procedente de gorduras;
Substituir as gorduras saturadas por insaturadas e eliminar as gorduras trans (hidrogenadas);
Aumentar o consumo de frutas, legumes, verduras, cereais integrais e leguminosas (feijões);
Limitar a ingestão de açúcar livre;
Limitar a ingestão de sal (sódio) de toda procedência e consumir sal iodado.
Promoção de atividade física
A prática de atividade física aliada à alimentação saudável promove redução no peso corporal, aumenta a perda de gordura, preserva a massa magra e diminui o depósito de gordura visceral.
É importante ressaltar que a atividade física é considerada como qualquer movimento realizado pelo sistema esquelético com gasto de energia, o que sugere a adoção de hábitos mais ativos em pequenas modificações do cotidiano.
Dentre os benefícios da atividade física, temos:
Melhora da capacidade cardiovascular e respiratória;
Melhora do perfil lipídico, da pressão arterial em hipertensos, da tolerância a glicose e da ação da insulina;
Melhora do sistema imunológico;
Melhor funcionamento corporal e preservação da independência de idosos;
Redução no risco de desenvolver diabetes, hipertensão, câncer de colón e de mama;
Redução no risco de morte por doenças cardiovasculares;
Prevenção da osteoporose;
Aumento da força muscular; 
Melhoria do nível de saúde mental, com diminuição da depressão e alívio do estresse; 
Aumento do bem-estar e da autoestima; 
Correlações favoráveis com redução do tabagismo e do consumo de álcool e drogas.
 O Programa Academia de Saúde, lançado pelo Ministério da Saúde em 2011, surgiu embasado nos resultados positivos de iniciativas regionais promovendo a atividade física como ação para o enfrentamento ao sobrepeso e obesidade, em praças, parques e espaços públicosconstruídos para as práticas de atividade física e corporais.
 O Programa tem como finalidade promover práticas corporais e atividade física, alimentação saudável, lazer, modos saudáveis de vida e produção do cuidado, por meio de ações que respeitem a identidade cultural dos territórios locais. Não é um serviço isolado, por estar vinculado às Unidades Básicas de Saúde, integra as linhas de cuidado e permite atenção e cuidado integral aos usuários, de forma que idosos, gestantes, crianças possam participar de atividades físicas e práticas corporais, tendo sua situação de saúde monitorada, o que permite às equipes de saúde responsáveis pelos cuidados acompanharem o estado físico, social e emocional dos usuários e suas famílias.

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