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BRASÍLIA-DF 2019 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA LAURA BANDEIRA DE SOUZA A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS NA ATUAL CONJUNTURA ECONÔMICA DEMONSTRADO ATRAVÉS DA TEORIA DE MARKOWITZ BRASÍLIA-DF 2019 LAURA BANDEIRA DE SOUZA A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS NA ATUAL CONJUNTURA ECONÔMICA DEMONSTRADO ATRAVÉS DA TEORIA DE MARKOWITZ Trabalho Final da matéria de Introdução ao Mercado Financeiro Curso de Ciência Econômicas Professora: Prof. Dr. Daisy Assmann Lima Resumo A análise de investimentos na atual conjuntura econômica demonstrado através da teoria de Markowitz. Conhecer do Sistema Financeiro Nacional (SFN), os importantes órgãos de competência e a reflexão da política econômica sobre os ativos financeiros e as proposições de investimento dos fundos de investimento. Determinar a aplicabilidade da Caderneta de Poupança em razão da taxa Selic e a mudança de paradigma sobre o Tesouro Direito a partir da publicidade e informatização dos canais do mercado financeiro com objetivo de busca de novas fontes de recursos. Palavras-chave: investimento; Markowitz; mercado-financeiro; sistema-financeiro-nacional; Pinheiro; Bodie; Assaf Neto; notas comerciais; debêntures; ações; Tesouro Direto; taxa-Selic. Abstract The investment analysis inside the actual economic conjecture shown through Markowitz’s theory. Knowledge about Sistema Financeiro Nacional (SFN), National Financial System (NFS), the important organs of competence and the reflexion of economic politics on financial securities and propositions of investment on funds of investment. Determine the applicability of savings account in reason of Selic1 tax and change of paradigm about Brazilian Bonds (Tesouro Direto) from advertising and computerization of financial market channels with the objective to search for news resource sources. Keywords: investment; Markowitz; financial market; Pinheiro; Bodie; Assaf Neto; commercial papers; debentures; stock-market-shares; Tesouro Direto; taxa-Selic. 1 Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) Introdução Em contribuição a análise financeira e resolução de projetos de carteira de investimentos a possíveis clientes, este estudo propõe a revisão da teoria de Markowitz, proposta pela professora Daisy Assmann Lima como avaliação final ao ensino traçado nas unidades de Introdução ao Mercado Financeiro, com base no livro Mercado de Capitais de Juliano Lima Pinheiro. Na análise de investimentos deste estudo também se utilizou outras bibliografias, assumidas pela professora nas unidades subsequentes e pesquisadas. Também, procurou-se pesquisas sobre reportagens analíticas quanto ao clima do mercado financeiro, análises históricas da crise de 2008 e políticas econômicas adotadas pelo governo brasileiro e a gestão de empresas estatais. Apesar da bibliografia tratar de diversas teorias e adentrar no mercado financeiro, este estudo apenas pincela sobre a teoria de Markowitz e revisar atribuições do Sistema Financeiro Nacional brasileiro e seus órgãos competentes em relação ao investidor. Enquanto sobre a gestão patrimonial, o artigo é influenciado por Higgins, quanto as ideias e por Gitman, em atualização dos diversos estudos estabelecidos. Apesar de um relativo trabalho final, este artigo possui caráter determinante a proposta de iniciação científica e traça novo rumo a relação dos investidores com o mercado financeiro. O Sistema Financeiro Nacional pode ser entendido como um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam, em última análise, transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. (ASSAF NETO, 2018, p. 39) O SFN é o ambiente que o mercado brasileiro intermedia e capta recursos, principalmente, às empresas. O processo da intermediação financeira funciona por meio da transferência de recursos entre ofertadores e tomadores. Para realizar essa transferência, cumprem-se as seguintes funções: a) gestão do sistema de pagamentos na economia; b) responsabilidade fiduciária perante os ofertadores; c) gestão entre ativos/passivos, reduzindo os riscos de liquidez, preços e créditos; d) compatibilização dos prazos entre agentes superavitários e deficitários; e) aumento da eficiência do sistema todo, alocando os recursos nos melhores projetos. (PINHEIRO, 2016, p. 25) Os agentes superavitários exclusivos a continuidade do mercado financeiro, pois, segundo Pinheiro (2016, p. 36), são poupadores, definido por Assaf Neto (2018, p. 5), ato indispensável à rotatividade do mercado financeiro, essencial ao desenvolvimento do sistema financeiro. E determinantes quanto ao desenvolvimento econômico apresentado. A poupança é acumulada através da renda, definida por Assaf Neto (2018, p. 5) As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, de alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital investido, e assim por diante. (ASSAF NETO, 2018, p. 5) Entre janeiro e agosto de 2019, os fatos que se tornaram notícia no Brasil e no mundo impactam veemente o mercado financeiro brasileiro. Ao investidor é fato dizer que acompanhar cada mudança foi crucial ao ganho efetivo em sua carteira de investimentos. Mudanças que podem interferir no processo interpretativo e levar ao investidor ao erro. Com a entrada do novo governo brasileiro, questões de matéria econômica sofreram impactos - a IBOVESPA chegou a ultrapassar os 100.000 (cem mil pontos). Em 2 de janeiro de 2019, quarta-feira, a bolsa de valores apontava, no fim do dia, a 91.478,84 (noventa e um mil quatrocentos e setenta e oito e oitenta e quatro centésimos) pontos, e em 1º de agosto, quinta-feira, a 104.005,69 (cento e quatro e cinco e sessenta e nove centésimos) pontos, uma valorização de, aproximadamente, 13,7% (treze e sete décimos porcento), segundo a B3 (2019). O demonstrativo, somente exemplificativo, dinâmico quanto a atuação do governo brasileiro no desenvolvimento econômico. Certas implementações, deram ao cidadão médio prerrogativas de entrar no mercado de capitais, anteriormente, fatos concernentes, exclusivamente, àqueles que possuíam patrimônio, atualmente rege uma gama destes. Após ter passado por um período de forte crescimento induzido por abertura, privatização e estabilização na década de 1990, o mercado de capitais brasileiro volta a perder expressão com a estagnação do mercado primário e a perda do dinamismo do mercado secundário, relegando-o a parcela irrelevante da formação de capital fixo. Dessa forma, o número de empresas listadas na Bovespa reduziu-se e os negócios da Bovespa ficaram concentrados. (PINHEIRO, 2016, p. 186) Além disso, o mercado era extremamente concentrado com poucas empresas representando quase a totalidade dos negócios em bolsa. Em uma comparação internacional com 41 países quanto ao volume de transações no período de 1996 a 1998 (segundo a World Federation of Exchange), a Bovespa ocupa a sexta posição dentre as mais concentradas da amostra. O volume de transações dos 5% correspondentes às maiores empresas representa 76% do valor transacionado total. (PINHEIRO, 2016, p. 188) A poupança é a parcela da renda economizada pelos agentes econômicos que não foi consumida na aquisição de bens e serviços. É a postergação da capacidade de consumo diante de uma expectativa de maiores dispêndios no futuro. Na avaliação da poupança, costuma-se incluir, também, a parcela da renda gerada, mas que não foi transferida financeiramente para seus proprietários.Por exemplo, os lucros retidos pelas empresas. (ASSAF NETO, 2018, p. 5) A justificativa para o desenvolvimento do sistema financeiro é que, em determinado momento, algumas unidades econômicas gastam menos do que recebem e adiam temporariamente seu consumo (poupam), e outras, pelo contrário, gastam acima de seus ingressos, antecipam seus consumos e devem solicitar recursos emprestados no mercado. (PINHEIRO, 2016, p. 36) Determinantes da gestão de patrimônio. Os serviços de gestão de patrimônio no mercado internacional abrangem um amplo conjunto de atividades de apoio ao investidor. Entre elas, podemos destacar: planejamento tributário de seus investimentos e atividades; planejamento sucessório de suas empresas; seleção personalizada de investimentos. (BRITO et al, 2007, p. 20) Investimento representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas). O investimento pode ocorrer em bens de capital (máquinas, equipamentos etc.), denominado formação bruta de capital fixo, e em estoques. (ASSAF NETO, 2018, p. 5) Em resumo, esta economia é utilizada como o recurso por um agente econômico, captada por uma instituição financeira. Quando este recurso está em aberto no mercado, chamado de investimento, determinado por Assaf Neto (2018, p. 5). O investimento, atribuído a um investidor, formaliza-se através de sua carteira. Investimento representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas). O investimento pode ocorrer em bens de capital (máquinas, equipamentos etc.), denominado formação bruta de capital fixo, e em estoques. (ASSAF NETO, 2018, p. 5) Os agentes superavitários que desejam aplicar suas poupanças para maximizar ganhos recorrem ao mercado financeiro, investindo suas economias em títulos para receber ganho ao final de determinado período. Essa oferta de recursos pelos superavitários irá financiar as necessidades dos deficitários, que buscam o mercado financeiro para obter crédito para complementar sua renda. (PINHEIRO, 2016, p. 84) Nas negociações entre agentes superavitários e deficitários, nem sempre existe a coincidência das necessidades de montantes, ou seja, nem sempre o montante que os ofertadores conseguem acumular é igual às necessidades dos demandantes de recursos. Como os intermediários financeiros captam recursos de vários ofertadores, obtêm volumes suficientes para a redistribuição desses recursos segundo as necessidades de cada um de seus clientes demandantes e, com isso, solucionam o problema de incompatibilidade de magnitudes entre os agentes. (PINHEIRO, 2016, p. 30) Ao investidor, é importante dizer que há meios, sobre determinado investimento, plausíveis e que garantem a efetiva distribuição de um valor mobiliário. Estes meios são regulamentados, no Brasil, pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN), chamados de instrumentos financeiros. Eles são constantemente aplicáveis e reverberam sobre as empresas nacionais a captar recursos e gerar lucro ao investidor, segundo Pinheiro (2016, p. 25) A carteira de um investidor nada mais é que um conjunto de ativos de investimento. Assim que a carteira é criada, ela é atualizada ou “rebalanceada” por meio da venda dos títulos existentes e da utilização dos rendimentos na compra de novos títulos, do investimento em fundos adicionais para aumentar o tamanho geral da carteira ou da venda de títulos para diminuir seu tamanho. (BODIE et al, 2015, p. 8) Esse contexto de seleção de carteira de investimentos de um investidor é convencionalmente definido como gestão por alocação de ativos e envolve procedimentos muito diferentes da gestão de um fundo de investimentos. (BRITO, 2007, p. 20) O PROCESSO DE SELEÇÃO de uma carteira devesse ser dividido em dois estágios. O primeiro estágio começa com a observação e experiência e términos com crenças sobre as performances de seguros disponíveis. O segundo estágio começa com as crenças relevantes sobre performances e términos com a escolha da carteira.2 (MARKOWITZ, 1952, p. 77) Ainda, segundo Bodie et al (2015, pp. 2, 8), estes ativos são financeiros, pois visam reivindicar direitos sobre ativos reais, ou seja, toda a estrutura determinada pela capacidade produtiva de uma sociedade, a sua riqueza material. Os investidores, quanto a formação da carteira, procuram fazer a alocação dos ativos e a escolha dos títulos. A alocação de ativos abrange a decisão sobre a porcentagem da carteira alocada a ativos seguros, como títulos de conta bancária ou do mercado monetário, em contraposição a ativos de risco. Infelizmente, muitos observadores, mesmo aqueles que oferecem conselhos financeiros, parecem equiparar incorretamente economia (poupança) com investimento seguro. (BODIE et al, 2015, p. 8) E assim retoma a Brito (2007, p. 20), quanto a estrutura de gestão patrimonial. A seleção personalizada de investimentos é conduzida considerando-se as grandes classes de ativos no mercado internacional e suas projeções de retorno e risco, obtidas a partir de cenários econômicos globais. (BRITO et al, 2007, p. 20) Por exemplo, veja um breve trecho do site da Comissão de Valores Mobiliários. “Suas ‘economias’ normalmente são colocadas nos lugares ou produtos mais seguros [...]. Quando você ‘investe’, você tem uma probabilidade bem maior de perder seu dinheiro do que quando você ‘economiza’.” Essa afirmação não é correta: sua carteira de investimentos pode ser investida em ativos seguros ou de risco e suas economias em qualquer período são simplesmente a diferença entre renda e consumo. (BODIE et al, 2015, p. 8) O conceito de risco pode ser entendido de diversas maneiras, dependendo do contexto da pessoa que o está avaliando. Exemplos: risco aéreo, para uma companhia seguradora; risco de contrair uma doença, para uma pessoa qualquer; o risco do insucesso de um negócio, para o empresário; e assim por diante. Em verdade, o risco é interpretado pelo nível de incerteza associado a um acontecimento (evento). (ASSAF NETO, p. 267) O risco é a soma do risco sistemático e do risco não-sistemático, segundo Assaf Neto (2018, p. 267). O risco sistemático é inerente a todos os ativos negociados no mercado, sendo determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Cada ativo comporta-se de 2 THE PROCESS OF SELECTING a portfolio may be divided into two stages. The first stage starts with observation and experience and ends with beliefs about the future performances of available securities. The second stage starts with the relevant beliefs about future performances and ends with the choice of portfolio. forma diferente diante da situação conjuntural estabelecida. Não há como se evitar totalmente o risco sistemático, sendo indicada a diversificação da carteira de ativos como medida preventiva para redução desse risco. (ASSAF NETO, 2018, p. 267) O risco definido por não sistemático (ou diversificável) é identificado nas características do próprio ativo, não se alastrando aos demais ativos da carteira. É um risco intrínseco, próprio de cada investimento realizado, e sua eliminação de uma carteira é possível pela inclusão de ativos que não tenham correlação positiva entre si. Por exemplo, as carteiras diversificadas costumam conter títulos de renda fixa e de renda variável, os quais são atingidos de maneira diferente diante de uma elevação dos juros da economia; ações de empresas cíclicas (montadoras de veículos, construção civil etc.), de maior risco, costumam compor carteiras com ações de negócios mais estáveis (menoscíclicos), diante das flutuações da conjuntura econômica, como indústrias de alimentos; e assim por diante. (ASSAF NETO, 2018, p. 267) O conceito de correlação visa explicar o grau de relacionamento verificado no comportamento de duas ou mais variáveis. Quando se trata unicamente de duas variáveis, tem- se a correlação simples. Quando se relacionam mais de duas variáveis, tem-se a correlação múltipla. Esse item volta-se ao estudo da correlação simples, ou seja, do comportamento simultâneo de duas variáveis. (ASSAF NETO, 2018, p. 125) Assim, a correlação entre duas variáveis indica a maneira como elas se movem em conjunto. A quantificação desse relacionamento é obtida estatisticamente por meio do coeficiente de correlação, que pode variar de +1 a –1. (ASSAF NETO, 2018, p. 125) Fonte: Assaf Neto (2018, p. 267) Como Bodie et al (2015, p. 8), afirma, é alarmante a frase do site da CVM, claramente refutada, pois, quanto ao risco, o estudo que um agente de investimento atribui a este, em relação ao retorno esperado, é fundamentado. Quanto aos conceitos a serem apresentados, é possível diminuir o risco. A mensuração do risco de um investimento processa-se geralmente por meio do critério probabilístico, o qual consiste em atribuir probabilidades – subjetivas ou objetivas – aos diferentes estados de natureza esperados e, em consequência, aos possíveis resultados do investimento. Dessa maneira, é delineada uma distribuição de probabilidades dos resultados esperados e mensuradas suas principais medidas de dispersão e avaliação do risco. (ASSAF NETO, 2018, p. 267) A probabilidade objetiva pode ser definida a partir de séries históricas de dados e informações, frequências relativas observadas e experiência acumulada no passado. A probabilidade subjetiva, por seu lado, tem como base a intuição, o conhecimento, a experiência do investimento e, até mesmo, um certo grau de crença da unidade tomadora de decisão. (ASSAF NETO, 2018, p. 267) Durante a avaliação de investimentos, o investidor deve estar atento a linha de mercado que Higgins (2014, p. 304) descreve como uma linha reta num gráfico risco/retorno, numa relação diretamente proporcional, ou seja, quanto maior a oportunidade de retorno, maior o risco inserido. Quando uma instituição financeira faz a avaliação, procura-se não estabelecer o valor entre retorno e risco. Pelo contrário, a avaliação de investimentos é uma tarefa bidimensional, que envolve o equilíbrio entre risco e retorno. (HIGGINS, 2014, p. 304) Em termos gerais, o risco de um investimento apresenta dois aspectos: a dispersão dos possíveis retornos de um investimento e a correlação desses retornos com aqueles disponíveis em outros ativos. (HIGGINS, 2014, p. 305) A análise de títulos consiste na avaliação dos títulos específicos que podem ser incluídos na carteira. (BODIE et al, 2015, p. 9) O retorno pode ser entendido com um ganho (ou perda) de um investimento definido para certo período de tempo. Podem ser computados dois tipos de retorno: discreto e contínuo. (ASSAF NETO, 2018, p. 268) O retorno discreto (ou simples) é calculado de forma mais intuitiva, mas simples de ser operado e apresenta aplicação generalizada nas diversas operações financeiras. (ASSAF NETO, 2018, p. 268) O retorno contínuo (ou geométrico, logarítmico) pressupõe uma capitalização indeterminada. É usado em alguns modelos de avaliação mais sofisticados, como precificação de opções. (ASSAF NETO, 2018, p. 268) A contribuição de Benjamin Graham, quando ao seu modelo de investimento, dá início a análise fundamentalista, segundo Pinheiro (2018, p. 471), e apresenta, diante de um momento histórico de 1929, uma solução conservadora em almejo a boa rentabilidade. Ele decorreu ao valor intrínseco da ação, não somente especulativo. Predecessores de Graham, como Markowitz, segundo Pinheiro (2016, p. 471), ganharam destaque ao estabelecer a correlação entre risco e retorno, o que difere da relação mínima risco × retorno. A carteira de investimentos, segundo o estudo de Markowitz (1952, p. 77), ilustra a propensão do risco de cada ativo, não a média de riscos. A carteira com o máximo esperado não é necessariamente aquela com a variação mínima. Há uma taxa que o investidor pode ganhar o retorno esperado ao tomar na variação, ou variação reduzida ao desistir do retorno esperado. (MARKOWITZ, 1952, p. 79)3 A redução do risco para níveis extremamente baixos no caso de fontes de risco independentes algumas vezes é chamada de princípio do seguro, em virtude da ideia de que uma seguradora depende da diminuição de risco por meio da diversificação, quando emite várias apólices contra várias fontes de risco independentes, cada uma delas sendo uma pequena parte da carteira geral da empresa. (BODIE et al, 2015, p. 180) Quanto a análise, se definiu os determinantes conjunturais de uma ação: a longevidade empresarial, o faturamento, a relação entre o preço de mercado/valor contábil, o preço da ação/lucro da ação e a rentabilidade, segundo Pinheiro (2016, p. 476), a partir dos estudos de Graham. A análise fundamentalista, segundo Pinheiro (2016, p. 478), atravessa três etapas em identificação do investimento: pesquisa; transformação das informações em ideias de investimento; comunicação das ideias. Na etapa de pesquisa, a partir do que determina em Pinheiro (2016, p. 478), ao se utilizar das informações coletadas a respeito das empresas se determina o descrito na bolsa de valores e o impacto daquela informação, amparado aos investidores. Um aspecto relevante da teoria do portfólio é que o risco de um ativo mantido fora de uma carteira é diferente de seu risco quando incluído na carteira. No estudo da diversificação, 3 The portfolio with maximum expected return is not necessarily the one with minimum variance. There is a rate at which the investor can gain expected return by taking on variance, or reduce variance by giving up expected return. o risco de um ativo é avaliado pela sua contribuição ao risco total da carteira. Elevando-se, de maneira diversificada, o número de títulos em uma carteira, é possível promover-se a redução de seu risco, porém a uma taxa decrescente. A partir de um determinado número de títulos, a redução do risco praticamente deixa de existir, conservando a carteira, de forma sistemática, certo nível de risco. (ASSAF NETO, 2018, p. 281) A partir dos valores esperados e riscos calculados para as diversas combinações possíveis da carteira, deverá o investidor, considerando sua curva de indiferença, isto é, seu grau de aversão ao risco, eleger a melhor combinação possível de ativos de forma a atender satisfatoriamente a sua expectativa com relação ao dilema risco e retorno presente nas decisões de investimento. (ASSAF NETO, 2018, p. 284) As mudanças ocorridas no cenário mundial, principalmente nos campos econômico e tecnológico, expressam a necessidade de uma melhor adaptação dos mercados financeiros a esse novo contexto. Mesmo em sistemas de livre iniciativa vem crescendo a percepção da necessidade de um conjunto de regras e procedimentos orientados para oferecerem maior segurança e qualidade nas operações com produtos financeiros. (ASSAF NETO, 2018, p. 56) A entidade supervisora, no Brasil, à captação de recursos é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No mercado, este corresponde às características institucionais e de oferta e demanda, claramente, atribuíveis em resoluto pelo órgão normativo, o Conselho Monetário Nacional, instruído por esta, ao qual, mantém o equilíbrio financeiro, segundo Pinheiro (2016, p. 60) A Comissão de Valores Mobiliários constitui órgão integrante do subsistema normativo do mercado de valoresmobiliários. É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, tendo assumido plenamente as suas funções em 6 de abril de 1978, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover a expansão, o desenvolvimento e o funcionamento eficiente do mercado de valores mobiliários, sob a orientação do Conselho Monetário Nacional. (PINHEIRO, 2016, p. 60) Os principais mercados de ações no Brasil eram Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), antes de 26 de março de 2008, com a fusão das duas na BM&FBovespa. Atualmente, com fusão da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP S.A.) e a BM&FBovespa na B3, que se tornou o quinto maior mercado de capitais do mundo em 22 de março de 2017, com aprovação da CVM e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), segundo Azevedo (2019). A Cetip é o local em que se custodiam, registram e liquidam financeiramente as operações feitas com todos os papéis privados e os títulos estaduais e municipais que ficaram fora das regras de rolagem. (PINHEIRO, 2016, p. 76) Com a fusão, as atribuições da Cetip passaram a ser implementadas pela B3. Segundo as Leis no 6.385/76 e no 10.303/01, os valores mobiliários são todo investimento em dinheiro ou em bens suscetíveis de avaliação monetária, realizado pelo investidor em razão de uma captação pública de recursos, para fornecer capital de risco a um empreendimento, em que ele, o investidor, não tem ingerência direta, mas do qual espera obter ganho ou benefício futuro. (PINHEIRO, 2016, p. 208) A atratividade de investimento tanto das obrigações quanto das ações deve ser avaliada, mas a avaliação das ações é bem mais difícil porque seu desempenho normalmente é muito mais suscetível à situação da empresa emissora. (BODIE et al, 2015, p. 9) A escolha da carteira mais atraente na reta definida por Z, também conhecida por reta do mercado de capitais, é função das preferências pelo risco demonstrada pelos investidores. Quanto maior a aversão ao risco, mais à esquerda de M se localiza a carteira escolhida. Maior indiferença pelo risco, por outro lado, revela interesse por carteiras identificadas à direita de M. Pelas curvas de indiferença apresentadas [...], pode-se sugerir que o investidor S, que apresenta maior propensão ao risco, escolheria provavelmente uma carteira situada à direita da carteira M. (ASSAF NETO, 2018, p. 297)c Fonte: ASSAF NETO (2018, p. 298) As aplicações financeiras dividem-se em dois grupos básicos: renda fixa e renda variável. A renda fixa compreende fundos de investimento, títulos e valores mobiliários com rendimentos estabelecidos (especialmente juros). Os principais exemplos são os títulos públicos e os títulos privados financeiros e corporativos. A renda variável compreende fundos, títulos e valores mobiliários com rendimento futuro desconhecido e variação do valor do principal. Os principais exemplos são as ações. (GITMAN, 2010, p. 225) Os títulos de renda fixa definem, em sua emissão, as condições de negociação, como a taxa de juros prometida, prazo de emissão, forma de pagamento dos juros (ao final ou em parcelas periódicas) etc. (ASSAF NETO, 2018, p. 185) Os rendimentos de renda fixa são ainda divididos entre pré-fixados e pós-fixados. No primeiro caso, o aplicador sabe previamente o valor total (nominal) de sua aplicação ao final do período. (GITMAN, 2010, p. 225) Embora geralmente as obrigações prometam um fluxo fixo de renda, esse fluxo não está livre de riscos, a não ser que o investidor consiga ter certeza de que o emissor não ficará inadimplente. (BODIE et al, 2015, p. 413) Os principais riscos a que um investidor está exposto ao adquirir estes títulos são: oscilações nas taxas de juros de mercado; inadimplência do emitente; liquidez do mercado; oportunidades de reinvestimento dos fluxos de caixa recebidos pelo investidor. (ASSAF NETO, 2018, p. 185) Segundo dados da B3 (2019): em 18 de maio de 2007, ações do Banco do Brasil, a BBAS3, chegaram ao ápice a valer 81,99, em contraposição aos 13,00, em 22 de janeiro de 2016, uma queda de, aproximadamente, 84%. Como exemplo a Petrobrás que, com base na B3 (2019): em 29 de maio de 2008, as ações da Petróleo Brasileiro, PETR4, chegaram a valer 50,99 e em 22 de janeiro de 2016, quase 8 anos depois, passaram a valer 4,41, uma queda 91%, aproximadamente. A respeito da confiabilidade, como exemplo, com base na B3 (2019): quinta, dia 24 de janeiro de 2019, as ações da Vale S.A., VALE3, começaram a valer 56,15, antes do rompimento da barragem de Brumadinho. Na próxima semana, segunda-feira, dia 28 de janeiro de 2019, após o rompimento que aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019, já estavam valendo 42,36, uma queda de quase 25% no preço das ações da multinacional. O Tesouro Nacional criou, junto com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), uma plataforma de negociação de títulos públicos acessível pela internet, denominada de Tesouro Direto. (ASSAF NETO, 2018, p. 180) E está atribuído a taxa Selic. A taxa Selic é tratada como a taxa básica de juros da economia brasileira, servindo de referência para a formação dos juros de mercado. A taxa Selic é fixada periodicamente (meta para a taxa) pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central. (ASSAF NETO, 2018, p. 63) O Comitê de Política Monetária realiza reuniões periódicas visando avaliar a economia e calibrar os instrumentos de política monetária. Ao final de cada reunião é informada ao mercado a meta da taxa Selic, a vigorar até a próxima reunião ordinária do Comitê. Junto com a taxa pode também ser divulgado um eventual viés, de subida ou descida dos juros, que representa um poder concedido ao presidente do Banco Central para modificar a taxa meta Selic em qualquer momento que julgar conveniente, antes da próxima reunião ordinária. Essa prerrogativa de modificar a meta da taxa de juros entre as reuniões é usada normalmente diante de expectativas de eventos novos e relevantes na conjuntura econômica. (ASSAF NETO, 2018, p. 65) Os títulos públicos são títulos de renda fixa, podendo o investidor avaliar seu rendimento no momento da aplicação, diferentemente do investimento em ações, por exemplo. É uma alternativa de investimento mais conservadora, oferecendo menor risco, principalmente se comparada com o mercado de renda variável, que convive com mais alta volatilidade. É considerada como a alternativa de menor risco na economia, tendo garantia do Tesouro Nacional. (ASSAF NETO, 2018, p. 180). A minimização dos riscos dos títulos de renda fixa é feita pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Esse fundo é uma associação civil sem fins lucrativos (portanto, não é do governo) que tem por objetivo dar garantia de crédito em nome de instituições financeiras e associações de poupança e empréstimo. (PINHEIRO, 2016, p. 98) Quanto a FGC, atualmente, em contraposição a Pinheiro (2016, p. 98), o anexo II à resolução nº 4.222, de 22 de maio de 2013, CMN determinou a garantia do total de créditos de uma pessoa quanto às instituições associadas de até R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) aos títulos de renda fixa para limitar os riscos e oferecer melhor estabilidade ao investidor. Pela alteração do § 3º, art. 2º da resolução 4.222, através da resolução n° 4.620 do CMN, o total de crédito é garantido o valor de até R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), em um período de quatro anos consecutivos. A taxa Selic é importante a referência desta com o Tesouro Direto e a Caderneta de Poupança, pois é conhecido com a primeira barreira de investimento. No Brasil, a principal e predominante proposta de investimentoé a Caderneta de Poupança, de acordo com Assaf Neto, 2018, p. 172), principalmente entre os mais conservadores. Entretanto, o Tesouro Direto ganha destaque pela gratuidade, acessibilidade e diferencial quanto a Selic. A caderneta de poupança é a aplicação mais popular do mercado financeiro brasileiro. Tem como atrativos a possibilidade de se aplicar qualquer valor (não há exigência de um capital mínimo investido), liquidez imediata para o depositante, isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas e baixo risco. Os saldos aplicados são garantidos, até determinado valor, pelo governo. (ASSAF NETO, 2018, p. 172) A remuneração atual da caderneta de poupança é TR (Taxa Referencial) mais 0,5% ao mês. Caso a taxa Selic seja igual ou menor que 8,5% a.a., os rendimentos da Poupança serão calculados em 70% da taxa Selic mais a variação da TR (taxa referencial de juros). (ASSAF NETO, 2018, p. 172) Após decisão do Copom do dia 31 de agosto de 2019, a taxa Selic está em 6% a.a., em consequência, a Caderneta de Poupança agora está em 4,2% + TR, ou 4,7% ao ano. Diferente do Tesouro Direto, em que atribui 100% da taxa Selic, segundo Taiar (2019) e a dedução quanto os dados associada a taxa Selic, quanto por Assaf Neto (2018, p. 172), quanto pela lei nº 8.177 (BRASIL, 2019), de 1º de março de 1991, no art. 12, inciso II, alínea a e b, alterado pela medida provisória nº 567 (BRASIL, 2019), de 2012, de 3 de maio de 2012, e transformado na lei nº 12.703 (BRASIL, 2019). O processo de lançamento inicial de ações junto ao mercado, conhecido como IPO (Initial Public Offering, termo em inglês que significa oferta pública inicial de ações), é o mecanismo pelo qual uma companhia aberta realiza a primeira colocação pública de ações na bolsa de valores. (PINHEIRO, 2016, p. 282) A abertura de capital é justificada, principalmente, pela necessidade sentida pelas empresas de aporte de recursos permanentes visando financiar novos projetos de investimentos, e promover o crescimento e a modernização de suas atividades. A abertura de capital implica, ainda, a transformação da empresa em uma Sociedade Anônima (S.A.), tendo suas ações listadas na Bolsa de Valores e negociadas no mercado. (ASSAF NETO, 2018, p. 218) A colocação de ações no mercado pode ocorrer tanto pela emissão de novas ações pela empresa, como pela oferta pública de ações detidas por um investidor. Para ter ações negociadas no mercado, a sociedade deve, em primeiro lugar, ser registrada como “Companhia Aberta” junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (ASSAF NETO, 2018, p. 218) O lançamento público de novas ações, conhecido também por underwriting, é uma operação na qual a sociedade emitente coloca seus valores mobiliários no mercado primário, mediante a intermediação de uma instituição financeira. Nesse esquema, a sociedade atrai novos sócios pela subscrição e integralização de novas ações (capital), cujos recursos financeiros são direcionados para financiar seu crescimento. (ASSAF NETO, 2018, p. 218) Debênture é um título emitido por uma sociedade anônima, previamente autorizado pela CVM, com a finalidade de captar recursos de médio e de longo prazo, destinados normalmente a financiamento de projetos de investimento ou alongamento do perfil do passivo. Caracteriza- se como um título de valor mobiliário, com remuneração baseada em taxas de renda fixa. (PINHEIRO, 2016, p. 230) As debêntures asseguram aos seus titulares um direito de crédito contra a companhia nas condições constantes da escritura de emissões e do certificado, havendo preferência quanto ao recebimento do capital aplicado. Prestam-se ao carregamento de recursos para o financiamento de capital fixo e de giro das empresas. (PINHEIRO, 2016, p. 230) As ações são títulos de participação negociáveis que representam parte do capital social de uma sociedade econômica, a qual confere ao seu possuidor o direito de participação em seus resultados. Podem ser consideradas um certificado ou título de propriedade, representativo das partes do capital social de uma sociedade econômica. O acionista é, portanto, proprietário de uma parcela da empresa correspondente ao número de ações que possui. (PINHEIRO, 2016, p. 98). Pinheiro (2016, p. 208) ainda destaca que: As ações são títulos de propriedade de uma parte do capital social da empresa que as emitiu. O investimento em ações outorga a seus proprietários uma série de direitos e responsabilidades. (PINHEIRO, 2016, p. 208) Basicamente, o acionista tem apenas uma obrigação: desde que tenha subscrito ações de um aumento de capital (a prova é o boletim de subscrição), é obrigado a integralizar sua parte no capital (isto é, pagar o valor das ações que subscreveu). Entretanto, no Brasil, a Lei no 6.404/76, que regulamenta o funcionamento das sociedades anônimas, lhe confere uma série de direitos, que nem o estatuto social nem a assembleia geral lhe podem tirar. (PINHEIRO, 2016, p. 208) Quanto aos direitos, o acionista adquire onze, são eles: 1) direito de participação de lucros; 2) direito de fiscalização; 3) direito à informação; 4) direito de preferência de subscrição de ações em aumento de capital; 5) direito de retirada; 6) direito de voto; 7) direito de indicação de membros do conselho de administração; 8) direito de requerer a convocação e o adiamento de assembleias gerais; 9) direito de participar de oferta pública por alienação de controle de companhia aberta; 10) direito de transmissão; 11) direito de propor ações indenizatórias em benefício da companhia, elencadas na Lei nº 6.404/76. (BRASIL, 2019) Segundo a CVM, fundos de investimento são condomínios constituídos com o objetivo de promover a aplicação coletiva dos recursos de seus participantes. São regidos por um regulamento e têm na assembleia geral seu principal fórum de decisões. (PINHEIRO, 2016, p. 99) O patrimônio do Fundo pertence aos próprios investidores que formaram um condomínio para aplicarem seus recursos no mercado. Os Fundos de Investimentos concentram investidores com perfis bastante próximos em relação aos objetivos e estratégias financeiras e grau de aversão a risco. (ASSAF NETO, 2018, p. 349) Os commercial papers são um tipo de nota promissória de curto prazo, emitido por sociedade por ações, destinada a oferta pública, colocada no mercado com desconto (deságio), a favor dos investidores ou com pagamento de juros periódicos. Constituem-se em um instrumento do mercado monetário e representam uma fonte de captação, pelas empresas, de recursos de curto prazo. Sua emissão é regulamentada pela CVM. (PINHEIRO, 2016, p. 235) Valores mobiliários que são chamados de notas comerciais, no art. 2º, VI, da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, alterado pela lei nº 10.303, BRASIL (2019), de 31 de outubro de 2001. Derivativos são instrumentos financeiros que se originam (dependem) do valor de um outro ativo, tido como ativo de referência. Um contrato derivativo não apresenta valor próprio, derivando-se do valor de um bem básico (commodities, ações, taxas de juros etc.). (ASSAF NETO, 2018, p. 314) Há os financeiros e os não financeiros, segundo Assaf Neto (2018, p. 314), com transação nos Mercados Futuros: o primeiro, se atribuem as relações de mercado, e o segundo, às relações de ativos financeiros aos ativos físicos. Os preços são ajustados livremente e negociados de forma diversa. Em vez dos próprios ativos serem negociados no mercado, os investidores apostam em seus preços futuros e, através de contratos assumem compromissos de pagamentos e entregas físicas futuras. (ASSAF NETO, 2018, p. 314) Os contratos de opções são uma sofisticação dos mercados de derivativos e, em especial, das operações a futuro.Pelo contrato de opções, o investidor assume o direito de adquirir ou vender certo ativo, pagando por isso um prêmio ao vendedor. (ASSAF NETO, 2018 p. 331) Swap é um acordo para troca de posição (ativa ou passiva) entre duas partes. Nas operações de swaps os investidores trocam posições de contratos financeiros para adequar sua exposição ao risco. Por exemplo, uma operação de swap pode prever a troca de uma taxa de juro prefixada por juros pós-fixados (atrelados ao CDI). (ASSAF NETO, 2018, p. 331) Desse modo, embora os determinantes fundamentais da taxa de juros real seja a propensão dos domicílios a economizar e a lucratividade esperada dos investimentos em capital físico, a taxa real pode ser afetada também por políticas fiscais e monetárias do governo. (BODIE et al, 2015, p. 106) Na prática, as decisões financeiras não são tomadas em ambiente de total certeza com relação a seus resultados. Em verdade, por estarem essas decisões fundamentalmente voltadas para o futuro, é imprescindível que se introduza a variável incerteza como um dos mais significativos aspectos do estudo das operações do mercado financeiro. (BODIE et al, 2015, 106) A emissão de títulos públicos apresenta dois grandes objetivos: financiar os déficits orçamentários do Governo e também servir como instrumentos de execução da política monetária. Ao vender títulos públicos no mercado, o Banco Central retira dinheiro de circulação, reduzindo a liquidez da economia. Na recompra desses títulos o efeito é inverso: a autoridade monetária eleva os meios de pagamento. (ASSAF NETO, 2018, p. 180) Ao lapidar o pensamento dos autores Dyckman e Morse, ASSAF NETO (2018, p. 266), identifica o mercado eficiente que pode ser definido por três características: mercado rápido, amplo e público. Não obstante, ele também averigua que, ao ponto do ideal, o mercado imperfeito, ou ineficiente, detém aspectos peculiares, quanto a sua análise. Nesse contexto de mercado de baixa eficiência, a preocupação principal está em avaliar se os modelos financeiros produzem resultados mais significativos. Os investidores atuam no mercado procurando tirar proveito econômico dos desvios temporários dos preços de certos ativos, na expectativa de seus valores voltarem a sua posição de equilíbrio. O ajuste dos preços a cada nova informação introduzida no mercado é dependente da capacidade de interpretação e amplitude de sua divulgação entre os participantes. (ASSAF NETO, 2018, p. 267) Quanto a análise de investimento, Higgins (2014, p. 258) descreve, quanto a avaliação financeira, três passos distintos: 1. Estimativa dos fluxos de caixa relevantes; 2. Cálculo de um indicador de valor para o investimento. 3. Comparação do indicador de valor com um critério de aceitação. A Estimativa dos fluxos de caixa relevantes atribuída por Higgins (2014, p. 258), traduz a Renda em si, ou seja, [...] se aproxima de uma arte e muitas vezes exige conhecimento profundo dos mercados, da posição competitiva e das intenções a longo prazo de uma empresa. (HIGGINS, 2014, p. 258) Um indicador de valor é um número que resume o valor econômico de um investimento. Um indicador de valor comum é a taxa de retorno. [...] a taxa de retorno traduz as complicadas entradas e saídas de caixa associadas a um investimento em um só número que resume o valor econômico do investimento em questão. (HIGGINS, 2014, p. 258) Um critério de aceitação, por outro lado, é um padrão de comparação que ajuda o analista a determinar se o indicador de valor de um investimento é atraente o bastante para justificar sua aceitação. (HIGGINS, 2014, p. 258) E ao investidor em a sua avaliação financeira é importante delimitar o limite a ser investido, ou seja, seu perfil. O perfil do investidor é indispensável na aplicação que é classificado quanto a renda, o patrimônio, o conhecimento do investidor sobre os produtos oferecidos e a tolerância a risco, conforme Assaf Neto (2018, p. 274) ao citar Gitman e Joehnk (2005) e conforme o Art. 1º da Instrução nº 539 (BRASIL, 2019, p. 1), de 13 de novembro de 2013, da CVM. Art. 1º As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de valores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do cliente. (BRASIL, 2019, p. 1) Segundo Assaf Neto (2018, p. 274), o perfil de investidor está relacionado a tolerância ao risco, classificado de: propenso, avesso ou indiferente quanto ao risco. O investidor propenso a risco é definido como aquele que procura focar suas decisões na taxa de retorno, aceitando propostas que prometem maiores ganhos, mesmo que incorra em maiores riscos. Por apreciarem o risco, esses investidores são muitas vezes conhecidos por “amantes do risco”, ou risk lover. Em algumas ocasiões, esse “amante” do risco exagera nas projeções de ganhos visando usufruir da satisfação de incorrer em maiores riscos; são capazes de reduzirem parte de seus ganhos para conviverem com riscos mais altos. (ASSAF NETO, 2018, p. 274) O investidor avesso a risco é tido como um conservador; troca retornos mais elevados pela segurança de seus investimentos. Sempre exige um retorno maior quando o risco aumenta. (ASSAF NETO, 2018, p. 274) Um investidor indiferente a risco mantém o retorno mesmo diante de mudanças no risco. Abre mão, em outras palavras, de uma compensação diante de um aumento no risco. Esse investidor coloca-se entre uma posição agressiva e conservadora. (ASSAF NETO, 2018, p. 274) A carteira de investimentos, também chamado de portifólio, em qualquer tipo de perfil, deve estar alocada na teoria de Markowitz (1952), quanto a ponderação dos riscos, através do estudo do desvio-padrão do retorno dos ativos e a participação ativa de cada ativo. O desvio- padrão de retorno (σP) é determinado pela equação: Fonte: Assaf Neto (2018, p. 281) Fonte: Assaf Neto (2018, p. 281) Observe que o desvio padrão de um portfólio de dois ativos não é obtido unicamente pela soma do desvio padrão de cada ativo ou, até mesmo, pela sua média aritmética ponderada. A expressão de cálculo considera também a covariância entre os ativos, de forma a expressar a contribuição da diversificação sobre o risco do portfólio. (ASSAF NETO, 2018, p. 281) A partir de formulações estatísticas, aplicado por Assaf Neto (2018, p. 125), a Coeficiente de Correlação (CORRX,Y) entre dois ativos determina-se pela relação entre a covariância (COVX,Y) e o produto dos desvios-padrão dos ativos (σX e σY). Após a simplificação da equação, chega-se à expressão geral de Markowitz. Fonte: Assaf Neto (2018, p. 127) A expressão geral de cálculo do risco (desvio padrão) de uma carteira contendo n ativos, baseando-se no modelo de portfólio desenvolvido por Markowitz, é a seguinte: (ASSAF NETO, 2018, 282) Fonte: Assaf Neto (2018, p. 282) Considerada a maior crise desde a quebra da Bolsa de New York em 1929, a crise financeira internacional afetou a todos os países. Iniciada em 2007, com a crise do subprime, a crise financeira internacional dos anos 2000 se desdobrou em duas grandes ondas: a primeira onda da crise derrubou os bancos em 2008, e a segunda onda da crise derrubou os governos em 2010. (PINHEIRO, 2018, p. 140) O valor das ações está sempre propenso a situações externalizadas, quanto a atuação e credibilidade da companhia investida. Desde a crise de 2008, por exemplo, situações repentinas no valor das ações que, demasiadamente, influenciam a relação do investidor com a empresa, de longa duração, por exemplo a Banco do Brasil S.A, segundo Pinheiro (2018, p. 140) Segundo dados da B3 (2019): em 18 de maio de 2007,ações da Banco do Brasil S.A, a BBAS3, chegaram ao ápice a valer 81,99, em contraposição aos 13,00, em 22 de janeiro de 2016, uma queda de, aproximadamente, 84%. E, como o mercado brasileiro de ações ainda é prematuro, situações na política ou desgastes do governo infringem habilmente sobre o preço das ações de empresas estatais brasileiras de renome mundial, por exemplo, a Petróleo Brasil S.A, Petrobrás, segundo Rogé (2019). A Petrobrás que, com base na B3 (2019): em 29 de maio de 2008, as ações da Petróleo Brasileiro, PETR4, chegaram a valer 50,99 e em 22 de janeiro de 2016, quase 8 anos depois, passaram a valer 4,41, uma queda 91%, aproximadamente. E quanto a confiabilidade, momentos oportunos em que a companhia gera graves problemas, quanto a gestão do ramo empregado, em que sofrem uma redução repentina no valor das ações, como a Vale S.A, tal qual, especificado por Mackenzie (2019). Quinta-feira, dia 24 de janeiro de 2019, as ações da Vale S.A., VALE3, começaram a valer 56,15, antes do rompimento da barragem de Brumadinho. Na próxima semana, segunda- feira, dia 28 de janeiro de 2019, após o rompimento que aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019, já estavam valendo 42,36, uma queda de quase 25% no preço das ações da multinacional. É importante registrar que a construção de um conjunto eficiente de carteiras de investimentos constituídas com vários ativos é perfeitamente possível de se efetuar na prática. Há diversos tipos de “softwares” disponíveis no mercado e que podem ser aplicados com boa eficiência no estudo de seleção de carteiras de investimentos em condições de risco. (ASSAF NETO, 2018, p. 293) Durante muitos anos, a associação entre bolsa de valores e a gritaria dos operadores era recorrente. No entanto, o chamado pregão viva voz foi extinto no final do ano de 2005, quando foi substituído por um sistema totalmente eletrônico, o Mega Bolsa. (PINHEIRO, 2014, p. 403) Em 2010, foi firmado um contrato de tecnologia com o CME Group segundo o qual as partes desenvolveram em conjunto uma nova plataforma eletrônica de negociação, o PUMA Trading System, que contempla sob uma mesma infraestrutura todos os segmentos de negociação existentes na BM&FBovespa, substituindo as antigas plataformas GTS e Mega Bolsa. (PINHEIRO, 2014, p. 403) E ao efetuar na prática, a B3 (2019) possui plataformas inteligentes (Rodapé: <http://www.b3.com.br/pt_br/solucoes/plataformas/gestao-de-risco/>), na análise de riscos, como a LINE 5.0 e serviços oferecidos na B3, como o Margin Simulator (Rodapé: Simulador de Margem). O LINE 5.0 é uma ferramenta integrada à plataforma de negociação (PUMA) que permite aos participantes de negociação estabelecerem limites de pré-negociação e acompanharem os comitentes operando nos mercados administrados pela B3, independentemente da forma de acesso (DMA, Mesa ou Assessor). (B3, 2019) Conclusão Enquanto consultor de investimento, a proposta é concluir a análise com relações entre risco e retorno abrangentes, de baixa dispersão, contudo, deve interagir com a vontade inicial do investidor em garantir o investido e perpetuar a relação de investimento. Afinal, a razão de ser superavitário é reter parte de sua renda e manter investido é deixar o valor “atualizado”, não necessariamente, com propensa a alta lucratividade. É abrangente a relação dada por Markowitz sobre risco e retorno, o que infringe a percepção do investidor em que investir é uma “sopa de letrinhas”, quanto ao estipulado no mercado, o que o afasta, por trazer perplexidade. Cita-se a crise de 2008, que, permanentemente, sempre será dado como um ensaio a respeito do quanto o mercado financeiro é frágil, pois se manteve sobre uma política monetária a facilitar a moradia, elevou-se a bolha financeira devido a quantidade de derivativos impetrados sobre um determinado ativo físico. E, não necessariamente, deve-se evitar a investir por esta razão, desde 2008, o cidadão brasileiro, esteve mais a frente sobre a relação de investimento. Quanto àqueles que investem na Caderneta de Poupança e àqueles que avançam ao Tesouro Direto. Não obstante, há aqueles que se propõem a alta lucratividade e induzem outros ao erro, por isso é importante informar ao cliente quanto ao retorno, não somente lucro envolvido e as quotas obtidas. Ao tomar a crise de 2008 como exemplo, é importante dizer que nunca será repentino, é deliberado aos poucos. Atualmente, cerca de cem vezes o que é comercializado com ativo físico, se negocia no mercado financeiro. E, na época, a teoria keynesiana tomou forma para atribuir, novamente, ao drástico momento no desenvolvimento econômico mundial, com juros muito baixos, política fiscal expansionista e vários países estatizando empresas e bancos. Referências ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2018. AZEVEDO, Rita. 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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA LAURA BANDEIRA DE SOUZA A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS NA ATUAL CONJUNTURA ECONÔMICA DEMONSTRADO ATRAVÉS DA TEORIA DE MARKOWITZ LAURA BANDEIRA DE SOUZA A ANÁLISE DE INVESTIMENTOS NA ATUAL CONJUNTURA ECONÔMICA DEMONSTRADO ATRAVÉS DA TEORIA DE MARKOWITZ Trabalho Final da matéria de Introdução ao Mercado Financeiro Resumo Abstract Introdução Conclusão Referências
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