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MICROECONOMIA II Professora Me. Fernanda Helen Mansano GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MANSANO, Fernanda Helen. Microeconomia II. Fernanda Helen Mansano. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 128 p. “Graduação - EaD”. 1. Microeconomia. 2. Economia . 3. Jogo 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0934-7 CDD - 22 ed. 338 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Silvio Cesar de Castro Designer Educacional Bárbara Neves Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Luís Ricardo P. Almeida Prado de Oliveira Qualidade Textual Alisson Pepato Ilustração Marta Kakitani Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R A Professora Me. Fernanda Helen Mansano Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2016). Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá (2009) e em Gestão de Negócios Imobiliários pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar/2011). Trabalhou em empresas do setor de varejo assim como em instituições financeiras entre 2007 e 2011. Participou de projetos de pesquisa e extensão em uma incubadora de base tecnológica entre 2012 e 2016. Na graduação, foi bolsista em Projetos de Iniciação Científica como aluna PIBIC, Conjuntura Econômica e foi Monitora da disciplina de matemática financeira. Atualmente, presta consultorias a empresas de base tecnológica e atua como docente na Unicesumar nos cursos de graduação em Economia e Gestão de Cooperativas e na pós graduação no projeto 50 EAD, com a disciplina Bolsa de Valores e Mercado Acionário. Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse o currículo, disponível em: <http://lattes.cnpq.br/1061725876326839>. SEJA BEM-VINDO(A)! Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Microeconomia II! É um prazer recebê-lo(a), mais uma vez, e poder compartilhar com você a segunda parte dos estudos sobre microeconomia. Por meio deste livro, tenho como objetivo trazer a você pontos importantes para o aprofundamento do seu conhecimento dos demais tópicos da microeconomia. Assim, iniciaremos nossas discussões com foco na teoria da firma e o livro falando sobre a abor- dagem das externalidade e dos bens públicos. Sendo assim, este livro apresenta os demais tópicos relacionados à teoria microeconô- mica, os quais iniciamos no livro anterior, o qual está dividido em cinco unidades, sendo, a primeira unidade, sobre a análise da oferta competitiva e a maximização de lucro das empresas, sob a ótica de mercados totalmente competitivos. Na unidade II, em continuidade à análise do comportamento dos agentes econômicos, abordaremos o estudo de um instrumental que vem sendo muito utilizado na microe- conomia, o da Teoria dos Jogos. Na unidade seguinte, nossos estudos terão como objetivo os critérios que as empresas avaliam para decisões de investimento, assim como estudaremos sobre o mercadofi- nanceiro. Sequencialmente, na quarta unidade, iniciaremos nossos estudos sobre Equilíbrio Geral e o Livre Comércio. Nesta unidade, veremos que os mercados são frequentemente inter- dependentes, e que as condições de um determinado mercado podem influenciar nos preços e nos níveis de produção de outros mercados. Por fim, na quinta e última unidade do presente livro, veremos a análise de dois temas importantes na microeconomia e nas políticas públicas, que são as externalidades e os bens públicos. Nesta unidade, finalizaremos nosso livro fechando nossa análise com os tipos de externalidades e as características dos bens públicos. Desse modo, com o objetivo de complementar seus conhecimentos dos tópicos microe- conômicos, o conteúdo aqui repassado trará a você, aluno(a), as ferramentas necessárias para aplicar todos esses fundamentos em sua vida profissional, e então você estará apto para realizar análises econômicas. Além disso, aproveito esse espaço para lhe dizer que esse material é um indicativo de um vasto material que você aluno(a) deve acessar, como os livros dos autores que esta- rão sendo citados no decorrer das cinco unidades, assim como os materiais complemen- tares que sempre estarão disponíveis. Vou lembrá-lo(a), mais uma vez, que, para obter conhecimento, é preciso dedicação e execução das atividades elencadas em todo o estudo. Lembre-se, quanto mais você pra- ticar, mais sorte você terá! APRESENTAÇÃO MICROECONOMIA II Assim, espero que essa segunda etapa de estudos da Teoria Microeconômica seja de grande importância para o aprimoramento do seu conhecimento e claro, que contribua para seus objetivos profissionais! Um abraço, Professora Fernanda H. Mansano APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO 15 Introdução 16 Mercados Competitivos 18 Receita Marginal, Custo Marginal e a Maximização De Lucros 23 Escolha do Nível de Produção a Curto e Longo Prazo 29 Considerações Finais 33 Referências 34 Gabarito UNIDADE II TEORIA DOS JOGOS 37 Introdução 38 Jogos 41 Jogos com Estratégias Puras 48 Jogos Com Estratégias Mistas 50 Jogos Repetitivos e Jogos Sequenciais 53 Considerações Finais 59 Referências 60 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III INVESTIMENTO E MERCADO FINANCEIRO 63 Introdução 64 Investimento das Empresas 70 Mercado Financeiro 75 Considerações Finais 80 Referências 81 Gabarito UNIDADE IV EQUILÍBRIO GERAL E O LIVRE COMÉRCIO 85 Introdução 86 Equilíbrio Geral 91 Eficiência na Economia de Trocas 94 Vantagem Comparativa e o Livre Comércio 99 Considerações Finais 104 Referências 105 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V EXTERNALIDADE E BENS PÚBLICOS 109 Introdução 110 Externalidades 113 Soluções para as Falhas de Mercado 118 Bens Públicos 121 Considerações Finais 126 Referências 127 Gabarito 128 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Me. Fernanda H. Mansano OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar as suposições para um mercado competitivo. ■ Analisar a decisão da empresa relativa ao nível de produção capaz de maximizar lucros. ■ Mostrar de que forma a empresa escolhe seu nível de produção a curto e a longo prazo. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Mercados competitivos ■ Receita Marginal, Custo Marginal e a Maximização de lucros ■ Escolha do nível de produção a curto e longo prazo INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro de Microeconomia II. Nesta unidade, daremos continuidade aos estudos relacionados aos assuntos microeconômicos, o qual iniciamos na disciplina de Microeconomia I. Estudamos na disciplina dois temas importantes: a teoria do consumidor e a teoria da firma. Assim, continuaremos, nesta Unidade I, nosso foco na teoria da firma com a análise da oferta competitiva e a maximização de lucro das empresas, sob a ótica de mercados totalmente competitivos. Assim, a presente unidade terá como obje- tivo geral a análise das decisões da empresa ao escolherem o nível de produção capaz de maximizar seus lucros em ambientes competitivos. Sob este enfoque, de acordo com Varian (1999, p. 393), “toda empresa se depara com duas decisões importantes: a escolha do volume de produção e do preço do seu produto”, ou seja, em um ambiente competitivo, as empresas pro- curam adequar de forma eficiente a combinação dos fatores de produção, com o objetivo de auferir lucro. Desse modo, a presente unidade será dividida em três tópicos, com temas relacionados às decisões de produção das empresas. Nesse sentido, iniciaremos o tópico I com a análise das suposições para um mercado competitivo, o qual veremos quais são as suas principais características. No tópico seguinte, veremos como a análise e o conhecimento de variáveis como a receita marginal e o custo marginal influenciam na decisão da empresa em produzir no nível de produção ótimo, que por sua vez é capaz de maximizar seus lucros em um mercado altamente competitivo. Por fim, no terceiro e último tópico, veremos de que forma as empresas esco- lhem seu nível de produção a curto e a longo prazo, em que veremos a diferença na decisão de escolha das empresas nos dois períodos. Assim, iniciamos a nossa primeira unidade do livro de Microeconomia II. Espero que você, aluno(a), continue entusiasmado para aprender mais sobre as ferramentas e aplicações da microeconomia! Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 MERCADOS COMPETITIVOS Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao primeiro tópico desta unidade! Para começar nossos estudos sobre os mercados competitivos, devemos considerar as suposições que um modelo de competição total se baseia, sendo três suposi- ções básicas: aceitação de preços, homogeneidade de produto e livre entrada e saída de empresas. Nesse sentido, a primeira suposição, aceitação de preços, encontra-se em um ambiente no qual várias empresas participam de um mercado, o qual possui um número significativo de concorrentes, em que cada empresa é responsável por uma pequena fatia da produção total. Assim, suas decisões não influenciam no preço, ou seja, cada empresa segue o preço de mercado já determinado. Além disso, em mercados competitivos, consumidores também aceitam o preço de mercado, dado que, assim como as empresas, cada consumidor corres- ponde a uma pequena parcela da compra do produto total ofertado. Desse modo, de acordo com Varian (1999, p. 394), “um mercado é perfeita- mente competitivo se todas as empresas partirem do pressuposto de que o preço de mercado independe do seu nível de produção”. Então, as empresas devem se preocupar com a quantidade produzida, a qual deverá ser vendida para os con- sumidores pelo preço de mercado. Mercados Competitivos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 A segunda suposição de um modelo de mercado competitivo condiz à homoge- neidade do produto, o qual refere-se à produção de produtos idênticos ou quase idênticos das empresas. Isso quer dizer que “os produtos de todas empresas em um mercado são substitutos perfeitos entre si” (PINDYCK;RUBINFELD, 2013, p. 272). Portanto, a empresa não consegue elevar o preço do seu produto que é o mesmo de outras empresas, mas, caso eleve, perderia em vendas. Um exem- plo de produtos homogêneos são as commodities, como os produtos agrícolas. Por outro lado, quando os produtos não são homogêneos, as empresas podem elevar o preço de seu produto sem se preocupar com os concorrentes. Um exem- plo disso são os perfumes de determinada franquia. Por fim, a terceira suposição baseia-se na livre entrada e saída, a qual não há barreiras ou altos custos para entrar em um determinado setor e iniciar a sua produção, ou mesmo sair. Isso per- mite que os compradores tenham a flexibilidade de mudar de um forne- cedor para o outro, por exemplo, assim como esses fornecedores podem entrar e sair livremente do mercado. Além disso, é permitido que uma empresa inicie suas atividades em um determi- nado ramo caso verifique a presença de lucros no mesmo, assim como poderá sair caso tenha prejuízos. Vejamos o mercado de soja no Brasil, o qual é composto por diversos pro- dutores de soja. Até mesmo um grande produtor de soja do país produz apenas uma pequena fatia da produção total de soja; assim, quando for ven- der a produção, será pelo preço determinado pelo mercado. Dessa forma, o produtor não tem a preocupação de fixar o preço de mercado para sua soja, tendo o preço pago pela sua produção, o preço de mercado, ou seja, o produtor é um tomador de preço. Fonte: a autora. OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Dessa forma, para que a competição seja realmente efetiva, verifi ca-se a importância da suposição de livre entrada e saída, pois, além da liberdade para as empresas, os consumidores também podem mudar sua demanda ou de uma determinada empresa para outra. Dessa maneira, a partir da validação das três suposições para um mercado totalmente competitivo, a análise do comportamento dos preços poderá ser feita, a partir das curvas de oferta e de demanda de mercado. RECEITA MARGINAL, CUSTO MARGINAL E A MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS Neste segundo tópico, faremos a análise dos nossos estudos examinando a receita marginal, o custo marginal e a maximização de lucros. Antes de iniciarmos, pre- cisamos responder a seguinte pergunta: o que é lucro? Bem, lucro é a diferença entre a receita total e o custo total: Receita Marginal, Custo Marginal e a Maximização De Lucros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Podemos observar na equação apresentada que o lucro π depende da quanti- dade produzida, ou podemos dizer do nível de produção, assim como a receita, R, e o custo, C. Nesse sentido, com o objetivo da empresa de maximizar o lucro, vamos entender primeiramente a receita. A receita é dada pelo preço do pro- duto, P, multiplicada pela quantidade vendida, q. Assim: R = Pq. Dessa forma, no mercado competitivo, a receita depende do nível de produção, assim como o custo de produção, C, também depende do nível de produção, pois os custos advêm da utilização dos fatores de produção. Portanto, no curto prazo, podemos verifi car grafi camente como o lucro, π, a receita, R e o custo, C, dependem do nível de produção. Figura 1 - Curva da receita marginal Fonte: adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 277). Podemos observar na Figura 1 que a curva da Receita, R(q), é crescente até o ponto q* e decrescente a partir desse ponto, o que signifi ca que a empresa conse- gue vender um nível maior do produto caso diminua o preço. Ou seja, a inclinação da curva de receita é a receita marginal, que nos mostra o quanto a receita varia quando uma unidade a mais de produto é produzida. OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Figura 2 - Curva do custo marginal Fonte: adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 277). Na Figura 2, verifi camos a curva do custo total, C(q). Observamos que a curva é crescente, assim como positiva, mesmo quando a quantidade produzida é zero, q0, pois há os custos fi xos. A inclinação da curva de custo nos fornece o custo marginal, que representa o custo adicional por uma unidade a mais produzida. Figura 3 - Maximização de Lucro a curto prazo Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 277). Receita Marginal, Custo Marginal e a Maximização De Lucros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 De acordo com a Figura 3, a empresa escolhe o nível de produto q*, que é o nível de produto que maximiza seu lucro. Esse nível é a diferença entre a receita e o custo, representado pela distância de A por B. Dessa maneira, podemos verifi car que o lucro é negativo quando não há produção, pois a receita é menor que o custo até o ponto q0. A medida que a quan- tidade produzida aumenta, a receita cresce mais que o custo e o lucro aumenta, mas somente até o nível de produção q*, ponto em que a receita marginal é igual o custo marginal. A partir desse ponto, o lucro torna-se negativo. Assim, a empresa opta pelo nível de produção no qual a diferença seja máxima entre receita e custo, assim como observa que terá seu lucro maximizado quando a receita marginal for igual ao custo marginal: Dessa forma, dado a um ambiente de mercado competitivo, em que as empresas são tomadoras de preços, ou seja, aceitam os preços, podemos observar as curvas de demanda de mercado, assim como a curva de demanda que as empresas se defrontam. Figura 4 - Curvas de demanda e de demanda de mercado Fonte: adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 278). OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Podemos observar, na Figura 4, que a curva de demanda que a empresa competitiva se defronta é representada pela linha horizontal, ou seja, indepen- dentemente da quantidade produzida pela empresa, essa venderá pelo preço de mercado, R$ 4,00. Nesse ponto encontra-se a curva de demanda de mercado, nesse caso descendente, ou seja, quanto maior o preço, menor será a quantidade demandada pelos consumidores. De acordo com Varian (1999), a curva de demanda que a empresa se defronta irá medir a relação entre a produção da empresa e o preço de mercado. Já a curva de mercado mede a relação entre o total da produção vendida e o preço de mercado. Assim, podemos verificar que, enquanto a curva de demanda de mercado depende do comportamento do consumidor, a curva de demanda que a empresa se defronta depende, além do comportamento do consumidor, do comporta- mento das outras empresas que atuam nesse mercado. Escolha do Nível de Produção a Curto e Longo Prazo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 ESCOLHA DO NÍVEL DE PRODUÇÃO A CURTO E LONGO PRAZO Nos dois tópicos anteriores, buscamos entender o mercado competitivo, assim como o objetivo das empresas, que é o lucro. Vimos que o preço de venda é dado pelo mer- cado, ou seja, sendo as empresas tomadoras de preço, essas se preocupam com o nível de produção capaz de maximizar seus lucros, dado à receita e ao custo de produção. Dessa forma, neste terceiro tópico, vamos verificar a escolha do nível de pro- dução que maximiza os lucros das empresas competitivas.Analisaremos sob o enfoque de curto e de longo prazos. ESCOLHA DO NÍVEL DE PRODUÇÃO A CURTO PRAZO A decisão do nível de produção das empresas no curto prazo confronta-se com o tamanho da empresa, o qual, em um curto período de tempo, não pode ser alterado. Desse modo, as empresas devem utilizar de análises das receitas e dos custos para alcançar seus objetivos de maximização do lucro. No curto prazo, dado que um dos seus insumos é fixo, a empresa decide a quantidade e a combinação ideal de insumos variáveis como trabalho e maté- ria-prima. Vamos verificar, graficamente, a decisão da empresa: OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Figura 5 - Empresa competitiva que gera lucro positivo Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 280). De acordo com a fi gura apesentada, a receita marginal, RMg, é igual a receita média, RMe, que por sua vez é igual ao preço, P, representado pela linha hori- zontal quando o preço é de R$ 40,00. Além disso, podemos observar as curvas de custo total médio, CTMe, custo variável médio, CVMe e do custo marginal, CMg. Como já verifi camos, a empresa irá maximizar seu lucro quando a receita marginal for igual ao custo marginal. Por isso, de acordo com a fi gura acima, o ponto A corresponde ao nível de produção q* igual a 8 ao preço R$ 40,00, que maximiza o lucro da empresa. Dessa forma, o lucro da empresa é representado pelo retângulo ABCD. Assim, qualquer nível de produção abaixo de q*, como em q1, ou acima, como em q2, resultará em um lucro menor. Além disso, a empresa poderá apresentar prejuízos a curto prazo, e esse motivo poderá não ser decisório para que saia do mercado, pois acredita que no futuro poderá recuperar seu lucro. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013), nesse caso, a empresa poderá ter duas escolhas: produzir somente algumas uni- dades ou interromper totalmente a produção por um período pré-determinado, comparando a lucratividade entre as duas escolhas e optando pela mais lucrativa. Escolha do Nível de Produção a Curto e Longo Prazo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Figura 6 - A empresa competitiva com prejuízo Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 281). De acordo com a Figura 6, o nível de produção q*, em que o custo marginal é igual à receita marginal, ou igual ao preço, é o ponto em que a empresa maximiza seu lucro. No entanto, nessa fi gura, o preço é inferior ao custo total médio, CTMe, o qual observamos entre os pontos A e B o prejuízo nesse nível de produção. Assim, diferen- temente da Figura 5, o retângulo ABCD mede agora o total do prejuízo da empresa. Nesse sentido, podemos verifi car que: ■ Se P > CTMe, a empresa terá lucros. ■ Se CVMe < P < CTMe, a empresa produzirá com prejuízo. ■ Se P < CVMe < CTMe, a empresa deverá encerrar suas atividades. Desse modo, as empresas no curto prazo aumentam sua produção até o ponto em que o preço se iguala ao custo marginal e encerrarão suas atividades caso o preço seja menor que o custo variável médio. Nesse sentido, podemos observar grafi camente a curva da oferta da empresa, que será a curva de custo marginal quando superior ao custo variável médio, ilustrada no Figura 7. OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Figura 7 - Curva de oferta de curto prazo Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 284). Desse modo, de acordo com a Figura 7, a produção que maximiza o lucro é encontrada em qualquer ponto P acima do CVMe. Quando o preço for P1, a quantidade produzida será q1 e ao preço P2 será q2. Quando o preço for abaixo do ponto entre o CMg e o CVMe, a produção será zero. Assim, observamos que a curva de oferta é a parte que contém pequenos traços na curva de custo marginal. ESCOLHA DO NÍVEL DE PRODUÇÃO A LONGO PRAZO A longo prazo, a empresa tem a possibilidade de alocar melhor todos seus fato- res de produção, assim como pode aumentar o tamanho da sua fábrica. Dessa forma, analisaremos as decisões da empresa quanto à produção de longo prazo, que será tomada por uma empresa que tem como objetivo maximizar seu lucro em um mercado competitivo. Portanto, podemos observar grafi camente como ocorre a maximização de lucro em longo prazo: Escolha do Nível de Produção a Curto e Longo Prazo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Figura 8 - Escolha do nível de produção no longo prazo Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 293). De acordo com a Figura 8, podemos observar as curvas de custo marginal e de custo médio tanto para o curto prazo quanto para o longo prazo, CMgCP, CMeCP, CMgLP e CMeLP, assim como podemos verifi car que o preço, R$ 40,00, é igual a receita marginal, RMg. Desse modo, conseguimos constatar que o retângulo for- mado pelos pontos ABCD corresponde a um lucro positivo no nível de produção q1. Outro ponto observado na fi gura, é que a curva de CMeLP é decrescente até o nível de produção q2, ou seja, há a presença de rendimentos crescentes de escala até esse nível de produção e rendimentos decrescentes acima da produção em q2. Já quando a curva de CMgLP cruza com a curva de CMeLP, corresponde ao ponto de custo médio mínimo a longo prazo (PINDYCK; RUBINFELD, 2013). Ainda analisando a Figura 8, já vimos que, no longo prazo, a empresa pode decidir aumentar o tamanho da fábrica. Assim, se a empresa acredita que o preço de mercado permanecerá a R$ 40,00, ela aumentará o nível de produção para q3. Nesse ponto, o lucro total será representado agora pelo retângulo DEFG. Dessa forma, o nível de produção q3 será o ponto em que a empresa maximizará seu lucro, pois, em um nível de produção menor, a receita marginal será superior ao custo marginal, o que signifi ca que a empresa ainda tem condições de expan- dir sua produção; já níveis de produção superiores a q3 mostram que o custo OFERTA COMPETITIVA E MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 marginal será maior em relação à receita marginal, ou seja, o nível de produção a longo prazo, que maximiza os lucros de uma empresa competitiva, ocorrerá no ponto em que o custo marginal de longo prazo for igual a receita marginal, nesse caso, igual ao preço de mercado. Então, encerramos o terceiro e último tópico desta unidade, em que estuda- mos a caracterização de um mercado competitivo e suas suposições, a análise e o entendimento de receita marginal, custo marginal e maximização do lucro e, por fim, vimos a decisão da empresa para o nível de produção que maximiza seu lucro tanto para o curto prazo quanto para o longo prazo. A empresa pode apresentar lucro econômico nulo, que ocorre quando esta ob- tém um retorno normal sobre os investimentos realizados, ou seja, quando o resultado está sendo tão bom quanto seria se investisse em outras atividades. Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 293). Os nossos maiores problemas não estão nos obstáculos do caminho, mas na escolha da direção errada. (Augusto Cury) Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final da nossa primeira unidade do livro de Microeconomia II. Nesta unidade,tivemos como objetivo estudar a análise das decisões da empresa ao escolherem o nível de produção capaz de maximizar seus lucros em ambientes competitivos. Portanto, o estudo dessa unidade foi dividido em três tópicos, nos quais analisamos o ambiente de um mercado competitivo, assim como verificamos a produção das empresas sob o enfoque da receita marginal, do custo marginal e da maximização de lucro e, por fim, estudamos as escolhas ótimas de produção das empresas para o curto e longo prazo. Desse modo, no primeiro tópico, vimos que um modelo de competição total se baseia em três suposições básicas: a aceitação de preços, a homogeneidade de produto e a livre entrada e saída de empresas. Dessa forma, vimos o que é cada suposição, assim como constatamos a importância da validação dessas três carac- terísticas em um mercado altamente competitivo. No segundo tópico, concentramos nossa análise nos estudos sobre a receita marginal, o custo marginal assim como a maximização de lucros. Vimos que o lucro é dado pela diferença entre a receita e o custo, sendo todos dependentes do nível de produção. Dessa forma, conseguimos verificar que a empresa maximiza seu lucro no nível de produção em que a receita marginal é igual ao custo marginal. Por fim, no terceiro tópico verificamos a escolha das empresas pelo nível de produção que maximiza seus lucros. No curto prazo, dada a limitação do tama- nho da fábrica, a empresa irá auferir lucros quando os preços forem maiores que o custo total médio da empresa. Já no longo prazo, o custo médio é decres- cente até o nível de produção ótimo, apresentando assim economias de escala. Portanto, encerramos nossa primeira unidade com a abordagem das decisões da empresa em um mercado competitivo. Espero que os temas discutidos nesta unidade tenham trazido melhor entendimento sobre as escolhas das empresas o qual iniciamos na Microeconomia I. Até a próxima unidade! 30 A aplicação da regra de que para a empresa maximizar seu lucro o custo marginal deve ser igual à receita marginal, dependerá da análise que o administrador da empresa faz sobre o conceito de custo marginal. Para os administradores poderem fazer o uso correto da análise, estes devem ter em mente uma importante recomendação que a análise econômica é capaz de mostrar: evitar o uso do custo variável médio como substituto do custo marginal, ou seja, so- mente poderá utilizar caso o valor do custo marginal seja próximo ao custo médio, caso contrário o valor do custo médio poderá induzir a erros na estimativa de produção ideal. Vamos a um exemplo: • Suponha que o nível de produção seja de 100 unidades por dia, sendo 80 unidades produzidas durante o turno normal e 20 nas horas extras. • O custo do material utilizado é de R$ 8,00 por dia. • O custo da mão de obra é de R$ 30,00 por unidade nas horas normais e de R$ 50,00 por unidade nas horas extras Primeiro calculamos o custo variável médio e o custo marginal para as 80 unidades; te- mos o total de R$ 2.400 (R$ 30 por unidade x 80 unidades) mais o custo da mão-de-obra, R$ 640 (R$ 8 por dia x 80 unidades), total de R$ 3.040 dividido por 80 unidades, R$ 38,00, valor esse do custo médio que é igual para todas as unidades, sendo o mesmo para o custo marginal. Quando a quantidade produzida aumenta para 100 unidades, os custos se alteram, pois o valor para se produzir 20 unidades a mais passa a ser R$ 160 (R$ 8 por dia x 20 unida- des) mais R$ 1000 (R$ 50 por unidade x 20 unidades), igual a R$ 1160. O custo variável médio passa a ser a soma de todos os custos (R$ 2.400 + R$ 640 + R$ 160 + R$ 1000), ou seja, R$ 4.200, sendo dividido pela produção total de 100, igual a R$ 42,00 por unidade. Já o custo marginal passa a ser de R$ 58,00 por dia, pois, mesmo o valor dos materiais sendo o mesmo, R$ 8,00, o valor da mão-de-obra para se produzir nas horas extras passa a ser de R$ 50,00. Nesse caso, podemos ver que o custo marginal é maior que o custo variável médio. Dessa forma, deve-se observar o uso ideal do custo para determinar o nível de produ- ção, pois caso seja utilizado um valor menor, poderá resultar em um nível de produção em excesso. Fonte: adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013). 31 1. Sobre os mercados competitivos, cite e explique as três suposições que são as características desse mercado. 2. A partir do que foi estudado sobre lucro, receita e custo, assinale as alternativas com V (verdadeiro) ou F (falso) e assinale a alternativa correta. I. A receita de uma empresa é calculada pela multiplicação do preço de mercado com a quantidade vendida. II. O lucro da empresa é calculado somente pelo valor total da receita. III. Custo marginal é o custo adicional da produção de uma unidade a mais pro- duzida. IV. Receita marginal é a soma dos custos totais e o lucro. a) Somente I, II e IV estão corretas. b) Somente II e IV estão corretas. c) Somente I e III estão corretas. d) Somente III e IV estão corretas. e) Todas as alternativas estão corretas. 3. De acordo com os estudos sobre a maximização de lucros, responda: Por que o lucro diminui quando a produção se torna maior ou menor que q*? 4. A partir das decisões da empresa em escolher o nível de produção no curto pra- zo, sendo P o preço, CTMe o custo total médio e CVMe o custo variável médio, assinale a alternativa correta. a) Se P > CTMe a empresa encerra as atividades. b) Se P < CVMe < CTMe a empresa deve abandonar a indústria. c) O lucro é maximizado quando RMg > CMg. d) Se CVMe < P < CTMe a empresa deve produzir com prejuízo. e) Se CTMe > P a empresa aufere lucros. 5. De acordo com o que estudamos sobre a decisão de produção das empresas a curto e longo prazo, explique a diferença na decisão da empresa nesses dois períodos. 6. A partir das decisões da empresa de longo prazo, explique quando ocorre o ponto de custo mínimo. MATERIAL COMPLEMENTAR MICROECONOMIA: Uma abordagem moderna Hal R. Varian Editora: Campus Sinopse: “Microeconomia”, de Hal Varian, apresenta aos estudantes e pesquisadores o mais atual e abrangente estudo sobre a microeconomia, de forma didática, possibilitando um aprendizado analítico e ao mesmo tempo profundo e com ampla variedade de tópicos. Segundo o autor, seu principal objetivo é apresentar um tratamento diferenciado do estudo da Microeconomia de forma a permitir que seu leitor possa aplicar as ferramentas teóricas em suas atividades pro� ssionais. MARGIN CALL: O dia antes do fi m Ano: 2011 Sinopse: Peter Sullivan (Zachary Quinto), Seth Bregman (Penn Badgley) e Will Emerson (Paul Bettany) trabalham no setor de riscos em uma corretora, que está realizando uma série de demissões. Cerca de 80% do setor em que trabalham foi demitido, entre eles o chefe do trio, Eric Dale (Stanley Tucci). Ao pegar o elevador, Eric entrega a Peter um pen drive, que contém algo em que estava trabalhando no momento. O alerta para que tomasse cuidado com o conteúdo chama a atenção de Peter, que � ca após o horário de trabalho para dar uma olhada no arquivo. Logo, ele descobre que trata-se de uma análise da volatilidade da empresa, que indica que há duas semanas ela ultrapassou e muito o limite de risco o qual pode correr. Dessa forma, a empresa está prestes a falir, o que provoca uma reunião de emergência com diversos setores da empresa, entre eles seu dono, o acionista John Tuld (Jeremy Irons). REFERÊNCIAS PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2013. 742 p. VAVIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 740 p. 33 GABARITO 1. São três suposições: I. Agentes tomadores - Cada empresa, individualmente, vende uma pequena parte da produção total do mercado e, portanto, não tem influência no preço deste, assim como o consumidor, individualmente,compra uma porção muito pequena da produção industrial, não tendo qualquer impacto sobre o preço de mercado. II. Produtos Homogêneos - Os produtos de todas as empresas são substitutos perfeitos, por exemplo, os produtos agrícolas. III. Livre entrada e saída do mercado - Os compradores podem, facilmente, mudar de fornecedor, assim como os fornecedores podem, facilmente, entrar ou sair de um mercado. 2. C. 3. Quando a produção é maior que q*, a receita marginal começa a diminuir e o custo aumentar, assim, o custo torna-se maior que a receita. Por outro lado, quando a produção é menor que q*, a receita é maior que o custo e o lucro é positivo e crescente, no entanto menor que em q*. 4. B. 5. No curto prazo, a empresa tem como limitador o tamanho da fábrica, assim, se defronta com limitações para aumentar sua produção; dessa forma, sendo o ca- pital um insumo fixo a empresa deverá escolher o nível de produção no ponto que o custo marginal é igual à receita marginal. Já no longo prazo, a empresa tem condições de adequar sua produção, dada a possibilidade de construir uma nova fábrica e aumentar a produção, assim, dada uma produção maior ao mes- mo preço de mercado de curto prazo, o lucro da empresa aumenta, pois, no longo prazo observa-se a presença de rendimentos crescentes à escala por meio da curva de custo médio até o ponto que maximiza o lucro da empresa. 6. No longo prazo, o ponto de custo mínimo ocorre quando a curva de custo mar- ginal de longo prazo cruza com a curva de custo médio de longo prazo. U N ID A D E II Professora Me. Fernanda H. Mansano TEORIA DOS JOGOS Objetivos de Aprendizagem ■ Esclarecer e verificar a finalidade dos jogos. ■ Analisar os diferentes tipos de estratégias e apresentar o equilíbrio de Nash. ■ Analisar o que são os jogos com estratégias mistas e compará-los aos tipos de jogos já apresentados. ■ Examinar, a partir da interação entre os jogadores, os dois tipos de jogos que podem ocorrer. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Jogos ■ Jogos com estratégias puras ■ Jogos com estratégias mistas ■ Jogos repetidos e Jogos sequenciais Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 INTRODUÇÃO Prezado aluno(a), seja bem-vindo(a) à Segunda Unidade do livro de Microeconomia II. Na unidade anterior, estudamos a análise da oferta competitiva e a maximi- zação de lucro das empresas, sob a ótica de mercados totalmente competitivos, ou seja, vimos que as empresas precisam tomar decisões que maximizam seu objetivo, o lucro. Em continuidade à análise do comportamento dos agentes eco- nômicos, esta unidade traz o estudo de um instrumental que vem sendo muito utilizado na microeconomia, o da Teoria dos Jogos. Nesse sentido, pode-se afirmar que “a Teoria dos Jogos preocupa-se com o modo como os indivíduos tomam decisões quando estão cientes de que suas ações afetam uns aos outros e quando cada indivíduo leva isso em conta” (BIERMAN, H. S.; FERNANDEZ, L. 2011, p. 4). Assim, o objetivo desta unidade será abordar os principais temas que abran- gem a Teoria dos Jogos. Dividiremos nossos estudos em quatro tópicos. No primeiro tópico, faremos uma abordagem da explicação de um jogo e veremos que os jogos podem ser cooperativos e não-cooperativos. No segundo e terceiro tópico, estudaremos que as estratégias podem ser puras ou mistas, assim como veremos que um jogo pode ter uma estratégia estri- tamente dominante. Além disso, realizaremos a análise do equilíbrio de Nash. Por fim, no quarto e último tópico, verificaremos que os jogos podem ser repetitivos ou sequenciais. Faremos a análise de ambos, assim como examina- remos a forma extensiva que pode ser representado um jogo. Dessa forma, esta segunda unidade trará diversos conceitos novos que abran- gem o estudo da microeconomia. Por esse motivo, aconselho você, aluno(a), a sempre estudar com atenção e, claro, ter curiosidade em pesquisar nos livros utilizados como referência, para suprir suas dúvidas, e acrescentar seu conhe- cimento sobre o tema. Desejo a você bons estudos! TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E38 JOGOS Olá aluno(a), bem-vindo(a) ao primeiro tópico desta segunda unidade! Começaremos este tópico com a explicação de um jogo, assim como veremos que os jogos podem ser cooperativos e não-cooperativos. Dessa forma, é possí- vel ver que o estudo da teoria dos jogos nos fornece uma importante ferramenta para o aprofundamento dos nossos estudos em microeconomia, trazendo gran- des contribuições para a análise das interações entre os tomadores de decisão, os quais tem como objetivo maximizar seu ganho. Primeiramente, devemos perceber que os jogos estão em nossas vidas desde que éramos crianças; eram os jogos de futebol, esconde-esconde, xadrez entre outros. Já para os economistas, jogo é toda forma de interação econômica e social, como por exemplo: bancos e sindicatos negociando um novo contrato de trabalho. Assim, de acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 483-484), um jogo “é qualquer situação na qual jogadores tomam decisões estratégicas, ou seja, deci- sões que levam em conta as atitudes e respostas dos outros”. Então, podemos verificar que um jogo é formado basicamente por: Jogos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 ■ Regras ■ Jogadores ■ Estratégias ■ Ações ■ Recompensas Nesse sentido, as decisões estratégicas dos jogadores resultam em payoffs, que são os possíveis resultados que promovem benefícios aos envolvidos no jogo. Assim, este é conduzido com o propósito de determinar a estratégia ótima, que é aquela que maximiza o payoff de cada jogador (PINDYCK; RUBINFELD, 2013). TEORIA DOS JOGOS COOPERATIVOS E NÃO COOPERATIVOS Entendido como é composto um jogo, antes de começarmos a analisá-lo, buscaremos entender nesse item que a teoria dos jogos baseia-se na interação entre os agentes, e ela pode ser cooperativa ou não cooperativa. Isso significa que um jogo cooperativo acontece quando os participantes sabem qual será a decisão (ação) do outro participante, então, as estratégias passam a ser realiza- das em conjunto. Um exemplo de jogo cooperativo pode aconte- cer quando duas empresas decidem investir juntas em um produto inovador, ou seja, para que se concre- tize é preciso do know-how de ambas. Dessa forma, as duas empresas assi- nam um contrato entre si, dividindo o investimento e auferindo os lucros que beneficiarão as duas empresas. TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E40 Já um jogo não cooperativo, é aquele em que os jogadores, ou melhor, as empresas competitivas levam em conta a dedução de qual será o comporta- mento do oponente e procura com isso determinar a estratégia ótima. Assim, a principal diferença entre jogos cooperativos e não cooperativos, de acordo com Pindyck e Rubinfeld (2013), está na possibilidade de se negociar e implementar contratos entre as empresas; enquanto nos jogos cooperativos os contratos são viáveis, nos jogos não cooperativos, não são. Em nosso dia a dia deparamos com diversas situações que exigem decisões. Assim, somos todos jogadores, vivendo entre conflitos individuais e coleti- vos, gerando vários dilemas e divergências. Jogos com Estratégias Puras Re pr od uç ãop ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 JOGOS COM ESTRATÉGIAS PURAS Até este ponto, vimos que um jogo é composto por jogadores que, por meio de estratégias, buscam ter as melhores ações que geram recompensas. Além disso, vimos que um jogo pode ser cooperativo assim como não cooperativo. A partir de agora, analisaremos um jogo, (será utilizado o exemplo hipoté- tico discutido em Bierman (2011)) entre duas empresas: empresa A e empresa B que atuam no ramo petrolífero perfurando poços. Dado ao ambiente em que os preços não serão alterados nos próximos dois anos, é oferecido às empresas um contrato de R$ 4 milhões de barris de petróleo ao preço de R$ 20 o barril, o qual corresponde ao total de R$ 80 milhões. Diante desse cenário, a decisão da empresa deverá ser entre perfurar um poço largo ou um poço estreito, ou seja, poderá perfurar somente um poço. Portanto, os valores e a quantidade de petróleo extraída em perfurar um poço largo é de R$ 29 milhões, com capacidade de extrair 6 milhões de barris por ano, sendo essa capacidade maior que a quantidade do contrato, conseguindo extrair em apenas um ano. Já o valor para perfurar um poço estreito é de R$ 16 milhões, com capacidade de extrair somente 2 milhões de barris por ano, utilizando então os dois anos para a extração a qual tem direito pelo contrato. TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E42 TUBULAÇÃO ESTREITA TUBULAÇÃO LARGA Custo de Perfuração Custo de Bombeamento 16 milhões 20 milhões 29 milhões 20 milhões Custo Total Receita 36 milhões 80 milhões 49 milhões 80 milhões Lucro 44 milhões 31 milhões Tabela 1 - Custos e receitas para a perfuração de um poço e bombeamento de petróleo – R$ Fonte: Bierman (2011, p. 7). Podemos observar no quadro apresentado que a empresa tem dois custos, de perfuração e de bombeamento, em que, dada a receita condicionada ao valor do contrato, R$ 80 milhões, seu lucro pode ser de R$ 44 ou R$ 31 milhões, depen- dendo da escolha do tipo de tubulação. Assim, racionalmente, se a empresa estiver sozinha para a execução desse contrato, escolherá pela perfuração de um poço estreito. Entretanto, no nosso exemplo, há duas empresas que prestarão o serviço no mesmo local, a Empresa A e a Empresa B. Vamos então à primeira análise: dado que a quantidade máxima para se extrair o petróleo é de 4 milhões de barris, as decisões das empresas A e B entre perfurar poços estreitos ou largos, desde que suas decisões sejam baseadas na melhor recompensa, caracterizará o início de um jogo. Segunda análise: cada empresa tem como objetivo apenas as consequên- cias imediatas e não sabem qual será a decisão da oponente, então, a ausência de informação sobre a escolha da concorrente, jogo não cooperativo e a falta de interesse em futuras interações é caracterizado como um jogo estático. O jogo estático é aquele composto por jogadores que têm estratégias puras, ou seja, as estratégias não são aleatórias, consistindo apenas na escolha de uma única ação. Dessa forma, podemos ver na Tabela 2 as quatro estratégias possíveis entre as duas empresas, sendo a primeira estratégia em cada par da Empresa A: EMPRESA B EMPRESA A {estreito ; estreito} {estreito ; largo} {largo ; estreito} {largo ; largo} Tabela 2 - Conjunto de estratégias das empresas A e B Fonte: a autora. Jogos com Estratégias Puras Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Portanto, conforme já vimos no início deste tópico, as estratégias resultam em payoffs, ou recompensas. No caso do nosso exemplo, as recompensas são os lucros que cada empresa terá durante a vigência do contrato. Vamos agora à nossa terceira análise: caso as duas empresas decidam pelo poço estreito, cada empresa terá um custo de perfuração de R$ 16 milhões, e de bombeamento de R$ 10 milhões (pois cada empresa irá extrair 2 milhões de barris), obtendo um custo total de R$ 26 milhões. Assim, tanto a Empresa A quanto a Empresa B terão uma receita de R$ 40 milhões. Dessa forma, o lucro de cada empresa será de R$ 14 milhões, ou seja, a recompensa por esco- lherem { estreito ; estreito } será (R$ 14 milhões; R$ 14 milhões). A mesma análise podemos fazer para cada par de estratégias, e o conjunto resultará na matriz de recompensas, ou matriz de ganhos. EMPRESA B Estreito Largo EMPRESA A Estreito (14 ; 14) (-1 ; 16) Largo (16 ; -1) (1 ; 1) Tabela 3 - Matriz de recompensa do jogo entre Empresa A e Empresa B (milhões de Reais) Fonte: Bierman (2011, p. 7). Assim, podemos observar, na Tabela 3, quatro estratégias possíveis entre as duas empresas, em que a Empresa A é o jogador linha e a Empresa B o jogador coluna, ou seja, podemos listar as recompensas da seguinte forma: recompensa do jogador linha (Empresa A) e a recompensa do jogador coluna (Empresa B). Então, dado ao ambiente com duas empresas, as quais precisam tomar a deci- são uma única vez, sendo que ambas desconhecem a decisão do oponente, estas precisam formar uma crença sobre a estratégia do outro jogador para tomar a decisão que lhe trará o melhor benefício. TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E44 O EQUILÍBRIO E AS ESTRATÉGIAS DOMINANTES Agora, para sabermos qual será a decisão de cada empresa, precisamos antes entender a definição da estratégia dominante, que é: uma “estratégia ótima, independente das possíveis escolhas dos oponentes” (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 483). Ou seja, podemos verificar que os agentes tomam decisões de forma racional, objetivando obter a melhor recompensa possível. Portanto, continuando com o nosso exemplo, o da decisão entre duas empresas para a perfuração de poços de petróleo, vamos analisar qual é a melhor estratégia de cada empresa, dada a matriz de recompensa payoff, apresentada pela Tabela 3. A Empresa A tem conhecimento que, para tomar sua decisão, precisa saber qual será a decisão da Empresa B, então, se a empresa A acredita que a Empresa B irá perfurar um poço estreito, a Empresa A decidirá perfurar um poço largo, pois seu payoff será de 16 ao invés de 14. No entanto, se agora a Empresa A acre- dita que a Empresa B irá escolher perfurar um poço largo, essa crença levará a Empresa A escolher o poço largo, pois seu payoff continuará maior, 1 ao invés de -1. Podemos verificar que, independentemente da escolha da Empresa B, a Empresa A escolherá pela perfuração de um poço largo! Ou seja, a perfuração do poço largo domina estritamente o poço estreito, ou ainda, podemos dizer que a perfuração do poço estreito é estritamente dominada pela perfuração no poço largo. Então, a empresa, que nesse caso toma decisões racionais, sempre adotará uma estratégia estritamente dominante, quando essa existir. Jogos com Estratégias Puras Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 Além disso, a Empresa B também tem uma estratégia estritamente domi- nante; quero dizer que, independente da decisão da Empresa A, a opção também será por perfurar poços largos. Desse modo, a solução desse jogo entre as duas empresas será { largo ; largo }, ou (1 ; 1), que quer dizer que cada empresa terá um lucro de 1 milhão cada. Essa solução é conhecida como o equilíbrio da estra- tégia estritamente dominante. O dilema do prisioneiro é um exemplode jogo estático com estratégia estri- tamente dominante. O jogo acontece com dois ladrões, os quais são presos e levados para a delegacia em salas separadas para serem interrogados. A polícia informa que não haverá comunicação entre os prisioneiros, e então faz a seguinte proposta para cada um: se você confessar o crime e o seu par- ceiro não, você será libertado e o outro terá a sentença máxima de 20 anos. Se ambos confessarem a pena será de 10 anos para cada. Mas se nenhum dos dois confessarem, pegarão a pena de apenas 1 ano de cadeia, dado o flagrante. Nesse jogo então, a estratégia confessar é estritamente dominante para am- bos, ou seja, as pessoas tendem a cooperar quando participam desse tipo de jogo. Fonte: adaptado de Bierman (2011). TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 EQUILÍBRIO DE NASH No tópico anterior, estudamos que um jogo poderá apresentar uma estratégia que domina as demais, porém, na maioria dos jogos não ocorre os equilíbrios de estra- tégia estritamente dominante como se imagina, quero dizer que, em muitos jogos, um ou mais jogadores não possuem uma estratégia que seja dominante. Assim, o equilíbrio de Nash surge para suprir um conceito mais geral de equilíbrio, sendo relacionado com três tipos de equilíbrio, como: 1. Se o perfil de estratégia for estritamente dominante então é também um único equilíbrio de Nash. 2. Se o perfil de estratégia for fracamente dominante, é um equilíbrio de Nash, mas não necessariamente o único. 3. Ao eliminar estratégias fracamente dominada pode-se também eliminar estratégias de equilíbrio de Nash (BIERMAN, 2011). Nesse sentido, para melhor entender o equilíbrio de Nash, podemos compará- -lo com o de equilíbrio de estratégias dominantes: ■ Estratégias dominantes: o jogador escolhe a estratégia independentemente da escolha do oponente. O oponente escolhe a estratégia independente- mente da escolha do jogador. ■ Equilíbrio de Nash: o jogador escolhe a melhor estratégia em função da escolha do seu oponente. O oponente escolhe a estratégia em função da escolha do jogador. Jogos com Estratégias Puras Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 Dessa maneira, de acordo com Varian (1999, p. 520), o equilíbrio de Nash pode ser interpretado como um par de expectati- vas sobre as escolhas da outra pessoa, de modo que quando a escolha de uma pessoa for revelada, nenhuma delas quererá mudar seu próprio comportamento. Além disso, o equilíbrio de Nash pode ser explicado a partir do exemplo sobre o equilíbrio de Cournot, em que cada empresa maximiza seus lucros com base no com- portamento da outra empresa. Outra questão é que um jogo pode ter mais de um equilíbrio de Nash, como também não haver tal equilíbrio em representação alguma. O nome Equilíbrio de Nash se deve ao professor John C. Nash, que deu origem ao conceito. Por essa inovação, ele recebeu o Prêmio Nobel de Economia. Fonte: Bierman (2011, p. 14). TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 JOGOS COM ESTRATÉGIAS MISTAS Até esse ponto, estudamos os tipos de jogos que têm como característica estra- tégias puras, que são aquelas em que os jogadores fazem uma escolha específica ou definitiva. Mas, se pensarmos que os jogadores podem randomizar suas estra- tégias, ou seja, atribuir probabilidades para cada escolha, entraremos no âmbito das estratégias mistas. Um exemplo de jogo com estratégias mistas é o jogo das moedas. Nesse jogo, cada participante, Jogador A e o Jogador B, escolhe um lado da sua própria moeda, cara ou coroa. Se os dois jogadores mostrarem lados iguais, o Jogador A ganhará e receberá R$ 1,00 do Jogador B. Porém, se ao mostrarem a moeda e um dos lados for diferente, o Jogador B é quem receberá R$ 1,00 do jogador A. Vamos melhor entender esse jogo por meio da tabela 4: JOGADOR B Cara Coroa JOGADOR A Cara 1, -1 -1, 1 Coroa -1, 1 1, -1 Tabela 4 - Jogo de Moedas Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 492). Jogos Com Estratégias Mistas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 Podemos analisar na Tabela acima que não há estratégias dominantes para ambos os jogadores, assim como não há equilíbrio de Nash, pois se o Jogador A mostrar cara, o Jogador B mostraria coroa, e se o Jogador B mostrasse coroa, o jogador A mostraria cara. Ou seja, nesse jogo, ambos os participantes sempre estariam dispostos a alterar a sua estratégia. Desse modo, podemos verificar que nesse jogo das moedas ocorre o equilí- brio das estratégias mistas, que são “estratégias na qual o jogador faz uma escolha aleatória entre duas ou mais ações possíveis, com base em um conjunto de esco- lhas possíveis” (PINDYCK; RUBINFELD, 2013, p. 492). Diferentemente do jogo de moedas, em que não há o equilíbrio de Nash, visto que é aplicado estratégias mistas, podemos observar o jogo da guerra dos sexos. Para entender, vamos supor que o casal Márcio e Ana estão tomando a decisão de sair a noite. Marcio quer ir a um bar e Ana quer ir a um restaurante elegante. Vamos verificar na Tabela 5 quais seriam as recompensas de ambos diante de suas escolhas: Marcio Bar Restaurante Ana Bar 1, 2 0, 0 Restaurante 0, 0 2, 1 Tabela 5 - Jogo da Guerra dos Sexos Fonte: adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2013, p. 493) e Bierman (2011, p. 16). Podemos verificar na Tabela 5 que há dois equilíbrios de Nash com estratégias puras, os quais são: ambos escolhem ir ao restaurante ou ambos escolhem ir ao bar. É claro que Márcio preferiria ir ao bar e Ana ao restaurante, mas ambos são equilíbrios, em que nem Márcio nem Ana estariam dispostos a alterar sua deci- são em função da tomada de decisão do outro. Além disso, esse jogo também apresenta estratégias mistas: se Márcio escolhe bar com 2/3 de probabilidade e restaurante elegante com 1/3, e Ana escolhe bar com 1/3 de probabilidade e restaurante com 2/3, podemos verificar que, se Ana aplicar a estratégia de ir ao restaurante, Márcio não conseguirá fazer a escolha ótima em qualquer outra estratégia, assim como Ana, caso Marcio faça a escolha de ir ao bar. Por isso, esse resultado será aleatório, e ambos terão um payoff de 2/3. Assim, podemos verificar que, para esse tipo de jogo, sempre haverá um TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 equilíbrio de Nash, pois o conceito tem uma característica que abrange certa razoabilidade de equilíbrio. JOGOS REPETITIVOS E JOGOS SEQUENCIAIS Nos tópicos anteriores, estudamos as estratégias em jogos as quais acontecem somente uma vez, ou seja, os jogadores se encontram apenas uma vez e decidem qual será a melhor estratégia a tomar. No entanto, sabemos que no dia a dia a interação entre os agentes não ocorre somente uma única vez, ou seja, repetem-se continuamente. Portanto, no caso das empresas, por exemplo, essas praticam jogos repe- titivos, ou seja, tomam decisões decorrentes de payoffs recebidos várias vezes, tornando as estratégias mais complexas, pois, a cada ação tomada, essa mos- trará a característica comportamental de cada jogador, podendo cada jogador ter a oportunidade de estabelecer uma reputação de cooperação, incentivando o outro a fazer o mesmo. Jogos Repetitivos e Jogos Sequenciais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d oCó di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Vamos ao exemplo: suponhamos que na cidade “4 rodas”, os donos de pos- tos de gasolina fizeram um acordo, em que praticam a estratégia de combinação de preços. Dessa maneira, em todos os postos da cidade, o preço do combustível é igual. Então, sempre que há um ajuste de preços para cima, por exemplo, um dos postos muda o valor da bomba de combustível e os demais postos também fazem o mesmo. Ou seja, podemos observar que há uma cooperação entre os donos de postos de combustível: se um muda o preço, a ação dos outros será a mesma. Contudo, se um dos donos de posto de combustível decidir não coope- rar, ou seja, baixar seus preços para aumentar suas vendas, obtendo assim mais lucros, o que poderia acontecer? Nesse caso, se um dos jogadores resolve não cooperar, todos os demais também não cooperarão. O resultado será negativo, pois, com um preço menor, seus lucros irão diminuir. Todos perdem com a não cooperação, inclusive aquele que decidiu não cooperar. Desse modo, dado que as interações entre as empresas podem acontecer infinitas vezes, essas decidem cooperar, pois, se uma mantiver o preço, a outra também o manterá, e as duas terão lucro. Nesse exemplo, um jogador influen- cia o comportamento do outro, pois, se um jogador se recusa a cooperar, o outro também o fará, e como os agentes racionais pensam nos seus ganhos futuros, uma não-cooperação poderá trazer uma série de malefícios. Por fim, vamos analisar os jogos sequenciais que têm como característica a movimentação de um jogador somente após a ação do seu oponente. O governo, por exemplo, estabelece uma nova política de regulamentação a empresas de um determinado setor, e a reação dessas empresas agora regulamentadas, será de aumentar a produção ou não. Além disso, podemos também verificar que, além da forma matricial de um jogo, esse também pode ser expresso na forma extensiva, conhecida também como na forma de representação de uma árvore de tomada de decisão. TEORIA DOS JOGOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 Figura 1 - Forma extensiva de um Jogo Dessa forma, a Figura 1 representa uma forma fácil de visualizar os movimentos dos jogadores, mostrando as opções de cada jogador que resultam em payoffs, visualizados no final de cada ramo da árvore. Desse modo, a análise das diferentes interações entre os jogadores, assim como a quantidade das mesmas, marcam o encerramento do nosso estudo sobre a teoria dos jogos. Vimos neste estudo muitos conceitos novos, e verificamos a análise de diversos jogos sob uma perspectiva teórica e aplicada, o que nos pos- sibilitou abranger diferentes tipos de abordagens do estudo. Por fim, espero que esta unidade tenha trazido muitas respostas e melhor entendimento sobre jogos na teoria econômica. Vejo você na próxima unidade! Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final da Segunda Unidade do livro de Microeconomia II. A partir do objetivo da presente unidade, que foi a abordagem dos princi- pais temas que abrangem a Teoria dos Jogos, vimos em quatro tópicos a análise de diferentes jogos nos quais aprendemos os vários conceitos utilizados. Portanto, no primeiro tópico vimos que, para os economistas, um jogo é toda forma de interação econômica e social, ou seja, são tomadas as decisões estratégicas que resultam em benefícios aos envolvidos no jogo. Além disso, ana- lisamos que os jogadores podem cooperar ou não cooperar, assim as estratégias são definidas de acordo com contratos, que podem ser pré-determinados ou de acordo com as possíveis ações do jogador oponente. O segundo e terceiro tópico trouxeram análises de diferentes tipos de jogos. Vimos que estratégias puras são aquelas tomadas somente uma vez pelos joga- dores, resultando em uma única ação, assim como vimos que poderá haver uma estratégia estritamente dominante no conjunto de estratégias dos jogadores. Além disso, verificamos que o estudo do equilíbrio de Nash traz uma análise mais geral da teoria, visto que nem sempre haverá uma estratégia que domina as demais estratégias, pois os jogadores, as escolhem em função da estratégia do seu oponente. Portanto, aprendemos que as escolhas, além de tudo, podem ser aleatórias, ou seja, atribui-se probabilidades para cada escolha. Por fim, no quarto e último tópico, verificamos que os jogos podem ser repe- titivos, jogados diversas vezes entre os jogadores, possibilitando que se conheça o perfil do jogador, assim como vimos que os jogos podem ser sequenciais, que são aqueles em que a ação do jogador somente ocorre posteriormente à jogada do outro. Por fim, para o melhor aprofundamento do tema, deixarei no material com- plementar alguns vídeos que podem ajudá-lo(a) a esclarecer determinados conceitos, os quais espero que você não hesite em assisti-los! Um abraço, até a próxima unidade! 54 Nessa leitura complementar, compartilharei a abrangência metodológica e parte dos resultados de um artigo de minha autoria com outros dois autores, em que realizamos um estudo aplicando conceitos da teoria dos jogos, com o objetivo de verificar como as firmas respondem a incentivos fiscais governamentais em suas decisões de investir em pesquisa e desenvolvimento sob a luz da Teoria dos Jogos. Dentro da Teoria Econômica, o jogo é uma ação ou um conjunto de ações com partici- pantes, pretensamente racionais, que tomam decisões baseadas em estratégias com o objetivo principal de obter retornos (payoffs) ou recompensas, ou ainda, a minimização de prejuízos ou resultados negativos. Sendo decisões fundamentadas em estratégias, subentende-se que dada a racionalidade, haja a escolha da estratégia ótima, isto é, a es- tratégia que maximiza o payoff. Entretanto, a realidade econômica é muito mais comple- xa que um conjunto de regras simples ou estratégias simples. Há uma infinidade de va- riáveis que se interrelacionam com uma complexidade que foge a qualquer capacidade de análise de sua totalidade. Isso posto, é natural dentro da análise econômica ortodoxa a suposição da racionalidade perfeita, pelo menos a princípio (PINDYCK; RUBINFELD, 2010; VARIAN, 2012; HILLIER; LIEBERMAN, 2013). Os jogadores podem, de acordo com Mas-Colell, Whinston e Green (1995), ter informa- ção completa ou incompleta, perfeita ou imperfeita, e ainda podem se deparar com jo- gos, determinísticos e/ou aleatórios. O jogo tem informação completa quando o jogador conhece todas as regras desse jogo, diferentemente da informação perfeita, que ocorre quando o jogador conhece todos os movimentos desse jogo. Os jogos determinísticos ocorrem quando os resultados são esperados, o que não ocorre com jogos aleatórios ou estocásticos, que tem o envolvimento da probabilidade influenciando seus resultados. Um exemplo clássico é o jogo de cara e coroa, no qual cada estado tem a probabilida- de, tratando-se de uma moeda não viciada, 50% para cara e 50% para coroa. Os jogos aleatórios têm a característica em que a primeira jogada é dada pela natureza, pois esta determina as probabilidades. Os jogadores podem estabelecer livremente suas estratégias e essas escolhas podem ser Independentes dos jogadores ou dependentes. Há estratégias eficazes, menos efica- zes e ineficazes. As primeiras podemos chamar de estratégias dominantes, as segundas estratégias fracamente dominadas e as últimas estritamente dominadas. Assim, quando um jogador estabelece uma estratégia que é sempre eficaz para si independente dequaisquer ações do jogador adversário, essa estratégia é chamada de dominante (MC- GUIGAN; MOYER; HARRIS, 2007; PINDYCK; RUBINFELD, 2010). Assim, a firma como organização complexa tem múltiplos objetivos, além do lucro. Há toda uma complexidade endógena, e por decorrência, uma série de limitações, entre elas a decisão em investir em pesquisa e desenvolvimento, pois há a incerteza por parte das firmas ao inovar, pois o resultado desse investimento é incerto. No entanto, sem ino- vação, a firma não se desenvolve qualitativamente, e nem tão pouco quantitativamente. 55 Dentro desse contexto, este trabalho revela a ação governamental brasileira mediante a uma lei específica: A Lei do Bem. O contexto cultural e inequivocamente gera um fator preponderante dentro das firmas brasileiras, onde o governo é a variável exógena. Dife- rentemente do que ocorre em países com uma cultura mais avançada, em que, mesmo com a presença governamental, o próprio mercado é um emulador de inovação. Pode-se concluir que, de forma geral, as firmas esperam a primeira ação do governo, e então tomam suas decisões. No jogo em questão, se o governo incentiva e as firmas inovam, é gerado um payoff positivo para as firmas e payoff negativo para o governo. En- tretanto, a sociedade, cuja uma parte são as firmas, é a entidade que na verdade financia o governo, que nesse sentido arca com o payoff negativo. Para finalizar, é preciso ficar ciente que este trabalho teve como objetivo um escopo introdutório de uma questão da intersecção entre o incentivo à inovação e às externa- lidades sob a perspectiva analítica da teoria dos jogos, sendo necessárias novas investi- gações para o aprofundamento desse conceito. Fonte: adaptado de Mansano e Parre (2015). 56 1. De acordo com a teoria dos jogos, há duas formas de jogos, os cooperativos e os não-cooperativos. Diante dessa sentença, verifique se as afirmativas a seguir são verdadeiras e, em seguida assinale a opção correta. I. Um jogo cooperativo é aquele que os jogadores envolvidos se comunicam e fazem acordos. II. Um jogo cooperativo pode se tornar não-cooperativo caso um dos jogadores resolva não cumprir um determinado pré-acordo. III. Jogos não cooperativos são muito raros, dado que os jogadores envolvidos sempre prefiram fazer acordos para que todos ganhem. a) Somente a alternativa I é verdadeira. b) Somente a alternativa II é verdadeira. c) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. d) Todas as alternativas são verdadeiras. e) Todas as alternativas são falsas. 2. De acordo com os diferentes tipos de jogos analisados, explique o que caracte- riza um jogo estático. 3. Visto que um jogo pode ter estratégias puras, dominantes ou mistas, assinale a alternativa correta. a) As estratégias puras são aleatórias. b) As estratégias puras são caracterizadas, pois acontecem repetidas vezes. c) As estratégias dominantes têm como característica a independência do joga- dor frente a escolha do jogador oponente. d) As estratégias mistas são caracterizadas por não serem aleatórias. e) As estratégias mistas são caracterizadas pela atribuição da probabilidade nas escolhas, mas só poderá ocorrer uma vez durante todo o jogo. 4. Explique a diferença entre o equilíbrio de Nash e as estratégias dominantes. 57 5. Suponha um jogo entre um casal, Pedro e Maria, que estão tomando a decisão de sair no final de semana. Pedro quer ir a um show de rock e Maria quer ir a um espetáculo de ópera. De acordo com a Tabela 1, que mostra as recompensas de cada um, responda se há equilíbrio de Nash nesse jogo. Se houver, quais são? Tabela 1 - Jogo de decisão de um casal Pedro Rock Ópera Maria Rock 2, 1 0, 0 Ópera 0, 0 1, 2 MATERIAL COMPLEMENTAR Teoria dos Jogos H. Scott Bierman e Luiz Fernandez Editora: Pearson Sinopse: Teoria dos Jogos traz, de maneira prática e objetiva, as diversas ferramentas teóricas que auxiliam os estudantes na compreensão de importantes fenômenos econômicos encontrados nos setores público, bancário e de comércio internacional, entre outros, além de abordar o equilíbrio de Nash e analisar uma série de jogos bem conhecidos, como o Dilema do Prisioneiro. O Princípio do Equilíbrio de Nash Cena do fi lme ‘’Uma mente brilhante’’. - Que conta a história do nobel economista John Nash, criador e desenvolvedor da Teoria dos Jogos, que refutou Adam Smith. Acesse o link disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EqqW3JVdgk4>. O Dilema do Prisioneiro Um promotor traz um problema da Teoria dos Jogos aos parceiros Cebolão e Pimentinha, como proposta para estabelecer os anos de prisão de cada um. Acesse o link disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=4ByCjdOJwvw>. Uma mente Brilhante - 2001 Sinopse: John Forbes Nash Jr. é reconhecido como gênio da matemática aos 21 anos. Cedo casa-se com uma bela mulher, mas logo começa a dar sinais de esquizofrenia. Após anos de luta contra a doença, ele acaba ganhando o prêmio Nobel. Comentário: O � lme é um caso real, conta a história de John Nash, matemático que desenvolveu a Teoria do Jogos e recebeu o prêmio Nobel de economia em 1994. REFERÊNCIAS BIERMAN, H. S.; FERNANDEZ, L. Teoria dos Jogos. 2 ed. São Paulo: Pearson, 2011. 413 p. MANSANO, F. H.; MATA, M. J.; PARRE, J. L. Governo e Inovação na Firma Sob a Pers- pectiva da Teoria dos Jogos. In: XXX SEMANA DO ECONOMISTA, Maringá. Artigos - XXX Semana do Economista, 2015. PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2013, 742 p. VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1999, 740 p. 59 GABARITO 1. C. 2. Um jogo estático ocorre quando cada empresa tem como objetivo apenas as consequências imediatas e não sabem qual será a decisão da oponente, tendo como característica a ausência de informação sobre a escolha da concorrente, nesse caso é jogo não cooperativo, assim como a falta de interesse entre os jo- gadores em futuras interações. 3. C. 4. Estratégias dominantes: o jogador escolhe a estratégia independente da escolha do oponente. O oponente escolhe a estratégia independente da escolha do jogador. Equilíbrio de Nash: O jogador escolhe a melhor estratégia em função da escolha do seu oponente. O oponente escolhe a estratégia em função da escolha do jogador. 5. Nesse jogo há dois equilíbrios de Nash com estratégias puras, os quais são: am- bos escolhem ir ao show de rock ou ambos escolhem ir espetáculo de ópera, (2,1) ou (1,2). U N ID A D E III Professora Me. Fernanda H. Mansano INVESTIMENTO E MERCADO FINANCEIRO Objetivos de Aprendizagem ■ Verificar quais critérios as empresas avaliam para decisões de investimento. ■ Estudar o que engloba o Mercado Financeiro e identificar sua finalidade junto às empresas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Investimento das empresas ■ Mercado Financeiro INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à terceira unidade do livro de Microeconomia II. Esta unidade III marca o início da metade do presente livro, no qual estuda- mos a oferta competitiva e a maximização de lucro na unidade I e a análise da Teoria dos Jogos na unidade II. Desse modo, nosso estudo na presente unidade terá como objetivo estudar os critérios que as empresas avaliam para decisões de investimento, assim como estudaremos sobre o mercado financeiro. Nesse contexto, pode-se considerar que investimento é um termo utilizado entre os economistas para descrever as compras de um novo capital realizado pelas firmas (HALL; LIEBERMAN, 2003). Dessa forma, a decisão de investi- mento das empresas baseia-se na decisão de ter um custo presente para obter lucros no futuro. Portanto, esta unidade será dividida em dois tópicos,
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