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5. Soda e Cloro 1 Produção mundial de cloro: mais de 45 milhões t/ano, praticamente equivalente à soda. EUA: maior produtor mundial. Brasil: produção de cloro e soda da ordem de 1,3 milhão de t/ano cada. Importação Cloro: 8000 toneladas em 2017 (China, Polônia, e Romênia) Importação Soda : 20.000 toneladas em 2017 (Uruguai, Peru e Paraguai) 5. Soda e Cloro 2 5. Soda e Cloro 3 5. Soda e Cloro 4 5. Soda e Cloro 5 5. Soda e Cloro 6 5. Soda e Cloro 7 O cloro e a soda cáustica são produzidos por processos eletrolíticos a partir de soluções aquosas de cloreto de sódio. Desenvolvimento dos processos eletrolíticos: final do século XIX. Reação global da eletrólise do NaCl 𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝐻2𝑂 → 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑎𝑞 + 1 2𝐻2 + 1 2𝐶𝑙2 energia elétrica produzido no anodo produzidos no catodo Eletrólise: fenômeno resultante da passagem da corrente elétrica através de um eletrólito, sendo os íons transportados para os pólos de sinais contrários. Caracteriza a decomposição de uma substância pela corrente elétrica. Para 1 tonelada de Cl2 é produzido 1,1 toneladas de soda e 0,03 toneladas de H2 5. Soda e Cloro A ocorrência da eletrólise depende da existência de: Eletrólito: Solução aquosa da substância que vai ser eletrolisada, Corrente Contínua fornecida por um gerador (retificadores), Eletrodos: Que são placas metálicas mergulhadas no eletrólito. Eletrodo Positivo: Anodo - reações de oxidação (perdas de elétrons). Eletrodo Negativo: Catodo - reações de redução (ganho de elétrons). 8 Eletrólise 5. Soda e Cloro 9 5. Soda e Cloro 10 ASPECTOS TECNOLÓGICOS São três as tecnologias empregadas em plantas de cloro soda Tecnologia de mercúrio é a mais antiga, a menos eficiente energeticamente e a mais sujeita às restrições ambientais foi eliminada no Japão, é utilizada em apenas 16% da capacidade nos EUA e 25 no Brasil, mas ainda prevalece na Europa, com 63% da capacidade a predominância na Europa se explica por ser uma das áreas produtoras mais antigas, pelo elevado custo de substituição, e também porque já foram realizados investimentos em controle ambiental que reduziram as emissões de poluentes nas plantas de mercúrio em mais de 90% nos últimos 15 anos Tecnologia de diafragma ocupa a segunda posição em antigüidade eficiência energética e restrição ambiental é a mais utilizada nos EUA 71% da capacidade) e no Brasil 71 da capacidade), não é empregada no Japão e ocupa posição minoritária na Europa 20 Tecnologia de membrana é mais nova, a mais eficiente em termos energéticos e não sofre qualquer restrição de ordem ambiental; é a tecnologia que deve prevalecer no futuro e já vem sendo a preferida para uso em plantas novas ; é a única tecnologia empregada no Japão 5. Soda e Cloro 11 5. Soda e Cloro 12 3 tipos de células eletrolíticas em uso comercial (dados de 2013). Produção de soda e cloro no Brasil Mercúrio Diafragma Membrana 64% 14%22% Produção mundial de cloro e soda Mercúrio Diafragma Membrana 49% 18% 33% 9% diafragma sem amianto 55% com amianto 5. Soda e Cloro 13 Principais fatores que influenciam a escolha da célula mais adequada: 1) Qualidade do produto final Licor cáustico das células de mercúrio é concentrado (40-50% NaOH) e isento de NaCl. Licor cáustico das células de diafragma é diluído (5-14% NaOH) com 13- 18% NaCl, necessitando de purificação e concentração. Células de membrana produzem soda mais concentrada (30-35%) e mais pura (0,02-0,2% NaCl) que as células de diafragma. 5. Soda e Cloro 14 2) Requisitos energéticos Consumo total de energia (eletricidade e vapor) para produzir 1 t de cloro e 1,13 t de soda 50% • Células de diafragma: 3100-3900 kWh • Células de mercúrio: 3100-3400 kWh • Células a membrana: 2400-3000 kWh 0 20 40 60 80 100 Diafragma Mercúrio Membrana Consumo relativo de eletricidade e vapor para cada uma das células. Eletricidade Vapor Energia elétrica representa 45 % do curso total de produção 5. Soda e Cloro 15 3) Restrições ambientais • Mercúrio: “substância química que causa preocupação global devido à sua propagação atmosférica de longa distância, sua persistência no meio ambiente depois de introduzido antropogenicamente, sua habilidade de se bioacumular nos ecossistemas e seus efeitos significativamente negativos na saúde humana e no meio ambiente” (Decreto nº9470) • Amianto: substância mineral reconhecidamente nociva para a saúde humana. A extração, o beneficiamento e a utilização do amianto na indústria submete os trabalhadores que o manejam a riscos elevados de infecções pulmonares e estomacais e de câncer. • Lei nº 9976: dispõe sobre a produção de cloro e dá outras providências 5. Soda e Cloro 16 3) Restrições ambientais • Lei nº 9976/00: dispõe sobre a produção de cloro e dá outras providências • Art. 2o Ficam mantidas as tecnologias atualmente em uso no País para a produção de cloro pelo processo de eletrólise, desde que observadas as seguintes práticas pelas indústrias produtoras: • V – controle gerencial do mercúrio nas empresas que utilizem tecnologia a mercúrio, • VI – programa de prevenção da exposição ao mercúrio • VII – sistema gerencial de controle do amianto, nas indústrias que utilizem essa tecnologia, • IX – discussão dos riscos para a saúde e para o meio ambiente em decorrência do uso do mercúrio e do amianto, • Art. 3o Fica vedada a instalação de novas fábricas para produção de cloro pelo processo de eletrólise com tecnologia a mercúrio e diafragma de amianto. 5. Soda e Cloro 17 Convenção de Minamata sobre Mercúrio Tem sua origem nas discussões que ocorreram em 2009 durante o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), sobre os riscos do uso de mercúrio. Os países que utilizam mercúrio convocados a elaborar um instrumento legalmente vinculante para o controle do uso de mercúrio visando proteger à saúde humana e ao meio ambiente. Cerca de 140 países envolveram-se e aprovaram o texto final em 2013. Em 2013, representantes do Governo brasileiro participaram da Conferência Diplomática para assinatura da Convenção de Minamata sobre Mercúrio. O instrumento de ratificação brasileira foi depositado na sede das Nações Unidas em Nova York em 2017. A promulgação da Convenção se deu pela publicação do Decreto nº 9.470, de 14 de agosto de 2018. (O processo de produção de cloro- álcalis usando mercúrio deve ser totalmente substituído até 2025). 5. Soda e Cloro 19 Mercúrio Diafragma Membrana 5. Soda e Cloro 20 5. Soda e Cloro 21 Célula de mercúrio 5. Soda e Cloro 22 Célula de mercúrio A célula de mercúrio consiste essencialmente de duas partes: eletrolizador e o decompositor. No eletrolizador, duas camadas líquidas fluem por gravidade de uma extremidade da célula à outra. A camada inferior é de mercúrio, agindo como catodo. Sobre esta camada flui uma solução saturada de água e cloreto de sódio (salmoura), na qual estão imersos os anodos de titânio recobertos com óxidos de metais do grupo da platina.Durante a eletrólise, cloro é liberado nos anodos, enquanto que íons sódio são atraídos ao catodo de mercúrio onde são descarregados formando sódio metálico. O sódio dissolve-se no mercúrio formando um amálgama. A amálgama de sódio se dissolve no mercúrio líquido e flui para o decompositor, onde é reagido com água desmineralizada formando soda cáustica, hidrogênio e regenerando o mercúrio que retorna para a célula. 5. Soda e Cloro 23 Célula de mércurio 5. Soda e Cloro Anodo (grafite ou ADEs) Catodo (Aço-Carbono) Compartimento Anódico Compartimento Catódico Diafragma Diferença de Potencial 24 ADEs: anodos dimensionalmente estáveis produzidos por cozimento de uma camada de catalisador (Pt, RuO2), normalmente sobre titânio 5. Soda e Cloro Cl 2 Cl 2 Cl 2 Cl 2 Cl 2 Cl 2 H 2 H 2 H 2 H 2 H 2 SALMOURA LICOR NaCl NaCl NaCl H 2 O H 2 O H 2 O H 2 O NaCl H 2 O Cl - Na + Na + Na + Na + Na + Na + Na + H + CLORO HIDROGÊNIO NaCl Na + + Cl - H 2 H 2 O H + + OH - OH - OH - O QUE ACONTECE NA CÉLULA ELETROLÍTICA DE DIAFRAGMA 25 H 2 O NaOH H 2 O H 2 O H 2 O H 2 O NaOH NaOH NaOH NaCl 5. Soda e Cloro 26 Célula de diafragma 5. Soda e Cloro 27 CÉLULA DE MEMBRANA No ânodo (A), o cloreto (Cl−) é oxidado em cloro. A membrana seletiva de íons (B) permite que o íon Na+ flua livremente, mas impede que os ânions, como o hidróxido (OH−) e o cloreto, se difundam. No cátodo (C), a água é reduzida a hidróxido e gás hidrogênio. OBS: Célula de membrana Apenas os íons de interesse a atravessam, por isso não há a exigência de ser estabelecido um nível maior de solução de salmoura, como no caso do sistema com diafragma. 5. Soda e Cloro ÁGUA SOB PRESSÃO SALMOURA SAL GEMA Obtenção da salmoura 28 NaCl acompanhado de: - cloreto de potássio - cloreto de magnésio - sulfato de sódio 5. Soda e Cloro Diagrama de blocos de uma planta de cloro-soda com célula a diagragma 5. Soda e Cloro Células a diafragma: Purificação primária Células a membrana: Purificação primária + secundária 5. Soda e Cloro Purificação primária: eliminação dos íons Ca e Mg e traços de metais com Fe, Ti, Mo, Ni, Cr, V e W (tratamento com carbonato de sódio e soda cáustica): • precipita carbonato de cálcio e hidróxido de magnésio, que são removidos por sedimentação e/ou filtração (teores de Ca e Mg menores do que 2 ppm e 1 ppm, respectivamente). • Acidificação até pH 4 com HCl: • Proteger o recobrimento anodico • Controlar a formação de hipoclorito e clorato • Diminuir formação de O2 5. Soda e Cloro Purificação secundária: redução dos teores de Ca e Mg para valores menores do que 20 ppb: filtração seguida por tratamento em colunas de troca iônica (resinas de troca iônica) 5. Soda e Cloro Feita por contato com sal sólido até obter concentração de 310-315 g/L 5. Soda e Cloro Plantas com célula a mercúrio: Não possuem esta etapa (licor cáustico sofre apenas uma filtração para remover Hg e grafite) Plantas com célula a membrana: Possuem somente a etapa de evaporação cáustica. Plantas com célula a diafragma: o licor é concentrado em evaporadores de 3 e 4 estágios, com separadores de sal 5. Soda e Cloro Cloro que sai dos eletrolisadores contém vapor d’água (teor de umidade deve ser reduzido para evitar corrosão e formação de hidratos) Cloro é resfriado (por contato com água) em colunas empacotadas ou em trocadores de calor para a condensação da maior parte do vapor d’água) 5. Soda e Cloro • A secagem do cloro resfriado é feita em uma torre em contracorrente com H2SO4 (96-98%) • Teor de água no cloro que sai da torre < 50 ppm 5. Soda e Cloro • Cloro passa por removedores de névoa ácida 5. Soda e Cloro • Para ser liquefeito, o cloro é comprimido e resfriado em compressores centrífugos de alta velocidade. 5. Soda e Cloro Células a diafragma ou a membrana: • H2 obtido é de alta pureza (> 99,9 %) • É feita apenas secagem com resfriamento, seguida de compressão • Células a mercúrio: ,o H2 contém Hg, que deve ser removido (lavagem com hipoclorito de sódio ou persulfato de sódio)
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