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Aula 08 Temas educacionais e pedagógicos p/ SEDF (Professor de Educação Básica) - Com videoaulas Professores: Fabiana Firmino, Fernanda Lima TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana AULA 08 EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE, CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS. EDUCAÇÃO INTEGRAL. EDUCAÇÃO DO CAMPO. EDUCAÇÃO AMBIENTAL Sumário Sumário .................................................................................................. 1! 1 - Apresentação e Considerações Iniciais .................................................... 2! 2 - EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE, CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS................................................................................2 3- EDUCAÇÃO INTEGRAL ......................................................................... 13! 4- EDUCAÇÃO DO CAMPO........................................................................20 5- EDUCAÇÃO AMBIENTAL.......................................................................35 6- Questões .......................................................................................... 40! 7 - Gabarito...........................................................................................53 8-Referências Bibliográficas ..................................................................... 53 9-Considerações Finais............................................................................54 TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana 1 - Considerações Iniciais Hoje vamos estudar alguns assuntos diversificados EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE, CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS. EDUCAÇÃO INTEGRAL. EDUCAÇÃO DO CAMPO. EDUCAÇÃO AMBIENTAL . É uma matéria relevante, que frequentemente é abordada em provas. Além disso, é por intermédio dos planejamento que a prática pedagógica ganha forma. Em termos de estrutura, a aula será composta de quatro capítulos: Boa a aula a todos! 2 – EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE, CIDADANIA E EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS. ATENÇÃO PARA O ASSUNTO!!!! A Declaração de Salamanca é um documento internacional que apresenta proposições sobre educação inclusiva. CERTO! Este documento proclama que: •Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, •Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, • Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, !∀#∃%&∋()∗%+%)%),−./+0−∀%∀/1) 2−∀%∀%3−%)/)!∀#∃%&∋()/4)/)∗%+%)(0) ,−+/−5(0)6#4%3(07)! !∀#∃%&∋()835/9+%:() ,/0∗(+5(7) !∀#∃%&∋()∀()2%4∗(! !∀#∃%&∋() ;4<−/35%:! TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana • Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, • Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. Na educação inclusiva alguns aspectos são fundamentais para a sua essência, um desses aspectos está relacionado a preparação do professor que deve desempenhar um papel importante para desenvolver ações pedagógicas adequadas as necessidades dos alunos. É necessário que todos fiquem “atentos para propostas pedagógicas que auxiliem os docentes no melhoramento de suas concepções e fazeres escolares” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 37). A forma como a escola convive com pessoas com deficiência também é um fator muito importante para o desenvolvimento da educação inclusiva. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Ainda há muito o que fazer para que as escolas possam reestruturar a prática pedagógica. Os preconceitos devem ser quebrados e as ações devem estar voltadas a atender com qualidade a diversidade de educandos presentes no nosso sistema educacional. Existem diferentes maneiras de se educar e os professores devem estar preparados para cada ritmo e tempo apresentados pelos alunos. A nossa LDB determina alguns aspectos muito importantes que tentam contribuir para que haja inclusão, mencionando também o papel do professor Embora haja necessidade de termos TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana que faz parte desse conjunto de ações que levam a inserção de pessoas com deficiência na sociedade de maneira geral. Esse termo “Pessoas com deficiência” foi determinado Durante a Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência. Nessa ocasião a Presidente Dilma estava fazendo o seu discurso quando mencionou “pessoas portadoras de deficiência”. Esse nome provocou um mal estar, ocasionando mudanças no termo que hoje é utilizado apenas como Pessoas com deficiência”. Votando ao assunto da nossa lei de diretrizes e bases da educação nacional 9394/96, vamos relembrar o que diz sobre o nosso tema: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Educação especial é uma forma de se oferecer educação! Na perspectiva da educação inclusiva, o aluno especial tem o direito de conviver com os demais alunos. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. As escolas regulares geralmente não têm um trabalho especializado. Nessas escolas a lei determina que haja quando necessário, o serviço de apoio especializado para atender as peculiaridades da clientela. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Aqui a lei prevê as situações em que não há condições do aluno continuar estudando dentro da classe comum da rede regular de ensino em razão de suas especificidades. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Preste atenção aqui! A faixa etária será de zero a seis anos! Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) I – currículos,métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; O aluno da educação especial tem direito a um currículo específico para que o conteúdo estudado atenda a sua real necessidade. Existem livros com letras diferenciadas, lápis maiores e outros recursos diversos que deverão ser assegurados pelo sistema de ensino. II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; Quando é identificado que o aluno não conseguirá avançar nos estudos, é assegurado o certificado do ensino fundamental constando a terminalidade específica até onde o aluno conseguiu concluir. III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; Quando a LDB menciona especialização não quer dizer necessariamente um curso de especialização a nível de pós graduação, quer dizer cursos que atendam a demanda determinada pela situação e realidade local. IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; Aqui deixa claro que a educação inclusiva deve oferecer condições necessárias para que o aluno possa integrar o mundo do trabalho e o ambiente social. V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. O acesso deve ser feito de forma igualitária para os alunos especiais. Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo poder público. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Antes da lei 12.796 a lei mencionava apenas “portadores de necessidades especiais”. Essa expressão foi retirada e substituída pelo artigo citado acima. De acordo com a Constituição brasileira, a educação escolar é direito de todos e essa educação deve visar o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania. (Artigos, 205, 206 e 208 da CF). E essa educação, em alguns casos, deve ser especializada, para atender pessoas que têm alguma necessidade especial a ser atendida. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana O atendimento especializado deve ser oferecido, preferencialmente, na rede regular de ensino, conforme o artigo 208 da Constituição Federal. Como atendimento educacional especializado, ou educação especial é diferente de ensino escolar, ele deve ser oferecido como complemento e não supre sozinho o direito de acesso ao Ensino Fundamental. Sendo assim, ou a escola recebe todos com qualidade e isso inclui a educação inclusiva, ou não estará oferecendo a educação nos termos da Constituição. Normalmente, as escolas “comuns” selecionam seus alunos na admissão e durante o curso, por meio de processos de avaliação que admitem a repetência e até o encaminhamento do educando ao Ensino Especial. Hoje, o ensino Especial é oferecido majoritariamente por instituições filantrópicas. Essas instituições, geralmente, atendem deficientes visuais e/ou auditivas, de pessoas com deficiência mental e/ou outras deficiências, mas que não se encaixam no ensino regular. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Gente! Aqui temos um pulo do gato que pode ser inclusive, objeto de questão. O Plano Nacional de Educação, com vigência de 2011 a 2020, prevê em sua meta 4 a universalização do ensino especial para alunos de 4 a 17 anos, em estabelecimentos regulares de ensino, a partir de Com isso, sendo aprovado, os alunos que possuem alguma necessidade especial deverão ser matriculados nas escolas “comuns” fazendo com que as entidades filantrópicas que hoje oferecem o ensino especial, só poderão fazê-lo no contra turno do horário do ensino regular. De acordo com o Portal do MEC, baseado no Censo Escolar da Educação Básica de 2008 aponta um crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes comuns do ensino regular. O índice de matrícula da educação especial nas classes comuns do ensino regular passou (de acordo com o portal) de 46,8% do total de alunos com deficiência, em 2007, para 54% no ano passado. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Estão em classes comuns 375.772 estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Ainda, de acordo com o MEC, esse reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação, que inclui programas de implementação de salas de recursos multifuncionais, de adequação de prédios escolares para a acessibilidade de formação continuada de professores da educação especial. Queridos, aqui é importante termos uma visão crítica sobre o texto acima. É um documento oficial, mas é um documento do governo. Se por um lado é verdade que aumentou o número de alunos matriculados em escolas comuns de ensino regular, por outro lado, há de se pensar se essa oferta tem garantia de qualidade. Sabemos que a realidade das escolas públicas brasileiras não é tão fácil e incluir alunos com deficiência em escolas regulares pode ser problemática se não houver, na prática, a adequação de tudo que isso envolve (a estrutura, o corpo docente, os próprios alunos). TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Mas voltando ao que é atual: Hoje, a educação inclusiva, oferecida pelas escolas inclusivas, acolhem tanto alunos “normais” quanto alunos que possuem algum tipo de necessidade especial. Essas escolas não se sentem no direito de recusar alunos em função de suas condições especiais e proporcionam as adequações que se fizerem necessárias para bem atender a todos, inclusive pelo princípio da igualdade. As escolas inclusivas, trabalham com um único currículo só para atender as diversas demandas, tentando adaptar os conteúdos para todo público escolar. Com isso, as escolas muitas vezes não conseguem tratar da diversidade como está expresso na Lei. O importante é que haja uma inclusão de fato e não somente na teoria. Só assim, a igualdade na educação e de condições,serão cumpridos, conforme prevê a Carta Magna. • e identidade nacional. Produção cultural, conhecimento cultural e política cultural. 3– Educação Integral O assunto que se segue, é minha aposta de cobrança na prova. O que trazemos, hoje, são informações retiradas do próprio sítio da SEEDF, por entendermos que o CESPE irá direto na fonte. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Desafios e Perspectivas A Educação Integral em sua essência e qualidade é aquela que forma o ser humano em sua integralidade e para sua emancipação. Construir uma educação que emancipe e forme em uma perspectiva humana que considere suas múltiplas dimensões e necessidades educativas é a grande estratégia de melhoria da qualidade de ensino e promoção do sucesso escolar, que é a Educação Integral. Eis a grande diferença da educação integral para uma escola de tempo integral, nesta o componente da ampliação da jornada escolar caracteriza sua centralidade, mantêm-se a mesma organização fragmentada dos processos educativos e o distanciamento entre a escola, e a comunidade, enquanto que naquela outros elementos como: a ampliação do currículo com a valorização dos saberes populares, a gestão democrática, a participação de outros sujeitos e a extensão do território educativo, tudo isso é articulado com o Projeto Político Pedagógico da escola, visando garantir a vivência escolar de alunos, professores, família e comunidade em um exercício cotidiano e coletivo de cidadania. A intenção da política de Educação Integral ultrapassa, portanto a mera ampliação de tempos, espaços e oportunidades educacionais e busca discutir e construir em nossas escolas espaços de participação, favorecendo a aprendizagem na perspectiva da cidadania, da diversidade e do respeito aos direitos humanos. O desafio é grande, mas as possibilidades de concretização da escola integral, entendendo- a como solo fértil de uma educação democrática e de qualidade social, é real. A ampliação progressiva do tempo diário de permanência do estudante na escola, previsto no artigo 34 da LDB, só faz sentido se trouxer uma reorganização inteligente desse tempo. Não se trata de imaginar uma escola sem horários ou regras, mas de recriá-los em função de projeto curricular ambicioso do ponto de vista das oportunidades formativas na perspectiva da aprendizagem multidimensional do cidadão, em respeito aos direitos humanos e à diversidade. A Secretaria de Educação do Distrito Federal compreende como fundamental a reflexão sobre a Educação Integral a partir das vozes dos educadores que pensam e a fazem nas escolas cumprindo uma agenda de debates e construção TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana do projeto de Educação Integral para os próximos períodos no Distrito Federal. Para a operacionalização de uma política que atenda tais perspectivas educacionais e sociais, o projeto consubstancia-se nas seguintes proposições: Implementação de um processo de reorientação curricular que privilegie a articulação e o diálogo entre os saberes clássicos e os saberes locais e no qual o currículo integrado supere a fragmentação das áreas do conhecimento humano e as formas de saberes e se constitua de forma orgânica no cotidiano escolar. Equalização das condições físicas das escolas para que possam receber ou ampliar suas atividades de educação em tempo integral, considerando a adequação dos espaços para o desenvolvimento das atividades de múltiplas naturezas, considerando os aspectos de acessibilidade física por meio de ajustes arquitetônicos e novas construções escolares; Ampliação da jornada escolar para oito horas, integrando as atividades de alimentação como tempo educativo e ampliação da oferta para cinco dias na semana; Construção de uma agenda de formação continuada dentro da especificidade da Educação Integral para os profissionais da educação que atuam na docência, gestão, assistência escolar, considerando a importância da atuação profissional de toda a equipe da escola como imprescindível para a efetividade do projeto com qualidade. O Projeto de Educação Integral nos Centros de Educação Infantil da Cidade da Estrutural, São Sebastião e Brazlândia tem uma perspectiva de atendimento em tempo contínuo com duração de sete horas, é uma das formas de atendimento que está acontecendo neste ano de 2013. Está sendo implementado o Projeto Piloto de Educação Integral em Tempo Integral – PROEITI, visando o atendimento a cem por cento dos estudantes de escolas pré-selecionadas em tempo contínuo com 10 horas de duração, sendo neste ano, atendidas 23 escolas. A proposta do PROEITI vai além da ampliação de tempo, pois busca principalmente a ampliação dos espaços e das oportunidades educacionais. Outro diferencial para este ano, está na Implantação do Projeto Jovem Educador o qual oportuniza aos estudantes do Ensino Médio, Educação TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Profissional e Educação de Jovens e Adultos a participação ativa na proposta de Educação Integral desta rede pública de ensino. A proposta é que o debate sobre a educação integral esteja vivo e seja replicado, aprofundado e acompanhe o movimento cotidiano em torno do Projeto Político Pedagógico em cada escola. Tal debate deve ser permanente nas escolas e Coordenações Regionais de Ensino fomentando as ações da Educação Integral. Sua avaliação contínua, com base em reflexões construtivas, configura o exercício pleno da Gestão Democrática na educação do Distrito Federal. Unidades escolares que ofertam jornada de tempo integral na SEEDF Projeto Piloto de Educação Integral em Tempo Integral Por definição, a palavra integral significa inteiro, completo, total, o que é identificado nas diversas definições de escola e de educação propostas por Anísio Teixeira e retomadas mais recentemente nas discussões acerca da necessidade de ampliação do tempo de permanência do estudante na escola. O Distrito Federal visando materializar a almejada Educação Integral, como produto de estudos pedagógicos, sociológicos e filosóficos, propõe um novo formato educacional que provoque mudanças na sociedade e na escola. A educação integral prevê práticas não dicotomizadas, que reconhecem a importância dos saberes formais e não formais, a construção de relações democráticas entre pessoas e grupos, imprescindíveis à formação humana, e que valorizem os saberes prévios, as múltiplas diferenças e semelhanças e façam de todos nós sujeitos históricos e sociais. Frente a essa perspectiva, a expressão “Escola Integral”, vem sendo usada para se referir à instituição educacional que associe a oferta de educação integral ao tempo integral do estudante na escola. O Projeto Piloto de Educação Integral em Tempo Integral – PROEITI – que hora apresentamos, pretende oferecer uma educação por inteiro em um turno integral, rimando quantidade e qualidade educacionais para que nossos estudantes tenham oportunidades de desenvolvimento TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana dos requisitos necessários para uma vida plena com participação ativa e saudável na sociedade. O atendimento será realizado todos os dias da semana, num turno único com duração de 10h diárias. Esta proposta vale como referência para as escolas se inspirarem na elaboração de suas próprias ações, em conformidade com o Projeto Político Pedagógico Professor Carlos Motta e de acordo com seu Projeto Político Pedagógico que deverá ser construído com a comunidade escolar e local. Os atoresAo delinearmos as responsabilidades específicas de cada ator do processo educacional em uma Escola Integral, vemos que elas se complementam e por isso devem estar em total sintonia como partes de uma engrenagem, na qual cada um assumirá sua função ciente de que assim como sua atuação depende das ações dos demais, é a atuação dos demais que permite que se possa atuar. • Estudante – A definição do estudante identificado e pensado como demandante de uma Escola Integral, é de um sujeito único e plural, totalmente conectado às redes sociais. Portanto, um sujeito pleno de seus direitos. • Equipe Gestora – É a responsável pelo gerenciamento dos recursos financeiros, pela articulação das ações administrativas e pedagógicas, pela manutenção de um ambiente escolar harmônico e pela articulação do trabalho pedagógico. • Professores – Têm a responsabilidade de capitanear os trabalhos referentes não somente à Base Nacional do Currículo, como também às atividades complementares. • Coordenador Pedagógico – Cabe a este profissional garantir a articulação entre professores, equipe gestora e comunidade escolar. Responsável pela articulação do espaço/tempo de coordenação pedagógica. Para tanto, precisa assumir o protagonismo no apoio ao trabalho pedagógico, à formação continuada, ao planejamento e ao desenvolvimento do PPP, sempre visando a aprendizagem de todos os estudantes. • Coordenador de Educação integral - Responsabiliza-se pela articulação do trabalho entre professores de turnos diferentes de modo que seus trabalhos complementem-se. É o profissional que operacionaliza a integração entre os diversos saberes nos diversos espaços. • Comunidade Escolar – A relação entre escola e comunidade pode ser marcada pelo diálogo, a troca de experiências, a construção de saberes e também pela possibilidade de juntas, constituírem-se em uma comunidade de aprendizagem, de modo que a interação entre ambas auxilie na superação de desafios que se apresentarão. • Outros profissionais de apoio – Nesta proposta, os Monitores Voluntários assumem o papel de auxiliar no trabalho pedagógico desenvolvido pelo TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana professor, assim como o Bolsista Universitário surge como auxiliar ao trabalho do professor. Organização do trabalho A participação articulada, reflexiva, criativa e comprometida entre os atores escolares e a mobilização dos potenciais educativos da comunidade local são fatores de extrema importância para o sucesso da Escola Integral. Esta participação deve estar presente nos diversos níveis de planejamento. Para que as escolas possam propiciar o atendimento em tempo integral, é necessário que haja uma estrutura física e pedagógica mínima a fim de imprimir qualidade ao atendimento, sendo importante lembrar que as instituições necessitam de organizar espaços para repouso, para livre expressão e para lazer. ! Pelo caráter do CESPE, vale a pena focar nas informações abaixo: Importante frisar que o atendimento dar-se-á em tempo contínuo, sem que haja fragmentação dos turnos letivos, incluindo-se neste período o tempo destinado a alimentação, higienização, passeios e demais atividades pedagógicas, sendo sugerido às escolas atenderem no período de 07h30 às 17h30, perfazendo um total de 10h. Dessa forma, a jornada de tempo integral pressupõe um turno único, mesmo que haja um momento focado nas atividades da Base Nacional Comum ou nas atividades complementares. Durante o dia letivo o estudante receberá de 04 a 05 refeições diárias (de acordo com parecer da Coordenação de Alimentação Escolar CORAE/SIAE), sendo o cardápio apropriado para as especificidades próprias da faixa etária. O período destinado às refeições ,na Escola de Educação Integral em Tempo Integral, precisa ser planejado , devendo ser pensado como um momento para TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana a formação de hábitos alimentares saudáveis, de higiene, boas maneiras, valores e, acima de tudo, socialização e interação dos estudantes com todos os envolvidos na unidade escolar. Os períodos destinados às atividades diárias realizadas sob responsabilidade do professor podem e devem ocorrer dentro de sala de aula e/ou em outros espaços: brinquedoteca, biblioteca, pátio, parque, laboratório de informática, ambientes externos, etc. Haverá transportes para realização de atividades externas. Tais saídas deverão ser sistematizadas , mediante articulação junto aos parceiros, devendo nestas saídas, o estudante estar acompanhado por seu professor, que é o responsável pelo aluno neste período. A fim de garantir a legitimidade destas saídas sistemáticas, é necessário que durante as primeiras semanas , todos os pais assinem uma autorização , cientificando a escola e respaldando essa prática pedagógica. Para composição das turmas de tempo integral, visando viabilizar a execução das atividades diversificadas, estas poderão ser agrupadas de acordo com seu nível de aproveitamento para a atividade proposta e/ou por faixa etária, devendo, no entanto, obedecer a capacidade e as especificidades da escola, da atividades e principalmente do grupo de alunos. Um profissional que surge para colaborar com o trabalho desenvolvido na Educação Infantil e nos Anos Finais do Ensino Fundamental nas Escolas Integrais, é o professor de Educação Física. Para cada conjunto de 10 turmas, teremos um professor de Educação Física, que atenderá em 3 horas /aula cada turma, totalizando 150min (duas horas e meia), a organização deste período será definida pela escola. O atendimento estará voltado às expressões corporais, à música e à prática lúdico-artística, sendo estas dimensões indispensáveis à formação integral do estudante. No período em que o estudante estiver sob a responsabilidade do profissional de Educação física, o professor regente deverá realizar coordenação com o seu par de regência de classe (responsável pelo outro turno). Este período de encontro semanal pode constituir-se como espaço de troca de informações e experiências pedagógicas vivenciadas, a fim de evitar as rupturas cronológicas, didáticas ou outras de qualquer ordem no trabalho. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Todos os sujeitos envolvidos no processo são responsáveis pelos estudantes em todos os momentos do dia. Entretanto, em horários de refeição, por exemplo, é preciso o envolvimento de outros profissionais. Nesse momento, o acompanhamento dos estudantes torna-se responsabilidade de todos (cada um com sua responsabilidade), sejam estes professores, funcionários da cozinha, auxiliares de educação, coordenadores pedagógicos, gestores. Cada escola deverá fazer sua escala de atendimento em cada um dos espaços apontados, de forma que todos tenham, diariamente, acesso a maior quantidade possível de oportunidades educacionais em diversos espaços/ambientes. O ano letivo, independente do ano civil, tem duração de no mínimo 200 (duzentos) dias letivos de efetivo trabalho escolar oferecido a todos os estudantes, em conformidade com as orientações que são emanadas pelo Conselho de Educação do Distrito Federal, não devendo a escola deixar de oferecer atendimento em tempo integral durante este período. Sabedores de que o dia letivo é aquele caracterizado pelo controle de frequência discente em instrumento próprio, presença de profissionais habilitados e intencionalidade pedagógica de planejamento e práticas, é necessário atentar-se a estas características, que deverão coexistir em todos os dias para que não haja déficit de dias no ano letivo. Para finsde frequência, são consideradas atividades escolares realizadas na sala de aula e as que ocorrem em outros locais adequados a trabalhos teóricos e práticos, e que tem como objeto a plenitude na formação de cada estudante. O registro do trabalho pedagógico é obrigatório, seja das atividades previstas na Base Nacional Comum do currículo ou naquelas desenvolvidas nos diversos projetos interdisciplinares da parte diversificada, devendo este registro ser feito em diário de classe específico. Assim, lembramos que de acordo com a Portaria 134 de 14/09/2012 do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira – PDAF, às escolas que atendem todos os seus alunos em jornada de tempo integral (Escolas Inseridas no Projeto Piloto de Educação Integral) foi acrescido ao recurso percebido o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) para adaptações, aquisições de materiais, manutenções etc. Listagem de Escolas do Projeto Piloto de Educação Integral em Tempo Integral TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana [1] As atividades desempenhadas pelos monitores são consideradas de natureza voluntária, sendo ressarcidas as despesas de alimentação e transporte dos monitores definida na forma da Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. O trabalho de monitoria será desempenhado, preferencialmente, por estudantes universitários de formação específica nas áreas de desenvolvimento das atividades, podendo ser desenvolvidas por pessoas da comunidade com habilidades apropriadas, competências, saberes e habilidades ou estudantes da EJA e estudantes do ensino médio. [2] O Bolsista Universitário é um estudante universitário encaminhado pela FAP/SECTI DF, de acordo com a Portaria Conjunta N° 03 de 14 de maio de 2009, tendo sua atuação definida no artigo 14 da referida lei. [3] Para efeitos organizacionais, a Resolução CD/FNDE n° 38, de 16 de julho de 2009, em seu artigo 15, inciso IV, estabelece que quando o estudante for matriculado em jornada de tempo integral, a alimentação escolar deve fornecer 70% (setenta por cento) das necessidades nutricionais dos estudantes. A quantidade de refeições operacionalizadas para garantir este percentual fica a cargo da SEEDF. 4– Educação do campo Educação do Campo Observação: a fonte de pesquisa que se segue é do sítio da SEEDF, com adaptações, para facilitar o entendimento. Uma das metas do Plano Distrital de Educação visa garantir a Educação Básica a toda população camponesa do DF, em Escolas do Campo, de modo a alcançar no mínimo 12 (doze) anos de estudos, no último ano de vigência deste Plano, com prioridade em áreas de maior vulnerabilidade social, incluindo população de baixa renda, negros, indígenas e ciganos, declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e/ou a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), conforme TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Resolução nº 1, de 3 de abril de 2002 – MEC/CNE/CEB, que institui as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Diagnóstico da Educação do Campo no Distrito Federal O conceito de Educação do Campo surge do processo de luta pela terra empreendida pelos movimentos sociais do campo, no âmbito da luta por Reforma Agrária, como denúncia e como mobilização organizada contra a situação atual do meio rural: situação de miséria crescente, de exclusão/expulsão das pessoas do campo; situação de desigualdades econômicas, sociais, que também são desigualdades educacionais, escolares. Seus sujeitos principais são as famílias e comunidades de camponeses, pequenos agricultores, sem-terra, atingidos por barragens, ribeirinhos, quilombolas, pescadores e muitos educadores e estudantes das escolas públicas e comunitárias do campo, articulados em torno de movimentos sociais e sindicais, de universidades e de organizações não governamentais. Todos buscando alternativas para superar essa situação que desumaniza os povos do campo, mas também degrada a humanidade como um todo. O termo “Educação do Campo”, conceito forjado em 1998 na “I Conferência Nacional por uma Educação do Campo” – CNEC, traz importantes significados, contrapondo-se ao termo Escola Rural. Em primeiro lugar, estamos tratando de um novo espaço de vida, que não pode se resumir na dicotomia urbano/rural. O campo é compreendido como “um lugar de vida, cultura, produção, moradia, educação, lazer, cuidado com o conjunto da natureza e novas relações solidárias que respeitem a especificidade social, étnica, cultural, ambiental dos seus sujeitos”. (II CONFERÊNCIA, 2004). A principal luta da Educação do Campo tem sido no sentido de garantir o direito de uma educação NO e DO campo, isto é, assegurar que as pessoas sejam educadas no lugar onde vivem e sendo partícipes do processo de TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana construção da proposta educativa, que deve acontecer a partir de sua própria história, cultura e necessidades. Educação do Campo é mais do que escola, mas inclui a escola que é, ainda hoje, uma luta prioritária, porque boa parte da população do campo não tem garantido seu direito de acesso à Educação Básica. Para a Educação do Campo, o debate sobre a educação é indissociável do debate sobre os modelos de desenvolvimento em disputa na sociedade brasileira e o papel do campo nos diferentes modelos, ou seja, o campo precede a educação. Portanto, a especificidade mais forte da Educação do Campo, em relação a outros diálogos sobre educação, deve-se ao fato de sua permanente associação com as questões do desenvolvimento e do território no qual ele se enraíza. O território do campo deve ser compreendido para muito além de um espaço de produção agrícola. O campo é território de produção de vida, de produção de novas relações sociais, de novas relações entre as pessoas e a natureza, de novas relações entre o rural e o urbano. A Educação do Campo ajuda a produzir um novo olhar para o campo. E faz isso em sintonia com uma nova dinâmica social de valorização desse território e de busca de alternativas para melhorar a situação de quem vive e trabalha nele. Uma dinâmica que vem sendo construída por sujeitos que já não aceitam mais que o campo seja lugar de atraso e de discriminação, mas lutam para fazer dele uma possibilidade de vida e de trabalho para muitas pessoas, assim como a cidade deve sê-lo, nem melhor nem pior, apenas diferente, uma escolha. Em 15 anos de luta, a mobilização dos movimentos sociais em torno da Educação do Campo gerou importantes conquistas, entre elas a aprovação das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Resolução nº 1, de 3 de abril de 2002 e Parecer nº 36/2001 do Conselho Nacional de Educação). TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Outros marcos legais conquistados na luta da Educação do Campo são: Portaria nº 86, de 1º de fevereiro de 2013, que institui o Programa Nacional de Educação do Campo - PRONACAMPO, e define suas diretrizes gerais; Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, definindo a Educação do Campo como modalidade de ensino; Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010 que dispõe sobre a Política de Educação do Campo e o Programa 85 Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA; e Resolução nº 2, de 28 de abril de2008, que estabelece diretrizes complementares, normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do campo. Ao Distrito Federal cabe elaborar sua Política Pública em consonância com os marcos legais, considerando a constituição histórica da relação entre urbano e rural no Brasil e as especificidades do território desta unidade da Federação. A construção de políticas públicas de Educação do Campo gera a necessidade de compreensão da relação entre rural e urbano. No Distrito Federal essa compreensão se torna ainda maior, devido à especificidade do território desta unidade da Federação. Neste sentido, a constituição histórica da relação entre urbano e rural no Brasil traz elementos para refletirmos sobre a questão. Até o final do século XIX, o Brasil era um país essencialmente rural, apenas 10% da população localizava-se em áreas urbanas. Com o início do processo de industrialização, no século XX, houve um incremento da população urbana. Na década de 1960, porém, com o início da Revolução Verde, houve um forte crescimento do êxodo rural, gerando uma ampliação desordenada das cidades e profundos desequilíbrios na relação campo e cidade no Brasil e o Distrito Federal reproduz essa estatística. Há que TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana se observar a evolução do incremento populacional apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em relação à ocupação do DF: o censo do IBGE de 1970 encontrou 524.315 habitantes; em 1980, superou a casa do milhão de habitantes: 1.164.659. No Censo de 1991, a população urbana era de 1.513.470 e, em 2.010, Brasília havia ultrapassado a casa dos dois milhões, tendo o censo registrado 2.482.21 habitantes, distribuídos em 19 regiões administrativas, comprovando o dinamismo da cidade. Nas áreas rurais do Distrito Federal, a ocupação espacial encontra-se relacionada ao processo histórico de implantação de Brasília. Com a desapropriação da área do quadrilátero para a implantação da nova capital da República, o gerenciamento das áreas rurais ficou a cargo da Fundação Zoobotânica e da Terracap. O espaço rural foi ocupado com núcleos rurais formados por chácaras de cinco hectares. Essas chácaras de produção agrícola eram arrendadas pela fundação Zoobotânica, visando abastecer a capital. Atualmente, no território rural do DF, com cerca de 250.000 ha, 46% dos estabelecimentos rurais são de agricultores familiares que produzem mais de 800.000 toneladas de alimentos por ano, apesar de ocuparem apenas 4% das terras. Espaço rural marcado por contradições dadas pela presença de seus atores: os ruralistas, os latifundiários, os produtores familiares, os camponeses com ou sem terra. Para garantir o direto à educação das crianças, jovens e adultos do campo, a Rede Pública de Ensino conta com 75 escolas, sendo apenas dez de Ensino Médio e somente uma oferecendo Ensino Médio Noturno. A Educação de Jovens e Adultos ainda é pouco abrangente, com oferta em seis escolas do DF, fruto do abandono histórico de governos anteriores. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana É a materialidade de origem da Educação do Campo que define seus objetivos, suas matrizes e as categorias teóricas que indicam seu percurso. A Especificidade da Educação do Campo é, portanto, o campo, seus sujeitos e seus processos formadores. A Educação do Campo afirma uma determinada concepção de educação, não se limitando à discussão pedagógica de uma escola para o campo, nem de aspectos didáticos e metodológicos. Diz respeito à construção de um novo desenho para as escolas do campo, que tenha as matrizes formadoras dos sujeitos como espinha dorsal, que esteja adequado às necessidades da vida no campo e que, fundamentalmente, seja formulado pelos sujeitos do campo, tendo o campo como referência e como matriz. A Educação do Campo demarca uma concepção de educação em uma perspectiva libertadora e emancipatória que pensa a natureza da educação vinculada ao destino do trabalho: educar os sujeitos para um trabalho não alienado, para intervir nas circunstâncias objetivas que produzem o humano. Não se trata da relação entre educação e trabalho da visão neoliberal, que subordina a educação às exigências de relações de trabalho de um determinado modelo de desenvolvimento social, pautado pelos interesses do mercado capitalista, em cada momento histórico. Para o educador brasileiro Paulo Freire, se a educação tem seu papel na construção de outro mundo possível, deve assumir a função de libertar das formas de opressão. Para Mészáros a educação libertadora teria como função transformar o trabalhador em um agente político, que pensa, age, e que usa a palavra como arma para transformar o mundo. São categorias teóricas centrais para a Educação do Campo as ideias de hegemonia e contra-hegemonia formuladas por Gramsci, uma vez que esta se afirma como ação contra-hegemônica à dominação capitalista, assumindo o objetivo de contribuir com o acúmulo de forças e com a construção de uma nova cultura para a disputa da hegemonia pela classe trabalhadora do campo. A compreensão da alienação do trabalho, dada por Marx, é trazida por Freitas (1995) para concluir que é da mesma forma que na escola capitalista o trabalho se coloca para os alunos: externo a TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana eles, exaustivo, involuntário, mortificante, para outrem (para o professor, obtendo nota, ou para atender à exigência dos pais). Partindo dessas compreensões, a Educação do Campo objetiva construir a possibilidade de uma educação para além do capital, como formulado por Mészáros (1995). Da crítica à escola elitista, branca, de classe, parte para a construção de uma escola dos trabalhadores e, portanto, pública, orientada pelas experiências empreendidas pelos sujeitos trabalhadores do campo que oferecem à teoria pedagógica, como afirma Arroyo (2003), novos rumos para a organização do trabalho pedagógico. Se falarmos de uma escola ligada à vida, há que se notar que a vida do campo se difere da vida da cidade e que os sujeitos do campo têm matrizes formativas próprias. Trabalho, terra, cultura, história, vivências de opressão, conhecimento popular, organização coletiva e luta social são matrizes dos sujeitos do campo. Não é mais possível imaginar que a cidade seja o lugar do avanço e o campo, o lugar de atraso a ser atualizado pela cidade ou pelo agronegócio. A cidade tem suas singularidades e o campo também as têm, logo, não se trata apenas de reconhecer que há uma identidade para os sujeitos do campo, mas que há toda uma forma diferente de viver que produz relações sociais, culturais e econômicas diferenciadas no campo. Ao elegermos a vida enquanto princípio educativo, os processos e os conteúdos educativos no campo devem condizer com esse princípio, ou seja, é preciso elaborar um currículo para as escolas do campo que vincule os conteúdos à vida do campo, currículo este que deverá ser construído, a médio prazo, em um processo democrático e participativo com toda a rede. Considerando que “são as relações sociais que a escola propõe, através de seu cotidiano e jeito de ser, o que condiciona o seu caráter formador, muito mais do que os conteúdos discursivos que ela seleciona para seu tempo específico de ensino" (CALDART, 2004, p.320), na perspectiva da Educação do Campo não cabe selecionar conteúdos,privilegiar um conhecimento em detrimento de outro. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Trata-se, portanto, de desenvolver as bases das ciências a partir de conexões com a vida, permitindo, ainda, que entrem no território do conhecimento legítimo as experiências e saberes dos sujeitos camponeses, para que sejam reconhecidos como sujeitos coletivos de memórias, histórias e culturas, fortalecendo as identidades quilombola, indígena, negra, do campo, de gênero. Há que se assumir a tarefa de colocar em diálogo sujeitos até então mantidos na invisibilidade pelo paradigma dominante, compreendendo que a escola é apenas a mediação deste diálogo, que sua lógica estruturante, conteúdos e métodos devem ser tomados como meios, isto é, mediadores da relação pessoal e social entre educandos, educadores e comunidade. Estratégias 8.1 Garantir a estruturação curricular e pedagógica, voltada à realidade do campo em todos os níveis de ensino, enfatizando as diferentes linguagens e os diversos espaços pedagógicos conforme as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. 8.2 Institucionalizar a Educação do Campo na Rede Pública de Ensino do DF, criando condições de atendimento às especificidades que demandam o público a ser atendido, incluindo a oferta na modalidade à distância para a Educação de Jovens e Adultos, tais como: a) gestão pedagógica e administrativa específicas; b) profissionais da educação com formação inicial e continuada, inclusive com especialização, mestrado e doutorado em educação do campo, para atendimento às crianças, aos adolescentes, jovens, adultos e idosos; c) trabalho pedagógico organizado segundo os princípios e matrizes da Educação do Campo, incluindo currículos diferenciados e apropriados aos sujeitos da EJA; d) avaliação processual e formativa buscando encorajar os estudantes trabalhadores na sua entrada ou retorno à escola pública, compreendendo as TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana suas especificidades e reconhecendo os saberes adquiridos em suas histórias de vida e nas atividades laborais no campo; e) suporte de infraestrutura e materiais apropriados para a produção do conhecimento com esses sujeitos; f) criação de mecanismos de acesso, permanência e êxito dos estudantes na escola, considerando aqueles que são trabalhadores; g) articulação e coordenação intersetorial para a concretização da expansão da escolaridade da população brasileira, envolvendo as áreas de educação, saúde, trabalho, desenvolvimento social, cultura, ciência e tecnologia, justiça, entre outros. 8.3 Garantir acesso público ao Ensino Fundamental (incluindo ofertas específicas de alfabetização), Ensino Médio e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional aos Jovens, Adultos e Idosos, conforme as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. 8.4 Fomentar a expansão da oferta de matrículas públicas de Educação Profissional Técnica, por parte das entidades públicas com ênfase na proposta de currículos integrados, conforme as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. 8.5 Promover, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola, específicos para os segmentos populacionais considerados, identificar motivos de absenteísmo para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos na Rede Pública de Ensino. 8.6 Criar e manter um Sistema de Informações de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (SIEJAIT), articulado com a função dos agentes colaboradores da Educação de Jovens e Adultos com a finalidade de identificar a demanda ativa por vagas de EJAIT na Rede Pública e realizar o acompanhamento do itinerário formativo, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e demais TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana instituições de assistência a mulheres e homens do campo, por residência ou local de trabalho, a partir da aprovação do PDE. 8.7 Garantir relação professor/ estudante, infraestrutura e material didático adequados ao processo educativo, considerando as características das distintas faixas etárias, conforme os padrões do CAQ (Custo Aluno Qualidade), regulamentado por meio de política que vise ao desenvolvimento de estudos para regulamentar o custo aluno/qualidade diferenciado da Educação do Campo, com ações articuladas e construídas entre a esfera administrativa de governo e movimentos sociais, até o primeiro biênio a partir da aprovação do PDE. 8.8 Universalizar a oferta da Educação Básica do Campo, respeitando as peculiaridades de cada Região Administrativa (R.A), com infraestrutura apropriada, estimulando a prática agrícola e tecnológica com base na agroecologia e socioeconomia solidária. 8.9 Destinar área específica às práticas agroecológicas, assim como construções que permitam o cultivo e oficinas de trabalho, no terreno próprio da escola, oportunizando ação pedagógica nas escolas do campo, promovendo inclusive intercâmbio com as escolas da cidade. 8.10 Implementar e garantir cursos profissionalizantes nas escolas do campo, de acordo com a demanda, com profissionais capacitados nas áreas técnicas, atendendo à singularidade de cada R.A e suas diferentes formas de produção, por intermédio de parcerias com o Governo Federal e outros órgãos e instituições, visando à sustentabilidade no uso da terra e outras demandas locais. 8.11 Articular mecanismos de cooperação entre o Distrito Federal e a União para implementar, e avaliar as políticas públicas destinadas à melhoria das escolas e da qualidade de vida do e no campo, a partir da aprovação deste Plano. 8.12 Assegurar que a Educação das Relações Étnico-Raciais seja contemplada conforme estabelece o artigo 26 A da LDB (Leis 10.639/03 e 11.645/08) e Parecer 03/2004 CNE/CP – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História Afro-Brasileira e Africana; a Resolução 01/2012 da CEDF e o Plano Nacional de Cidadania e Direitos Humanos LGBT. 8.13 Implementar políticas de prevenção à interrupção escolar motivada por preconceito e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão. 8.14 Garantir que as escolas de Educação do Campo, no exercício de suas atribuições no âmbito da rede de proteção social, desenvolvam ações com foco na prevenção e reparação às violações de direitos das crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos (violências psicológica, física e ou sexual, negligência, constrangimento, exploração do trabalho infanto-juvenil, uso indevido de drogas, entre outras), por meio da inserção dessas temáticas no projeto político pedagógico e no cotidiano escolar, identificando e notificando os casos aos órgãos competentes. 8.15 Fomentar políticas de promoção e formação educacional, em todos os níveis, de uma Cultura de Direitos Humanos na Educação do Campo, pautada na democratização das relações e na convivência saudável com toda a comunidade escolar. 8.16 Garantir o esporte e o lazer, com suprimento de material esportivo adequado, considerando, também, aqueles quefavoreçam vivências, diálogos e reflexões para afirmação, compreensão e respeito de diferentes culturas e identidades, como são, por exemplo, a capoeira, o maculelê, catira, break, entre outros. 8.17 Implementar a Educação Musical, conforme a Lei 11.769/08, considerando, ainda e para tal fim, a cultura musical camponesa. 8.18 Incentivar práticas artísticas baseadas na ética e solidariedade, tal como o Teatro do Oprimido, em que sejam valorizadas a capacidade criadora e criativa das pessoas, em particular de camponeses e camponesas, e que suscitem proposições para a transformação da realidade, por meio da organização e do TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana debate dos problemas, empoderando sujeitos/atores/ estudantes na defesa dos seus direitos e incentivando a cidadania. 8.19 Construir, com as comunidades escolares, propostas pedagógicas e calendários escolares que respeitem períodos de plantio /colheita, fatores geográficos, culturais e ambientais locais, superando a fragmentação do currículo e respeitando as diferentes metodologias que consideram os sujeitos com suas histórias e vivências, e as legislações que regem os sistemas de ensino. 8.20 Implementar políticas de universalização de acesso e permanência à Educação Básica às pessoas que não tiveram acesso à escola em idade própria, como parte da política distrital de universalização da alfabetização. 8.21 Garantir a permanência das escolas na comunidade do campo, evitando, quando for o caso, a nucleação das escolas do campo; quando da necessidade, que se realize no próprio campo, assegurando o direito de crianças, jovens, adultos e idosos de estudarem na comunidade em que vivem, conforme determinado pelas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo. 8.22 Garantir às escolas do campo organização flexível na formação de turmas, determinando o número mínimo de estudantes, conforme estudo de demanda, por comunidade, a ser realizado, anualmente, pela SEEDF. 8.23 Garantir a Educação Infantil à população do campo, considerando os princípios formativos e matrizes históricas, sociais e culturais da Educação do Campo. 8.24 Garantir formação específica para os profissionais da Educação do Campo. 8.25 Implantar políticas, por meio de parceria entre a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação – EAPE, Escolas Técnicas e Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, de formação inicial e continuada aos profissionais da educação que atuam na Educação do Campo, com vistas a atender aos objetivos e às metas do PDE, como condição necessária a todos(as) profissionais da educação que atuam ou venham a atuar em escolas do campo, ficando estabelecido o prazo de 04 (quatro) anos para aqueles já em exercício TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana nessa modalidade de ensino e 01 (um) ano tanto nos processos de remanejamento quanto para empossados(as|) em concursos públicos. 8.26 Promover encontros com as universidades, movimentos sociais e a Coordenação de Educação do Campo da SEEDF, visando à inclusão do debate da Educação do Campo nos cursos de nível superior das áreas da Educação (pedagogia e licenciaturas), bem como de outros que estejam vinculados direta ou indiretamente à realidade do campo, no prazo de 04 anos, a partir da aprovação do PDE. 8.27 Promover concurso público específico para a Educação do Campo, inclusive por áreas de conhecimento, definindo critérios quanto ao perfil dos educadores e educadoras, com regime de dedicação exclusiva, no prazo de 02 (dois) anos. 8.28 Fomentar ações interinstitucionais entre órgãos públicos e Universidades Públicas para garantir a pesquisa, a sistematização e a socialização da experiência e estudos acerca da Educação do Campo do DF, no sentido de viabilizar a resolução de problemas da educação e da sustentabilidade dos povos do campo, no prazo de 04 (quatro) anos. 8.29 A partir da aprovação/homologação do PDE, as Coordenações Regionais de Ensino deverão apoiar projetos político-pedagógicos que ampliem a permanência do estudante na escola e na comunidade, com atividades educativas voltadas à realidade do campo, garantindo acessibilidade, assistividade e atenção às demandas específicas com necessidades especiais, de modo que toda a comunidade participe das práticas oferecidas, superando a fragmentação do currículo e respeitando as diferentes metodologias que consideram os sujeitos com suas histórias e vivências, e as legislações que regem os sistemas de ensino. 8.30 Garantir atendimento adequado e acolhedor às crianças, adolescentes e jovens que migram das escolas rurais para as escolas de área urbana. 8.31 Identificar e disseminar processos pedagógicos inovadores e experiências bemsucedidas de Educação do Campo. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana 8.32 Construir bibliotecas e laboratórios de informática nas escolas do campo, assistidos por profissionais e ampliar o acervo das bibliotecas, principalmente, para aquisição de livros paradidáticos, materiais de pesquisa e recursos tecnológicos, transformando-as em lugar de referência cultural para a comunidade local, a partir da aprovação do PDE. 8.33 Incentivar a elaboração de livros didáticos e materiais didático- pedagógicos que tenham, além de conteúdos universais, conteúdos camponeses locais, para que os estudantes possam intensificar os conhecimentos da sua região administrativa, executando políticas curriculares que valorizem a identidade cultural dos povos do campo. 8.34 Garantir a política de transporte escolar exclusivo com monitor para a Educação do Campo, conforme a legislação vigente, que assegure o direito aos estudantes em todas as etapas e modalidades de ensino, assim como em todos os turnos, incluindo a presença da família no ambiente escolar quando necessário e visando ao acesso e à permanência na escola, com padrões adequados de segurança, seguro de vida coletivo e condições de trafegabilidade em vias públicas. 8.35 Garantir ampla participação dos povos do campo, incluindo o Fórum Permanente de Educação do Campo, na proposição, acompanhamento e avaliação das políticas educacionais do campo, reconhecendo suas formas de organização popular e sindical. 8.36 Reconhecer o Fórum Permanente da Educação do Campo no Distrito Federal como instrumento de debates, de formulação de proposições, de construção, acompanhamento e avaliação políticas públicas da Educação do Campo, tendo a participação das instituições e órgãos dos sistemas de ensino, governamentais, dos movimentos sociais e populares, entidades sindicais, profissionais da educação, comunidades escolares e outros. 8.37 Estabelecer parcerias com associações, cooperativas de agricultores que produzem alimentos orgânicos, com acompanhamento da vigilância sanitária e da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, assim como a EMATER, TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana para aquisição e melhoria da merenda escolar, assim como regulamentar a política de aquisição de alimentação escolar no DF, de modo que pequenos agricultores, mesmo que não associados ou cooperados, possam fornecer gêneros alimentícios à(s) escola(s) próxima(s), com possibilidade de aquisição na relação direta entre a unidade escolar e o produtor. 8.38 Cumprir as metas e os objetivos da Educação Básica estabelecidas no PDE, bemcomo as políticas de valorização do magistério, formação profissional, gestão, financiamento e atendimento. 8.39 Implementar “Espaços de Vivência – Escola Parque” nas Escolas do Campo como ambientes para o Ensino de Artes (Oficinas de Música, Artes Cênicas, Artes Visuais, Literatura), Dança e de Educação Física Escolar, ofertadas aos estudantes, conforme as Diretrizes da Educação do Campo. 8.40 Implementar as Salas de Vivência nas escolas do campo que visem ao ensinoaprendizagem das Línguas estrangeiras e LIBRAS nas escolas regulares com utilização de metodologia diferenciada, espaço e recursos tecnológicos apropriados, conforme as Diretrizes da Educação do Campo. 5– Educação ambiental A Secretaria de Educação do DF traz alguns materiais, em seu sítio, a respeito da Educação Ambiental. Estes materiais são artigos diversos, textos de apoio, muita coisa falando a respeito da horta, da importância da alimentação saudável etc. Não faria sentido trazer estes materiais para nosso curso. Ponderaremos o que acreditamos que o CESPE cobrará dentro do assunto, entretanto, vale a pena abrir o site e verificarem os materiais disponíveis em: http://www.se.df.gov.br/component/content/article/261-materiais- pedagogicos/294-materiais-pedagogicos-educacao-ambiental.html TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana Nesse sentido, continuaremos a aula, falando sobre a educação ambiental de acordo com os documentos oficiais do MEC, do Ministério do Meio Ambiente e da SEEDF. "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana “A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.” Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°. “A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação.” Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária – Chosica/Peru (1976) “A educação ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida” Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977) TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana “A Educação Ambiental deve proporcionar as condições para o desenvolvimento das capacidades necessárias; para que grupos sociais, em diferentes contextos socioambientais do país, intervenham, de modo qualificado tanto na gestão do uso dos recursos ambientais quanto na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do ambiente, seja físico-natural ou construído, ou seja, educação ambiental como instrumento de participação e controle social na gestão ambiental pública.” QUINTAS, J. S., Salto para o Futuro, 2008 “A Educação Ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nos valore séticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e co-responsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais.” SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005 “A Educação Ambiental, apoiada em uma teoria crítica que exponha com vigor as contradições que estão na raiz do modo de produção capitalista, deve incentivar a participação social na forma de uma ação política. Como tal, ela deve ser aberta ao diálogo e ao embate, visando à explicitação das contradições teórico-práticas subjacentes a projetos societários que estão permanentemente em disputa.” TREIN, E., Salto para o Futuro, 2008 TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana “A EA deve se configurar como uma luta política, compreendida em seu nível mais poderoso de transformação: aquela que se revela em uma disputa de posições e proposições sobre o destino das sociedades, dos territórios e das desterritorializações; que acredita que mais do que conhecimento técnico-científico, o saber popular igualmente consegue proporcionar caminhos de participação para a sustentabilidade através da transição democrática”. SATO, M. et all, Insurgência do grupo-pesquisador na educação ambiental sociopoiética, 2005 “Um processo educativo eminentemente político, que visa ao desenvolvimento nos educandos de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores sociais geradores de riscos e respectivos conflitos socioambientais. Busca uma estratégia pedagógica do enfrentamento de tais conflitos a partir de meios coletivos de exercício da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas participativas conforme requer a gestão ambiental democrática.” LAYRARGUES; P.P. Crise ambiental e suas implicações na educação, 2002. "Educação ambiental é uma perspectiva que se inscreve e se dinamiza na própria educação, formada nas relações estabelecidas entre as múltiplas tendências pedagógicas e do ambientalismo, que têm no “ambiente” e na “natureza” categorias centrais e identitárias. Neste posicionamento, a adjetivação “ambiental” se justifica tão somente à medida que serve para destacar dimensões “esquecidas” historicamente pelo fazer educativo, no que se refere ao entendimento da vida e da natureza, e para revelar ou denunciar as dicotomias da modernidade capitalista e do paradigma analítico-linear, não-dialético, TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana que separa: atividade econômica, ou outra, da totalidade social; sociedade e natureza; mente e corpo; matéria e espírito, razão e emoção etc." LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambietal Transformadora. In: Layrargues, P. P. (Coord.) Identidadesda Educação Ambiental Brasiliera. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. "Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política." MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21.Rio de Janeiro: Sextante. 2003. Analisando as definições a respeito da educação ambiental, podemos compreender que ela é multidisciplinar, abrangendo conceitos políticos, éticos, sociais e ambientais. É importante que o docente entenda que pensar que, para se fazer a educação ambiental, ele deve pensar de forma sustentável. Os projetos voltados à educação ambiental visam formar pessoas preocupadas com os problemas ambiental, visando buscar a conservação e preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana 6– Questões 1) 2010/ AOCP/Colégio Pedro II/ Técnico em Assuntos Educacionais Sobre a diversidade cultural, NÃO podemos afirmar que a) a sociedade brasileira reflete, por sua própria formação histórica, o pluralismo. Somos nacionalmente, hoje, uma síntese intercultural, não apenas um mosaico de culturas. b) a globalização apresenta uma preocupante tendência à homogeinização cultural, quando não à hegemonia pura e simples em certos setores culturais. c) a cultura não apenas agrada, esclarece ou diverte com produtos que podem ser internacionalmente comercializados, como também provém e faz parte da própria trama das sociedades – inclusive ajudando- as a sustentar- se através de atributos que pertencem ao âmago de cada um, isto tanto nas sociedades modernas quanto nas tradicionais. d) a diversidade cultural é, em um certo sentido, o próprio reflexo da necessidade abrangente da múltipla diversidade de vidas na Natureza, a fim de que essa possa, como um todo, renovar- se e sobreviver. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana e) os produtos culturais, no sentido mais lato, não são a verdadeira teia que mantém as sociedades coerentes e vivas, pois geralmente empobrecem a sua identidade. 2) 2014/FGV/ SEDUC-AM/Professor de Educação Especial - Leia o fragmento a seguir: “O sucesso das propostas de _____ decorre da adequação do processo escolar à _____ dos alunos, e quando a _____ assume que as dificuldades experimentadas por alguns alunos são resultantes, entre outros, do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.” (MANTOAN, 2007) Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas do fragmento acima: a) segregação – diferença – integração b) inserção – homogeneidade – Didática c) integração – identidade – tradição d) inclusão – diversidade – escola e) assimilação – desigualdade – Pedagogia 3) 2015/CEPS-UFPA/ UFPA/Pedagogo No contexto da Educação, a questão da diversidade cultural está colocada no sentido de TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana a) não opor igualdade e diferença, mas negar a padronização, lutar contra todas as formas de desigualdade e trabalhar pelo reconhecimento das diferenças. b) reconhecer que no Brasil vive-se em meio a um caldeirão cultural. c) realizar um importante trabalho educativo de acomodação das diferentes culturas. d) representar a diversidade cultural como um sério e profundo problema social. e) reconhecer que igualdade é o oposto da diferença. 4) IDECAN/ SEARH – RN/Professor - Pedagogia - Anos Iniciais Para que se conquiste a inclusão social, a educação escolar NÃO deve fundamentar‐se em: a) Justiça social. b) Singularidade. c) Ética e nos valores da liberdade. d) Solidariedade e sustentabilidade 5) 2015/ NUCEPE/SEDUC-PI/Professor O processo de inclusão escolar pode prever como uma das metodologias a individualização do ensino, através de planos específicos de aprendizagem para o aluno. No entanto, deve-se evitar a) fazer um currículo individual paralelo para alguns alunos. Caso isto aconteça, estes alunos ficam à margem do grupo, pois as trocas significativas TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana feitas em uma sala de aula necessariamente acontecem em torno dos objetos de aprendizagem. b) levar em conta a diversidade, pois em uma sala de aula as aprendizagens necessariamente acontecem em torno dos objetos de aprendizagem que são pensados para todos os alunos. c) as flexibilizações curriculares no processo de inclusão educativa, pois é necessário pensá-las para um grupo de alunos e as diversidades que o compõem, e não para alguns alunos tomados isoladamente. d) atender as outras diversidades que aparecem cotidianamente na comunidade. Deve-se atender individualmente quem realmente precisa, ou seja, os alunos com deficiências. e) trabalhar os temas com todos os alunos da turma, pois alguns alunos, com determinados problemas, não precisam alcançar objetivos de natureza acadêmica, e sim de natureza funcional. 6) 2013/INSTITUTO AOCP/ IBCP/Professor de Ensino Fundamental Sobre as orientações didáticas em relação à diversidade, assinale a alternativa correta. a) Apontam ser desnecessário adequar objetivos, conteúdos e critérios de avaliação. b) Que se leve em conta apenas as capacidades intelectuais e os conhecimentos de que o aluno dispõe. c) O elogio à desigualdade. d) Atender necessidades singulares de determinados alunos é estar atento à diversidade: é atribuição do professor considerar a especificidade do indivíduo, analisar suas possibilidades de aprendizagem e avaliar a eficácia das medidas adotadas. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS P/ SEDF teoria e questões Aula 08– Prof. Fernanda e Fabiana e) Diferenças são obstáculos para o cumprimento da ação educativa; podem e devem, portanto, ser alvo de nivelamento junto aos demais alunos. 7) 2015/NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL/ Pedagogia No âmbito dos sistemas de ensino, a Resolução CD/FNDE nº 18, de 21 de maio de 2013, destina recursos financeiros para escolas públicas municipais, estaduais e distritais que possuam alunos matriculados na Educação Básica, para favorecer: a) a melhoria da qualidade de ensino e a promoção da sustentabilidade socioambiental nas unidades escolares. b) a formação para a cidadania ambiental e a promoção de políticas educacionais relacionadas à inclusão social. c) a inclusão social, a formação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável. d) o desenvolvimento sustentável, com ações de inclusão e formação de professores. e) a incorporação da educação ambiental nas unidades escolares e a promoção da educação para a diversidade. 8) 2015/ BIO-RIO/ IF-RJ/Pedagogo As estratégias e procedimentos de avaliação mais eficazes para atender à diversidade devem ser: a) aquelas nas quais predomine a reprodução completa dos conteúdos trabalhados nas
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