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Relações Étnico-Raciais no Brasil Prof. Passos Santos AULA 10 [Download das aulas: https://professorpassos.blogspot.com/] I. Atividade dirigida (Treino para questão dissertativa) − Responda às perguntas, com um texto dissertativo de, no mínimo, 5 linhas: Tais estereótipos, muitos deles, permanecem, não apenas na literatura, mas em diferentes linguagens de nosso cotidiano: na publicidade, nos meios de comunicação em geral, nos textos e nas imagens de livros didáticos e de revistas, nas brincadeiras e piadas. a) O que torna preconceituosa as duas figuras do livro didático e da ilustração do livro de Monteiro Lobato? b) Com quais estereótipos os ilustradores trabalham? http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pdfs/historia/co/435-1101-1-SM.pdf 1. A violência policial contra negros e negro-mestiços é cometida igualmente por policiais brancos e não brancos. Pior: muitas vezes o policial negro chega a ser mais violento quando se trata de vítimas negras. Para pessoas com baixa autoestima e sem identidade faz sentido rejeitar aos de seu próprio grupo étnico. Como tais pessoas não valorizam a si mesmas (por serem negras), estendem esse sentimento aos seus semelhantes. 2. Classificados Oriental - 29 anos, solteira, procura sansei/nissei entre 29/36 anos, solteiro, simpático, bom caráter, para amizade ou sério compromisso. "Estrangeiros - procuro homens altos e loiros de descendência (s i c) estrangeira, plenamente livres, 35/45 anos, preferência tipo nórdico, que queiram um novo relacionamento baseado em amizade. Sou mulata, sensível e inteligente, e tenho família no exterior. Gostaria de trocar boas idéias 3. Negro: ofensa ou orgulho? A palavra negro é depreciativa, positiva ou indiferente? Para se sentir ofendido ao ser chamado de negro, o negro-descendente deve levar em conta a entonação de voz. Mesmo quando é feita em sentido de ofensa o negro deve responder – sempre – que é negro mesmo e que muito se orgulha disso. 4. Mulher negra, formada pela USP, dez anos de formada, num jantar de confraternização, reclamava da falta de sorte. O restante da classe — todos brancos — era constituído por brilhantes executivos. Alguém tentou falar-lhe da “possibilidade de ela ter sido prejudicada por causa de sua cor”. Não conseguiu argumentar, pois sua antiga colega de turma a impediu. 5. Para essa mulher negra, brilhante e instruída, o sofrimento provocado pela temática racial — em que tinha que se assumir, primeiro, como negra — era muito forte. Era menos doído responsabilizar sua falta de sorte na vida. 6. Jabuticabalândia: Pasárgada dos pretos brasileiros: Pasárgada é um paraíso criado por Manuel Bandeira. Para o negro pode ser um ideal de fuga. Para onde vão esses negros em fuga? Para lugar nenhum, isto é: Jabuticabalândia. Não funciona esconder-se em si mesmo: em nosso interior sabemos de tudo. 7. Para sair de jabuticabalándia não é necessário fechar-se num suposto mundo negro, apartado de outros valores e culturas. Para quebrarmos o etnocentrismo europeu não necessitamos negar nada da riqueza que a civilização ocidental produziu e desenvolveu. a) O que a imagem sugere? 8. Inúmeros negros estão distantes de construir sua identidade racial. Encontram-se na fase de absoluta submissão. Inconscientemente, têm a idéia de que ser branco é algo positivo, e, ser negro, não. Afastam-se de suas raízes negras tentando escapar de um desconforto. 9. Inventam um escudo branco para defender-se do mundo negro que rejeitam: o brasileiro jabuticaba – preto por fora e branco por dentro. Submisso, crê que o fundamental para o seu progresso é única e tão-somente o seu esforço e habilidade pessoal. http://cristianesobral.blogspot.com.br/2012/01/cam inhos-da-construcao-da-identidade.html 10. A impossibilidade de alterar a situação mediante um discurso militante (69- passo): Se eu próprio não me identifico como negro, o que essa conversa tem a ver comigo? Os negro-descendentes sem identidade racial não irão a lugar nenhum no campo político. Avançar no sentido político significa fazer com que o tema "cor" seja relevante para a sociedade brasileira. 11. Dar relevância a essa questão significa criar oportunidades iguais no mercado de trabalho e na educação para todas as pessoas, de qualquer cor/etnia: visibilidade qualificada nos meios de comunicação, efetiva mobilidade social, melhoria em todos os campos da vida, inclusive no que se refere ao campo psicológico. 12. O grosso do povão negro permanece onde sempre esteve – à margem. Essa trilha tem uma característica perversa: simula com extrema eficácia algo que já foi colocado antes: passa-se a impressão de que o culpado pelas suas mazelas é o próprio negro – o crime perfeito. Relações Étnico-Raciais no Brasil Prof. Passos Santos Texto 1: GOMES, Nilma Lino Educação e relações raciais: refletindo sobre algumas estratégias de atuação. I. Atividade dirigida (Treino para questão dissertativa) − Responda às perguntas, com um texto dissertativo de, no mínimo, 5 linhas: mundodedeborah.blogspot.com E entre os professores que já tinham informações de que o aluno havia alguma vez sido reprovado, as respostas, considerando-se a variável cor em relação a futuras reprovações dessas crianças foram as seguintes: para as crianças brancas, sim 35%; não sabe 50%; e para as crianças negras, sim 77%. Esses percentuais revelam a forte associação que o professor faz entre a cor da criança e o rendimento escolar, ou seja, a criança negra, no imaginário do professor, tem muito maior probabilidade de ser fadada ao fracasso. E estes, quando indagados sobre a existência ou não de discriminação em relação às crianças negras, metade respondeu não existir nenhuma forma de discriminação. a) Relacione a charge, o fragmento de texto e o fracasso escolar do negro. b) Especifique a contradição existente na pesquisa a respeito da discriminação. http://www.skedar.net/tag/escola 1. Concordamos que racismo está presente na escola brasileira. Esse é um ponto importante porque rompe com a hipocrisia da nossa sociedade diante da situação da população negra e mestiça desse país e exige um posicionamento dos educadores. 2. Ao entrar nesse debate, estamos questionando a nossa atuação profissional e a nossa postura ética diante da diversidade étnico-cultural e das suas diferentes manifestações no interior da escola. Que tipo de profissionais temos sido? 3. Não significa desrespeitar a autonomia do professor, mas entendê-la e, muitas vezes, questioná-la. Significa perguntar até que ponto, em nome de uma suposta autonomia, uma professora pode colocar uma criança negra para dançar com um pau de vassoura durante uma festa junina porque nenhum coleguinha queria dançar com um “negrinho”. 4. Discutir essa “autonomia” do professor representa, também, denunciar práticas em que o professor estabelece que o castigo para os alunos “desobedientes” será sentar ao lado do aluno negro da sala. 5. A escola deve em nome da “autonomia” de cada docente, permitir e ser conivente com o professor que permite que as meninasbrancas chamem a colega negra de “negra do cabelo duro” ou “cabelo de bombril”? 6. Que autonomia é essa? Respondo: autonomia não significa ser livre para fazer o que eu quero. É preciso que as práticas pedagógicas sejam orientadas por princípios éticos que norteiem as relações estabelecidas entre professores, pais e alunos no interior das escolas brasileiras. E é necessário inserir a discussão sobre o tratamento que a escola tem dado às relações raciais no interior desse debate. 7. Estudos têm mostrado que o rendimento escolar da criança negra acaba sendo condicionado por processos intraescolares, pois mesmo quando o nível sócio-econômico das famílias é equivalente, ainda assim, os negros, muitas vezes, apresentam uma trajetória escolar diferenciada: frustrante e excludente. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaA ula.html?aula=13863 8. Campos Jr., em sua investigação sobre “o que a menina negra aprende na escola sobre a tradição da sua cultura, sobre a valorização de sua etnia”, concluiu que a menina negra tende a passar pela escola de ensino fundamental sem conhecer heróis negros ou qualquer aspecto positivo da religião e da cultura de seus ancestrais, além de acumular experiências diretas de desvalorização pessoal. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula. html?aula=13863 – IMAGEM EDITADA 9. As pesquisas têm apresentado a escola como tendo uma base conservadora e excludente ao se pautar em um modelo de currículo que poderíamos denominar “embranquecido”, homogeneizante e excludente, diante da ausência de conteúdos que possam contribuir, por exemplo, para que os alunos negros se vejam contemplados e também, diante do silêncio da equipe pedagógica a respeito das questões raciais. 10. Silêncio este que corresponde à inexistência e não simplesmente ao ato de calar-se, omitir ou abafar, mas como uma maneira de não ver, de relegar, um ‘pacto’ que não deve ser quebrado, pois senão teríamos que refazer o currículo, refazer a escola. Relações Étnico-Raciais no Brasil Prof. Passos Santos 11. Silva e Barros, em sua pesquisa sobre as representações que os professores constroem a respeito de seus alunos, mostraram que 15 professores (17%), dentre os 84 entrevistados, responderam que há maior frequência de reprovação entre as crianças negras, sendo que deste total havia três professores negros. Sobre o motivo dessa maior reprovação entre as crianças negras, estes apresentaram o baixo nível socioeconômico como uma das razões. 12. Concluíram que o preconceito e a discriminação, ainda que de forma escamoteada, está muito presente na escola e, esta instituição, apesar de utilizar o discurso da igualdade, não respeita as diferenças e, diante disso, as crianças negras para obter sucesso na escola precisam branquear-se.
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