Buscar

APOSTILA DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
I – DO DIREITO ADMINISTRATIVO MILITAR 
 
1) Conceitos importantes 
 
O Direito Administrativo é um ramo do Direito, constituído por um conjunto de 
normas e princípios que regem a Administração Pública, constituída por órgãos postos 
a serviço do Governo para a consecução dos objetivos políticos. 
O Direito Administrativo Disciplinar é o campo do Direito Administrativo que 
regula relações do Estado com seus servidores, isto é, regula a ordem interna do 
serviço público, as relações que o Estado mantém com os seus servidores, a conduta 
destes, bem como cuida da apuração das faltas cometidas por tais agentes e da 
aplicação das respectivas sanções, de modo a viabilizar o bom funcionamento da 
máquina administrativa. 
O Direito Administrativo Disciplinar Militar é mais especifico ainda, porque os 
militares possuem regime jurídico próprio, e sua carreira está regulada por diversas 
normas disciplinares, mesmo nas horas de folga. 
 
2) Relações com outros ramos do Direito 
 
O Direito Administrativo se relaciona, de diversas formas, com vários ramos do 
Direito. Interessam para o nosso estudo em Direito Administrativo Disciplinar as 
relações com: 
 Direito Constitucional – relação fundamentadora, pois a CF traz as linhas 
mestras da Administração. 
 Direito Penal – relação reflexa, com vários bens tutelados penal e 
administrativamente. 
 Direito Civil – originária, pois o Direito Administrativo é um desprendimento do 
Direito Civil 
 Direito Processual - relação analógica, porque as disposições de normas 
processuais podem ser aplicadas na ausência de normas especificas do Direito 
Administrativo. 
 
 
O Novo Código de Processo Civil, em seu Art. 15, aduz que: 
 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, 
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
 
Como exemplo, temos as regras para a publicação por edital no caso de revelia do 
policial militar submetido à Processo Administrativo Disciplinar. 
 
 
O Decreto n. 3.393/76, que regula o Conselho de Disciplina 
na PMAM, aduz em seu Art. 16 que: 
 
Art. 16. Aplicam-se a este Decreto, subsidiariamente, as normas do Código 
de Processo Penal Militar. 
 
Como exemplo, temos a realização do reconhecimento pessoal no PAD, ou a 
instauração do incidente de insanidade mental. 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
3) Ilícito, sanção, direito administrativo disciplinar 
 
Define-se o ilícito como toda ação ou omissão que, descrita na hipótese normativa, 
constitua-se como o pressuposto de um ato de coerção estatuído no mandamento de 
tal norma (KELSEN, 1999, p. 124). O ilícito é gênero, do qual são espécies os ilícitos 
penal, civil, administrativo, trabalhista, conforme se considere a norma violada. 
O ilícito administrativo disciplinar, por sua vez, compreende toda ação ou omissão 
que envolva imputação de sanções a agentes administrativos, por se infringirem 
dispositivos contidos nos estatutos que disciplinam o regime jurídico de pessoal da 
entidade à qual o agente está vinculado (ARAÚJO, E., 1994, p. 27 e 100). [2] 
Faz-se necessário, ainda, recordar o conceito de sanção. Define-se esta, em 
sentido amplo, como toda consequência imputada pela norma a determinada conduta. 
Mister relembrar a existência das chamadas “sanções premiais”, que compreendem 
reações positivas a condutas conformes à norma. Sob tal conceito pode-se entender 
“(...) uma conduta face a um indivíduo, a qual geralmente é vista como um bem – 
conforme uma norma da ordem – que deve ser feito a um indivíduo que se conduziu 
de uma forma correspondente à ordem.” (KELSEN, 1986, p. 172). 
Em sentido estrito, tal como neste trabalho será tomada, sanção é a consequência 
onerosa de uma violação a uma prescrição normativa. Distinguem-se três tipos de 
sanção: 
a) penal – ônus imposto pela prática de ato tipificado como crime; 
b) civil – ônus que se dirige ao patrimônio de alguém, pelo descumprimento de 
uma norma; 
c) administrativa – ônus que recai sobre o vínculo específico entre sujeito e 
Administração, podendo ou não ter caráter patrimonial. 
 
SOBRE A INDEPENDÊNCIA DAS ESFERAS, 
VEJA-SE O QUE DIZ A LEI N. 3.278/08 
 
 
 
Art. 3º. Pelo exercício irregular de suas atribuições, os servidores do Sistema de 
Segurança Pública respondem civil, penal e administrativamente, ficando 
sujeitos às respectivas sanções. 
 
 
Desta forma, podemos perceber que as esferas são independentes e o policial 
militar pode sofrer sanções independentes umas das outras. A independência 
entre esferas decorre da própria independência dos poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário, um não podendo se imiscuir nas atribuições do outro, salvo o controle de 
legalidade dos atos administrativos feito pelo Judiciário, que será comentado mais à 
frente. 
Tomemos como exemplo o extravio de arma de fogo pertencente à PMAM. Antes 
de a sentença judicial que impuser pena (ilícito penal) transitar, o militar poderá ser 
punido após a devida apuração administrativa por meio de Formulário de Apuração de 
Transgressão da Disciplina (ilícito administrativo) e ter de ressarcir o valor do 
armamento (ilícito civil), após a apuração por meio do Processo Administrativo de 
Ressarcimento. 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
 
4) Fontes do Direito Administrativo 
 
Segundo o Professor Leonardo Torres (2015, p.1), as fontes do Direito 
Administrativo são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e 
aperfeiçoamento de toda ciência administrativista, produzindo, aprimorando e até 
justificando, suas Leis, normas internas e decisões judiciais. 
 
Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, 
dentre outras, quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a 
jurisprudência e os costumes. 
• A Lei – considerada em seu sentido amplo, porque a Constituição Federa 
é a principal fonte de Direito Administrativo. Outras leis, regulamentos, as 
instruções normativas, as resoluções e até mesmos as portarias expedidas 
pela Administração Pública, também, figuram como fontes jurídicas para o 
Direito Administrativo. 
• Doutrina – é a intepretação dada pelos juristas a questões jurídicas. 
• Jurisprudência – são as decisões reiteradas dos tribunais, com destaque 
para a Súmula Vinculante editada pelo STF, nos termos do Art. 103-A da 
Constituição Federal, que vinculara a Administração Militar. 
• Costumes – podem ser utilizados para preencher lacunas no objetivo do ato 
ou adaptá-lo à realidade social e política vigente, mas NUNCA revogam a lei 
em Direito Administrativo. 
 
5) Interpretações do Direito Administrativo 
 
Frequentemente, não bastalermos o texto da lei e cumpri-lo. Diversos fatores, 
como a edição de novas normas, alterações no entendimento do alcance da lei, 
mudanças históricas e sociais, falhas legislativas e o contexto no qual determinado 
texto está inserido na lei ou foi criado, fazem com que seja necessário extrairmos 
da norma que temos em mãos o seu real significado. 
Para tanto, existem técnicas de interpretação que devem ser compreendidas 
pelo Administrador, e que reunidas constituem-se a ciência da interpretação, a 
Hermenêutica. São classificadas, resumidamente, conforme segue: 
 
 Segundo o método: 
o Gramatical: é a interpretação literal da lei. Este método interpretativo é 
o inicial de toda norma escrita, ou seja, buscamos primeiro ele para 
compreender a norma. 
o Lógica: é a interpretação sistemática da lei. Procura o significado da 
norma encaixando-a na ordem jurídica vigente. 
o Teleológica: interpreta a norma procurando o fim almejado por ela. 
o Histórica: interpreta a norma avaliando o momento e os institutos 
vigentes quando ela foi criada. 
 
 Segundo o agente do qual emana a interpretação e o veículo pelo qual ela 
se expressa: 
o Autêntica: emana do próprio legislador. 
o Doutrinária: autores de obras de direito e exposições de motivos das 
leis. 
o Jurisprudencial: reiteradas decisões judiciais sobre o tema. 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
 Segundo o resultado a obter: 
o Declarativa: o significado extraído condiz com a formulação da norma. 
o Restritiva: o significado extraído reduz a amplitude da formulação da 
norma. 
o Extensiva: o significado extraído alarga a amplitude da formulação da 
norma. 
 
Observe, entretanto, que não há hierarquia entre essas técnicas interpretativas, 
deve se levar sempre em conta a melhor obediência ao Direito e o satisfatório alcance 
da Justiça. Além disso, deve-se também levar em conta princípios norteadores da 
atividade interpretativa, a saber: 
 A supremacia do interesse público; 
 A desigualdade entre Administração e administrado; 
 A presunção de legitimidade do ato da Administração. 
 
E finalmente: o Administrador deve, quando na dúvida, seguir o sentido literal 
da lei. 
 
II – DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO MILITAR 
 
1) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Segundo ensinamento do Professor Alexandre Mazza (2014, p. 57), ao 
conceituar Direito Administrativo, afirmamos que é o ramo que estuda “princípios e 
normas”. Cabe aqui um esclarecimento. Os estudos clássicos sobre o ordenamento 
jurídico tendem a adotar a expressão “regra jurídica” como um gênero que com porta 
duas espécies: os princípios e as normas. Assim, a regra jurídica seria todo comando 
de conduta estabelecido pelo Direito. Tais regras, por sua vez, seriam de dois tipos: 
a) princípios – regras gerais norteadoras de todo o sistema jurídico; 
b) normas – comandos específicos de conduta voltados à disciplina de 
comportamentos de terminados. 
Prossegue ainda o ilustre mestre (2014, p. 57): autores mais modernos, 
entretanto, têm preferido abordar o problema de forma diversa15. Norma jurídica 
seria um gênero, dividido em duas espécies: a regra (norma específica 
disciplinadora de comportamentos específicos) e o princípio (regra geral de conteúdo 
mais abrangente do que o da norma). 
A divergência não tem grande importância prática, mas é preciso reconhecer que 
esta última forma de classificar os comandos jurídicos tem uma vantagem: reforçar a 
ideia de que, assim como as regras específicas, os princípios administrativos 
também são normas dotadas de força cogente capaz de disciplinar o 
comportamento da Administração Pública. Portanto, desde que não se questione a 
força cogente dos princípios jurídicos (possuem força cogente máxima), não faz 
diferença denominar os comandos mais específicos como normas ou regras (MAZZA, 
2014, p. 57). 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2005, p. 115), a Administração Pública 
não poderá proceder contra alguém passando diretamente à decisão que repute 
cabível, pois terá, desde logo, o dever jurídico de atender aos mandamentos 
constitucionais: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
Princípios Gerais 
Características, segundo Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo (2014, p. 208-294) 
Legalidade 
O princípio da legalidade é o postulado basilar dos Estados de 
direito. A rigor, é dele que decorre a própria qualificação de um 
Estado como "de direito": todos, sem exceção, estão sujeitos ao 
"império da lei"; ninguém - nem os particulares, nem os agentes 
públicos - pode agir de modo a contrariar o ordenamento jurídico. 
O princípio da legalidade é tido como o de maior importância no 
Direito Administrativo, pois é o que assegura que somente os atos 
que estão postos em lei serão formalmente executados pela 
Administração, é o que “só permite a instauração do processo 
administrativo com base na lei e para preservá-la” 
(GASPARINI, 2005, p. 859). Ao revés, poderá ocorrer a 
invalidação do processo administrativo, caso haja o desrespeito a 
esse princípio constitucional. 
Impessoalidade 
Os autores tratam do princípio administrativo da impessoalidade 
sob dois prismas, a saber: 
a) como determinante da finalidade de toda a atuação 
administrativa (também chamado princípio da finalidade, 
considerado um princípio constitucional implícito, inserido no 
princípio expresso da impessoalidade); 
b) como vedação a que o agente público se promova às custas 
das realizações da administração pública (vedação à promoção 
pessoal do administrador público pelos serviços, obras e 
outras realizações efetuadas pela administração pública). 
Moralidade 
O princípio da moralidade toma jurídica a exigência de atuação 
ética dos agentes da administração pública. A denominada moral 
administrativa difere da moral comum, justamente por ser jurídica e 
pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos que 
sejam praticados com inobservância desse princípio. 
Publicidade 
O princípio da publicidade apresenta uma dupla acepção em face 
do sistema decorrente da Constituição de 1988, a saber: 
a) exigência de publicação oficial, como requisito de eficácia, 
dos atos administrativos que devam produzir efeitos externos e 
dos atos que impliquem ônus para o patrimônio público; 
b) exigência de transparência da atuação administrativa. 
O princípio da publicidade é aquele que ora exige, ora permite 
a publicação de todos os atos do processo administrativo. A 
exigência de tal publicação está concernente com outro princípio, o 
da transparência na execução de atos emanados pelo Poder 
Público. A permissão, todavia, deve ser observada ante a falta de 
impedimento na publicação desses atos, haja vista que poderá 
haver processo administrativo que em face do seu conteúdo 
recebem o crivo do segredo de justiça, de forma que talvez não 
todos, mas alguns atos praticados não poderão ser publicados,consoante se depreende da leitura do art. 5º, XXXIII, LX. . 
Concernente com essa norma está o entendimento de Gasparini 
(2005, p. 861), ao dizer que “salvo se o interesse público exigir 
o sigilo, o processo administrativo deve ser instaurado e se 
desenrolar com o estrito atendimento do princípio da 
publicidade”. 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
Eficiência 
A ideia básica é que os controles a que está sujeita a 
administração pública, e os métodos de gestão que utiliza, 
acarretam morosidade, desperdícios, baixa produtividade, 
enfim, grande ineficiência, em comparação com a 
administração de empreendimentos privados. Propõe-se, por 
essa razão, que a administração pública se aproxime o mais 
possível da administração das empresas do setor privado. É esse 
modelo de administração pública, em que se privilegia a 
aferição de resultados, com ampliação de autonomia dos 
entes administrativos e redução dos controles de atividades-
meio (controles de procedimentos), que se identifica com a noção 
de "administração gerencial", a qual tem como postulado central 
exatamente o princípio da eficiência. 
 
 
2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS EM OUTRAS NORMAS 
 
Além da observância das norma constitucionais, o processo administrativo 
rege-se por princípios que estão insculpidos no âmbito do Direito Administrativo, e 
têm-se os princípios da legalidade objetiva, oficialidade, informalismo, publicidade, 
dentre outros (GASPARINI, 2005, p. 859). 
Alguns estão previstos na Constituição Federal, outros na Lei n. 3.278/08 
(Regime Disciplinar dos Servidores do Sistema de Segurança Pública) e outros no Art. 
2º da Lei n. 2.794/03 (regula o Processo Administrativo estadual). Veja-se: 
 
Art. 5º (...) da CF: 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação 
 
 
LEI N. 3.278/08 
 
Art. 73. Os procedimentos administrativos disciplinares serão conduzidos 
com observância ao devido processo legal e, em especial, aos seguintes princípios: 
I - publicidade; 
II - ampla defesa; 
III- contraditório; 
IV - equidade; 
V - imparcialidade; 
VI - celeridade; 
VII - independência; 
VIII - economicidade; 
IX - serenidade; e 
X – justiça 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
 
LEI N. 2.794/03 
 
Art. 2.º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, prevalência e indisponibilidade do interesse público, presunção de 
legitimidade, autotutela, finalidade, impessoalidade, publicidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, devido processo legal, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, boa-fé e eficiência. 
 
 
a) Oficialidade (Impulsão) 
 
Esse princípio atribui poder à Administração para instauração do processo 
administrativo, instrução, decisão e revisão das decisões nesse mesmo processo, 
independentemente de provocação do administrado ou do particular, possibilitando a 
responsabilidade do servidor no caso de omissão. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro 
(2001, p. 500): “O princípio da oficialidade autoriza a Administração a requerer 
diligências, investigar fatos de que toma conhecimento no curso do processo, 
solicitar pareceres, laudos, informações, rever os próprios atos e praticar tudo o 
que for necessário à consecução do interesse público”. 
 
b) Informalismo moderado 
 
Normalmente, a ideia de processo, no âmbito judicial, pressupõe a utilização de 
certos procedimentos formais, cristalizados no interior do aparelho judicial. Em relação 
ao processo administrativo, no entanto, essa assertiva não se faz necessária, tendo 
em vista a própria natureza desse instrumento. Daí dizer-se que o P. A., sem deixar de 
cumprir méritos legalistas, desfaz-se de uma concepção arraigada em purismos 
formalistas e toma-se para si uma acepção mais informal, se comparado aos 
processos judiciais, de forma que o P. A. “caracteriza-se pela flexibilidade e menor 
formalismo que o processo judicial” (STF, RDA, 127:221, apud GASPARINI, 2005, 
p. 860). 
 
c) Verdade material 
 
Segundo esse princípio, a Administração pode valer-se de qualquer ato 
administrativo lícito para consecução de provas, também lícitas, com o objetivo de 
buscar a verdade dos fatos. Hely Lopes Meirelles (2000, p. 632) define o princípio da 
verdade material como: “O princípio da verdade material, também denominado da 
liberdade na prova, autoriza a Administração a valer-se de qualquer prova lícita 
de que a autoridade processante ou julgadora tenha conhecimento, desde que a 
faça trasladar para o processo. É a busca da verdade material (como realmente 
ocorreram os fatos) em contraste com a verdade formal (resulta do processo). 
Enquanto nos processos judiciais o juiz deve cingir-se às provas indicadas no devido 
tempo pelas partes, no processo administrativo a autoridade processante ou julgadora 
pode, até o julgamento final, conhecer de novas provas, ainda que produzidas em 
outro processo ou decorrentes de fatos supervenientes que comprovem as alegações 
em tela”. 
d) Garantia de defesa 
 
Essa garantia de defesa, segundo Hely Lopes Meirelles (2000, p. 633), que 
engloba a ampla defesa e o contraditório, deve ser entendida não só como a 
observância do rito adequado, mas também como a ciência ao interessado 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
sobre o processo, a oportunidade para contestar a acusação, produzir prova de 
seu direito, acompanhar os atos da instrução e utilizar-se dos recursos cabíveis. 
No curso do processo disciplinar é preciso assegurar ao acusado o acesso aos autos, 
a possibilidade de apresentar fundamentos, produzir provas testemunhais ou periciais, 
e, ao final, de conhecer os fundamentos e a motivação da decisão proferida. Contudo, 
cabe a Autoridade administrativa, a possibilidade de recusar a produção de 
provas tumultuárias e protelatórias. Nesse sentido, o entrelaçamento do exercício 
de defesa com o do contraditório é tão evidente que não se pode imaginar a existência 
de um sem o outro. 
 
SOBRE A AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO, DIZ A LEI N. 3.278/08: 
 
Art. 73. Os procedimentos administrativos disciplinares serão conduzidos 
com observância ao devido processo legal e, em especial, aos seguintes princípios: 
(...) 
II - ampla defesa; 
III- contraditório; 
(...) 
§ 1º Nenhuma punição disciplinar será imposta sem que sejam 
assegurados o contraditório e a ampladefesa. 
§ 2º Para fins de ampla defesa e do contraditório, são direitos do 
investigado: 
I - ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento, 
aplicação e cumprimento da punição disciplinar, pessoalmente, por meio de 
advogado constituído ou por defensor nomeado, nos termos da Lei; 
II - ser ouvido; 
III - produzir e requerer a produção de provas; 
IV - requerer e obter cópias de documentos necessários à defesa; 
V - contrapor-se, por intermédio de advogado, às acusações que lhe são 
imputadas; 
VI - arrolar testemunhas e reinquiri-las por intermédio do presidente do feito; 
VII - utilizar-se dos recursos cabíveis; 
VIII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; e 
IX - conhecer de decisão que fundamente, de forma objetiva e direta, o 
eventual não acolhimento de alegações formuladas ou de provas apresentadas. 
 
e) devido processo legal 
 
Segundo o Professor Mazza (2014, p. 119) A norma disposta no art. 5º, LIV, da 
CF prescreve que a privação de liberdade ou de bens só poderá ser aplicada após o 
devido processo legal. Historicamente a garantia do devido processo legal foi repartida 
em um âmbito formal e em outro material (ou substantivo). Os dois aspectos clássicos 
do princípio são válidos no Direito Administrativo: 
 
a) devido processo legal formal: exige o cumprimento de um rito predefinido 
na lei como condição de validade da decisão; 
b) devido processo legal material ou substantivo: além de respeitar o rito, a 
decisão final deve ser justa, adequada e proporcional. Por isso, o devido 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
processo legal material ou substantivo tem o mesmo conteúdo do princípio da 
proporcionalidade. 
 
Outro apontamento importante: nos processos administrativos, busca-se a 
verdade real dos fatos, e não simplesmente a verdade formal baseada apenas na 
prova produzida nos autos. Nota-se que o princípio do devido processo legal (due 
process of law, segundo a tradição do direito norte-americano) integra três elementos 
relevantes: o caráter “legal”, o “processual” e o “devido”. O caráter “legal” aponta para 
a indispensável necessidade de que o rito decisório esteja fixado previamente e acima 
da vontade da autoridade administrativa, isto é, no âmbito da legislação. Trata-se de 
garantia imposta pelo Estado de Direito e fundamentada na Tripartição de Poderes, 
segundo a qual não cabe ao administrador público definir ele próprio qual o caminho a 
ser adotado no processo administrativo, mas tão somente seguir o trilho já 
determinado pela lei. Quanto ao caráter “processual”, a garantia do devido processo 
legal impede a Administração Pública de praticar atos “do nada”, “de súbito”. Do 
mesmo modo como o Legislativo e o Judiciário não podem criar leis ou dar sentenças 
sem observar um rito prévio, a Constituição de 1988 passou a exigir também do Poder 
Executivo a instauração de um processo antes da expedição de suas decisões (atos 
administrativos). Trata-se da chamada “legitimação” (MAZZA, 2014, p. 119) 
 
f) vedação de provas ilícitas 
 
Segundo artigo de André Leão (2014, p. 2), “a vedação de provas ilícitas se 
encontra consagrada no Art. 5º, LVI, da Constituição Federal. Este princípio limita o 
direito à prova, o qual é corolário dos direitos de ação, defesa e contraditório, também 
garantidos pela Carta Magna (art. 5º, LV). São ilícitas em sentido estrito as provas 
obtidas com violação a alguma norma ou princípio de direito material, isto é, 
conseguidas através de conduta para a qual o direito penal, civil ou 
administrativo, por exemplo, imponha para o infrator uma sanção de natureza 
também material, em geral visando proteger às liberdades públicas e o direito à 
intimidade. Seria o caso das provas obtidas com violação ao domicílio (art. 5º, XI, 
CF) ou das comunicações (art. 5º, XII, CF); as conseguidas mediante tortura ou 
maus tratos (art. 5º, III, CF); as colhidas com infringência à intimidade (art. 5º, X, 
CF), dentre outras. As provas ilegítimas, por sua vez, são aquelas obtidas com 
violação a norma de direito processual. Com relação a essas provas, a própria 
legislação processual apresenta dispositivos que tratam do destino que será 
dado a elas no processo, prevendo, em regra, o seu afastamento. Tem-se, 
portanto, uma sanção de natureza processual. Em nosso ordenamento jurídico, por 
força do art. 5º, LVI, da CF, há uma equiparação entre as provas ilegítimas e as 
provas ilícitas em sentido estrito, na medida em que se cumula a estas, além da 
sanção de direito material eventualmente cabível, uma sanção de natureza 
processual, isto é, sua inadmissibilidade. Nas palavras de Grinover, Scarance 
Fernandes e Gomes Filho: „... ao prescrever expressamente a inadmissibilidade 
processual das provas ilícitas, a Constituição brasileira considera a prova 
materialmente ilícita também processualmente ilegítima, estabelecendo desde logo 
uma sanção processual (a inadmissibilidade) para a ilicitude material‟”. 
 
g) razoável duração do processo 
 
Segundo Denise Hartmann (2008, p. 2), “não basta a tutela formal do direito. 
É necessário que sejam colocados à disposição os meios concretos que permitam que 
a norma venha atingir o efeito desejado – a efetividade do processo - com a 
consequente redução do prazo de duração entre o ajuizamento do pedido e a eficaz 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
prestação jurisdicional. A atual complexidade social, caracterizada pelo surgimento de 
novos direitos e, portanto, novas demandas, exige que o Estado esteja 
suficientemente preparado para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea, 
de forma a garantir a plena efetivação dos direitos consagrados. O Estado deve 
preparar-se a fim de que possa atender as novas exigências que lhe são impostas, 
vindo a obter êxito no atendimento das demandas que lhe são dirigidas e garantindo 
aos cidadãos o livre acesso à justiça. Cumpre registrar que não se estabeleceu o que 
e quanto seria exatamente o prazo razoável de um processo. Segundo FRANCISCO 
FERNANDES DE ARAÚJO, seria a correta observação dos prazos, evitando as 
etapas mortas do processo, verbis: "Dilações indevidas, aqui, devem ser entendidas 
como "atrasos ou delongas que se produzem no processo por não observância dos 
prazos estabelecidos, por injustificados prolongamentos das etapas mortas que 
separam a realização de um ato processual do outro, sem subordinação a um lapso 
temporal previamente fixado, e, sempre, sem que aludidas dilações dependam da 
vontade das partes ou de seus mandatários". 
 
III – DAS OBRIGAÇÕES E DEVERES MILITAR 
 
" A carreira militar não é uma atividade inespecífica e descartável, um simples 
emprego, uma ocupação, mas um ofício absorvente e exclusivista, que nos 
condiciona e autolimita até o fim. Ela não nos exige as horas de trabalho da lei, 
mas todas as horas da vida, nos impondo também nossos destinos. A farda não 
é uma veste, que se despe com facilidade e até com indiferença, mas uma outra 
pele, que adere à própria alma, irreversivelmente para sempre". 
(Gen. Octávio Costa) 
 
A deontologia policial-militar é constituída pelos valores e deveres éticos, 
traduzidos em normasde conduta, que se impõem para que o exercício da profissão 
policial-militar atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, mediante a 
preservação da ordem pública. 
Aplicada aos componentes da Polícia Militar, independentemente de posto ou 
graduação, a deontologia policial-militar reúne valores úteis e lógicos a valores 
espirituais superiores, destinados a elevar a profissão policial-militar à condição de 
missão. 
O militar estadual prestará compromisso de honra, em caráter solene, afirmando a 
consciente aceitação dos valores e deveres policiais-militares e a firme disposição de 
bem cumpri-los: 
 
Art. 31 - Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, 
matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua 
aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e 
manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los. 
Art. 32 - O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e 
será prestado na presença de tropa, tão logo o policial-militar tenha adquirido um grau 
de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como 
integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: "Ao ingressar na Polícia 
Militar do Amazonas, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da 
moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver 
subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à manutenção 
da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria 
vida". 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
A Ética militar é o conjunto de regras ou padrões que levam o militar a agir de 
acordo com o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da 
classe. Ela impõe, a cada militar, conduta moral irrepreensível. 
Para melhor compreensão, deve-se observar as seguintes conceituações 
extraídas do Vade-Mécum de Cerimonial Militar do Exército - Valores, Deveres e Ética 
Militares (VM 10): 
 
1. Sentimento do dever – refere-se ao exercício, com autoridade e eficiência, 
das funções que lhe couberem em decorrência do cargo, ao cumprimento das 
leis, regulamentos e ordens e à dedicação integral ao serviço. 
2. Honra Pessoal – refere-se à conduta como pessoa, à sua boa reputação e ao 
respeito de que é merecedor no seio da comunidade. É o sentimento de 
dignidade própria, como o apreço e o respeito que o militar se torna merecedor 
perante seus superiores, pares e subordinados. 
3. Pundonor Militar – refere-se ao indivíduo como militar e está intimamente 
relacionado à honra pessoal. É o esforço do militar para pautar sua conduta 
como a de um profissional correto, em serviço ou fora dele. O militar deve 
manter alto padrão de comportamento ético, que se refletirá no seu 
desempenho perante a Instituição a que serve e no grau de respeito que lhe é 
devido . 
4. Decoro da Classe – refere-se aos valores moral e social da Instituição) e à 
sua imagem ante a sociedade. Representa o conceito social dos militares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
Os valores podem ser extraídos dos Art. 26 ao Art. 30 da Lei n. 1.154/75 
(Estatuto da Polícia Militar), a saber: 
 
TÍTULO II 
DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES 
POLICIAIS-MILITARES 
CAPÍTULO I 
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-MILITARES 
SEÇÃO I 
DO VALOR POLICIAL-MILITAR 
 
Art. 26 - São manifestações essenciais do valor policial militar; 
I - o sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido pela vontade 
inabalável de cumprir o dever policial-militar e pelo integral devotamento à 
manutenção da ordem pública, mesmo com o risco da própria vida; 
II - o civismo e o culto das tradições históricas; 
III - a fé na elevada missão da Policia Militar; 
IV - o espírito de corpo, orgulho do policial-militar pela organização onde 
serve; 
V - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e 
VI - o aprimoramento técnico-profissional. 
 
SEÇÃO II 
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR 
Art. 27 - O sentimento do dever o pundonor policial militar e o decoro da 
classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e 
profissional irrepreensíveis com observância dos seguintes preceitos da ética policial-
militar: 
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade 
pessoal; 
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe 
couberem em decorrência do cargo; 
III - respeitar a dignidade da pessoa humana; 
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as 
ordens das autoridades competentes; 
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito 
dos subordinados; 
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e, também, pelo dos 
subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum; 
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço; 
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de 
cooperação; 
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e 
falada; 
X - abster-se de tratar, fora de âmbito apropriado de matéria sigilosa relativa à 
Segurança Nacional; 
XI - acatar as autoridades civis; 
XII - cumprir seus deveres de cidadão; 
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular; 
XIV - observar as normas da boa educação; 
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como 
chefe de família modelar; 
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do 
decoro policial-militar; 
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades 
pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de 
terceiros; 
XVIII - abster-se o policial-militar na inatividade do uso das designações, 
hierárquica quando: 
a) em atividades político-partidárias; 
b) em atividades comerciais; 
c) em atividades industriais; 
d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos 
políticos ou policiais-militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, 
se devidamente autorizado; e 
e) no exercício de função de natureza não policial-militar, mesmo oficiais. 
XIX - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus 
integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-
militar. 
Art. 28 - Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto no parágrafo 2º e 
3º, é vedado comerciar ou tornar parte na administração ou gerência de sociedade ou 
dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista em sociedade 
anônima ou por quotas de responsabilidadelimitada. 
§ 1º - Os policiais-militares na reserva remunerada quando convocados, ficam 
proibidos de tratar, nas organizações policiais-militares e nas repartições públicas 
civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza. 
§ 2º - Os policiais-militares da ativa podem exercer diretamente, a gestão de 
seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente artigo. 
§ 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos integrantes do 
Quadro de Saúde, é-lhes permitido o exercício da atividade técnico-profissional, no 
meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço. 
Art. 29 - O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá determinar aos 
policiais-militares da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos 
mesmos, informem sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que houver 
razões que recomendem tal medida. 
 
CAPÍTULO II 
DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES 
 
Art. 30 - Os deveres policiais militares emanam de vínculos racionais e morais 
que ligam o policial-militar a comunidade estadual e à sua segurança, e 
compreendem, essencialmente: 
I - a dedicação integral ao serviço policial-militar e a fidelidade a instituição a 
que pertence, mesmo com o sacrifício da própria vida; 
II - o culto aos símbolos nacionais; 
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias; 
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia; 
V - o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; e 
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade. 
 
 
I Transgressão Disciplinar 
Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos 
deveres e das obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
e qualquer omissão ou ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, 
normas ou disposições, desde que não constituam crime (Art. 12 do RDPMAM) 
São transgressões disciplinares, de acordo com o Art. 13 do RDPMAM: 
1) todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar 
especificadas no Anexo I ao presente Regulamento; 
2) todas as ações, omissões ou atos, não especificados na relação 
de transgressões do Anexo citado, que afetem a honra pessoal, o pundonor policial-
militar, o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições contidas no 
Estatuto dos Policiais-Militares, leis e regulamentos, bem como aquelas praticadas 
contra regras e ordens de serviço estabelecidas por autoridade competente 
 
Observe que não apenas são transgressão da disciplina as condutas descritas 
no Anexo I ao RDPMAM. Outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais 
Militares, leis e regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e 
ordens de serviço estabelecidas por autoridade competente. 
 
 
II Quem é competente para acusar e aplicar sanção 
Um dos elementos de suma importância para que um processo de qualquer 
natureza exista é a competência. Só pode acusar o policial por infração administrativa, 
e puni-lo por ela, quem detém competência para isso. Caso contrário, o processo 
sequer pode ser considerado existente no mundo jurídico. 
O Art. 9º do Decreto n. 4.131/76 elenca as autoridades competentes para a 
aplicação das prescrições nele contidas: 
 
Art. 9.º - A competência para aplicar as prescrições contidas neste 
Regulamento é conferida ao cargo e não ao grau hierárquico. São competentes para 
aplicá-las: 
1) - O Governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia Militar. 
2) - O Cmt Geral, aos que estiverem sob o seu comando. 
3) - O Ch da Casa Militar, aos que estiverem sob a sua chefia. 
4) - O Ch do EM Geral (Sub Cmt da PMAM), aos que servirem sob suas 
ordens. 
5) - Comandante do Policiamento da Capital, Comandante do Policiamento do 
Interior, Comandante do Corpo de Bombeiros, Comandante de Policiamento de área, 
Diretores, aos que servirem sob suas ordens. 
6) - Ajudante Geral, Comandante e Subcomandantes de OPM, Chefes de 
Seção, Serviços, Assessorias, Comandante de Subunidades, aos que servirem 
sob suas ordens. 
7) - Comandantes de Pelotões e Destacados, aos que servirem sob suas 
ordens. 
 
PERGUNTA: 
 
Ao presenciar uma transgressão da disciplina, o superior deve apresentar uma 
parte do subordinado, enquanto o subordinado deve apresentar uma queixa do 
superior hierárquico? R: Não, pois o RDPMAM diz que todo policial militar que 
tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá participar. Veja: 
 
Art. 10 - Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário à 
disciplina deverá participar ao seu chefe imediato, por escrito ou verbalmente. 
Neste último caso, deve confirmar a participação, por escrito, no prazo máximo 
de 48 horas. 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
IV – DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS 
 
Segundo a boa doutrina, é possível constatar que muitos doutrinadores 
utilizam as expressões “processo administrativo” e “procedimento 
administrativo” como sinônimas. Porém, tecnicamente as duas locuções possuem 
significados diferentes. Processo é uma relação jurídica, razão pela qual 
“processo administrativo” significa o vínculo jurídico entre a Administração e o 
usuário, estabelecido para a tomada de uma decisão. Ao passo que procedimento 
administrativo é a sequência ordenada de atos tendentes à tomada da decisão 
(MAZZA, 2016, p. 276). 
Podemos definir processo como um meio dialético de preparação de um ato 
administrativo. Portanto, ele contém um debate, uma discussão, um diálogo, entre as 
partes interessadas. Usualmente, no caso da Administração, as partes em debate são 
a Administração e o administrado. O procedimento administrativo, dependendo do 
contexto em que é empregado, pode assumir duas caracterizações distintas: 
processo possui vários procedimentos para que seja feito. 
 
 
Uma característica marcante de um processo, para que se diferencie do 
procedimento, é que o processo normalmente possui uma acusação formal. O 
processo administrativo disciplinar, pois, tem duas finalidades principais: 
r uma controvérsia disciplinar. 
servidor. 
 
1) PROCEDIMENTOS E PROCESSOS ADOTADOS NA CORPORAÇÃO E O 
REGULAMENTO DISCIPLINAR 
 
Com base no que estudamos até aqui, podemos com clareza separar os 
processos adotados na Corporação dos procedimentos também adotados. São 
procedimentos, pois, a Sindicância, o Inquérito Policial Militar (IPM) etc. 
Veja que todos eles têm como características principais a ausência de defesa e 
contraditório: neles não há acusação, não há defesa, não há julgamento. São, todos 
eles, meros procedimentos para realizar investigações. 
E justamente por isso, não podem se prestar, por si só, a aplicar sanções 
disciplinares, por exemplo. Caso em algum deles cheguemos à conclusão de que 
alguém cometeu transgressão, teremos que instaurar um processo, com uma 
acusação formal, oportunidade de defesa, julgamento fundamentado e, de acordo com 
cada tipo de processo, direito a recursos. 
 
a) INQUÉRITO POLICIAL MILITAR: é a apuração sumária de fato, que, nos 
termos legais, configure crime militar,e de sua autoria. Tem o caráter de 
instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos 
necessários à propositura da ação penal. É presidido somente por oficiais 
da ativa. 
b) SINDICÂNCIA REGULAR: “modalidade de Processo Administrativo 
utilizada na apuração de atos e fatos que envolvam servidores da 
Instituição, antecedendo eventual aplicação de sanção não demissionária 
ou reformatória, bem como para a adoção de outras providências cíveis, 
criminais ou administrativas mais gravosas”. Na maioria das vezes, se 
divide em duas etapas: “etapa apuratória: desenvolvida quando ainda não 
existem as circunstâncias preliminares que indiquem o fato, a autoria e a 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
materialidade. É inquisitorial, tendo contexto destinado apenas a 
levantamentos, sem a exigência da ampla defesa ou do contraditório. Visa 
a busca do máximo de provas possíveis, que possam confirmar, ou não, a 
procedência da acusação; etapa acusatória: é desenvolvida quando já 
existe fatos que confirmem as circunstâncias preliminares que indicam o 
fato, uma possível autoria [ou a autoria propriamente dita] e ainda uma 
materialidade. É conceito processual em sua essência, sendo obrigatório a 
ampla defesa e do contraditório”. 
c) INQUÉRITO TÉCNICO: tem por finalidade apurar evento danoso, 
envolvendo bem patrimonial permanente sob administração militar, 
produzindo provas e esclarecendo circunstâncias, de forma a auxiliar 
decisão da autoridade competente, com a eventual e consequente 
imputação de responsabilidade ao seu causador, bem como subsidiar, se 
for o caso, a ulterior propositura de ação judicial 
d) ATESTADO DE ORIGEM: é um documento administrativo-militar destinado 
à comprovação de acidentes ocorridos em consequência de ato de serviço, 
em tempo de paz, os quais, por sua natureza, possam dar origem à 
incapacidade física temporária ou definitiva de militares estaduais. 
e) INQUÉRITO SANITÁRIO DE ORIGEM: é a perícia médico-administrativa 
realizada para comprovar se a incapacidade física temporária ou definitiva, 
constatada em inspeção de saúde, resulta de doença aguda ou crônica que 
tenha sido contraída em ato de serviço. Considera-se doença contraída em 
ato de serviço a que apresente relação de causa e efeito com sua 
realização. O Inquérito Sanitário de Origem será instaurado quando houver 
irregularidades insanáveis no Atestado de Origem ou inexistência deste 
somente pelo Comandante Geral da PMAM e terá como encarregado oficial 
médico. 
f) Processo de Ressarcimento (PARE): é o conjunto de ações realizadas 
com vistas a dar oportunidade ao responsável para que reconheça a dívida, 
mediante assinatura do Termo de Reconhecimento de Dívida (Anexo B), e 
autorize o desconto em contracheque, recolhimento via Documento de 
Arrecadação – DAR – ou o compromisso de saldar o débito; informar ao 
responsável que, havendo reconhecimento da dívida, o pagamento poderá 
ser efetuado de forma parcelada, observado subsidiariamente o disposto no 
Regulamento de Administração do Exército (RAE); no caso do não 
reconhecimento da dívida, possibilitar o exercício do contraditório, a ampla 
defesa e os recursos decorrentes no caso de apuração de irregularidade 
administrativa por intermédio de IPM, em atendimento às disposições 
contidas no inciso LIV, art., 5º, da Constituição Federal de 1988, quanto ao 
devido processo legal; e repor os valores devidos quando, no IPM, ficar 
constatado prejuízo à Fazenda Estadual e não for possível, por qualquer 
motivo, o ressarcimento. 
 
Apenas para conhecimento, a Lei n. 3278 elenca outros tipos de 
procedimentos disciplinares. 
 
Art. 52. São espécies de procedimentos administrativos disciplinares no âmbito 
do Sistema de Segurança Pública: 
I - a Transação Administrativa; 
II - a Sindicância Investigativa; 
III - a Sindicância Patrimonial; 
IV - a Sindicância Administrativa Disciplinar; 
V - o Processo Administrativo Disciplinar; 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
VI - o Termo de Ajustamento de Conduta; 
VII - o Processo Administrativo Disciplinar Sumário. 
VIII - o Auto de Infração Disciplinar; 
IX - a Sindicância Disciplinar; 
 
 
2) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
 
O Processo Administrativo Disciplinar é o instrumento de exercício do poder 
disciplinar, constituindo-se em uma conjugação ordenada de atos na busca da correta 
e justa aplicação do regime disciplinar para apuração e punição de infrações 
praticadas pelos servidores públicos no exercício de suas atribuições, ou que tenham 
relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. 
a) CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO: instituído por meio do Decreto nº 
3.392/76, é destinado a julgar, através de processo especial, da incapacidade do 
oficial da Polícia Militar para permanecer na ativa, criando-lhe, ao mesmo tempo, 
condições para justificar. O Conselho de Justificação pode, também, ser aplicado ao 
oficial da reserva remunerada ou reformado, presumivelmente incapaz de permanecer 
na situação de inatividade em que se encontra. 
b) CONSELHO DE DISCIPLINA: instituído por meio do Decreto nº 
3.393/76, o processo administrativo destinado a julgar a incapacidade ou não das 
praças integrantes das Forças Armadas e Forças Auxiliares (Polícia Militar e Corpos 
de Bombeiros Militar) com estabilidade assegurada, para continuarem na ativa, ou 
quando em inatividade a continuarem dignas de suas graduações, devido ao 
cometimento de falta disciplinar grave e outros atos previstos em lei, que as tornou 
incompatível com a função militar.” (ROSA, 2014, p. 1) 
c) SINDICÂNCIA DISCIPLINAR: instituído por meio da Portaria n. 171/DPJM-
98, é um Processo Administrativo Especial destinado a avaliar a permanência ou não 
nas fileiras da Policia Militar do Amazonas, de praças que não possuem estabilidade 
adquirida em conformidade com a Lei , que praticarem atos ou apresentarem uma 
conduta contraria aos preceitos de moral, hierarquia e disciplina existentes na 
Instituição policial militar. 
d) FORMULÁRIO DE APURAÇÃO DE TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR: 
instituído por meio Resolução n. 001/2016/DJD/PMAM, de 10 de novembro de 2016, 
procedimento padronizado a concessão do contraditório e da ampla defesa nas 
transgressões disciplinares, que auxilia a autoridade competente na tomada de 
decisão referente à aplicação de punição disciplinar. 
 
DAS FASES DO PAD E DA GARANTIA DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO 
 
 Qualquer punição funcional, segundo Carvalho Filho (2015, p. 74), mesmo de 
natureza leve, pressupõe a instauração de processo administrativo disciplinar – PAD-, 
no qual se assegure a garantia do contraditório e ampla defesa ao servidor acusado 
da prática de fato considerado pela lei como passível de punição. É o que reza, de 
modo peremptório, o art. 5º, LV, da Constituição. 
A doutrina majoritária aponta certa sequência lógica das fases que compõe o 
PAD. O início propriamente dito dá-se com despacho de autoridade competente que, 
assim que tiver ciência de irregularidade age ex officio, embasado no princípio da 
oficialidade. Se porventura essa irregularidade constituir ilícito penal, a comissão 
processanteé obrigada a comunicar às autoridades competentes e fornecer o material 
que tiver a sua disposição (DI PIETRO, 2004. p. 544). Na fase de instrução é 
assegurado ao sindicado a possibilidade de acompanhar o processo, pessoalmente, 
ou, por meio de seu advogado sendo-lhe permitido reinquirir testemunhas, produzir 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
provas e contraprovas (GASPARINI, 2008. p. 994), o que foi obedecido. Ultimada a 
instrução é assegurada a defesa, por expresso mandamento constitucional no art. 5°, 
LV "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recurso a ela 
inerentes". Na sequência, segue-se a do relatório que, segundo (CARVALHO FILHO, 
2013,p. 982) é peça formal elaborada pela comissão processante ou pelo servidor 
encarregado da condução do PAD, na qual deve ficar descrito tudo o que ocorreu no 
processo, tal como ocorre na sentença judicial. Por fim, a autoridade competente 
passa a decidir sobre o processo à luz dos elementos do relatório contidos no próprio 
processo (CARVALHO FILHO, 2013, p. 984). 
 
a) Instauração: Ato praticado privativamente pela autoridade competente, 
geralmente mediante edição de portaria contendo a descrição da infração e a 
designação de Comissão (servidores efetivos e com hierarquia ou qualificação igual ou 
superior ao investigado) para realizar todo o procedimento. 
 
PORTARIA 
 
A portaria inaugural conterá a exposição do fato a ser apurado, com todas as suas 
circunstâncias até então conhecidas, a qualificação do acusado e a classificação 
provisória da infração. É obrigatório o aditamento da portaria quando necessário: 
I – modificar a narração do fato imputado ao acusado; 
II – incluir fatos novos conexos com os anteriores; 
III – incluir outros acusados 
A descrição minuciosa dos fatos se faz necessária apenas quando do indiciamento do 
servidor, após a fase instrutória, na qual são efetivamente apurados, e não na 
portaria de instauração ou na citação inicial do processo administrativo. “O 
Relatório Final da Comissão Processante e o Parecer da Consultoria Jurídica do 
Ministério do Meio Ambiente individualizaram de forma consistente as condutas 
imputadas aos impetrantes, subsumindo-as aos tipos legais utilizados para embasar a 
sugerida pena de demissão. (STJ, MS 16581/ DF, Rel. Min. BENEDITO 
GONÇALVES, Data do Julgamento: 26/02/2014)”. 
 
b) Certidão de Leitura de Base de Acusação ou citação inicial com 
cópia da portaria de instauração do PAD: A defesa prévia, fase subsequente a 
instauração do processo administrativo disciplinar militar, poderá ser realizada pelo 
próprio militar, por outro militar nomeado como defensor, ou por um advogado 
contratado pelo acusado para atuar como seu procurador. A defesa prévia, na maioria 
dos regulamentos disciplinares, tem o prazo de 5 (cinco) dias para a sua confecção e 
apresentação. O acusado tem a possibilidade de manifestar-se em defesa prévia, 
requerendo “a produção de provas, bem como poderá apresentar rol de 
testemunhas”. (COSTA et al 2007, p. 197). 
 
c) Defesa Prévia Fase onde se promoverá a colheita de provas, 
depoimentos de testemunhas, perícias e demais formas de prova admitidas em 
Direito. Após as provas, dá-se o interrogatório do acusado. É a fase de inquérito 
administrativo interno ao PAD. 
 
d) Inquirição das Testemunhas de Acusação e de Defesa: É 
aconselhável que o Conselho estabeleça, previamente à audiência para oitiva de 
testemunha, um roteiro com as principais perguntas, sem prejuízo de outras que 
vislumbre no decorrer da audiência. No caso de duas ou mais testemunhas, a 
inquirição será feita separadamente. É conveniente que as testemunhas sejam 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
ouvidas uma seguida da outra, preferencialmente no mesmo dia ou em datas 
próximas, para evitar, tanto quanto possível, que tenham conhecimento de antemão 
do depoimento umas das outras. Na audiência para oitiva da testemunha, deve-se 
registar no termo: 
a) local, data e hora da audiência; 
b) identificação do Conselho e do processo administrativo disciplinar; 
c) identificação da testemunha (nome, cargo/profissão, órgão de lotação, 
naturalidade, estado civil, número do documento de identidade e do CPF, residência e 
domicílio), devendo ser solicitada, para conferência, a apresentação de seu 
documento de identidade ou outro documento pessoal com foto; 
d) que é vedado ao acusado ou a seu procurador, caso presentes à audiência, 
interferir nas perguntas feitas pelo Conselho e nas respostas das testemunhas, com a 
faculdade, porém, de que venha a reinquiri-las, por intermédio do presidente do 
Conselho, após promovida a inquirição por parte do Conselho; 
e) se a testemunha é parente, e em que grau de parentesco, se possui 
amizade íntima ou inimizade notória com o acusado, ou se há alguma circunstância 
que possa comprometer seu depoimento; 
f) que a testemunha foi advertida sobre sua obrigação de dizer a verdade, não 
podendo omiti-la, sob pena de incorrer no crime de falso testemunho; 
g) qualquer questão alegada pelo acusado ou seu procurador e a decisão 
exarada pela Conselho, na própria audiência; 
h) as respostas da testemunha às perguntas formuladas pelo presidente, pelos 
demais membros do Conselho, pelo acusado e pelo seu procurador; 
i) a explicação da testemunha sobre como teve conhecimento do fato e outras 
circunstâncias pelas quais o Conselho possa avaliar a credibilidade do seu 
depoimento; 
j) que, ao final do depoimento, foi questionado se a testemunha tem algo mais 
a acrescentar quanto ao fato apurado; 
k) indicação de que a testemunha se compromete a trazer aos autos 
determinado documento ou prova, em certo prazo, se for o caso; 
l) qualquer incidente relevante ocorrido na audiência; 
m) encerramento do termo, indicando-se que foi lido e achado conforme por 
todos; 
A testemunha poderá comprovar sua ausência total ou parcial ao serviço, no 
período em que esteve na audiência, requerendo ao Conselho que lhe conceda termo 
de comparecimento. 
 
Outros aspectos a serem observados pela Conselho quanto à audiência 
para oitiva de testemunha: 
a) o Conselho não deverá coagir ou intimidar a testemunha; 
b) “o depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito 
à testemunha trazê-lo por escrito” 
c) o acusado pode assistir ao depoimento da testemunha; 
d) para evitar constrangimentos, é recomendável que a testemunha não preste 
depoimento frente a frente com o acusado; 
e) o Conselho somente poderá impedir o acusado de assistir ao depoimento 
da testemunha em casos excepcionais, que justifiquem a sua não permanência no 
recinto85, devendo-se consignar os motivos no respectivo termo. Nessa hipótese, o 
acusado será representado na audiência pelo seu procurador; 
f) em que pese o caráter sigiloso do PAD, exceto ao acusado e aos 
advogados, o Conselho pode permitir que a testemunha obtenha vista de 
determinados documentos do processo administrativo disciplinar, caso necessário 
para o depoimento; 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTOE FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
g) pode haver pausa no depoimento da testemunha, caso seja necessário, 
com reinício da assentada no mesmo ou em outro dia, consignando-se no termo a 
respectiva data e/ou horário; 
h) a testemunha deverá ser instada a ler atentamente o termo de depoimento 
registrado, a fim de verificar se corresponde ao que declarou; 
i) é recomendável que os demais presentes também leiam atentamente o 
consignado na ata de audiência para conferência e eventuais retificações; 
j) não comparecendo a testemunha, será firmado termo de não 
comparecimento pelos presentes e informado ao seu chefe imediato, se servidor 
público; 
k) quando a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, 
estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o 
presidente da comissão designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para 
inquiri-la; 
l) caso a testemunha resida em local diverso daquele em que será realizada a 
audiência, a comissão processante poderá deliberar pelo deslocamento da 
testemunha, ou da comissão processante; ou pela adoção de formas alternativas de 
colher depoimento da testemunha (carta precatória e videoconferência). 
 
INVERSÃO DA ORDEM DAS TESTEMUNHAS 
 
A teor do art. 222, § 1º, do Código de Processo Penal, na hipótese de oitiva de 
testemunha por carta precatória, a expedição da carta "não suspenderá a instrução 
criminal". 3. O Superior Tribunal de Justiça já firmou o entendimento jurisprudencial 
de que a inquirição de testemunha de Defesa, por meio de carta precatória, antes da 
produção da prova oral acusatória não configura nulidade, mormente se não 
demonstrado o prejuízo. 4. Hipótese em que não houve qualquer prejuízo, pois as 
testemunhas da defesa limitaram-se a depor sobre o comportamento social do 
réu.(HC 74805, Re. Min. Maria Thereza de assis Moura, DJe 05.04.2010) 
 
 
e) Interrogatório do Acusado: o interrogatório constitui-se na oitiva do 
acusado. É considerado ato relativo à instrução do processo (produção de prova) e 
também exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório. O ato de interrogatório 
do acusado, em regra, deve ser promovido como último ato da fase instrutória, ou 
seja, após produzidas todas as provas. É aconselhável que o Conselho já estabeleça, 
previamente ao interrogatório, as principais perguntas a serem efetuadas ao acusado 
(tendo por base as provas colhidas nos autos), sem prejuízo de outros 
questionamentos vislumbrados no decorrer da oitiva. O ato de interrogatório segue, 
com as adaptações necessárias, o roteiro estabelecido para oitiva de testemunhas, 
devendo ser registrada no termo: 
a) data, hora e local do interrogatório; 
b) identificação do Conselho e do processo administrativo disciplinar; 
c) identificação do acusado (nome, cargo, matrícula funcional, órgão de lotação, 
naturalidade, estado civil, número do documento de identidade e do CPF, endereço da 
residência), devendo ser solicitado, para conferência, seu documento de identidade ou 
outro documento pessoal com foto; 
d) que é vedado ao advogado do acusado, caso presente à audiência, interferir 
nas perguntas feitas pela Conselho e nas respostas do interrogado, com a faculdade, 
porém, de que venha a reinquiri-lo, por intermédio do presidente do Conselho, após 
promovida a inquirição por parte do Conselho; 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
e) se o acusado é parente (e em que grau), possui amizade íntima ou inimizade 
notória com qualquer membro do Conselho, testemunha, perito ou qualquer outro 
agente atuante no processo administrativo disciplinar; 
f) o direito do acusado de permanecer calado e de não responder as perguntas 
que lhe forem formuladas, e que seu silêncio não importará em confissão, nem será 
interpretado em prejuízo de sua defesa; 
Obs.: o acusado não prestará compromisso de dizer a verdade; 
g) qualquer questão alegada pelo acusado ou seu procurador; 
h) as decisões tomadas pelo Conselho; 
i) as respostas do acusado às perguntas formuladas pelo presidente, pelos 
demais membros do Conselho e pelo seu procurador; 
j) a explicação do acusado acerca do fato investigado e suas circunstâncias; 
k) as perguntas eventualmente não respondidas pelo acusado também deverão 
ser registradas na ata de interrogatório; 
l) que, ao final do depoimento, foi questionado se o acusado tem algo mais a 
acrescentar quanto ao fato apurado; 
m) indicação de que o acusado se compromete a trazer aos autos determinado 
documento ou prova, em certo prazo, se for o caso; 
n) qualquer incidente relevante ocorrido no interrogatório; 
o) encerramento da ata, indicando-se que foi lido e achado conforme por todos; 
p) as assinaturas de todos os presentes ao final do depoimento, com as 
respectivas rubricas em todas as folhas do termo. 
 
f) Elaboração formal da indiciação, que delimitará a acusação (fatos + 
dispositivos violados + provas que fundamentam a indiciação). Na instrução, o 
Conselho deverá juntar documentos, dando vista ao interessado, providenciar a oitivas 
das testemunhas, com a intimação prévia do notificado para poder acompanhar a 
assentada, requisitar perícia técnica, formulando os quesitos. Deverá fazer diligências, 
quando for necessário verificar in locu alguma situação fática que mereça 
esclarecimento. Sendo o ato mais importante: a realização do interrogatório do 
envolvido. 
 
g) Citação ou Libelo Acusatório: É o documento em que se sintetizam as 
acusações contra o acusado. É uma peça obrigatória do apuratório, documento este 
que a defesa vai contrapor através da apresentação das Razoes Finais de Defesa, 
sendo que para isto deve-se dar vistas ao autos do processo para a defesa por meio 
de termo de vistas que conterá local, data e hora do recebimento, que também será 
assinado pelo recebedor. Pode-se entregar cópia dos autos desde que estejam em 
ordem e com as páginas devidamente numeradas e rubricadas, sendo que a defesa 
poderá solicitar juntada de documentos aos autos até a apresentação das Razões 
Finais de Defesa. 
 
h) Alegações Finais ou Razões de Defesa: Dá-se principalmente com o 
fornecimento do libelo acusatório ao investigado após o interrogatório. Ao investigado 
é assegurada a participação em todos os atos processuais, desde a instauração do 
PAD, podendo requerer realização de atos processuais e produzir provas. Ressalta-se 
que nas alegações finais, o acusado tem a última oportunidade de defesa, sendo sua 
apresentação obrigatória sob pena de anulação do PAD. Caso o acusado, ou seu 
defensor, não apresente esta peça, a autoridade processante deverá nomear um 
defensor para a sua elaboração. (COSTA, 2006). Parecer dos Membros do PAD ou 
relatório: Sendo este um ato do órgão colegiado designado para a realização da 
apuração da conduta do servidor, devendo conter breve relato e promover as 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crimeprevisto no Art. 184 do Código Penal. 
 
conclusões que os membros entenderem adequadas e, ao final, oferecer uma 
proposta de decisão. 
 
i) Parecer dos Membros do PAD ou relatório: Sendo este um ato do órgão 
colegiado designado para a realização da apuração da conduta do servidor, devendo 
conter breve relato e promover as conclusões que os membros entenderem 
adequadas e, ao final, oferecer uma proposta de decisão. O relatório conclusivo 
acerca da responsabilização ou inocência do acusado deverá conter, no mínimo: 
I – a descrição dos fatos imputados; 
II – os principais incidentes da instrução; 
III – o detalhamento das provas produzidas; 
IV – as razões do indiciamento; 
V – a análise das alegações da defesa; e 
VI – aspectos relacionados à prescrição administrativa. 
 
Observação importante: a sessão do relatório não é secreta, porque declarada 
inconstitucional pelo TJAM. 
 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é clara ao indicar que não é 
necessária a intimação dos indiciados para que possam rebater os relatórios 
finais das comissões processantes, pelo que não se visualiza violação ao 
contraditório. Precedentes: RMS 30.881/DF, Relatora Min. Cármen Lúcia, Segunda 
Turma, Processo Eletrônico, publicado no DJe-212 em 29.10.2012; e RMS 
30.502/DF, Relatora Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, publicado no DJe-163 em 
25.8.2011 e no Ement. vol. 2573-01, p. 20.) (STJ, MS 16158/DF, Rel. Min. Humberto 
Martins, Primeira Seção, em 13/11/2013) 
 
 
j) Solução da autoridade delegante: a decisão ou julgamento, última fase do 
processo administrativo disciplinar, consiste no ato da autoridade competente que, de 
forma motivada, observada a regularidade e o conteúdo do processo administrativo 
disciplinar e ponderando a conclusão exarada no relatório final, resolverá pelo(a): a) 
arquivamento dos autos do processo; 
e) b) aplicação de penalidade ao indiciado; 
f) b.1) impossibilidade de aplicar penalidade (em razão de prescrição, decisão 
judicial, advertência e suspensão de servidor aposentado, etc); 
g) c) declaração de nulidade total ou parcial do processo administrativo disciplinar 
e necessidade de refazimento dos trabalhos da comissão processante; 
h) d) conversão do julgamento em diligência. 
i) Por ocasião do julgamento, serão determinadas eventuais providências 
sugeridas no relatório da comissão processante, nas manifestações prévias ao 
julgamento ou suscitadas pela própria autoridade julgadora. 
 
LEIAM OS ART. 73 a 117 DA LEI N. 3.278/08 ACERCA DOS PRINCÍPIOS E DAS 
REGRAS GERAIS NA CONDUÇÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS 
DISCIPLINARES 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
V – DOS RECURSOS DISCIPLINARES 
 
1) CONCEITO 
Ensina Cretella que o vocábulo “recurso” é de origem latina, filiando-se à forma 
recurso(m), acusativo do nome recursus, us, m., “curso retrógrado, corrida para trás, 
caminho de volta, volta, possibilidade de voltar, recurso”. 1 
Prossegue o ilustre mestre definindo o recurso administrativo como o remedium 
juris que consiste na provocação a reexame de um caso, na esfera administrativa, 
perante a mesma autoridade ou outra de superior hierarquia2. 
Ensina Ronaldo João Roth que os recursos administrativos são os meios direto 
de corrigir os atos administrativos dentro do poder hierárquico da Administração, 
assegurando aos vários escalões de comando o seu poder de decidir e de rever os 
atos dos subordinados3. 
 
2) FUNDAMENTOS E NATUREZA JURÍDICA 
 
Sobre os fundamentos e natureza jurídica dos recursos, ensina Coimbra Neves 
(2003, p. 371) que: quando do estudo dos recursos nos bancos acadêmicos, aprende-
se que sua base jurídica está no próprio texto constitucional que, ao prever a 
organização do Poder Judiciário, trouxe a exaltação do princípio do duplo grau de 
jurisdição. Com efeito, não há razão para, similarmente ao que ocorre com o 
princípio da motivação das decisões em âmbito administrativo, negar-se a influência 
do princípio supracitado ao dar embasamento jurídico aos recursos administrativos 
disciplinares, ladeados também pela ampla defesa e contraditório, por ser o recurso 
um desdobramento da defesa apresentada4. Todavia, no Direito Administrativo 
Disciplinar um outro princípio fomenta, com maior robustez e clareza, a existência dos 
recursos disciplinares, qual seja, o princípio da autotutela, primorosamente 
explorado por Di Pietro5, segundo o qual a Administração pode rever seus próprios 
atos, anulando-os ou revogando-os, conforme o caso. Note-se que tal possibilidade, 
efusivamente declarada pelas súmulas 346 e 473 do STF, pode residir na iniciativa da 
própria Administração (ex officio) como também por provocação, onde se insere o 
recurso disciplinar 
 
3) CARACTERÍSTICAS 
 
As características dos recursos disciplinares são: 
a) meio de impugnar decisões; 
b) voluntariedade; 
c) prorroga a mesma relação jurídica processual. 
 
4) PRESSUPOSTOS 
Prossegue o mestre paulista (2003, p. 373) que os recursos disciplinares, a 
exemplo dos recursos em geral, para serem admitidos devem conter pressupostos que 
possibilitarão o ataque da decisão desfavorável pela via em questão. Sem tais 
pressupostos, que podem ser de ordem subjetiva ou objetiva (classificação 
tradicional), não deve o recurso ser admitido. Em outras palavras, verificada em juízo 
de admissibilidade a ausência de um dos pressupostos, a autoridade administrativa 
sequer discutirá o mérito, não conhecendo de pronto o recurso. 
 
1 JÚNIOR, José Cretella. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 1992, p. 591. 
2 Op. cit. p. 593. 
3 O Efeito Suspensivo dos Recursos Disciplinares. Revista Direito Militar da AMAJME nº 9, Janeiro/Fevereiro, 1998, p. 
37. 
4
 LUZ, Egberto Maia. Direito Administrativo Disciplinar. São Paulo: Edipro, 2002, p. 195. 
5
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2002, p. 73. 
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS 
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO E FORMAÇÃO DE SARGENTOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INSTRUTOR: CAP PM ALMEIDA 
 
Este material é distribuído sem fins lucrativos, diretos ou indiretos, a policiais militares 
durante cursos de formação na PMAM. A violação aos direitos do autor e os que lhes 
são conexos constitui crime previsto no Art. 184 do Código Penal. 
 
Nessa linha, entende-se por pressupostos objetivos o cabimento, a 
adequação, a tempestividade e a inexistência de fatos extintivos ou impeditivos, 
ao passo que se enumeram como pressupostos subjetivos o interesse jurídico e a 
legitimidade. 
 
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS 
 
a) Cabimento 
O recurso impetrado deve estar previsto neste Codex disciplinar, ou seja, deve 
ser previsto legalmente no rol taxativo (taxatividade dos recursos). Dessa forma, 
nada aproveita ao impetrante se ingressar com recurso inexistente no Regulamento 
Disciplinar, porquanto sequer será sua pretensão conhecida. 
 
b) Adequação 
Cada decisão pode ser atacada por um recurso adequado. A decisão atacável, 
porém, deve ser definitiva e não interlocutória, sendo efetivamente impositora de 
prejuízo ao recorrente, conduzindo à conclusão de que, em matéria disciplinar, vige 
nos recursos, dentre outros, o princípio da irrecorribilidade das interlocutórias. 
 
c) Tempestividade 
A interposição do recurso administrativo deve ser feita dentro do prazo 
estipulado pela lei. O recurso interposto fora do prazo não deverá

Continue navegando