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Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente

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13/06/2019 Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente
https://istoe.com.br/3983_BRASILEIRAS+EM+DUBAI/ 1/5
Brasileiras em Dubai
Como três mulheres que se mudaram para o emirado em épocas
diferentes vivenciaram a realidade de um país onde o islã dita as
regras
21/05/08 - 10h00
FOTOS: CLAUDIO GATTI/AG. ISTOÉ
VIDA NOVA Cecília Reinaldo (acima)
 
Quando chegou em Dubai, nos Emirados Árabes, 12 anos atrás, a brasileira
Márcia Santos, 51 anos, deparou-se com uma realidade bastante diferente da
sua. As mulheres eram segregadas em uma sociedade comandada por homens.
Rituais rotineiros para qualquer mulher ocidental, como dirigir ou administrar o
próprio dinheiro, soavam lá como ofensa. "Quando fui fazer o teste para tirar a
carteira de motorista, me perguntaram se meu marido sabia das minhas intenções
e exigiram autorização dele por escrito", conta ela. Dona de uma fisionomia
similar à das árabes, Márcia era freqüentemente abordada pela polícia local, que
13/06/2019 Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente
https://istoe.com.br/3983_BRASILEIRAS+EM+DUBAI/ 2/5
a questionava sobre suas roupas inapropriadas. Não que ela usasse decotes ou
minissaia. Márcia só não estava de abaya, a vestimenta preta usada pelas
mulheres do emirado. Para viver bem lá, ela teve de se munir de muita paciência
e abrir mão de algumas conquistas já feitas, como a profissão. "Sou engenheira e
naquela época era inadmissível uma mulher mandar em um homem", diz Márcia,
que virou professora.
Os anos se passaram e, em 2002, o xeque al-Maktoum, líder do país, decidiu
fazer de Dubai um grande pólo de turismo. A cidade que vivia praticamente do
petróleo e da pesca viu o deserto se transformar em um imenso canteiro de
obras. As leis foram flexibilizadas para que os estrangeiros pudessem investir na
região. De uma hora para a outra, imensos arranha-céus surgiram no deserto
junto com hotéis superluxuosos. Com o desenvolvimento econômico, o
emirado precisou aprender a respeitar também culturas diferentes e ver com
outros olhos o papel da mulher na sociedade. Foi nesse novo contexto que
duas outras brasileiras, a administradora Cecília Reinaldo, 28 anos, e a
publicitária Simone Amaro, 31, chegaram a Dubai.
13/06/2019 Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente
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VIDA NOVA Cecília Reinaldo (acima)
 
Cecília desembarcou no emirado há seis anos. Formada em administração,
estava insatisfeita com sua vida no Rio de Janeiro. Decidiu, então, seguir os
passos de sua mãe, que havia se mudado para Dubai quatro anos antes. Fez as
malas e partiu para o país islâmico – mesmo sem estar disposta a usar burca e a
obedecer a um homem. Lá, ela nunca foi abordada pela polícia por causa de sua
roupa, e pôde trabalhar como sócia de uma empresa que comercializa imóveis.
Só no ano passado vendeu US$ 700 milhões. "Tenho uma vida normal", diz ela.
"Trabalho, moro sozinha, vou ao banco e visto o que quero." Mas ainda existem
focos de resistência. Em reuniões com clientes árabes já ouviu que com mulher
eles não negociariam. Nessas horas, diz Cecília, não há muito a fazer: "O melhor
é respirar fundo, engolir o orgulho e chamar o meu sócio para continuar as
transações". Na vida amorosa, o quadro é mais sombrio. Qualquer aproximação
entre homem e mulher é vista com desconfiança e paquerar é um verbo que não
se conjuga por lá. "Dubai é o melhor lugar para fazer dinheiro, e o pior para
namorar", resume Cecília, que nunca teve um namorado lá.
13/06/2019 Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente
https://istoe.com.br/3983_BRASILEIRAS+EM+DUBAI/ 4/5
Simone Amaro com a filha: choque cultural para quem chega
 
As regras que inibem qualquer aproximação entre pessoas do sexo oposto são
muito rígidas. Um beijo na boca, mesmo comportado, dá cadeia. Além disso,
namorar em Dubai significa driblar estatísticas. Dos 4,9 milhões de habitantes,
somente 27% são mulheres. E se há alguma leitora pensando que encontrou o
paraíso, é melhor ir com calma. Cerca de 3,8 milhões de pessoas são
estrangeiros vindos da Índia, do Paquistão e das Filipinas, onde os costumes
religiosos também são bastante arraigados. Na cidade velha, onde estão o Gold
Souk ou Spyci Souk (mercado de ouro e especiarias, respectivamente), uma
mulher sem a burca pode se sentir acuada diante dos olhares incisivos dos
homens. Pelo menos, ela dificilmente será vitima de alguma violência. O índice de
criminalidade é quase zero.
É justamente essa segurança que fez Simone Amaro superar as saudades dos
pais, irmãos e sobrinhos que deixou no Brasil porque seu marido foi convidado
para treinar a seleção de futebol de areia do emirado. "Tenho uma filha de quatro
meses e aqui é o paraíso para criar uma criança", diz Simone, que se mudou para
Dubai há um mês. Lá, não há drogas e o consumo de bebidas alcoólicas é
proibido. Para ela, porém, ainda há uma jornada de adaptação. "Não tenho
amigas aqui e acho que as roupas ocidentais chamam muita atenção", afirma.
Tudo isso, acredita Simone, será superado facilmente. O chato, diz ela, é que no
prédio onde mora, existe a piscina para mulheres e a para os homens, o que
obrigará a família a ficar dividida na melhor hora do dia: a do lazer.
13/06/2019 Brasileiras em Dubai - ISTOÉ Independente
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