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RESUMO AV2 17/11/2019 DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO NOME: JOÃO PAULO NASCIMENTO ARAÚJO ❖ ROTEIRO DA AV2 DA TURMA DE TERÇA 1- Teoria do contro constitucionalidade classificação 2 ADO 3 Controle concentrado e controle difuso 4 Remédios constitucionais 5 Conflito entre regras e princípios 6 Teoria do contro constitucionalidade classificação 7 Teoria do contro constitucionalidade classificação 8 Controle concentrado e controle difuso 9 MI e ADO 10 ADI ➔ Questões: 1- Teoria do controle constitucionalidade classificação 1) Quanto a norma constitucional violada ● formal – momento da elaboração, exemplo quorum de votação foi ilegal e modo do processo legislativo ● material – quando viola princípios implícitos e explícitos da constituição 2) Quanto ao tipo de conduta ● ação: A inconstitucionalidade por ação consiste em conduta que o Poder Público pratica um ato contrário ou incompatível com a constituição. Como exemplo: Poder Legislativo cria uma lei incompatível com a constituição decorre de um “fachere” ● omissão: Enquanto a inconstitucionalidade por omissão se caracteriza quando algumas normas exigem condutas positivas e o Poder Público deixa de agir conforme o determinado. Exemplo: Artigo 37, VII – “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”; Tal norma constitucional diz que o servidor público tem direito de greve, mas em lei específica, se o legislador não faz a lei, existe uma inconstitucionalidade por omissão do poder público. 3) Quanto ao momento ● originário: Originária, ocorre quando o ato infraconstitucional é criado de forma incompatível com a constituição. O ato desde da sua origem já é inconstitucional, o parâmetro de controle é anterior a criação do ato que será realizado. ● superveniente: Superveniente, aquela que ocorre quando um ato infraconstitucional anterior se torna incompatível com uma norma constitucional posterior. Aqui no Brasil, em regra, entende que a inconstitucionalidade superveniente é denominada de não recepção, pela (ADPF 130), o Supremo adota esse entendimento. ➔ Questões: 2 ADO O conceito constitucional da ação direta de inconstitucionalidade por omissão encontrase no artigo 103, § 2º, cujo texto reza: declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias A ação direta de inconstitucionalidade por omissão é regulada pela Lei n. 9868/1999, com a redação dada pela Lei n. 12.063/2009, que passou a estabelecer a disciplina processual desse tipo de ação abstrata. Em essência, a inconstitucionalidade por omissão ocorre quando a conduta negativa do poder público deixa de emitir um determinado comando normativo necessário para dar efetividade às normas constitucionais de eficácia limitada. Com efeito, é bom compreender que as normas constitucionais de eficácia limitada só produzem efeitos integrais após serem regulamentadas pela lei infraconstitucional superveniente, restando ao Estado-legislador o dever constitucional de editá-la. Já com relação ao rol de legitimados para deflagrar a fiscalização abstrata em sede de ADO, como já amplamente visto antes, os legitimados ativos são aqueles constantes do artigo 103, em rol taxativo. O artigo 103 da CRFB/88 determina que: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Finalmente, com relação à decisão final de mérito do STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade por omissão, é importante compreender que a mesma não é dotada, de regra, de qualquer eficácia prática, como a própria Constituição já adianta de forma expressa. Artigo 103, § 2° da Constituição de 1988: Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Observe, aqui, com muita atenção, que a letra da norma constitucional indica apenas que o poder competente será cientificado de que está em mora legislativa, sem que daí decorra imposição coercitiva de produção legislativa. Significa dizer que os efeitos da ADO terão apenas caráter psicológico, uma vez que o poder competente não estará obrigado a editar a norma faltante. Por outro lado, em se tratando de um órgão administrativo, determina a Constituição que o mesmo tem o prazo de trinta dias para editar o ato normativo faltante. Assim sendo, o órgão administrativo encarregado de dar aplicabilidade à norma constitucional de eficácia limitada tem trinta dias para adotar as providências cabíveis. Isto significa dizer que a decisão do STF, em sede de ação direta de inconstitucionalidade por omissão, é dotada de caráter dual, vale dizer, de um lado, é desprovida de eficácia prática contra omissão inconstitucional do poder competente (qualquer dos três poderes) e, do outro, tem caráter de ordem mandamental contra omissão de órgão administrativo.É a própria literalidade do art. 103, § 2°, da Constituição de 1988, que estabelece tal natureza dual dos efeitos da ADO. Neste dispositivo está assentado que o Poder competente será cientificado de que está em mora, sem que daí decorra a imposição coercitiva de produção legislativa. ➔ Questões: 3 e 8 Controle concentrado e controle difuso ● Quanto ao conjunto de órgãos componentes para realização do controle. a) Difuso – somente entre as partes, anula os atos. b) Concentrado - onde procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto ● Quanto a finalidade ou objeto a) concreto - b) Abstrato - ● Controle Difuso 1. Competência – qualquer juiz – 1° singular, ou um tribunal, ou STJ e STF. 2. Legitimidade– Qualquer pessoa 3. Efeitos Ex tunc – todos os efeitos são anulados Inter partes – entre as partes. ETAPAS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Clausula de reserva de plenário art 97 CF – É uma limitação constitucional para a declaração de inconstitucionalidade em sede de controle difuso. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. CNJ e TCU – podem afastar a norma inconstitucional e sim podem fazer a reserva de plenario. Nesta parte, você estudará as espécies de controle de constitucionalidade.O primeiro ponto a ser destacado deve ser o fato de que o sistema de controle de constitucionalidade das leis pode ser classificado segundo três grandes critérios, a saber: a) Quanto ao momento de realização do controle: controle preventivo ou repressivo; b) Quanto à natureza do órgão de controle: controle político ou judicial; c) Quanto ao órgão judicial que exerce o controle: controle difuso ou concentrado. ● o controle difuso feito por qualquer juiz ou tribunal e o controle concentrado feito exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal. ● o controle concentrado de constitucionalidade fica restrito às hipóteses nas quais as ações serão propostas pelos legitimados do art. 103 da CRFB/88 e apresentadas diretamente ao órgão de cúpula do Poder Judiciário, isto é, o Supremo Tribunal Federal. Enquadram-se na modalidade de controle repressivo judicial concentrado, as seguintes ações: a) ação direta de inconstitucionalidade (ADI); b) ação declaratória de constitucionalidade (ADC); c) arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); d) ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO). ● Alguns autores ainda incluem a chamada ação direta interventiva (ADINT) como uma quinta modalidade de controle concentrado efetuado pelo STF. Todas essas modalidades serão examinadas com mais detalhes no capítulo 3 do presente Livro Didático ● Já o controle repressivo judicial difuso de constitucionalidade das leis se caracteriza pela possibilidade de qualquer juiz ou tribunal aferir – de forma incidental - a questão da inconstitucionalidade a partir de um determinado caso concreto. Assim, sendo, em sede de controle difuso, admite-se que qualquer órgão jurisdicional exerça essa tarefa de fiscalização de compatibilidade vertical com a Carta Ápice.Tal questão surge naturalmente durante a apreciação da causa como uma questão incidental, nunca como questão principal da lide, daí a designação de controle incidental de constitucionalidade. Portanto, observe, com atenção, que o ● Controle difuso no Brasil é exercido no bojo de ações comuns, como, por exemplo, os mandados de segurança, as ações de conhecimento, de execução, cautelares etc. Ou seja, a atuação fiscalizadora do juiz ou tribunal não é a questão principal do processo, figurando, apenas, como um incidente que o magistrado deve antes aferir para poder apreciar o pedido formulado pelo autor da ação. ➔ Questões: 4 Remédios constitucionais Do ponto de vista constitucional, tais figuras jurídicas, denominadas de remédios constitucionais, são usadas para acionar a prestação jurisdicional nas hipóteses de violação de direitos, seja por ilegalidade, seja por abuso de poder. Os remédios constitucionais, também denominados de writs, são ordens mandamentais definidas no artigo 5º de nossa Carta Ápice e são os seguintes: habeas corpus (inciso LXVIII), habeas data (inciso LXXII), mandato de segurança (incisos LXIX e LXX), ação popular (inciso LXXIII) e mandato de injunção (inciso LXXI). HABEAS CORPUS O habeas corpus é uma medida que tem por objetivo salvaguardar o direito de ir e vir. É concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Existe sob duas formas: ★ Habeas corpus liberatório: é o mais comum, que é justamente o que faz cessar o constrangimento ilegal que priva alguém da liberdade. Nesta espécie, quando o referido Remédio Constitucional é concedido, haverá expedição de alvará de soltura. ★ Habeas corpus preventivo: quando existe apenas uma ameaça ao direito. Nesse caso podem ser partes no HC, qualquer pessoa física que se achar ameaçada de sofrer lesão a seu direito de locomoção tem direito de fazer um pedido de Habeas corpus. Essa pessoa é chamada de “paciente” no processo. O acusado de ferir seu direito é denominado “coator”. HABEAS DATA ★ O habeas data é uma ação que visa garantir o acesso de uma pessoa a informações sobre ela que façam parte de arquivos ou bancos de dados de entidades governamentais ou públicas. Também pode pedir a correção de dados incorretos. ★ O habeas data tem o seu fundamento legal no artigo 5º da Constituição Federal e na Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997. MANDADO DE SEGURANÇA O mandado de segurança é um instrumento que serve para garantir direito líquido e certo, individual ou coletivo, que esteja sendo violado ou ameaçado por ato de uma autoridade, em ato ilegal ou inconstitucional. Pode ser: ❖ Mandado de segurança preventivo: O mandado de segurança preventivo é aquele pedido com fins de evitar uma ilegalidade. Para garantir que o direito se cumpra, o indivíduo entra com o mandado. ❖ Mandado de segurança repressivo: no caso de o ato ilegal já ter sido cometido pela autoridade pública, entra-se com a ação de mandado de segurança repressivo, para reprimir a injustiça cometida. MANDADO DE INJUNÇÃO O mandado de injunção busca a regulamentação de uma norma da Constituição, quando os poderes competentes não o fizeram. O pedido é feito para garantir o direito de alguém prejudicado pela omissão do poder público. AÇÃO POPULAR A ação popular permite ao cidadão recorrer à Justiça na defesa da coletividade para prevenir ou reformar atos lesivos cometidos por agentes públicos ou a eles equiparados por lei ou delegação. Há também a possibilidade de uma ação popular ser aberta quando a administração pública for omissa em relação a atos que deveria praticar. Todos os eleitores brasileiros, incluindo os menores de 18 anos, têm legitimidade para propor uma ação desse tipo. Há, no entanto, a necessidade de se demonstrar a lesividade ou ameaça ao direitoprovocada pelo ato da administração pública ou pela omissão desta. Esse instrumento processual é regido pela Lei 4.717, de 29 de junho de 1965, com aplicação do Código de Processo Civil, somente naquilo que não contrarie as disposições da referida lei. A ação pode ser proposta para resguardar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio público, histórico e cultural. Cabe uma ação popular, por exemplo, quando é considerado abusivo o reajuste sobre o salário de vereadores de determinada câmara municipal. AÇÃO CIVIL PÚBLICA Regida pela Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, a Ação Civil Pública pode ser proposta pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, estados, municípios, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista e associações interessadas, desde que constituídas há pelo menos um ano. Conforme a lei, a ação civil pública, da mesma forma que a ação popular, busca proteger os interesses da coletividade. Um dos diferenciais é que nela podem figurar como réus não apenas a administração pública, mas qualquer pessoa física ou jurídica que cause danos ao meio ambiente, aos consumidores em geral e a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Cabe uma ação pública, por exemplo, quando uma comunidade é atingida pelo rompimento de uma barragem. Nesse caso, os responsáveis podem ser condenados a reparar financeiramente os danos morais e materiais da coletividade atingida. Esse tipo de ação também pode ser movido com o objetivo de obrigar o réu a corrigir o ato praticado ou, no caso de omissão, a tomar determinada providência. A ação civil pública também é regida pelo Código de Processo Civil, mas somente naquilo que não contrarie a Lei 7.347/1985. Em regra, esse instrumento processual deve ser proposto no primeiro grau de jurisdição da Justiça Estadual ou Federal. Após a sentença, as partes poderão apresentar recursos ao segundo grau de jurisdição. Entendeu melhor o que são os remédios constitucionais e para que eles servem? Ao longo desta trilha, vamos detalhar um pouco mais a função de cada um desses instrumentos, começando pelo habeas corpus! ➔ Questões: 5 Conflito entre regras e princípios REGRAS X PRINCÍPIOS Para Alexy, princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na medida do possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes. ... Por outro lado, as regras são normas que podem ou não ser cumpridas. Se uma regra é válida, logo deverá fazer exatamente o que ela diz. Utiliza a técnica do tudo ou nada. DEWORKIN: ou é tudo ou nada Este artigo tem por objetivo analisar os ensinamentos de Ronald Dworkin frente ao direito, à sua interpretação e integridade, para verificar a existência de princípios que interagem com as normas e são aplicados, mais especificamente, nos casos de difícil resolução (hard cases). ALEXEY: flexibilização, de tempo de normas A novidade da teoria de Alexy, ao distinguir princípios e regras, localiza-se no conceito de princípio: uma norma que ordena que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas. ... As regras, por outro lado, são normas que devem ser cumpridas de maneira exata. ➔ 6 e 7 - Teoria do contro constitucionalidade classificação ● O controle de constitucionalidade caracteriza-se, em princípio, como um mecanismo de correção presente em determinado ordenamento jurídico, consistindo em um sistema de verificação da conformidade de um ato (lei, decreto etc.) em relação à Constituição. ● No Brasil o controle de constitucionalidade é exercido por todos os poderes constituídos, que têm o dever de zelar pelo respeito à Constituição. O controle preventivo é exercido pelos Poderes Legislativo e Executivo, que impedem que um projeto de ato legislativo inconstitucional venha a ser aprovado ● A verificação do controle de constitucionalidade se inicia a partir do momento em que é elaborado um projeto de lei, antes do mesmo virar lei, o que teremos o controle prévio ou preventivo a ser visto pelo Legislativo, Executivo e Judiciário, impedindo a inserção no sistema normativo de normas que padeçam de vícios. ● Para que se possa garantir a devida conformação das normas sob a CF, faz-se necessário um controle, ao qual denominamos Controle de Constitucionalidade, que nada mais é, senão a forma pela qual se faz garantir a constitucionalidade das normas (harmonização das normas em relação a CF.) Classificações PREVENTIVO ● Concerne a análise do projeto de lei, visando a não aprovação de leis inconstitucionais, ou seja, efetua um Estudo Técnico da Constituição. São executadas pela Comissão de Constituição e Justiça (C. C. J.) e após, deve ser analisado pelos Parlamentares para posterior votação. Sendo votado e aprovado, a lei possui presunção de constitucionalidade. REPRESSIVO ● É aplicado às leis que embora vigentes, são inconstitucionais. Difusa ● Este tipo de controle de constitucionalidade, faz com que a aplicação de determinada norma a um caso concreto se faça nulo, ou seja, faz que num caso concreto a lei seja entendida como inconstitucional. No entanto, esta "declaração" de inconstitucionalidade da lei se refere ao caso em questão que está sendo apreciado pelo tribunal ou juiz monocratico, a decisão não se estende para demais casos. Em suma, é aplicado ao caso concreto. Possui efeito inter partes. Concentrada ● É a anulação da aplicação de uma lei, com efeito para todos os casos semelhantes que caberia à esta lei; efeito erga omnes. Em suma, declara a lei inconstitucional para qualquer caso, e veda sua aplicação. ● A ação para declaração de inconstitucionalidade deve ser ajuizada por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (A. D. I) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL ● Cabe aos estados, a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual (competência esta atribuída aos Tribunais de Justiça), vedada a atribuição a um único órgão da legitimação para agir.¹ AÇÕES INTEGRANTES DO SISTEMA CONCENTRADO ● ADIN – Ação declaratória de Inconstitucionalidade: Visa a retirada de determinada norma, invalidando-a com base na inconstitucionalidade desta lei. ● ADEC – Ação Direta de Constitucionalidade:Conforme expõe seu título, esta busca a defesa de constitucionalidade de determinada norma. Requisitos para o controle de constitucionalidade: ● É óbvia e primordialmente necessário que haja a quebra da compatibilidade da regra com a CF, que pode ocorrer das seguintes formas: ● Inconstitucionalidade formal: A norma é elaborada em desconformidade com as regras de procedimento, independentemente de seu conteúdo. A norma possui um vício em sua forma, ou seja, em seu processo de formação. Também é conhecida como nomodinâmica. ● Subjetiva: O vício encontra-se no poder de iniciativa. Ex: Segundo o artigo 61, I da Constituição Federal, é de iniciativa do Presidente da República as leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas. Se um Deputado Federal apresentar este projeto de lei, haverá vicio formal. ● Objetiva: O vício não se encontra no poder de iniciativa, mas sim nas demais fase do processo legislativo. Ex: Lei complementar votada por um quorum de maioria relativa. Possui um vício formal objetivo, pois deveria ser votada por maioria absoluta. ● Inconstitucionalidade material (substanciais): A norma é elaborada em conformidade com as regras de procedimento, mas o seu conteúdo está em desconformidade com a Constituição, isto é, a matéria está tratada de forma diversa da Constituição. Também é conhecida como nomoestática. ➔ Questão 9 - MI e ADO MI - O mandado de injunção é garantia constitucional empregada em um caso concreto, individual ou coletivo, com a finalidade de o Poder Judiciário dar conhecimento ao Poder Legislativo sobre a omissão de norma regulamentadora que torne impraticável o exercício de direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas … ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - ADO é a ação pertinente para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. Como a Constituição Federal possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de leis que a regulamentem. Com o advento da Lei 13.300/16, que disciplina o mandado de injunção, o direito positivo brasileiro acolheu os grandes avanços que a jurisprudência do STF já vinha fazendo em termos de efetividade das normas constitucionais a partir da chamada posição concretista. Assim sendo, a figura jurídica do mandado de injunção avançou na direção do ativismo judicial, aqui, vislumbrado como a criação de direito pelo poder judiciário, nas hipóteses de omissão inconstitucional do legislador democrático. Essa mesma exegese não se aplica para a ADO, que continua com posição conservadora de vislumbrar o poder judiciário como mero legislador negativo. Portanto, muito embora sejam figuras jurídicas voltadas para o combate da síndrome da inefetividade das normas constitucionais, notadamente, das normas de eficácia limitada, o mandado de injunção e a ação de inconstitucionalidade por omissão apresentam efeitos completamente distintos a partir dessa nova posição concretista do STF e agora do legislador infraconstitucional. Observe, com muita atenção, que, na posição concretista, juízes e tribunais, ao acolher o mandado de injunção, devem, além de declarar a omissão legislativa ou administrativa, emitir decisão constitutiva para atender o caso concreto suscitado pelo impetrante, independentemente de qualquer regulamentação. Caracteriza-se aqui o ativismo judicial criando direito novo não legislado pelo Congresso Nacional. Diferente é a posição não-concretista, que não concretiza o direito faltante, não aceitando, pois, a criação jurisprudencial do direito ainda que dentro de um caso concreto. Aqui, o juiz deve apenas comunicar a mora inconstitucional para que o poder competente emita a norma faltante, sem criar direito novo, igualando, dessa forma, os efeitos da ADO e do MI. Em síntese, essa posição não-concretista era adotada pelo STF até o ano de 2007, ocasião em que julgou o mandado de injunção 708, alterando sua posição com relação à criação jurisprudencial do direito. Essa posição não-concretista, que vigorou por muito tempo no Brasil, mitigava a importância do mandado de injunção, transformando-o em instrumento inábil para garantir a efetividade dos direitos fundamentais, uma vez que não reconhecia o ativismo judicial que concretiza tais direitos. Como já dito, tal posição fazia com que os efeitos do mandado de injunção fossem os mesmos da ação de inconstitucionalidade por omissão, tal qual previsto no art. 103, § 2º da Constituição de 1988. No entanto, observe, com muita atenção, que a posição do STF mudou radicalmente a partir do julgamento dos mandados de injunção 670, 708 e 712, todos referentes à regulamentação do direito de greve no serviço público, tendo em vista a inexistência até aqui de lei regulamentando o art. 37, VII, da Constituição Federal. Nessa ocasião, o STF abandonou a posição não-concretista, para acolher a teoria concretista geral. Isto significa dizer que agora o STF irá concretizar o direito e não apenas dar ciência ao poder competente. De tudo se vê, portanto, a importância da nova posição adotada pelo STF a partir de uma perspectiva pós- -positivista que garante a força normativa da Constituição, independentemente da atividade legiferante do Estado. Com efeito, na qualidade de remédio constitucional de caráter civil e de procedimento especial, o mandado de injunção deve garantir a efetividade ou eficácia social das normas contidas no texto constitucional. E mais: a nova lei do mandado de injunção reveste-se de especial importância, na medida em que consolida a jurisprudência oscilante e não unânime com relação aos efeitos do mandado de injunção, daí as diversas posições divergentes sobre a atribuição de efeitos erga omnes ou não (posição geral ou individual); possibilidade de suprir ou não a omissão inconstitucional (posição concretista ou não-concretista) e a legitimidade democrática de o Poder Judiciário estabelecer ou não um prazo para que o legislador democrático editasse a lei faltante (posição intermediária com diferentes prazos assinados). Os Professores Guilherme Sandoval Góes e Cleyson de Moraes Mello sintetizam esse quadro de posições doutrinárias divergentes: a) Posição concretista geral: através da normatividade geral,o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão com efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa pelo Poder Legislativo; b) Posição concretista individual direta: a decisão, implementando o direito, valerá somente para o autor do mandado de injunção, diretamente; c) Posição concretista individual intermediária: julgado procedente o mandado de injunção, o Poder Judiciário fixa ao Poder Legislativo prazo para elaborar a norma regulamentadora. Findo o prazo e permanecendo a inércia do Poder Legislativo, o autor passa a ter assegurado o direito. Foi a posição adotada pelo STF no MI 232. d) Posição não concretista: predominante por muito tempo no STF desde o MI 107-0/DF, neste entendimento se consagra que a decisão apenas decreta a mora do poder omisso, reconhecendo-se formalmente a sua inércia. Na prática, equipara os efeitos do mandado de injunção e da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Muitos alunos ficam em dúvida em relação às distinções entre duas importantes ações constitucionais, conhecidas como Mandado de Injunção (artigo 5º, inciso LXXI, da CF/88) e Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (artigo 103, § 2º, da CF/88). Primeiramente, é importante focar a principal semelhança existente: ambas foram criadas para combater omissões inconstitucionais. Em outras palavras, tanto o mandado de injunção quanto a ação direta de inconstitucionalidade por omissão servem, particularmente, para casos em que o Poder Público deveria legislar, mas ainda não criou a legislação aguardada pelo Texto Constitucional... Mas, já que são tão parecidas, quais seriam as diferenças? Analiso aqui duas importantes diferenças, expostas abaixo: 1. LEGITIMIDADE ATIVA: ou seja, quem pode usar cada uma das ações. Quem pode usar o mandado de injunção, nos termos do artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal de 1988, será qualquer pessoa física ou jurídica prejudicada pela ausência de norma envolvendo o seu caso particular. Já na ADI por omissão temos um controle concentrado, sendo legitimados ativos apenas os que aparecem no artigo 103 da Constituição; 2. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR: a competência para processar e julgar o mandado de injunção encontra-se espalhada entre diversos órgãos jurisdicionais, sendo exemplo do que se chama de competência difusa. Já no caso da ADI por omissão temos um exemplo de controle concentrado, realizado, especialmente, pelo Supremo Tribunal Federal. Existem outras distinções, mas creio que conhecer estas duas auxilia um primeiro contato com a matéria! Estes são exemplos conceitos importantes no Direito Constitucional. Para conhecer mais, recomendo os demais artigos disponíveis aqui no JusBrasil, assim como os vídeos do Curso Brasil Jurídico, sendo alguns de acesso gratuito. Visto isso, a primeira diferença entre ADO (ambas) e MI é a legitimidade ativa para propor a ação, pois na ADO possuem alguns legitimados específicos e no MI qualquer cidadão pode se valer desse remédio constitucional. A segunda seriam os efeitos de procedência, no caso do MI o STF evoluiu na sua jurisprudência e entendeu que é possível suprir a lacuna deixada pela omissão do legislador, agora na ADO é preciso haver uma diferenciação. No caso de omissão total o STF normalmente (existem poucos casos de ADO julgados) tem se limitado a informar o Congresso Nacional (ou quem tenha competência para propor o projeto de lei) e reconhecer efetivamente a omissão. Já no caso de omissão parcial o normal é que o STF reconheça a omissão e declare a inconstitucionalidade sem pronuncia de nulidade uma vez que reconhecer a inconstitucionalidade seria mais gravoso do manter a norma em vigor, dando prazo para que o Congresso Nacional legisle de maneira correta sobre o matéria. ➔ Questão 10 - ADI A Constituição estabelece no seu art. 102, I, a, que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. Foi a Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965, à Constituição de 1946, que introduziu a ADI no direito brasileiro. Hoje em dia são fundamentos legais da ADI: Artigo 102, I, "a", da CF/1988, Artigo 2º a 12 da Lei 9868/1999 e Artigos 101 e 169 a 178 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF). A Lei n.º 9.868/99, além de regulamentar a ADI, rege também o regime jurídico da ADC e da ADO. A ADI visa a declarar a inconstitucionalidade em tese de lei ou ato normativo federal ou estadual, portanto, uma vez verificada tal inconstitucionalidade a norma será expelida do mundo jurídico, não se cogitando aqui da atuação do Senado Federal, nos termos do art. 52, X, da Constituição de 1988, aplicáveis somente nas arguições incidentais de inconstitucionalidade (controle difuso). Com rigor, a ADI é ação de competência originária do STF que tem por escopo a guarda da supremacia da Constituição, cujo objetivo é aniquilar a presunção relativa de constitucionalidade de todas as leis ou atos normativos elaborados pelo legislador democrático que sejam incompatíveis com a Carta Magna. A seguir, transcreve-se a definição do verbete ação direta de inconstitucionalidade pelo STF. DEFINIÇÃO DE ADI PELO STF: Ação de competência originária do STF que tem por objetivo a declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal ou estadual. Nesse tipo de ação, é feita a análise em abstrato da norma impugnada, sem avaliar sua aplicação a um caso concreto. A legitimidade ativa para propor a ação está prevista no art. 103 da CF. No Supremo Tribunal Federal, essa ação é representada pela sigla ADI. Observe, com atenção, que esse elemento conceitual restritivo vislumbra um paradigma de controle mais limitado que envolve apenas a norma da Constituição formal, seja ela norma constitucional originária editada pelo poder constituinte originário, seja ela norma constitucional derivada (emenda constitucional) editada pelo poder constituinte derivado. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é a ação que tem por finalidade declarar que uma lei ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contrariaa Constituição Federal. A ADI é um dos instrumentos daquilo que os juristas chamam de “controle concentrado de constitucionalidade das leis”. A parte que propõe a Adin está questionando se uma lei controversa é constitucional, ainda que essa lei ainda não tenha sido aplicada. A parte que propõe a Adin está, em suma, dizendo que o STF – e apenas o STF pode julgar uma Adin – precisa declarar a inconstitucionalidade de uma lei antes que sua aplicação prejudique as pessoas ou para que ela pare de ser aplicada. Como o próprio nome já diz, a Adin só pode ser usada em casos de inconstitucionalidade, ou seja, quando uma lei vai contra o que está disposto pela Constituição. Ela não serve, por exemplo, para declarar a ilegalidade de um decreto presidencial porque o conflito, nesse caso, é entre um decreto e uma lei. E não é qualquer pessoa que pode propor uma Adin. Apenas o o presidente da República, as mesas do Senado, da Câmara, ou de uma das assembléias legislativas (ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal), um governador, o procurador-geral da República, o Conselho Federal da OAB, partidos políticos com representação no Congresso, confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional podem propor a Adin. É por isso que a Associação da matéria acima pode propor a Adin.
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