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Física I A SEGUNDA LEI DE NEWTON 1 Sumário Introdução ............................................................................................................................................................. 2 Objetivo ................................................................................................................................................................. 2 1. Princípio Fundamental ou 2ª Lei de Newton .............................................................................................. 2 2. Interpretando a Massa como Medida de Inércia ........................................................................................ 5 Exercícios .............................................................................................................................................................. 7 Gabarito ................................................................................................................................................................ 8 Resumo ................................................................................................................................................................. 9 2 Introdução Poderíamos iniciar a tratativa dessa apostila, indagando: O que acontece com a velocidade de um corpo qualquer quando a força resultante não é igual a zero? Para respondermos tal indagação, se faz necessário conhecermos a segunda lei de Newton. Tal lei é conhecida popularmente por Princípio Fundamental ou Princípio da Proporcionalidade ou Segunda Lei de Newton, sendo que a mesma analisa essencialmente o que ocorre com a velocidade do corpo quando a força resultante não é nula. Em outras palavras, a segunda lei de Newton, nos mostra que o efeito de uma força resultante não nula é o de criar uma aceleração no corpo ao qual está agindo. Depois de conhecermos nas entrelinhas a primeira lei de Newton (lei da inércia), que afirma que qualquer objeto em equilíbrio mantém, por inércia, sua velocidade vetorial constante, vamos trabalhar com a segunda lei de Newton. Vamos conhecê-la? Objetivo • Conhecer a segunda lei de Newton. • Compreender a importância da segunda lei de Newton em situações cotidianas do nosso dia a dia. 1. Princípio Fundamental ou 2ª Lei de Newton Ao interpretarmos o Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton, visualizamos que, quando a força resultante num ponto material é nula, seu vetor velocidade permanence constante. Em símbolos, temos que: FR = 0 ⇔ 𝑣 ⃗⃗⃗ é constante O Princípio Fundamental ou Princípio da Proporcionalidade ou Segunda Lei de Newton, analisa o que acontece com a velocidade do corpo quando a força resultante não é nula. IMPORTANTE! Note que a primeira Lei de Newton está associada ao equilíbrio de um corpo (força resultante nula), a segunda Lei de Newton está associada aos corpos acelerados (força resultante não nula). Para a segunda Lei de Newton, precisamos do conceito de massa de um corpo. Grosso modo, a massa de um objeto é uma medida quantitativa da inércia desse objeto. 3 É interessante observarmos também, que durante muitos séculos se pensava que o efeito dinâmico da ação das forças era gerar ou manter a velocidade das partículas em que agissem. Desta maneira, a 1ª Lei de Newton alterou essa argumentação, não é necessária uma força para manter a velocidade. Qualquer porção limitada de matéria possui inércia, isto é, uma vez em movimentção tende a permanecer nesse estado de modo indefinido. Nessa direção, poderíamos indagar: Então, qual seria o efeito da ação de uma força resultante não nula sobre um corpo? Pensemos! Se, quando a força resultante é nula, o vetor velocidade permanence inalterado (constante), quando a resultante não é nula, o vetor velocidade sofrerá alterações (variações). Em outras palavras, isso nos diz que, o efeito de uma força resultante não nula é o de gerar uma aceleração no corpo ao qual está aplicada. Em verdade, a segunda Lei de Newton descreve que a razão entre a resultante das forças aplicadas em um ponto material e a aceleração que o ponto material adquire resulta em uma constante que é a massa do corpo: 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗ = m.𝑎 ⃗⃗⃗ Tal relação é também conhecida como Princípio Fundamental. Observemos que, como a massa é constante e sempre positiva (maior do que zero), a aceleração de um ponto material está na mesma direção e sentido que a resultante das forças que agem sobre ela. Vejamos a figura a seguir. Interpretando a 2ª Lei de Newton. Com relação à figura anterior, a força resultante está na direção horizontal e aponta para a direita, logo o vetor aceleração também tem a mesma direção e sentido da força, horizontal e para a direita. Caso a resultante das forças estiver numa direção qualquer, isso nos mostra que a aceleração pode também ser obtida a partir de suas componentes que estarão cada uma na mesma direção e sentido de cada componente da resultante. Retornando à forma de se descrever a resultante como o produto da massa e da aceleração, tem-se que a relação entre intensidades de 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗ e 𝑎 ⃗⃗⃗ constitui uma 4 relação linear, em que a massa é numericamente equivalentemente à declividade da semirreta do gráfico 𝐹𝑅⃗⃗⃗⃗ versus 𝑎 ⃗⃗⃗ , ou seja, tang θ = m. EXEMPLO EXEMPLO Dois pontos materiais A e B possuem massas de 3 kg e 2 kg respectivamente. No ponto material A, aplica-se uma força de 45 N, como mostra a Figura 2 a seguir. Despreze todas as forças de atrito. A descrição geométrica do exemplo. Qual a aceleração desse Sistema? Solução: Neste caso, a partir da segunda lei de Newton, escrevemos: F = m.a ou 45 = (3 + 2).a ou a = 9 m/s² Um pequeno caminhão da AFA Logística (pode usar nome de empresa?) circula em uma rua com velocidade constante de 20 m/s e carrega, em sua carroceria, uma caixa de 30 kg. Ao avistar um sinal de "pare" a distância de 100 m, o senhor Alessandro que é o motorista do caminhão aciona os freios de forma uniforme e para junto ao sinal. Sabendo-se que a caixa não desliza sobre a superfície da carroceria, qual o valor do módulo da força resultante sobre a caixa? Solução: Aqui devemos observer que durante o momento de frenagem, a aceleração do caminhão é caracterizada por: v² = v0 + 2.a.d ou seja 0 = 20² + 2.a.100 E, portanto, a = – 2 m/s². 5 EXEMPLO 2. Interpretando a Massa como Medida de Inércia As representações gráficas a seguir representam a relação “força resultante aceleração adquirida” para dois pontos materiais A e B de massas diferentes (gráficos com declividades diferentes). Gráfico da força e aceleração. Um ponto material de massa equivalente a 5,0 kg, inicialmente em repouso, sofre a ação de uma força resultante durante o período de 20 segundos e adquire uma velocidade de 30 m/s. Caracterizar o módulo da força resultante. Solução: Primeiramente, necessitamos de computar o valor da aceleração por intermédio da variação da velocidade pelo tempo, ou seja: a =Δ𝑣 Δ𝑡 = (30−0) (20−0) = 30 20 = 1,5 m/s² Com o valor da aceleração computado, utilizamos a segunda Lei de Newton para determinação da força. Assim sendo, temos que: FR= m.a FR= 5.(1,5) FR= 7,5 N 6 Notemos que para um mesmo valor (F) de força resultante, a intensidade da aceleração obtida pelo ponto material A é menor que a adquirida pelo ponto material B, ou seja, o ponto material A tende a variar menos a sua velocidade que o ponto material B. Isso nos mostra que o corpo A oferece maior resistência à alteração de sua velocidade, isto é, o corpo A possui maior inércia. A partir da figura anterior, podemos escrever que: 𝑚𝐴 = 𝐹 𝑎𝐴 𝑚𝐵 = 𝐹 𝑎𝐵} 𝑎𝐴 < 𝑎𝐵 → 𝑚𝐴 > 𝑚𝐵 Desta maneira, a massa de um ponto material deve ser visualizada como uma característica da matéria que indica a resistência do corpo à alteração de sua velocidade. Frequentemente, a massa que comparece na descrição da 2ª Lei de Newton é tambem chamada de massa inercial. IMPORTANTE! A unidade de medida de massa no SI é o quilograma (kg) e a de força, o Newton (N), como o produto de 1 kg por 1 m/s². Um Newton (1 N) representa a intensidade de força que produziria, numa massa equivalente a um quilograma (1 kg), uma aceleração de módulo um metro por segundo ao quadrado (1 m/s²). 7 EXEMPLO Exercícios 1- (Autor, 2019) Um ponto material de massa m = 3,0 kg é deixado sobre uma superfície sem atrito, no plano cartesiano xy. Sobre esse ponto material agem 3 forças, conforme é mostrado na figura a seguir. A descrição gráfica do problema. Sabendo-se que o valor absoluto de F3 = 4,0 N e que o ponto material ganha uma aceleração de 2,0 m/s2 no sentido oposto a F3 (e a direção?), foram feitas as seguintes considerações: ( ) I – a força resultante sobre o objeto tem o mesmo sentido e direção da aceleração do objeto; ( ) II – o módulo da força resultante sobre o objeto é de 6,0 N; ( ) III – a resultante das forças F1e F2 vale 10,0 N e tem sentido oposto a F3. Notando-se a movimentação de um carrinho de 0,4 kg ao longo de uma trajetória retilínea, averigou-se que sua velocidade alterou de forma linear com o tempo de acordo com os dados do quadro a seguir. t (s) 0 1 2 3 4 v (m/s) 10 12 14 16 18 No intervalo de tempo analisado, caracterize a intensidade da força resultante que atuou sobre o carrinho. Solução: Observando os dados tabulados, verificamos que a velocidade varia de 2 m/s a cada Segundo. Desta maneira, a = 2 m/s² e como m = 0,4 kg, vem que: FR = m.a FR = 0,4 . 2 FR = 0,8 N Poderia deixar um exercício focado mais em calcular força resultante e a consequente aceleração, ao invés de calcular a aceleração do movimento, pra depois calcular força. 8 Classificar o valor lógico de cada uma das considerações anteriores. 2- (Autor, 2019) A figura a seguir descreve geometricamente a força em função da aceleração para três distintos pontos materiais 1, 2 e 3. Sobre esses pontos materiais characterize aquele que possui a maior inércia. A descrição gráfica do problema. 3- (Autor, 2019) Um ponto material de 10 kg, em equilíbrio, está ligado à extremidade de uma mola colocada na posição vertical. A constante elástica é 150 N/m. Considerando g = 10m/s², qual será a deformação da mola? Este exercício está fora de contexto, ainda não foi visto os tipos de força, logo o estudante não teria como resolver sem saber que a força elástica é F=kx. Gabarito 1- Neste caso, temos que: (I) Com base na 2ª Lei de Newton, a aceleração sempre tem a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante. Logo tal consideração é verdadeira. (II) FR = m.a implica que FR = 3 . 2 = 6 N. Logo a consideração é verdadeira. (III) FR = FR12 – F3, ou seja, FR12 = FR + F3 = 10 N. A afirmação é falsa. As forças 1 e2 possuem componentes verticais e horizontais... se considerar apenas a parte vertical a afirmação torna-se verdadeira. 2- Salientamos que podemos considerar a inércia de um corpo como sendo a maneira de mensurarmos a sua massa e vice-versa. Logo, vem que: FR = m.a m = 𝐹𝑅 𝑎 ou m = tgα, 9 Onde α é o ângulo da inclinação. Com base na Figura 5 (gráfico ilustrativo), percebemos que a reta de maior inclinação, que é a reta do ponto material 1, sinaliza o ponto material de maior massa (maior inércia). 3- Vamos utilizer a equação da força elástica. Observemos que como a mola esta na vertical, a força que deforma a mola é a força peso. Desta maneira, escrevemos pela 2ª Lei de Newton que: N100F 1010F gmPF = = == Usando a equação da força elástica, vem que: m66,0x x150150 xkF = = = Resumo A indagação “O que acontece com a velocidade de um corpo qualquer quando a força resultante não é igual a zero?”, pode ser respondida com base na segunda lei de Newton. Nesta apostila apresentamos a segunda Lei de Newton e suas principais características, sendo que a mesma rege as propriedades envolvendo a força resultante não nula, Grosso modo, especificamente falando, tal lei nos diz que, o efeito de uma força resultante não nula, é o de gerar uma aceleração no ponto material ao qual está relacionada. É importante ressaltarmos que essa lei é também conhecida como Princípio Fundamental ou Princípio da Proporcionalidade ou Segunda Lei de Newton. 10 Referências bibliográficas ALONSO, Marcelo; FINN, Edward. Física: um curso universitário.São Paulo: Edgard Blucher, 2009. Vol. – 1 CAMPOS, Agostinho Aurélio; ALVES, Elmo Salomão; SPEZIALI, Nivaldo L.. Física experimental básica na universidade. 2. ed.. Belo Horizonte: UFMG, 2008. NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. Vol. 1 RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth.. Física 1. 5. ed.. Rio de Janeiro: LTC, 2008. v. 1 TIPLER, Paul A. Física para cientistas e engenheiros: Volume 1: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica.. Rio de Janeiro: LTC, 1995. v. 1. YOUNG, Hugh D.. Física 1. São Paulo: Addison Wesley, 2008. Referências imagéticas www.fisicaaplicada.com.br – Acessado em 06/03/2019 às 09h50 - Acessado em: 06/03/2019 às 13h50.
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