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QUÍMICA FARMACÊUTICA I • Fármaco é um composto que interagem com algum alvo farmacológico. Há dois modos de interação: - fármacos inespecíficos: não depende de um local específico; dependem exclusivamente das propriedades físico-químicas. Como são inespecíficos são necessárias altas doses porque se espalham no organismo. Geralmente estes fármacos: agem em doses elevadas; dependem exclusivamente das propriedades físico-químicas; sua ação muitas vezes causa alterações em biomembranas; interações inespecíficas com sítios hidrofóbicos de proteínas; pequenas variações na estrutura não alteram a atividade; atividade relacionada à lipossolubilidade. Ex. o manitol (laxante) oral não liga-se a nenhum receptor ou bomba, ele apenas reúne água porque ele é muito higroscópico. Ex. o éter etílico usado para anestésico geral diminui a depressão de estímulos, são altamente lipossolúveis. < 1 2> Pentobarbital (1) tem um receptor GABA, se o =O for trocado por =S muda para tiopental (2) e a ação é inespecífica. - fármacos específicos: fármacos que interagem com receptores específicos. A estrutura é extremamente fundamental, não pode mudar grupos de posição. A dose pode ser menor porque é bem específico. São os fármacos (micromoléculas) que interagem com receptores (biomacromoléculas) específicas. Geralmente esses fármacos: tem estrutura estereomolecular é extremamente essencial à sua atividade (inclusive a posição espacial dos substituintes); agem em doses pequenas; ação farmacológica é o resultado de interações específicas; estrutura do Fármaco – complementar à estrutura do sítio de ligação no biorreceptor; atendem ao modelo “chave – fechadura”; pequenas mudanças estruturais implicam em alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas da molécula. Os alvos farmacológicos podem ser: receptores, canais iônicos, transportadores, enzimas, membrana celular (lipídeos), DNA (ácidos nucleicos). • 47% dos fármacos agem em enzimas, porque é muito fácil as enzimas aumentarem de nível no organismo, por exemplo, aumentam em processo inflamatório. Bloqueio ou ativação. • 30% dos fármacos agem em receptores acoplados a proteína G, normalmente são os que tem ação no sistema autônomo, interação em neurotransmissor. • 7% dos fármacos agem em canais iônicos, são respostas mais rápidas. Proteínas: são compostas de 20 aminoácidos essenciais, ligados um ao outro através de ligações peptídicas. Grupo R e H fiam sobrando. Arginina, histidia e lisina são carregadas positivamente. Asparagina, glutamina, serina e treonina são polares não carregadas. Cisteína – caso especial, consegue fazer ponte de sulfeto. Glicina – caso especial, não tem cadeia lateral. Prolina – caso especial, geralmente é o fim da cadeia porque tem ciclo. • Estrutura primária: A estrutura primária de uma proteína é composta pela sua sequência de aminoácidos. Quem define esta sequência é código genético • Estrutura secundária: a estrutura primária se arranja formando alfa-hélice ou beta estrutura A que consome menos energia é formada. • Estrutura terciária: cadeias laterais vão se ligando. O fármaco se liga em um “buraco” disponível na estrutura da proteína. Dá forma espacial. Ela é crucial para a função das enzimas e receptores. Forças de interação intra e intermoleculares entre as cadeias laterais (resíduos) de aminoácidos controlam a estrutura terciária. • Estrutura quaternária: ligação de grupos prostéticos, não são proteínas, mas trabalham juntos. Ela é importante para função de enzima, receptores e canais. Forças de interação intra e intermoleculares entre subunidades de proteínas e outras moléculas ou átomos. Receptores fazem transdução de sinal: receptor e ligante são específicos. Os fármacos parecem muito com ligantes naturais. Habilidade das células de receber e reagir a sinais vindos do outro lado da membrana. Estes sinais são detectados por um receptor específico e convertidos em uma resposta celular. Receptores: proteínas embebidas na membrana celular; fazem a comunicação entre os lados externo e interno da célula; são específicos para um determinado mensageiro; membranas podem ter múltiplos receptores; um grande número de nervos se comunicam com uma célula. Enzimas são proteínas globulares que atuam como catalisadores de reações no organismo. Catalisadores são moléculas que aumentam a velocidade das reações químicas e diminuem o tempo de reação (“facilitam”). As substâncias ligam se pelos aminoácidos que reconhecem o substrato e os aminoácidos fazem as reações químicas. Ex. sítio ativo da AchE, a enzima é reconhecida pelo AchE e depois é quebrada em éster. Com a quebra da molécula forma acetil e colina. A AchE tem aminoácidos dentro dela, ácido aspártico, ácido glutâmico, tirosina, histidina, serina. Às vezes o fármaco ao chegar à enzima (sítio ativo) promove interações e modifica o sítio. Encaixe induzido: esta mudança de conformação pode inativar um processo, pode ser que essa enzima não funcione mais. •AAs é um bloqueador irreversível, ao se ligar na proteína ele não se desligará. Ácido araquidônico -> COX -> Prostaglandina -> sinais de inflamação -bloqueando a COX não ocorre a produção de prostaglandina, diminuindo os sinais de inflamação. Bloqueadores da COX = antiinflamatórios, analgésicos, antitérmicos. Ex. a bactéria capta o PABA do meio e transforma em diifropteroato + ácido fólico. A sulfametoxazol-trimetoprima bloqueia a síntese de diidropteroato e ocorre a morte da bacéria porque ela precisa de ácido fólico junto. • inibição reversível – fármaco permanece algum tempo ocupando o sitio ativo. • inibição irreversível – uma vez ligado, o fármaco não se desliga da enzima, a enzima é degradada com o fármaco junto. • inibição ou ativação alostérica – quando o fármaco se liga no outro sítio ativo não ao que deveria, e muda a conformação do sítio ativando ou inibindo a ação. Proteínas transportadoras: transportam moléculas e íons e estão na membrana celular. O fármaco apenas ocupa o espaço, precisa ter semelhança a proteína que carrega. Dá para confundir esse transportador. Levodopa liga-se no lugar da tirosina para aumentar a dopamina em Parkinson. Não utiliza-se dopamina diretamente pois ela não passa a barreira hematoencefálica. Fármaco com ação em lipídeos Causam disruptura na estrutura. Fármacos que interagem com lipídeos interagem com a membrana celular. Ex. antibióticos matam bactérias. Anfoterecina B -> poliênicos deixa a estrutura rígida, é bem lipossolúvel. Antibiótico mergulha na membrana e faz a reação com lipídeos. Com 2 anfoterecina ela faz um buraco na membrana, ocorrendo a morte celular. Administração intravenosa. Polimixina B – também faz canal na membrana. Fármaco com ação nos ácidos nucléicos Impedem a reprodução celular (câncer); impedem transcrição do RNA. Ácidos nucleicos são bases nitrogenadas. DNA: timina e RNA: uracila. Essas bases estão ligadas em açúcares e são ligadas entre si por ligações de fosfato. Tem fármacos que podem interagir nessas bases nitrogenadas. Podem: • Interagir no processos de divisão do DNA (replicação). • Impedir a transcrição – formação da fita de RNA; impedir a formação das bases nitrogenadas e a divisão da fita. • Impedir a leitura da fita de RNAm (tradução – ribossomo não conseguirá ler). Os fármacos podem atuar como: intercalação, alquilação ou ligantes. Ex. fármacos com platina podem interagir com o N das bases nitrogenadas. Podem impedir a abertura da fita, podem fazer duas ligações na mesma fita e podemgerar um DNA mutante. Forças que governam as ligações • FORÇAS ELETROSTÁTICAS: Interação entre dipolos ou íons de cargas opostas (+ e -). Em geral são ligações fracas. Ligam-se geralmente a aminoácidos: arginina, ácido glutâmico e lisina. Quanto mais ligação, mais complementar ele é. É ruim o fármaco ter íons, mas os que tem, alteram a carga para ser absorvido. A maioria são básicos. - Anfóteros: são os mais complicados, são bases e ácidos ao mesmo tempo. • FORÇA DE DISPERSÃO/VAN DER WALLS Acontece entre C-C e C-H. Aproximação de moléculas apolares que apresentam dipolos induzidos Funciona muito bem anel aromático com anel aromático, é chamando de emparelhamento π/π. Apesar de envolverem baixa energia de interação, são de extrema importância na ligação dos fármacos aos receptores, geralmente são interações múltiplas, que somadas, acarretam contribuições significativas. • LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO Formados entre ligação de H e com átomos eletronegativos. São as mais importantes ligações não-covalentes existentes nos sistemas biológicos, sendo responsáveis pela manutenção da conformação espacial de várias biomacromoléculas. Segundo LIPINSKI, é preciso 10 aceptores (O) e 5 doadores (H) por exemplo. • LIGAÇÃO COVALENTE Irreversível – normalmente entre fármaco e enzima não competitivo. Ex. AAs e penicilina. São ligações de elevada energia (~77-88 Kcal/mol). Envolvem o compartilhamento de e-. Ocorre entre fármacos que têm alto caráter eletrofílico e bionucleófilos orgânicos. Ligações com mais de 10 kcal/mol são dificilmente quebradas em processo não enzimático.
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