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Perito - Exame Residuográfico

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Exame Residuográfico
Ernesto Eleutério - Perito Criminal
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O estudo técnico científico pericial não atibrui o menor valor 
ao exame residuográfico, nem para servir de prova em juízo, nem como indício 
seguro para o Perito Criminal. Pode apenas e tão só servir como uma orientação 
técnica que, unido a outros exames de evidência, auxilia na formação que o caso 
requer. 
Em nosso modo de ver e atualmente com vem sendo solicitado e 
empregado, o referido método deve ser abandonado. Mas antes de se passar a 
crítica do método , convém descrevê-lo e precisar seu campo de aplicação. 
O exame residuográfico destina-se a revela, dentre outras substâncias, a 
presença de micro partículas de chumbo nas mãos das pessoas que fizeram uso de 
arma de ou são suspeitas de tê-lo feito. É utilizado mais frequentemente pelos 
Peritos Criminais da Seção Técnica de Crimes Contra a Pessoa, além da Seção 
Técnica de Pericias Especiais. Àquela relacionada com ocorrências, dentre 
outras, envolvendo pessoas vítimas de disparo de arma de fogo (Suicídio ou 
Homicídio) e a outra (Equipe Especial) entre policiais e infratores da lei. O 
objetivo do exame é, portanto, verificar a existência de partículas de chumbo ou 
de outras substâncias na pele das mãos. 
O princípio do exame reside no 
emprego de um reagente químico que reaja de modo característico em contato com o 
chumbo, mesmo quando este se apresenta em quantidades mínimas. No caso, a 
substância utilizada é a ditizone, ao passo que o método utilizado para a 
remoção das partículas de chumbo consiste na aplicação de fitas de esparadrapo; 
sendo que as referidas partículas aderem ao mesmo. 
Para não ocorrer 
dificuldades ou erros no levantamento das mencionadas partículas, o esparadrapo 
deverá ser obrigatoriamente de boa qualidade, de uso individual e, ainda, assim, 
manuseado com extremo cuidado, tendo em vista a possibilidade de contaminação. 
Como já dissera antes, em nossa opinião, o exame residuográfico deve ser 
abandonado sobretudo pelo fato como vem sendo solicitado e aplicado, ou 
seja:
a) solicitado, examinado ou interpretado de modo isolado 
b) 
a coleta de material não acontece nos locais dos fatos 
Diante do que 
ficou acima declinado, faz-se mister explicações mais detalhadas: 
O 
exame residuográfico com resultado positivo ou não, por si só, não deve ser 
considerado como prova decisiva ou definitiva para se estabelecer a correlação 
entre o vestígio detectado ou não, e o fato localizado. Pode apenas servir como 
orientação técnica que, unido a outros exames de evidência, auxilia na formação 
da convicção que o caso merecer. 
Quais são os elementos de evidência: 
coleta de material diretamente nas mãos do indiciado ou vítima no 
próprio local dos fatos e, ainda, assim, com ele preservado descrição e exame do 
local exame do cadáver inclusive vestes, ferimentos, etc fatores casuísticos 
Diante do quadro acima descrito, deve-se levar em consideração que o 
residuograma do mateial colhido na mão do indiciado ou vítima, após a remoção 
deles do local dos acontecimentos, são considerados por este Relator como sendo 
atípicos, sujeitos a erros grosseiros até mesmo insanáveis, além da aludida 
remoção propiciar a oportunidade do aparecimento das fraquezas humanas. 
O sucesso de se detectar e identificar resíduos de disparos de arma de 
fogo com propriedade depende exclusivamente da preservação do local, ou seja, a 
não remoção do corpo, vítima ou indiciado, ainda, que, parcialmente, do sítio 
onde ocorreu o evento, aliado aos cuidados do material (esparadrapo inadequado) 
e revelação dele, além da interpretação, pois, quando, indevidamente ensaiada e 
particularmente não interpretada, pode conduzir a erros. 
Se não vejamos: 
Utilizando-se de uma arma de fogo, como, por exemplo, um revólver ou 
similar que é um instrumento dotado de cano aberto em ambas as extremidades, há 
duas combustões sucessivas: uma de espolamento e a outra da carga propelente, 
originando-se em consequência, significativo volume de gases, sob alta pressão e 
elevada temperatura. 
Aludidos gases, providos de extraordinária 
capacidade expansiva, arrastam consigo microscópicas partículas procedentes dos 
explosivos mencionados, representados através dos íons nitrito, nitrato, 
estifinato, bário, chumbo, antimônio, etc; partículas estas oriundas da 
decomposição térmica dos referidos explosivos com que são carregados atualmente 
os cartuchos de munição, principalmente, da linha comercial da Companhia 
Brasileira de Cartuchos (C.B.C.). Além destas partículas não metálicas 
(iônicas), quando o projétil é desalojado do estojo (do cartucho de munição), é 
ele encaminhado de uma das câmaras de combustão do tambor em direção à culatra 
do cano em cuja alma (superfície interna do cano) sofre abrasão, isto é, 
desgaste da superfície cilíndrica de suas paredes, por três razões, a saber: 
pela natureza do movimento helicoidal (movimento em parafuso) que o 
projétil adquire ao adentrar no cano e sofrer o atrito contra as raias ou 
cristas existentes na alma pelo fato do projétil ser constituído de uma liga 
metálica, cuja dureza é sensivelmente menor que a do aço de que é constituído o 
cano da arma de fogo, particularmente no caso de projéteis de chumbo que são 
compostos de liga formada de 99% a 99,5% de chumbo e 0,5% a 0,65 de antimônio 
Por apresentar o projétil, seu corpo cilíndrico e nas bases, diâmetro 
ligeiramente superior ao diâmetro interno do cano. Consequentemente, em função 
da conjungação desses três fatores, o projétil perde massa, representada por 
meio de partículas microscópicas arrancadas de suas paredes. Conclui-se assim 
que, concomitantemente com a expulsão do projétil são arremessados, tanto pela 
culatra como, principalmente, pela boca do cano, representados através de 
corpúsculos não metálicos (oriundos dos explosivos inciador e propelente) e por 
meio de corpúsculos metálicos (decorrentes da abrasão das paredes do projétil na 
alma). 
Qualquer corpo ou objeto que se encontre na região espacial 
varrida pelo cone de dispersão das partículas, ou totalmente pelos corpúsculos 
referidos, a maior ou menor quantidade de partículas reveladas quimicamente 
(residuograma) dependerá da posição relativa existente entre o atirador e o 
observador, postado a sua frente ou ao seu lado. Logo qualquer parte do corpo 
humano (do observador) poderá ser atigida pelos projéteis secundários, sem 
mencionar-se aspectos relativos a contaminação que poderá sofrer o indivíduo que 
manipulou simplesmente um projétil de chumbo ou quaisquer outros corpos em cuja 
composição figure esse metal. 
Dentro das considerações expendidas, 
pode-se inferir finalmente que a mão, ou outro segmento do corpo de alugém que 
se encontrar dentro do cone de dispersão de partículas, será evidentemente 
atingido por meio de projéteis secundários que provocarão efeito análogo àquele 
observado na mão de quem empunhava e dispara a arma de fogo. Sendo assim, é 
necessário lembrar a importância da análise da região topográfica da mão, ou 
mapeamento das mãos, considerando que, sob o ponto de vista estatístico, a maior 
frequência do encontro de partículas metálicas se acha nas faces dorsais do 
indicador, polegar e médio, além das faces laterais externas do indicador e 
interna do polegar, em decorrência do posicionamento da mão na empunhadura da 
arma de fogo, por ensejo do disparo. 
Em outras palavras: ao se realizar 
disparo mediante o emprego de um revólver ou similar, parte dos gases, 
partículas residuais de combustão dos explosivos propelente e
iniciador do 
cartucho de munição, partículas de chumbo provenientes da abrasão do projétil na 
alma do cano da arma, são expelidos em grande velocidade pelos interstícios 
exxistentes entre a câmara de combustão e o cano dos revólveres. Ao serem 
expulsos, tais corpúsculos se chocam, sobretudo, contra as regiões das mãos em 
sítios já referidos antes, vindo eles a penetrar, dentre outros locais, na 
epiderme e o derma (corion). 
A riqueza de partículas metálicas, que se 
amoldaram ou incrustraram nas mãos dependerá, dentre outros fatores, de: 
a) das condições e da espécie da arma empregada 
b) do volume da 
mão que empunhava a arma quando do disparo 
c) a idade da pólvora 
utilizada no cartucho deflagrado 
d) técnica empregada quando da 
realização do disparo 
Evidentemente que as circunstâncias acima 
descritas e outras existentes "IN LOCO", serão conhecidas em profundidade e tão 
só pelo agente que procedeu a coleta do material para a realização do exame 
residuográfico. 
Em se tratando da coleta de material das mãos de 
suspeitos de ato delituoso ou de outra pessoa qualquer de corpo presente, há de 
se considerar a fisiologia individual, o estudo do metabolismo (acelerado ou 
não), o oposto ao de eliminação das partículas da derma, até entrar nos domínios 
da histologia. 
Do acima declinado, verificamos que o exame 
residuográfico não é apenas coleta de material estática e destituída de qualquer 
fundamento técnico científico.
Em ocorrência em que participam policiais 
e infratores da lei, estes, quando socorridos, ou simplesmente transportados do 
local dos fatos, ou ainda, removidos parcialmente do sítio em que se 
encontravam, a coleta de material residuográfico em tal circunstância, é 
totalmente imprópria, uma vez que, o referido exame, poderá ser ineficaz, ou 
seja, micro partículas de chumbo provenientes da abrasão do projétil e micro 
resíduos resultantes da carga de iniciação ou da carga propelente, podem ser 
como fontes de contaminação deslocadas das mãos dos policiais para as mãos dos 
meliantes, ou vice-versa, acontecendo a descontaminação ou mascaramento das 
regiões atingidas, além da citada remoção propiciar a oportunidade das fraquezas 
humanas. 
Depreende-se, de tudo quanto ficou exposto e especificado, que 
os testes residuográficos tão solicitados, analisados individualmente não devem 
ser considerados conclusivos, e são somente um método prático de orientação dos 
trabalhos periciais, os quais, conforme a ocorrência, podem e devem ser 
coletados, examinados e interpretados exclusivamente pelos Peritos Criminais 
sobre a sua validade e com real interesse à Justiça, além das normas técnicas 
residuográficas serem realizadas por Peritos qualificados, bem treinados e que a 
eles caibam todas as operações que a técnica envolve: 
a)coleta de 
material no local dos acontecimentos e, ainda, assim, com ele preservado 
b)revelação e interpretação 
c)conclusão 
Em suma: o exame 
residuográfico para se tornar um elemento circunstancial de interesse à Polícia 
ou à Justiça, deve ser colhido "IN LOCO" e, ainda, com o local preservado. O 
material há de ser examinado, analisado e interpretado pelo próprio agente que o 
coletou, cujo resultado deverá ser somado a outros exames de evidência, tais 
como: 
I)representação e exame do local 
II)exame balístico se for 
o caso 
III)exame do cadáver, inclusive o perinecroscópico e vestes 
familiares 
Aludidos elementos e outros porventura existentes, deverão 
ser harmonizados técnica e cientificamente, através de um só Laudo e pelo mesmo 
Perito, às vezes, com a necessidade de ocorrer a reprodução simulada dos fatos 
pelas partes envolvidas, inclusive a testemunha, a fim de que por meio de lances 
e situações a serem apuradas, possa se concluir melhor o que de fato aconteceu, 
eliminando-se as casuísticas. Por outro lado, na realização do levantamento do 
local, o Perito faz constar apenas os elementos de ordem material, se entrar em 
outras considerações, porque, às vezes, para a conclusão do fato, depende-se da 
apuração de outras provas não atinentes às atribuições técnicas periciais. 
Como explanação citamos que em testes experimentais os residuográficos 
realizados pelo Relator deste trabalho, obteve-se resultados adversos daquele 
que se aguardava. 
Se não, vejamos: 
a) resultado positivo para a 
mão que segurou a arma e negativo naquela que reteve e acionou o gatilho 
b) resultado negativo para ambas as mãos 
c) resultado negativo 
para o agente que acionou o gatilho da arma, e fracamente positivo em pessoas 
que se achavam nas proximidades do disparo, sem contudo, sequer terem segurado o 
revólver 
d) resultados negativos nas mãos e positivos em outras regiões 
do corpo (faces, testa, vestes, no interior das vias respiraórias aéreas, etc.). 
Do quadro acima descrito verificamos, como já vimos antes que, alguém 
que esteja na linha de dispersão ou cone de dispersão, quando da realização do 
disparo, poderá vir a ser atingida pelo resíduo. A coleta de material em tal 
circunstância se não for considerada a incidência da região atingida e sobretudo 
dominar muito bem a técnica de distinguir a casuística, poderá ocorrer falha 
atribuída ao processo. 
Mencionada falha não deriva, a rigor, de 
eficiência intrínseca da prova, mas da possibilidade que oferece de erro humano, 
quer no tocante à sua aplicação prática, quer na realização da coleta da prova, 
quer no relativo à interpretação e a valorização dos resultados. Esses últimos 
(resultados) tem sido valorizados acima do normal pelos policiais, alguns 
Peritos menos avisados, além da Justiça, que lhe atribuem significação e 
especificação que, absolutamente, ela não tem. 
Disso resulta: 
1º) Essa prova jamais terá, tecnicamente, por si só, a capacidade de 
provar que um indivíduo dado foi o autor de um tiro incriminado: quando muito, 
indicará, em face do resultado positivo e, mesmo neste caso, guardadas as 
devidas proporções, que tal indivíduo usou arma de fogo recentemente, para 
produzir disparo 
2º) A coleta de material deverá ser efetuada no ato, 
sem possibilidade de coletas futuras ou mesmo horas depois, e sempre nos locais 
dos fatos 
3º) Um resultado negativo não significa, necessariamente, que 
o suspeito ou indiciado, ou ainda, vítima, não tenha utilizado arma de fogo. 
Significa que, nas condições do exame químico realizado, não foram detectados ou 
identificados resíduos característicos dos produzidos por meio de disparo de 
arma de fogo. Isto, devido à limitação da natureza intrínseca inerente à 
sensibiliade do reagente, e, extrínseca devida a quantidade dos resíduos 
existentes, a qual depende de fatores como: justeza da arma, empunhadura da 
arma, natureza e idade da munição, técnica de disparo, dimensão da mão que 
empunhava a arma, além da idade da pólvora 
4º) A coleta de material de 
ambas as mãos de cada suspeito ou vítima, por sua vez, feita sistematicamente, 
bem como as provas em branco, constituem a maioria dos casos, um modo prático de 
controle dos resultados dos testes 
5º) Na possiilidade do Perito dispor 
da arma indiciada ou incriminada deve se fazer sempre prova experimental com 
esta arma, a fim de verificar se, com ela, habitualmente, se produzem resíduos 
metálicos susceptíveis de incrustar-se na mão do atirador e, em caso afirmativo, 
quais os graus de concentração e localização destes resíduos, bem como se 
coincidiram ou não com a porção espacial que corresponderia, no caso, mão da 
vítima ou indiciado 
Pelas razões expostas jamais será supérfluo insistir 
em que: O LOCAL DEVERÁ SER PRESERVADO, OU SEJA, A NÃO RETIRADA DO CADÁVER OU 
VÍTIMA DO LOCAL, BEM COMO DA ARMA. A COLETA DO MATERIAL DEVERÁ SER REALIZADA "IN 
LOCO". 
parte de Laudo elaborada pelo Dr. Ernesto Eleutério, relacionado 
com ocorrência datada de 3/9/90, lavrada no 41º DP, BO nº
3047/90, pelo Dr. José 
Barbosa de Farias, sobre "Resistência à Prisão Seguida de Morte", ocorrida na 
Avenida Montemagno, 3123, Vila Formosa, por volta das 23h05 
A matéria 
aqui apresentada diz respeito ao ítem III do Laudo em questão, o qual foi 
emitido em setembro de 1990 
2008-10-18 
23:57:06 
Onias Informática, Perícias e Investigações Científicas Ltda CNPJ 
10.292.600/0001-24
Site de Divulgação de Notícias Jurídicas e Serviços de Perícias e 
Investigações Científicas oferecendo Perito Assitente Técnico ou Perito 
Judiciário, baseados na lei 11.690 para Exames e Acompanhamentos em Processos 
Criminais Cíveis e Trabalhistas em casos de Perícias de Crimes de Informática, 
Grafotécnica, Documentoscopia, acidente de trânsito, Som, Comparação de 
Voz,Audio e Vídeo, Pirataria, Contrafação de Marcas e Patentes, etc
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