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Universidade Federal Rural do Semi-Árido Campus Pau dos Ferros Bacharelado em Ciências e Tecnologia Movimento Retilíneo Uniforme Ana Evelyn Lima Oliveira Ana Júlia Nunes Cardoso Anderson Augusto Bezerra de Freitas Pinto Maria Michelle de Oliveira Melquisedeque Leite e Silva Pau dos Ferros Novembro – 2019 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Campus Pau dos Ferros Bacharelado em Ciências e Tecnologia Movimento Retilíneo Uniforme Ana Evelyn Lima Oliveira Ana Júlia Nunes Cardoso Anderson Augusto Bezerra de Freitas Pinto Maria Michelle de Oliveira Melquisedeque Leite e Silva Relatório Apresentado à Disciplina Laboratório de Mecânica Clássica ministrada pelo Prof. José Wagner em complementação a um dos requisitos para a obtenção da Nota da Unidade I. Pau dos Ferros Novembro – 2019 Sumário 1. Introdução 4 2. Objetivos 5 3. Fundamentação Teórica 6 3.1. Movimento Retilíneo Uniforme 6 3.2. Teoria dos desvios 7 3.3. Incerteza de medidas 8 4. Materiais e Métodos 9 5. Resultado e Discussões 10 6. Conclusões 14 7. Referências 15 1. Introdução O referido relatório teve como objetivo principal promover na prática condições de um Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) que tem por definição o movimento de uma partícula com relação a um referencial adotado, ao longo de um percurso retilíneo em que sua aceleração deve ser nula, como resultado, sua velocidade será constante. Utilizando-se de um plano inclinado, sendo satisfeito pela definição de que, é uma superfície plana que possui um dos seus lados inclinados, e assim formando determinado ângulo com a horizontal. Cujo modelo adotado em sala, utilizava de uma pequena esfera metálica imersa em líquido dentro de um tubo. Para que dessa forma, a partir do ângulo escolhido possa ser possível observar a correlação entre o tempo e o deslocamento. Com intuito de observar, compreender e fixar as leis físicas que abordam o Movimento Retilíneo Uniforme, metodologicamente utilizou-se da prática para atingir esses objetivos. 2. Objetivos Verificar a propagação de incertezas; Identificar que se um objeto se move em uma mesma direção numa superfície plana, sem aceleração, ele tende a manter sua velocidade constante; Compreender os erros experimentais; Observar os gráficos obtidos; Determinar a equação para se obter o gráfico que reproduz o movimento do experimento. 3. Fundamentação Teórica 3.1. Movimento Retilíneo Uniforme Galileu Galilei (1564-1642) criou o método cientifico, afim de combinar observação experimental com a descrição dos fenômenos num contexto teórico, com leis expressas em formulação matemática, e através disto, o mesmo verificou a presença do movimento retilíneo uniforme(MRU), este é descrito como o movimento de uma partícula, que percorre espaços uniformes em tempos iguais, de modo que a aceleração é nula e a velocidade é constante e diferente de zero. Com isto, pode-se afirmar que segundo a definição formal de velocidade média, que é encontrada através da razão entre o espaço deslocado e a variação do tempo, 𝑉𝑚 = Δ𝑥 Δt (1.0) Onde, Vm = Velocidade média (m/s); ∆x = Variação do espaço (m); ∆t = Variação do tempo (s). Baseado nas ideias de Galileu Galilei, Newton propôs que a equação horária do movimento pode ser definida como: 𝑋 = 𝑋𝑜 + 𝑉𝑜𝑇 (1.1) Onde, X = Posição final (m); Xo = Posição inicial (m); V = Velocidade inicial (m/s); T = Tempo (s). Segundo o Sistema Internacional de Medidas (SI), as unidades de tempo, espaço e velocidade são determinados, respectivamente, por segundo, metros e metros por segundo. Porém, neste experimento usaremos milimetros (mm) ao invés de metros. Todos os dados calculados do movimento retilineo uniforme podem ser representados em um gráfico, como mostra a imagem abaixo: No qual, a distância percorrida fica no eixo das ordenadas, e o tempo ocorrido é fixado no eixo das abcissas. A união de todos esses pontos no grafico forma uma linha reta. 3.2. Teoria dos desvios Partindo da necessidade de aproximar os valores obtidos do real, é necessário executar a obtenção dos dados diversas vezes, calculando assim, seu valor médio. Através da formula: �̅� = 1 𝑛 ∑ 𝐺𝑖 𝑛 𝑖=1 (2.0) Com o valor médio calculado, também é oportuno definir o desvio médio das determinadas medidas, através da expressão: 𝐷𝑖 = |𝐺𝑖 − �̅�| (2.1) Estabelecendo a diferença entre o valor experimental de cada medida e o valor médio, auferimos o valor do desvio absoluto, demonstrado por: 𝐺 = (�̅� − �̅�) (2.2) Por meio do desvio absoluto, consequentemente também é possível determinar, os desvios relativos e absoluto de estabelecidas medidas, que são dados, respectivamente, por: 𝐷𝑟 = �̅� �̅� (2.3) 𝐷% = 𝐷𝑟 ∗ 100% (2.4) 3.3. Incerteza de medidas A noção da incerteza é importante a partir do momento em que afirmamos algo a respeito de medidas quantitativas, pois ela irá definir e categorizar algo que não detemos de total conhecimento, diferentemente dos axiomas dados pela matemática e pela física. São importantes para experimentos, pois, irão indicar se ele pode ou não deter de um resultado que possa ser considerado “válido”, devido à flutuação de dados que possa ocorrer nele. A incerteza da medida direta é calculada como sendo a metade da resolução mínima declarada no instrumento, e é dada pela equação: 𝛿 = Δx 2 (3.0) Onde, Δx representa o intervalo de confiança, ou a menor medida observável do instrumento. Para medidas indiretas, o cálculo adotado, pode seguir o cálculo diferencial. Uma vez que elas dependem de mais de uma grandeza. Dessa forma podemos definir a equação: 𝛿𝐹 = √( 𝜕𝐹 𝜕𝑥 ) 2 𝛿𝑥² + ( 𝜕𝐹 𝜕𝑦 ) 2 𝛿𝑦² + . . + ( 𝜕𝐹 𝜕𝑛 ) 2 𝛿𝑛² (3.1) Para isso, é necessário que F seja dependente de n outras grandezas F (x, y, ...,n). Através do experimento em laboratório, se foi possível derivar a fórmula em questão a fim de obter uma onde a incerteza da velocidade média que se é dada em função da dependência do tempo e do espaço. Assim detemos de utilizar ao longo dele a seguinte fórmula: 𝛿𝑉 = √( 𝜕𝑥 𝑡 ) 2 + ( − 𝑥 . 𝛿𝑡 𝑡² ) 2 (3.2) 4. Materiais e Métodos Materiais • Plano inclinado com tubo contendo óleo e uma esfera metálica • Cronômetro • Papel milimetrado • Régua milimetrada • Calculadora Métodos Utilizando um plano inclinado com tubo contendo óleo e uma esfera metálica, foi estabelecido que a trajetória total analisada fosse de 400mm, estando dividida em quatro trechos iguais de 100mm, nos quais seriam cronometrados os tempos. Com isto, o plano inclinado foi ajustado a uma inclinação de dez graus em relação à superfície horizontal. A esfera foi guiada com o auxílio do imã até um ponto máximo que antecede marco zero (espaço inicial) da trajetória estudada e mantida em repouso. O imã foi retirado e a esfera entrou em movimento, atingindo velocidade constante após algum tempo. Com o cronometro zerado no espaço inicial, marcou-se o primeiro tempo quando a esfera atingiu a grandeza dos 100mm, o mesmo foi feito tendo atingido os demais espaços. 5. Resultado e Discussões Mediante ao experimento tem-se como característica do MRU a não presença de atrito, pois caso haja teria uma variação na velocidade, sendo assim o corpo teve sua imersão em um liquido viscoso o qual não permite que ocorra atrito. A esfera metálica teve de ser lançada antes do denominado marco zero para que assim o efeito causado pelo o imã de atração fosse desconsiderado e para que pudesse atingir a uma velocidade constante através de uma mínima aceleração que posteriormente tornou-se nula. Com o cronometro devidamente zerado e o analista em posição, foi-se realizado três vezes a medição do tempo em relação ao espaço a fim de tentar minimizar o percentual de falha, dessa forma obtendo os tempos para cálculo da velocidade média. Observando os pontos escolhidos, ao alcançar o espaço de 0mm iniciou-se a contagem de tempo, em que ao atingir o marco de 100,0mm observou-se que o tempo médio foi de 3,11s, 200mm com 6,37s, 300mm com 9,58, 400mm com 12,82. Os valores obtidos se encontram no quadro abaixo: Tabela 1 com dados obtidos para a inclinação de 10°, usando as Eqs. (2.0), (2.1). ∆S (mm) 100,0 200,0 300,0 400,0 ∆t₁ (s) 3,13 6,35 9,58 12,74 ∆t₂ (s) 3,07 6,36 9,58 12,85 ∆t₃ (s) 3,13 6,41 9,58 12,87 ∆t (s) 3,11 6,37 9,58 12,82 St (s) 0,03 0,03 0,00 0,07 Calculando o desvio absoluto, relativo e percentual (através das Eqs. (2.2), (2.3), (2.4)) para a inclinação escolhida, encontramos: Tabela 2 100,0mm D Dr D% 200,0mm D Dr D% ∆t₁ (s) 3,13 0,02 0,01 1,00 ∆t₁ (s) 6,35 0,02 0,00 0,00 ∆t₂ (s) 3,07 0,04 0,01 1,00 ∆t₂ (s) 6,36 0,01 0,00 0,00 ∆t₃ (s) 3,13 0,02 0,01 1,00 ∆t₃ (s) 6,41 0,04 0,00 0,00 Observação: os resultados de desvios relativos e percentuais que zeraram são provenientes de arredondamentos, considerando que as medições não foram impecáveis. Tabela 3 300,0mm D Dr D% 400,0mm D Dr D% ∆t₁ (s) 9,58 0,00 0,00 0,00 ∆t₁ (s) 12,74 0,08 0,01 1,00 ∆t₂ (s) 9,58 0,00 0,00 0,00 ∆t₂ (s) 12,85 0,03 0,00 0,00 ∆t₃ (s) 9,58 0,00 0,00 0,00 ∆t₃ (s) 12,87 0,05 0,00 0,00 Observação: os resultados de desvios relativos e percentuais que zeraram são provenientes de arredondamentos, considerando que as medições não foram impecáveis. Calculando a velocidade em cada trajeto, a incerteza propagada, a média das velocidades e o desvio padrão (Eqs. (1.0), (3.2), (2.0), (2.1)), obtemos: Tabela 4 Trajetos (mm) V (mm/s) δ𝑣 (mm/s) 0-100,0 32,15 0,17 0-200,0 31,40 0,08 0-300,0 31,32 0,05 0-400,0 31,20 0,03 �̅� (mm/s) 31,52 𝑆𝑣 (mm/s) 0,43 Obtidos os valores médios da variação do tempo em cada espaço, foi-se possível determinar que r = 0,999995, logo, como o coeficiente de correlação linear se encontra entre 0,8 e 1, o tipo de correlação linear proposta é forte positiva. Através da obtenção do valor do coeficiente de correlação linear, é possível determinar através da distribuição t de student se há relação linear, para isso usa-se a fórmula: 𝑡𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 𝑟 √1 − 𝑟² 𝑛 − 2 = 0,9999959843 √1 − 0,9999959843² 4 − 2 = 499,0170337 Em que, r = coeficiente de correlação linear; n = quantidade de dados observados. 𝑡𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜 = 4,303 Como |𝑡𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 | ≥ |𝑡𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜 |, conclui-se que há evidências de correlação linear e que pode-se afirmar que há 95% de confiança e que existe uma reta que represente os dados recolhidos. Tendo assim: �̂� = 𝑎 + 𝑏�̂� Onde, �̂� = espaço (mm) a = coeficiente linear; b = coeficiente angular; �̂� = tempo (s). Portanto, a reta que representa os dados obtidos é: �̂� = 3,56 + 30,92 . �̂� Dessa forma, ao substituir em �̂� qualquer valor de tempo, é possível distinguir a posição que o móvel se encontrará. Assim, podendo determinar o gráfico: Notamos que o gráfico da função é uma reta crescente, portanto, o movimento é progressivo, ou seja, o móvel caminha na mesma direção e sentido da orientação da trajetória. Sendo apoiado pelo MRU, é possível através de um valor qualquer de �̂� encontrar um valor correspondente em �̂� no gráfico em questão. Sendo 4 e 8 tempos escolhidos para análise, observa-se que: No eixo das abscissas 𝐴1 = 4 . 7,80 = 31,2𝑚𝑚 𝐴2 = 8 . 7,80 = 62,4𝑚𝑚 Usando a equação da reta para se obter a localização nos eixos das ordenadas é possível determinar que 𝐴1 = (3,56 + 30,92 . 4)0,25 = 31,81𝑚𝑚 𝐴2 = (3,56 + 30,92 . 8)0,25 = 62,73𝑚𝑚 A multiplicação por 0,25 deve-se ao uso da escala para que se possa impor o valor no gráfico cartesiano. Utilizando como via de regra o arredondamento para o inteiro mais próximo, é possível determinar o ponto de encontro entre ambos, sendo assim 𝐴1(31, 32) e 𝐴2(62, 63). Vale lembrar que por maior tentativa que haja de encontrar a perfeição a olho nu, comprovou-se experimentalmente a existência de falhas e erros humanos, pois, o tempo de reação humana impossibilitou que o tempo obtido fosse o mesmo. Tendo em vista que o Movimento Retilíneo Uniforme pressupõe da ideia de que caso haja tempos iguais o espaço percorrido seja o mesmo para todos eles. De acordo com a necessidade de minimizar a limitação humana houve a repetição do experimento três vezes, assim calculando a média aritmética dos tempos obtidos que permitiu uma maior aproximação do valor real. Outro fator relevante é o erro de paralaxe, erro este de observação que depende do referencial do observador. 6. Conclusões Por meio do experimento realizado no laboratório, tornou-se evidente que a forma de aprendizado foi maior em questão de assimilação do referente conteúdo (Movimento Retilíneo Uniforme). Foi possível observar que de acordo com a angulação da trajetória a ser percorrida, a velocidade do objeto móvel que se encontrava em equilíbrio dinâmico aumenta por um curto período de tempo, mas que depois a sua velocidade torna-se constante. Com isso, foi perceptível que em intervalos de tempo iguais o móvel percorre também a mesma distância. Desse modo, através da equação da reta obtida, com um instante qualquer selecionado é possível determinar a posição que o móvel se encontra, fato que sustenta a equação horária em função do tempo. Foi necessário durante toda a realização, os devidos cuidados durante o preparo do experimento, com a estabilidade e a calibração dos equipamentos, assim como no levantamento dos dados para que fosse possível evitar falhas, assim aumentando a credibilidade e confiança, já que ainda que seja impossível na prática os resultados possam se aproximar ao máximo dos obtidos através da fundamentação teórica. 7. Referências CAVALCANTI, J.W. Guia de laboratório: Laboratório de Mecânica Clássica, f. 72. 2015. 69 p. Entendendo Física: Movimento retílinio uniforme. Disponível em: http://entfisica.blogspot.com/p/convite.html?m=1. Acesso em: 14 nov. 2019. GOUVEIA, Rosimar. Movimento Retilíneo Uniforme. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/movimento-retilineo-uniforme/. Acesso em: 18 nov. 2019. Movimento Retilíneo uniforme. Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_retil%C3%ADneo_uniforme. Acesso em: 14 nov. 2019.
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