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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA SEMESTRE 2020.1 PRÁTICA 04 - MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO ALUNO: LETÍCIA DIAS BARROSO MATRÍCULA: 496387 CURSO: ENGENHARIA METALÚRGICA TURMA: 17A PROFESSOR: JOÃO PEDRO GOMES DO NASCIMENTO DATA E HORA DA REALIZAÇÃO DA PRÁTICA: 14/ 08 / 2020 ÀS 08:00 h OBJETIVOS - Determinar o deslocamento, a velocidade e a aceleração de um móvel com movimento retilíneo uniformemente variado; - Representar graficamente a posição, a velocidade e a aceleração em função do tempo de um movimento retilíneo uniformemente variado; - Representar graficamente a posição em função do tempo ao quadrado de um movimento retilíneo uniformemente variado. MATERIAL - Função cronômetro de um celular; - Uma fita métrica; - E a utilização do “Filme MRUV” disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1SQWK65zxOY. INTRODUÇÃO O movimento está em tudo, dentre os diversos exemplos de movimento, quando observados, temos, no nível microscópico, que os átomos estão em constante movimentação, logo admite-se que tudo está sempre em movimento, consequentemente seu estudo é de extrema importância para diversos campos, como por exemplo, para um geólogo o estudo do movimento é fundamental para analisar placas tectônicas e tentar prever terremotos e trata-se também de uma questão intuitiva, um motorista que vem em determinada velocidade, sabe que deve reduzir para passar de um radar e assim não ser multado. Em conformação com as palavras de Halliday (2009, p. 15), O mundo, e tudo que nele existe, está sempre em movimento. Mesmo objetos aparentemente estacionários, como uma estrada, estão em movimento por causa da rotação da Terra, da órbita da Terra em torno do Sol, da órbita do Sol em torno do centro da Via Láctea e do deslocamento da Via Láctea em relação às outras galáxias. 2 https://www.youtube.com/watch?v=1SQWK65zxOY O movimento de uma partícula possui algumas seguintes variáveis a ser observadas, essas variáveis são componentes básicos estudados em um movimento, são elas: velocidade, deslocamento, tempo de deslocamento e a aceleração. O movimento retilíneo uniforme (MRU) pode ser conceituado por ser a forma mais simples de um deslocamento, isso acontece pois esses movimentos são ao longo de uma reta, assim, percorre distâncias iguais em intervalos de tempos iguais (HELERBROCK, 2007). Esse movimento pode ser horizontal, como é o caso do movimento de um carro, ou vertical, como é o caso da queda ou lançamento de uma moeda. Diferente do MRU, segundo Trigo (2006) o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV), demonstra que a velocidade varia uniformemente em razão ao tempo. O MRUV pode ser definido como um movimento de um móvel em relação a um referencial ao longo de uma reta, na qual sua aceleração é sempre constante, pois é uma grandeza vetorial cujo módulo (valor numérico), direção e sentido não alteram-se. A aceleração é o quociente da variação de velocidade ( ) pelo intervalo de tempo vΔ correspondente ( ). Logo, consoante a Young (2016, p. 44) pode descrever-se a Eq. 1.tΔ (1) Graficamente apresentada pela Fig. 1.1: Figura 1.1. Gráficos representativos da velocidade v em função do tempo t. Fonte: Autora, 2020. O resultado do gráfico da aceleração em função do tempo sempre será paralelo ao eixo das abscissas (tempo), por conta da aceleração ser constante. Isso faz com que o resultado do gráfico da velocidade em função do tempo apresente um coeficiente angular sempre 3 contínuo. Assim, permitindo dizer que um corpo está acelerando quando a velocidade aumenta ao decorrer do tempo e desacelerando quando a velocidade diminui ao decorrer do tempo. De acordo com Silva (2012), as duas classificações para o MRUV, são o movimento acelerado, quando o ponto material possui aceleração e velocidade na mesma direção e sentido fazendo com que a velocidade aumente (Fig. 1.2) e o movimento retardado, quando a aceleração e a velocidade do objeto estão em sentidos contrários, fazendo com que a velocidade diminua (Fig. 1.3). Onde é a velocidade, é a força resultante que age sobre v F esse corpo e a, sua aceleração. Figura. 1.2. Representação de um corpo com movimento acelerado e suas forças atuantes; Fonte: Silva, 2012. Figura 1.3. Representação de um corpo com movimento retardado e suas forças atuantes. Fonte: Silva, 2012. Esses movimentos possuem algumas equações que auxiliam no reconhecimento das grandezas relacionadas, fazendo com que haja a determinação da aceleração, da velocidade e do deslocamento de um corpo qualquer, desprezando a força de atrito. Neste contexto, de acordo com Dias (2020, p. 36) é válida as seguintes fórmulas: 4 0 + 0 t + at² (2)x = x v 2 1 + at (3) v = v 0 v² = v0 ² + 0) (4)a( x2 − x Sendo x e x0 o deslocamento do corpo final e inicial, respectivamente, v e v 0 indicam a velocidade, t é o instante que a partícula se move e a, sua aceleração. Sabendo que o corpo parte do repouso, ou seja, v 0 e 0 0, a Eq. 2 se reduz a:x = at² (5)x = 2 1 Colocando a aceleração em evidencia, tem-se: (6)a = t² 2x Substituindo v0 = 0 e a Eq. 6 na Eq. 3, vem: v = 0 + (7) ( t²2x) t Ou seja, (8)v = t 2x A Eq. 8 fornece a velocidade instantânea no final de cada percurso x. PROCEDIMENTO Em príori, todo o experimento foi baseado no Filme MRUV, onde, determinei, com a função cronômetro do celular, os instantes em que o carrinho atingisse cada uma das posições em centímetros indicadas na Tabela 1.1. As experiências propriamente ditas consistiam na medição do tempo em que o carrinho realizava durante todo percurso estipulado. Para a comprovação experimental, dado que a aceleração era aproximadamente sempre constante, tive que comparar os dados das grandezas velocidade e aceleração com alteração na distância que foi percorrida pelo carrinho. 5 Tabela 1.1. Resultados experimentais. Nº x (cm) Medidas de t (s) Média de t (s) Quadrado de t (s²) v = 2x/t (cm/s) a = 2x/t² (cm/s²) 2,7 1 10 2,6 2,7 7,3 7,4 2,7 2,9 3,9 2 20 3,9 3,9 15 10 2,7 3,8 4,8 3 30 4,7 4,8 23 13 2,6 4,8 6,4 4 50 6,3 6,4 41 16 2,4 6,4 7,7 5 70 7,8 7,7 59 18 2,4 7,6 8,7 6 90 8,8 8,8 76 21 2,4 8,7 9,9 7 110 9,8 9,8 96 22 2,3 9,7 11,5 8 150 11,4 11,5 132 26,1 2,27 11,5 Fonte: Autora, 2020. Os dados obtidos pelo procedimento e contidos na Tabela 1.1 estão representados nos dois gráficos a seguir, que relacionam, respectivamente, posição x (cm) em função do tempot (s) e posição x (cm) em função do tempo t ao quadrado (s²). 6 Figura 1.4. Gráfico da posição (cm) em função do tempo (s). O gráfico representa as medidas experimentais e a linha representa o seu ajuste parabólico; Fonte: Autora, 2020. Figura 1.5. Gráfico da posição (cm) em função do tempo ao quadrado (s²). O gráfico representa as medidas experimentais e a linha representa o seu comportamento médio. Fonte: Autora, 2020. 7 QUESTIONÁRIO 1. O que representa o coeficiente angular do gráfico “x contra t” ? Resposta: O coeficiente é uma derivada, e o gráfico é uma curva cuja equação, que relaciona a posição com o tempo, é a Eq. 2, fornecida na Introdução, onde 0 + 0 t + x = x v at², podemos escrever como x = 0 t + at² , temos assim, = + at que é a Eq.2 1 Δ v 2 1 DxDt v 0 3 dada na Introdução, onde é a velocidade. Dessa forma, o coeficiente angular é a DxDt velocidade instantânea do movimento do carrinho. 2. O que representa o coeficiente angular do gráfico x contra t2 ? Resposta: O coeficiente angular é representado por m= e o valor de x é representado por ΔxΔt² x= (t²) sendo a = aceleração. Dessa forma, temos: m = → m = → m =a2 (t − t )²0 (x − x )0 (x − 0)(t − 0)² x t² Comparando as duas equações para o valor de x, temos: x = m.t² e x = ( )t² → m = . Dessa 2 a 2 a forma, percebe-se então que o coeficiente angular do gráfico “x contra t²” corresponde à metade da aceleração do movimento. 3. Trace, na folha anexa, o gráfico da velocidade em função do tempo com os dados da Tabela 1.1. Resposta: Gráfico da velocidade(cm/s) em função do tempo(s). O gráfico representa as medidas experimentais e a linha representa o seu comportamento médio. 8 4. Trace, na folha anexa, o gráfico da aceleração em função do tempo, para os dados obtidos da Tabela 1.1. Resposta: Gráfico da aceleração(cm/s²) em função do tempo(s). O gráfico representa as medidas experimentais e a linha representa o seu comportamento médio. 5. Determine a aceleração pelo gráfico x contra t2; Resposta: Usando o coeficiente angular que descobrimos na segunda questão pode-se encontrar a aceleração: m= = ; m = m = 1,123cm/s². Assim, m = , xt² 2 a ΔxΔt² → 150−10132−7,3 → 2 a a=m .2, logo, a =1,123*2 2,25cm/s².≃ 6. Determine a aceleração pelo gráfico v contra t. Resposta: Com a fórmula: + at , temos, 26,1 = 7,4 + 8,8a a= = 2,1cm/s². v = v 0 → 8,8 18,7 7. Calcule a velocidade média no movimento total (150 cm) e compare com a velocidade final. Justifique a discrepância. Resposta: A velocidade média do movimento total é dada pela fórmula: Vméd= = Δt Δd 150−011,5−0 ≃ 13,0cm/s e a velocidade encontrada experimentalmente foi 26,1cm/s, essa discrepância pode ser justificada pela própria definição do MRUV, pois se o carrinho mantivesse a velocidade média encontrada de 13cm/s, seria o mesmo em cada instante de tempo. Já a velocidade final 9 encontrada experimentalmente é uma velocidade instantânea que altera-se pela a sua aceleração. 10 CONCLUSÃO Através da realização dessa prática, pode-se verificar, de maneira adequada, a validade das leis do MRUV. Pois esse movimento está muito presente no nosso dia-a-dia, já que neste envolve variáveis essenciais para nossa dinâmica corriqueira. E obteve-se também o conhecimento das grandezas envolvidas – deslocamento, velocidade e aceleração – e da relação entre as mesmas, gerando as equações conhecidas. Na experimentação, observando a Tabela 1.1, percebe-se que a velocidade aumenta com o decorrer do tempo, indicando a não igualdade entre o MRU e MRUV, provando ser um movimento acelerado positivamente, já que a velocidade aumenta. Dentro da margem de erro de 10%, percebe-se também, que a aceleração média é considerada igual a de todas as acelerações dos deslocamentos medidos, provando ser um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, já que a aceleração é aproximadamente constante. A Fig. 1.4 demonstra a relação entre posição e tempo, determinado por uma parábola, indicando que a velocidade não é a mesma em instantes diferentes. Isso prova ser um movimento do tipo MRUV. A equação da curva equivale a Δx = 0,989t² + 1,84t - 2,07 (9). A tangente da curva é equivalente a derivada da Eq. (9), que encontra a velocidade instantânea no ponto. A aceleração equivale à aproximadamente 2cm/s², e é encontrada calculando a derivada segunda da Eq. (9). Já na Fig. 1.5, é mostrado a relação entre a posição e o tempo ao quadrado, determinando uma reta linear, provando ser uma equação do primeiro grau. A equação encontrada é determinado por: = 1,12t + 3,57 x (10). Não existe declividade, pois não houve uma taxa de erro muito considerável. Logo, os objetivos da prática foram atingidos, pois vimos o movimento e calculamos as suas variáveis, podendo ter ocorrido alguns erros nos resultados devido a observação dos dados de tempo erroneamente, por cálculos incoerentes, entretanto não foram erros tão distantes do que se era esperado, devido também ao desprezo da influência de fatores externos como o mínimo atrito do carrinho ao trilho e a própria resistência do ar. Assim vemos que a prática foi feita de maneira correta e foi possível absorver os conhecimentos sobre o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. 11 REFERÊNCIAS DIAS, Nildo. Roteiro de aulas práticas de Física. Ceará: Universidade Federal do Ceará, 2020. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos da física: mecânica. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. HELERBROCK, Rafael. Mundo Educação. Uol. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/movimento-uniforme.htm. Acesso em: 16 ago. 2020. SILVA, Domiciano Correa Marques da. Alunos Online. Uol. Disponível em: https://alunosonline.uol.com.br/fisica/movimento-acelerado-retardado.html. Acesso em: 14 ago. 2020. SOUZA, Nelson Lima de. Educação Globo. Física. Disponível em: http://educacao.globo.com/fisica/assunto/mecanica/movimento-uniformemente-variado.html. Acesso em: 21 ago. 2020. TRIGO, Thiago. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/fisica/movimento-retilineo-uniformemente-variado/. Acesso em: 14 ago. 2020. YOUNG, Hugh D; FREEDMAN, Roger A. Física I, Sears e Zemansky: mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. 12 https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/movimento-uniforme.htm https://alunosonline.uol.com.br/fisica/movimento-acelerado-retardado.html http://educacao.globo.com/fisica/assunto/mecanica/movimento-uniformemente-variado.html https://www.infoescola.com/fisica/movimento-retilineo-uniformemente-variado/
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