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APOSTILA_Quimica e fertilidade dos solos - com calagem

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Ministério da Educação 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre 
Campus Cruzeiro do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS DOS SOLOS 
 
 
 
UNIDADE IV – PROPRIEDADES QUÍMICAS 
Propriedades Físico-químicas dos solos 
Origem das cargas elétricas do solo 
Capacidade de troca de íons 
Acidez de solos e calagem 
Nutrição de plantas e fertilizantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Jozângelo Fernandes da Cruz
 
1 
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO SOLO 
Fases do solo 
Um solo mineral, próximo à superfície, com condições físicas ótimas para o crescimento de 
plantas, apresenta, aproximadamente, a seguinte composição volumétrica: 50% de espaço 
poroso, ocupados por partes iguais de ar e água; 45-48% de sólidos minerais; e 2-5% de matéria 
orgânica (MO). Têm-se, então, em média, 50% constituídos pela fase sólida, 25% pela fase 
líquida e 25% pela fase gasosa. (COMPLETAR A FIGURA) 
A fração gasosa consiste no ar ou atmosfera do solo. A fração líquida consiste na água do solo e 
abrange tanto a água afetada por forças gravitacionais como contida por forças não-
gravitacionais. A solução do solo, contida na fração não-gravitacional, é o principal meio onde os 
nutrientes são solubilizados e disponibilizados a todos os vegetais e organismos do solo. A 
proporção entre o volume ocupado pela água e pelo ar (25% cada, em média), pode variar em 
função do tipo de solo, da vegetação, da forma de uso do solo e das condições climáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
O volume não-poroso, que consiste na fração sólida, é composto pela parte orgânica e mineral. 
Grande parte do comportamento do solo é governada pela fração orgânica e, portanto, bastante 
susceptível a mudanças em função do seu uso e manejo ou outras pressões, naturais ou 
artificiais. A fração mineral divide-se em quatro frações granolumétricas: pedras e cascalhos, 
areia, silte e argila. 
As pedras e cascalhos são partículas de tamanho superior a 2 mm e normalmente não estão 
presentes nos solos do estado do Acre, exceto daqueles localizados no complexo Fisiográfico da 
Serra do Divisor. 
A fração areia é composta pelos grãos de areia que apresentam pouca viscosidade e plasticidade 
e pouco afetada pela umidade do solo, apresentando reduzida capacidade de retenção de água, 
com características de solos bem drenados e aerados. 
Na fração silte predominam partículas de tamanho de 0,002 mm a 2 mm de diâmetro. 
Normalmente constituem as micropartículas de areia em que o quartzo é o mineral predominante. 
Possuem pouca plasticidade e viscosidade. 
Figura 01: composição volumétrica média de um solo com boa estrutura. 
 
2 
A fração argila é formada por partículas inferior a 0,002 mm de diâmetro, mas que apresentam 
grande importância para a definição das propriedades dos solos e no comportamento desses 
frente aos diferentes tipos de manejo. 
 
 
 
 
 
 
A maior parte das reações de natureza física, química e físico-química do solo, com ou sem a 
interação da matéria orgânica, ocorre nas superfícies dos minerais de argila. Essas reações são 
responsáveis pelas propriedades dos solos, o que determina, em parte, sua aptidão ao uso 
agrícola e florestal. Nos solos do Acre predominam, na fração argila, minerais do tipo caulinita, 
associados ou não a argilas dos grupos 2:1 ou 2:2, enquanto na grande maioria dos demais solos 
brasileiros, há a predominância de caulinita e óxidos de ferro e alumínio na fração argila. 
De maneira geral são reconhecidos dois grupos de argilas: as silicatadas e as de óxidos 
hidratados de ferro ou alumínio. Os óxidos de ferro ou alumínio são importantes constituintes da 
grande maioria dos solos brasileiros, porém, de menor importância nos solos do Estado do Acre, 
onde predomina a caulinita, uma argila silicatada. 
Mineralogia da fração argila 
As argilas silicatadas são constituídas por duas unidades estruturais básicas. Uma é o tetraedro 
de sílica, formado por ligações de um átomo de silício (Si) e quatro átomos de oxigênio. A outra 
unidade é constituída pelo octaedro de alumina, formado por um átomo de alumínio (Al) e seis 
átomos de oxigênio. 
 
 
 
 
 
Dentre as argilas silicatadas, destacam-se os principais grupos: 
1) Caulinita: caracteriza-se por um arranjo com uma camada de tetraedros e uma de 
octaedros (1:1), unidas entre si, rigidamente pelos átomos de oxigênio comuns às duas 
camadas. 
Figura 02: limite dos tamanhos das partículas dos solos. 
Figura 03: unidades estruturais básicas das argilas silicatadas. A => tetraedro de sílica; B => octaedro de alumina . 
A 
B 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Montmorilonita: caracteriza-se por unidades constituídas por um arranjo com duas 
camadas de tetraedros por uma de octaedros (2:1), ligadas pelos átomos de oxigênio 
comuns às lâminas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) ILITA: o grupo da ilita, ou mica hidratada, apresenta a mesma organização estrutural que a 
montmorilonita (argila tipo 2:1). 
Argilas não silicatadas: óxidos e hidróxidos de Fe e de Al 
Os óxidos e hidróxidos e Fe e Al também constituem a fração argila dos solos, predominando, 
com freqüência, em solos tropicais, misturado com argilas silicatadas, principalmente caulinita. 
Esses óxidos, de maneira geral, são os principais responsáveis pela adsorção iônica nos solos. O 
efeito desses óxidos sobre a adsorção de fosfatos em solos tem sido o foco de vários estudos 
(principalmente nos solos do Acre). 
Origem das cargas elétricas do solo (ASSOCIAÇÃO) 
Cargas negativas 
As cargas eletronegativas do solo podem ter diferentes origens: 
a) Substituição isomórfica 
Figura 04: representação esquemática das argilas do grupo da caulinita. 
Figura 05: representação esquemática das argilas do grupo da montmorilonita. 
 
4 
Esse tipo de mecanismo de geração de cargas negativas independe do pH do solo. Durante a 
formação das argilas do tipo 2:1, alguns átomos de Si dos tetraedros podem ter sido substituídos 
por Al, bem como o Al dos octaedros pode ser substituído por Mg ou por outros cátions de 
valência menor que a do Al3+. A substituição do Si4+, que se encontrava neutralizado, por o Al3+, 
irá condicionar a sobra de uma carga negativa (-). De maneira semelhante, uma carga será gerada 
pela substituição de um Al3+ de um octaedro por um cátion divalente como o Mg2+. A substituição 
isomórfica é a principal responsável pela formação de cargas negativas nas argilas silicatadas, 
principalmente naquelas do tipo 2:1 e 2:2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Dissociação de grupos OH nas arestas das argilas silicatadas 
O grupo hidroxila (OH) nas terminações tetraedrais ou octaedrais podem dissociar-se, gerando 
carga negativa. Essa reação é dependente de pH e com a alteração do pH do solo podem ser 
geradas cargas negativas, positivas ou até mesmo manter o equilíbrio neutro da solução do solo. 
 
 
 
 
c) Matéria orgânica 
Na matéria orgânica do solo, as cargas negativas originam-se, principalmente, da dissociação de 
grupos carboxílicos e fenólicos: 
 
 
 
 
Figura 06: representação esquemática da substituição isomórfica do silício por alumínio. 
Figura 07: representação esquemática da dissociação de grupos de hidroxila nas argilas silicatadas. 
Figura 08: representação esquemática da geração de cargas a partir da dissociação de grupos 
carboxílicos e fenólicos na matéria orgânica. 
 
5 
Essa reação também é dependente do pH do solo. 
Geração de cargas positivas 
As cargas positivas do solo tem sua origem nos óxidos e hidróxidos (óxidos hidratados) de Fe e 
de Al, preferencialmente. Essa situação émais expressiva em condições ácidas de solo. 
 
 
 
 
 
 
O esquema acima mostra que os óxidos hidratados de Fe e Al podem dar origem a cargas 
eletropositivas, eletronegativas ou permanecer com carga neutra na superfície, dependendo do 
pH do solo. De modo geral, o ponto em que a carga dos óxidos é nula corresponde a um valor de 
pH na faixa alcalina. Dessa forma, podemos dizer que os óxidos de Fe e Al apresentam cargas 
eletropositivas em solos ácidos. 
 
CAPACIDADE DE TROCA DE ÍONS 
As cargas negativas e positivas que se desenvolvem na superfície das argilas são capazes de 
adsorver íons de forma trocável. Por essa razão diz-se que esses materiais podem apresentar 
capacidade de troca de cátions (CTC), quando a superfície eletronegativa adsorve cátions, e 
capacidade de troca de ânions (CTA), quando a superfície eletropositiva adsorve ânions. Além 
das argilas minerais, as substâncias orgânicas do solo são capazes de adsorver cátions ou 
ânions. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 09: representação esquemática da geração de cargas na matéria orgânica através da 
dissociação de grupos carboxílicos e fenólicos. PCZ => ponto de carga zero. 
Figura 10: representação esquemática da absorção e troca iônica. 
 
6 
 
Normalmente, solos com elevada CTC são tidos como férteis, sobretudo se a maior parte da CTC 
desses solos estiver ocupada por cátions alcalinos (potássio, principalmente) ou alcalinos terrosos 
(cálcio e magnésio). Isso decorre do fato de serem cátions importantes para a nutrição das plantas 
e demais organismos do solo. Entretanto, se a CTC for baixa e ocupada principalmente por 
hidrogênio ou alumínio, os solos são tidos como inférteis, como ocorre no cerrado brasileiro. No 
Acre, existem solos de baixa e alta CTC, saturados com cátions alcalinos e alcalinos terrosos ou 
com alumínio e hidrogênio. 
 
ACIDEZ DO SOLO E CALAGEM 
 
A acidez de um solo caracteriza-se pelo seu valor de pH e seu caráter ácido aumenta na medida 
que o pH do solo diminui. Entre os problemas de um solo ácido, destacam-se a menor 
disponibilidade de alguns nutrientes (especialmente fósforo e molibdênio) e a toxidez de alumínio 
e manganês. 
Entretanto, as rochas das quais os solos se originam, quando moídas e em contato com a água, 
mantém o pH próximo à neutralidade (pH 7,0) e contêm substâncias muito pouco solúveis 
enquanto que, após milhares de anos, os solos formados a partir destas rochas apresentam 
reação ácida e aumento na concentração de elementos com alta valência (Fe e Al). 
Nos solos, parte do alumínio que estava contido nos minerais primários continua sendo estrutural, 
retido pelos átomos de oxigênio nas estruturas dos argilominerais e óxidos. Portanto, esse Al não 
é tóxico aos organismos vivos. Aqueles átomos de Al liberados quando ocorre a ruptura desses 
minerais secundários para a solução é que se tornam tóxicos. Isso só ocorre depois que a 
quantidade de H+ for alta (pH < 5,5). Em outras palavras, primeiro o solo se torna ácido para 
depois aparecer Al3+. O Al3+ é conseqüência da acidez e não causa. 
A acidez do solo é a recíproca da quantidade de bases para sua correção. Há vários tipos de 
acidez, dependendo do modo de medição adotado. 
a) Acidez ativa é a quantidade de H+ presente na solução do solo. 
b) Acidez trocável ou Al trocável: refere-se a quantidade de Al3+ adsorvido pelas cargas negativas 
do solo (CTC). Ele está bloqueando as cargas e mantém um equilíbrio com a solução do solo. Há 
uma quantidade muito grande de Al no solo, sendo que a grande maioria faz parte da estrutura 
dos colóides inorgânicos. O Al complexado pela MO do solo pode perfazer mais de 100 vezes 
àquele que se encontra no complexo de troca. Esse Al só será liberado para a solução se a MO 
for destruída pelo ataque microbiano. 
 
7 
c) Acidez não trocável: refere-se a quantidade de hidrogênio ligado por ligações de coordenação 
aos grupos funcionais dos colóides orgânicos (MO) e inorgânicos (argilas e óxidos). Esse 
hidrogênio só se dissocia quando se adiciona OH no solo. 
d) Acidez potencial é o somatório do Al + H é a acidez potencial do solo. 
Os solos do Acre possuem elevada acidez (baixos valores de pH), e elevados teores de Ca e Al 
trocável. No entanto, os teores de alumínio trocável não possuem efeitos fitotóxicos que seriam 
esperados com base nos valores que o Al aparece no solo, mesmo para variedades de plantas 
sensíveis ao alumínio. 
A baixa fitotoxidade do alumínio trocável pode ser conseqüência do abaixamento da atividade de 
Al na solução, por causa dos altos teores de cálcio e de magnésio trocáveis, comuns mesmo nos 
solos do sudeste acreano, onde a CTC do solo é menor em comparação com os solos da região 
central e oeste do Estado. Portanto, o alumínio trocável não deve ser utilizado como um índice de 
acidez nos solos acreanos e, provavelmente, se outras condições não forem limitantes, é possível 
que a correção do solo não seja necessária. 
CALAGEM 
A correção da acidez superficial e subsuperficial do solo faz-se necessária para promover maior 
eficiência de absorção da água e nutrientes pelas plantas e obter melhores produtividades das 
culturas. Para essa correção, o insumo mais utilizado pra a camada superficial é o calcário 
(CaCO3) e, para a subsuperficial, em solos com argila de baixa atividade, é o gesso agrícola. 
A prática utilizada para correção da acidez da camada superficial do solo é a calagem. O valor de 
pH em água (CTC efetiva) a ser atingido, para um bom crescimento e desenvolvimento da maioria 
das culturas, é de 5,5 a 6,3. Nesse intervalo de pH, as plantas têm boas condições de absorção 
dos nutrientes. 
A calagem bem feita neutraliza o Al do solo e fornece Ca e Mg como nutrientes. Ela promove, 
também, o aumento da CTC efetiva, reduzindo a lixiviação de bases. Além disso, possibilita maior 
crescimento do sistema radicular das plantas, facilitando a absorção e a utilização dos nutrientes e 
da água. Dentre as várias finalidades da prática da calagem, destacam-se as seguintes: 
a) Corrigir a acidez do solo, pela neutralização do H+. Após a aplicação do calcário ao solo, o 
ânion CO4
2- (base forte) é o principal responsável pela hidrólise da água e formação do íon 
OH-, que irá neutralizar a acidez ativa (H+) do solo. É importante lembrar que o ânion SO4
2- 
(base fraca) não tem, praticamente, capacidade de hidrolisar a água e produzir OH -. Por 
essa razão, o gesso não é considerado corretivo de acidez ativa. 
 
CaCO3 + H2O → Ca
2+ + HCO3
- + OH- 
HCO3
- + H2O → CO2 + OH
- + H2O 
 
8 
 
b) Corrigir a toxidez de Al e Mn por reações de precipitação desses elementos, na forma de 
oxihidróxidos: Al(OH)3 e Mn(OH)2. O Al é totalmente precipitado quando o pH do solo 
atinge valores em torno de 5,5. Esse precipitação, pode ocorrer, também, com alguns 
micronutrientes metálicos, como o Cu2+, Fe2+, Fe3+ e Zn2+, diminuindo a disponibilidade dos 
mesmos. 
Al3+ + OH- → Al(OH)2+ 
Al(OH)2+ + OH- → Al(OH)2
+ 
Al(OH)2
+ + OH- → Al(OH)3 (precipita) 
 
Mn2+ + OH- → Mn(OH)+ 
Mn(OH)+ + OH- → Mn(OH)2 (precipita) 
 
c) Fornecer Ca e Mg pra as plantas, visto que a maioria dos corretivos contém estes 
nutrientes; 
d) Gerar cargas negativas no solo e, consequentemente, aumentar a retenção de cátions 
(aumenta a CTC efetiva); 
e) Neutralizar os sítios de cargas positivas dos oxihidróxidos de Fe a Al, minimizando, 
principalmente, a adsorção de fosfato; 
f) Aumentar a atividade biológica do solo, principalmente quanto a fixação biológica de 
nitrogênio (N2) e à colonização de fungos micorrízicos, e promover maior mineralização da 
matéria orgânica; 
g) Propiciar condições para melhor crescimento do sistema radicular,aumentando, dessa 
forma, sua absorção de água e nutrientes pelas plantas. 
A reação do calcário com o solo é relativamente lenta e depende, basicamente, da disponibilidade 
de água. Por isso, recomenda-se que sua aplicação no solo seja feita com alguma antecedência 
ao plantio, de modo que, na época de estabelecimento das culturas, a acidez já tenha sido, pelos 
menos, parcialmente corrigida. 
 
Determinação da Necessidade de Calagem (NC) 
Antes de calcularmos a necessidade de calagem (NC) e quantidade de calcário (QC) é necessário 
que fixar alguns conceitos relativos à fertilidade do solo. 
 Soma de base (SB): cálculo do somatório dos resultados das bases trocáveis (K+ + Na+ + 
Ca²+ + Mg²+. Sua unidade é cmolc/dm
3
 
 
 
9 
 
 CTC efetiva (t): é a quantidade de cátions trocáveis do solo, nas condições da amostra, 
com pH normal. Inclui a soma de bases (SB) mais alumínio trocável (Al3+). Sua unidade é 
cmolc/dm
3 
 
 CAPACIDADE DE TROCA CATIÔNICA (CTCpH 7,0 ou T): equivale à quantidade de cargas 
negativas medidas a pH 7, incluindo-se, além das bases trocáveis (SB), a acidez potencial 
(H+ + Al3+). Sua unidade é cmolc/dm
3 
 
 SATURAÇÃO POR BASES (V%): é a porcentagem de bases trocáveis em relação à CTC. 
Sua unidade é dada em porcentagem. 
 
 
 PRNT: Poder Relativo de Neutralização Total. É uma medida da qualidade dos calcários. 
Quanto maior esse valor, melhor o calcário. 
 
Determinação da necessidade de calagem 
 Método da Saturação por Bases (V2 – V1) 
O método de cálculo da necessidade de calagem (NC) pela saturação por bases tem a importante 
característica de considerar a facilidade dos cálculos e a flexibilidade de adaptação para 
diferentes culturas. O cálculo consiste em Elevar a saturação por bases a valores 
preestabelecidos para diferentes culturas. 
Exemplo: se determinada cultura A exige uma saturação por base de 65% (V2) e saturação do 
solo (V1) é de 40%, logo, o cálculo da necessidade de calagem deve propiciar uma aumento de 
20% na saturação por bases final. 
Dessa forma, temos que: 
 
 
 
Onde: 
NC → Necessidade de calagem em t/ha 
T → CTC a pH 7,0 
V2 → Saturação por bases desejada 
V1 → Saturação por bases do solo 
ou 
T pH 7,0 
 
10 
Exemplo prático: 
 A análise de uma amostra de solo 
retirada na profundidade de 0-20 cm 
revelou os seguintes resultados: 
 MO = 25 g/kg; Argila = 320 g/kg; Ca + 
Mg = 1,1 cmolc/dm
3; 
 Ca = 0,8 cmolc/dm
3; K = 0,1 
cmolc/dm
3; Al + H = 4,3 cmolc/dm
3; Mg 
= 0,3 cmolc/dm
3 
 Al = 1,5 cmolc/dm
3; pH = 4,1. 
Determinar a necessidade de calagem (NC) 
para elevar a saturação de bases da 
condição inicial para 60%: 
 
 
 Achar a soma de bases (SB) 
 
SB = 0,1 + 0 + 0,8 + 0,3 
SB = 1,2 cmolc/dm
3 
 
 Achar a CTC pH 7,0 ou valor T 
 
T = 1,2 + (4,3) 
T = 5,5 cmolc/dm
3 
 
 Achar a saturação por bases do solo 
(V1) 
 
 
V1 = 1,2 x 100 
 5,5 
V1 = 22% 
 
 Agora basta reunir tudo na fórmula da 
necessidade de calagem (NC) pelo 
método de saturação por bases. 
 V2 = 60% 
 
 
NC = 5,5(60 - 22) 
 100 
 
NC = 5,5( 38 ) 
 100 
NC = 2,09 ≈ 2,1 t/ha de calcário 
 
Quantidade calcário (QC) 
A necessidade de calagem considera a dose 
ou a quantidade de calcário CaCO3 com 
poder relativo de neutralização total (PRNT) 
igual a 100%, com uma profundidade de 
incorporação de 0-20 cm e superfície de 
cobertura 100%. Essa seria uma situação 
teórica do uso do calcário. 
Portanto, a quantidade real de calcário (QC) 
a ser aplicada, em t/ha, é calculada pela 
fórmula: 
 
 
 
Onde: 
QC = quantidade de calcário a ser aplicada 
expressa em t/ha. 
NC = necessidade de calagem (já calculada); 
PRNT = poder relativo de neutralização total 
do calcário (expresso em porcentagem); 
p = profundidade de incorporação do 
calcário; 
SC = superfície de cobertura (é um valor em 
porcentagem para a área de aplicação de 
calcário, exemplo, para uma área de 1 ha, 
vamos distribuir o calcário em 50%). 
Exemplo prático: 
Considere o exemplo anterior para 
necessidade de calagem (NC) e que o 
calcário a ser utilizado tem um PRNT de 
90%, que será aplicado a profundidade de 20 
cm e que a aplicação abrangerá uma 
superfície de cobertura de 80%. 
Calcule a quantidade de calcário (QC). 
 
 
 
T 
 
11 
NC = 2,1 t/ha 
PRNT = 90% 
p = 20 cm 
SC = 80% 
Logo, 
 
 
 
QC = 2,1 x 100 x 20 x 80 
 90 20 100 
QC = 2,1 x 1,11 x 1 x 0,8 
QC = 1,86 t/ha de calcário 
 
 
Escolha do corretivo 
A eficiência dos corretivos depende do teor de substâncias capazes de liberar OH- ou HCO3
- 
(neutralizantes), tamanho das partículas (grau de moagem), estrutura cristalina do material e teor 
de Mg. Os corretivos mais utilizados na neutralização da acidez do solo são os calcários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A qualidade dos corretivos varia com a granulometria e com o poder de neutralização (PN) do 
material. Com base na granulometria, determinam-se a reatividade (RE) e a velocidade de reação 
do corretivo no solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 01: Características mínimas de poder de neutralização (PN) e soma de óxidos dos principais 
corretivos de acidez. 
Tabela 02: número de mol de carga (molc) em kilogramas de diferentes corretivos e seus 
correspondentes valores neutralizantes (equivalente em CaCO3). 
 
12 
 
Quantos aos teores de Mg, os calcários podem ser classificados em: 
a) Calcíticos → menos de 5% MgO; 
b) Magnesianos → entre 5 e 12% MgO; 
c) Dolomíticos → maior de 12% MgO. 
 
Quanto ao PRNT, os calcários podem ser classificados nos grupos: 
1) Grupo A → PRNT entre 45 e 60%; 
2) Grupo B → PRNT entre 60,1 e 75%; 
3) Grupo C → PRNT entre 75,1 e 90%; 
4) Grupo D → PRNT superior a 90%. 
 
 
NUTRIÇÃO DE PLANTAS E FERTILIZANTES 
A prática de uma adubação racional e adequada ao desenvolvimento do potencial genético de 
uma cultura só será possível com a aplicação de todos os conhecimentos científicos envolvidos na 
relação solo-planta. Nesse contexto, a nutrição mineral de plantas é parte fundamental dos 
conhecimentos necessários para se fazer uma recomendação correta de adubação. Ela fornece 
informações sobre os elementos essenciais às plantas, a quantidade e quando são mais exigidos, 
como são absorvidos, transportados e redistribuídos, e as funções desempenhadas. 
As plantas, para viverem e produzirem necessitam de água, luz, ar, temperatura adequada e dos 
seguintes elementos minerais denominados nutrientes: N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, 
Zn e Ni. Esses elementos, mais C, H e O, presentes no ar e na água, constituem os elementos 
essenciais aos vegetais. Para as leguminosas, inclui-se também o Co como nutriente benéfico. 
Por isso, uma planta cresce e desenvolve-se perfeitamente em solução nutritiva, isto é, em água 
contendo os nutrientes em concentrações suficientes e na presença de luz, ar e temperatura 
adequada. Portanto, o solo é essencial, mas não imprescindível à vida das plantas. Todavia, é de 
fundamental importância para o cultivo das plantas em escala maior, porque serve para abrigar e 
fixar as plantas, armazenar e suprir água e todos aqueles elementos essenciais à vida vegetal. 
Em relação ao suprimento de nutrientes, os solos podem ser pobres ou ricos e os solos ricos 
podem ser empobrecidos com o decorrer da exploração agrícola. A função dos adubos ou 
fertilizantes é aportar nutrientes aos solos para suprir as necessidades das plantas. 
Composiçãoda planta 
A análise química da matéria seca das plantas mostra que cerca de 90% do total de elementos 
corresponde aos nutrientes carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H); o restante aos minerais 
nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), cobre 
(Cu), manganês (Mn), boro (B), zinco (Zn), cloro (Cl) e outros de importância variável conforme a 
 
13 
planta ou microorganismo simbiótico associado, como é o caso do molibdênio (Mo), silício (Si), e 
níquel (Ni). 
A composição química das plantas provém de elementos químicos contidos no meio gasoso, 
líquido e sólido: 
 Gasoso (ar) → carbono (como CO2); 
 Líquido (água) → hidrogênio e oxigênio; 
 Sólido (solo) → os demais elementos minerais. 
Os nutrientes fornecidos pelo solo normalmente são aqueles que regulam as taxas de crescimento 
e desenvolvimento das plantas. Por isso, em muitos casos, técnicas de recuperação do potencial 
produtivo dos solos, baseados na calagem e na adubação, constituem a maneira mais rápida que 
se dispõe para aumentar a produção das culturas. 
O sistema solo-planta 
O solo é o ambiente que atua como reservatório de nutrientes necessários às plantas e pode ser 
interpretado como um sistema composto por compartimentos e vias de comunicação ou 
transferência de nutrientes de uma planta e outra. 
O sistema solo-planta consiste de três fases: sólida, líquida e gasosa. Porém, do ponto de vista do 
fornecimento de nutrientes minerais, apenas à fase sólida e líquida serão consideradas. 
Nos solos, o principal reservatório dos nutrientes encontram-se na fase sólida, precisando passar 
à fase líquida para ser aproveitado pelas plantas. 
A passagem do nutriente da fase sólida para a interface solução-raiz pode ocorrer por três 
processos, geralmente funcionando ao mesmo tempo, embora com participação relativa diferente: 
a) Interceptação radicular: ao se desenvolver no solo, a raiz entre em contato com as 
partículas da fase sólida e, portanto, com os nutrientes presos a ela, podendo então 
absorve-los, assim os nutrientes passam diretamente da fase sólida para a líquida (no 
espaço intra e extracelular). O Ca pode ser suprido totalmente por esse mecanismo; 
b) Fluxo de massa: é o processo pelo qual o nutriente que está dissolvido na solução do solo 
é arrastado por ela na medida em que a planta absorve água. Desse modo, quando ocorre 
a absorção, o nutriente que está na solução do solo praticamente acompanha a água que 
penetra na planta através da raiz. O nutrientes N, Ca e Mg, por estarem retidos com menor 
energia na fase sólida, são supridos por fluxo de massa; 
c) Difusão: é o processo pelo qual o nutriente que está dissolvido na solução do solo 
movimenta-se de uma região de maior para outra de menor concentração, sempre a 
distâncias muito curtas. Os nutrientes P, K e Zn são supridos principalmente por esse 
mecanismo de suprimento. 
 
14 
A contribuição relativa de cada um desses processos no fornecimento de nutrientes depende 
principalmente do elemento avaliado, embora varie também em função da espécie vegetal. 
Dezessete elementos são considerados essenciais para o crescimento e desenvolvimento das 
plantas: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (P), cálcio 
(Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), 
molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn). Alguns elementos são classificados como benéficos para 
algumas plantas, como o sódio (Na), silício (Si), selênio (Se) e cobalto (Co). Os nove primeiros 
(exceto o potássio) participam da formação dos tecidos vegetais e representam, aproximadamente 
99% da sua massa. 
Carbono, hidrogênio e Oxigênio são estudados nas suas múltiplas funções na fisiologia vegetal. 
Sob o ponto de vista da nutrição mineral, os elementos essenciais são classificados em macro e 
micronutrientes, de acordo a quantidade exigida pelas plantas. Os macronutrientes são 
classificados em primários e secundário: 
a) Macronturientes primários: são os nutrientes exigidos em grandes quantidades pelas 
plantas, tornado-se deficientes no solo antes dos demais: N, K, P; 
b) Macronutrientes secundários: são os nutrientes exigidos em grande quantidades pelas 
plantas, mas menores que os primários: Ca, Mg, S. 
Os micronutrientes são absorvidos pelas plantas em pequenas quantidades: Bo, Cl, Cu, Fe, Mn, 
Mo, Ni, Zn. 
É necessário que haja disponibilidade e absorção dos nutrientes em proporções adequadas, via 
solução do solo ou, como suplementação via foliar. Cada um destes nutrientes tem uma função 
específica no metabolismo das plantas. Desequilíbrios em suas proporções podem causar 
deficiência ou excesso de nutrientes, causando limitações ao crescimento das plantas ou mesmo 
a sua morte. 
Critérios de essencialidade 
Para um elemento ser considerado essencial, deve satisfazer alguns critérios: 
a) Critério 1: um elemento é essencial se sua deficiência impede que a planta complete seu 
ciclo vital; 
b) Critério 2: para ser essencial o elemento não pode ser substituído por outro elemento com 
propriedades similares. Por exemplo: o Na apresenta propriedades semelhantes ao K, 
contudo não pode substituir completamente o K; 
c) Critério 3: o ultimo critério que deve ser cumprido é que o elemento deve participar 
diretamente no metabolismo da planta e promover seu benefício não só com o objetivo de 
 
15 
melhorar as características do solo, por meio do crescimento da microflora, mas também 
de possibilitar outro efeito benéfico à planta. 
Estes três critérios podem ser assim resumidos: um elemento é considerado essencial quando ele 
faz parte de uma molécula essencial ao metabolismo da planta. É o caso do magnésio como 
constituinte da clorofila ou do nitrogênio como constituinte de proteínas. Assim, mesmo que um 
elemento possibilite melhorar o crescimento ou um processo fundamental de uma planta, não é 
considerado como essencial se não atender os três critérios da essencialidade. Todos os 
dezessete elementos apresentados no quadro a seguir, cumprem estas exigências e devem ser 
fornecidos às plantas para que estas germinem, cresçam, floresçam e produzam sementes. 
 
Elemento 
Concentração 
na matéria 
seca
 
Mobilidade 
na planta 
Função na planta 
Sintomatologia visual 
de deficiência 
Formas de 
absorção 
Carbono (C) 450 (g.kg
-1
) --- --- --- 
Oxigênio (O) 450 (g.kg
-1
) --- --- --- 
Hidrogênio (H) 60 (g.kg
-1
) --- --- --- 
Macronutrientes (g.kg
-1
) 
Nitrogênio (N) 15 Móvel 
Participa de diversas 
moléculas, proteína, 
DNA, RNA e clorofila 
Clorose 
(amarelecimento) geral 
das folhas velhas, 
seguido de necrose 
(morte dos tecidos). 
NH4
+
 => íon 
amônio; NO3
-
 
=> nitrato 
Potássio (K) 10 Móvel 
Ativador de enzimas 
ligadas à fotossíntese, 
síntese de proteínas, 
regulador osmótico da 
planta 
Cloroses marginal das 
folhas seguidas de 
necroses; em gramíneas 
podem gerar caules finos 
e raízes susceptíveis a 
fungos o que pode levar 
ao acamamento 
(tombamento da planta) 
K
+
 
Cálcio (Ca) 5 
Muito 
pouco 
móvel 
Confere rigidez às 
paredes celulares 
Raízes escorregadias, 
sem rigidez; necroses em 
partes novas da planta, 
decorrente por falta de 
Ca no solo ou por falta 
de fluxo respiratório (Tip 
Burn → clorose e 
necrose na margem das 
folhas) 
Ca
2+ 
Fósforo (P) 2 Móvel 
Participa das 
biomoléculas, DNA, 
RNA, fosfolipídios, 
ATP, ADP e ativador de 
enzimas 
Coloração verde escura, 
as vezes arroxeadas, 
pontuações necróticas. 
H2PO4
-
 => 
ânion 
ortofosfato 
biácido; 
HPO4
-
 => 
ortofosfato 
monoácido 
Magnésio(Mg) 
2 Móvel 
Faz parte da molécula 
de clorofila. É crítico 
para as reações que 
utilizam ATP (Mg-ATP). 
Clorose internerval nas 
folhas velhas (clorofila 
próximo as nervuras é 
mais estável). 
Mg
2+
 
Enxofre (S) 1 
Pouco 
móvel 
Participa dos 
aminoácidos 
(metionina, sisteína), 
proteínas contendo Fe 
e S (ferredoxina) são 
importantes para a 
transferência de 
elétrons na 
fotossíntese, fixação 
Clorose generalizada das 
folhas novas. O enxofre 
não participa de 
moléculas de clorofila, 
esta clorose é decorrente 
do fato do enxofre ser 
importante para a síntese 
das proteínas que se 
ligam a clorofila 
SO4
2-
 
Quadro 01: relação dos nutrientes essenciais, sua concentração na matéria seca, mobilidade na 
planta, função na planta, sintomatologia visual e forma de absorção. 
 
16 
biológica de nitrogênio 
redução de íons nitrato 
estabilizando-a. Na falta 
das proteínas, a clorofila 
é mais susceptível a 
degradação. 
Micronutrientes (mg.kg
-1
) 
Cloro (Cl) 100 Móvel 
Fotólise da água. 
Mantém a neutralidade 
da água. Agente 
osmótico 
Redução de crescimento, 
clorose generalizada em 
toda a planta. 
Cl
-
 
Manganês 
(Mn) 
50 
Pouco 
móvel 
Síntese de clorofila. 
Ativação de enzimas, 
fotólise da água. 
Deformação de 
sementes de 
leguminosas, pontuações 
cinzas-esverdeadas e 
clorose internerval das 
folhas. 
Mn
2+ 
Boro (Bo) 20 
Pouco 
móvel 
Componente de 
enzimas para 
processos biológicos. 
Atua na translocação 
de açúcares e 
metabolismo de 
carboidratos. Atua nos 
processos de 
florescimento, 
crescimento do tubo 
polínico, nos processos 
de frutificação, no 
metabolismo de N, na 
atividade de hormônios 
e metabolismo de 
ácidos nucléicos. 
Interage na absorção 
de Ca, na formação de 
pectina das 
membranas celulares e 
na absorção e 
metabolismo de 
glicídios. 
Redução do crescimento 
e deformação nas zonas 
de crescimento; 
diminuição da superfície 
foliar (folhas jovens 
espessas, deformadas, 
quebradiças e 
pequenas); crescimento 
reduzido de raízes; 
abortamento floral; fenda 
em ramos, pecíolos e 
frutos. 
(H3BO3) => 
ácido bórico; 
(B(OH)4
-
) => 
ânion borato
 
Zinco (Zn) 20 
Pouco 
móvel 
Constituinte da enzima 
desidrogenase; 
participa na ativação 
enzimática da trifosfato-
desidrogenase; 
participa da síntese do 
triptofano. 
Crescimento em forma 
de roseta (em planas 
herbáceas) e 
encurtamento dos 
entrenós nas outras 
culturas; clorose de 
folhas novas. 
Zn
2+ 
Ferro (Fe) 10 
Pouco 
móvel 
Ativação de enzimas; 
participa de reações de 
oxirredução nas 
proteínas citocromo, 
leghemoblobina, 
catalase, peroxidase, 
superóxido dismutase, 
ferredoxina, enzimas 
redutase, nitrogenase e 
sulfato redutase. 
Catalisa a biossíntese 
de clorofila. 
Clorose internerval; 
folhas velhas ficam 
verdes, enquanto as 
novas ficam amarelas; 
caules e ramos finos e 
curvados; redução do 
crescimento (plantas 
raquíticas). 
Fe
2+
, Fe
3+
 e 
Fe-quelato 
Cobre (Cu) 6 
Pouco 
móvel 
Constituinte das 
enzimas oxidasa do 
ácido ascórbico, 
citrocomo-oxidase e a 
plastocianina. Participa 
das reações de 
oxirredução. Influencia 
na fixação de N2 
atmosférico pelas 
leguminosas. 
Folhas murchas 
enroladas; redução da 
lignificação; abortamento 
de flores (em cereais). 
Cu
2+
 e Cu-
quelato 
Níquel (Ni) 3 
Pouco 
móvel 
Componente da enzima 
uréase, exercendo 
Necrose dos folíolos; 
diminuição da resistência 
Ni
2+ 
 
17 
papel importante no 
metabolismo do N. 
de plantas a doenças. 
Molibdênio 
(Mo) 
0,1 Móvel 
Componente da 
enzimas nitrato 
redutase e nitrogenase 
(essa ultima essencial 
para a absorção de N2 
nas leguminosas. 
Folhas verdes 
deformadas; tamanho 
reduzido de folhas, 
apresentando clorose e 
mosqueados de cor 
marrom. 
MoO4
2- 
Fonte: NOVAIS et al., 2007; TORRES, 2005; WADT, 2005. 
 
 
 
Elementos benéficos 
Os elementos benéficos são considerados essenciais para algumas espécies ou mesmo 
substituem parcialmente a função dos elementos essenciais. Outros, quando em baixas 
concentrações, estimulam o crescimento de plantas, porém sua essencialidade não é 
demonstrada. São considerados benéficos o alumínio (Al), sódio (Na), silício (Si), selênio (Se) e 
vanádio (V). Exemplo: o silício, embora não seja considerado um elemento essencial 
fisiologicamente, é essencial sob alguns aspectos agronômicos, notadamente para as gramíneas. 
O cobalto (Co) é considerado um elemento essencial para as leguminosas por ser indispensável 
ao Rhizobium, microrganismo responsável pela fixação biológica do nitrogênio. 
 
Fertilizante ou Adubo 
 
Conceito 
Fertilizante ou adubo é um produto mineral ou orgânico, natural ou sintético, supridor de um ou 
mais nutrientes às plantas. Considerando-se o efeito condicionador ou melhorador do solo, pode-
se dizer que os fertilizantes produtos capazes de promover a melhoria das propriedades físicas 
(porosidade, aeração, capacidade de retenção de água, etc), físico-químicas (capacidade e troca 
de cátions – CTC, poder tampão) ou biológicos dos solos. 
Tipo de fertilizantes 
 
Fertilizantes nitrogenados 
 Fertilizantes que têm N como nutriente principal: 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fertilizantes orgânicos que apresentam N como nutriente principal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 03: relação dos fertilizantes que tem N como elemento principal. 
Tabela 04: relação dos fertilizantes orgânicos que tem N como elemento principal. 
 
19 
 
 
Fertilizantes fosfatados 
 Fertilizantes que têm P como nutriente principal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fertilizantes potássicos 
 Fertilizantes que têm K como nutriente principal. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 05: relação dos fertilizantes minerais que tem P como nutriente principal. 
Tabela 06: relação dos fertilizantes minerais que tem K como nutriente principal. 
 
20 
 
 
Fertilizantes cálcicos 
 Fertilizantes que têm cálcio como nutriente principal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fertilizantes Magnesianos 
 Fertilizantes que têm o Mg como nutriente principal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fertilizantes sulfurados 
 Fertilizantes que têm S como nutriente principal. 
 
 
 
 
Tabela 07: relação dos fertilizantes minerais que tem Ca como nutriente principal. 
Tabela 08: relação dos fertilizantes minerais que tem Mg como nutriente principal. 
Tabela 09: relação dos fertilizantes minerais que tem S como nutriente principal. 
 
21 
 
 Fertilizantes minerais: são os fertilizantes constituídos de compostos inorgânicos e se 
subdividem em três classes: 
 Fertilizantes simples: são os fertilizantes constituídos, fundamentalmente, de um 
composto químico, contendo um ou mais nutrientes, quer seja macro ou 
micronutrientes, ou ambos; 
 Fertilizantes mistos ou misturas de fertilizantes: são os fertilizantes resultantes 
da mistura de dois ou mais fertilizantes simples (ex. N-P-K). 
 Fertilizantes complexos: são fertilizantes resultantes de processo em que se 
formam dois ou mais compostos químicos, fontes de nutrientes para as plantas. 
 Fertilizantes orgânicos: são os fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de 
origem natural, vegetal ou animal. Tem efeito condicionador do solo. 
 Fertilizantes organominerais: são os fertilizantes resultantes da misturade fertilizantes 
orgânicos e minerais. 
Produção de fertilizantes minerais 
As figuras abaixo mostram o esboço da produção de fertilizantes a base de N e P. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: rotas básicas de produção de fertilizantes nitrogenados. 
Fonte: NOVAIS et al., 2007. 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLOS PRÁTICOS DE ADUBAÇÃO 
Para efeito de cálculo de adubo com base em valores de análise de solo, utilizaremos uma tabela 
de nível de nutrientes no solo. No entanto, a recomendação de adubação deve ser feita com base 
em trabalhos consolidados, considerando o tipo de solo e cultura. Uma das recomendações mais 
indicadas está no livro Manejo do solo e recomendação de adubação para o Estado do Acre. 
Autor: Paulo Guilherme Salvador Wadt, publicado em 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: rotas básicas de produção de fertilizantes fosfatados. 
Fonte: NOVAIS et al., 2007. 
Figura 12: níveis de nutrientes no solo. 
Fonte: TORRES, 2005. 
 
23 
 
Em análise de solo, os valores são expressos de diferentes formas, em função do elemento ou da 
forma química que é determinado na análise, da metodologia da análise e do material analisado. 
Para cálculo da adubação é importante conhecer as formas de conversões da unidades mais 
comuns nas análises de solo. 
De forma geral, as formas disponíveis para as plantas são expressas em ppm (partes por milhão, 
exemplo, o fósforo); as formas trocáveis são expressas em cmolc/kg ou cmolc/dm
3 (exemplo: K, 
Ca, Mg, Na, Al). 
O quadro abaixo mostra as formas de absorção, a relação massa molar por valência e o peso 
equivalente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com base nos valores do equivalente de cada composto, seguimos no esquema abaixo para 
encontrarmos os valores em mg/kg para podermos calcular as quantidades de adubo por unidade 
de área. 
 
 
 
Quadro 02: relação das formas dos compostos químicos, sua relação entre massa e valência e 
peso equivalente grama. 
Figura 13: resumo para conversão entre de diferentes unidades usuais em solos. 
 
24 
 
 
EXEMPLO: 
Uma análise de solo mostrou níveis de K+ = 0,1 cmolc/dm
3, com base do quadro 2, calcular a 
quantidade do adubo cloreto de potássio KCl (60% de K2O) para elevar o teor para 60 mg/dm
3. 
1º PASSO: Converter 0,1 cmolc/dm
3 para mg/dm3 
De acordo com a tabela o equivalente grama do K é 39 (mg/100g), então basta multiplicar a 
massa equivalente pelo valor fornecido na análise de solo, então temos 0,1x39=3,9 mg/100g de K, 
que multiplicado por 10, temos: 
K= 3,9x10 = 39 mg/dm3 
O teor de K no solo 39 ppm. 
2º PASSO: com o teor do elemento no solo, agora vamos calcular a quantidade de K por hectare. 
Para isso, basta multiplicar o valor encontrado por 2. Então, temos: 39x2= 78 kg/ha de K. Isso 
significa dizer que temos 78 kg de K por ha. 
3º PASSO: agora vamos verificar qual o teor de potássio estabelecido para a adubação (60 
mg/dm3). Vamos subtrair o valor da análise (39 mg/dm3) pelo valor requerido. Logo, temos: 
Kadubação= 60-39 = 21 mg/dm
3 que multiplicado por 2, temos: 21mg/dm3 x 2 = 42 kg/ha de K. 
Portanto, precisamos adicionar 42 kg de K por hectare via adubação. 
4º PASSO: ATENÇÃO!!!! O valor expresso é em potássio. No entanto, o adubo cloreto de 
potássio tem como constituinte o K2O, que não tem só potássio, tem também oxigênio. Então 
precisamos encontrar através de regra de três a quantidade de K2O que precisamos: 
 2K ---------------- K2O 
78 mol ---------- 94 mol 
42 kg ------------ X 
X = 42 kg/ha x 94 mol (corta mol com mol) 
 78 mol 
X = 50,62 kg/ha de K2O 
 
5º PASSO: agora basta fazer mais uma regra de três para encontrar a quantidade de adubo KCl, 
considerando que o mesmo tem 60% de K2O. 
 
K2O -------------- KCl 
60% ------------- 100% 
50,62 kg ------- X 
 
X = 50,62 kg/ha x 100% (corta % com %) 
 60% 
X = 84,37 kg/ha de KCl 
 
Logo, para elevar os níveis de 39 mg/dm3 para 60 mg/dm3 de K precisamos adicionar 84,37 kg/ha 
do adubo KCl. 
 
25 
Mistura de Fertilizantes 
1. Legislação sobre o assunto 
A legislação que regulamenta a fabricação, uso e comercialização de fertilizantes no Brasil é 
composta pela Lei 6.894/80, alterada pela Lei 6.934/81 e regulamentada pelo decreto n° 4.954 de 
14 de janeiro de 2004. 
De acordo com a legislação vigente, os fertilizantes mistos ou complexos são produtos que 
contém NPK, NP, NK ou PK. A soma dos teores percentuais de N total, P2O5 solúvel em citrato 
neutro de amônio (CNA) mais água, ou ácido cítrico a 2% (20 g.L-1), na relação 1:100, e K2O 
solúvel em água deverá ser igual ou superior a 24%. Os teores de N, P2O5 e K2O das misturas 
NPK são expressas em números inteiros. 
Para as misturas que contiverem fosfato natural ou fosfato natural reativo, termofosfato, escória de 
desfosforação em farinha de ossos, os teores de P2O5 são expressos nas formas: 
 Teor total (somente para os produtos de natura física pó ou farelo); 
 Teor solúvel em ácido cítrico a 2%, relação 1:100; 
 Teor solúvel em água, somente para os produtos que contiverem como fonte fornecedora 
de P fosfatos acidulados. 
Para esses casos, fará parte do índice NPK, NP, ou PK dessas misturas apenas as percentagens 
de P2O5 soluvel em ácido cítrico a 2%, relação 1:100. 
 
Cálculo de misturas 
O cálculo de misturas de fertilizantes é de suma importância para os profissionais de ciências 
agrárias. Os cálculos são relativamente simples e consistem de regra de três e sistemas. 
Vejamos alguns exemplos: 
 
1) Preparar uma tonelada da mistura NPK 4-12-8, a partir de sulfato de amônio, 
superfosfato simples e cloreto de potássio. 
 
Na mistura 4-12-8 nós temos 4% de N, 12% de P2O5 e 8% de K2O. 
Logo, para 1.000 kg da mistura, temos: 
40 kg de N; 
120 kg de P2O5; 
80 kg de K2O. 
Então partimos para as regras de três: 
- sulfato de amônio - SA (20% de N) → precisamos de 40 kg de N (para 1.000 kg de mistura) 
100 kg de SA ----------------- 20 kg de N 
X --------------------------------- 40 kg de N 
X = 200 kg de sulfato de amônio 
 
- Superfosfato simples – SFS (20% de P2O5) → precisamos de 120 kg de P2O5 (para 1.000 kg de 
mistura 
100 kg de SFS --------------- 20 kg de P2O5 
Y --------------------------------- 120 kg de P2O5 
Y = 600 kg de superfosfato simples. 
- Cloreto de potássio – KCl (60% de K2O) → precisamos de 80 kg de K2O (para 1.000 kg de 
mistura) 
100 kg de KCl --------------- 60 kg de K2O 
Z --------------------------------- 80 kg de K2O 
Z = 133 kg de cloreto de potássio 
 
De acordo com os cálculos teremos 933 kg de mistura (200 + 600 + 133) – 1.000 kg = 67 kg, 
logo faltará 67 kg para completar a mistura que poderá ser feita com “enchimento” a base 
de esterco seco, turfa, gesso, etc). 
 
b) preparar uma tonelada da mistura NPK 12-10-10, usando sulfato de amônio, uréia, 
superfosfato simples e cloreto de potássio, devendo os dois nitrogenados ser utilizados em uma 
proporção tal que não haja necessidade de enchimento. 
 
 
26 
Na mistura 12-10-10 nós temos 12% de N, 10% de P2O5 e 10% de K2O. 
Logo, para 1.000 kg da mistura, temos: 
120 kg de N; 
100 kg de P2O5; 
100 kg de K2O. 
 
Então partimos para as regras de três: 
- Superfosfato simples – SFS (20% de P2O5) → precisamos de 100 kg de P2O5 (para 1.000 kg de 
mistura 
100 kg de SFS --------------- 20 kg de P2O5 
X --------------------------------- 100 kg de P2O5 
X = 500 kg de superfosfato simples. 
 
- Cloreto de potássio – KCl (60% de K2O) → precisamos de 100 kg de K2O (para 1.000 kg de 
mistura) 
100 kg de KCl --------------- 60 kg de K2O 
Y --------------------------------- 100 kg de K2O 
Y = 166,7kg de cloreto de potássio 
Logo, considerando apenas a mistura de SFS e KCl já temos 666,7 kg de mistura (500 + 166,7) – 
1.000 kg = 333,3 kg, faltando para completar a mistura com fertilizante nitrogenado, sem haver a 
necessidade de enchimento. 
Como temos dois fertilizantes nitrogenados, precisaremos recorrer a um sistema simples pra 
resolver a equação. 
A + B = 333,33 
Sendo A = sulfato de amônio e B = uréia. Considerando que o sulfato de amônio tem 20% de N e 
a uréia 45% de N e que precisamos de 120 kg de N, temos: 
A + B = 333,3 
(20/100)A + (45/100)B = 120 kg de N 
Resolvendo o Sistema: 
A + B = 333,3 → equação 1 
0,2A + 0,45B = 120 → equação 2 
Isolando a equação 1: 
A = 333,3 – B 
 
Substituindo na equação 2: 
0,2(333,3 – B) + 0,45B = 120 
66,7 – 0,2B + 0,45B = 120 
0,25B = 120 – 66,7 
B = 53,3/0,25 
B = 213,3 kg de uréia 
 
Resolvendo a equação 1: 
A = 333,3 – 213,3 
A = 120 kg de sulfato de amônio 
 
Então para preparar 1.000 kg de fertilizante composto com formulação 12-10-10, usando os 
fertilizantes simples mencionados, precisaremos adicionar à mistura 500 kg de 
superfosfato simples, 166,7 kg de cloreto de potássio, 213,3 kg de uréia e 120 kg de sulfato 
de amônio. 
 
3) Preparar uma tonelada da fórmula 10-10-10 a partir de 500 kg de 4-14-8, uréia, superfosfato 
simples e cloreto de potássio. 
Na mistura 10-10-10 nós temos 10% de N, 10% de P2O5 e 10% de K2O. 
Logo, para 1.000 kg da mistura, temos: 
100 kg de N; 
100 kg de P2O5; 
100 kg de K2O. 
 
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Como já temos 500 kg da formulação 4-14-8, devemos calcular as quantidades de N, P2O5 e K2O 
que já temos nos 500 kg do fertilizante composto. Então: 
- N: 4% de N em 500 kg → (4/100) x 500 = 20 kg de N; 
- P2O5: 14% de P2O5 → (14/100) x 500 = 70 kg de P2O5; 
- K2O: 8% de K2O → (8/100) x 500 = 40 kg de K2O 
- Agora basta subtrair o que precisamos do que já temos: 
- N: 100 - 20 = 80 kg de N; 
- P2O5: 100 - 70 = 30 kg de P2O5; 
- K2O: 100 - 40 = 60 kg de K2O 
 
 
- Logo faremos os nossos cálculos com base nas seguintes quantidades dos elementos: 
80 kg de N; 
30 kg de P2O5; 
60 kg de K2O. 
 
Então partimos para as regras de três: 
- uréia (45% de N) → precisamos de 80 kg de N (para 500 kg de mistura) 
100 kg de uréia ----------------- 45 kg de N 
X --------------------------------- 80 kg de N 
X = 177,8 kg de uréia 
 
- Superfosfato simples – SFS (20% de P2O5) → precisamos de 30 kg de P2O5 (para 500 kg de 
mistura) 
100 kg de SFS --------------- 20 kg de P2O5 
Y --------------------------------- 30 kg de P2O5 
Y = 150 kg de superfosfato simples. 
 
- Cloreto de potássio – KCl (60% de K2O) → precisamos de 60 kg de K2O (para 500 kg de mistura) 
100 kg de KCl --------------- 60 kg de K2O 
Z --------------------------------- 60 kg de K2O 
Z = 100 kg de cloreto de potássio 
 
Portanto, a mistura para formulação 10-10-10, teremos a adição de 500 kg da formulação 4-
14-8, 177,8 kg de uréia, 150 kg de superfosfato simples e 100 kg de cloreto de potássio, 
havendo a necessidade de adição de 72,2 kg de enchimento (1.000-500-177,8-150-100 = 
72,2). 
 
A indústria de fertilizantes dispõe de programas de computação que permitem o estabelecimento 
de diferentes pré-condições como: combinação de formas e fontes de nutrientes, presença de 
nutrientes secundários e, ou, de micronutrientes (que tem suas garantias expressas em teores 
totais, como manda a lei), combinação de fontes que otimize os custos das misturas, 
compatibilidade entre as fontes, etc. 
 
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REFERÊNCIAS 
BRADY, N. C. Natureza e propriedades dos solos. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. 
NOVAIS, R. F.ALVAREZ, V. H.; BARROS, N. F. de; FONTES, L. R. F.; CANTARUTTI, R. B.; 
NEVES, J. C. L. (Ed.). Fertilidade do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do solo, 
2007. 
TOMÉ JUNIOR, J. B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba: Agropecuária, 
1997. 247 p. 
WADT, P. G. S. (Org.). Manejo do solo e recomendação de adubação para o Estado do Acre. 
Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2005. 
WADT, P. G. S. Manejo de solos ácidos do Estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre. 2002. 28 p. 
(Documentos, 79). 
Figura 1 – Chave simples para diagnose visual de desordem nutricional em planta. 
Fonte: Römheld (2001) citado por Novais (2007).