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LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL A Lei de Introdução ao Código Civil agora chama-se Lei de Introdução Às Normas do Direito Brasileiro - LINDB. Esta lei é uma norma de aplicabilidade sobre todo o ordenamento brasileiro (direito público e direito privado), salvo disposição em contrário. A LINDB é uma norma sobre direito, e regula a aplicação das outras leis no tempo e no espaço. Como ocorre o início e o fim da vigência de uma lei / No que consiste o termo Vacatio Legis, e qual a sua finalidade. Com a promulgação da lei, que é o ato do chefe do Poder Executivo que autentica a Lei e determina sua observância, a mesma, salvo disposição em contrário, começa a vigorar em todo o território nacional quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Importante salientar que a publicação da lei no Diário Oficial é requisito para sua vigência. O intervalo entre a data da publicação da lei e a de sua entrada em vigor chama-se Vacatio Legis. Entretanto, a maioria das leis contém em seu texto a data em que passará a viger – essa é vacatio legis indireta – em geral coincide com a data de sua publicação. Mas pode ocorrer que uma outra norma disponha sobre o prazo e vacatio legis de uma lei- a chamada vacatio legis direta. Se a Lei produzir efeitos no estrangeiro, o período de vacatio legis será de 03 meses. Se ocorrer alteração na lei durante a vacio legis, será contado mais 45 dias da data da publicação da mudança como novo prazo e Vacatio Legis. O prazo da Vacatio Legis segue o princípio da vigência sincrônica, ou seja, é um prazo único e simultâneo. Desta maneira, a lei entra em vigor ao mesmo tempo em todo o território nacional. É sabido que algumas leis trazem em seu bojo o prazo de sua vigência, restando revogada ao fim do referido prazo. Mas na maioria das vezes a lei não contem um termo fixo duração, sendo feita para viger por tempo indeterminado, e assim só perder a sua eficácia se outra lei posterior a modificar ou revogar. Em sendo a revogação o ato de retirar a vigência da lei, só será possível através de outra lei. Existem dois tipos de revogação, a saber: a) ab-rogação: revogação total da norma. Exemplos: Constituição Federal de 1.988 b) Derrogação: revogação parcial da norma. : Código Civil de 2.002 e o Código Comercial. Nesse sentido, artigo segundo e parágrafos da LINDB: Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Uma terceira forma de revogação seria a Repristinação, que significa recuperar a vigência de uma norma anteriormente revogada. Em regra não ocorre, mas não é proibida no Brasil. Para que ocorra deve haver determinação expressa por parte do legislador. 1.2 - O juiz pode deixar de julgar um caso a ele submetido? O juiz não pode deixar de julgar nenhum caso a ele submetido, sob pena de conturbar-se a ordem social, pois compete ao Estado, através do Poder Judiciário, solucionar os conflitos de interesses entre particulares, e a esse propósito não poderá fugir. Quando a lei é omissa sobre algum problema, ou sobre a solução de alguma relação jurídica, ocorre a chamada lacuna na lei, ou seja, a ausência de norma jurídica que regule determinado fato concreto. Ocorre então, o princípio do Non Liquet, que é uma proibição, e dispõe que o Juiz não pode deixar de julgar omissão, lacuna ou obscuridade de lei. O artigo 4º da LINDB soluciona essa questão, trazendo uma ordem a ser seguida pelo Juiz, qual seja: “Art.4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.” Vejamos qual o significado de cada item citado no artigo supracitado: a) Analogia: É a aplicação da norma jurídica a uma hipótese distinta, porém semelhante, ou seja, onde existe a mesma razão deve existi o mesmo direito (princípio da isonomia ou igualdade). b) Costumes: É a conduta pública, geral e reiterada de um determinado ato com a convicção de sua obrigatoriedade jurídica. Os costumes podem ser: 1) “Secundum Legem”: costume segundo a lei. Ex: artigo 113 do código civil. 2) “Preater Legem”: costume além da lei. Ex: cheque pós – datado. 3) “Contra Legem”: costume contrário á lei. Não é aceito no ordenamento jurídico brasileiro. c) Princípios Gerais do Direito: Regras norteadoras do ordenamento jurídico universalmente aceitas. Ex: princípio da legalidade e princípio da igualdade. A alegação de desconhecimento da lei e seu descumprimento O artigo 3º da LINDB dispõe sobre o princípio da obrigatoriedade da lei, dizendo que “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. O referido artigo de lei quer dizer que a lei entra em vigor e vincula a todas. Portanto, ninguém pode fugir de cumpri-la, ainda que ignorando sua existência. Desta maneira, o legislador presume, de maneira incontestável, que todos têm conhecimento da lei. Segundo Silvio Rodrigues (2.003), “como a lei pretende a todos vincular e de todos exigir obediência, ela presume que cada um a conheça, não admitindo alegação de sua ignorância.”. 1.4- Como a Lei de Introdução ao Código Civil disciplina a aplicação da lei no espaço. A LINDB trata sobre a vigência da Lei no espaço em seus artigos 7º ao 19º, dispondo se as normas de um país podem ter eficácia fora de seu território. Silvio Rodrigues (2003) nos ensina que: “O Estado politicamente organizado tem, sobre o seu território e sobre os seus habitantes, um poder que não conhece outro maior, chamado soberania. Neste poder se inclui, naturalmente, o normativo, isto é, a prerrogativa de ditar leis que vinculem a todos... O problema, toda via, do cosmopolitismo e o da mobilidade dos homens conduziram os Estados a transigir com aquela posição rígida e intolerante. Pareceu-lhes conveniente anuir em atribuir eficácia a normas estrangeiras dentro de suas fronteiras, quando se trata-se de regular relações entre estrangeiros aí localizados. Essa transigência, aliás recíproca, não traz qualquer diminuição à soberania dos Estados. Desse modo, o país soberano vai permitir em alguns casos, que a lei estrangeira tenha eficácia dentro de seu território.” Nesse mesmo sentido dispõe o artigo 9º da LINDB: “Art. 9º - Para qualificar e reger as obrigações aplicar-se-á a lei do país em que constituírem”. § 1º - Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira. § 2º - A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.” O referido dispositivo nos ensina que o ordenamento jurídico brasileiro permite que seja aplicada a lei estrangeira no caso de obrigações contraídas no estrangeiro. Tais questões sobre a aplicação da lei no espaço são resolvidas pelo direito internacional privado. Que é o conjunto de princípios que determina os limites no espaço da competência legislativo dos Estados, quando tem de aplicá-las àsrelações jurídicas que podem ser submetidas a mais de uma legislação (Rodrigues, 2003, pg. 29). Em suma: o princípio adotado pelo Brasil quanto à vigência da lei no espaço foi o Princípio da Territorialidade Moderada ou Temperada, ou seja, em regra é aplicada à lei brasileira em nosso território, mais eventualmente é admitida à aplicação da lei estrangeira, como por exemplo, nos casos supracitados, e também como no caso do artigo 7º da LINDB que dispõe que: “a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.”. Aplicação da lei e fins sociais O artigo 5º da LINDB dispõe que: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e ás exigências do bem comum.” Isso quer dizer que o juiz ao aplicar a lei ao caso concreto deve fazer uma interpretação teleológica da lei, ou seja, deve verificar cada caso de per si, pesar e ponderar, e decidir qual será o melhor caminho para resolver a lide e caminhar para um futuro melhor, preservando sempre o bem comum, para que prepondere o melhor para a sociedade, apesar dos interesses individuais de cada ser humano, afinal a vida em sociedade gera uma relação de interdependência. Portanto deverá sempre prevalecer à decisão que preze por esta. Uma decisão judicial jamais deve ser anti social! Neste sentindo Anderson Santana Pedra: Ausente a definição legal de "fim social" o intérprete-aplicador em cada caso concreto deverá averiguar se a norma a ser aplicada atende a finalidade social, que varia no tempo e no espaço, aplicando o critério teleológico na interpretação da lei, sem desprezar os demais processos interpretativos. Considerar-se-á assim como fim social o objetivo de uma sociedade, encerrado na somatória de atos que constituíram a razão de sua composição, abrangendo assim o útil, a necessidade social, seus anseios, o equilíbrio de interesses e etc. "A atitude do direito é construtiva: sua finalidade, no espírito interpretativo, é colocar o princípio acima da prática para mostrar o melhor caminho para um futuro melhor, mantendo a boa-fé com relação ao passado. É, por último, uma atitude fraterna, uma expressão de como somos unidos pela comunidade apesar de divididos por nossos projetos, interesses e convicções. Isto é, de qualquer forma, o que o direito representa para nós: para as pessoas que queremos ser e para a comunidade que queremos ter." 1.6– No que consistem os temos: ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada? O artigo 6º da LINDB nos traz os conceitos de ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada, assim dispondo: Art. 6º - A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada. § 1º - Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º - Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Visto o conceito legal, veremos agora conceitos doutrinários: Ato Jurídico Perfeito: é aquele já realizado, acabado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou, pois já satisfez todos os requisitos formais para gerar a plenitude dos seus efeitos, tornando-se portanto completo ou aperfeiçoado. Sua importância para o direito é a proteção dada à pessoa da imutabilidade da situação jurídica que de boa-fé foi realizada dentro dos parâmetros legais quando sobrevém nova lei. Exemplo: A lei prevê que o prazo para se contestar uma ação é de 15 dias. Posteriormente surge uma lei dizendo que o prazo é de 5 dias, mas o ato que já foi praticado na lei vigente de 15 dias não será afetado. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ato_jur%C3%ADdico_perfeito). Direito Adquirio: espécie de direito subjetivo definitivamente incorporado pois, adquirido ao patrimônio jurídico do titular sujeito de direito, já consumado ou não , porém exigível na via jurisdicional, se não cumprido voluntariamente pelo obrigado sujeito de dever. Diz-se que o titular do direito adquirido está, em princípio, protegido de futuras mudanças legislativas que regulem o ato pelo qual fez surgir seu direito, precisamente porque tal direito já se encontra incorporado ao seu patrimônio jurídico — plano/mundo do dever-ser ou das normas jurídicas — ainda que não fora exercitado, gozado — plano/mundo do ser, ontológico. O titular do direito adquirido extrairá os efeitos jurídicos elencados pela norma que lhe conferiu o direito mesmo que surja nova lei contrária à primeira. Continuará a gozar dos efeitos jurídicos da primeira norma mesmo depois da revogação da norma. Eis o singelo entendimento do direito adquirido, conformado pela ortodoxia das ciências jurídicas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_adquirido). Coisa julgada: é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. Sua origem remonta ao direito romano (res judicata), onde era justificada principalmente por razões de ordem prática: pacificação social e certeza do final do processo. Atualmente tem por objetivos a segurança jurídica e impedir a perpetuação dos litígios. O instituto da coisa julgada está presente em praticamente todos os sistemas de direito ocidentais. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Coisa_julgada). 1.7- Quais os dispositivos constitucionais que cuidam da eficácia da lei? Consagram direios fundamentais? Podemos dizer que a Nossa Carta Magna, ou seja, a nossa Constituição Federal como um todo cuida da eficácia das leis infraconstituicionais, pois nenhuma lei pode dispor sobre algum assunto que vá de encontro à alguma norma constitucional, sob pena de ser considerada inconstitucional, atráves de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Para entedermos melhor o tema sobre eficácia, traremos alguns conceitos para o nosso leitor: Eficácia Jurídica: potencialidade que a norma jurídica tem de condicionar o ordenamento jurídico, seja tornando inconstitucional , seja proibindo uma legislação. Toda norma constitucional possui essa eficácia. Divide-se em: a) Eficácia Plena: desde a sua promulgação, a norma está apta a produzir todos os seus efeitos, não necessitando de regulamentaao infraconstitucional. Exemplo: Normas constitucionais que atribue competência – artigo 102 da Constituição Federal. b) Eficácia Contida: É aquela norma que desde a sua promulgação está apta a produzir todos os efeitos, mas poderá ter sua abrangencia reduzida por nomr infraconstitucinal. Exemplo: Atigo 5º, XIII, da Constituição Federal - Liberdade Profissional. c) Eficácia Limitada: É aquela noma que desde a sua promulgação não está apta a produzir todos os seus efeitos, necessitando de regulamentação infração infra constitucional. Divide-se: De Princípio Institutivo/ Organizativo: são normas de cunho meramente organizatório. Não implementa nenhum direito fundamental ao cidadão. Exemplo: artigo 33 da Constituição Federal De Princípio Programático: normas que se revestem sob a forma de pomessas programas a serem implementados pelo Estado para a consecuução dos seus fin sociais – políticas públicas. 2 – DAS PESSOAS 2.1 – Diferença entre capacidade e personalidade Para o direito, Personalidade Jurídica é o atributo ou aptidão da pessoa para ser titular dedireitos e deveres na ordem civil, ou seja, para ser sujieto de direito. Toda pessoa tem personalidade jurídica, não há a exigência de qualquer requisito. O sujeito que nasce com vida já é titular de direitos. Já a Capacidade Jurídica é a medida da pesonalidade, isto é, o exercício da pesonalidade. A Capacidade divide-se em: a) Capcidade de direito ou de gozo: é a aptidão para ser titular de direitos e deveres. É sinônimo de personalidade jurídica. Toda pessoa tem essa capacidade, independe de qualquer requisito. Tal capacidade não pode sofrer nenhuma limitação. b) Capacidade de fato ou de exercício ou de ação: é a aptidão para exercer pessoalmente os atos da vida civil, ou seja, é a capacidade para o exercício de direitos. NEM TODA PESSOA POSSUI ESSA CAPACIDADE. Para tanto, é necessário o requisito do Discernimento além do maioridade civil. A maioridade é apenas uma presunção relativa de que a pessoa compeltou 18 anos e tem pleno discernimento. Essa presunção pode ser quebrada pela ação de intervenção. 2.2 – Capacidade plena, incapacidade absoluta e incapacidade relativa Podemos dizer que uma pessoa tem capacidade jurídica plena quando ela reúne as duas capacidades, ou seja, quando a pessoa tem a capcidade de direto e a capacidade de fato. Ocorre que, se a pessoa tiver uma limitação de capcidade de fato, isto é, limitação para exercer seus direitos será considerada incapaz. Logo, a incapcidade é a falta de capacidade de fato. A incapacidade divide-se em: a) Incapacidade absoluta: o artigo 3º do código civil dispõe que “são absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil os menores de 16 anos (menor impúbere); os que, por enfermidade ou deficiencia mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.” Nesses casos, a vontade do incapaz não importa para o direito, devendo o mesmo ser representado, sob pena de nulidade absoluta. b) Incapcidade relativa: o artigo 4º do código civil dispõe que “ são incapazes, relativamente a certos atos, ou a maneira de os exercer: os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os hébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos. Nesses casos, a vontade do incapaz importa para o direito, porém é insuficiente, devendo o mesmo ser assistido nos atos da vida civil sob pena de nulidade relativa. Verificamos que a capcidade é a regra, e a incapacidade é a execeção. Outrossim, é importante frisar que a incapacidade é uma forma de proteção e não de sanção! 2.3 – Maioridade civil Segundo Silvio Rodrigues (2003, pag 54/55), aos 18 anos completos, acaba a menoridade, ficando habilitado o individuo para todos os atos da vida civil.” Este é o preceito do artigo 5º do Código Civil: “ A menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.” Rodrigues (2003, pag. 55) ainda dispõe que, “por mais precoce que seja o menor, continuará ele incapaz (a menos que venha a ser emancipado), enquanto não completar 18 anos de idade.” Vemos que, outra forma de se adquirir a maioridade civil antes de ter 18 anos completos é a EMANCIPAÇÃO, que significa a antecipação da capacidade civil a um menor de idade, ou ainda, a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Temos algumas espécies de emancipação, quais sejam: 1) Emancipação Voluntária – Pais – artigo 5º, inciso I, do Código Civil: É aquela concedida pelos pais aos filhos menores de idade, com pelo menos 16 anos completos. É feita através de escritura pública que não depende de homologação judicial, mas precisa ser registrada no registro civil. Se houver divergência entre os pais, deve ser requerida ao juiz. Se houver a recusa de ambos os pais, o juiz não poderá suprir a vontade. Curiosidade: Os pais tem responsabilidade civil pelo ato do menor emancipado? De acordo com jurisprudência do STJ, em caso de emancipação voluntária, os pais continuam responsáveis pelo ato do filho menor emancipado. Essa é a chamda responsabilidade solidária. 2) Emancipação Judicial – Juiz - artigo 5º, inciso I, do Código Civil: É aquela conferida pelo juiz a um menor tutelado, que tenha pelo menos 16 anos completos. Nesse caso, o tutor pede para o juiz emancipar o menor. É realizada através de sentença, que deve ser registrada no registro civil. 3) Emancipação Legal – Lei - artigo 5º, incisos II ao V, do Código Civil: Ocorre automaticamente quando presentes uma das hipóteses do artigo 5º, incisos II ao V. Em suma o menor será emancipado legalmente pelo casamento; pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso de ensino superior; e pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha economia própria. Essa espécie de emancipação não depende de sentença, escritura pública ou registro civil. 2.4 – Quando começa e quando termina a personalidade civil e Ausência da pessoa natural. Temos duas teorias que explicam o início da personalidade civil: a) Teoria Natalista: De acordo com o artigo 2º do código Civil, a personalidade é adquirida com o nascimento com vida, ou seja, para iniciar a personalidadeo nascituro tem que nascer com vida, o que significa entrar ar no pulmão. b) Teoria Concepcionista: Divide-se em: Personalidade jurídica formal: aptidão para ser titular de direitos da personalidade – início: momento da concepção. Personalidade jurídica material: aptidão para ser titular de direitos patrimoniais – início: nascimento. O nascituro não tem direitos, mas sim expectativa de direitos, isto é, tem direitos sob condição suspensiva. Isto quer dizer que os direitos patrimoniais do nascituro estão condicionados ao nascimento com vida. Já os seus direitos da personalidade estão garantidos desde a sua concepção. Já o fim da personalidade jurídica se dá com a morte da pessoa natural. O artigo 6º do Código Civil dispõe que: “ a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.” Verificamos que a morte é o fim da pessoa natural, e acarreta a extinção da personalidade jurídica. Temos 03 espécies de morte, quais sejam: 1) Morte Civil: É a extinção da personalidade jurídica de uma pessoa viva, ou seja, ela não existe mais mesmo estando viva. Exemplo: a escravidão. Observação: Essa espécie de morte não vigora mais emm osso ordenamento jurídico. A exclusão por indignidade da herança é um resquício da morte civil em nosso ordenamento jurídico, pois a pessoa é considerada pré-morta. 2) Morte Real: É aquela comprovada através de atestado médico de óbto. É feita uma prova direta da morte. O requisito é ter o corpo de de cujus ou falecido. 3) Morte presumida: É aqula morte em que o corpo não foi encontrado. Existem dois tipos: a) Morte presumda sem decretação de ausência: É a hipótese em que há uma enorme probabilidade da morte. As hipóteses de morte presumida sem decretação de ausencia estão elencada no artigo 7º do Código Civil, in verbis: Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. O inciso I dispõe sobre os casos de catástrofes, como por exemplo enchente e acidente aéreo, e o inciso II nos fala sobre os casos de desaparecimento em Guerra, onde deve-se esperar até dois anos até o fim da guerra para ser declarada a morte presumida, e se o juiz não estiver convencido da morte, poderá também, requerer buscas e averiguações. Neste caso, não é necessário um processo de decretação de ausência, mas sim haverá um processo de justificação. b)Morte presumida com decretação de ausência: É a hipótese em que a pessoa desaparece de seu domicilio sem deixar noticias. Exemplo: Caso da Priscila Belfort, e Elisa Samúdio (ela pode ser declarada morta ainda este ano para que se possa chegar à condenação dos acusados). A morte presumida com decretação de ausência possui três fases, a saber: 1ª Fase: Curadoria dos bens do ausente Curadoria dos bens do ausente ou “Cura Rei”, é a fase onde será nomeado judicialmente um curador para administrar provisoriamente os bens do ausente. 2ª Fase: Sucessão Provisória Nesta fase cessa a curadoria dos bens, o testamento é aberto, e é realizado o inventário. Aqui os herdeiros recebem a posse da herança mediante caução. Descendentes, ascendentes e cônjuge estão dispensados de prestar caução. Esta fase pode ser aplicada por analogia ao companheiro. 3ª Fase: Sucessão Definitiva Aqui o ausente é declarado morto, e são levantadas as cauções. Os herdeiros recebem a propriedade resolúvel da herança. Se o ausente regressar no período de até 10 anos da abertura da sucessão definitiva terá direito aos bens no estado em que se encontrarem, os sub-rogados em seu lugar, ou ao produto obtido com a venda destes. 4) Morte Simultânea: É a hipótese em que duas ou mais pessoas falecem em uma mesma ocasião sem que se possa determinar quem faleceu primeiro. Nesta situação deve ser aplicado o principio da comoriência, ou seja, que morreram ao mesmo tempo. A importância da morte presumida está no direito das sucessões: não há sucessão entre comorientes, isto é, a sucessão de cada um é tratada como se o outro fosse pré-morto. Direitos da personalidade Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica, regra expressa do art. 52 do novo Código Civil, que apenas confirma o entendimento jurisprudencial anterior, pelo qual a pessoa jurídica poderia sofrer um dano moral, em casos de lesão à sua honra objetiva, com repercussão social (súmula 226 do STJ). O nascituro também possui tais direitos, devendo ser enquadrado como pessoa. Aquele que foi concebido mas não nasceu possui personalidade jurídica formal: tem direito à vida, à integridade física, a alimentos, ao nome, à imagem. Conforme bem salienta César Fiúza, professor da UFMG, sem dúvidas que faltou coragem ao legislador em prever tais direitos expressamente (Código Civil Anotado. Coordenador: Rodrigo da Cunha Pereira. Porto Alegre: Síntese, 1ª Edição, 2004, p. 23). Mas como a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro, somos filiados aos concepcionistas (art. 2º do nCC). Assim, não seria mais correta a afirmação de que o nascituro tem apenas expectativa de direitos. Já apersonalidade jurídica material, relacionada com os direitos patrimoniais, essa sim o nascituro somente adquire com vida. A proteção dos direitos da personalidade do nascituro deve também ser estendida ao natimorto, que também tem personalidade, conforme reconhece o enunciado nº 1, aprovado na I Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal em setembro de 2002, cujo teor segue: "Art. 2º: a proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura". Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo prevê o art. 11 do Código Civil de 2002. Assim, nunca caberá afastamento volitivo de tais direitos, como daquele atleta que se expõe a uma situação de risco e renuncia expressamente a qualquer indenização futura. Tal declaração não valerá! Mas sem dúvidas que o valor da indenização deve ser reduzido, diante de culpa concorrente da própria vítima, nos moldes dos arts. 944 e 945 da novel codificação. A transmissibilidade dos direitos da personalidade somente pode ocorrer em casos excepcionais, como naqueles envolvendo os direitos patrimoniais do autor, exemplo sempre invocado pela doutrina. De qualquer forma, não cabe limitação permanente e geral de direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia, conforme reconhece o enunciado nº 4, também aprovado na I Jornada CJF, nos seguintes termos: "Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral". Exemplificando, se fosse celebrado em nosso País, não teria validade o contrato celebrado pelo jogadorRonaldo com a empresa esportiva Nike, eis que nesse negócio, pelo menos aparentemente, há uma cessão vitalícia de direitos de imagem. O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação integral nos casos de lesão a direitos da personalidade. Continua a merecer aplicação a súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça, pela qual é possível cumulação de pedido de reparação material e moral, numa mesma ação. Aliás, o próprio STJ tem dado uma nova leitura à essa ementa, pela possibilidade de cumulação de danos materiais, morais e estéticos. Esses últimos seriam, portanto, uma nova modalidade de prejuízo, conforme entendimento abaixo transcrito: "Agravo regimental. Recurso especial não admitido. Dano moral e dano estético. Cumulação. 1. Possível a cumulação da indenização por dano moral com o dano estético. Precedentes. 2. A alegação de que a condenação por danos morais e estético, ainda que decorrentes do mesmo fato, não foi deferida em função de títulos diversos, é questão ausente do Acórdão recorrido, ficando impossibilitado o exame do tema face a ausência de prequestionamento". (Superior Tribunal de Justiça, ACÓRDÃO: AGA 305666/RJ (200000439215), 374087 AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, DATA DA DECISÃO: 29/08/2000, ORGÃO JULGADOR: - TERCEIRA TURMA, RELATOR: MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, FONTE: DJ DATA: 23/10/2000 PG: 00141, VEJA: RESP 162566-SP, RESP 192823-RJ, RESP 219807-SP (STJ)). Em complemento, sobre o art. 12 do nCC, foi aprovado enunciado na III Jornada de Direito Civil, realizada pelo mesmo Conselho da Justiça Federal, em dezembro de 2004, no sentido de que "a primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às técnicas de tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no art. 461 do Código de Processo Civil, devendo ser interpretada com resultado extensivo". Desse modo, é plenamente possível a fixação de preceito cominatório, multa diária (astreintes), para fazer cessar a lesão a direitos da personalidade. Esse mesmo art. 12 consagra os direitos do morto, prevendo o seu parágrafo único a legitimidade de ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau pleitearem indenização no caso de danos à personalidade de pessoa falecida. São os denominados lesados indiretos, que sofrem muitas vezes um dano reflexo, indireto, comumente denominado dano em ricochete. Não se trata de legitimação concorrente, sendo certo que o parentesco mais próximo deve excluir o mais remoto, de acordo com as regras de direito sucessório. Mesmo não havendo previsão no dispositivo legal, estendemos a legitimidade também ao companheiro, assim comoo cônjuge, já que o convivente é também herdeiro pelo novo Código Civil, conforme o seu art. 1.790. O art. 13 do novo Código veda a disposição de parte do corpo, a não ser em casos de exigência médica e desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie os bons costumes. Esse artigo enquadra-se perfeitamente nos casos envolvendo o transexualismo. Mas leitura cuidadosa deve ser feita do dispositivo: havendo exigência médica, não se discute a segunda parte do comando legal. Sobre tal dispositivo, entendeu o corpo de juristas que participou da I Jornada do CJF que deve ser incluído o bem estar psíquico da pessoa que suportará a disposição (enunciado nº 6: "Art. 13: a expressão ‘exigência médica’, contida no art.13, refere-se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico do disponente"). Aliás, quanto à situação do transexual, pessoa que tem a forma de um sexo (masculino), mas a mentalidade de outro (feminino), muito já evoluiu a jurisprudência. Hoje é comum que seja deferida a realização da cirurgia de mudança de sexo em nosso País, havendo julgados determinando a mudança de nome e registro do transexual, entendimento esse que merece aplausos. Diante da dignidade da pessoa humana, não se pode defender qualquer tipo de discriminação quanto à opção sexual. Quanto ao assunto, cabe transcrever julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo: "REGISTRO CIVIL - Retificação - Assento de nascimento - Transexual - Alteração na indicação do sexo - Deferimento - Necessidade da cirurgia para a mudança de sexo reconhecida por acompanhamento médico multidisciplinar - Concordância do Estado com a cirurgia que não se compatibiliza com a manutenção do estado sexual originalmente inserto na certidão de nascimento - Negativa ao portador de disforia do gênero do direito à adequação do sexo morfológico e psicológico e a conseqüente redesignação do estado sexual e do prenome no assento de nascimento que acaba por afrontar a lei fundamental - Inexistência de interesse genérico de uma sociedade democrática em impedir a integração do transexual - Alteração que busca obter efetividade aos comandos previstos nos artigos 1º, III, e 3º, IV, da Constituição Federal - Recurso do Ministério Público negado, provido o do autor para o fim de acolher integralmente o pedido inicial, determinando a retificação de seu assento de nascimento não só no que diz respeito ao nome, mas também no que concerne ao sexo". (Tribunal de Justiça de São Paulo, Apelação Cível n. 209.101-4 - Espirito Santo do Pinhal - 1ª Câmara de Direito Privado - Relator: Elliot Akel - 09.04.02 - V. U.) O art. 14 da atual codificação veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso, sendo apenas possível aquela que assuma a forma gratuita, com objetivo altruístico ou científico. A questão é ainda regulamentada pela legislação específica, particularmente pela Lei nº 9.437/97, que trata da doação de órgãos para fins de transplante. Os direitos do paciente encontram-se consagrados no art. 15 do nCC, bem como o princípio da beneficência. Ninguém pode ser, assim, constrangido a tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. Mais uma vez, leitura detalhada e cuidadosa deve ser feita desse dispositivo. Logicamente, se a pessoa está necessitando de uma cirurgia, à beira da morte, deve ocorrer a intervenção, sob pena de responsabilização do profissional de saúde, nos termos do art. 951 do mesmo diploma civil em vigor. Mas, nesse mesmo exemplo, se o paciente, por convicções religiosas, nega-se à intervenção, mesmo assim, deve o médico efetuar a operação? Tal questão foi enfrentada por Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, apontando tais autores que "nenhum posicionamento que se adotar agradará a todos, mas parece-nos que, em tais casos, a cautela recomenda que as entidades hospitalares, por intermédio de seus representantes legais, obtenham o suprimento da autorização judicial pela via judicial, cabendo ao magistrado analisar, no caso concreto, qual o valor jurídico a preservar" (Novo Curso de Direito Civil. Volume I. São Paulo: Saraiva, 4ª Edição, p. 163). Com todo o respeito em relação a posicionamento em contrário, entendemos que, em casos de emergência, deverá ocorrer a intervenção cirúrgica, eis que o direito à vida merece maior proteção do que o direito à liberdade, inclusive quanto àquele relacionado com a opção religiosa. Salientamos que esse exemplo não visa captar opiniões sobre o tema, mas somente demonstrar que um direito da personalidade pode ser relativizado, principalmente se entrar em conflito com outro direito da personalidade. No caso em questão, relembramos, foram confrontados o direito à vida e o direito à liberdade. Quanto ao assunto, o Tribunal de Justiça de São Paulo tem seguido o posicionamento por nós defendido, afastando eventual direito à indenização do paciente que, mesmo contra a sua vontade, recebeu a transfusão: "INDENIZATÓRIA - Reparação de danos - Testemunha de Jeová - Recebimento de transfusão de sangue quando de sua internação - Convicções religiosas que não podem prevalecer perante o bem maior tutelado pela Constituição Federal que é a vida - Conduta dos médicos, por outro lado, que pautou-se dentro da lei e ética profissional, posto que somente efetuaram as transfusões sangüíneas após esgotados todos os tratamentos alternativos - Inexistência, ademais, de recusa expressa a receber transfusão de sangue quando da internação da autora - Ressarcimento, por outro lado, de despesas efetuadas com exames médicos, entre outras, que não merece acolhido, posto não terem sido os valores despendidos pela apelante - Recurso não provido". (Tribunal de Justiça de São Paulo, Apelação Cível n. 123.430-4 - Sorocaba - 3ª Câmara de Direito privado - Relator: Flávio Pinheiro - 07.05.02 - V. U.) Os arts. 16 a 19 confirmam a proteção do nome da pessoa natural, sinal que representa a mesma no meio social, bem como do pseudônimo, nome atrás do qual esconde-se o autor de uma obra cultural ou artística. Isso, em sintonia com as previsões anteriores da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73) e da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610/98). O nome, com todos os seus elementos, merece o alento legal, indeclinável, por ser direito inerente à pessoa. O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem, sub-classificada em imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo (repercussão social da imagem). Esse dispositivo tem redação truncada que merece ser esclarecida, com o devido cuidado. Na verdade, a utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do seu legítimo detentor. Mas o comando legal prevê duas situações de exceção: a primeira nos casos envolvendo a administração da justiça, a segunda nos casos envolvendo a ordem pública. Aqui, caberá discussão se a pessoa investigada ou que teve imagem exposta sem autorização interessa ou não à sociedade como um todo. Logicamente, caberá análise casuística pelo magistrado, que deverá utilizar-se da eqüidade, em ações em que se pleiteia indenização por uso indevido de imagem alheia ou exposição pública de determinada pessoa. Mas não é só! Em se tratando de morto que sofreu lesão à imagem, terão legitimidade para promover a ação indenizatória os descendentes, ascendentes e o cônjuge, inserido o convivente pelo nosso entendimento. Curioso é que, no caso de lesão à imagem, a lei não reconhece legitimidade aos colaterais até quarto grau. Ora, elencada a imagem como direito inerente à pessoa natural, não poderia haver um tratamento diferenciado. Mas assim o é, infelizmente. Necessária portanto uma confrontação entre os arts. 12, parágrafo único,e 20, parágrafo único, ambos do nCC, conforme quadro a seguir: Art. 12, parágrafo único, nCC – direitos da personalidade em geral. Art. 20, parágrafo único, nCC – direito à imagem Em se tratando de morto, terão legitimidade, pela lei, os descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau. Pelo nosso entendimento está incluído o companheiro ou convivente. Em se tratando de morto, terão legitimidade, pela lei, os descendentes, ascendentes e cônjuge. Pelo nosso entendimento está incluído o companheiro ou convivente. | Apesar de com ela não concordar, essa a interpretação mais comum na doutrina, conforme reconhecido na I Jornada de Direito Civil do CJF, pelo teor do seu enunciado nº 5 pelo qual: "Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se inclusive às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12". De qualquer forma, foi essa a opção do legislador: nos casos de lesão a direitos da personalidade – exceto de lesão à imagem -, os colaterais até quarto grau devem ser considerados como lesados indiretos. O Projeto de Lei 6.960/02 visa igualar tais dispositivos, incluindo também a legitimação do companheiro e convivente, o que é plenamente justificável, pela previsão constante do art. 226 da CF/887. Finalizando o tratamento quando aos direitos da personalidade, confirma o art. 21 do novo Código Civil o direito à intimidade, já reconhecido na CF/88, sendo inviolável a vida privada da pessoa natural e cabendo sempre medidas visando proteger essa inviolabilidade. A intimidade não de ser concebida somente no plano físico, mas também no plano virtual, do ambiente da INTERNET, sendo inviolável o domicílio eletrônico de uma determinada pessoa A LEI DOS REGISTROS PUBLICOS (LRP) fala: pode –se alterar o nome quando este for vexatório, ou conter erro do cartorio A fase mais facil para se conseguir alterar o nome é entre os 18 e 19 anos. O nome só pode ser mudado nos casos citados. NÃO se usa mais o termo patronimico, q era qdo os reis preferiam ter filhos homens para que o nome fosse passando de pai para filho AGNOME: Junior, Neto, Filho; significa o mesmo nome na mesma familia. PSEUDONIMO: A lei proteje o uso de pseudonimos osmente para quemop usa para atividade lícita. (Ex: Xuxa, Pelé, Lula, Zico...) art 19 CC PESSOA JURIDICA Conceito são entidades em que a Lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações. Não possuem realidade física. Pessoa Jurídica de Direito Público • União; Estados; Municípios; Distrito Federal; Autarquias; Partidos Políticos; Pessoa Jurídica de Direito Privado • Sociedades Civis, religiosas, científicas, literárias; Associações de Utilidade Pública; Fundações; Sociedades Mercantis. Requisitos p/ a constituição da Pessoa Jurídica • vontade humana - “affectio” - se materializa no ATO DE CONSTITUIÇÃO que se denomina Estatuto (associações sem fins lucrativos), Contrato Social (sociedades civis ou mercantis) e Escritura Pública ou Testamento (fundações). • Registro - o ato constitutivo deve ser levado a Registro para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de Direito Privado. Antes do Registro, não passará de mera “sociedade de fato”. • Autorização do Governo - algumas pessoas jurídicas precisam de AUTORIZAÇÃO DO GOVERNO para existir. Ex.: seguradoras, factoring, financeiras, bancos, administradoras de consórcio, etc. Classificação da Pessoa Jurídica 1. Quanto à nacionalidade: nacionais ou estrangeiras 2. Quanto à função ou órbita de sua atuação: Direito Público ou Direito Privado • Direito Público - Externo (as diversas nações, ONU, UNESCO, FAO, etc) e Interno (administração direta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios; e administração indireta: autarquias, fundações públicas); • Direito Privado - são as corporações (associações e sociedades civis e comerciais) e as fundações particulares. Quanto à estrutura interna: Corporações e Fundações • Corporações ( universitas personarum ) - Conjunto ou reunião de pessoas. • Visam à realização de FINS INTERNOS, estabelecidos pelos sócios. • Os objetivos são voltados para o bem de seus membros. • Existe Patrimônio, mas ele é elemento secundário, apenas um meio para a realização de um fim. Podem ser: • Associações – não tem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, desportivos ou recreativos (Ex.: igrejas, clubes de futebol, clubes desportivos, etc.) • Sociedades Civis - têm fins econômicos e visam lucro, que deve ser distribuído entre os sócios. (Ex.: escritórios contábeis, escritórios de engenharia e advocacia, etc). Podem, eventualmente, praticar atos de comércio, mas não alterará sua situação, pois o que se considera é a atividade principal por ela exercida. • Sociedades Comerciais – Visam unicamente o lucro. Distinguem-se das sociedades civis porque praticam HABITUALMENTE, atos de comércio. • A única diferença entre a Sociedade Civil e a Associação é a finalidade econômica. Fundações ( universitas bonorum ) ( Conjunto ou reunião de bens; • recebe personalidade para a realização de FINS PRÉ-DETERMINADOS; • têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor; • o Patrimônio é o elemento essencial; • Não visam lucro. • São sempre civis. Sua formação passa por 4 fases: a) Dotação ou instituição - é a reserva de bens livres, com a indicação dos fins a que se destinam. Faz-se por escritura pública ou testamento. b) Elaboração dos Estatutos – Pode ser direta ou própria (feita pelo próprio instituidor) ou fiduciária (feita por pessoa de sua inteira confiança, por ele designado). Caso não haja a elaboração do Estatuto, o Ministério Público poderá tomar a iniciativa de fazê-lo. c) Aprovação dos Estatutos - São encaminhados ao Ministério Público, para aprovação. O objetivo deve ser LÍCITO e os bens suficientes. d) Registro - Feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Só com ele começa a existência legal da Fundação. Características das Fundações • Seus bens são inalienáveis e impenhoráveis, exceto c/ autorização judicial; • Os Estatutos são sua Lei básica; • Os administradores devem prestar conta ao Ministério Público; • Não existe proprietário, nem titular, nem sócios; Extinção das Fundações • No caso de se tornarem nocivas (objetivo ilícito); • caso se torne impossível sua manutenção; • se vencer o prazo de sua existência; • Uma vez extinta uma fundação, o destino do seu patrimônio será o previsto nos estatutos. Caso os estatutos forem omissos, destinar-se-ão a outras fundações de fins semelhantes. c) os produtos – são utilidades que se extraem da coisa. Ex.: pedras de uma pedreira, minerais de uma jazida, etc. Públicos - são os que pertencem a uma entidade de direito público. Exs.: bens pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios; • deuso comum do povo - os rios, os mares, ruas, praças, estradas, etc. • de uso especial - são os bens públicos (edifícios, terrenos) destinados ao serviço público. Exs: prédio da Secretaria da Fazenda. A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a massa falida, ... etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. Pode-se então conceituar pessoa jurídica como sendo " a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações." Em síntese, pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituido na forma da lei São três os requisitos para a existência da pessoa jurídica: organização de pessoas ou bens, liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica reconhecida por norma. CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS Pessoas Jurídicas de Direito Público Representantes do estado, e seus desmembramentos. Municípios, autarquias, etc. Pessoas jurídicas de direito privado As demais entidades, desprovidas de “poder de império” e criadas por particulares. Associações, sociedades civis, e comerciais, fundações particulares. AS PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO DIVIDEM-SE EM: a) Pessoas jurídicas de direito público externo Estados Estrangeiros Os organismos internacionais como a ONU. b)Pessoas jurídicas de direito público interno O próprio poder público (administração direta) em suas manifestações (União, Estados, Municípios, Distrito Federal) Os órgãos descentralizados (administração indireta) criados por lei, com personalidade jurídica própria, para desempenhar funções especiais de serviço público. Autarquias e Fundações de direito público. AS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO DIVIDEM-SE EM: Sociedades Simples: agrupamento de profissionais liberais Sociedades empresariais: grupo de empresa Associações: agrupamento de pessoas sem fins lucrativoa Fundações:agrupamento de bens sem fins lucrativos LIMITAÇÕES DA PESSOA JURÍDICA a) Decorrentes da sua natureza Não tem direito de família e sempre precisa ser representada para exercer suas atividades. b) Decorrentes de determinações legais Não pode propor ação popular, não pode contribuir com fundos para campanha política, e outros direitos criados por lei às pessoas jurídicas. INÍCIO E FIM DA PESSOA JURÍDICA a) As de direito público Origem, histórica, constituição, leis, por convenções e tratados. b) As de direito privado Varia conforme a legislação Requisitos p/ um Negócio Jurídico ser VÁLIDO a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e os relativamente incapazes devem ser assistidos; b) Objeto Lícito e possível - o objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito e possível de ser efetivado; c) Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta previsão, ou não proibida. • É nulo o ATO JURÍDICO ( Quando praticado por pessoa absolutamente incapaz ou quando não revestir a forma prescrita em lei ou quando o objeto for ilícito ou não possível. • Os atos jurídicos a que não se impõe forma especial prescrita em lei, poderão provar-se mediante: confissão, atos processados em juízo, documentos públicos e particulares, testemunhas, presunção, exames, vistorias e arbitramentos. Face ao exposto, não podem ser admitidas como testemunhas: os loucos de todo gênero, os cegos e surdos (quando a ciência do fato, que se quer provar, dependa dos sentidos que lhes faltam), o interessado do objeto do litígio, bem como o ascendente e o descendente, ou o colateral, até 3º grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade. • A nulidade é um vício intrínseco ou interno do ato jurídico. • O Ato jurídico é nulo quando: for preterida a forma que a lei considere essencial para a sua validade; for ilícito ou impossível o seu objeto; for praticado por pessoa absolutamente incapaz. • O ato jurídico é anulável quando: as declarações de vontade emanarem de erro essencial, viciado por erro, dolo, coação ou simulação. • A respeito da nulidade, pode-se afirmar que: opera de pleno direito; pode ser invocada por qualquer interessado e pelo Ministério Público; o negócio não pode ser confirmado nem prevalece pela prescrição. Formas prescritas nos Atos Jurídicos ( Locação, Mútuo, Comodato, Depósito, Fiança (Escrita ou verbal); Testamento (Escrita e exige cinco testemunhas); Pacto Antenupcial e Doação de Imóveis (só podem ser feitos por escritura pública); Procuração (Escrita e exige o reconhecimento de firma p/validade perante 3ºs). • Se houver FORMA PREVISTA EM LEI, a desobediência ANULA o Ato. Os Atos Jurídicos podem ser: • formais ou solares - casamento, testamento, compra/venda de imóveis, etc. • não formais ou consensuais – locação, comodato, etc. Vícios ou Defeitos dos Negócios Jurídicos ( Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou defeitos, que provocando a sua ineficácia tornam NULO o Negócio Jurídico. Vícios de Consentimento: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro, dolo, coação. • Podem ser objeto de ação anulatória; • são prescritíveis após 4 anos; Erro: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorre quando o agente pratica o ato baseando-se em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha, ninguém a induz a erro. Pode ser cometido por conta própria. • Só anula o ato jurídico o erro SUBSTANCIAL ou essencial. Ex.: compra de um quadro de um autor como se fosse de outro. • Não acarreta nulidade de um ato o erro acidental ou secundário. Ex.: comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete.
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