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Guia de Restituição do ICMS na Conta de Luz 2019

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Prévia do material em texto

1 
 
SUMÁRIO 
1 APRESENTAÇÃO .....................................................3 
2 INTRODUÇÃO ...........................................................6 
3 COMO FUNCIONA SUA CONTA DE ENERGIA? .....8 
4 ONDE ESTÁ O ERRO? ........................................... 11 
5 COMO IDENTIFICAR A COBRANÇA INDEVIDA? . 12 
6 POR QUE É ILEGAL? ............................................. 13 
7 DECISÕES FAVORÁVEIS DA JUSTIÇA ................ 16 
8 DE QUANTO SERÁ A RESTITUIÇÃO? .................. 18 
9 DE QUANTO SERÁ A REDUÇÃO DA CONTA DE 
ENERGIA? .................................................................. 19 
10 COMO PROCEDER? ............................................. 20 
11 ONDE A AÇÃO SERÁ AJUIZADA? ...................... 22 
12 JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA .... 23 
13 QUEM PODE PEDIR A RESTITUIÇÃO E A 
DIMINUIÇÃO DA COBRANÇA? ................................. 26 
14 CONTRA QUEM A AÇÃO JUDICIAL SERÁ 
PROPOSTA / DE QUEM EU VOU COBRAR? ........... 27 
15 COMO JUNTAR AS FATURAS DE ENERGIA? ... 28 
16 COMO CALCULAR A RESTITUIÇÃO?................. 29 
17 MONTANDO O SEU PROCESSO ......................... 30 
 
2 
18 QUANTO TEMPO VAI DURAR O PROCESSO? .. 35 
19 CASOS ESPECIAIS ............................................... 37 
20 OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES DO SEU 
PROCESSO ................................................................ 45 
21 MÃOS A OBRA ...................................................... 49 
22 PERGUNTAS FREQUENTES - FAQ ..................... 50 
23 RELAÇÃO DE ANEXOS ........................................ 60 
 
 
 
3 
3 
1 APRESENTAÇÃO 
 
Parabéns!! Você acaba de adquirir um livro 
digital que fará você entender melhor como funciona a 
cobrança indevida do ICMS (Imposto sobre a Circulação 
de Mercadorias e Serviços) nas contas de energia 
elétrica. Com este livro você vai aprender como cobrar 
os seus direitos e exigir a restituição do seu dinheiro. 
Este e-book foi escrito para que todos possam entender 
sua situação, tendo conhecimento ou não da área 
jurídica. 
Colocamos as explicações em cada parágrafo de 
forma direta e rápida. Para obter apenas uma pequena 
parte das informações colocadas neste Guia, você 
precisaria procurar um escritório de advocacia para uma 
consultoria jurídica que pode custar entorno de R$ 
300,00. E seriam feitas apenas pequenas reuniões com 
um advogado para tirar dúvidas como qualquer tipo de 
processo jurídico. Nos processos envolvendo as contas 
de energia elétrica, os advogados explicam parte do que 
está neste Guia e, geralmente, usando termos de difícil 
compreensão. 
Além disso, os advogados não fazem questão 
4 
4 
alguma de dizer, mas é algo muito importante que vamos 
informar, que é como dar início ao seu processo na 
justiça de forma completamente gratuita. 
Sem precisar pagar taxa de consultoria. 
Sem precisar pagar custas processuais. 
Sem precisar pagar honorários advocatícios. 
Com este “Guia Restituição do ICMS na Conta 
de Luz 2019” você garante todas as informações 
necessárias para pedir redução nas suas próximas 
faturas de energia elétrica e ainda pedir a restituição do 
que foi pago a mais nos últimos 5 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
5 
 
FIQUE ATENTO! 
 
Elaboramos um resumo com as perguntas e 
respostas mais frequentes sobre o assunto. Assim, você 
poderá tirar as suas dúvidas de forma rápida e prática. 
Vale a pena conferir! Se após ler este livro você ainda 
tiver alguma dúvida, provavelmente ela estará 
respondida neste resumo nas páginas finais. 
 
 
 
6 
6 
2 INTRODUÇÃO 
 
A cobrança irregular de ICMS nas contas de luz 
iniciou na década de 90 quando as Concessionárias de 
Energia Elétrica do Brasil ainda pertenciam ao Governo. 
O Ministério das Minas e Energia autorizou a cobrança 
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços) sobre o consumo de energia elétrica que 
passou a ser vista como uma mercadoria. O ICMS, 
desde 1995, que deveria ser cobrado somente sobre os 
kWh, inclui também os serviços de entrega da energia 
elétrica. 
Quando as privatizações começaram no governo 
Fernando Henrique Cardoso - a prática ilegal havia se 
consolidado, uma vez que os consumidores não tinham 
ideia de que estavam sendo enganados e, por isso, 
ninguém reclamou. Sendo assim, privada ou estatal, 
qualquer Concessionaria hoje continua emitindo os 
boletos para seus clientes com ICMS ilegal embutido nas 
tarifas. Você acaba pagando uma conta que é obrigação 
das concessionárias e esse dinheiro - que deveria estar 
com você - vai parar nos cofres da União. 
Apesar de errada, a prática ficou consolidada e a 
7 
7 
cobrança ilegal sé é interrompida através de uma ação 
judicial feita pelo consumidor. E nós iremos ajudar você 
a montar este processo sozinho através de um método 
facilitador. 
 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Vale a pena lembrar desde agora que nos 
Anexos 1 e 4 trazemos o modelo de pedido de restituição 
e redução da cobrança de ICMS exigido pela justiça 
(petição inicial). Este documento deve ser completado 
com os seus dados pessoais e anexado a outros 
documentos que serão apresentados num guia para 
preenchimento. 
 
Leia tudo atentamente e perceba como é fácil 
garantir seu direito! 
 
8 
8 
3 COMO FUNCIONA SUA CONTA DE ENERGIA? 
 
Vamos começar entendendo que ICMS é a sigla 
de Imposto sobre Operações relativas a Circulação de 
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. O 
imposto é de competência dos Estados e do Distrito 
Federal e cada um estabelece a sua alíquota para cada 
mercadoria. 
O ICMS está presente no Art. 155 na 
Constituição Federal de 1988e é regulamentado pela Lei 
Complementar 87/1996 (Lei Kandir), sendo alterado 
posteriormente pelas leis 92/97, 99/99 e 102/2000. Seu 
objetivo é apenas fiscal, sendo o principal fator gerador 
a circulação de mercadorias, até mesmo as que iniciam 
no exterior. O ICMS incide também sobre diversos tipos 
de serviços, como telecomunicação, transporte 
intermunicipal e interestadual, importação e prestação de 
serviços, etc. O imposto não incide sobre qualquer 
operação com livros, jornais, operações que destinem ao 
exterior mercadorias, operações relativas a energia 
elétrica e petróleo, operações com ouro, operações de 
arrendamento mercantil, e etc. 
9 
9 
2,72% 3,29%
20,60%
30,37%
43,02%
Esse imposto, entretanto, está presente na sua 
“conta de luz" e na de todos os consumidores do pais. 
Observe abaixo que a tarifa de energia é composta 
basicamente de 05 (cinco) itens: 
 
A TRANSMISSÃO - (TUST - TARIFA DO USO DO 
SISTEMA DE TRANSMISSÃO) 
B ENCARGOS SETORIAIS 
C DISTRIBUIÇÃO - (TUSD - TARIFA DO USO DO 
 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO) 
D IMPOSTOS - (PIS, COFINS, ICMS E COSIP – 
 CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA) 
E ENERGIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
10 
O imposto deveria incidir somente sobre o valor 
de consumo de energia elétrica e não sobre o valor total 
da fatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
11 
4 ONDE ESTÁ O ERRO? 
 
Ao ser calculado o ICMS na fatura de energia 
elétrica, deveria ser cobrado dos consumidores o 
imposto apenas sobre o consumo da energia. Só que ao 
invés disso, o ICMS também é calculado sobre as Redes 
de Transmissão e de Distribuição e Encargos Setoriais. 
O que significa que estamos pagando por algo que é de 
obrigação das Concessionarias, e não nossa. Veja na 
ilustração que segue.TRANSMISSÃO 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
 
CONSUMO 
 
 
 
 
12 
12 
5 COMO IDENTIFICAR A COBRANÇA INDEVIDA? 
 
Independente do modelo da fatura - que muda 
de acordo com cada estado e concessionária - veja no 
quadro onde é discriminada a cobrança de ICMS a 
seguinte descrição: Base de Cálculo do ICMS. 
Geralmente existem 2 itens discriminados nesta base 
que não deveriam constar ali. 
ITEM 01: Transmissão (em algumas tarifas em 
vez de Transmissão aparece a sigla TUST, que significa 
Tarifa do Uso dos Sistemas de Transmissão). 
ITEM 02: Distribuição (em algumas tarifas em 
vez de Distribuição aparece a sigla TUSD, que significa 
Tarifa do Uso dos Sistemas de Distribuição). 
 
 
13 
13 
6 POR QUE É ILEGAL? 
 
Como o próprio nome diz o Imposto é sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), não 
podendo ser aplicado para outros fins. No caso da 
energia, estamos efetivamente consumindo um produto, 
invisível, mas real. Já em relação a Transmissão (TUST) 
e a Distribuição (TUSD) não estamos consumindo nada. 
Seria o mesmo que comprar uma geladeira numa loja e 
ser obrigado a pagar também pelos impostos das 
despesas da transportadora que levou a geladeira da 
fábrica até a loja onde você a adquiriu. Não tem 
cabimento! 
Faça a soma do ICMS aplicado nesses dois itens 
(TUST e TUSD), que acrescidos dos Tributos e Encargos 
que também aparecem discriminados na conta de luz, 
dão o valor exato de quanto foi pago sem necessidade 
nos últimos anos. Para facilitar sua compreensão, 
enviamos planilhas bônus com toda a explicação para 
fazer a conta de maneira simplificada e rápida. 
Rapidamente você terá o resultado na mão. 
O texto abaixo explica a cobrança ilegal com 
mais detalhes: 
14 
14 
Não se pode admitir que as referidas tarifas 
TUSD e TUST sejam incluídas na base de 
cálculo do ICMS, uma vez que estas não se 
identificam com o conceito de mercadorias ou de 
serviços. 
Pelo artigo 743 do código civil, transporte 
pressupõe identidade a coisa confiada ao 
transportador e aquela entregue ao destinatário. 
Como a energia elétrica e lançada em um 
sistema único integrado pelas empresas de 
transmissão e distribuição não existe garantia de 
que a energia recebida pelo consumidor seja 
aquela produzida pelo outro que mantem 
contrato. Podemos mensurar o quanto foi 
produzido e entregue, mas não conseguimos 
identificar qual a produção de cada usina que foi 
entregue ao determinado consumidor. 
Aplicável ao caso, conforme os tribunais e a 
doutrina, a Súmula n° 166 do Superior Tribunal 
de Justiça, que determina• “Súmula n° 166 - Não 
constitui fato gerador do ICMS o simples 
deslocamento de mercadoria de um para outro 
estabelecimento do mesmo contribuinte". 
O fato gerador do imposto e a saída da 
mercadoria, ou seja, no momento em que ela foi 
efetivamente consumida (luz, calor...) pelo 
contribuinte. Entende também que não existe 
circulação jurídica de mercadoria (transferência 
de propriedade). A transferência de mercadoria 
entre estabelecimentos de uma mesma empresa 
não possui incidência de imposto, pois a mera 
saída física do bem sem que ocorra a efetiva 
transferência da titularidade, não configura 
operação de circulação sujeita a incidência do 
ICMS. 
Vale ressaltar que o STJ consolidou, ainda, a 
legitimidade ativa do consumidor final (empresa 
consumidora) para pleitear a restituição do ICMS 
pago indevidamente nessas operações em razão 
da repercussão financeira do imposto que é 
arcado pelo consumidor final. 
15 
15 
Por tais razoes não podem fazer parte da base 
de cálculo do ICMS as cobranças realizadas com 
fito de remunerar os custos e encargos oriundos 
do sistema de distribuição e transmissão de 
energia. Como energia não pode ser estocada 
para ulterior venda ao interessado, o fato gerador 
do imposto ocorre quando ela e consumida, e 
encargos de distribuição e transmissão 
representam meios necessários a prestação 
deste serviço público. 
 
 
 
 
 
16 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 DECISÕES FAVORÁVEIS DA JUSTIÇA 
 
São inúmeras as decisões favoráveis aos 
consumidores, com destaque para a Súmula n° 391 do 
Superior Tribunal de Justiça - STJ: O ICMS incide sobre 
o valor da tarifa de energia elétrica correspondente a 
demanda de potência efetivamente utilizada. 
No mesmo sentido, recente decisão do STJ 
17 
17 
afirma (Processo n. 0320218-94.2015.3.00.0000, Relator 
Ministro Francisco Falcão, Data da publicação: 
20/05/2016, destaque nosso): 
AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE 
LIMINAR. INDEFERIMENTO. ICMS. 
INCIDÊNCIA DA TUST E TUSD. 
DESCABIMENTO. JURISPRUDÊNCIA 
FIRMADA NO STJ. AGRAVO QUE NÃO 
INFIRMA A FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO 
ATACADA. NEGADO PROVIMENTO. 
I - A decisão agravada, ao indeferir o pedido 
suspensivo, fundou-se no fato de não ter ficado 
devidamente comprovada a alegada lesão à 
economia pública estadual, bem como em razão 
de a jurisprudência desta eg. Corte de Justiça 
já ter firmado entendimento de que a Taxa de 
Uso do Sistema de Transmissão de Energia 
Elétrica - TUST e a Taxa de Uso do Sistema de 
Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não 
fazem parte da base de cálculo do ICMS 
(AgRg no REsp n. 1.408.485/SC, relator Ministro 
Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 
12/5/2015, DJe de 19/5/2015; AgRg nos EDcl no 
REsp n. 1.267.162/MG, relator Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 
16/8/2012, DJe de 24/8/2012). 
II - A alegação do agravante de que a 
jurisprudência ainda não está pacificada não vem 
devidamente fundamentada, não tendo ele 
apresentado sequer uma decisão a favor de sua 
tese. 
III - Fundamentação da decisão agravada não 
infirmada. Agravo regimental improvido. 
 
 
18 
18 
8 DE QUANTO SERÁ A RESTITUIÇÃO? 
 
Empresas, fábricas, indústrias e propriedades 
rurais automatizadas com certeza receberão mais, pois 
consomem mais e consequentemente pagam mais pela 
conta de energia. Obviamente que quem paga menos, 
receberá menos. No entanto, nos dias atuais, ninguém 
paga pouco. Os cálculos são feitos baseados nos valores 
pagos pelo usuário nos últimos 60 meses (5 anos), até 
os dias atuais. O reclamante pode receber por todas as 
cobranças de ICMS sobre TUST e TUSD pagas neste 
período. Enviamos juntamente com o guia, totalmente 
grátis, uma planilha fácil de usar para realização desses 
cálculos. 
19 
19 
9 DE QUANTO SERÁ A REDUÇÃO DA CONTA DE 
ENERGIA? 
 
A redução poderá chegar a 35% no valor do 
ICMS cobrado, representando um abatimento expressivo 
no valor da conta. Isso muda de acordo com o gasto 
mensal de energia, da região onde você mora e se o 
consumidor é pessoa física ou jurídica. 
Simulação aproximada (pode sofrer alterações 
de acordo com cada região). 
 
 
 
20 
20 
10 COMO PROCEDER? 
 
Você deverá entrar com uma ação judicial. Nela 
você poderá pedir: 
• Restituição dos valores pagos 
indevidamente nos últimos 5 anos (60 meses), 
antes disso não há mais o direito de cobrar 
judicialmente a restituição do pagamento ilegal. 
• Correção das próximas faturas de energia, 
impedindo a cobrança do ICMS da TUSD e 
TUST. 
 
Desta forma, veja que a ação judicial não visa 
apenas a devolução do que já foi pago, mas também que 
a cobrança do ICMS sobra a TUST e TUSD nas próximas 
contas seja parada. Como é preciso um processo 
judicial, o primeiro passo é organizar toda a 
documentação e em seguida buscar uma das seguintes 
opções para a entrada da ação: 
• Procure o Juizado Especial da Fazenda 
Pública para ações até 60 salários mínimos. Não 
há obrigaçãode advogado para iniciar o 
processo em ações até 20 salários mínimos. 
• Procure a assistência jurídica gratuita de 
21 
21 
uma universidade, geralmente o Núcleo de 
Pratica Jurídica do curso de direito, e verifique se 
atende esse tipo de ação. 
• Procure um advogado particular (que 
poderá ser gratuito, como ensinaremos mais 
adiante). 
 
Para qualquer umas das três opções, se o autor 
da ação não tiver recursos financeiros suficientes para 
pagar as custas e as despesas da ação, poderá pedir à 
justiça gratuita para ficar livre de pagar esses valores. 
Vamos ensiná-lo como fazer isso mais adiante. 
 
 
 
 
22 
22 
11 ONDE A AÇÃO SERÁ AJUIZADA? 
 
A competência para processamento da ação é 
da Justiça Estadual e pode ser ajuizada nos Juizados 
Especiais da Fazenda Pública (Lei n.12.153/2009) para 
ações até 60 salários mínimos. Nesse juizado especial, 
você poderá iniciar o processo com ou sem advogado 
para ações até 20 salários mínimos (em geral, os 
consumidores residenciais de energia e pequenas 
empresas não ultrapassam esse valor). 
Além disso, nos termos do artigo 52, parágrafo 
único do Código de Processo Civil de 2015, a ação 
poderá ser proposta no foro do domicilio do autor (na 
comarca onde reside) ou na capital do respectivo estado. 
 
 
 
23 
23 
12 JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA 
 
Antes de seguirmos, vamos explicar como atua 
o Juizado Especial da Fazenda Pública. Os Juizados 
Especiais da Fazenda Pública são órgãos da justiça 
comum e integrantes do Sistema dos Juizados 
Especiais, presididos por juiz de direito e dotados de 
secretaria e de servidores específicos para conciliação, 
processo, julgamento e execução nas causas de sua 
competência, na forma estabelecida pela Lei n° 
12.153/2009. É de competência dos Juizados Especiais 
da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas 
cíveis, de menor complexidade e até o valor de 60 
(sessenta salários mínimos), de interesse do Distrito 
Federal, suas autarquias, fundações e empresas 
públicas a ele vinculadas, com rapidez, de forma simples, 
sem despesas e sempre buscando um acordo entre as 
pessoas. 
O mais interessante para nós cidadãos é que, 
normalmente, os Juizados Especiais são mais ligeiros no 
julgamento dos processos que a Justiça comum, e não 
cobram as custas processuais do cidadão em primeira 
instância. Na fase de recursos também é possível a 
24 
24 
gratuidade das custas do processo quando solicitada a 
justiça gratuita e, claro, se encaixe nos critérios de 
concessão, conforme mostraremos mais adiante. 
A maioria das pessoas deixa de usar o Juizado 
Especial da Fazenda Pública simplesmente por acreditar 
que seja um local criado para atender apenas pessoas 
pobres. Não há divulgação, nem conhecimento deste 
acesso à justiça no Brasil. 
Pois então, desde agora, saiba que nas causas 
cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) 
salários mínimos, nos limites da Lei N° 12.153/2009, é 
permitido cobrar os seus direitos em um Juizado Especial 
da Fazenda Pública. Seja qual for a sua condição 
financeira e sem necessidade de advogado para ajuizar 
a ação até 20 salários mínimos você pode buscar este 
Juizado. 
 
25 
25 
 
FIQUE ATENTO! 
 
O sistema dos Juizados Especiais da Justiça 
Estadual é formado por: 
• Juizado Especial Cível, popularmente 
conhecido como Juizado das Pequenas Causas; 
• Juizado Especial Criminal; e 
• Juizado Especial da Fazenda Pública, é 
neste juizado que você poderá entrar com a sua 
ação de restituição do ICMS e sem 
obrigatoriedade de advogado. 
 
 
 
 
26 
26 
13 QUEM PODE PEDIR A RESTITUIÇÃO E A 
DIMINUIÇÃO DA COBRANÇA? 
 
O Polo Ativo, ou seja, aquele que vai mover a 
ação judicial cobrando seu direito é quem paga as contas 
de energia. Poderá ser tanto Pessoa Física como Pessoa 
Jurídica, sendo que deve ser observado o seguinte: 
• Pessoa Física e Pessoa Jurídica 
(microempresas e empresas de pequeno porte): 
poderão ajuizar a ação judicial nos Juizados 
Especiais da Fazenda Pública e também nas 
Varas da Fazenda Pública ou nas Varas Cíveis 
Comuns. 
• Pessoa Jurídica (empresas de médio e de 
grande porte): poderão ajuizar a ação judicial nas 
Varas da Fazenda Pública ou nas Varas Cíveis 
Comuns. 
 
É importante reforçar que o autor na ação é 
aquele que paga a conta de energia elétrica e tem o seu 
nome na fatura, pois o contrato e entre ele e a 
concessionária. No entanto, mesmo quem não tem a 
conta em seu nome, poderá pedir a restituição. Os 
detalhes serão passados adiante, em Casos Especiais. 
27 
27 
14 CONTRA QUEM A AÇÃO JUDICIAL SERÁ 
PROPOSTA - DE QUEM EU VOU COBRAR? 
 
O Polo Passivo, ou seja, contra quem será 
movida a ação judicial para cobrar seu direito, será o 
Estado (ou Distrito Federal) a que se refere a fatura de 
energia elétrica. 
Embora o imposto seja cobrado pela 
concessionária de energia, ela é apenas designada para 
arrecadar os valores e repassar ao poder público 
estadual. 
São os Estados que recebem os valores do 
ICMS recebidos pelas concessionárias e cobrados em 
sua fatura. São eles que determina a forma como ele é 
calculado e cobrado nas faturas; assim sendo, é dele que 
você pedirá seu dinheiro de volta. 
 
 
 
28 
28 
15 COMO JUNTAR AS FATURAS DE ENERGIA? 
 
Se você não tem as faturas de energia elétrica 
dos últimos 5 anos, conseguir a segunda via é muito 
simples: 
• veja o número da ''Unidade Consumidora" 
ou “Número da Instalação”, geralmente aparece 
no cabeçalho da fatura de energia; 
• acesse o site da concessionária de energia 
com este número e o número do CPF (se for 
pessoa física) ou CNPJ (se for pessoa jurídica) 
que também está na fatura, e imprima suas 
contas antigas referentes aos últimos 60 meses; 
• se não conseguir pela internet, vá até uma 
unidade física da concessionária para tirar 
dúvidas, elas devem dar as informações 
necessárias para a retirada das contas antigas. 
 
Se houver dificuldade, colocamos também como 
anexo (Anexo 16) um modelo de requerimento para 
solicitação de tais faturas. 
 
 
29 
29 
16 COMO CALCULAR A RESTITUIÇÃO? 
 
Na planilha enviada totalmente grátis junto com 
este e-book, vamos mostrar como calcular sua 
restituição. É bem simples, você só precisa preencher os 
campos da planilha com os valores da sua conta de 
energia para achar o resultado. A planilha já está pronta 
e logo você descobre os valores de restituição. 
 
 
30 
30 
17 MONTANDO O SEU PROCESSO 
 
Se você desejar iniciar seu processo sem um 
advogado e, portanto, economizar dinheiro, vamos 
ensiná-lo a organizar os documentos necessários. 
Lembrando que essa possibilidade é para quando o valor 
do seu pedido de restituição seja inferior a 20 salários 
mínimos (em geral, os consumidores residenciais de 
energia e empresas pequenas não ultrapassam essa 
quantia). Para isso, como mencionado anteriormente, 
procure um Juizado Especial da Fazenda Pública para 
entrar com a sua ação, e siga as orientações das 
próximas páginas. 
Fique atento a lista e reúna toda a documentação 
indicada! A falta de documentos compromete a ação 
judicial. 
A seguir, colocamos a relação de documentos 
necessários para dar início ao processo judicial, 
conforme cada caso/hipótese. 
 
31 
31 
 
DICA DO GUIA! 
 
Caso você não se sinta seguro para redigir a sua 
petição, poderá procurar o Postode Redução a Termo 
dos Juizados Especiais. Neste posto um servidor da 
justiça irá auxiliá-lo, lembre-se, no entanto, que este 
funcionário não prestará assistência judiciária e/ou 
consulta jurídica. 
 
 
 
 
 
HIPÓTESE 1 - Pessoa Física - com todas as faturas 
de energia: 
• Petição inicial: esse documento dá início 
ao processo judicial e deverá ser assinado por 
quem paga a conta de energia elétrica; 
colocamos nos anexos um modelo de petição 
(Anexo 1) e vamos ensinar como preencher 
(Anexo 2) e colocamos ainda um exemplo de 
petição já preenchida (Anexo 3). 
32 
32 
• Faturas de energia elétrica pagas: você 
deverá reunir as 60 últimas faturas de energia 
(ou período menor, caso pague a conta há 
menos tempo) e fazer a correção monetária do 
valor a ser restituído de cada uma e somar tudo 
ao final; você recebeu uma planilha, junto com 
este e-book, para realização desse cálculo de 
forma simples e automatizada. 
• Demonstrativo de cálculo da planilha. 
• Fotocópia dos documentos pessoais (RG e 
CPF). 
• Comprovante de residência. 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de renda: com esse documento 
você poderá pedir à justiça gratuita, mas precisa 
se enquadrar nos critérios (modelo de 
declaração do Anexo 14). Como comprovantes, 
você poderá apresentar, por exemplo, os 3 
últimos contracheques/holerite (para quem está 
empregado) ou cópia da Carteira de Trabalho e 
Previdência Social - CTPS (para quem está 
desempregado); se for aposentado ou 
pensionista, os comprovantes respectivos de 
recebimento do benefício. 
 
 
33 
33 
HIPÓTESE 2 - Pessoa Jurídica - com todas as faturas 
de energia: 
• Petição inicial: esse documento dá início 
ao processo judicial e deverá ser assinado pelo 
representante da empresa titular da conta de 
energia, colocamos anexo o modelo de petição 
(Anexo 4) e vamos ensinar como preencher 
(Anexo 5) e colocamos ainda um exemplo de 
petição já preenchida (Anexo 6). 
• Faturas de energia pagas: você deverá 
reunir as 60 últimas faturas de energia (ou 
período menor, caso pague a conta há menos 
tempo) e fazer a correção monetária do valor a 
ser restituído de cada uma e somar tudo ao final; 
você recebeu uma planilha, junto com este e-
book, para realização desse cálculo de forma 
simples e automatizada. 
• Demonstrativo de cálculo da planilha. 
• Contrato Social ou Inscrição MEI da sua 
empresa com a última alteração. 
• Fotocópia dos documentos pessoais (RG e 
CPF) do representante legal da sua empresa. 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de condição econômica: sua 
empresa poderá pedir à justiça gratuita por meio 
do seu representante (o mesmo que a 
34 
34 
representa no processo), caso se enquadre nos 
critérios (Anexo 15). Nessa hipótese, para 
comprovação da hipossuficiência econômica, 
deverá ser apresentado, por exemplo, anotações 
junto a Serasa e/ou SPC, balanço que aponte 
prejuízo, utilização de cheque especial, tomada 
de empréstimos, extratos bancários que 
demonstrem saldo negativo, etc. 
 
• 
35 
35 
18 QUANTO TEMPO VAI DURAR O PROCESSO? 
 
Os Juizados Especiais geralmente são rápidos 
se comparados com a justiça comum, bem mais 
demorada. 
É impossível precisar quanto tempo vai demorar 
até o final da ação, mas na petição inicial que enviamos 
de modelo há o pedido da tutela antecipada. Isso quer 
dizer que se aceita essa tutela, em poucos meses sua 
fatura de energia já poderá vir mais barata, sem a 
cobrança do ICMS, enquanto o processo continua 
correndo. 
Além da maior rapidez dos juizados especiais, 
cabe dizer que essa ação judicial é relativamente nova, 
pois não faz muito tempo que os erros foram 
descobertos. De maneira geral, a decisão dos Tribunais, 
felizmente, tem sido favorável aos consumidores e 
mantidas pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ. Um 
grande motivo para encorajar todos os consumidores. 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
(TJSP), assim como os Tribunais dos demais estados e 
o STJ, vem julgando, regra geral, que a cobrança de 
ICMS na TUSD e na TUST é indevida. Desse modo, o 
36 
36 
consumidor pode entrar com uma ação judicial para que 
seja revisado o tributo apurado mês a mês, possibilitando 
assim uma economia na conta de luz dentro de poucos 
meses da entrada da ação, já que é muito comum a 
concessão de tutela antecipada (liminar) para que o valor 
das próximas contas já venha com o cálculo correto do 
ICMS. 
 
 
FIQUE ATENTO! 
 
A justiça permite a restituição dos últimos 5 anos 
(60 meses), do que foi pago, antes disso não pode ser 
solicitado. Dessa forma, seus direitos são assegurados a 
partir de 2014, o que rende grandes benefícios. Portanto, 
não deixe de cobrar! 
 
 
37 
37 
19 CASOS ESPECIAIS 
 
CASO 1 - Titular da conta já falecido / restituição para 
herdeiros do titular falecido 
É muito comum um titular de uma conta de 
energia vir a falecer e as faturas de energia elétrica 
continuarem em seu nome. Se for este o caso, é possível 
aos herdeiros receberem o que foi cobrado ilegalmente 
no passado, desde que realizado o inventário. 
Antes disso, dá para pedir a redução da tarifa 
cobrada nas contas futuras. O primeiro passo é transferir 
para o nome de uma terceira pessoa a titularidade da 
fatura de energia. Para fazer essa mudança o processo 
é bem simples, basta se dirigir até a concessionária de 
energia elétrica do seu estado munido dos documentos 
pessoais e da última conta de energia do imóvel 
(verifique na concessionária a relação completa de 
documentos). 
Feita a transferência, já é possível pedir a 
redução da tarifa a ser cobrada nas contas futuras. A 
ação judicial deve ser proposta pelo novo titular da conta. 
A documentação necessária para iniciar o 
processo será: 
38 
38 
• Petição inicial. 
• Fatura de energia paga em nome do novo 
titular. 
• Fotocópia dos documentos pessoais 
(RG/CPF). 
• Comprovante de residência. 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de renda, caso queira ser 
beneficiário da justiça gratuita. 
 
 
 
39 
39 
CASO 2 - Restituição para quem não é titular da fatura - 
casa alugada - casa comprada - etc. 
É bem comum as pessoas pagarem as contas de 
energia por muitos anos e nunca se preocuparam em 
fazer a transferência da titularidade. O primeiro passo é 
fazer a troca do titular imediatamente. Depois disso, peça 
para o dono do imóvel da casa alugada (ou antigo dono 
da casa comprada) preencher e assinar uma declaração 
com reconhecimento de firma em cartório. O modelo 
dessa declaração também foi enviado gratuitamente com 
o e-book (Declaração do Anexo 7, 8 ou 9, conforme seu 
caso). Este documento prova quem era o verdadeiro 
ocupante do imóvel e, por isso, o pagador das contas de 
luz, permitindo-lhe cobrar a restituição. 
Para iniciar seu processo, providencie os 
seguintes documentos: 
 
PESSOA FÍSICA: 
• Petição inicial; 
• Declaração do Anexo 7 ou 9, conforme o 
caso, com reconhecimento de firma das 
assinaturas; 
• Fatura de energia paga em nome do novo 
40 
40 
titular; 
• Faturas de energia pagas em nome do 
titular anterior; 
• Fotocópia dos documentos pessoais 
(RG/CPF).; 
• Fotocópia do contrato de aluguel ou 
compra e venda; 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de renda, caso queira ser 
beneficiário da justiça gratuita. 
 
PESSOA JURÍDICA: 
• Petição inicial; 
• Declaração do Anexo 8 ou 9, conforme o 
caso, com reconhecimentode firma das 
assinaturas; 
• Fatura de energia paga em nome do novo 
titular; 
• Faturas de energia pagas em nome do 
titular anterior; 
• Contrato Social ou Inscrição MEI com 
última alteração; 
• Fotocópia dos documentos pessoais (RG e 
CPF) do representante legal da empresa; 
• Fotocópia do contrato de aluguel ou 
compra e venda; 
41 
41 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de incapacidade econômica da 
empresa, caso queira ser beneficiário da justiça 
gratuita. 
 
CASO 3 - Como ajuizar sua ação sem ter todas as 
faturas de energia 
Mesmo quando as faturas de energia antigas são 
solicitadas formalmente, há situações em que a 
concessionária simplesmente não as fornece. Nesse 
caso, é possível ajuizar a ação judicial sem ter acesso a 
todas elas. A diferença está no conhecimento prévio do 
valor que será devido. Sem ter em mãos todas as contas 
já pagas, você terá apenas uma estimativa do valor, com 
base na análise feita nas mais recentes. 
Se a empresa de energia se negar a fornecer 
todas as faturas, anexe à petição a 2a via do seu 
requerimento de solicitação (aquela do Anexo 16) com 
protocolo comprovando o seu pedido e anexe também as 
contas de energia mais recentes que tiver. Use uma das 
2 petições enviadas para o caso de não possuir todas as 
faturas (Anexo 10 - se Pessoa Física ou Anexo 12 - se 
Pessoa Jurídica) e siga as instruções colocadas abaixo. 
42 
42 
Nessa hipótese de não possuir todas as faturas, na 
petição é pedido o cálculo da restituição na liquidação de 
sentença. 
 
PESSOA FÍSICA - sem ter todas as faturas de 
energia 
• Petição inicial: esse documento dá início 
ao processo judicial e deverá ser assinado por 
quem paga a conta de energia (modelo de 
petição do Anexo 10 com orientações de 
preenchimento no Anexo 11). 
• Faturas de energia pagas: anexe as 
contas de energia mais recentes que tiver. 
• Requerimento de 2ª via de conta de 
energia: anexe à petição o seu requerimento de 
solicitação (Anexo 16) com protocolo 
comprovando o seu pedido junto a 
concessionária. 
• Fotocópia dos documentos pessoais (RG e 
CPF). 
• Comprovante de residência. 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de renda: nesse documento você 
poderá pedir a justiça gratuita, caso se enquadre 
nos critérios (modelo de declaração do Anexo 
43 
43 
14). Como comprovantes você poderá 
apresentar, por exemplo, os 3 últimos contra- 
cheques/holerite (para quem está empregado) 
ou cópia da Carteira de Trabalho e Previdência 
Social - CTPS (para quem está desempregado); 
se for aposentado ou pensionista, os 
comprovantes respectivos de recebimento do 
benefício. 
 
PESSOA JURÍDICA - sem ter todas as faturas 
de energia 
• Petição inicial: esse documento dá início 
ao processo judicial e deverá ser assinado pelo 
representante da empresa titular da conta de 
energia (modelo de petição do Anexo 12 com 
orientações de preenchimento no Anexo 13). 
• Faturas de energia pagas: anexe as 
contas de energia mais recentes que tiver. 
• Requerimento de 2ª via de conta de 
energia: anexe à petição o seu requerimento de 
solicitação (Anexo 16) com protocolo 
comprovando o seu pedido junto a 
concessionária. 
• Contrato Social ou Inscrição MEI com 
última alteração. 
• Fotocópia dos documentos pessoais (RG e 
44 
44 
CPF) do representante legal da empresa. 
• Declaração de hipossuficiência e 
comprovantes de condição econômica: a 
empresa poderá pedir à justiça gratuita por meio 
do seu representante (o mesmo que a 
representa no processo), caso se enquadre nos 
critérios (modelo de declaração do Anexo 15). 
Nessa hipótese, para comprovação da 
hipossuficiência econômica, deverá ser 
apresentado, por exemplo, anotações junto a 
Serasa e/ou SPC, balanço que aponte prejuízo, 
utilização de cheque especial, tomada de 
empréstimos, extratos bancários que 
demonstrem saldo negativo, etc. 
 
 
45 
45 
20 OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES DO SEU 
PROCESSO 
 
Núcleo de Prática Jurídica das Universidades 
 
Se caso você preferir fazer o processo com um 
advogado, ensinamos também como conseguir isso de 
graça. É comum as Universidades criarem núcleos de 
prática jurídica para treinamento dos acadêmicos de 
direito. Esses núcleos atendem a população de suas 
cidades gratuitamente e estão sob a supervisão de 
professores que são também advogados. Geralmente, 
há flexibilidade e o atendimento é disponibilizado para 
uma faixa de renda mais ampla (não apenas para 
pessoas pobres). 
Ao assumir qualquer processo, os núcleos 
podem solicitar a justiça gratuita que, como o nome já 
diz, é um benefício dado pela justiça as pessoas que não 
podem pagar pelas custas processuais. Sendo assim, 
em mais este caso, o seu processo sai totalmente de 
graça. 
Verifique nesses núcleos a possibilidade de 
ajuizar sua ação. Não é preciso ter receio da falta de 
46 
46 
experiência dos estudantes, pois além de serem 
orientados por professores, os tribunais de justiça de 
todo o país, de maneira geral, têm dado causa favorável 
aos contribuintes que pedem a restituição do ICMS pago 
a mais nas contas de energia. 
 
Justiça Gratuita 
 
No título anterior, você já aprendeu como 
conseguir assessoria gratuita de um advogado - Núcleo 
de Prática Jurídica de uma universidade com curso de 
direito. Agora vamos ensinar também como evitar os 
pagamentos das custas processuais. 
Ao iniciar seu processo no Juizado Especial da 
Fazenda Pública, não há cobrança de custas 
processuais em primeira instancia, apenas na fase de 
recursos. No entanto, é possível ficar livre também 
dessas custas nas instâncias superiores ao se requerer 
a justiça gratuita. 
O benefício da justiça gratuita está previsto na 
Lei n. 1.060/1950, conhecida como Lei da Assistência 
Judiciária, e no novo Código de Processo Civil (CPC). 
Pelo texto da lei, podem pedir a gratuidade de 
47 
47 
justiça, mesmo com a contratação de um advogado 
particular, a pessoa física ou jurídica, brasileira ou 
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as 
custas, as despesas processuais e os honorários 
advocatícios. (Art. 98 do CPC). 
O processo é simples, o pedido é feito na própria 
petição inicial e acompanhada de declaração de 
hipossuficiência (modelo do Anexo 14), na qual a pessoa 
deve informar que não possui condições de arcar com as 
custas e honorários, sem prejuízo próprio e de sua 
família. 
Não só a pessoa física, mas também a jurídica 
poderá pedir, desde que realmente não tenha recursos 
financeiros suficientes para arcar com as custas e as 
despesas relacionadas aos processos judiciais, sem que 
prejudique, para tanto, a sua própria atividade (modelo 
do Anexo 15). De maneira geral, empresas pequenas, 
com incapacidade econômica ou crise financeira podem 
requerer o benefício. 
Assim, é importante anexar à petição 
comprovantes que demonstrem a falta de capital. Para 
as pessoas físicas poderá ser: algum comprovante de 
renda como cópia dos 3 últimos contracheques/holerite, 
48 
48 
carteira de trabalho, comprovante de recebimento de 
benefício de aposentadoria ou pensão, etc. Para a 
pessoa jurídica: anotações junto a Serasa e/ou SPC, 
balanço que aponte prejuízo, utilização de cheque 
especial, tomada de empréstimos, extratos bancários 
que demonstrem saldo negativo, etc. 
Faça o pedido sem simulação e de acordo com 
a verdade, o juiz pode negar o pedido, caso haja 
elementos nos autos que comprovem a falta de verdade 
na solicitação de gratuidadee o autor do pedido não 
consiga produzir provas que comprovem a sua situação 
financeira, além de possibilidade de multa, caso seja 
constatada má-fé do beneficiário da justiça gratuita. 
Simples assim! É incrível como muita gente 
ainda não sabe disso tudo, mas é típico do brasileiro 
desconhecer os seus direitos. Felizmente não é mais o 
seu caso. Com certeza, além das contas de energia, 
você aprendeu como ajuizar outras ações e reclamar 
seus direitos de maneira gratuita. 
 
49 
49 
21 MÃOS A OBRA 
 
A informação mais empolgante deste livro é que 
a justiça tem dado ganho favorável a maioria dos 
consumidores de energia elétrica. Prova de que 
continuam cobrando injustamente de você. Sendo assim, 
não perca mais tempo e reúna os documentos exigidos 
no seu caso e mãos à obra. 
Mais uma vez, parabéns pela sua iniciativa em 
adquirir nosso material! 
 
 
 
50 
 
22 PERGUNTAS FREQUENTES - FAQ 
 
1) COMO PEDIR RESTITUIÇÃO E DIMINUIÇÃO DA 
TARIFA? 
Os dois pedidos são feitos juntos, preenchendo 
uma única petição, cujo modelo foi enviado para o seu 
e-mail. Por mais que você tenha pagado apenas dois 
meses de conta de energia sob a nova titularidade, o 
mesmo processo que pede a diminuição do valor da sua 
tarifa, é o que dará seguimento com o processo de 
reembolso, seja pouco ou muito dinheiro a ser restituído. 
 
2) HÁ NECESSIDADE DE AÇÃO NA JUSTIÇA? 
Sim. Torna-se obrigatória a ação judicial para 
quem quer reaver os valores pagos ilegalmente, visto 
que o Estado não devolverá seu dinheiro se não for 
acionado. O mesmo vale para a não cobrança do ICMS 
nas tarifas futuras. 
 
3) AS DECISÕES DA JUSTIÇA SÃO FAVORÁVEIS? 
De maneira geral, as decisões são favoráveis 
aos consumidores nesta ação. Apenas para exemplificar 
segue uma recente decisão do STJ. 
51 
 
AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE 
LIMINAR. INDEFERIMENTO. ICMS. 
INCIDÊNCIA DA TUST E TUSD. 
DESCABIMENTO. JURISPRUDÊNCIA 
FIRMADA NO STJ. AGRAVO QUE NÃO 
INFIRMA A FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO 
ATACADA. NEGADO PROVIMENTO. 
I - A decisão agravada, ao indeferir o pedido 
suspensivo, fundou-se no fato de não ter ficado 
devidamente comprovada a alegada lesão à 
economia pública estadual, bem como em razão 
de a jurisprudência desta eg. Corte de Justiça já 
ter firmado entendimento de que a Taxa de Uso 
do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica 
- TUST e a Taxa de Uso do Sistema de 
Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não 
fazem parte da base de cálculo do ICMS (AgRg 
no REsp n. 1.408.485/SC, relator Ministro 
Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 
12/5/2015, DJe de 19/5/2015; AgRg nos EDcl no 
REsp n. 1.267.162/MG, relator Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 
16/8/2012, DJe de 24/8/2012). 
II - A alegação do agravante de que a 
jurisprudência ainda não está pacificada não 
vem devidamente fundamentada, não tendo ele 
apresentado sequer uma decisão a favor de sua 
tese. 
III - Fundamentação da decisão agravada não 
infirmada. 
Agravo regimental improvido. 
(STJ, Processo n 0320218-94.2015.3.00.0000, 
Relator Ministro Francisco Falcão, Data da 
publicação: 20/05/2016) 
 
 
 
52 
 
4) ONDE ESTÁ O ERRO? 
O erro está no cálculo do ICMS, que deveria ser 
cobrado dos consumidores apenas sobre os gastos com 
a energia, ou seja, a base de cálculo do ICMS deveria 
ser apenas sobre a energia consumida. Só que ao invés 
disso, é calculado também o ICMS sobre as Redes de 
Transmissão (TUST) e de Distribuição (TUSD) e 
Encargos Setoriais. 
 
5) POR QUE É ILEGAL? 
Como o próprio nome diz o Imposto é sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sendo 
assim, não deve ser aplicado para outros fins. 
 
6) DE QUANTO SERÁ A RESTITUIÇÃO? 
Empresas, indústrias e propriedades rurais 
automatizadas com certeza receberão mais, por 
pagarem mais pela conta de energia. Obviamente que 
quem paga menos, receberá menos. Todavia, 
atualmente, ninguém paga pouco. Os cálculos são feitos 
com base nos valores cobrados nos últimos 60 meses (5 
anos), atualizados até os dias atuais. 
53 
 
7) DE QUANTO SERÁ A REDUÇÃO DA CONTA DE 
ENERGIA? 
A redução no valor do ICMS cobrado poderá 
chegar a 35%, representando uma boa diminuição no 
valor da conta. 
 
8) PROCESSO CONTRA A EMPRESA DE ENERGIA 
OU CONTRA O ESTADO? 
Contra o Estado, pois é ele quem arrecada estes 
impostos, logo, é o Estado quem fica indevidamente com 
o seu dinheiro. 
 
9) A RESTITUIÇÃO E A REDUÇÃO DAS TARIFAS 
PODEM SER PEDIDAS EM TODOS OS ESTADOS 
BRASILEIROS? 
Sim, para todos os estados e o Distrito Federal - 
SEM exceção. 
 
10) NOS ÚLTIMOS ANOS MOREI EM ESTADOS 
DIFERENTES. COMO FAZER? 
Para garantir o reembolso deve ser aberto um 
processo para cada um dos estados em que você morou 
54 
 
nos últimos 5 anos. Já para garantir a redução da tarifa 
das próximas contas de luz o caminho é bem mais curto, 
basta ter a fatura de energia em seu nome para iniciar o 
processo judicial. Caso isto ainda não tenha sido feito, 
siga as instruções do seu Guia sobre como trocar a 
titularidade. O desconto nas próximas contas vai te 
acompanhar por toda a vida, por isso aconselhamos que 
você entre com esse processo na justiça sem demora. 
 
11) COMO ENCONTRO PIS/PASEP E CONFINS NA 
MESMA CONTA? 
Você nunca vai encontrar os 3 tributos juntos. Na 
sua conta vai aparecer PIS e COFINS, ou PASEP e 
COFINS. Os valores apontados em cada fatura são 
referentes a apenas 2 destes tributos, nunca os 3 juntos. 
Esta dúvida geralmente aparece na hora de preencher 
as planilhas. 
 
12) QUAL A PRECISÃO DAS PLANILHAS? 
Os resultados são bem aproximados. Há 
diferença entre as alíquotas cobradas por cada estado, 
porém, os valores preenchidos nas planilhas - enviadas 
55 
 
gratuitamente por este Guia - chegam a resultados muito 
próximos do que o consumidor de energia tem direito ao 
reembolso e a redução das tarifas futuras. 
 
13) ONDE EU POSSO INICIAR MEU PROCESSO SEM 
A NECESSIDADE DE ADVOGADO? 
No Juizado Especial da Fazenda Pública 
 
14) POSSO PROCURAR QUALQUER JUIZADO 
ESPECIAL? 
Não. O sistema dos Juizados Especiais dos 
Estados e do Distrito Federal é formado: 
• Juizado Especial Cível, popularmente 
conhecido como Juizado das Pequenas Causas; 
• Juizado Especial Criminal; e 
• Juizado Especial da Fazenda Pública, e 
nesse juizado que você poderá ajuizar sua ação 
de restituição do ICMS. 
 
15) ONDE ENCONTRAR O JUIZADO ESPECIAL DA 
FAZENDA PÚBLICA? 
Ele faz parte da justiça estadual, portanto, 
procure no fórum da justiça estadual da sua cidade. 
56 
 
16) QUE SETOR PROCURAR NO JUIZADO 
ESPECIAL? 
A Ação deve ser impetrada no Juizado Especial 
da Fazenda Pública, para valores até 60 salários 
mínimos, podendo ser sem advogado para ações até 20 
salários mínimos. Caso você não se sinta seguro para 
redigir a sua petição, procure o “Posto de Redução a 
Termo" destes Juizados, que um servidor da Justiça irá 
lhe auxiliar. 
 
17) HÁ LIMITE DE VALOR PARA ENTRAR COM UMA 
AÇÃO NO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA 
PÚBLICA? 
Sim, o limite é de até 60 salários mínimos. 
Valores maiores deverão ser cobrados nas Varas da 
Fazenda Pública ou nas Varas Cíveis Comuns (quando 
não houver Vara da Fazenda Pública). 
 
 
57 
 
18) QUANTO TEMPO DEMORA O PROCESSO 
JUDICIAL NO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA 
PÚBLICA? 
Em caso de deferimento da tutela antecipada, a 
diminuição das tarifas ocorre em poucos meses. O 
reembolso leva um pouco mais de tempo, variando de 
acordo com cada estado. Os juizados especiais, regrageral, são mais rápidos quando comparados com a 
justiça tradicional. 
 
19) TUSD/TUST OU TRANSMISSÃO/DISTRIBUIÇÃO? 
TUSD é a sigla para Distribuição e TUST para 
Transmissão. Portanto, de acordo com cada estado, vai 
aparecer uma ou outra expressão na sua conta de 
energia indicando tais tarifas. Ou TUSD/TUST, ou 
Distribuição/Transmissão. 
 
20) QUEM PODE PEDIR A RESTITUIÇÃO E 
DIMINUIÇÃO DA COBRANÇA? 
Pessoa física ou jurídica que paga a conta de 
energia pode pleitear a restituição do ICMS pago 
indevidamente sobre TUST e TUSD. 
58 
 
21) QUEM PODE ENTRAR COM AÇÃO NO JUIZADO 
ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA? 
Pessoa Física e Pessoa Jurídica (somente 
microempresas e empresas de pequeno porte). 
 
22) E AS EMPRESAS DE MÉDIO E DE GRANDE 
PORTE. ONDE PROCURAR? 
Poderão ajuizar a ação judicial, com advogado, 
nas Varas da Fazenda Pública ou nas Varas Cíveis 
Comuns (quando não houver Vara da Fazenda Pública), 
portanto, não poderão buscar os Juizados Especiais da 
Fazenda Pública. 
 
23) E SE O ANTIGO TITULAR DA CONTA MORREU? 
Em caso de falecimento do titular da conta, os 
herdeiros poderão pleitear a restituição, desde que 
realizado o inventário. 
 
24) QUAL A IDADE PERMITIDA PARA ENTRAR COM 
O PROCESSO? 
Mínimo de 18 anos, sem limite máximo de idade. 
 
59 
 
25) QUAL O VALOR DE CADA AÇÃO? 
Não há valor mínimo ou máximo estabelecido. 
Todos podem cobrar seus direitos. No entanto, para 
entrar com a ação no Juizado Especial da Fazenda 
Pública, o valor máximo e de 60 salários mínimos. 
 
26) O DIREITO PODE PRESCREVER? 
As faturas pagas há mais de 5 anos não podem 
ser cobradas. 
 
27) POSSO PEDIR MAIS DE 5 ANOS DE 
RESTITUIÇÃO? 
A lei só permite restituição dos últimos 5 anos, 
ainda que você tenha sido enganado há muito mais 
tempo. Portanto, mesmo que sua titularidade tenha mais 
de 20 anos, por exemplo, não há nada o que fazer como 
os anos anteriores. 
60 
 
23 RELAÇÃO DE ANEXOS 
 
A seguir colocamos vários documentos para 
montar o seu processo. Você vai utilizar somente 
aqueles necessários para o seu caso, conforme 
explicado no guia. Segue a relação dos anexos para 
iniciar seu processo de acordo com o seu caso. 
 
ANEXO 1 - PETIÇÃO INICIAL PARA PESSOA FÍSICA, COM 
TODAS AS FATURAS DE ENERGIA ................................. 62 
ANEXO 2 - GUIA DE PREENCHIMENTO DA PETIÇÃO 
INICIAL ............................................................................... 79 
ANEXO 3 - EXEMPLO DE PETIÇÃO INICIAL PARA 
PESSOA FÍSICA JÁ PREENCHIDA ................................... 84 
ANEXO 4 - PETIÇÃO INICIAL PARA PESSOA JURÍDICA, 
COM TODAS AS FATURAS DE ENERGIA ...................... 101 
ANEXO 5 - GUIA DE PREENCHIMENTO DA PETIÇÃO 
INICIAL (DO ANEXO 4) .................................................... 118 
ANEXO 6 - EXEMPLO DE PETIÇÃO INICIAL PARA 
PESSOA JURÍDICA (DO ANEXO 4), JÁ PREENCHIDA. . 123 
ANEXO 7 - DECLARAÇÃO DE IMÓVEL ALUGADO PARA 
PESSOA FÍSICA .............................................................. 140 
ANEXO 8 - DECLARAÇÃO DE IMÓVEL ALUGADO PARA 
PESSOA JURÍDICA ......................................................... 142 
61 
 
ANEXO 9 - DECLARAÇÃO DE IMÓVEL COMPRADO .... 144 
ANEXO 10 - PETIÇÃO INICIAL PARA PESSOA FÍSICA, 
SEM TER TODAS AS FATURAS ..................................... 146 
ANEXO 11 - GUIA DE PREENCHIMENTO DA PETIÇÃO 
INICIAL (DO ANEXO 10) .................................................. 164 
ANEXO 12 - PETIÇÃO INICIAL PARA PESSOA JURÍDICA, 
SEM TER TODAS AS FATURAS ..................................... 170 
ANEXO 13 - GUIA DE PREENCHIMENTO DA PETIÇÃO 
INICIAL (DO ANEXO 12) .................................................. 188 
ANEXO 14- DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA - 
PESSOA FÍSICA .............................................................. 194 
ANEXO 15 - DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA – 
PESSOA JURÍDICA ......................................................... 196 
ANEXO 16 - REQUERIMENTO DA 2ª VIA DA CONTA DE 
ENERGIA ......................................................................... 198 
ANEXO 17 - CHECKLIST E RESUMO DE APOIO ........... 200 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 1 - PETIÇÃO INICIAL PARA PESSOA 
FÍSICA, COM TODAS AS FATURAS DE ENERGIA 
 
Esse documento dá início ao processo judicial. 
Neste modelo é pedido tanto a restituição do valor pago 
indevidamente quanto a redução da cobrança nas 
próximas contas. 
 
63 
63 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(ÍZA) DE DIREITO DO 
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ... 
(INFORMAÇÃO 1), ESTADO DO ... (INFORMAÇÃO 2). 
 
(Informação 3), (Informação 4), (Informação 5), (Informação 6), 
portador do RG de n° (Informação 7), e inscrito no CPF sob o n° (Informação 8), 
residente e domiciliado a (Informação 9), vem, mui respeitosamente, a presença 
de Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA 
TUTELA E REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
em face do Estado de ... (Informação 10), pessoa jurídica de 
direito público interno, inscrita no CNPJ ... (Informação 11), com sede na ... 
(Informação 12), na pessoa do seu representante legal, pelos motivos de fato e 
de direito a seguir expostos: 
I. DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA 
A parte Autora pede que lhe seja deferido os benefícios da Justiça 
Gratuita assegurados pela Lei n. 1060/50 e art. 98 e s. do CPC/2015, porquanto 
não possui condições de arcar com as despesas processuais, para tanto 
apresenta declaração de hipossuficiência e comprovantes de renda, que 
acompanham esta inicial. (Retirar este subtítulo I e todo o parágrafo caso você 
não pega a justiça gratuita) 
II. DOS FATOS 
A parte Autora arca mensalmente com o pagamento das faturas 
64 
64 
de energia elétrica, relativa à sua residência, atuando, portanto, como contribuinte 
de fato do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre tal 
fornecimento, realizado pela empresa ... (Informação 13), conforme faturas 
anexadas, cuja unidade consumidora está sob o número (Informação 14). 
Entretanto, recentemente a parte Autora observou que o Réu está 
exigindo, através da Concessionária de Energia, ICMS sobre base de cálculo 
superior àquela devida. Isto porque o tributo não está sendo cobrado tão somente 
sobre o valor da energia elétrica efetivamente consumida, mas também sobre a 
Tarifas de Uso do Sistema Elétrico de Transmissão (TUST) e Tarifa de Uso do 
Sistema Elétrico de Distribuição (TUSD). 
No Estado de ... (Informação 15), a base de cálculo para 
incidência do ICMS, que e de ... (Informação 16), e realizada somando-se os 
valores da TUST, da TUSD e dos encargos setoriais, os quais também não 
representam consumo efetivo de energia. 
Logo, busca a parte Autora a tutela jurisdicional para ver 
declarada a inexistência de relação jurídico-tributária que a obrigue a recolher o 
ICMS sobre quaisquer taxas de transmissão, distribuição e demais encargos 
setoriais, restringindo a respectiva base de cálculo aos valores pagos a título de 
efetivo fornecimento e consumo de energia elétrica, consoante jurisprudência 
pacífica do Superior Tribunal de Justiça, com a consequente repetição do indébito 
do ICMS indevidamente recolhido nos últimos cinco anos (Informação 17). 
III. DA IMPOSSIBILIDADE DE COMPOSIÇÃO E 
DESNECESSIDADE DE AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA 
Diante das especificidades da causa e, não editada lei atributiva 
de poderes de conciliação aos Procuradores das Fazendas Estadual e Municipal, 
de tal arte que será inexistente qualquer tentativa de conciliação em audiência, 
como permissivo do artigo 334, § 4°, inciso II, do Diploma Processualísticovigente, e que se pugna pela não auto composição de audiência. 
65 
65 
IV. DO DIREITO 
Na hipótese, a controvérsia estabelecida na demanda refere-se à 
ilegalidade da incidência do tributo ICMS sobre as tarifas TUST e TUSD cobradas 
na tarifa de energia elétrica. 
Para melhor elucidar a questão, é importante esclarecer que o 
transporte da energia (da geradora a unidade consumidora) é dividido em dois 
segmentos: transmissão (TUST) e distribuição (TUSD). A transmissão entrega 
a energia a distribuidora e esta, por sua vez, distribui a energia ao usuário final. 
Desta forma, a Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de 
Distribuição (TUSD) e a Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão 
(TUST) foram regulamentadas pelo § 6° do artigo 15 da Lei n° 9.074/1995, in 
verbis. 
§ 6° - É assegurado aos fornecedores e respectivos consumidores livre acesso 
aos sistemas de distribuição e transmissão de concessionária e permissionário 
de serviço público, mediante ressarcimento do custo de transporte envolvido, 
calculado com base em critérios fixados pelo poder concedente. 
A TUSD, especificamente, é utilizada para repor o faturamento de 
encargos de uso dos sistemas de distribuição de consumidores livres, conforme 
disposto no Decreto 4.667/2003. De outro norte, a TUST refere-se aos custos 
inerentes ao uso do sistema de transmissão, notadamente o serviço de transporte 
de grandes quantias de energia elétrica por longas distâncias, o qual, no Brasil, é 
feito utilizando-se de redes de linhas de transmissão e subestações. 
Em outras palavras, a TUSD e a TUST são faturadas 
separadamente do fornecimento de energia e visam remunerar os serviços de 
distribuição e transmissão, atividades autônomas e distintas daquela alcançada 
pela exação, constituindo meio necessário a prestação do aludido serviço. 
A energia elétrica, para fins jurídico-tributários, sempre foi 
considerada como mercadoria, sujeita, portanto, a incidência do ICMS. Acerca do 
tema, o Ministro Humberto Gomes de Barros afirmou que a energia elétrica "é 
66 
66 
produzida para ser alienada (operação de mercancia), sem impeço para ser 
identificada como mercadoria, conceituação privada, admitida pela lei tributária” 
(STJ, Resp 38344/PR - 1a turma, DJ de 31/10/1994). 
Ao definir as hipóteses de incidência do ICMS, a Lei 
Complementar n. 87/1996 cuidou de abranger, conforme o previsto no artigo 155, 
inciso II, da CF/88, tão somente as operações relativas a circulação de 
mercadorias, conforme se observa do texto do seu art. 2°: 
Art. 2° O imposto incide sobre: 
I - operações relativas a circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer 
meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer 
natureza; 
IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos 
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei 
complementar aplicável expressamente o sujeitar a incidência do 
imposto estadual. 
Na hipótese, todavia, considerando a natureza e características 
únicas da energia elétrica, é certo que ela somente poderá ser individualizada, ou 
seja, somente poderá ser quantificada, a partir do momento em que for utilizada 
pelo consumidor final. 
Logo, o fato gerador do imposto só pode ocorrer pela entrega e 
efetivo consumo da energia elétrica ao consumidor, conforme disposição do art. 
12, inciso I, da Lei Complementar n. 87/1996: 
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que 
para outro estabelecimento do mesmo titular; 
Portanto, a cobrança do ICMS nas faturas de energia elétrica com 
a inclusão dos encargos TUST e TUSD na sua base de cálculo atenta 
frontalmente contra o disposto no art. 97, inciso IV, do Código Tributário Nacional, 
in verbis. 
67 
67 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
[...] 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado 
o disposto nos artigos 21,26, 39, 57 e 65; 
Muito embora a energia elétrica seja equiparada a mercadoria 
para fins de incidência de ICMS, as operações com esse produto detêm 
peculiaridades as quais acabam por repercutir na forma em que se configura a 
aludida exação. Isso porque, ao contrário das operações convencionais 
mercantis, a trajetória da energia elétrica, desde sua produção até o respectivo 
consumo pelo usuário, passa por três fases, que, por serem distintas, não 
necessariamente implicam a circulação da aludida "mercadoria". 
Sobre a matéria, o tributarista Horário Villen Neto, em estudo 
aprofundado, publicado na Revista de Estudos Tributários, traz pertinentes 
esclarecimentos: 
Qualquer integrante do sistema elétrico brasileiro, mediante o 
pagamento dos encargos de conexão e uso da rede, pode se utilizar das 
linhas de transmissão e distribuição, ou seja, os concessionários de 
transmissão e distribuição estão obrigados pela legislação a permitir a 
utilização das linhas de transmissão e distribuição necessárias para a 
propagação do campo elétrico gerado na fase de geração de energia 
elétrica. 
Os consumidores que almejam se utilizar da energia elétrica necessitam 
das linhas de transmissão e distribuição para que o campo elétrico 
produza efeitos nos elétrons livres existentes na fiação de sua 
residência. Caso contrário, o consumidor possuirá somente os elétrons 
livres, mas não a corrente elétrica. 
[...] 
O concessionário de transmissão e distribuição não assume perante os 
demais agentes do setor elétrico responsabilidade pelo transporte de 
algo, a vista de que apenas disponibiliza suas linhas para a propagação 
do campo elétrico, beneficiando os demais agentes. Apenas se 
responsabiliza por criar condições para o campo elétrico se propagar por 
suas linhas gerando efeitos nos centros consumidores (A Incidência do 
ICMS na Atividade Praticada pelas Concessionarias de Transmissão e 
Distribuição de Energia Elétrica. Revista de Estudos Tributários. Porto 
Alegre, v. 32, n. 3, p. 34-41, jul./ago. 2003). 
Percebe-se, pois, que, enquanto a fase de geração traduz-se na 
etapa de produção da energia elétrica propriamente dita, as fases de 
transmissão e distribuição nada mais são senão os meios necessários para 
que o campo elétrico anteriormente criado pelas usinas produtoras (ou outro 
meio de alternativa de criação de energia elétrica) se propaguem até a fiação 
dos usuários, consumidores finais do produto. 
68 
68 
Essa distinção, apesar de parecer, à primeira vista, simples, 
ganhou especial importância quando da reestruturação do sistema elétrico 
brasileiro nos anos 90. A respeito dessa nova sistemática, discorrem com 
percuciência Luciana F. Saliba e João Dácio Rolin: 
A reestruturação institucional e regulamentar do setor elétrico brasileiro, 
iniciada em 1995, visa a introdução de competição nos segmentos de 
geração e de comercialização de energia elétrica, através da inserção 
de novos agentes e da garantia do livre acesso aos serviços de rede. 
[...] 
Para possibilitar a compra de energia pelos consumidores livres junto as 
concessionárias de sua escolha, e, com isso, implementar o efetivo 
ambiente de competição nos segmentos de geração e de 
comercialização, garante-se a todos os agentes o pleno acesso aos 
sistemas de rede (distribuiçãoe transmissão). A disponibilização dos 
sistemas de rede, portanto, e instrumento básico a efetiva introdução da 
competição na geração e na comercialização de energia, viabilizando o 
exercício da opção dos consumidores livres e induzindo o incremento da 
oferta ao mercado pelos produtores independentes e autoprodutores de 
energia. 
Adicionalmente ao contrato de compra e venda de energia, os 
consumidores livres devem celebrar Contratos de Uso do Sistema de 
Transmissão (CUST) e de Distribuição (CUSD) e contratos de conexão, 
garantindo-se, assim, o pleno acesso a esses sistemas. 
O objetivo da disponibilização do uso dos sistemas de rede (distribuição 
e transmissão), distintamente do processo de formação do preço de 
energia no mercado livre, impõe que sua remuneração seja neutra do 
ponto de vista comercial e segregada do preço da energia 
comercializada no mercado livre, uma vez que seu intuito e justamente 
viabilizar a competição nos segmentos possíveis de serem competitivos 
(comercialização livre e geração). Encoraja-se, dessa forma, o uso 
eficiente das redes, sinalizando investimentos e permitindo 
oportunidades igualitárias. Por essa razão, a disponibilização dos 
sistemas de rede (distribuição e transmissão) e regulada pela Aneel e é 
remunerada através de tarifa (Não-Incidência do ICMS sobre as Tarifas 
de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) e de Transmissão (TUST) 
de Energia Elétrica. Revista Dialética de Direito Tributário. v. 122, p. 
50-51, nov. 2005, sem grifo no original). 
Como os contratos foram segregados, os custos, por certo, 
também o foram, de maneira que hoje todas as contraprestações referentes ao 
acesso pelos usuários livres aos sistemas de transmissão e distribuição foram 
excluídas do preço pago pela aquisição de energia elétrica, fazendo nascer as 
Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) e de Transmissão (TUST). 
E, novamente do escolio de Luciana F. Saliba e João Dácio Roli, 
extrai-se pertinente excerto: 
 
69 
69 
A TUSD e a TUST remuneram a disponibilização do uso do sistema de 
distribuição e da transmissão e tem como objetivo viabilizar a aquisição 
de energia elétrica junto a concessionária de escolha dos consumidores 
livres. O fornecimento de energia propriamente dito não e remunerado 
pela TUSD e TUST, e sim por preço (consumidores livres) ou tarifa de 
fornecimento (consumidores cativos) 
[...] 
A TUSD e a TUST são faturadas separadamente do fornecimento da 
energia (art. 9° da Lei 9.648/1998 e Resolução Aneel 666/2002), mesmo 
nos casos em que a energia e adquirida da própria concessionária a cuja 
rede o consumidor está conectado (...) 
O CUSD e o CUST (Contratos de Uso de Sistemas de Distribuição e de 
Transmissão) visam a assegurar que o montante de uso dos sistemas 
de distribuição e de transmissão seja compatível com o consumo de 
energia elétrica pretendido pelo consumidor. Em outras palavras, o 
CUSD e o CUST regulam o 'quanto' da rede de distribuição e de 
transmissão (do sistema) deverá ser disponibilizado ao consumidor para 
viabilizar a aquisição de energia elétrica junto ao fornecedor de sua 
escolha (que poderá ser a própria concessionária a cuja rede o 
consumidor está conectado). 
Em analogia com o fornecimento de agua, o 'montante de uso' equivale 
a bitola da tubulação necessária para viabilizar o consumo de água 
pretendido pelo consumidor. A tubulação, apesar de necessária a 
viabilização do fornecimento, e autônoma ao efetivo consumo de agua. 
No CUSD e no CUST, a tubulação equivale ao sistema de rede, como 
se o consumidor contratasse a disponibilização do uso de determinada 
tubulação, cuja bitola seria estabelecida pelo volume de água a ser 
consumido. 
Na energia elétrica, a tubulação equivale aos sistemas de distribuição 
(tensão inferior a 230 KV) e de transmissão (tensão igual ou superior a 
230 KV). A TUSD e a TUST, que no fornecimento de água seria fixada 
com base na largura e na extensão da tubulação, são fixadas em função 
da potência ('bitola da tubulação') de que o sistema elétrico da 
distribuidora ou da transmissora deve dispor para atender as instalações 
elétricas da unidade consumidora (a potência e estabelecida em KW). 
Somente o preço pactuado no contrato de compra e venda corresponde 
ao efetivo consumo de energia no mês (medida em Kwh). 
[...] 
Como o CUSD e CUST regulam a disponibilização do uso das redes de 
distribuição e de transmissão, que é atividade autônoma ao fornecimento 
de energia, mesmo que o montante de uso do sistema seja inferior ao 
contratado, o consumidor, por determinação contratual, deve proceder 
ao pagamento do seu valor integral. (Op. Cit., p. 50-55). 
A luz dos apontamentos acima alinhados, pode concluir, sem 
sombras de dúvidas que as atividades de disponibilização do uso das redes de 
transmissão e distribuição, remuneradas pela TUST e TUSD, não se subsomem 
a hipótese de incidência do ICMS por não implicarem circulação de energia 
elétrica. Esses serviços tão e simplesmente permitem que a energia elétrica esteja 
ao alcance do usuário. 
São, portanto, quando muito, atividades-meio, que viabilizam o 
fornecimento da energia elétrica (atividade-fim) pelas geradoras aos 
70 
70 
consumidores finais, motivo pelo qual não há como se vislumbrar a possibilidade 
de estarem abrangidas pelo campo de incidência da referida exação. 
Afinal, nesses contratos "não ocorre transferência de 
mercadorias, nem mesmo caracteriza-se compra e venda de produtos, mas tão 
somente a concessão dos equipamentos de distribuição de energia elétrica" 
(TJMG, AC n.1.0024.05.784015-9/003, Desa. Vanessa Verdolim Hudson 
Andrade). 
Nesse sentido, ainda do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, 
acrescentem-se os seguintes precedentes: 
ICMS - BASE DE CÁLCULO - TARIFA DO SISTEMA DE USO E 
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - ENCARGOS DE CONEXÃO 
- DESCABIMENTO. 
A base de cálculo do ICMS e formada pelo valor da operação 
relativa a circulação da mercadoria ou pelo preço do respectivo 
serviço prestado, hipótese na qual não se enquadra a tarifa de uso 
do sistema de distribuição nem os encargos de conexão. A tarifa 
pelo uso do sistema de distribuição não é paga pelo consumo de 
energia elétrica, mas pela disponibilização das redes de 
transmissão de energia. Assim, com os encargos de conexão, não 
se pode admitir que a referida tarifa seja incluída na base de cálculo 
do ICMS, uma vez que estes não presumem a circulação de 
mercadorias ou de serviços. A base de cálculo do ICMS deve se 
restringir a energia consumida, não abrangendo as tarifas de uso pelo 
sistema de transmissão e de distribuição de energia elétrica. Na 
execução do CUSD não ocorre a circulação de energia elétrica possível 
de ensejar a incidência de ICMS. (AC n. 1.0024.05.800475-5/001, Des. 
Darcio Lopardi Mendes, sem grifo no original). 
 
TRIBUTÁRIO - APELAÇÃO CÍVEL - ENERGIA ELÉTRICA - 
UTILIZAÇÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO E DE DISTRIBUIÇÃO - 
INCIDÊNCIA DE ICMS SOBRE O VALOR REFERENTE A TARIFA DE 
USO DOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO (TUSD) - DESCABIMENTO 
- INEXISTÊNCIA DE OPERAÇÃO MERCANTIL - APELO PROVIDO. 
Inexistindo o fato imponível para a tributação, não há que se falar em 
incidência de ICMS sobre a tarifação do uso das linhas de transmissão 
e distribuição de energia elétrica, que apenas pode incidir na hipótese 
de entrega do produto (fato gerador) ou sobre a circulação, no caso, da 
energia que tenha entrado no estabelecimento (AC n. 
1.0024.05.811267-3/002, Des. Barros Levenhagem, sem grifo no 
original). 
Acerca do tema, ambas as Turmas de Direito Público do Superior 
Tribunal de Justiça, que decidem sobre a matéria tributária e compõem a Primeira 
Seção da Corte Superior, manifestaram-se, de forma pacífica, pela ilegalidade da 
incidência do ICMS sobre o TUSD e a TUST, veja-se: 
71 
71 
AGRAVO REGIMENTAL.SUSPENSÃO DE LIMINAR. 
INDEFERIMENTO. ICMS. INCIDÊNCIA DA TUST E TUSD. 
DESCABIMENTO. JURISPRUDÊNCIA FIRMADA NO STJ. AGRAVO 
QUE NÃO INFIRMA A FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO ATACADA. 
NEGADO PROVIMENTO. 
I - A decisão agravada, ao indeferir o pedido suspensivo, fundou-se no 
fato de não ter ficado devidamente comprovada a alegada lesão à 
economia pública estadual, bem como em razão de a jurisprudência 
desta eg. Corte de Justiça já ter firmado entendimento de que a 
Taxa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica - TUST 
e a Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica - 
TUSD não fazem parte da base de cálculo do ICMS (AgRg no REsp 
n. 1.408.485/SC, relator Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, 
julgado em 12/5/2015, DJe de 19/5/2015; AgRg nos EDcl no REsp n. 
1.267.162/MG, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, 
julgado em 16/8/2012, DJe de 24/8/2012). 
II - A alegação do agravante de que a jurisprudência ainda não está 
pacificada não vem devidamente fundamentada, não tendo ele 
apresentado sequer uma decisão a favor de sua tese. 
III - Fundamentação da decisão agravada não infirmada. 
Agravo regimental improvido. 
(AgRg na SLS 2.103/PI, Rel. Ministro Francisco Falcão, Corte Especial, 
julgado em 04/05/2016, DJe 20/05/2016, sem grifo no original) 
 
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. 
LEGITIMIDADE ATIVA DO CONTRIBUINTE DE FATO. UTILIZAÇÃO 
DE LINHA DE TRANSMISSÃO E DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA 
ELÉTRICA. ICMS SOBRE TARIFA DE USO DOS SISTEMA DE 
DISTRIBUIÇÃO (TUSD). IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
OPERAÇÃO MERCANTIL. 
1. O ICMS sobre energia elétrica tem como fato gerador a circulação da 
mercadoria, e não do serviço de transporte de transmissão e distribuição 
de energia elétrica, incidindo, in casu, a Súmula 166/STJ. Dentre os 
precedentes mais recentes: AgRg nos EDcl no REsp 1267162/MG, 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 24/08/2012. 
2. A Primeira Seção/STJ, ao apreciar o REsp 1.299.303/SC, Rel. Min. 
Cesar Asfor Rocha, DJe de 14.8.2012, na sistemática prevista no art. 
543-C do CPC, pacificou entendimento no sentido de que o usuário do 
serviço de energia elétrica (consumidor em operação interna), na 
condição de contribuinte de fato, e parte legitima para discutir a 
incidência do ICMS sobre a demanda contratada de energia elétrica ou 
para pleitear a repetição do tributo mencionado, não sendo aplicável a 
hipótese a orientação firmada no julgamento do REsp 903.394/AL (1a 
Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26.4.2010 - recurso submetido a 
sistemática prevista no art. 543-C do CPC). 
3. No ponto, não há falar em ofensa a clausula de reserva de plenário 
(art. 97 da Constituição Federal), tampouco em infringência da Súmula 
Vinculante n° 10, considerando que o STJ, o apreciar o REsp 
1.299.303/SC, interpretou a legislação ordinária (art. 4° da Lei 
Complementar n° 87/96). 
4. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 1278024/MG, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, 
Primeira Turma, julgado em 07/02/2013, DJe 14/02/2013, sem grifo no 
original) 
 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. OMISSÃO INEXISTENTE. 
LEGITIMIDADE ATIVA. ICMS SOBRE "TUSD" E "TUST". NÃO 
INCIDÊNCIA. SÚMULA 83/STJ. 
1. Não há a alegada violação do art. 535 do CPC, ante a efetiva 
abordagem das questões suscitadas no processo, quais seja, 
72 
72 
ilegitimidade passiva e ativa ad causam, bem como a matéria de mérito 
atinente a incidência de ICMS. 
2. Entendimento contrário ao interesse da parte e omissão no julgado 
são conceitos que não se confundem. 
3. O STJ reconhece ao consumidor, contribuinte de fato, legitimidade 
para propor ação fundada na inexigibilidade de tributo que entenda 
indevido. 
4. "(...) o STJ possui entendimento no sentido de que a Taxa de Uso do 
Sistema de Transmissão de Energia Elétrica - TUST e a Taxa de Uso do 
Sistema de Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não fazem parte da 
base de cálculo do ICMS" (AgRg nos EDcl no REsp 1.267.162/MG, Rel. 
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16/08/2012, 
DJe 24/08/2012.). 
Agravo regimental improvido. 
(AgRg no AREsp 845.353/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda 
Turma, julgado em 05/04/2016, DJe 13/04/2016, sem grifo no original) 
Esse entendimento jurisprudencial esta sedimentado no âmbito 
do STJ, tanto que os Ministros têm decidido monocraticamente as demandas que 
versam sobre o tema, conforme se observa da recentíssima decisão também 
proferida pelo Ministro Francisco Falcão, em 20 de março de 2017, no REsp n. 
1.649.502 cujo teor segue: 
[...] por outro lado, está consolidado no Superior Tribunal de Justiça o 
entendimento no sentido de que as tarifas de TUST - Taxa de Uso do 
Sistema de Transmissão de Energia Elétrica e TUSD - Taxa de Uso do 
Sistema de Distribuição de Energia Elétrica, não integram a base de 
cálculo do ICMS, senão vejamos: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OFENSA AO ART. 535 
DO CPC NÃO CONFIGURADA. OMISSÃO. ICMS. 
INCIDÊNCIA DA TUST E DA TUSD. DESCABIMENTO. 1. A 
solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, 
não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 2. O STJ possui 
jurisprudência no sentido de que a Taxa de Uso do Sistema 
de Transmissão de Energia Elétrica - TUST e a Taxa de Uso 
do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica - TUSD não 
fazem parte da base de cálculo do ICMS 3. Agravo Interno não 
provido (AgInt no REsp 1607266/MT, Rel. Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 10/11/2016, DJe de 
30/11/2016). 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. OMISSÃO 
INEXISTENTE. LEGITIMIDADE ATIVA. ICMS SOBRE 
"TUSD" E "TUST". NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 83/STJ. (...) 
4. "(...) o STJ possui entendimento no sentido de que a Taxa 
de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica - TUST 
e a Taxa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia 
Elétrica - TUSD não fazem parte da base de cálculo do ICMS" 
(AgRg nos EDcl no REsp 1.267.162/MG, Rel. Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16/08/2012, DJe 
24/08/2012.). Agravo regimental improvido (AgRg no AREsp 
845.353/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, 
julgado em 05/4/2016, DJe de 13/4/2016). 
Ante o exposto, com fundamento no art. 255, § 4°, II, do RI/STJ, nego 
provimento ao recurso especial. 
Publique-se. Intimem-se. 
73 
73 
Desta forma, estando claro que os valores pagos a título de TUST 
e TUSD tem natureza meramente tarifaria, por conta do uso das redes de 
transmissão e distribuição, e certo que o ICMS só pode ser calculado sobre a 
energia elétrica quando esta circular juridicamente na condição de mercadoria. 
Importante ressaltar também que, nas hipóteses de exigência de 
ICMS sobre a demanda reservada de energia elétrica, a 1a Seção do Superior 
Tribunal de Justiça consolidou, através da sistemática dos Recursos Repetitivos, 
que “a só formalização desse tipo de contrato de compra ou fornecimento futuro 
de energia elétrica não caracteriza circulação de mercadoria”, de forma que o 
ICMS só deve “incidir sobre o valor da energia elétrica efetivamente consumida, 
isto e, a que for entregue ao consumidor, a que tenha saído da linha de 
transmissão e entrado no estabelecimento da empresa”, conforme se observa da 
ementa a seguir: 
TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. DEMANDA DE POTÊNCIA. 
NÃO INCIDÊNCIA SOBRE TARIFA CALCULADA COM BASE EM 
DEMANDA CONTRATADA E NÃO UTILIZADA. INCIDÊNCIA SOBRE 
TARIFA CALCULADA COM BASE NA DEMANDA DE POTÊNCIA 
ELÉTRICA EFETIVAMENTE UTILIZADA. 
1. A jurisprudência assentada pelo STJ, a partir do julgamento do REsp 
222.810/MG (1a Turma, Min. Jose Delgado, DJ de 15.05.2000), e no 
sentido de que "o ICMS não e imposto incidente sobre tráfico jurídico, 
não sendo cobrado, por não haver incidência, pelo fato de celebração de 
contratos", razão pela qual, no que se refere a contratação de demanda 
de potência elétrica, "a só formalização

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