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UNIP - Letras PortuguêsInglês Semântica e Pragmática (Unidade III)

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7 Introdução à PragmátIca 
Nesta unidade, trataremos da língua do ponto de vista da pragmática, observando a origem 
desses estudos e as contribuições em termos de análise da expressão verbal humana e das estratégias 
extralinguísticas. 
O autor Stephen Levinson (2007) faz em seu livro, Pragmática, uma apresentação bastante satisfatória 
do campo de estudo da pragmática linguística que sintetizaremos aqui, a fim de dar um panorama sobre 
esta área. Centralizaremos as contribuições de Levinson que esclarecem a origem da pragmática, sua 
definição e seus aspectos teóricos.
7.1 Pragmática: a origem 
Sobre a origem do termo, Levinson explicita que a palavra pragmática tem a raiz grega pragma, que 
significa ação. Conforme o autor, o estudo da pragmática se desenvolveu no século XX. Morris (1938) foi 
o precursor, com o estudo da semiótica; logo em seguida tivemos o filósofo Carnap (1956, 1959) com o 
estudo da lógica e, na semântica formal, Montague (1968). Conforme Levinson (2007, pp. 2-4), devemos 
acrescentar que a pragmática se consolida nos estudos linguísticos com os estudos de Austin (1962), 
Grice (1975, 1978) e Searle (1969, 1979).4 
Em linhas gerais, diversas e distintas acepções do termo pragmática brotaram da divisão original 
da semiótica feita por Charles Morris: o estudo de largo escopo de fenômenos psicológicos e 
sociológicos envolvidos no sistema de signos em geral ou na língua em particular (o uso europeu 
‘continental’ do termo); ou o estudo de certos conceitos abstratos que fazem referência aos 
agentes (uma das definições de Carnap); ou o estudo dos termos indiciais ou dêiticos (conceito 
de Montague); ou, finalmente, a recente acepção da linguística e da filosofia anglo-americanas 
(LEVINSON, op. cit., p. 6). 
Levinson (2007) ocupa-se mais pontualmente da última acepção do termo, e é para uma explicação 
de seu emprego que agora nos voltaremos. Em outras palavras, todos os parâmetros pragmáticos 
referem-se aos usuários da língua apenas no caso de que tais parâmetros devam ser conhecidos ou 
tidos como verdadeiros pelos participantes, a fim de se tornarem relevantes.
4AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon Press, 1962.
GRICE, H. P. Logic and conversation. In Cole & Morgan, 1975.
______. Further notes on logic and conversation implicature. In Cole, 1978, p. 113-128.
SEARLE, J. R. Speech acts. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
SEARLE, J. R. Expression and Meaning. Cambridge: Cambridge University Press, 1979. 
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Semântica e Pragmática 
7.2 definindo a pragmática: alguns aspectos
A pragmática linguística tem como objeto a ação materializada pela linguagem: o que a interação 
linguística produz em termos de “ação” no mundo? A pragmática é o estudo do uso linguístico, da 
interação entre o código linguístico, a linguagem e a sociedade. 
Sobre a distinção entre pragmática e semântica formal5: temos que a semântica é o estudo do 
significado da língua e seus códigos, retirados (separados) do contexto ou da situação empírica de uso; 
a semântica formal está vinculada ao estudo do valor de verdade das sentenças (proposições lógicas), 
enquanto a pragmática está associada ao estudo do significado da linguagem, inserido em contextos de 
uso específicos, considerando as suas condições de produção. 
Para melhor visualizarmos essa distinção, consideremos um exemplo tão comum nos livros e aulas 
de pragmática: “A porta está aberta”. Semanticamente não temos dúvida sobre a informação veiculada 
por essa sentença a respeito do estado do objeto “porta”. Por outro lado, se essa mesma sentença 
for enunciada em diferentes situações de uso, ela ganhará diferentes sentidos. Vejamos algumas 
possibilidades de diferentes significados: 
1º Antes de tudo, temos que considerar o significado mais referencial relativo ao estado de coisa do 
objeto porta na condição de aberta sendo usado literalmente: uma pessoa vai verificar o estado da porta 
e constata, dizendo: “A porta está aberta”. O significado dessa proposição é meramente a constatação de 
que a porta está aberta e não fechada ou encostada ou entreaberta...
2º Um casal está discutindo acaloradamente e, em dado momento, o marido ameaça a mulher de 
deixá-la, indo embora para sempre, ao que a esposa responde não menos ameaçadora: “A porta está 
aberta!”.6 Tal proposição pode ser uma forma de desdém (“pode ir”) em relação à presença do outro ou 
uma ameaça do tipo “se for na precisa voltar mais” ou uma provocação (“não quero mais você aqui”). 
3º Em um dia de excessivo frio e vento, num ambiente de trabalho em meio a uma reunião de 
vendedores, o gerente adverte: “A porta está aberta”. Tal proposição é uma ordem para que algum 
funcionário feche a porta.
4º Mediante à insatisfação dos funcionários de uma fábrica, o gerente mostra as condições de trabalho, 
salário e os benefícios possíveis naquele momento de crise e ameaça os funcionários que não estiverem 
satisfeitos com o que a empresa oferece, dizendo: “Aos insatisfeitos, a porta está aberta”. Tal proposição é 
claramente ameaçadora no sentido de que quem não estiver de acordo com as regras será demitido.
5Especificamos a semântica formal, pois há atualmente outras vertentes como a semântica enunciativo-
argumentativa, a semântica do acontecimento, a semântica cognitiva, que não compartilham dos mesmos princípios da 
semântica formal, tradicional sobre a linguagem e sobre o sentido.
6Este exemplo tão usado nas aulas de pragmática, bem como nos artigos, livros e discussões dessa área, foi aplicado 
por Searle e tantos outros autores que se debruçaram a respeito do assunto. Assim como esse exemplo, alguns outros são 
igualmente bastante explorados e eventualmente aparecerão aqui: “Eu vos declaro marido e mulher”, “Declaro aberta a 
sessão”, “Pedro parou de fumar” etc.
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5º Um pai comovido e saudoso que recebe o filho pródigo de volta em sua casa dizendo: “A porta 
está aberta”. Tal proposição claramente demonstra o perdão do pai em relação ao filho e se faz um 
convite para que este filho pródigo volte ao seio da família.
 observação
Observe ainda outros exemplos em que o significado semântico pode 
ser outro em contexto de uso (pragmáticos):
Ironia: “Você está feliz, hein?”. 
Mudança de perspectiva - passivas, ergativas: “O prato foi quebrado/
O prato quebrou.” 
Sinonímia: a diferença entre medo e pavor – “Tenho medo de cachorro”/
“Tenho pavor de cachorro.”
Contradição: “Sua advogada é muito competente”. “Ela é e não é”.
Prosódia: “A-hã, a-hã” “Hum.”
Sentenças clivadas: “Não foi a proposta que foi reprovada.”
 
Assim sendo, há um significado do código e um significado do contexto de uso. Existem 
variadas relações de implícitos, pressuposições, inferências nas enunciações que são componentes 
previsíveis do significado e que estão sujeitos à revisão e acréscimo. Vejamos aqui uma breve 
mostra de algumas dessas relações e em que área elas são analisadas, já que dificilmente uma 
teoria semântica coerente pode capturar todos estes divergentes aspectos do significado 
(LEVINSON, 2007, pp. 16-17):
 
a) Condições de verdade ou acarretamento. Se a proposição p é verdadeira, a proposição q 
também é verdadeira: P = José derramou o leite acarreta; Q = O leite derramou. A investigação 
dos acarretamentos estabelece-se no campo de estudo da semântica. 
b) Implicaturas convencionais. Os dêiticos – dêixis social (senhor, ô cara, mas rapaz); dêiticos do 
discurso (nossa! então, mas,bem, oh!); alguns dêiticos de tempo (bom dia!, tarde, noite). Já que as 
inferências feitas pelo interlocutor sobre esses dêiticos são convencionalizadas, eles não mudam 
com o contexto, e o estudo dos mesmos dá-se no campo da semântica.
c) Pressuposições: Pedro parou de bater na mulher ou Pedro não parou de bater na mulher pressupõe 
que Pedro batia antes. Como para inferirmos que Pedro batia antes, temos que tomar isso como 
verdade, por exemplo, termos algum tipo de conhecimento anterior à sentença, o estudo das 
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Semântica e Pragmática 
pressuposições estabelece-se no domínio de estudo da pragmática7. Mesmo assim, não se deve 
desconsiderar que deve existir algum tipo de elemento semântico desencadeador da inferência. 
No exemplo posto, seria a expressão lexical parou de. 
d) Condições de felicidade ou adequação ao contexto. A sentença “Eu vos declaro marido e 
mulher!” deve ser proferida ou enunciada por um representante da lei ou um padre para que 
seja um enunciado com sucesso. O estudo das condições de felicidade dos enunciados em seu 
contexto de uso está no domínio da pragmática. 
e) Implicaturas conversacionais: 
A: _Você vai à aula? 
B: _ Estou com uma enxaqueca! 
A resposta dada por B não é a adequada e esperada por A. A tem de inferir algum outro tipo de 
significado do que B respondeu: certamente, B está querendo dizer que não vai à aula, pois está muito 
doente. A investigação dessas implicaturas decorrentes das conversações está no âmbito da pragmática, 
pois dependem exclusivamente do contexto de uso para serem compreendidas e analisadas. 
f) Inferências baseadas na estrutura conversacional. A está relatando a B um problema familiar 
e, ao longo de sua narrativa, B responde de vez em quando: “Sei, entendi.” Esse tipo de enunciado 
tende a significar que B esteja atento ao que A está falando e que B possa prosseguir com seu 
turno de conversação. Nesse caso, o estudo de tomadas de turno, entre outros aspectos das 
conversações8, está no domínio da pragmática. 
 Stephen Levinson (op. cit.) destaca assim que o sentido do termo pragmática merece uma 
tentativa de definição. Porém, não é fácil construir tal definição sem tropeçar em incoerências, restrições, 
insuficiências, e o autor tenta mostrar em seu trabalho certo número de possibilidades, que esboçam 
um leque de possíveis domínios para o campo da pragmática. Vejamos algumas dessas principais 
definições:
“1. A pragmática é o estudo dos princípios que explicam por que certo grupo de sentenças 
corresponde a elocuções anômalas ou não possíveis.”9
Esse grupo de “alocuções anômalas” poderia incluir:
7Considere-se ainda que a semântica argumentativa de Oswald Ducrot dedicou-se inauguralmente ao estudo 
desse tipo de fenômeno linguístico (pressuposição), deslocando o estudo da unidade proposicional/sentencial para o 
acontecimento enunciativo, considerando ainda as enunciações anteriores que se articulam à possibilidade de enunciação 
desse tipo de enunciado: Pedro parou de bater na mulher.
8Entretanto, considere-se ainda que estes aspectos da conversação a partir da década de 1980 tornaram-se 
categorias teóricas e de análise sistemáticas da área análise da conversação. No Brasil, o autor exponencial nesse assunto 
é Luiz Antônio Marcuschi.
9LEVINSON, op. cit., pp. 7-8.
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( 1 ) ?? Venha ali, por favor!
( 2 ) ?? Aristóteles era grego, mas eu não acredito nisso.
( 3 ) ?? Os filhos de Chico são rebeldes e ele não tem filhos.
( 4 ) ?? Os filhos de Chico são rebeldes e ele tem filhos.
( 5 ) ?? Ordeno-lhe que obedeça a esta ordem.
( 6 ) ?? Eu estou cantando perto daqui. 
( 7 ) ?? Como todos sabem, a terra, por favor, gira em torno do sol. 
Para o autor, a explicação para as anomalias mostradas nessas sentenças poderia ser dada pelo fato 
de que não há nenhum contexto ou, pelo menos, nenhum contexto habitual nos quais elas possam ser 
adequadamente usadas. Mesmo que um argumento dessa classe seja uma boa maneira de ilustrar o tipo 
de princípios de que se vale a pragmática, não serviria isso como uma definição explícita da área, pela 
simples razão de que o conjunto de anomalias pragmáticas (em oposição às semânticas, sintáticas ou 
sociolinguísticas) é pressuposição ao invés de constatação. 
Outro problema é que geralmente é possível imaginar contextos em que as supostas anomalias 
possam ser, afinal de contas, empregadas - você pode experimentar algumas possibilidades com os 
exemplos acima!
Essa linha de argumento baseia-se na distinção entre o uso ‘comum’ e o uso metalinguístico. De 
acordo com essa distinção, sentenças como (1) a (7) podem ser mencionadas, mas não podem ser 
facilmente usadas.
“2. A pragmática é o estudo da linguagem numa perspectiva funcional.”10
Essa perspectiva tenta explanar facetas da estrutura linguística em referência a pressões e causas 
extralinguísticas. Mas tal definição ou escopo deixaria de distinguir a pragmática linguística de diversas 
outras disciplinas interessadas num enfoque funcional da linguagem, incluindo a psicolinguística e a 
sociolinguística. Além disso, poder-se-ia admitir que adotar uma definição desse tipo é confundir os 
motivos para o estudo da pragmática com os objetivos ou o modelo geral de uma teoria.
“3. A pragmática deveria preocupar-se apenas com princípios de usos linguísticos, sem nada 
a ver com a descrição da estrutura da língua.”11
Segundo Levinson, em tal definição evoca-se a dicotomia estabelecida por Noam Chomsky, com 
a distinção entre competência e desempenho: a competência estuda a habilidade inata do homem 
10LEVINSON, op. cit., pp. 7-8.
11LEVINSON, op. cit., p. 9.
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para a linguagem e o desempenho estuda o uso contextualizado dessa linguagem. Fica estabelecido 
que o estudo da língua diz respeito ao campo da competência e o estudo da linguagem diz respeito 
ao campo do desempenho. Por consequência, nessa perspectiva, temos que a pragmática estuda o 
desempenho e a linguagem.
A pragmática deveria ocupar-se essencialmente do esclarecimento de sentenças ambíguas pelos 
contextos em que elas foram proferidas. De fato, é certo que os contextos fazem muito mais do que 
meramente selecionar possíveis leituras semânticas de sentenças, por exemplo, a ironia, a dissimulação 
e coisas que são tipos de uso que realmente criam novas interpretações contextuais. Também se poderia 
afirmar que a gramática (no sentido lato) trata da indicação não contextual do significado das formas 
linguísticas, enquanto a pragmática está voltada para uma interpretação adicional dessas formas dentro 
de um contexto. 
Um sério problema esconde-se nessa definição: a questão é que alguns aspectos da estrutura 
linguística às vezes codificam partes do contexto (ou interagem com elas de outra maneira). Torna-se 
então impossível traçar uma fronteira clara entre competência (gramática independente do contexto) e 
desempenho (interpretação dependente do contexto), conforme Levinson (op. cit., p. 9).
“4. A pragmática é o estudo das relações entre língua e contexto, que são gramaticalizadas 
ou codificadas na estrutura da língua.”12
Seria o estudo dos aspectos de relacionamento entre língua e contexto que são relevantes para a 
elaboração dos livros de gramática. Essa definição restringe a pragmática ao estudo de certos aspectos 
da estrutura linguística e contrasta fortemente com a proposta esboçada acima, que limita a pragmática 
ao estudo de aspectos gramaticalmente irrelevantes do uso da língua.O autor diz que tal escopo para a pragmática conteria o estudo da dêixis, inclusive pronomes de 
tratamento, e provavelmente o estudo da pressuposição e dos atos de fala, e excluiria o estudo dos princípios 
de uso linguístico cujas repercussões na gramática das línguas não pudessem ser demonstradas. Isso 
poderia causar embaraços porque, pelo menos à primeira vista, as relações extremamente importantes 
chamadas implicaturas conversacionais ficariam fora do alcance de uma teoria pragmática. Por outro 
lado, tal escopo para a pragmática teria a provável vantagem de delimitar efetivamente a sua área e 
excluir campos fronteiriços como a sociolinguística e a psicolinguística, de tal forma que lhe garantiria 
relevância linguística.
Em resumo, a principal valia dessa definição de pragmática é que restringe o campo a questões 
puramente linguísticas. Porém, ela é provavelmente muito restritiva para refletir com exatidão o uso 
corrente de uma língua. A pior restrição é a exclusão desses princípios de uso e interpretação da língua 
que explica como um significado adicional (num sentido amplo) está ‘inscrito’ nas elocuções sem que 
nelas esteja efetivamente codificado. Eis então uma definição que trabalha o aspecto da pragmática 
voltado para a estrutura linguística, mas não a parte que trata dos princípios de uso da língua, ou que 
faz isso apenas indiretamente, quando esses princípios colidem com a organização linguística.
12LEVINSON, op. cit., p. 11.
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“5. A pragmática é o estudo de todos os aspectos do significado não abrangidos numa teoria 
semântica.”13
Conforme Gazdar (1979, apud LEVINSON, 2007, p.14):
 “[...] a pragmática tem como tópico os aspectos do significado das enunciações que não podem ser 
explicados por referência direta às condições de verdade das sentenças enunciadas. Grosso modo
Pragmática = significado – condições de verdade”.
Tal definição pode, a princípio, causar confusão. Certamente, a semântica é, por definição, o estudo 
do significado em sua totalidade e, sendo assim, como pode haver algum resíduo para compor o assunto 
da pragmática? Mas precisamos notar aqui que a definição de semântica como o estudo do significado 
é na verdade tão simplista quanto a definição da pragmática como o estudo do uso da língua.
Alguns problemas com essa definição:14
• as pressuposições trazem sempre desencadeadores do nível da semântica, porém, tomam um 
conhecimento de mundo como verdade e, além disso, alguns dos componentes do significado são 
inferências anuláveis; 
• as implicaturas convencionais mostram que as inferências são semânticas, pois não mudam com 
o contexto, já que são convencionalizadas; 
• o significado semântico da sentença pode não ser igual ao significado pragmático: o enunciado 
“Maria é um gênio” pode significar excelência intelectual de Maria ou ironicamente significar 
mediocridade intelectual de Maria; 
• dêixis: fora os dêiticos convencionalizados que não mudam de sentido em outro contexto (Bom 
dia!), a maioria são elementos semânticos, com baixa densidade sêmica, e que só adquirem 
significado no contexto;
• há ainda alguns enunciados que não são sentenças: “Oh!”, “hum, hum”, “Sshhhh” etc.
“6. A pragmática é o estudo das relações entre língua e contexto que são básicas para a 
explicação da compreensão da língua.”15
Conforme Levinson (op. cit., p. 25), os pontos positivos dessa definição são:
• Ela constata que a pragmática está essencialmente envolvida com a inferência, pois, dada uma 
estrutura linguística enunciada em um contexto, a teoria pragmática leva em consideração 
13LEVINSON, op. cit., p. 14.
14LEVINSON, op. cit., p. 15.
15LEVINSON, op. cit., p. 25.
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Semântica e Pragmática 
a inferência de pressuposições, implicaturas, força ilocucionária e outras implicações 
pragmáticas. 
• Ela não faz distinção entre semântica e pragmática no processo de codificação/decodificação; isso é 
importante porque ainda há controvérsia sobre tais implicações pragmáticas como pressuposições 
ou força ilocucionária, se seriam ou não gramaticalizadas ou codificadas em formas linguísticas. 
• Ela inclui alguns aspectos do estudo de princípios de uso da língua, pois parece haver um princípio 
genérico da seguinte ordem: para cada grupo sistemático de preceitos de uso da língua haverá um 
grupo correspondente de procedimentos inferenciais que serão empregados para a compreensão 
linguística.
Os pontos fracos, por sua vez, são também bastante claros: a pragmática teria de incluir o estudo da 
interação entre o conhecimento linguístico e a totalidade do conhecimento de mundo dos participantes 
(ou ‘conhecimento enciclopédico’). Contudo, essa dependência interpretativa de suposições de experiência 
prévia tem sido usada como argumento contra a possibilidade de qualquer estudo sistemático da 
compreensão linguística: se o grupo de suposições potencialmente relevantes coincide com todo o 
grupo de fatos e crenças dos participantes, então o estudo desse processo interpretativo será o estudo 
da soma total do conhecimento e das crenças do ser humano. 
O argumento é claramente falacioso: assim como podem ser estabelecidas as regras de dedução 
lógica que irão ser aplicadas a um grupo de proposições infinitamente grande, também pode ser possível 
que os princípios que irão governar a interação entre enunciados e suposições sejam rigorosamente 
estabelecidos. Não obstante, se a pragmática deve ser considerada um componente dentro da teoria 
linguística, pode acontecer que incluir tais princípios seja realmente incluir além da conta. Mas não se 
tem pensado a sério sobre isso.
De acordo com o autor, outra dificuldade enfrentada para a fixação de um escopo para a pragmática 
é que ele carece de alguma caracterização explícita da noção de contexto. 
O que se poderia designar então por contexto? Essa resposta parece ser muito ampla e complexa. 
Inicialmente, poderemos apenas selecionar questões que são relevantes cultural e linguisticamente na 
produção e interpretação dos enunciados. Mas o que seria (ou não) relevante? Levinson registra alguns 
aspectos levantados por Lyons, Ochs e Bar-Hillel a serem considerados:
 
Quadro 4 - A Descrição do Contexto (LEVINSON, op. cit., pp. 27-28)
Lyons (1977) Ochs (1979) Bar-Hillel (1970)
 • conhecimento do papel e do 
status do falante ou receptor;
 • crenças e suposições dos usuários 
da língua a respeito de cenários 
temporais, espaciais e sociais;
 • o contexto pragmático é uma 
imprecisão quase que completa, 
já que parece não haver teoria 
disponível para prever a relevância 
de tais traços. 
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Lyons (1977) Ochs (1979) Bar-Hillel (1970)
 • o conhecimento da localização 
espacial e temporal; 
 • o conhecimento do nível de 
formalidade;
 • o conhecimento do nível de 
formalidade (código, estilo, canal, 
variedade escrita ou falada);
 • o conhecimento do tema 
adequado;
 • o conhecimento do campo 
(registro de uma língua).
 • ações passadas, presentes e 
futuras (verbais ou não verbais);
 • o estado do conhecimento e 
da atenção dos participantes da 
interação social em questão.
• a lista de aspectos contextuais 
relevantes (dêixis, pressuposição, 
implicaturas, atos de fala) são, na 
verdade, uma orientação, não uma 
definição.
 • quanto à compreensão linguística, 
compreender uma enunciação 
é decodificar todo o significado 
pretendido pelo falante no que 
diz respeito às suas inferências 
comunicadas intencionalmente. 
“7.Pragmática é o estudo da habilidade que têm os usuários da língua de combinar sentenças 
com os contextos nos quais elas se tornam adequadas.”16
Conforme o autor, uma das definições mais bem-aceitas pela literatura especializada é esta que vê a 
noção de adequação ou acerto como o ponto central da pragmática. Tal visão fornece um interessante 
paralelo com a semântica: ocupando-se a teoria semântica, por assim dizer, da atribuição de condições 
de verdade a fórmulas bem-construídas, cuida também a pragmática da atribuição de condições de 
adequação ao mesmo grupo de sentenças com suas interpretações semânticas. Ou seja, uma teoria 
pragmática deveria em princípio indicar, para cada uma das sentenças bem-construídas de uma língua, 
uma leitura semântica particular, o grupo de contextos ao qual elas seriam adequadas.
 observação
“Condições de Felicidade/Adequação” relacionam-se às circunstâncias 
cooperativas do discurso, no sentido de que quando alguém afirma alguma 
coisa, implica que acredita nela; quando alguém faz uma pergunta, comunica 
a implicatura de que deseja sinceramente uma resposta e, quando alguém 
promete fazer x, comunica a implicatura de que pretende sinceramente 
fazer x etc. (LEVINSON, op. cit., p. 131).
Essa visão conta com muitos defensores, não somente entre os linguistas, mas infelizmente ela se 
defronta com alguns problemas: 
• a maioria das definições de pragmática entra algumas vezes na área da sociolinguística, mas 
esta teria exata identidade com uma sociolinguística traduzida, à maneira de Hymes (1971 apud 
LEVINSON, op. cit.), como o estudo da competência comunicativa. 
16LEVINSON, op. cit., p. 29.
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• ela exige a necessária idealização de uma comunidade de fala culturalmente homogênea ou, em 
seu lugar, a construção de várias teorias pragmáticas para cada língua, onde N é o número de 
subcomunidades culturalmente distintas. 
• os falantes de uma língua nem sempre se comportam da maneira recomendada pelos costumes 
em voga, que podem considerar indecentes e ‘não adequados’. Assim, essa definição satisfaria 
as exigências de posicionamento da pragmática em uma relação muito abstrata com o que é 
atualmente observável no uso efetivo da língua. 
• parece ser verdade que as restrições pragmáticas são de modo geral revocáveis ou não imutáveis. 
Supondo que alguém tente, por exemplo, mostrar evidências da noção pragmática de pressuposição 
em termos de condições de uso adequado da linguagem, ver-se-á que as condições de uso serão 
erroneamente prognosticadas. 
• outro problema, e este é decisivo, com o uso da noção de adequação como um conceito 
básico ou primordial na pragmática é a ironia: existe um conhecido fenômeno que Grice 
denominou exploração. Por exemplo, se eu, normalmente, só tiro o chapéu para meus 
superiores, mas em determinada ocasião tiro o chapéu para um colega, posso estar, com 
efeito, comunicando uma irônica consideração, com intenção brincalhona ou hostil. A 
ironia é um bom exemplo de exploração e as dificuldades de seu uso propõem uma teoria 
pragmática baseada na adequação, pois a ironia mostra seu efeito e sua importância 
comunicativa, e daí sua adequação, precisamente a partir de sua falta de adequação. De 
modo geral, o problema é que, sendo inteiramente não adequado, alguém pode, apesar de 
tudo, ser adequado!
Assim, a proposta de que a pragmática seja baseada numa noção de adequação linguística deve 
ser descartada: o uso da língua é muito elástico para permitir que uma teoria pragmática seja apoiada 
em tal conceito. Se aceitarmos, porém, que o objetivo de uma teoria pragmática é prognosticar o 
significado, no sentido amplo de Grice, de um enunciado num contexto específico, eliminam-se então 
essas dificuldades (LEVINSON, op. cit., p. 32). 
 A essa altura, você está, provavelmente, exausto e desiludido de achar alguma definição plenamente 
satisfatória para a pragmática. Pode-se até buscar abrigo em uma ostensiva ou extensiva definição, ou 
seja, providenciar uma simples lista dos fenômenos que devem ser levados em conta por uma teoria 
pragmática. Entretanto, encarar essas questões com seriedade nos leva realmente a ficar de frente com 
as dificuldades teóricas que este campo abre. 
Contudo, dado o exposto, podemos considerar de maneira rápida que a pragmática é o estudo do 
papel que o contexto adequado desempenha no significado! O problema com essa definição rápida, 
como você já pode supor, é que a ideia de contexto e de adequação é muito ampla e difícil de ser 
definida. Então, de maneira mais sistemática, o autor procura pautar a definição de pragmática pelos 
fenômenos que ela busca alcançar no uso da linguagem.
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“8. A Pragmática é o estudo da dêixis (ou parte dela), implicatura, pressuposição, atos de 
fala e aspectos sociais da estrutura discursiva.”17
O autor sintetiza, a partir de Katz (1977 apud LEVINSON, 2007, pp. 36-37), algumas formalizações, 
em torno das quais é possível tentar uma elucidação do assunto, indagando quais são os objetivos de 
uma teoria pragmática:
— Fórmula (16) - ƒƒ (u) = p: pragmática menos semântica; atribui as proposições às enunciações, 
expressando o significado contextual completo.
— Fórmula (17) - ƒƒ (u) = c: pragmática menos semântica; contribuição do contexto para 
compreensão da língua; passagem do contexto que precede uma enunciação para o contexto 
após a enunciação, baseada na noção de modificação do contexto.
— Fórmula (18) - ƒƒ (s) = c: pragmática é o estudo de aspectos gramaticalmente codificados no 
contexto. Computa os contextos decodificados nas sentenças.
— Fórmula (19) - ƒƒ (u) = a: pragmática é o estudo das limitações à adequação dos enunciados; 
identifica o conjunto de enunciações adequadas. 
— Fórmula (20) - ƒƒ (u) = b: a pragmática é definida extensivamente como uma lista de 
tópicos.
 
Nesse sentido, esta última definição não seria ainda a definição completa e mais teoricamente segura 
para a pragmática, porém, é indiscutivelmente o ponto por onde podemos começar. Conforme o autor, 
se quisermos realmente saber do que se ocupa um determinado campo, devemos observar o que fazem 
seus participantes. Levinson está interessado nas tarefas centrais com que lidam os pragmaticistas. 
7.3 Interesse atual pela pragmática: motivações de estudo
Algumas questões se colocam de maneira relevante em torno do que seria o interesse da pragmática 
e isso nos leva a rastrear tais questões, reconhecendo-as como motivações para este campo de estudo. 
Comecemos pelas perguntas: a pragmática também faz parte da competência (domínio sintático-
semântico) ou só do desempenho (domínio do uso)? Poderia haver componentes gramaticais não autônomos 
no funcionamento pragmático? Se sim, há uma tese de que a pragmática é anterior à semântica ou, pelo 
menos, são mutuamente autônomas. Nesse caso, a pragmática deverá ser incluída numa teoria geral da 
competência linguística. No exemplo “Casar-se e ter um filho é melhor do que ter um filho e casar-se”, 
o conectivo e é semanticamente neutro em relação ao tempo, portanto, semanticamente: p e q = q e p. 
Entretanto, sabemos que pragmaticamente o e, em certas situações, adquire dimensão temporal e deve ser 
levado em conta para o significado final. Portanto, pode-se concluir que a pragmática também deve fazer 
parte uma teoria geral da língua (LEVINSON, op. cit., pp. 41-42).
17LEVINSON, op. cit., p. 32.
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Seria então a pragmática uma simplificação radicalda semântica? Veja o exemplo dado pelo autor: 
“Algumas moedas de 10 centavos são rejeitadas pela máquina” (LEVINSON, op. cit., p. 44). O significado 
do quantificador algumas quer dizer algumas, mas não todas. Suponha, porém, que eu esteja tentando 
usar a máquina, tentando colocar moeda após moeda sem sucesso, e enuncie “Algumas e talvez todas 
as moedas de 10 centavos são rejeitadas por essa máquina.” Tal enunciado é totalmente aceitável de se 
dizer, pois o contexto altera o significado do quantificador. 
Vejamos outro exemplo: Todo homem é cafajeste. Semanticamente tal sentença significa que: para 
todo x, se x é homem, então ele é cafajeste (Vx (Mx -> Gx). Mas, na verdade, o quantificador todo nesse 
contexto é modalizado e significa geralmente. 
Assim, as lacunas do significado não são preenchidas somente por uma teoria semântica, 
que não aborda a língua como um instrumento de comunicação. Nessa perspectiva, a teoria 
pragmática não simplifica a teoria semântica (especialmente de natureza formalista), mas a 
amplia de modo a estabelecer os efeitos dos usos por meio da reorganização linear do material 
 “onde podem ser buscadas explicações para as insinuações, segundas intenções, suposições, posturas 
sociais etc. que são eficazmente comunicadas pelo uso da língua” (LEVINSON, 2007, p. 46). 
É importante que haja princípios e estruturas pragmáticas bem definidas. Outro ponto 
importante é a procura de universais pragmáticos: rotinas de saudações e despedidas. Fenômenos 
específicos de cada cultura: dêixis social, por exemplo, os pronomes diferentes de acordo com o 
sexo do destinatário. 
Outra motivação geral muito importante para os estudos pragmáticos são as explicações 
funcionais para os fatos linguísticos, ou seja, certo traço linguístico sendo motivado por princípios 
externos ao sistema linguístico. Por exemplo, quase todas as línguas possuem três tipos de 
sentenças (imperativa, interrogativa e declarativa) e tais sentenças parecem ser decorrentes mais 
essencialmente de práticas sociais humanas relativas a ações como ordenar, perguntar e afirmar. 
Uma motivação relativa a estes questionamentos seria estabelecer os efeitos dos usos na estrutura 
da língua (LEVINSON, 2007, p. 47).
 Saiba mais
Para ampliar o olhar acerca das definições de pragmática e das principais 
categorias de análise trabalhadas em Levinson, você pode acessar o site 
indicado abaixo para ler o “Roteiro de Estudos da Teoria Pragmática” e 
ainda os arquivos “Roteiro de estudos”, referentes aos capítulos 2, 3, 4 e 5 
do livro Pragmática, da mesma autora.
<http://www.letras.ufmg.br/profs/marciacancado/downloads.
asp?file=downloads>
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8 PragmátIca: trêS ImPortanteS vertenteS 
É importante iniciar esse assunto fazendo alusão ao amplo leque de diferentes estudos que essa área 
da linguística abrange. Na pragmática, é muito grande o número de trabalhos com temas e objetivos 
variados. Considerando esse ponto de partida, o que em meio a essa diversidade toda é possível 
reconhecer como interesse dos estudos pragmáticos? 
Veja logo abaixo os principais pressupostos comuns a estes trabalhos tão diferentes entre si:
• A pragmática estuda e analisa o uso concreto da linguagem, centralizando a abordagem em seus 
usuários na prática linguística. Estuda ainda as condições que governam essa prática.
• Pode ser apontada como a ciência do uso linguístico, cuja preocupação é antes com a linguagem 
do que com a língua.
Conforme já vimos anteriormente, o estruturalista Saussure estabeleceu a dicotomia língua x fala, 
recortando para seu interesse teórico a língua e descartando os aspectos relacionados à fala. 
Saussure define a linguagem esquematicamente assim: 
 Língua + Fala = Linguagem
Entretanto, o interesse da linguística, nesse contexto estruturalista, está centralizado na língua.
A pragmática nasce justamente do esforço por defender a não centralidade da língua em relação à 
fala. Essa área investe nos estudos da linguagem, considerando a fala, e não observa a língua isolada de 
sua produção social. 
Os estudos pragmáticos pretendem definir o que é linguagem e analisá-la 
trazendo para a definição os conceitos de ‘sociedade’ e de ‘comunicação’, 
descartados pela Linguística saussureana na subtração da fala, ou seja, na 
subtração das pessoas que falam (PINTO, 2007, p. 48).
 
Conforme sintetiza Pinto (op. cit., p. 48), outro ponto em comum são os fenômenos linguísticos estudados 
que não são necessariamente (puramente) convencionais, mas também se compõem relevantemente por 
elementos criativos, inovadores que se alteram e interagem durante o processo de uso da linguagem.
 Lembrete
O recorte de análise da pragmática não está reduzido a fatos delimitados 
e convencionais da língua como sistema (inato), mas trabalha a partir de 
indícios de funcionamento da linguagem, mesmo que isso implique em 
visualizar erro, exceção, licença poética.
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O autor sintetiza os aspectos mais relevantes de três reconhecidas correntes dos estudos 
pragmáticos:
Quadro 5
O pragmatismo americano 
Desenvolvido por W. James & Morris, sob forte influência dos 
estudos semiológicos de Charles Peirce, enfatiza a inclusão do 
sujeito na construção do sentido e desconstrói (relativiza) a 
noção clássica de Verdade.
Os estudos dos atos de fala 
Influenciados pela Filosofia da Linguagem (Wittgenstein) e 
alavancados por John L. Austin, enfatizam a performatividade da 
linguagem, cuja definição estaria diretamente relacionada à ação 
e interação.
Os estudos da comunicação 
Integram ambos os interesses teóricos anteriores, mas 
acrescentam ainda o interesse pelas questões sociais e históricas 
em que priorizam as relações sociais, de classe, de gênero, de 
raça e de cultura.
Aprofundando o pragmatismo americano – O primeiro autor a usar o termo pragmática 
(pragmatics) foi o filósofo americano Charles Peirce (muito conhecido pelas suas contribuições na área 
de semiótica) no seu artigo “How to make our ideas clear”, de 1978. 
Nos estudos iniciais da pragmática, uma das contribuições mais representativas de Peirce foi a sua 
ideia sobre a tríade pragmática, representada na relação entre signo, objeto e interpretante. Nessa 
relação, o que Peirce quer priorizar é a importância de se teorizar a linguagem, considerando um conceito 
bem caro à linguística, o sinal, mas sem deixar de lado aquilo a que esse sinal se refere e principalmente 
a quem ele significa. Nas palavras abaixo, Peirce explica essa necessária relação:
Os que se dedicavam ao estudo da referência geral dos símbolos aos seus 
objetos ver-se-iam obrigados a realizar também pesquisas das referências 
em relação aos seus interpretantes18, assim como de outras características 
dos símbolos e não só dos símbolos, mas de todas as espécies de sinais. 
Por isso, atualmente, o homem que pesquisa a referência dos símbolos em 
relação aos seus objetos será forçado a fazer estudos originais em todos os 
ramos da teoria geral dos sinais (PEIRCE, 1906 apud PINTO, 2007, p. 52).
Peirce trabalhou com muita dedicação, buscando explicar minuciosamente os elementos de sua 
teoria do signo e detalhando estes elementos em subcategorias para melhor alcançá-las. 
Conforme apresenta Pinto (2007), os dois principais seguidores e difundidores do pensamento de 
Peirce foram Willian James e Charles Morris. Morris se entusiasmou quando entrou em contato com a 
proposta de Rudolf Carnap, que propunha dividir a investigação linguística em três campos: 
• Sintaxe – relação lógica entre as expressões;
• Semântica – relação entre as expressões e seus significados;18Grifo nosso.
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• Pragmática – relação entre as expressões e seus locutores.
 Observe que há uma relação evidente entre a tríade de Peirce e a de Carnap:
 Quadro 6
TRÍADE DE PEIRCE TRÍADE DE CARNAP
Signo  Sinal Sintaxe  Lógica
Objeto  Referente do sinal Semântica  Significação
Interpretante  Sujeito Pragmática  Locutor
Morris sustenta a teoria pragmática de Peirce, defendendo a interdependência e combatendo a 
hierarquização desses campos. Mesmo assim, a influência do empirismo lógico atual é muito forte e tais 
ideias empiricistas acabam por tomar mais a atenção de Morris.
Mas a discussão que centraliza mais relevantemente o debate pragmaticista (via Peirce e seus 
seguidores) sobre a significação e, por tabela, a questão da verdade, da razão, do conhecimento, da 
informação, da coerência, é a discussão sobre relativizar o conceito de verdade e deslocá-lo do seu 
contexto clássico de formulação para as situações pragmáticas de uso. Nessa linha de se relativizar o 
conceito de verdade, alguns autores devem ser considerados, pois contribuem com argumentos fortes 
à teoria:
A verdade no contexto filosófico clássico  Desde a filosofia clássica (Sócrates, Platão e Aristóteles). 
A questão da verdade nos remonta à filosofia clássica, pois desde Platão essa discussão põe em pauta a 
pergunta: “O que se pode chamar com segurança de verdadeiro ou falso?”. A filosofia clássica, de modo 
geral, definiu o conceito de verdade como algo que estivesse fora das pessoas e fora da linguagem, pois 
a verdade estaria no mundo, nos objetos, nas coisas e deveria ser apenas representada pela linguagem. 
Assim a verdade ficaria passível de ser encontrada (no mundo) e confirmada (ou não). Tal conceito foi 
definitivo para a noção de significado (formal), pois a concepção do significado estaria ligada à relação 
entre as palavras e as coisas, a linguagem e o mundo.19
William James  Este filósofo (também seguidor de Peirce) deu ênfase à reflexão sobre os sinais 
e seus significados e vinte anos depois de Peirce cunhar o termo pragmatics, ele inaugurou o termo 
pragmatismo (americano). Conforme Pinto, as ideias de James só vieram causar repercussão no século 
XX, no seio da filosofia da linguagem, bem como dos estudos da linguagem e conhecimento enquanto 
práticas sociais.
A contribuição mais significativa de James é sobre os postulados acerca da verdade, questionando e 
recriando a noção de verdade como aquilo que é o melhor para nós acreditarmos, de modo a caracterizar 
o estudo da pragmática como o estudo que tem aplicações práticas, voltado ao uso, à ação.
19Esse é o principal fundamento da semântica formal, para a qual o sentido está na relação entre as palavras 
(linguagem) e as coisas (mundo).
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William James questiona os fundamentos da significação e da verdade (clássicos), levando em 
consideração os elementos pragmáticos que põem em evidência a pessoa que fala, como detentora 
da verdade, do próprio significado, uma vez que a verdade nada mais é do que aquilo que (todos nós, 
usuários da língua) queremos que seja! (PINTO, 2007, p. 53).
Pode-se observar claramente o abismo que se cria entre o conceito de verdade clássico-filosófico e o 
de W. James, já que ele desloca fortemente o tratamento do significado do nível linguístico para o nível 
interpessoal e social, relativizando a concepção de verdade e ‘remexendo’ toda a discussão acerca do 
conhecimento de fato, já que ele duvida da possibilidade de se confirmar as verdades no mundo (deste 
conhecimento).
Willard V. Quine  Este autor é quem inicia (conforme nos apresenta Pinto, op. cit.) um grande 
esforço em dar prosseguimento às ideias pragmaticistas de Peirce sobre a significação/verdade. Ele foge 
do debate logicista acerca da verdade e embrenha-se em reforçar as ideias de Peirce, reformulando-as 
ousadamente como o pragmatismo radical. Conforme ele defende, muitos argumentos usados pela 
semântica formal (lógica) que sustentam a exclusão do sujeito (falante) da análise do significado são 
em sua própria condição questionáveis quanto à sua validade.
 Lembrete
Só para lembrar, a semântica formal entende que o sentido está na 
relação direta entre a linguagem (palavras) e o mundo (coisas) e define 
a significação a partir do cálculo: significação = sentido + referente 
– expresso/codificado pelo signo linguístico. Assim, esse pensamento 
filosófico trabalha com a seguinte tríade da significação:
Sentido (conceito)
Referência (objeto)Signo (código)
Em sua crítica e proposta, Quine se detém na questão da determinação da referência e levanta o 
problema: 
[...] de que determinar o objeto referido por uma expressão é uma questão 
muito mais séria do que simplesmente encontra-lo no mundo... Quine 
(1980), defendendo que a indeterminação da referência permanece não 
importa com qual tipo de expressão referencial estejamos trabalhando, 
apresenta a situação de uso de expressões demonstrativas. A sentença “Esta 
mesa está quebrada” proferida numa situação similar à ostentação, não 
deixa de produzir perguntas: o que está sendo referido para o predicado 
“está quebrada”: a quina da mesa? O pé da mesa? As dobradiças? Se 
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concordamos com Quine, essas perguntas não são realmente problemas 
referenciais. É perfeitamente aceitável, do ponto de vista de qualquer 
falante, que permaneça a indeterminação da parte da mesa que está 
quebrada. A apreensão do objeto referido fica assim fragmentada, e não 
mais transparente (PINTO, op. cit., p. 54).
Assim, Quine defende a tese de que a referência é impenetrável20, pois não se pode determinar 
com toda a certeza o alcance da expressão referencial no mundo. Essa é a prova definitiva de que as 
incompatibilidades entre as significações só podem ser analisadas com maior alcance em condições 
pragmáticas (de uso).
Davidson & Rorty  Inspirados em J. Dewey e L. Wittgenstein, estes autores acrescentaram 
uma perspectiva histórica aos estudos pragmáticos americanos, argumentando que o estudo dos 
princípios da linguagem pode e deve ser considerado enquanto prática social contemporânea. Pinto 
cita a Teoria da coerência elaborada por Davidson (1986 apud PINTO, op. cit.), que é sustentada 
também por Rorty (1994 apud PINTO, op. cit.), a partir de suas críticas à tradição analítica, apresenta 
uma fundamentação teórica para trabalhar a coerência interna e não a verdade, como a base que 
suporta qualquer sistema interpretativo. Essa proposta também se contrapõe à posição lógico-
formalista acerca do conceito de verdade instaurado na correspondência entre linguagem e mundo. 
Para Davidson e Rorty:
 
Se há coerência, pouco importa o valor de verdade dessa correspondência... 
[ele] quer mostrar é que as atitudes proposicionais de uma pessoa, sua fala, 
crenças e intenções são verdadeiras porque existe um princípio legítimo que 
diz que qualquer uma das atitudes proposicionais do/a falante é verdadeira 
se ela é coerente como o conjunto de atitudes proposicionais desse/a 
mesmo/a falante. Tomemos um exemplo: 
A: Estou pensando em assistir ao carnaval em Olinda. Você, que é de lá, 
sabe se tem muito barulho?
B: Não, tem polícia, é tudo bem organizado.
A: A polícia não deixa ter muito samba?
B: Não, a polícia não deixa as pessoas bagunçarem as ruas.
A: Não, não foi isso que eu quis dizer. Eu não estou falando de barulho 
como bagunça, estou falando de barulho de batida de samba.
 (PINTO, op. cit., p. 55)
20Trata-se dafamosa tese da inescrutabilidade da referência numa visão holística.
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O exemplo colocado por Pinto ilustra um problema conhecido na linguística como mal-entendido, 
um ruído na interpretação que deixa de coincidir entre os interlocutores. Na linguística, alguns estudiosos 
dedicam-se a explicar esse fenômeno tão frequente na linguagem, seja pelas diferenças regionais, 
culturais, intencionais etc., de modo a tentar “resolver” o problema do mal-entendido. 
Pinto relata o ponto de vista do autor M. Dascal (1986) em um material intitulado “A relevância 
do mal-entendido”, que destaca a questão dando ênfase às questões do “entender” e “mal entender” 
dentro do esquema conversacional utilizado pelos interlocutores na atividade da linguagem, mas 
observa que o fenômeno do mal-entendido deve ser tratado com importância na medida em que 
revela o funcionamento do “entendimento”. Ou seja, ele disfarçadamente promove uma dicotomia entre 
entender x mal entender, de modo a priorizar o entendimento/interpretação/coerência no esquema 
de significação, em detrimento do mau funcionamento do mal-entendido que seria novamente um 
problema a ser resolvido, eliminado.
A proposta de Davidson e Rorty acerca da coerência interna dos sistemas interpretativos dá novos 
rumos à questão do “mal-entendido”, afinal duas pessoas de culturas diferentes ou simplesmente 
movidas por interesses sociais e ideológicos distintos podem sim ter dificuldades em manter um diálogo 
produtivo e, às vezes (por que não?), não quererem chegar a um entendimento. 
Por outro lado, também pessoas da mesma cultura ou dos mesmos valores ideológicos podem lidar 
com situações como a descrita, já que podem encaminhar suas interpretações de maneira singular. Isso 
não significa que cada um pode dizer o que quiser e entender “o que lhe der na telha”!
A ideia de coerência interna em sistemas linguísticos nos diz, muito mais 
apropriadamente, que é inadequada a argumentação em torno de “mal-
entendido”, pois o processo que acarreta esse fenômeno desconcertante dos 
diálogos cotidianos é parte coerente de uma interpretação, e não deve ser 
encarado como “erro”, ou “inadequação” de significado (PINTO, op. cit., pp. 
56-57).
 Aprofundando os estudos dos atos de fala – A discussão sobre a “Teoria dos atos de fala” foi 
aberta para debater como as construções gramaticais podem levar a confusões lógicas entre filósofos. 
Nesse contexto, J. Austin foi quem melhor se destacou na exposição dos problemas, discutindo a 
materialidade e historicidade das palavras. 
Seus estudos procuraram refletir sobre a possibilidade de uma teoria que 
explicasse questões, exclamações e sentenças que expressam comandos, 
desejos e concessões. A Teoria dos Atos de Fala, que tem por base 
conferências de Austin publicadas postumamente em 1962 sob o título How 
to do things with Word (Austin, 1990), concebe a linguagem como uma 
atividade construída pelos/as interlocutores/as, ou seja, é impossível discutir 
linguagem sem considerar o ato de estar falando em si – a linguagem não é 
assim descrição do mundo, mas ação (PINTO, op. cit., p. 57).
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 Inicialmente, na Teoria dos Atos de Fala, um dos pares conceituais mais importantes é a distinção 
entre os enunciados:
• Performativos – que realizam ações porque são ditos. Exemplos:
“Eu vos declaro marido e mulher em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
 “Declaro encerrada a sessão.”
• Constativos – que realizam apenas uma afirmação, constatação de um estado de coisas. 
Exemplos:
“Está fazendo um sol lindo.”
 “A mosca caiu na sopa.”
 O estudo dos contrastes entre esses tipos de enunciados, performativos e constativos, orientou 
Austin a seguir no raciocínio e instaurar a separação de diferentes níveis de ação linguística por meio 
de enunciados. Esses níveis de ação agem simultaneamente no enunciado e Austin os denomina atos 
locucionários, atos ilocucionários, atos perlocucionários:
Quadro 7 
Níveis de Ação Linguística
Atos locucionários Os que dizem alguma coisa: 
“Eu vou estar em casa hoje.”
Eles têm a ver com o conjunto de sons que se organizam para efetivar 
um significado referencial e predicativo, pois efetivam uma sentença 
sobre o eu.
Atos ilocucionários Os que refletem a posição do locutor em relação ao que ele diz:
“Eu vou estar em casa hoje.”
Dizem respeito à força que o enunciado produz, que se tipifica em 
pergunta, afirmação, promessa, ameaça, ordem, pedido etc.
Atos perlocucionários Os que produzem certos efeitos e consequências sobre o interlocutor, 
sobre o próprio locutor ou sobre outras pessoas.
“Eu vou estar em casa hoje.”
O efeito produzido na pessoa que ouve o enunciado, por exemplo, 
pode ser um efeito de agrado, de medo, de ameaça, transformando-se 
em ação.
Os atos de fala podem trazer ambiguidades em suas interpretações, pois um enunciado pode tanto 
ser entendido como uma ordem, como uma ameaça ou como um pedido – “A porta está aberta”. Assim, 
é importante considerar sempre o contexto, a situação de fala entre os falantes em questão e, mesmo 
assim, os limites da análise linguística muitas vezes não encontram muita exatidão.
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Austin dedicou-se principalmente aos verbos performativos prometer, declarar, batizar, casar, ordenar, 
pedir etc., causando grande furor inicialmente frente à impossibilidade, atestada por ele próprio, de 
manter a distinção entre os valores de verdade/falsidade para esses enunciados (atacando assim os 
semanticistas formais, lógicos).
Questionado em 1958 por um filósofo que dizia que o enunciado performativo poderia sim ser 
verdadeiro ou falso, Austin respondeu com ironia: 
Pode-se dizer que um ato é útil, que é conveniente, que ele é mesmo 
sensato, mas não se pode dizer que ele seja true or false. Qualquer que 
seja ele, tudo que posso dizer é que os enunciados desse tipo são muito 
mais numerosos e variados do que se acreditava (AUSTIN apud PINTO, 
op. cit., p. 59).
Nesse famoso debate, para insistir na impossibilidade dos enunciados performativos serem 
considerados verdadeiros ou falsos, Austin ousadamente destituiu a noção de constatividade que ele 
mesmo havia postulado antes e mostrou que enunciados aparentemente constativos eram de fato 
performativos, como “Eu te digo para fechar a porta” ou “A mosca caiu na sopa”. Ele inclusive declarou 
a insustentabilidade de enunciados constativos, afirmando que o constativo nada mais era do que um 
performativo mascarado.
Em 1981, com sua obra Speech acts, John Searle se dedicou a interpretar, reorganizar e dar um 
acabamento à obra de Austin, defendendo o princípio da intencionalidade nos atos de fala e firmando 
a Teoria dos Atos de Fala como importante corrente da linguística. 
Outros autores, como Derrida e Ducrot, também se dedicaram a ler e problematizar a obra de Austin, 
apontando para outras faces de análise da linguagem que não estivessem presas necessariamente à 
experiência empírica e seus níveis de ação, valorizando aspectos mais históricos, filosóficos, ideológicos, 
estruturais e argumentativos.
Aprofundando os estudos da comunicação – O grupo de pesquisadores que investiga os estudos 
da comunicação se caracteriza por uma fusão dos interesses das duas vertentes anteriores:
• Utiliza métodos descritos na análise dos atos de fala, na comunicação;
• Trabalha com uma renovação das orientações do pragmatismo americano acerca da relativização 
do conceito de verdade.
O queparticulariza, então, este grupo é a abordagem destacada das teorias filosóficas historicistas 
que não se relevam muito expressivamente nas vertentes anteriores.
Com a “invasão” dos estudos marxistas em todos os campos das ciências sociais na Europa, 
questionamentos a respeito da comunicação humana se levantaram com maior seriedade e 
sistematicidade na direção de formar um novo paradigma. Por traz desses interesses, o pano de fundo 
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era a luta de classes. Assim, os pesquisadores questionavam o que representaria a diferença de classe 
social para a comunicação entre as pessoas.
Outros investigadores que buscaram caminhos alternativos ao marxismo também se mostravam 
empenhados nos aspectos ligados à comunicação e lançaram perguntas sobre as indagações e 
questionamentos feitos, de modo a inaugurar uma linha de “inquirição” para analisar o tratamento da 
comunicação na filosofia, linguística, etnologia e nas ciências sociais em geral.
Cabe nesse esforço teórico uma reavaliação do conceito de cooperação na comunicação, assunto 
este de alta estima para pragmaticistas como H. P. Grice, seguido dos estudiosos analistas da conversação. 
Conforme Grice, para haver comunicação é preciso haver cooperação entre os interlocutores, cabendo 
nessa investigação a sistematização dos princípios que regem o espírito cooperativo da comunicação. 
Para tratar dessas questões, esse autor elaborou um quadro das implicaturas conversacionais, ou seja, 
regras necessárias para garantir o sucesso de todos os atos de linguagem.
Na vertente dos estudos da comunicação, Pinto aponta o autor Jacob Mey (1987 apud PINTO op. cit.) 
como um dos grandes questionadores dessas regras, pondo em cheque a garantia de sucesso no ato de 
fala promovido pela tal cooperação comunicativa. 
Para Mey, os estudiosos da pragmática atuais apostam no conceito de comunicação como trabalho 
social, realizado com inclusão dos conflitos das relações sociais entre homem/mulher, aluno/professor, 
brancos/negros, judeus/antissemitas etc. que aparecem no funcionamento linguístico (o sexismo 
marcado na linguagem!), nem sempre prezando pela tal cooperatividade comunicativa.
Assim, pragmatistas dos estudos da comunicação, preocupados/as em 
debater os conflitos sociais que são também linguísticos [entendem que, 
por exemplo] conflitos entre homens e mulheres podem ser identificados 
linguisticamentese se considera a linguagem como um trabalho social pleno 
de conflitos sociais. Qualquer tentativa de descrição da comunicação que 
exclua aspectos sociais é considerada inócua e ineficiente para a pesquisa 
pragmática. A linguagem não é, portanto, meio neutro de transmitir idéias, 
mas sim constitutiva da realidade social. Não sendo a realidade social um 
conceito abstrato, mas o conjunto dos atos repetidos dentro de um sistema 
regulador, a linguagem é sua parte presente e legitimadora, e deve ser 
sempre tratada nesses termos (PINTO, op. cit., p. 63).
Trabalhos como o de Jürgen Habermas sobre a ação comunicativa, a perspectiva da desconstrução 
de Jacques Derrida e as diversas formas de observar a linguagem como parte do funcionamento social 
que estão em elaboração constituem a diversidade que ajuda a identificar e garantem que a variedade 
de fenômenos da linguagem não seja excluída da investigação linguística.
Roy Harris (1981 apud PINTO op. cit., p. 63) defende que somente considerando o que é sistematicamente 
excluído da linguística formal é que se pode desmistificar as ideias sobre o funcionamento da linguagem, 
de modo a entender, por exemplo, como os usos inovadores e não dicionarizados de palavras ou estruturas 
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sintáticas são tratados nas pesquisas ou ainda como a incoerência de ações em certos atos de fala fica 
relegada ao patamar do mal-entendido a ser corrigido. 
A investigação dessas “exclusões” pode esclarecer fatos que durante muito tempo permaneceram 
na escuridão das investigações linguísticas. Vejamos um exemplo dado por Harris (1981 apud PINTO, op. 
cit., p. 63): uma menininha na ponta dos pés, com o mato à altura de seus joelhos, fala:
“Olhe, mãe, vai certinho até minhas dobras!”
O que a menina quis dizer? A mãe que nunca ouviu esse uso para o termo “dobras” sabe muito 
bem. E nós também! Para a linguística tradicional essa situação simplesmente distingue conhecimento 
linguístico e conhecimento pragmático, ou seja, contextual, de mundo – extralinguístico – portanto, 
sem interesse científico. Para os estudos da comunicação:
[...] a questão principal é “como a mãe sabe se esse o uso não é devido?”. Ou, 
como um pouco mais de crítica, “como o uso é indevido se a mãe sabe?”. 
Sendo o uso da linguagem lugar de conflito, ele situa também negociações, 
modificações, recusas. Isso torna inevitáveis as inovações, e mais inevitável 
ainda que para se falar em linguagem tenha-se que falar em fatos até 
então considerados como não-linguagem. Esses argumentos enfrentam 
constantemente a crítica de não estarem de fato “fazendo linguística”, 
mas sociologia, ou qualquer coisa do gênero. Afinal, em que interessariam 
problemas que não legitimam a ideia de Linguística como ciência? Dizer que 
linguagem não é puramente convencional implica assumir a impossibilidade 
de descrever o fenômeno linguístico inteira e sistematicamente (PINTO, op. 
cit., p. 64).
Na contramão desse pensamento, os estudos da comunicação acreditam que a delimitação dos 
limites entre linguagem e mundo mostra uma visão reducionista, já que temer que a inclusão dos 
aspectos extralinguísticos na análise desvirtue o nível de cientificidade do estudo é o mesmo que pensar 
que aulas de educação sexual vão fazer as pessoas fazerem mais sexo (PINTO, op. cit.). Nesse sentido, 
os estudos da comunicação prosseguem buscando ampliar as possibilidades de estudo e análise da 
linguagem.
Sobre a pragmática, ainda é importante dizer que, mesmo centralizando esses três direcionamentos 
em que se poderiam classificar os diferentes trabalhos, com o desenvolvimento dessa área, alguns 
campos e métodos de estudo lá iniciados encontram-se hoje separados da pragmática. Por exemplo, 
a semântica argumentativa e a análise da conversação são duas correntes outrora participantes dos 
estudos pragmáticos. 
Hoje constituem duas áreas independentes da linguística que no cenário da política científica 
lutam por seu reconhecimento (já concedido!), esforçam-se por justificar a sua condição particular e 
esclarecedora dos fenômenos linguísticos de seus interesses. 
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Apesar do atual pensamento científico abarcar as diferentes respostas, como diferentes verdades para 
os fenômenos científicos, no âmbito da linguística há uma forte separação ainda dos estudos linguísticos 
chamados “puros” (a linguística hard) daqueles chamados funcionais, discursivos, pragmáticos. E, nessa 
separação, esses estudos, sobretudo os pragmáticos, sofrem ainda certo preconceito por se relacionarem 
com o fato empírico e, mais ainda, com a inovação, com a exceção, com a criatividade, com a licença 
poética, com o erro!
 Saiba mais
Para aprofundar o estudo acerca do campo linguístico da pragmática e 
das principais categorias de análise trabalhadas nesta área relevante, você 
pode fazer as leituras indicadas abaixo:
GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (Org.). Fundamentos 
Metodológicos da Linguística. v. IV. Campinas: Unicamp, 1982.
 SEARLE, J. R. Os actos de fala. Coimbra: Almedina, 1984.
RAJAGOPALAN, K. Nova pragmática– frase e feições de um fazer. São 
Paulo: Parábola, 2010.
 resumo
Nesta unidade, vimos a origem do termo pragmática e alguns aspectos 
para sua definição, a partir da distinção entre pragmática e semântica 
formal, tais como: condições de verdade ou acarretamento; implicaturas 
convencionais; pressuposições; condições de felicidade ou adequação 
ao contexto; implicaturas conversacionais; inferências decorrentes da 
estrutura conversacional.
Na tentativa de se definir o termo, foram consideradas as seguintes 
definições:
• A pragmática é o estudo dos princípios que explicam por que certo 
grupo de sentenças corresponde a elocuções anômalas ou não 
possíveis. 
• A pragmática é o estudo da linguagem de uma perspectiva funcional.
• A pragmática deveria preocupar-se apenas com princípios de usos 
linguísticos, sem nada a ver com a descrição da estrutura da língua.
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• A pragmática é o estudo das relações entre língua e contexto que são 
gramaticalizadas ou codificadas na estrutura da língua.
• A pragmática é o estudo de todos os aspectos do significado não 
abrangidos numa teoria semântica.
• A pragmática é o estudo das relações entre língua e contexto que são 
básicas para a explicação da compreensão da língua.
• A pragmática é o estudo da habilidade que têm os usuários da língua 
de combinar sentenças com os contextos nos quais elas se tornam 
adequadas.
• A pragmática é o estudo da dêixis (ou parte dela), implicatura, 
pressuposição, atos de fala e aspectos sociais da estrutura do discurso, 
significados.
Por fim, as vertentes de estudos pragmáticos, que compreendem o pragmatismo americano, a teoria 
dos atos de fala e os estudos de comunicação, foram retomadas e descritas nessa unidade, observando–se 
que a análise da conversação e a semântica argumentativa constituem atualmente áreas independentes 
em termos de estudos linguísticos.
 exercícios 
Questão 1. Considere o trecho de Josias de Souza, publicado na Folha de S. Paulo em 14/11/1995:
O parlamentar é um “trabalhador” privilegiado. Costuma pegar pesado apenas às quartas e quintas. 
É o único a dispor de final de semana com cinco dias. E estão pedindo aumento. Justo. Muito justo. 
Justíssimo.
I. As aspas usadas na palavra “trabalhador” são uma marca de ironia.
II. A gradação no final do texto, referente aos graus do adjetivo “justo”, ratifica o teor irônico.
III. O termo “parlamentar”, embora no singular, representa a categoria dos deputados.
Está correto o que se afirma:
A) Em todas.
B) Somente em I e II.
C) Somente em II e III.
D) Somente em I e III.
E) Somente em II.
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Resposta correta: alternativa A
Análise das alternativas:
I) Afirmativa verdadeira.
Justificativa:
Ao colocar as aspas, o autor marca a ironia, mostrando que, de fato, ele não considera o político um 
verdadeiro trabalhador.
II) Afirmativa verdadeira.
Justificativa:
O adjetivo justo aparece três vezes, em graus crescentes, o que confirma o efeito irônico do texto.
III) Afirmativa verdadeira.
Justificativa:
O autor não se refere a um único político, mas a todos os parlamentares.
Questão 2. Considere a tirinha abaixo e as afirmações que seguem.
Figura 4
I. O personagem que está na calçada interpretou o sentido literal da fala do motorista, não 
considerando o que ficou subentendido no contexto.
II. O gesto com o dedo no primeiro quadrinho indica que o personagem considerou entendida a 
mensagem do motorista.
III. De acordo com a Pragmática, que não considera as condições de produção do enunciado, o 
personagem interpretou corretamente a fala do motorista.
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Semântica e Pragmática 
Está correto o que se afirma em:
A) Todas.
B) Somente em I e II.
C) Somente em II e III.
D) Somente em I e III.
E) Somente em II.
Resolução desta questão na plataforma. 
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FIguRAS E ILuSTRAçõES
Figura 1
Árvore. Disponível em: <http://office.microsoft.com/pt-br/images/results.aspx?qu=árvore#mt:0>. Acesso em: 
18 jun. 2011. 
Figura 2
Projeto Pomar – divulgação. Disponível em: <www.desencannes.com.br>. Acesso em: 18 jun. 2011.
Figura 3
Dicionário Aurélio – Divulgação. Disponível em: <http://www.desencannes.com.br>. Acesso em: 11 
ago. 2011.
Figura 4
Tirinha. Disponível em: <http://www.orkugifs.com/recado.php?titulo=avisa+a+hora+que+bater&gif=3
693>. Acesso em: 11 ago. 2011.
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BMG, 1990. 1 CD. Faixa 3.
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Universal Music, 1973. 1 CD. Faixa 3. 
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sonoro. Lado A, faixa 10. 
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Eudoro de Sousa. 5. ed. [S.l]: Imprensa Nacional, Casa da Moeda,1998a.
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Unidade II - Questão 1: FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O VESTIBULAR. FUVEST 2008. 1ª fase. 
Questão 43. Disponível em: < http://www.curso-objetivo.br/vestibular/resolucao_comentada/
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Unidade II - Questão 2: SOUZA, Josias de. Um sinônimo redentor. Folha de São Paulo, São Paulo, 14 de 
nov. de 1995. Caderno Brasil, p. 2.
93
94
95
96
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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