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ANESTESIA LOCAL E REGIONAL EM BOVINOS - cfmv

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SISTEMA CFMV/CRMVs
REVISTA CFMV - SUPLEMENTO TÉCNICO nº 22, Jan/Fev/Mar/Abr/2001
 Anestesia: Local e Regional em Bovinos
Displasia Coxofemoral em Cães/Parte II - Avaliação Radiográfica
 Enfermidades Causadas pelo uso Inadequado de "Cama-de-Frango" na Alimentação de Ruminantes
Principais Clostridioses dos Ruminantes 
ANESTESIA: LOCAL E REGIONAL EM BOVINOS 
Marcelo Weinstein Teixeira
Médico Veterinário, CRMV-PE nº 1874 MSc.;
Professor Assistente, Deptº. de Morfologia e Fisiologia
 Animal da UFRPE.
Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n° - Dois Irmãos
Cep: 52.171-900 - Recife/PE - marcfisio@bol.com.br
Carolina Gomes Rodrigues dos Santos
Acadêmica de Medicina Veterinária da UFRPE
 RESUMO
 Paralelo ao aprimoramento das técnicas cirúrgicas,a anestesia veterinária tem se desenvolvido substancialmente
nos últimos anos. Devido ao temperamento linfático, associado s vantagens das cirurgias em posição quadrupedal, as
anestesias loco- regionais em bovinos tem tido maior atenção por parte dos pesquisadores da área. O conhecimento
da neuroanatomia e das característica farmacológicas dos fármacos anestésicos s o de suma importância para o
sucesso destes m todos. Este artigo objetiva revisar as principais técnicas de anestesia local utilizadas na espécie
bovina.
 Unitermos:Anestesia local,bovinos.
 ABSTRACT
 Local and regional anesthesia in catlle Veterinary anesthesia has developed substantially in the last years following
the development of surgical techniques.Greater attention have been paid to regional anesthesia in the bovine
species,due the advantages of surgeries performed in standing position.The knowledge of neuroanatomy and
farmacology of the anesthetic drugs are very important for the success of these methods.This article aims to review
the main techniques of local anesthesia used in the bovine species
 Key words: Local anaesthesia,bovine 
 INTRODUÇÃO
 A grande capacidade de cooperação dos bovinos aos procedimentos clínicos e manipulações cirúrgicas permite a
prática de técnicas pouco invasivas para sua contenção. Muitas vezes, a simples contenção física é suficiente para
permitir a realização de exames mais acurados (ex. ginecológico, oftálmico), sendo que em outras situações mais
dolorosas necessita-se apenas tranqüilizações suaves, como no tratamento dos cascos.
 Na maioria dos procedimentos cirúrgicos nesta espécie pode-se optar por anestesias locais ou regionais, trazendo
vantagens como a permanência do animal em posição quadrupedal, manutenção dos referenciais anatômicos, menor
risco anestésico, maior segurança para o animal e profissionais, custo mais acessível, entre outras. A associação de
anestesia local com tranqüilizante é requerida sempre que a intervenção é cruenta ou o animal é irascível. As
vantagens das anestesias loco-regionais têm tornado incomum a prática da anestesia geral em ruminantes à revelia
da evolução da anestesia geral injetável e principalmente inalatória em outras espécies animais.
 A injeção de anestésicos locais na periferia de nervos superficiais (Anestesia Perineural) ou em vasos sangüíneos
periféricos (Anestesia intravenosa de Bier) tem sido larga-mente utilizada nas cirurgias da cabeça e membros destes
animais respectivamente, enquanto a anestesia Paravertebral, Peridural e Infiltrativa regional (flanco) permite
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intervenções abdominais e caudais. A utilização de anestesia subdural não é muito indicada devido ao risco de
acidentes no transcorrer da anestesia e após a cirurgia por provocar dismetria e perda da motricidade dos membros
posteriores, impondo risco adicional de injúrias no animal (Skarda, 1996). 
 Para a boa execução das técnicas de anestesia local, é imprescindível o conhecimento da neuroanatomia regional,
prevenindo desta maneira os insucessos provenientes do bloqueio parcial das estruturas a serem manipuladas, bem
como possuir domínio das características farmacológicas das drogas empregadas para este fim (Lumb & Jones,
1996).
 Uma variedade de fármacos anestésicos é utilizada para bloqueio reversível da transmissão nervosa, possuindo
potência, toxicidade e tempo de ação a depender do grupo farmacológico a que pertence. Os anestésicos mais
utilizados em nosso meio para estes fins estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 - Principais anestésicos locais utilizados nas anestesias loco-regional da espécie bovina
Droga
Nome
Comercial
Potência
(Procaína=1)
e
Concentração
Toxicidade
(Procaína=1)
Estabilidade Comentários
Procaína Novocaína 1:1
1-2%
1:1 Solúvel em
água estável
em solução
aquosa
Pouco
potente e de
curta
duração
Lidocaína Xilocaína
Lidocaína
2:1
0,5%
1,0%
2,0%
0,5%=1:1
1,0%=1,4:1
2,0%=1,5:1
Solúvel em
água estável
em solução
aquosa
Boa
penetração,
pode ser
autoclavado
Ropivacaína Neropin 6:1
0,75%
1,0%
Baixa
toxicidade
Solúvel em
água estável
em solução
aquosa
Possui longa
ação,
potente e
segura
Bupivacaína Neocaína 8:1 Baixa
toxicidade
Solúvel em
água estável
em solução
aquosa
Potente,
pode ser
autoclavada,
possui longa
ação
 A adição de epinefrina (1:200.000) aos anestésicos locais, aumenta seu tempo de ação por promover
vasoconstrição local, o que garante maior tempo de permanência do fármaco no local injetado, mas pode predispor à
hemorragia de pequenos vasos ao final de seu efeito se uma hemostasia cuidadosa não foi efetuada (Massone,
1999). Para Skarda (1996) a associação de hialuronidase aos anestésicos locais promove diminuição do tempo de
latência do mesmo por aumentar a permeabilidade dos tecidos ao fármaco. Cuidados com a dose máxima dos
anestésicos locais em bovinos são geralmente dispensados, desde que se faça utilização criteriosa destas drogas,
pois dificilmente ultrapassará os limites de segurança para as mesmas. 
 Anestesia da cabeça
 Segundo Hall & Clark (1991), os procedimentos para anestesia local na cabeça permitem desde exames
complementares, como o oftalmológico, até cirurgias cruentas como a trepanação ou enucleação do globo ocular. Os
nervos mais comumente bloqueados são o auriculopalpebral, supra-orbital, zigomaticotemporal (lacrimal),
infraorbitário, oculomotor, abducente e nervo troclear. A maioria destes nervos é proveniente do ramo oftálmico do
trigêmeo (quinto par de nervo craniano).
 Anestesia do olho e relaxamento do globo ocular
 Quando se requer anestesia e ou aquinesia (paralisia reversível) das pálpebras, pode-se proceder ao bloqueio
perineural na emergência do forame supra-orbitário para obtenção de analgesia da região palpebral e bloqueio do
nervo auriculopalpebral para obtenção de aquinesia (paralisia temporária das pálpebras). Este procedimento permite
intervenções nas pálpebras (tumorações, lacerações), e seguido por instilação tópica de colírio anestésico, possibilita
intervenções na córnea e saco conjuntival (dermóides, retirada de corpos estranhos, úlceras de córnea, entrópio).
Como opção para sutura de feridas superficiais da pálpebra pode-se utilizar o bloqueio direto das bordas da ferida
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(Figura 1).
Fonte: Lamb & Jones (1996) Posição correta para infiltração da pálpebra superior
(A), bloqueio do nervo auriculopalpebral (B), bloqueio na emergência do forame
infraorbitário (C), bloqueio do ramo cornual do nervo zigomatico-temporal (D) e
fotografia.
 Em casos de enucleação do globo ocular, além do bloqueio das pálpebras, como acima citado, deve-se proceder
anestesia retrobulbar injetando 5 a 10 mL de Lidocaína a 2% na região retrobulbar com cateter flexível,o qual deve
ser introduzido próximo á comissura nasal beirando o tabique ósseo. Com a ajuda do dedo indica-dor, para evitar
acidentes, localiza-se o ponto correto para introdução do cateter que é o espaço entre o globo ocular e a órbita em
sua comissura nasal (Figura 2). 
Fonte: Lamb & Jones (1996) Localização do ponto de introdução de catéter para
anestesia infiltrativa retrobulbar (A e fotografia), catéter introduzido (B).
 A anestesia retrobulbar traz alguns riscos, tais como introdução da agulha no globo ocular e aplicação
subaracnóidea a qual poderia levar o animal à morte por disseminação do anestésico diretamente no líquido
cefalorraquidiano.
 Anestesia para descorna
 A anestesia para descorna é feita pela dessensibilização do nervo cornual que é um ramo da porção
zigomaticotemporal (lacrimal) da divisão oftálmica do nervo trigêmeo (quinto par craniano). O local para injeção é o
terço superior do sulco temporal aproximadamente 2,5 cm abaixo da base do chifre (Figura 1). Uma segunda
aplicação um centímetro caudal à primeira, pode ser feita nos animais adultos com chifres desenvolvidos, na intenção
de bloquear o ramo cutâneo do segundo nervo cervical. O bloqueio circular da base do chifre é uma alternativa que
pode substituir a téc-nica anterior em animais com cornos pouco desenvolvidos.
 Analgesia nasal e labial superior
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 Em casos de lacerações, neoplasias cutâneas na região maxilar ou colocação de argola nasal, é realizada uma
anestesia do nervo infra-orbitário na emergência do forame de mesmo nome. O forame infra-orbitário é palpável e
está localizado rostralmente à tuberosidade facial sobre a linha que se estende do chanfro nasomaxilar ao segundo
pré-molar superior (Figura 1). 
 O bloqueio do nervo mentoniano no ponto de emergência de seu forame, permite intervenções nos lábios inferiores,
gengiva e incisivos ipsilaterais ao nervo bloqueado. Em casos de fratura da sínfise mandibular, deve-se proceder o
bloqueio do nervo em ambos os lados.
 Observação
Como regra geral, deve-se utilizar de 5 a 10 mL de Cloridrato de Lidocaína a 2% em cada aplicação das
citadas técnicas;
1.
Os animais irascíveis devem ser tranqüilizados e devidamente contidos para evitar traumatismos aos mesmos e
à equipe médica veterinária. Os tranqüilizantes mais utilizados nos bovinos e suas doses estão na Tabela 2.
2.
Tabela 2 - Principais tranqüilizantes utilizados na espécie bovina
Droga Nome
Comercial
Concentração Dose (MG/KG)
Via Administ.
Clorpromazina Amplictil 0,5% 0,2 IV
0,5 IM
Levomepromazina Neozine 0,5% 0,2 IV
0,5 IM
Acetilpromazina Acepran
Acepromazina
0,2-1% 0,1 IM
Diazepan Valium
Diazepan
1% 0,02 IM
Xilazina Rompum
Sedazine
Coopazine
Kensol
2%
10%
0,05 IV
0,2 IM
Flunitrazepan Rohypnol 1% 0,01 IV
Detomidina Domosedan 1% 0,05 IV
0,1 IM
 Anestesias do tronco e flanco
 As anestesias do tronco e flanco são largamente utilizadas nas cirurgias ab-dominais exploratórias dos ruminantes
(ruminotomia, correção de deslocamento gastrointestinal, obstrução intestinal), preparação de modelos experimentais
(fístula ruminal), cesarianas, ovariectomia, cirurgias envolvendo a cauda, períneo, ânus, reto, vulva, vagi-na, prepúcio
e pele do escroto. Os pro-cedimentos mais utilizados são Anestesia Infiltrativa, Paravertebral Proximal, Paravertebral
Caudal, Peridural Lombosacra Segmentar e Peridural Caudal.
 Anestesia infiltrativa do flanco
 A anestesia infiltrativa profunda é a mais utilizada no campo, principalmente pela facilidade com a qual pode ser
administrada. Existem basicamente duas opções, representadas pelo bloqueio linear e bloqueio em “L invertido”.
 O “L invertido” parece ser o preferido, por abranger uma maior extensão de tecidos e não haver presença de
anestésico no local da incisão. Trata-se de uma técnica de anestesia regional em que todos os nervos aferentes do
campo cirúrgico são dessensibilizados. O anestésico local é injetado de maneira a formar duas linhas convergentes,
sendo uma paralela à borda dorso-caudal da última costela e a outra paralela à borda ventrolateral dos processos
transversos lombares, promovendo um bloqueio profundo de toda a fossa paralombar (Figura 3).
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Fonte: Skarda (1986) Anestesia regional em bovino pelo flanco utilizando “L
invertido”, observar os ramos ventrais dos nervos T13 a L4 (acima). Local para
introdução da agulha e injeção do anestésico local (linha branca contínua), região
insensibilizada (linha branca pontilhada) e suposto local para incisão do flanco -
linha negra (abaixo).
Este procedimento é indicado em todas as cirurgias abdominais pelo flanco e utiliza-se em média 80 a 100 mL de
anestésico (Massone, 1999).
 Bloqueio Paravertebral
 Neste método se promove o bloqueio perineural dos nervos espinhais que emergem do canal vertebral através dos
forames inter-vertebrais. É utilizada para laparotomias e embora seja de mais difícil execução possui vantagens sobre
o método anterior. Promove completa insensibilização da parede abdominal e peritônio com in-tenso relaxamento
muscular, além de utilizar uma pequena quantidade de anestésico (10 mL de Lidocaína em cada aplicação). Vale
salientar que a insensibilização ocorre apenas no lado ipsilateral ao bloqueio anestésico. Divide-se em Paravertebral
toracolombar proximal, Paravertebral toracolombar distal e Paravertebral sacral. 
 Paravertebral Toracolombar Proximal
 Trata-se de uma excelente opção em substituição à anestesia infiltrativa do flanco. Os ramos dorsais e ventrais dos
nervos espinhais emergentes do forame entre a última vértebra torácica e a primeira vértebra lombar (T13-L1) e entre
a primeira e segunda vértebra lombar (L1-L2) são dessensibilizados. Caso a indicação cirúrgica seja cesariana ou
procedimento na região cranial das glândulas mamárias, pode-se prolongar o bloqueio para L2-L3 e L3-L4. Após
proceder tricotomia e desinfecção cirúrgica da área, promove-se insensibilização da pele com 2 a 3 mL de Lidocaína
2%, num ponto 2,5 a 5,0 cm paralelo à linha média do tronco.
 Uma agulha de 15 cm deve ser introduzida verticalmente paralela ao processo espinhoso de T13, buscando atingir
a porção cranial do processo transverso de L1. Em seguida deve-se desviar cranialmente em 1,0 cm para passar
através da fáscia intertransversa. Neste ponto é inoculado 5 mL do anestésico para o bloqueio do ramo ventral. A
agulha é então retraída 1,0 a 2,5 cm onde se aplica mais 3 mL de Lidocaína a 2% para dessensibilização do ramo
dorsal. O procedimento é repetido entre L1- L2 e L2-L3 (Figura 4).
Fonte: Skarda (1986) Pontos para introdução da agulha na anestesia paravertebral
toracolombar proximal (A), secção transversal na altura da primeira vértebra
lombar (L1), visualizando a agulha próxima ao forame intervertebral (B) onde “a”
ramo dorsal, “b” ramo ventral.
 Paravertebral Toracolombar Distal
 Este método e uma variação da técnica anterior e baseia-se no acesso lateral aos ramos dorsal e ventral do nervo
espinhal. Após a preparação cirúrgica da região distal dos processos transversos de T13 a L2 e insensibilização da
pele da região, promove-se a introdução de uma agulha com 10 cm de comprimento imediatamente ventral à
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extremidade dos respectivos processos transversos paralelo aos mesmos, onde são injetados 5 mL de Lidocaína a
2%, na intenção de insensibilizar o ramo ventral do nervo espinhal. Oprocedimento é repetido na face dorsal do
processo transverso para bloqueio do ramo dorsal (Figura 5).
Fonte: Lamb & Jones (1996) Pontos para introdução da agulha na anestesia
paravertebral toracolombar distal (A), visualização da agulha para bloqueio do
ramo dorsal (a) e ventral (b) em corte transversal (B)
 Este método possui vantagens em relação ao anterior por não oferecer riscos de penetração acidental em grandes
vasos ou aplicação sub-aracnóidea e promove mínima perda da motricidade dos membros pélvicos.
 Paravertebral Toracolombar Sacral
 Para induzir este tipo de anestesia, o terceiro (S3), quarto (S4) e quinto (S5) nervos sacrais são insensibilizados na
emergência de seus forames em ambos os lados do sacro. Os pontos de bloqueio estão 1 a 2 cm laterais à linha
média dorsal do sacro, sendo que o quinto nervo (S5) está localizado próximo à articulação sacrococcígea e o quarto
e terceiro estão 3 e 6 cm craniais a ele respectivamente. A aplicação de 5 a 10 mL de lidocaína 2% em cada ponto
com agulhas de 8 cm é suficiente para promover a in-sensibilização de ramo dorsal e ventral de cada nervo. A
analgesia do ânus, vulva e vagina ocorre em 10 a 15 minutos e permanece por aproximadamente 3 horas. A função
motora do esfíncter anal é abolida, mas a cauda mantém parte de sua movimentação. Este procedimento anestésico
permite a realização de cirurgias do ânus (prolapso), vagina (prolapso, vulvoplastia) ou ambos (laceração de períneo).
 Anestesia Peridual Caudal Simples e Contínua
 As anestesias peridurais caudais em ruminantes permitem manipulações obstétricas tão requeridas nas distocias
fetais e ainda procedimentos envolvendo toda a região caudal (ânus, vagina, reto, prepúcio e escroto). Trata-se de um
procedimento pouco dispendioso, prático e eficiente, no qual o anestésico local é aplicado no espaço peridural entre a
última vértebra sacral (S5) e a primeira coccígea (Co1) ou entre a primeira e segunda coccígea (Co1-Co2), que é a
técnica mais utilizada. A localização do primeiro espaço intercoccígeo (Co1-Co2) é facilitada pela elevação e
abaixamento da cauda (movimento de cacimba), o qual precipita o apare-cimento de uma depressão palpável entre as
vértebras. O espaço peridural sacrococcígeo (S5-Co1) é mais difícil de localizar devido à ossificação ali existente.
 Depois de preparar a área para procedimento asséptico, faz-se o bloqueio da pele com 3 a 5 mL de Lidocaína 2%.
Estando a pele insensibilizada inicia-se a introdução de uma agulha de 5 cm com o canhão leve-mente angulado para
trás buscando penetrar o canal peridural . A penetração do canal pela agulha é seguida por algum nível de sucção
devido à pressão subatmosférica ali existente. A aplicação do anestésico neste ponto (Lidocaína 2% 1mL/100kg)
deve ser bastante fácil, caso contrário é sinal que a agulha não está bem posicionada. A paralisação da cauda e
completa anestesia da região reto-anal ocorrem em alguns minutos (10 a 20 minutos), podendo associar o anestésico
local com Cloridrato de Xilazina para abreviar o tempo de latência. Complicações com este método não são comuns e
se limitam na maioria das vezes a processos infecciosos por quebra de assepsia (Figura 6).
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Fonte: Lamb & Jones (1996) Colocação de agulha para anestesia peridural caudal
(A) e passagem de catéter para anestesia peridural contínua entre Co1-Co2 em
bovino. Região insensibilizada com anestesia peridural caudal (linhas pontilhadas
do quadro inferior). Pontos para colocação das agulhas na anestesia peridural
caudal em S5-Co1 e Co1-Co2 (fotografia).
 A anestesia peridural caudal contínua é um procedimento bastante útil para animais com prolapso recorrente de
reto, útero ou vagina, exigindo um tempo de insensibilização e abolição das contrações abdominais por tempo mais
prolongado. Consiste na colocação de um cateter no espaço peridural (Co1-Co2) para posterior aplicação de
anestésico local, mantendo assim um ambiente de anestesia contínua por tempo prolongado. Pode-se fazer uso da
agulha de Tuohy, para melhor direcionamento do cateter para regiões mais craniais.
 Anestesia do úbere e testa
 O úbere é suprido por fibras originadas no terceiro e quarto segmentos lombares, os quais formam o nervo
genitofemoral. Caudalmente, o úbere é suprido por um ramo mamário do nervo pudendo e ramo cutâneo distal do
nervo perineal, os quais se originam do segundo, terceiro e quarto segmentos espinhais sacrais. A pele e alguma
parte do tecido glandular do úbere são supridos pelo nervo ílio-inguinal (L2) e íliohipogástrico (L1) (Figura 7). 
Fonte: Lamb & Jones (1996) Esquema de ilustração do suprimento nervoso do
úbere em bovino. Nervo ingüinal (A), nervo interno anterior (B), nervo ingüinal
posterior (C), nervo ingüinal externo (D), nervo ingüinal perineal (E). Ramos
ventrais do primeiro ao quarto nervo vertebral lombar (L1, L2, L3). Ramo ventral do
segundo ao quarto nervo vertebral sacral (S2, S3, S4)
 Na maioria dos procedimentos cirúrgicos das mamas é utilizada anestesia Local Infiltrativa Circular e Bloqueio em
“V invertido”, bloqueio regional intravenoso e ainda infusão da cisterna mamária, com o auxílio ou não de
tranqüilizantes. Procedimentos cirúrgicos nas mamas craniais podem ser realizados com anestesia paravertebral ou
anestesia epidural, enquanto que cirurgias das mamas caudais podem ser realizadas com dessensibilização do nervo
perineal (Peridural Caudal). 
 O bloqueio circular da teta é realizado pela aplicação de 4 a 6 mL de anestésico local, sem vasoconstritor, ao redor
da base da mesma. Tal procedimento permite correção de fístulas ou lacerações do teto, tratamento de feridas
contaminadas, retirada de corpos estranhos e retirada de tetos supra- numerários.
 Uma alternativa para o bloqueio circular em casos de laceração única é a utilização de anestesia infiltrativa em
forma de “V invertido” acima do local a ser operado (Figura 8).
Fonte: Lamb & Jones (1996) Bloqueios anestésicos da teta: Circular (A), em “V
invertido” (B), infusão da cisterna (C) e bloqueio intravenoso regional (D)
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 Para o tratamento de patologias que envolvam a cisterna pode-se utilizar infusão direta dentro do canal da mesma.
Para isso utiliza-se um torniquete na base da cisterna e uma agulha de teto acoplada à seringa com o anestésico,
injetando-se 10 mL de Lidocaína a 2% (Figura 8). Este procedimento deve ser de escolha quando houver a
necessidade de manipular a membrana mucosa da cisterna ressaltando que a pele e musculatura não serão
sensibilizadas com esta técnica. Uma aplicação prática se encontra nos casos de obstrução do canal galactófaro, nos
quais pretende-se utilizar a agulha de desobstrução cortante. Em casos de patologias que envolvam a glândula
mamária recorre-se ao bloqueio regional intravenoso, o qual se realiza injetando anestésico local na veia superficial da
mama com torniquete na base da mesma (Figura 8). 
 Anestesia dos membros
 A anestesia dos membros pode ser obtida por Infiltração Circular no membro, Anestesia Intravenosa Regional e
Anestesia Perineural.
 A anestesia circular é utilizada nas porções distais dos membros abaixo do carpo e do tarso e é obtida pela
infiltração de anestésico local ao redor do membro utilizando-se 20 a 30 mL de Lidocaína a 2% em um bovino adulto.
Esta técnica permite cirurgias superficiais dos membros como suturas e retiradas de nódulos, possuindo o
inconveniente de exigir várias perfurações para sua execução, predispondo a sépsis. 
 A anestesia intravenosa regional éum método simples e seguro para promover a analgesia dos dígitos dos
ruminantes. Esta técnica envolve a utilização de torniquetes acima do local a ser manipulado, seguido da aplicação
intravenosa do anestésico local. Nos membros torácicos utiliza-se a veia cefálica, metacarpiana ou radial e nos
membros pélvicos o ramo cranial da veia safena lateral ou veia digital plantar lateral (Figura 9).
Fonte: Lamb & Jones (1996) Garrote e posicionamentos para aplicação de
anestesia intravenosa regional no membro anterior e posterior dos bovinos. Veia
metacarpiana dorsal (a), veia radial (b), veia metacarpal plantar (c), ramo cranial
da safena lateral (d), veia digital plantar lateral (e)
 Aplicam-se 10 a 30 mL de lidocaína a 2%, dependendo do tamanho do animal. Promover pressão digital no
sentido distal do membro é útil para favorecer a disseminação do anestésico, o qual fará seu efeito em 5 a 10
minutos. A anestesia intravenosa regional permite procedimentos cruentos como a amputação de terceira falange,
tenotomias e neurectomias. Alguns autores recomendam cuidados com a retirada precoce do torniquete no intuito de
evitar sintomatologia compatível com intoxicação por anestésicos locais. Para tanto, aconselha-se evitar a retirada do
torniquete nos primeiros 15 a 20 minutos após a injeção. Outro cuidado a ser tomado é a não permanência do
torniquete por mais de 3 horas, o que poderia predispor a necrose das estruturas distais.
 A anestesia perineural dos membros pode ser executada com a aplicação do anestésico local na periferia dos
nervos superficiais do membro. Tal procedimento não é muito requerido nos bovinos, do mesmo modo que é nos
eqüinos, devido à maior dificuldade de localização dos nervos superficiais nos primeiros. Outro motivo para a menor
utilização desta técnica nos bovinos é a sua indicação principal, que é auxiliar o diagnóstico das claudicações.
 Anestesia para castração
 A castração é um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns executados na prática em animais de produção. É
indicada para supressão da libido, mudança comportamental e ganho de peso, sendo esta última finalidade
atualmente questionada. Para proceder a orquiectomia por método cirúrgico, pode-se optar pela utilização de
anestésicos locais injetando 5 a 10 mL na pele do escroto, geralmente na calota da bolsa escrotal e posterior bloqueio
com a mesma quantidade do fármaco no cordão espermático de cada gônada, produzindo assim um bloqueio
perineural do ramo testicular do nervo pudendo (Figura 10).
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Ponto para anestesia local para castração de bovino adulto. Pele do escroto (A) e
bloqueio perineural do cordão espermático (B).
 Uma outra opção é substituir a aplicação perineural por uma inoculação de 10 a 20 mL de lidocaína a 2%
diretamente no testículo, a qual vai se disseminar e bloquear as terminações nervosas até o local da excisão cirúrgica
da gônada. 
 Os métodos não-cirúrgicos como a técnica do Burdizzo ou da borracha na base do escroto podem causar
necrose, inflamação e dor, mantendo a cirurgia como alternativa mais segura (Skarda, 1987).
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DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES/PARTE II - AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
Renato Cesar Scchetto Tôrres
Médico Veterinário, CRMV-MG nº 2965
Professor Assistente IV do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Av. Antônio Carlos, 6627 – Caixa Postal: 567. CEP: 30123-970 Belo Horizonte/MG Fone:(031)
499-2229, 499-2254. Fax: (031) 499-2280 - rtorres@vet.ufmg.br
Euler Fraga Silva
Médico Veterinário, CRMV-MG nº 5759
Residente em Medicina Veterinária, nível 2, do Hospital Veterinário da Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais.
Av. Antônio Carlos, 6627 – Caixa Postal: 567. CEP: 30123-970 Belo Horizonte – MG
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