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Cirurgia pre clinica 1

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ANAMNESE 
Antes de fazer qualquer cirurgia é de extrema importância que o 
cirurgião dentista realize a anamnese, já que pacientes podem 
ter uma variedade de problemas de saúde que necessitem de 
modificação de tratamento ou acompanhamento médico prévio 
para que a cirurgia seja feita de forma segura. O sucesso de 
qualquer cirurgia depende da habilidade de quem a desdobra, da 
homeostasia do paciente, superando o trauma cirúrgico e 
promovendo a reparação tecidual. 
HOMEOSTASIA 
É o equilíbrio e o processo de manutenção das condições 
constantes do líquido extracelular. As células de cada órgão e de 
cada tecido do nosso organismo precisam ser nutridas, receber 
oxigênio e glicose. Onde isso tudo é regulado pelo sistema 
metabólico, sistema excretor, sistema nervoso, sistema 
circulatório, sistema respiratório e sistema digestivo estando em 
condições equilibrados para que o corpo funcione regularmente e 
em equilíbrio. 
Cardiologia 
É a especialidade que diagnóstica e trata de doenças que 
acometem o coração e outros componentes do sistema 
circulatório. 
Sinais Vitais: antes e durante a cirurgia, os sinais vitais 
devem ser monitorados periodicamente. Além disso, deve ser 
mantido contato verbal regular com o paciente. A avaliação segue 
os seguintes cuidados: P: pulsação, T: temperatura, R: respiração 
e PA: pressão arterial. A normalidade da frequência cardíaca é 
de 72 bpm, temperatura: 36,5°C-37°C, frequência respiratória: 
12 resp/min e pressão arterial: 120/80mmhg. 
Eletrocardiograma 
Registro da atividade elétrica do coração e de importância para 
casos no diagnóstico das cardiopatias como insuficiência cardíaca, 
hipertensão arterial, arritmias cardíacas, bloqueios cardíacos, 
infarto agudo do miocárdio e isquemia miocárdica. 
Choque 
O estado de choque caracteriza-se por insuficiência circulatória 
aguda com deficiente oxigenação dos órgãos vitais. 
Tipos de choque: choque hipovolêmico (perca de grande 
quantidade de sangue, dificuldade do coração de bombear), 
choque cardiogênico (perca da capacidade do coração de contrair, 
menos sangue circulando no coração) choque toxêmico (alteração 
no débito cardíaco) choque neurogênico (alteração na circulação 
sanguínea a nível do sistema nervoso central, podendo desmaiar) 
e choque anafilático (retrata os problemas de anafilaxia, 
processos alérgicos). 
Causas: traumatismo externo e interno, perfuração súbita dos 
órgãos, emoção, frio, queimadura, intervenções cirúrgicas e 
dentre outros. 
Sinais e sintomas: náuseas, prostração, suores frios, 
olhos mortiços e palidez. Em um estado de agravamento pode 
ocorrer inconsciência, respiração superficial e pulso fraco. 
Doenças Cardíacas 
Os pacientes podem apresentar as seguintes doenças: 
 Doenças cardíacas isquêmicas (angina, enfarte) 
 Arritmias cardíacas 
 Insuficiência cardíaca congestiva 
 Endocardite infecciosa 
 Transplantes 
 
Endocardite bacteriana: é uma infecção por bactérias 
no coração na parte interna onde as colonizações são nas 
válvulas cardíacas. Podem acontecer em pacientes que tiveram 
febre reumática quando criança, prolapso de valva mitral quando 
há regurgitação e dentre outros. 
A profilaxia da endocardite bacteriana é obtida para a maioria 
das condições de rotina com a administração de 2g de amoxicilina 
oralmente 1 hora antes do procedimento. A amoxicilina é o 
medicamento de escolha, pois é mais bem absorvida pelo trato GI 
e fornece níveis plasmáticos maiores e mais sustentáveis. Para 
pacientes alérgicos é possível usar a cefalexina, clindamicina, 
azitromicina e claritromicina. 
 
Para pacientes que irão realizar por via endovenosa se faz o uso 
da seguinte forma: 
 
Cardiopatias e cirurgia: é necessário ter cautela com o 
uso de anestésicos com vasoconstrictores em pacientes 
hipertensos e ser encaminhados para o cardiologista, se 
necessário. Pacientes submetidos à cirurgia cardíacas devem ser 
submetidos à cirurgia bucais eletivas somente após 6 meses com 
atenção no uso de medicações anticoagulantes. 
 
É a especialidade que estuda e investiga doenças relacionadas 
com o mecanismo do aparelho respiratório. 
Os pacientes podem apresentar as seguintes doenças: 
 Asma 
 Bronquite 
 Enfisema 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica 
 
Asma: quando um paciente possui um histórico de asma, o 
cirurgião-dentista deve determinar primeiramente, através de 
mais perguntas, se ele realmente tem asma ou outro problema 
respiratório como a rinite alérgica. Isso é importante para 
interver uma possível crise no procedimento cirúrgico. A 
prevenção são agonistas de curta duração e corticosteroides 
inalatórios. 
 
Pacientes com asma possui as seguintes particularidades: 
 Maior risco de complicações pulmonares pós-
operatórios. 
 Broncoespasmo intra-operatorio com risco de vida. 
 Casos de anafilaxia devido à hipersensibilidade a látex, 
catetes e outros materiais odontológicos. 
 Brocoespasmos. 
Endocrinologia 
É o estudo do sistema endócrino e das glândulas como a hipófise, 
tireóide, paratireóide, supra-renais e pâncreas. 
Calcitonina: diminui a calcemia. 
Hormônio paratireoidiano: aumenta a calcemia. 
Segue o exemplo de três glândulas: 
Tireóide: a tireóide produz dois hormônios que são a tiroxina 
(tetraiodotironina T4) e a triiodotironina (T3) tendo a função de 
regular o metabolismo geral do corpo humano, essa regulação 
vem principalmente do T4. Quando o metabolismo está em níveis 
anormais ele pode ter hipertireoidismo (paciente mais acelerado) 
ou hipotireoidismo (sonolência, unhas quebradiças, queda de 
cabelo). 
Supra-renais: acima dos rins é possível observar as 
glândulas supra-renais que produzem em sua medula a epinefrina 
e a norepinefrina, no córtex produz os mineralocórticoides 
(regula o equilíbrio hidroeletrolítico) , glicocorticóides (regula 
glicose, glicídio) e andrógenos (hormônios sexuais). 
Pâncreas: O pâncreas produz dois hormônios importantes na 
regulação da taxa de glicose (açúcar) no sangue: a insulina e 
o glucagon. A insulina é um hormônio que é secretado pelas 
células beta quando a glicemia aumenta, atuando na diminuição da 
concentração plasmática de glicose, ácidos graxos livres, 
aminoácidos e entre outros. O glucagon é um hormônio secretado 
pelas células alfa quando a glicemia diminui, exercendo funções 
que são opostas a da insulina. 
 
Diabetes 
É uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal 
de glicose no sangue. Podendo ser classificada como Tipo 1 
(insulino dependente) e tipo 11 (não insulino dependente). Quando 
não tratado adequadamente, causam doenças tais como infarto 
do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas 
visuais, lesões de difícil cicatrização e dentre outras complicações. 
Pacientes com diabetes precisam dos seguintes cuidados: 
 Pacientes devem estar sempre compensados, 
mantendo a medicação habitual (insulina, 
hipoglicemiantes orais). 
 Devem ser encaminhados para endocrinologistas, se 
necessário. 
 Atenção do equilíbrio dieta x medicação. 
 Devem receber profilaxia antibiótica pré-operatória 
devido ao potencial de infecção. 
 Cautela no uso de anestésicos com vasoconstrictores, 
pois aumentam a glicemia. 
Nefrologia 
É a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e 
tratamento clínico das doenças do sistema urinário, em especial 
o rim. Funções renais: remover produtos finais do metabolismo e 
controlar concentrações iônicas. Produtos finais do metabolismo: 
ureia, ácido úrico, creatinina, fosfato, sulfatos e dentre outros. 
Pacientes com insuficiência renal precisam dos seguintes 
cuidados: 
 Cautela em pacientes renais crônicos. 
 Podem fazer uso de anticoagulantes como heparina 
(pacientes em hemodiálise) 
 Devem ser encaminhados para um nefrologista. 
 Atenção para seleção e dosagem de drogas em 
pacientes com comprometimento renal. Ajustando a 
dose de acordo com a finalidade terapêutica,taxa de 
eliminação da droga e com a patologia renal do paciente. 
 Avaliar exames bioquímicos do sangue: creatinina, ureia, 
ácido úrico e entre outros. 
Hematologia 
É o estudo relacionado ao sangue. De 
forma macroscópica é possível observar 
os componentes do sangue que são: 
plasma, plaquetas leucócitos e os 
eritrócitos. 
 As células de defesa no sangue são dividas em: 
Leucócitos granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e 
basófilos. 
Leucócitos agranulócitos: monócitos e linfócitos. 
Alguns leucócitos migram do sangue para o tecido conjuntivo, 
como: macrófagos, plasmócitos, mastócitos, leucócitos e 
monócitos. 
Hemograma 
Série vermelha: hemácias (mulher 4,5 
milhões/mm3) (homem 5milhões/mm3) 
hemoglobina (mulher 11,5-16,5 g/dl) (homem 
13,5-18 g/dl) e hematócrito (mulher 35-47%) 
(homem 36-52%). Alterações: anemia e perda 
volêmica. 
Série branca: leucócitos totais: 5000-
9000/mm3, neutrófilos 3200-6000/mm3, 
eosinófilos 2-4%, monócitos 4-8%, linfócitos 
1300-3400/mm3 e basófilos: 0-1%. 
Desvios do leucograma nas infecções 
Três linhas de efesa do organismo: 
Primeira fase/Fase neutrófila (ou de luta): 
primeira fase de uma infecção haverá um aumento de leucócitos 
(leucocitose), a primeira linha de defesa serão os neutrófilos. Os 
eosinófilos e a linfocitopenia se mantém relativos. 
Segunda fase/Monocitária (monócitos): aumento 
dos monócitos (monocitose) em relação ao valor normal, a 
leucocitose está menos acentuada e ocorre a diminuição de 
neutrófilos, reaparecendo os eosinófilos. 
Terceira fase/Fase linfocitária (ou de cura): 
aumento dos linfócitos, os linfócitos estão ligados à defesa do 
organismo, por meio da produção de anticorpos. 
Exames bioquímicos laboratoriais: 
Hemograma 
Coagulograma (TAP, PTTK, INR) 
Glicose: 110 mg/dl 
Uréia 20-40mg/dl 
Creatinina: 1-2 mg/dl 
Ácido úrico: 2-5 mg/dl 
Bilirrubina total: até 1,2 mg/dl 
Transaminase glutâmico oxalacética (TGO): em homens 37 U/L e 
em mulheres 31 U/L 
Transaminase glutâmico pirúvica (TGP): em homens 42 U/L e em 
mulheres 32 U/L. 
Três pontos importantes na solicitação do exames: 
 A glicose é solicitada principalmente quando se existe 
suspeita de diabetes. 
 A uréia, creatinina e ácido úrico auxiliam na avaliação da 
função renal. 
 E a bilirrubina, transaminase glutâmico oxalacética (TGO) 
e transaminase glutâmico pirúvica (TGP) auxiliam na 
avaliação da função hepática. 
Pacientes que necessitam de exames complementares se fazem 
necessário os seguintes exames: 
 Hemograma; 
 Exames bioquímicos; 
 Coagulograma. 
Não se deve solicitar para todos os pacientes, apenas para 
pacientes que necessitam. Por exemplo: um paciente que relata 
ter histórico familiar de diabetes ou um paciente que possui 
problema nos rins. 
Hemostasia 
É o equilíbrio dinâmico entre coagulação do sangue, sistema 
anticoagulante e sistema fibrinolítico. Não significa só a ausência 
de hemorragia, mas também a não formação de trombo. 
Mecanismos da Hemostasia 
As fases da hemostasia são constituídas por ação vascular, ação 
plaquetária, sistema de coagulação, sistema fibrinolítico e sistema 
anticoagulante. 
Ação vascular 
Quando o vaso é lesado ocorre a adesão das plaquetas, vários 
fatores da coagulação vão ser liberados nesse momento, as 
plaquetas vão se aderir e haverá um emaranhado de fibrinas 
para vedar a parede do vaso que foi rompida. 
Quando o vaso é cortado mediante a uma lesão, automaticamente 
ele irá se contrair e o organismo irá se encarregar de desviar o 
fluxo sanguíneo para outras vias colaterais, iniciando a ativação 
das plaquetas e do sistema de coagulação. 
Ação plaquetária 
As plaquetas tentam manter o vaso integro de forma 
emergêncial. Realiza a manutenção da integridade vascular; 
formação de tampão plaquetário e contribuição para fase de 
coagulação. 
Fator de Von Wilebrand: um fator de coagulação que atua na 
ligação da plaqueta na superfície do endotélio exposto, ou seja, no 
início da agregação plaquetária. 
SISTEMA DE COAGULAÇão 
Os fatores de coagulação se combinam entre eles para que no 
final do processo haja uma fibrina estável. O fibrinogênio (fibrina) 
é uma proteína que é um fator de coagulação produzido no 
fígado juntamente com outros fatores de coagulação. Quem 
apresenta ausência de fator VIII e IX são hemofílicos, por isso 
eles sangram muito. 
 
Teoria da cascata de coagulação - via comum: 
em determinado momento a via intrínseca no sangue e a via 
extrínseca tecidual (as duas vias são combinações de alguns 
fatores de coagulação) irão ativar o fator X, quando ativado (Xa) 
consequentemente ele ativará a protrombina e a protrombina 
ativa a trombina. A trombina quando de encontro com o 
fibrinogênio se torna uma fibrina. Os monômeros de fibrina 
precisam do fator XIII ativado para se tornar uma fibrina estável 
que realize um coagulo firme/estável para ter um bom 
funcionamento. 
 
Sistema Fibrinolítico 
Se existe um vaso sanguíneo que sessou o sangramento, após a 
cirurgia é preciso cicatrizar esse vaso que foi rompido, ou seja, a 
fibrina não pode ficar ali sempre. A fibrina gradativamente deve 
ser absorvida e eliminada para que o vaso sanguíneo se 
recomponha. O plasminogênio se transforma em plasmina que vai 
até o coagulo (fibrina estável) e desfaz a fibrina em 
fibrinopeptídeos (desfazendo o coagulo de uma forma lenta e 
gradativa para que o vaso sanguíneo se regenere). 
O processo de formação e absorção de coagulo é continuo e 
natural, porém o coagulo é formado em um ritmo maior. 
O medicamento Transamin (substância ácido tranexâmico) impede 
a ação de plasminogênio e plasmina, não permitindo a degradação 
da fibrina estável. Isso é bom para não sangrar, pois o coagulo é 
formado sem ser degradado. 
Sistema anticoagulante 
Sistema que não permite a formação de coagulo dentro do vaso, 
como: fatores de superfície endotelial; Co-fator antitrombina-
heparina; heparina; antitrombina III, proteína C e proteína S. 
Hemostasia envolve a coagulação e a não coagulação, ou seja, é o 
equilíbrio disso tudo. De um lado você coagula e de outro lado você 
degrada esse coagulo. 
 
Coagulopatia - hereditárias x adquiridas 
Podem ser hereditárias (hemofilia, doença de Von Willebrand) ou 
adquiridas (doença hepática e renal; terapêutica anticoagulante). 
Coagulograma 
Tempo de sangramento: com uma lanceta se corta 
o dedo e observa até quanto tempo será o sangramento. 
Contagem de Plaquetas: vem no próprio 
hemograma variando entre 150-400 mil/mm3. 
Tempo de tromboplastina parcial: 
avalia todos os fatores na via intrínseca, que evidenciam um 
tempo de sangramento. Valor normal: 25-45 segundos. 
Tempo de protombina: se refere à via extrínseca. 
Valores normal: 11-13 segundos. 
Razão normalizada internacional (INR): 
quando se pega o tempo de protombina e o resultado do 
tempo da protombina e divide pela referência. Valor normal: 
1 e no máximo 1,5. 
Tratamento Cirúrgico em Pacientes 
Portadores de Coagulopatias 
Realizar normalmente a avaliação de anamnese; exame físico; 
exames complementares e cirurgião x hematologista. 
Nesses casos o procedimento precisa ser planejado em contato 
com o hematologista, onde serão abordados assuntos como se 
serão necessário plaquetas caso haja ausência, reposição de 
fatores de coagulação, agentes antifibrinolíticos e terapia local 
com agentes hemostáticos. 
coagulopatias adquiridas – terapia 
anticoagulante 
AAS: será necessário interromper a medicação 7 dias antes da 
cirurgia caso ele não tome AAS, só poderá interromper o 
medicamento se o médico do paciente autorizar. Se o paciente 
não puder interromper o ASS será preciso avaliar onde será 
feito a cirurgia, no consultório ou no hospital. É importante 
realizar um hemograma para avaliar se não possui deficiência de 
células vermelhas. 
Anticoagulantes orais: pode ser interrompido 3-5 dias 
antes da cirurgia, com a autorização do médicodo paciente. 
Heparina: droga para não deixar coagular, usada em 
pacientes renais crônicos que fazem hemodiálise ou pacientes 
acamados que não conseguem andar. Depois de 6 horas a 
heparina não possui mais efeito e o sulfato de protamina possui 
efeito imediato, no pré-operatório. 
TAP (tempo de atividade da protromina): maior ou igual a 50%, 
INR: menor que 1,5. 
Terapia local com agentes hemostáticos: selantes 
de fibrina, cola de cianoacrilato, esponja de gelatina, celulose 
oxidada e entre outros. 
Uso de agentes antifibrinolíticos: medicamento 
transamin (substância ácida tranexâmico). 
Extração de Terceiro Molar em Paciente 
com doença da Van Willebard 
Protocolo: 
Pré-operatório: medicamento transamin por volta de dois ou três 
comprimidos de 8/8 horas. 
Trans-operatório: adesivo de fibrina beriplast 
Pós operatório: transamin de 8/8 horas por 7 dias. 
A orientação para esses pacientes é evitar uma anestesia de 
bloqueio regional e realizar uma sutura mais oclusiva sem grandes 
retalhos. 
 
Imitação da via comum da coagulação: quando se 
tem a mistura de fibrinogênio e trombina ocorre à formação de 
fibrina artificial. É necessário realizar em casos planejados com o 
hematologista dependendo do tipo/tamanho de cirurgias e sem 
grandes retalhos. 
 
Como realizar: realizar com uma 
seringa que possua o sistema de 
agulha dupla, aonde irá se misturar à 
medida que vai injetando. Formando a 
fibrina pronta simulando a coagulação, 
possui um formato de gel, como se 
fosse uma gelatina. 
 
Risco cirúrgico 
Além do exame clínico e de exames laboratoriais é útil quantificar 
o risco de uma cirurgia. 
Classificação ASA 
Classe 1: Pacientes normais, sem doença, exceto a que determina 
a cirurgia. 
Classe 2: Paciente com doenças sistêmicas leves (hipertensão 
leve, anemia). 
Classe 3: Paciente com doença sistêmica que limita atividade. 
Classe 4: Paciente com doença sistêmica que apresenta ameaça 
constante de vida. 
Classe 5: Paciente moribundo. 
Classe 6: Paciente com morte cerebral. 
Com segurança os cirurgiões dentistas podem operar em 
consultórios até a Classe 2, dependendo do caso até a Classe 3. 
Manejo Farmacológico 
Profilaxia antibiótica: quando se deseja prevenir ou evitar uma 
infecção. Indica-se o dobro ou 4 vezes a dose terapêutica no 
caso de antibióticos. 
Amoxilina: utilizada sempre que houver risco de endocardite. 
Analgesia preventiva: utilização de analgésico ou anti-inflamatório 
antes da cirurgia para obter melhor efeito analgésico durante e 
após a operação. 1 hora antes. 
Casos clínicos 
Caso 1: Leucoplasia 
 
 
Anamnese: tabagista, etilista e diabético. 
Conduta pré-operatória: é preciso encaminhar o paciente para 
um clínico geral de princípio, não se deve examinar esse paciente 
com a condição atual dele. No máximo uma raspagem na língua 
bem de leve. 
Caso 2: Exodontia 
Anamnese: infarto, hipertensão e faz uso de medicação 
anticoagulante (ASS). 
Conduta pré-operatória: encaminhar para um cardiologista e 
verificar risco cirúrgico para saber se o paciente poderá 
suspender o uso de ASS durante 7 dias. Pedir um coagulograma, 
hemograma e aferir a pressão devido à hipertensão. Os exames 
precisam ser mais recentes do que 5 anos e não há necessidade 
de medicação por ser uma extração simples. 
Caso 3 - Lipoma em mucosa gengival 
Anamnese: diabetes tipo II, hipertensão, angina (dor no peito 
associado ao músculo cardíaco com pouca oxigenação). 
Conduta pré-operatória: encaminhar para realizar um exame com 
cardiologista e verificar a origem da dor, riscos cirúrgicos e 
exames laboratoriais. Aferir a pressão e analisar o uso de 
medicamentos. Solicitar um exame de glicose devido ao paciente 
ser diabético e realizar o uso do medicamento amoxilina 1 grama, 
1 hora antes pelo fato do paciente ser diabético. 
Conduta trans-operatória: aferir a pressão antes da cirurgia 
devido à hipertensão, cautela com uso de anestésicos com 
vasoconstrictor, no máximo de 2 tubetes. 
 
PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PRÉ E PÓS-
OPERATÓRIO 
 
 
Protocolo medicamentoso de porte 
cirúrgico X classificação de risco 
 
M 
P0 - pré-operatório (sem profilaxia): cirurgias 
dentoalveolares de pequeno porte em paciente ASA I. 
P1- pré operatório (amoxicilina): cirurgias 
dentoalveolares de pequeno porte em pacientes ASA II (com risco 
de infecção) ou em procedimentos invasivos em pacientes com 
risco de endocardite infecciosa. 
P2 pré-operatória (amoxicilina+ 
AINES/nimesulida): cirurgias dentoalveolares de médio 
porte em paciente ASA I e ASA II. 
P3- pré-operatório (amoxicilina+decadron): 
cirurgias dentoalveolares de grande porte em paciente ASA I e 
ASA II. 
P4- pós-operatório 
(AINES/nimesulida+paracetamol): cirurgias 
dentoalveolares de pequeno e médio porte em paciente ASA I. 
P5- pós-operatório 
(amoxicilina+AINES/nimesulida+paracetamol): 
cirurgias dentoalveolares de pequeno e médio porte em paciente 
ASA II (com risco de infecção). 
P6- pós-operatório 
(amoxicilina+decadron+AINES/nimesulida+par
acetamol: cirurgias dentoalveolares de grande porte em 
paciente ASA I e ASA II. 
 
Protocolo farmacológico para cirurgias dentoalveolares 
Instrumental e material cirúrgico
ANESTESIA 
A primeira técnica a se realizar numa sequência de cirurgia é a 
anestesia, na imagem abaixo é possível observar uma anestesia 
alveolar superior média que é realizada no fundo do vestíbulo da 
maxila e uma anestesia palatina infitrativa local (parcial). 
 
Seringa carpule 
Algumas seringas carpules apresentam uma lanceta com a 
finalidade de prender na borracha do tubete anestesico, afim de 
promover uma aspiração. Qualquer injeção que o paciente tomará 
é utilizado uma seringa e no momento da aplicação no paciente se 
injeta aspirando antes. Afinal, a ideia de toda injeção é que não 
faça uma injeção intravascular. Essas seringas carpules possuem 
uma limitação, onde não é possivel fazer uma aspiração efetiva 
para observar se irá injetar dentro do vaso. 
 
O método ilustrado abaixo foi feito para tentar facilitar a 
introdução da borracha no tubo com intuito de fazer a aspiração, 
porém, não se mostrou tão efetivo. 
 
Tem-se feito com o método das seringas carpules 
com dispositivo de refluxo, na qual, o tubete 
anestésico é injetado e soltando aos poucos é feito 
uma pressão negativa refluindo o sangue caso esteja 
dentro do vaso, não precisando fazer uma aspiração. 
 
Manuseio da seringa carpule 
 
Duas formas de manuseio: com a palma da mão (início 
do polegar) e com a ponta do polegar. 
Agulhas e tubetes anestésicos 
Os tubetes anestésicos que são comercializados são os de 
vidro, os de plástico estão em desuso. São eles que são 
encaixados nas seringas carpules. 
 
As agulhas têm variações de tamanhos e seu tamanho 
depende da técnica anestésica que será utilizada. Exemplo: a 
técnica pterigomandibular para fazer anestesia do nervo alveolar 
inferior precisa-se de uma agulha longa, já uma técnica no palato 
pode-se usar uma agulha curta ou extracurta. 
AGULHAS E SERINGAS DESCARTÁVEIS 
As seringas descartáveis também podem ser utilizadas 
em anestesias, sendo muito utilizada em cirurgias hospitalares. 
Na imagem abaixo é possível observar a variedade de 
medidas de agulhas: 
 
 
As ampolas são utilizadas com a mesma 
solução que é comercializada como tubete. 
. 
 
AFASTADORES 
Acesso adequado e boa visibilidade são essenciais para melhor 
resultado durante a cirurgia. Os afastadores podem ser utilizados 
para separar simultaneamente a bochecha e retalho 
mucoperiósteo. Uma vez que o retalho tenha sido descolado, a 
borda do afastador é apoiada sobre o osso e, então, ele é 
utilizado para manter posicionado o retalho cirúrgico durante o 
procedimento, sendo o afastador de tecidos mais popular o 
afastador de minnesota que realiza todas essas 
funções durante a cirurgia. 
 
 Procedimento utilizando o afastador de minnesota:O afastador de farabeuf possui variedade de tamanho, 
podendo afastar bochecha, porém, sua grande aplicação é em 
acessos extraorais. 
 
 Procedimento utilizando o afastador de farabeuf: 
 
O afastador de langembeck é utilizado para cirurgias da 
face, possuindo o langembeck reverso e langembeck V. Em 
cirurgias ortognáticas é bastante utilizado o langembeck V que irá 
encaixar na mandíbula, na região coronoide/ramo de mandíbula. 
O afastador senn muller é realizado em cirurgias 
extraorais, tendo funcionalidade em afastar a pele. 
 
O afastador de língua bruenings possuem algumas 
reentrâncias (buracos) onde tem a funcionalidade de 
reter/segurar a língua. 
 
O afastador de branemark é utilizado nas cirurgias de 
protocolo que são cirurgias de instalação de implantes na 
mandíbula ou maxila (4 a 5 implantes) é utilizado esse afastador 
para afastar todo o lábio deixando a cavidade oral exposta para 
realizar a cirurgia. 
 
Os afastadores mais importantes para cirurgia bucal são os 
afastadores de minnesota e o afastador de língua bruenings, os 
demais são realizados em cirurgias maiores a nível hospitalar. 
Lâminas e cabos de bisturi 
O instrumento básico para fazer incisões são os bisturis. O bisturi 
é composto de cabo reutilizável e lâmina afiada estéril e 
descartável, existindo modelos diferentes que se adaptam a 
região a ser operada. A ponta de um cabo de bisturi é preparada 
para receber uma variedade de lâminas de diferentes formatos 
que devem ser inseridas na sua extremidade aonde existe um 
encaixe em forma de fenda. As lâminas de bisturi mais utilizadas 
e indicadas em cirurgias intraorais são as de n° 15 e 15C. A 12 
em casos de acesso no túber da maxila. 
 
 
Existem dois cabos de bisturi bard parker de n°3 e n°4. O cabo 
n°3 servem para adaptar as lâminas menores e o cabo de n°4 é 
mais espesso e servem para adaptar lâminas maiores. 
 
Forma de manipulação: a lâmina de bisturi deve ser 
cuidadosamente montada no cabo utilizando-se um ponta-agulha, 
evitando assim, acidentes durante sua manipulação. Para realizar 
a montagem, a lâmina deve ser apreendida com o porta-agulha 
em sua parte superior, mais resistente, e o cabo posicionado de 
forma a que sua porção de encaixe esteja voltada para cima. A 
lâmina é, então, deslizada na ranhura da ponta do cabo do bisturi, 
até que se encaixe perfeitamente. Isso minimiza a chance de 
lesionar os dedos. 
 
O bisturi pode ainda ser manejado apoiando-se o cabo na palma 
da mão entre os dedos indicadores e polegar. Este tipo de 
empunhadura está indicado para incisões mais amplas e extensas. 
 
Descoladores de periósteo 
A sindesmotomia é o descolamento do tecido gengival ao redor do 
dente que visa a desinserção dos tecidos moles ao redor do 
dente, facilitando a aplicação do fórceps em uma posição mais 
apical e evitando possíveis dilacerações do tecido gengival. 
 
A separação do periósteo do osso adjacente é denominada 
deslocamento subperiosteal e pode ser adequadamente realizada 
com o descolador de periósteo do tipo Molt n°9. 
Descolador de periósteo molt n°9: é um dos 
instrumentos mais importantes da cirurgia, apresenta 
extremidade côncava e cortante e se adapta perfeitamente a 
região anatômica do colo dental. Possuindo a função de soltar todo 
retalho muco-periosteal do osso, auxiliando na extração dentária, 
segurar placa e reduzir osso fraturado. 
 
Deslocador de periósteo freer: semelhante ao molt 
n°9, porém, ele é mais delicado nas duas pontas sendo mais 
arredondado na borda. 
 
Sindesmótomo: indicado para sindesmotomia (descolamento 
do tecido gengival ao redor do dente). 
 
 
 
Curetas 
Após a extração dentária é feito a curetagem do alvéolo, onde é 
retirado o corpo estranho do alvéolo de forma delicada e 
conservadora. 
Cureta de lucas: possui tamanhos variados e são usadas 
principalmente para fundo de alvéolo, apresentando formato de 
“colher” na ponta. Na imagem abaixo é possível observar três 
curetas para a exodontia: 
 
Instrumentos manuais de osteotomia 
Muitas vezes, para a realização de exodontia com mínimo trauma, 
torna-se necessária a remoção de tecido ósseo alveolar em 
quantidade suficiente para criar uma abertura óssea adequada a 
fim de que o elemento dental seja removido. Para a realização da 
osteotomia usam-se os seguintes instrumentos: 
Lima para osso n°11: possui grande aplicação para 
realização da osteoplastia de protuberâncias ósseas. 
 
Pinça goiva: este instrumento tem lâminas afiadas que são 
pressionadas uma contra a outra pelos cabos, cortando ou 
arrancando o osso. 
 
 
 
Instrumentos rotatórios de osteotomia 
Em casos de ossos muito duros não se utiliza materiais manuais, 
utiliza-se materiais rotatórios. 
Peça reta: usado em prótese, porém, pode ser aplicada em 
cirurgia quando é feito uma osteotomia em baixa rotação. 
 
Realização da osteotomia com peça reta e uma broca esférica n° 
8, lâmina de bisturi 15 ou 15C para realizar a incisão e para 
descolar o tecido usa-se o instrumento deslocador do periósteo 
molt n° 9 ou deslocador do periósteo freer. Esse caso é um 
torus palatino (protuberância óssea no palato) onde é feito uma 
incisão na linha média descolando o tecido. 
 
Peça reta cirúrgica: especificas para cirurgias sendo mais 
resistentes durante a cirurgia, acoplando as mesmas brocas da 
peça reta convencional. 
 
 
 
 
 
Brocas cirúrgicas para peça reta 
As brocas podem ser esféricas e tronco cônicas. As brocas 
esféricas são de haste longa e o tamanho indicado para 
cirurgia é n° 8 ou n° 10. As brocas tronco cônicas são 
diferenciadas de acordo com sua espessura, as mais utilizadas 
em cirurgias são as 701, 702 e 703. 
 
Variedade de espessura das brocas tronco 
cônicas: 
 
Alta rotação: a grande maioria das cirurgias odontológicas 
que forem necessários à realização de osteotomia é realizada a 
alta rotação e brocas esféricas multilaminadas de n°4 e n°6. 
 
As broncas tronco-cônicas são mais indicadas para odontosecção 
(cortar o dente). Por exemplo: é preciso retirar um molar, porém, 
ele possui 2 ou 3 raízes, para separar essas raízes utiliza-se a 
broca tronco-cônica para realizar esse procedimento da retirada 
do molar. A melhor broca tronco-cônica para realizar essa 
função é a broca zekrya. 
 
Microserras cirúrgicas: não é utilizado no dia a dia de 
cirurgias bucais intraorais, são mais utilizadas em cirurgias de 
maiores complexidades. As microserras realizam desgaste ósseo 
e a grande indicação é seu corte retilíneo, possibilitando uma 
eficiência no corte. Existem vários modelos de microserras como 
as oscilatórias, reciprocas, sagitais e dentre outras. 
 
Contra ângulo cirúrgico para implante: possui o 
mesmo formato do contra angulo convencional externamente, 
porém, a diferença do contra ângulo cirúrgico para implante é a 
capacidade do giro dele possuindo uma força de rotação maior. 
 
Motor elétrico cirúrgico: é feito para implante, na qual 
é possível selecionar a quantidade de rotação desejada e a força 
de giro. E é onde o contra-ângulo de implante está acoplado, pode 
ser usado para acoplar as microsseras também. 
 
Porta agulha 
Os instrumentos utilizados para realização das suturas são porta-
agulha, fio de sutura, pinça cirúrgica e tesoura cirúrgica para 
sutura. Os porta-agulhas apresentam-se em diversos modelos, 
sendo o mais utilizado nas cirurgias bucais o porta-agulha do tipo 
Mayo Hegar. 
 
A empunhadura deste instrumento é realizada com os dedos 
anelar e polegar, sendo que o dedo indicador orientará o 
movimento. 
 
Fios de sutura: as agulhas de sutura podem apresentar-se 
diretamente ao fio de sutura ou como agulhas isoladas, em que é 
inserido o fio de sutura durante o procedimento de síntese. Nos 
fios agulhados, a parte terminal é prensada diretamente ao fio 
de sutura, facilitando e simplificando a manipulação durante a 
sutura, alémde causar menos danos teciduais. A desvantagem 
deste tipo de sutura é o custo mais elevado. 
 
Pinças hemostáticas 
A pinçagem realiza-se utilizando pinças hemostáticas, 
aprisionando as extremidades dos vasos seccionados. A pinçagem 
poderá ser simples, em que a pinça hemostática é removida após 
a hemostasia do vaso sangrante, ou acompanhada de ligadura da 
extremidade do vaso com fios de sutura. Hemostasia dos vasos: 
 
 
Pinça hemostática kelly: mais robusta, possui tanto 
curva como retilínea e tem como função pinçar um vaso 
sanguíneo. 
 
Pinça hemostática mosquito: menor, possui tanto 
curva quanto retilínea e são mais fácil de manusear em cirurgias 
intraorais. 
 
PINÇAS VARIADAS 
Pinça backhaus: auxiliam na fixação do campo cirúrgico em 
volta do paciente. Exemplo: o campo cirúrgico que está na imagem 
abaixo é um campo fenestrado (com um buraco para que possa 
encaixar o rosto do paciente). Porém, quando não se tem um campo 
fenestrado é preciso fazer um campo cobrindo da cabeça para baixo, 
um campo cobrindo da cabeça para cima e dois campos laterais, com 
objetivo de deixar o rosto para fora utilizando uma pinça backhaus 
para unir esses campos entre eles. 
 
Obs: a pinça hemostática pode ser utilizada com a mesma função. 
Segue os exemplos de pinças que são utilizadas para auxiliar a 
fazer suturas, a pegar um corpo estranho ou fragmento de 
tecido e gengiva: 
 
Pinça Adson serrilhada: 
 
Pinça adson brown: 
 
Pinça adson com dente (dente de rato): 
 
Pinça allis: indicada para pegar uma lesão, tecido patológico, 
corpo estranho ou um dente removido. 
 
Tesouras 
As tesouras em cirurgias são utilizadas para cortar um ponto, 
cortar um freio lingual ou soldar um tecido. A divulsão é um 
método de diérese que consiste na separação ou divisão dos 
tecidos por meio de instrumentos cirúrgicos. A divulsão dos 
tecidos moles é comumente realizada com tesoura cirúrgica de 
ponta romba denominada de tesoura 
de metzenbaum. 
 
As tesouras rombas, aplicadas com auxilio de pinça de dissecção, 
devem ser utilizadas com extremidade ativa fechada e então 
abertas no interior dos tecidos, realizando deste modo uma 
separação atraumática através do plano de clivagem dos tecidos. 
Na imagem abaixo é possível observar a tesoura de 
metzenbaum na esquerda sendo introduzida fechada nos 
tecidos e na direita sendo aberta no interior dos tecidos, 
proporcionando divulsão romba dos planos teciduais. 
 
Tesoura íris: uso geral, como por exemplo: cortar um ponto, 
divulsão do tecido. Possui forma retilínea ou curva. 
 
Tesoura goldman fox: excelente para cortar tecido, 
utilidade para periodontia. 
 
Alavancas 
As alavancas são instrumentos bem antigos e de uso frequente, 
denominadas também como elevadores. Utilizadas para extração 
dentária. Possuem três tipos de princípios mecânicos: alavanca, 
cunha ou roda e eixo. 
Alavanca reta: possui modelos variados de alavanca reta, na 
imagem é possível observar que a alavanca de n°301 possui a 
ponta ativa reta e a haste reta, sendo a mais utilizada. E as 
alavancas de n° 302 e n° 303 são mais anguladas. 
 
 Procedimento utilizando a alavanca reta: 
 
Alavancas de seldin: possui o modelo de seldin reta e a 
seldin direita e esquerda, ponta ativa com formato de 
“bandeirinha”. A seldin vai dar um movimento de roda e eixo ou 
sarilho. 
 
 Procedimento utilizando a alavanca de seldin: 
 
Fórceps 
Os fórceps dentários são constituídos estruturalmente de dois 
cabos articulados entre si, que apresentam em uma de suas 
extremidades a haste para empunhadura e, na outra, a sua 
parte ativa, denominada mordente. Utilizados para extração 
dentária. 
Os fórceps são classificados por meio de numeração 
predeterminada para o dente ou grupo de dentes a que se 
destina, sendo uma numeração padrão, independentemente da 
marca comercial. 
Fórceps 150: indicado para dentes unirradiculares superiores. 
 
Fórceps 151: indicados para dentes unirradiculares inferiores. 
 
Fórceps 18 R (right): indicados para os molares superiores 
do lado direito. 
 
Fórceps 18 L (left): indicados para os molares superiores do 
lado esquerdo. 
 
Essa diferença dos fórceps existe devido os molares serem 
multirradiculares (três raízes), o lado vestibular tem duas raízes e 
o lado palatino uma raiz (raiz palatina). Existe uma ponta ativa no 
fórceps que irá encaixar na furca no seu lado correspondente. 
 
Fórceps 17: indicados para molares inferiores, possui a ponta 
ativa dos dois lados (vestibular e lingual) adaptando a furca dos 
molares inferiores dos dois lados. 
 
Fórceps 69: é mais delicado, indicado para restos radiculares 
Por exemplo: raiz residual, dente cariado. 
 
Obs: O fórceps 150 pode ser utilizado em incisivo central 
superior, incisivo lateral superior, canino superiores, 1° pré molar 
e 2° pré molar superiores. 
O fórceps 151 pode ser utilizado em incisivos inferiores, canino 
inferiores e no 1° pré molar e 2° pré molar inferiores. 
Os fórceps e as alavancas possuem quatro movimentos: intrusão, 
luxação lateral, tração e rotação para dentes unirradiculares. 
Recipientes 
São recipientes que devem ser metálicos para que possam ser 
esterilizados. Em cada cirurgia é recomendado ter pelo menos 
duas cubas, uma para colocar o soro fisiológico e realizar a 
irrigação durante e após a cirurgia e outra cuba para colocar 
uma solução antisséptica. 
Em cirurgias maiores pode-se utilizar a cuba rim inox devido ao 
seu tamanho que caberá um maior numero de solução/líquido. 
 
 
Paramentação e instrumentação cirúrgica 
Sequencia cirúrgica: diérese, exérese, hemostasia e 
síntese. 
A forma com que irá montar os instrumentos sobre a mesa deve 
ser disponibilizada ordenadamente, seguindo a sequência da 
cirurgia. 
A ponta ativa dos instrumentos deve está sempre voltada para o 
centro da mesa, em cirurgias de hospital possui um 
instrumentador (profissional que orienta sobre os instrumentos 
na mesa), no dia a dia do consultório não existe necessidade deste 
instrumentador. 
 
Na cirurgia de consultório possui o cirurgião, assistente e uma 
terceira pessoa (circulante) que irá abrir ou pegar algo para 
auxiliar o cirurgião. 
Independente do conhecimento aprofundado da biossegurança, 
conceitos básicos devem ser mantidos. A biossegurança pode ser 
definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, 
minimizando ou eliminando os riscos inerentes às atividades de 
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento, tecnologia e 
prestação de serviço, visando a saúde do homem, a preservação 
do meio ambiente e a qualidade dos riscos. 
A partir do momento em que o cirurgião-dentista atende e 
manipula seus pacientes com instrumentos e equipamentos no 
consultório ou em ambiente cirúrgico, existe a possibilidade da 
contaminação. Portanto, todo profissional, bem como pessoal 
auxiliar, deve estar informado e treinado para empregar as 
técnicas e os procedimentos que visam ao respeito pela chamada 
cadeia asséptica e a bioproteção. 
Técnicas anestésicas maxilares 
O conhecimento da anatomia óssea, por meio de seus pontos de 
reparo, serve de guia para localizar e depositar a solução 
anestésica o mais próximo possível de um nervo, ou junto à 
superfície óssea na qual transmitam os filetes nervosos que se 
deseja anestesiar. Deve-se ter o conhecimento de densidade 
óssea das varias regiões dos maxilares, pois em algumas técnicas 
é necessária a penetração da solução anestésica através delas. 
Etapas da anestesia 
 Anamnese; 
 Seleção do anestésico; 
 Seleção da técnica a ser utilizada; 
 Aplicação da solução anti-séptica (clorexidina) 
 Aplicação do anestésico tópico; 
 Puncionamento e injeção. 
Orientações gerais 
 Orientação do bisel (corte da agulha); 
 Introdução da agulha lentamente, se necessário 
injetando pouco anestésico com o intuito de dar um 
melhor conforto ao paciente; 
 Aspirar (questãodo puncionamento); 
 Injetar lentamente um tubete entre 45-60 segundos; 
 Remoção da agulha de forma lenta; 
 Proteger a agulha. 
Contra-indicações 
 Infecção ou inflamação aguda na área da injeção 
(contra-indicação relativa pois pode-se fazer uma 
anestesia de bloqueio a distância); 
 Pacientes que poderiam morder a área anestesiada; 
 Impossibilidade da técnica. 
Em uma anestesia terminal infiltrativa é depositado o anestésico 
em porções terminais do nervo e em uma anestesia por bloqueio 
regional é anestesiado regiões mais altas do nervo. 
 
 
 
O lugar onde a anestesia é depositada pode trazer um bloqueio 
mais amplo. Qualquer estímulo realizado em região anterior a 
aplicação do anestésico será bloqueada, ou seja, não caminha até 
o sistema nervoso central. 
Técnicas anestésicas locais 
Anestesiais terminais 
Anestesias por bloqueio 
 
Regionais: realiza-se em algumas divisões, por exemplo, nervos 
alveolares superior/anterior/médio/posterior/infraorbitário. 
Todos os sub nervos que ainda são nervos calibrosos que jogam 
para uma área significativa 
Tronculares: tronco principal, por exemplo, o trigêmeo que possui 
o tronco oftálmico, maxilar e mandibular. Podendo assim, realizar 
uma anestesia em um desses troncos principais. 
Anestesias terminais 
Anestesia terminal infiltrativa 
supraperiosteal 
Essa técnica está indicada para protocolos de tratamentos 
limitados a uma área relativamente circunscrita, podendo 
envolver poucos dentes e tecidos moles adjacentes. É a técnica 
mais utilizada para anestesia pulpar dos dentes maxilares. O 
sucesso da técnica de injeção supraperiosteal depende da difusão 
anestésica através do periósteo e estruturas ósseas adjacentes 
para entrar em contato com as terminações nervosas locais, 
apresentando assim melhor eficácia em osso poroso, como a 
maxila, do que em ossos compactos, como a mandíbula. 
Outros autores denominam de infiltração local ou injeção 
paraperiosteal. 
Nervos anestesiados: grandes terminações nervosas do 
plexo dentário. 
Área anestesiada: estruturas inervadas pelos ramos 
terminais principais:. polpa, áreas radiculares, periósteo bucal, 
tecido conjuntivo e mucosa. 
Regionais 
Tronculares 
Indicação: anestesia pulpar dos dentes maxilares (1 ou 2 
dentes) pegando tecidos moles, quando indicada cirurgia da área 
circunscrita. 
Contra-indicação: essa técnica está contraindicada nos 
casos de infecções agudas e inflamações na área da injeção e 
quando se tem um osso denso podendo dificultar uma absorção 
anestésica, por exemplo, em um primeiro molar não é possível 
fazer essa técnica devido ao pilar zigomático ser muito denso. 
Vantagens: altas taxas de sucesso (95%), técnica facilitada 
e atraumática. 
Desvantagens: apenas pegar um dente, caso for feito em 
grandes áreas teria que realizar múltiplas inserções da agulha a 
grande volume de anestésicos. 
Sinais e sintomas: o paciente apresentará sensação de 
dormência na área da administração e ausência de dor durante o 
tratamento. 
Falhas: penetração inadequada da agulha (anestesia pulpar 
ineficiente) e agulha posicionada longe do osso. 
Complicações: dor na penetração da agulha (ponta contra o 
periósteo). 
Técnica anestésica: 
 Agulha curta (calibre 25 ou 27); 
 O alvo será o ápice do dente. Deve seguir da seguinte 
forma: direcionando-se ao fundo do vestíbulo seguindo a 
orientação do dente e colocando o bisel na agulha 
voltado pro osso, a injeção deve ser realizada no fundo 
de vestíbulo tentando acertar o ápice do dente, que é 
aonde está entrando inervação; 
 Referências: prega mucobucal, coroa, contorno da raiz; 
 Preparar o tecido com antisséptico/anestésico tópico 
 Orientar o bisel; 
 Levantar lábio e tencionar o tecido; 
 Seringa paralela ao longo eixo do dente; 
 Introduzir agulha; 
 Aspira; 
 Injetar o anestésico lentamente (45-60 seg); 
 Aguardar de 2 a 3 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Anestesia terminal infiltrativa intra-septal 
O anestésico será depositado no septo ósseo de dois dentes 
contíguos, onde passa rapidamente pela estrutura óssea 
esponjosa, atingindo assim o ligamento periodontal. 
 
Técnica para procedimento pequeno, muito utilizado como técnica 
complementar. Não é utilizado um tubete inteiro por está em 
região de gengiva ceratinizada próximo a base da papila. 
Indicações: pode ser utilizada em todas as papilas 
interdentais, tanto pelo lado vestibular como lingual. Grande 
aplicação em periodontia, prótese, dentística e odontopediatria, 
Anestesia terminal infiltrativa peri-dental ou 
intra-ligamentar 
O anestésico é depositado junto às fibras do ligamento 
periodontal, e através da microcirculação, o anestésico chega até 
a câmara pulpar. Quando é introduzido o anestésico no sulco 
gengival e se tem uma resistência é ali que deve ser aplicado, 
aplicando pouco anestésico. 
Pode haver extrusão de dentes, pela aplicação de pressão 
excessiva e, principalmente, grandes quantidades exageradas de 
solução anestésica. 
 
Indicações: exodontias (anestesia complementar), pulpotomias 
e preparos cavitários; complementar ao alveolar inferior. 
Técnica anestésica: 
 Posiciona-se a agulha entre o dente e o seu ligamento, 
caso o paciente se refira a alguma dor é injetado o 
anestésico. 
 Caso não ocorra a referência de dor é obtido o sucesso 
da técnica. 
Anestesia terminal infiltrativa intrapulpar 
Tem por objetivo a anestesia diretamente a polpa dentária. Deve-
se realizar a técnica quando tiver acesso à polpa, afinal, não se 
deve abri uma coroa apenas para fazer anestesia. 
 
Indicação: será indicada em uma situação em que se está 
fazendo uma endodontia (biopulpectomia) e naquele acesso após a 
anestesia regional o paciente se refere à dor. Deve-se injetar a 
agulha dentro da polpa fazendo uma anestesia direta. 
Será indicada também em uma exodontia (extração) onde está 
sendo feito a odontosecção e o paciente se refere à dor quando 
a broca zekrya chega próximo à polpa, mesmo com a região 
anestesiada. Deve-se realizar uma anestesia intrapulpar no ponto 
de acesso a polpa. 
Técnica anestésica: 
 Introduzir a agulha dentro da polpa dentária, 
procurando inseri-la sempre que possível dentro dos 
canais radiculares. 
Técnica terminal infiltrativa palatina 
A grande indicação dessa técnica é para a mucosa palatina na 
região de caninos e primeiro pré-molar onde há um cruzamento 
do nervo nasopalatino e do nervo palatino maior. 
 
Nervos anestesiados: ramos terminais do nasopalatino e 
nervo palatino maior. 
Área anestesiada: tecidos moles e circunvizinhos à injeção. 
Indicações: hemostasia, pequenos procedimentos de 
anestesia em tecidos moles (grampos/fio de retração gengival). 
Contraindicação: quando houver infecção ou área 
inflamada e controle da dor em áreas envolvendo mais que dois 
dentes. 
Vantagens: hemostasia na área de execução da técnica 
(vasoconstritores) e minimiza desconforto (mínima área de 
dormência). 
Desvantagens: alto potencial traumático. 
Sinais e sintomas: dormência e isquemia dos tecidos moles 
palatinos e ausência de dor durante o tratamento. 
Falhas da hemostasia: maior taxa de sucesso se incluído 
vasoconstritor e a hemorragia pode persistir em tecidos 
inflamados ou falha de anestesia. 
Complicações: são extremamente raras, porém, quando 
ocorre é devido à isquemia e necrose por alta concentração de 
vasoconstritor. 
Técnica anestésica: 
 Agulha curta (calibre 27); 
 Alvo são os tecidos gengivais 
 Gengiva inserida de 5 a 10 mm da margem gengival 
livre; 
 Referência: tecido gengival próximo à área; 
 Orientação do bisel: voltado para tecidos moles 
palatinos; 
 Comprimir próximo ao local de injeção; 
 Penetrar com bisel e iniciar infiltrando; 
 Manter compressão; 
 Avançar agulha até tecido ósseo; 
 Administrar até isquemia da área desejada. 
Anestesia por bloqueio - REGIONAL 
Bloqueio donervo alveolar superior posterior 
(ASP) 
É uma técnica muito utilizada na odontologia por possuir altos 
índices de sucesso. Quando utilizada para anestesia pulpar, o ASP) 
é eficaz para o terceiro, segundo e o primeiro molar. Como a raiz 
mesiovestibular do primeiro molar é inervada pelo alveolar 
superior médio, torna-se então necessária uma segunda injeção 
supraperiosteal para que ela seja anestesiada efetivamente. 
O risco de complicação também deve ser considerado quando se 
realiza a técnica APS. A penetração da agulha muito distalmente 
poderá produzir a formação de hematoma local, devendo-se 
considerar sempre o tamanho do paciente para se analisar a 
quantidade de penetração dos tecidos moles. 
Deve-se sempre realizar aspiração ou refluxo durante esta 
injeção anestésica, a fim de evitar injeção intravascular 
inadvertida. 
 
Essa técnica é denominada também de bloqueio de tuberosidade 
ou bloqueio zigomático. 
Nervo anestésico: alveolar superior posterior e ramos. 
Área anestesiada: polpa dos molares (exceção raiz MV do 
1° molar), periósteo bucal e osso adjacente. 
Indicações: tratamento dentário envolvendo dois ou mais 
molares, não é indicado e não será eficaz fazer injeção 
supraperiostal apenas para um molar. 
Contra-indicações: possibilidade do paciente ter 
hemorragia; supraperióstea/ligamento periodontal. 
Vantagens: técnica relativamente atraumática, elevada taxa 
de sucesso (95%), número mínimo de injeções e minimiza volume 
total de anestésico. 
Desvantagens: riscos de hematoma, técnica mais arbitrária 
(ausência de referências ósseas, porém, lembrar que a 
referência sempre será o último dente) e caso se faça uma 
anestesia do 1° molar terá que ser feito uma segunda anestesia 
para atingir a raiz mesio vestibular do 1° molar. 
Sinais e sintomas: usualmente sem sintomas e ausência 
de dor durante tratamento. 
Falhas: agulha muito lateral, muito baixa ou muito posterior. 
Complicações: hematomas (plexo venoso pterigoideo) e 
anestesia mandibular. 
Técnica anestésica: 
 Agulha curta (calibre 25 ou 27) 
 Alvo é o nervo alveolar superior posterior 
 Referência: prega mucobucal (fundo do sulco) 2° molar, 
túber e processo zigomático. 
 Orientação do bisel: voltado para o osso. 
 Preparar os tecidos 
 Retrair bochechas 
 Introduzir a agulha (para cima/para dentro e para trás) 
 45° do plano oclusal e plano sagital mediano 
 Avançar agulha até profundidade desejada (16mm) 
 Aplicar 
 Injetar lentamente (0,9 a 1,8ml de 30 a 60 segundos) 
 Aguardar 3 a 5 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
Na imagem é possível observar o anestésico inserido na região do 
forame, a referência normalmente é o 2° molar. A ideia é entrar 
com a agulha por volta da região que é representado na imagem. 
 
Bloqueio do nervo alveolar superior médio 
Este tipo de anestesia tem uma utilidade clínica limitada, pelo fato 
de o nervo alveolar superior médio estar presente em apenas 
28% da população. 
Nervo anestesiado: alveolar superior médio e ramos. 
Área anestesiada: primeiro e segundo pré-molar, raiz 
mesiovestibular do primeiro molar superior, tecidos periodontais, 
osso, periósteo e mucosa vestibular adjacente à região 
anestesiada. 
Indicação: tratamento dentário envolvendo somente pré-
molares (extração, restauração, endodontia de um pré-molar) ou 
quando há uma falha na anestesia distal do canino bloqueando o 
nervo infraorbitário. 
Contra-indicação: infecção ou inflamação da área e nervo 
ausente (inervação pelo ASA) 
Vantagens: minimiza número injeções e volume de anestésico. 
Sinais e sintomas: anestesia do lábio superior e ausência 
de dor durante o tratamento. 
Falhas: deposições do anestésico em posições erradas e osso 
zigomático evitando a difusão do anestésico. 
Complicações: são raros os hematomas, afinal, não se tem 
um vaso tão calibroso. 
Técnica anestésica: 
 Agulha curta ou longa (calibre 25); 
 Caso o paciente fique de frente pode-se angular a 
agulha um pouco com o objetivo de encontrar o osso; 
 Introduzir a agulha (fundo de sulco região 2° PM); 
 O alvo é o osso superior ao ápice do 2° pré-molar; 
 Referências: prega mucobucal (fundo do sulco) 2° pré-
molar; 
 Orientação do bisel: voltado para o osso; 
 Assumir posição correta (lado direito bem lateral do 
paciente como se fosse 10h e lado esquerdo um pouco 
angulado como se fosse 8h); 
 Preparar os tecidos; 
 Afastar lábio para tencionar tecido; 
 Aspira; 
 Injeção lenta (0,9 a 1,2ml – 30 a 45 segundos) 
 Aguardar 2 a 3 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Bloqueio do nervo alveolar superior anterior 
Este tipo de anestesia tem uma utilidade clínica indicada para 
procedimentos que envolvem dentes anteriores maxilares (incisivo 
central, incisivo lateral e canino, além de envolver também a 
polpa, osso e mucosa vestibular). São denominadas também de 
anestesia infraorbitária. 
Existem duas técnicas: alveolar superior anterior e infraorbitária. 
O autor Malamed considera que as duas técnicas possuem o 
mesmo nome, outros autores separam essas técnicas. 
Nervos anestésicos: alveolar superior anterior, alveolar 
superior médio, infra-orbitário e os ramos finais palpebral 
inferior, nasal lateral e labial superior. 
Área anestesiada: polpa dos incisivos e caninos; pré-
molares e raiz MV do 1° molar; tecidos moles e osso adjacente; 
pálpebra inferior, face lateral do nariz, e lábio superior. 
Indicação: procedimentos envolvendo mais de dois dentes, 
em casos de infecção e inflamação em algum dente ou em casos 
de ineficácia das anestesias supraperiósteas. 
Contra-indicação: tratamento de pequenas áreas, quando 
é feito uma anestesia em cima do nervo infraorbitária não se 
terá uma hemostasia em uma área pequena. 
Vantagens: técnica relativamente simples e segura (minimiza 
injeções/volume anestésico) 
Desvantagens: psicológicas, muitos profissionais e alunos 
possuem medo de realiza-la e do ponto de vista anatômico é 
preciso chegar próximo do forame infraorbitário, causando 
receio. 
Sinais e sintomas: dormência da pálpebra inferior, lateral 
do nariz e lábio superior, dormência de dentes e tecidos moles 
inervados pelos nervos alveolares anterior e médio e ausência de 
dor durante a terapia. 
Falhas: caso não acerte o alvo, no caso, o forame 
infraorbitário e desvio da agulha. 
Complicações: caso de hematomas é raro. 
Técnicas anestésicas: 
 Agulha longa (calibre 25); 
 Penetração da agulha (16mm) 
 Orientar agulha em direção ao forame (paralela ao longo 
eixo do dente) 
 Alvo é o forame infraorbitário; 
 Localizar o forame infraorbitário, o forame coincide 
com a linha cupilar, asa do nariz e comissura labial; 
 Referência: prega mucobucal (fundo do sulco) introduzir 
no nível do 1° pré-molar até chegar ao forame 
infraorbitário. 
 Orientação do bisel: voltado para o osso 
 Aspira 
 Assumir posição correta 
 Paciente em decúbito dorsal e com o pescoço estendido 
 Preparar tecidos; 
 Marcar local/manter dedo em posição; 
 Afastar lábio. 
 Injeção lenta (0,9 a 1,2ml – 30 a 45 segundos); 
 Aguardar 3 a 5 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Anestesia por bloqueio - troncular 
Bloqueio do nervo maxilar 
O bloqueio do nervo maxilar ou segunda divisão do trigêmeo 
(nomes comuns que são dados também) é um método eficaz para 
produzir anestesia profunda de toda uma hemimaxila. Torna-se 
útil em procedimento que envolva a manipulação de todo um 
quadrante maxilar, nos casos de: cirurgias extensas, realização de 
bloqueio dos ramos terminais maxilares ou também com a 
finalidade de diagnóstico de neuralgia da segunda divisão do nervo 
trigêmeo. 
Esta técnica pode ser realizada pela via intra ou extrabucal. Pela 
via intrabucal, o nervo maxilar pode ser abordado mediante a 
técnica da tuberosidade alta (acesso pelo alto da tuberosidade 
maxilar) ou pelo canal palatino maior. Pela via extrabucal faz-se 
porvia transcutânea em um ponto acima da chanfradura 
mandibular e abaixo da porção mediana do arco zigomático, 
alcançando o nervo em sua saída do crânio pelo forame rodondo. 
Nervos anestesiados: divisão maxilar do nervo trigêmeo. 
Área anestesiada: anestesia pulpar do lado anestesiado, 
tecidos moles e palato duro, periodonto e osso adjacente, pele da 
pálpebra inferior, lateral do nariz, bochecha e lábio superior. 
Indicação: controle da dor em cirurgias extensas, inflamação 
ou infecção tecidual e diagnóstico de neuralgias. 
Contra-indicações: inexperiência do profissional, pacientes 
pediátricos, pacientes não cooperativos, inflamação ou infecção 
dos tecidos, risco de hemorragia e impossibilidade de acesso pelo 
canal palatino. 
Vantagens: injeção atraumática (via tuber), altas taxas de 
sucesso (95%), minimiza número de punções para anestesia de 
hemimaxila e minimiza volume total de anestésico. 
Desvantagens: risco de hematoma, técnica mais complexa, 
ausência de hemostasia e dor (abordagem pelo canal palatino 
maior que é mais complicado). 
Sinais e sintomas: pressão atrás da parte superior da 
maxila, dormência nos dentes e em tecidos moles e ausência de 
dor durante o tratamento. 
Falhas: caso erre a técnica a anestesia será parcial não 
conseguindo anestesiar algumas áreas e incapacidade de 
transpor canal pelo palatino maior. 
Complicações: hematoma, penetração da orbita e 
penetração da cavidade nasal. 
As técnicas anestésicas possuem duas abordagens: abordagem 
tuberosidade e abordagem canal palatino maior. 
Técnicas anestésicas (abordagem 
tuberosidade): 
 Medir comprimento da agulha (32mm); 
 Retrair bochecha; 
 Colocar agulha na prega mucobucal do 2°molar; 
 Avançar agulha para cima e para dentro; 
 Aspira; 
 Injeção lenta (1,8ml - 60 segundos); 
 Aguardar de 3 a 5 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Técnicas anestésicas (abordagem canal 
palatino maior): 
 Medir comprimento da agulha (média 32mm); 
 Localizar forame palatino maior; 
 Comprimir posterior ao forame; 
 Injetar pequeno volume/mantém pressão; 
 Após anestesia do nervo palatino maior, avançar agulha 
em 45°; 
 Não forçar contra resistência; 
 Injetar 1,8ml em 60 segundos; 
 Aguardar 3 a 5 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Anestesias palatinas 
Bloqueio do nervo palatino maior 
A anestesia da porção posterior do palato duro é necessária 
para procedimentos odontológicos que envolvam a manipulação 
dos tecidos palatinos, como exemplo, as exodontias. Outro nome 
utilizado para esta técnica é o bloqueio do nervo palatino anterior. 
As injeções na região palatina são procedimentos traumáticos 
para muitos pacientes, sendo imperativo que o profissional utilize 
técnicas para que este procedimento torne-se o mais 
atraumático possível e diminua o desconforto do paciente. A 
anestesia tópica eficaz é o primeiro passo para uma técnica 
indolor, e deve ser realizada de forma a que o anestésico tópico 
permaneça em contato com a mucosa por no mínimo dois 
minutos. Outra manobra é a utilização da compressão local antes, 
durante e depois da injeção da solução anestésica, que pode ser 
obtida com a utilização de cotonete. Apoio firme da mão durante 
a injeção leva a um melhor controle sobre a agulha, associado 
também a uma injeção da solução anestésica lentamente, o que 
deve ser realizado em qualquer procedimento anestésico. 
Deve-se injetar pequena quantidade de solução anestésica, a fim 
de evitar isquemia local. 
Nervo anestésico: nervo palatino maior. 
Área anestésica: porção posterior do palato duro e tecidos 
moles adjacentes, aonde vai de 1° pré-molar até o último dente e 
linha média. 
Indicações: anestesia em tecidos moles (restaurações 
subgengivais/inserção de faixas matriz) e em procedimentos 
cirúrgicos ou periodontais. 
Contra-indicações: infecções ou inflamações locais e 
tratamentos de pequenas áreas. 
Vantagens: minimiza número de perfurações e volume de 
anestésico, no máximo um quarto do tubete e minimiza 
desconforto. 
Desvantagens: hemostasia apenas na área da injeção e 
potencialmente traumática para o paciente devido à dor. 
Sinais e sintomas: dormência na porção posterior do 
palato até a região de pré-molar e ausência de dor durante 
tratamento. 
Falhas: caso erre o local terá um sucesso parcial limitado e em 
nível do 1° pré-molar o paciente pode sentir dor podendo receber 
fibras nervosas do nasopalatino. 
Complicações: incidência extremamente baixa, caso haja, 
serão isquemia e necrose principalmente se tiver muito 
vasoconstritor e hematomas são raros. 
Técnicas anestésicas: 
 Agulha curta (calibre 27); 
 Alvo é o nervo palatino maior; 
 Referência: tecido mole do palato, mudança de cor do 
palato mole para o palato duro, forame palatino maior, 
junção do processo alveolar da maxila, processo alveolar 
da maxila com o osso palatino (diretamente sobre o 
forame) e o último dente; 
 Trajeto de introdução deve ser a partir do lado oposto 
(90°); 
 Orientação do bisel: voltado para os tecidos moles; 
 Paciente em decúbito dorsal e pescoço estendido; 
 Assumir posição correta (lado direito bem lateral do 
paciente como se fosse 10h e lado esquerdo um pouco 
angulado como se fosse 8h); 
 Localizar o forame palatino maior; 
 Preparar o tecido (1 a 2mm anterior); 
 Aplicar pressão sobre forame; 
 Direcionar seringa/bisel para tecido mole; 
 Penetrar até tocar no osso e injetar anestésico; 
 Continuar compressão; 
 Avançar até o osso palatino; 
 Aspirar; 
 Injeção lenta; 
 Aguardar 2 a 3 minutos para se obter o efeito 
anestésico. 
 
Bloqueio do nervo nasopalatino 
Pode ser também denominado de bloqueio do nervo incisivo ou 
bloqueio do nervo esfenopalatino. Esta técnica está indicada 
quando da necessidade de manipulação dos tecidos palatinos da 
região anterior maxilar durante tratamentos odontológicos, como 
nas exodontias. 
Nervos anestesiados: nervos nasopalatinos bilaterais 
Área anestesiada: porção anterior do palato duro e tecidos 
moles adjacentes (entre 1° pré-molar). 
Indicações: anestesia de tecidos moles palatinos para 
restaurações de dois ou três dentes como as restaurações 
subgengivais ou inserções de bandas e procedimentos cirúrgicos 
ou periodontais. 
Contra-indicação: quando há infecção ou inflamação e 
quando forem realizadas em pequenas áreas com um ou dois 
dentes. 
Vantagens: uma única injeção, além de minimiza número de 
injeções causando menos desconforto acaba diminuindo também 
o volume de anestésicos. 
Desvantagens: hemostasia apenas em região de injeção e é 
potencialmente traumática, pois é muito dolorida. Lembrando-se 
dessa desvantagem é possível realizar o protocolo para injeção 
atraumática. 
Sinais e sintomas: dormência na porção anterior do palato 
e ausência de dor durante tratamento. 
Falhas: anestesia unilateral (sendo raro) e anestesias em 
caninos a 1° pré-molar desencadeando dor ao paciente devido às 
inervações do palatino maior se misturarem. 
Complicações: incidência extremamente baixa, caso haja, 
serão isquemia e necrose principalmente se tiver muito 
vasoconstritor e hematomas são raros. 
Possuem duas técnicas anestésicas: penetração única da agulha e 
múltiplas penetrações da agulha. 
Técnica anestésica (penetração única da 
agulha): 
 Agulha curta (calibre 27); 
 O alvo é o forame incisivo (o forame incisivo é à 
entrada do canal nasopalatino); 
 Referência: mucosa palatina lateral, incisivo central e 
papila incisiva; 
 Trajeto de introdução a 45° com a papila incisiva 
 Orientação do bisel: voltado para os tecidos palatinos 
(tecidos moles); 
 Assumir posição correta (lado direito bem lateral do 
paciente como se fosse 10h e lado esquerdo um pouco 
angulado como se fosse 8h); 
 Paciente em decúbito dorsal e pescoço estendido 
 Comprimir a papila para tentar diminuir a dor; 
 Bisel voltado para tecidos isquêmicos; Penetrar pouco e injetar anestésico; 
 Manter compressão; 
 Avançar agulha em direção ao forame; 
 Aspira; 
 Injetar lentamente (1/4 tubete); 
 Aguardar 2 a 3 minutos 3 minutos para se obter o 
efeito anestésico. 
 
Técnica anestésica (múltiplas penetrações da 
agulha): 
 Agulha curta (calibre 27); 
 Três penetrações para minimizar a dor do paciente nas 
regiões de freio labial, papila interdentária e papila 
incisiva; 
 O alvo é o forame incisivo; 
 Referências: incisivo central e papila incisiva. 
 Trajeto de introdução: infiltração no freio, 90° papila 
interdentária e 45° papila incisiva. 
1° injeção (freio labial): 
 Preparar tecido freio 
 Retrair lábio 
 Infiltrar 0,3ml (15s) 
 
2° injeção (papila interdentária): 
 Pelo fato de já ter injetado a anestesia, a base da 
papila já estará anestesiada, a deposição inicial já dará 
uma anestesia para a próxima penetração; 
 Retrair o lábio; 
 Introduzir agulha na papila interdentária; 
 Aspirar (após isquemia na papila); 
 Injetar estabilizando a agulha. 
 
3° injeção (papila incisiva) 
 Introduzir agulha na papila incisiva; 
 Nessa terceira injeção é repetido a técnica de única 
aplicação; 
 A ideia dessa técnica é colocar um pouco de anestésico 
na 1° e 2° injeção, pois quando chegar na 3° injeção o 
paciente estará sem dor. 
 
Vantagem: injeção relativamente ou totalmente atraumática. 
Desvantagens: múltiplas injeções e dificuldade de estabilizar 
a seringa na hora de anestesiar um ponto muito especifico 
.CASOS CLÍNICOS 
Caso 1: exodontia de pré-molar superior 
Técnica anestésica: a melhor técnica a ser empregada é 
a técnica de bloqueio do nervo alveolar superior médio. 
Referência é o segundo pré-molar fazendo uma palatina parcial. 
 
Caso 2: Exodontia de 3° molar superior 
Técnicas anestésicas: técnica de bloqueio do nervo 
alveolar superior posterior e bloqueio do nervo palatino maior. 
Referência é o último dente no fundo do vestíbulo entrando na 
direção posterior e a agulha penetra 16mm. 
 
Caso 3: Enxerto gengival 
Técnicas anestésicas: anestesia do nervo palatino maior, 
nasopalatino ou palatino parcial infiltrativa na região do pré-molar 
e canino. É importante na área operada dar infiltrações terminais 
para realizar isquemia. 
 
Caso 4: Fístula bucosinusal 
Técnicas anestésicas: pensando no lado vestibular e no 
lado palatino a melhor técnica anestésica é a anestesia no nervo 
infraorbitário, alveolar superior posterior e no lado palatino o 
palatino maior, nasopalatino e algumas parciais infiltrativas. 
 
 
 
Técnicas anestésicas mandibulares
 Etapas da anestesia 
 
 Anamnese; 
 Seleção do anestésico; 
 Seleção da técnica a ser utilizada; 
 Aplicação da solução anti-séptica (clorexidina) 
 Aplicação do anestésico tópico; 
 Puncionamento e injeção. 
 
Orientações gerais 
 
 Orientação do bisel (corte da agulha); 
 Introdução da agulha lentamente, se necessário 
injetando pouco anestésico com o intuito de dar um 
melhor conforto ao paciente; 
 Aspirar (questão do puncionamento); 
 Injetar lentamente um tubete entre 45-60 segundos; 
 Remoção da agulha de forma lenta; 
 Proteger a agulha. 
 
Contra-indicações 
 
 Infecção ou inflamação aguda na área da injeção 
(contra-indicação relativa pois pode-se fazer uma 
anestesia de bloqueio a distância); 
 Pacientes que poderiam morder a área anestesiada; 
 Impossibilidade da técnica. 
 
Técnicas anestésicas locais 
 
Anestesiais terminais 
 
Anestesias por bloqueio 
 
 
Anestesias terminais 
Anestesia terminal infiltrativa supraperiostal 
Realiza-se penetração na mucosa acima do periósteo (não 
podendo injetar no periósteo). Quando se realiza a técnica por 
consequência é encostado no osso (automaticamente encosta-se 
no periósteo) sendo necessário recuar 3 mm para que a 
anestesia seja supraperiosteal. 
Indicação: mais especifica em lesões de tecidos moles, possui 
limitação de indicação em dentes mandibulares pela espessura da 
cortical mandibular, diminuição de sangramento (vasoconstrição), 
região anterior da mandíbula de crianças (exemplo: extração de 
dente de leite) e exérese de lesões (mucocele). 
Obs: não deve ser realizado dente a dente em mandíbula. 
Técnica anestésica: 
 Distende-se mucosa com os dedos polegar e indicador 
para baixo e para fora; 
 Punciona-se mucosa bucal na altura do dente que 
sofrerá intervenção, apenas no caso de crianças em 
região de mandíbula; 
 Posiciona-se bisel da agulha voltado para o osso ou sob 
a lesão; 
 Com uma agulha curta deposita-se ¾ do tubete. 
 
Anestesia terminal infiltrativa subperiostal 
O anestésico é depositado sob o periósteo, junto ao tecido ósseo. 
Na prática é injetada a agulha e no momento que toca o osso não 
é necessário recuar, pois é exatamente ali que deverá ser 
depositado o anestésico. É uma técnica mais dolorida, pois o 
periósteo é mais inervado. 
Indicação: limitação de indicação em dentes mandibulares pela 
espessura da cortical mandibular, são indicados para crianças em 
região anterior da mandíbula e a aplicação desta técnica sempre 
causará dor durante a deposição do anestésico, sendo 
empregada como técnica anestésica complementar. 
Regionais 
Tronculares 
Essa indicação tem como objetivo ser feita com deposição em 
mandíbula muito próxima ao osso, para que se obtenha uma maior 
difusão do anestésico. 
Existe um anestésico denominado articaina que utilizado nas 
técnicas supraperiostal e subperiostal tem-se uma boa eficiência. 
A articaina possui boa capacidade de penetração óssea, é 
considerada um excelente anestésico possuindo o pKa menor, 
obtendo assim uma difusão anestésica melhor do tecido ósseo. 
Técnica anestésica: 
 Distende-se mucosa com os dedos polegar e indicador 
para baixo e para fora; 
 Punciona-se mucosa bucal na altura do dente que 
sofrerá intervenção, apenas no caso de crianças em 
região de mandíbula; 
 Posiciona-se bisel da agulha voltado para o osso; 
 A agulha é introduzida até chegar ao tecido ósseo; 
 Com uma agulha curta deposita-se ¾ do tubete. 
 
Anestesias por bloqueio 
Anestesia pterigomandibular 
É a técnica mais utilizada e difundida, a margem de fracasso é de 
15% a 20%. As anestesias dos nervos são: alveolar inferior, 
nervo milohióideo, mentual, incisivo, lingual e bucal se for utilizado 
na técnica de três posições. 
Áreas anestesiadas: 
Alveolar inferior 
 
 Dentes mandibulares (vai do terceiro molar ao incisivo 
central inferior (linha média) 
 Corpo e porção inferior do ramo mandibular 
 Gengiva e mucosa vestibular anterior ao primeiro molar; 
 Lábio inferior e mento. 
Lingual 
 2/3 anteriores da língua e do assoalho bucal, a 
inervação sensitiva do terço anterior da língua se da 
pelo nervo glossofaríngeo. 
 Tecidos moles linguais e periósteo 
Bucal 
 Mucosa posterior ao primeiro molar. 
Na imagem abaixo a área de anestesia é representada na cor 
amarela onde faz referência ao nervo alveolar inferior e lingual. 
A área anestesiada envolve os dentes (de pré-molar até incisivo 
central), porção lingual e gengiva lingual. 
 
 
Na imagem abaixo tem-se os nervos alveolar inferior, lingual e 
bucal: 
 
Vantagem: em apenas uma única injeção é produzida uma 
grande área de anestesia. 
Desvantagem: possível dificuldade da técnica não possuindo 
certeza se está no ponto correto, sendo pouco confiável a área 
que está sendo realizada a injeção. Outra desvantagem é o fato 
de ter chances de pegar algum vaso, essa técnica é a que tem 
mais relação de anestesia intravascular (10-15%). 
Técnica direta: 
 Posição do paciente deve está em plano oclusal ao solo; 
 Agulha longa sendo a mais indicada de 4 cm de 
comprimento e calibre 25; 
 Dedo em posição correta mostra ponto exato de 
punção (metade da unha); 
 Ponto de punção: depressão entre a linha olíqua 
externa e ligamento pterigomandibular e em altura 
supero-inferior1 cm acima do plano oclusal; 
 Apoio à região de pré-molares inferiores do lado oposto 
(pode-se colocar nos pré-molares superiores quando 
forem em casos de crianças); 
 A agulha é introduzida até que atinja o tecido ósseo 
(sendo injetado lentamente anestésico durante a 
introdução); 
 Recuar a agulha 1 a 3 mm do tecido ósseo e injetar o 
restante do tubete. 
 
Quando o paciente abre a boca é possível observar três áreas 
para identificação: 
1: mucosa jugal (região interna da bochecha); 
2: trígono retromolar (extensão natural do rebordo alveolar e 
uma área sem dente) 
3: rafe pterigomandibular (união dos dois, clinicamente é a linha de 
divisão a mucosa julgal com o trígono retromolar). É na rafe 
pterigomandibular que injeta a agulha anestésica. 
 
A referência para se anestesiar corretamente é da seguinte 
forma: coloca-se o dedo indicador deitado sobre o plano oclusal 
dos dentes inferiores e a referencia será a metade do dedo ou 
da unha, em torno de 1 cm acima do plano oclusal dos molares. 
Erros da técnica: 
Na imagem abaixo é possível observar o local correto onde a 
agulha deve está posicionada, observando que o corpo da seringa 
precisa está posicionado sobre os pré-molares. Não podem está 
posicionada nem para frente e nem para trás, caso haja uma 
projeção errada, por exemplo, posicionando a haste da seringa no 
canino, a ponta da agulha estará indo mais para posterior em 
movimento contrario, por consequência errando o forame e o 
canal mandibular. 
 
Em crianças a mandíbula não está em desenvolvimento e desta 
forma o forame encontra-se abaixo do nível oclusal, sendo 
necessário o conjunto agulha-seringa entre um ângulo de 5° com 
o plano oclusal. 
Técnica indireta ou três posições 
 Posição do paciente deve está em plano oclusal ao solo; 
 Agulha longa sendo a mais indicada de 4 cm de 
comprimento e calibre 25; 
 Dedo em posição correta mostra ponto exato de 
punção (metade da unha); 
 Ponto de punção: depressão entre a linha olíqua 
externa e ligamento pterigomandibular e em altura 
supero-inferior 1 cm acima do plano oclusal; 
 Na primeira posição é tomado como apoio o plano 
oclusal dos molares inferiores do mesmo lado que será 
anestesiado (não ficará cruzada) e a agulha penetra 
inicialmente 5 mm atingindo o nervo bucal onde é 
depositado ¼ do tubete. 
 
 
 
 Na segunda posição é mantido o que já foi iniciado 
introduzindo mais 5 mm e injetando outro ¼ de 
tubete, bloqueando o nervo lingual. 
 
 Na terceira posição será a mesma da técnica direta, 
retirando a agulha de modo a deixar apenas a ponta no 
interior dos tecidos, girando o conjunto até a região de 
pré-molares inferiores do lado oposto e reintroduzindo 
até tocar o osso recuando de 1 a 3 mm, onde é 
depositado ½ (metade) do tubete restante, bloqueando 
o nervo alveolar inferior. 
 
Anestesia do nervo bucal 
Podem ou não ser anestesiados durante o bloqueio alveolar 
inferior de acordo com a técnica direta e indireta e são 
responsáveis pela inervação sensitiva dos tecidos moles e o 
periósteo bucal adjacente pela vestibular dos molares inferiores. 
Técnica anestésica: 
 Área de introdução: simulação do início da técnica 
pterigomandibular indireta na primeira posição ou na 
mucosa distal e vestibular do 2° ou 3° molar. 
 O nervo passa/cruza sobre a borda anterior do ramo. 
Se houver palpação é possível ter uma noção onde o 
nervo está cruzando. 
 O ponto de referência é a mucosa vestibular que está 
na distal do último dente. 
 Introduzir a agulha até atingir o osso; 
 Recuar 1 mm e depositar o anestésico. 
 
Anestesia do mentual/mentoniano e incisivo 
O nervo incisivo é uma porção terminal do nervo alveolar inferior, 
pois quando se chega ao forame mentoniano ele irá se dividir 
saindo como nervo mentoniano e continuará no canal da 
mandíbula como nervo incisivo. Ou seja, é uma terminação do 
nervo alveolar inferior. 
Caso seja feito uma anestesia na região do forame, 
automaticamente o nervo mentual e incisivo também serão 
anestesiados. 
Considerações anatômicas: o forame mentoniano em adultos 
jovens se localiza equidistante entre a borda inferior, crista do 
processo alveolar e próximo ao ápice dos pré-molares. A luz do 
forame está voltada ligeiramente para cima e para trás, e em 
caso de pacientes desdentados se encontra mais superiormente. 
Indicações: intervenções cirúrgicas nos tecidos moles da 
região e se houver processos patológicos que contra indiquem a 
anestesia infiltrativa. 
Área anestesiada 
Mentual 
 Mucosa vestibular (região do forame até a linha média) 
 Pele do lábio inferior 
 Mento 
Incisivo 
 Fibras nervosas pulpares para os pré-molares, caninos 
e incisivos. 
Técnica anestésica: 
 A agulha penetra em um ângulo de 45° em relação ao 
corpo da mandíbula; 
 Penetra na região de fundo de sulco, compatível com a 
região de 2° PM inferior; 
 A seringa deve está na região oposta à saída da luz do 
forame; 
 O conjunto seringa-agulha penetra de cima para baixo 
de trás para frente e de lateral para medial, ou seja, 
em direção oposta à forma que o forame sai. 
 
Obs: importante o profissional se projetar lateralmente ou atrás 
do paciente, caso se entre muito a frente do paciente torna a 
técnica mais difícil de ser realizada. 
Bloqueios tronculares mandibulares 
Ocorre a anestesia sensitiva em praticamente todo o tronco 
mandibular (V3). Dificilmente realiza-se essa técnica. 
Os nervos anestesiados são: alveolar inferior, mentoniano, lingual, 
incisivo, milo-hióideo, auriculotemporal e bucal. 
Área anestesiada 
 Dentes mandibulares, mucoperióteo e mucosa bucal; 
 2/3 anteriores da língua, tecidos moles linguais; 
 Corpo da mandíbula e porção inferior do ramo e pele 
sobre o zigomático, bochecha e região temporal. 
Técnicas anestésicas 
 Recomendado o uso de agulha longa calibre 25; 
 Paciente com a boca aberta; 
 Área de introdução-mucosa na face mesial do ramo, em 
uma linha que vai da incisura intertragos até o ângulo da 
boca, distal ao segundo molar superior; 
 Alvo é a porção medial do côndilo; 
 A profundidade da inserção não deve ultrapassar 25 a 
27 mm; 
 É injetado o conteúdo inteiro do tubete após o contato 
com a região foveana; 
 O paciente permanece com a boca aberta por 20 a 30 
segundos; 
 Aguardar de 4 a 7 minutos. 
Existe a técnica mandibular transzigomática e masseterino sendo 
de forma extraoral, injeta-se na face entre o arco zigomático e 
a incisura da mandíbula para depositar o anestésico no nível do 
côndilo e na saída do forame oval que é aonde sai o nervo 
mandibular. 
 
E também a técnica mandibular e alveolar inferior de vazirani-
akinosi utilizado quando o paciente possui trismo, ou seja, não 
consegue abrir a boca direito. Quando o paciente possui trismo 
perde-se toda referência, sendo assim, com o paciente com a 
boca fechada é necessário ir à mucosa julgal lateralmente, 
representado no espaço circulado na imagem, a fim de atingir o 
alveolar inferior. 
 
O ideal para o CD é ter o conhecimento do maior numero de 
técnicas possíveis, mas, de uma forma mais realista, devemos 
ter habilidade em pelo menos algumas dessas técnicas. Tendo o 
conhecimento das outras para sabermos usa-las com expectativa 
de sucesso. 
Casos clínicos 
Caso 1: Exodontia de 3° molares inferiores inclusos (elemento 
48) 
 
Técnicas anestésicas: técnica pterigomandibular indireta 
ou técnica pterigomandibular direta mais a técnica bucal. 
Caso o paciente ainda relate dor mesmo com as anestesias bem 
feitas pode-se fazer as técnicas intraligamentares 
adicionais/complementares, intra septais (terminais infiltrativas) 
ou até mesmo utilizar um anestésico melhor, como a articaina. 
Isso pode ocorrer, pois existem alguns nervos que saem do 
pescoço (nervo sensitivo) e seguem em direção superior à face, 
podendo ter um plexo de nervo que irão inervar algumas regiões 
na mandíbula.

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