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Competência Jurisdicional no Direito Processual Civil

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13/08/2019
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
Competência
1. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
O poder estatal é uno, porém, o seu exercício está dividido em três funções: (1) administrativa, (2)
legislativa e (3) jurisdicional.
No caso, a função jurisdicional é manifestação do poder soberano do Estado. É que, se trata de um
monopólio do Estado que tem por função a composição de conflitos pela aplicação do direito ao caso
concreto.
O exercício da jurisdição exige, na prática, o concurso de vários orgãos do Poder Público, portanto, a
jurisdicional civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais existentes em todo território nacional. (CPC, art.
16).
Ocorre que, por uma questão de conveniência e organização da atividade jurisdicional a Constituição
Federal, as leis processuais e as normas de organização judiciária distribuem as funções relativas a cada
um dos órgãos jurisdicionais existentes no país. Em suma, atribuem competência para os orgãos
jurisdicionais.
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Portanto, a competência pode ser conceituada como: “limites que cada órgão
jurisdicional exerce, de forma legítima, a função jurisdicional ou como dizem
outros a competência é uma medida da jurisdição”.
Em suma, competência é o âmbito, o espaço, dentro do qual um juiz pode,
validamente, exercer a função jurisdicional, portanto, trata-se de critério de distribuição
das atribuições relativas ao desempenho da jurisdição entre os vários órgãos do poder
judiciário.
Essa distribuição de limites ao exercício da jurisdição resulta de lei:
• CPC, art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a
competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação
especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas
constituições dos Estados.
2. CONCRETIZAÇÃO DA JURISDIÇÃO
A competência concretiza a jurisdição, portanto, leva em conta os limites da jurisdição nacional e os vários orgãos da justiça
nacional. Neste caso, é possível adotar uma metodologia para concretizar a competência:
1.Qual a justiça competente: nacional ou estrangeira?
2. Definida a competência da justiça brasileira, resta saber: a ação deve ser proposta na justiça especializada ou comum?
3. Definida a competência da justiça comum, cabe indagar: a demanda deve ser proposta na Justiça Federal ou Comum
Estadual?
4. Cabe, ainda, verificar se o conhecimento da causa cabe a órgão superior ou inferior.
5. Definida que a ação pode ser proposta no Brasil, em órgão inferior da justiça estadual, é de se indagar: em qual
comarca (foro) deve ser proposta?
IMPORTANTE:
A competência da justiça civil é residual: excluídas as matérias atribuídas às Justiças Especiais (Trabalhista,
Militar e Eleitoral) e as questões de direito penal, o resíduo forma o que se convencionou chamar de objeto da
jurisdição civil, sendo que, duas são as “Justiças” que no Brasil se encarregam do exercício da jurisdição em
matéria civil: Federal e a Estadual.
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3. DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA
Conforme destacamos anteriormente, a distribuição da competência se faz por meio
de normas: (1) Constitucionais, (2) Processuais, (3) Organização judiciária.
Em primeiro lugar, a Constituição Federal distribui a competência de todo o poder
judiciário (STF, STJ, JM, JE, JT E JF), sendo que, a competência da justiça estadual é
residual.
É importante destacar que, a lei poderá considerar vários critérios ao distribuir a
competência, tais como: (1) soberania nacional; (2) espaço territorial; (3)
hierarquia dos orgãos jurisdicionais; (4) natureza e valor da causa e (5) as
pessoas envolvidas no litígio.
Inicialmente, o Código de Processo Civil seleciona algumas espécies de lides que, com
exclusividade ou não, são atribuídas a Justiça Brasileira. Trata-se dos limites da jurisdição
nacional e da competência internacional, vejamos:
No caso, é preciso destacar que, a jurisdição civil é exercida pelos juízes em todo o território
nacional, porém, o juiz brasileiro não tem jurisdição em territórios de outros países, pois, trata-
se de uma manifestação do poder estatal, assim, deve ser respeitada a soberania dos outros
países.
Portanto, existem ações para os quais o Juiz brasileiro tem jurisdição e outras para as quais o
juiz brasileiro não possui jurisdição. Existe três razões para isso:
(1) a impossibilidade ou grande dificuldade para cumprir em território estrangeiro certas
decisões dos juízes nacionais;
(2) a irrelevância de muitos conflitos em face dos interesses que ao Estado compete preservar;
(3) a conveniência política de manter certos padrões de recíproco respeito em relação a outros
Estados.
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É preciso destacar que, o CPC atribui competência para a autoridade brasileira julgar
os seguintes casos:
CUMULATIVA - NCPC, Art. 21 e 22: cuidam de situações que a competência é
cumulativa ou concorrente. Assim, as ações podem ser propostas na justiça brasileira
ou estrangeira.
EXCLUSIVA - NCPC, Art. 23: Cuida de hipóteses de competência exclusiva da justiça
brasileira, ou seja, as ações só podem ser propostas na justiça brasileira.
CUIDADO:
Fora das situações previstas nos artigos 21 a 25 do NCPC temos inexistência de
jurisdição, estando a autoridade brasileira impedida de conhecer a questão, por
ausência de jurisdição.
IMPORTANTE: Competência concorrente e litispendência
Conforme art. 24 do NCPC, nas hipóteses de competência concorrente (art. 21 e 22) a
eventual existência de uma ação ajuizada, sobre a mesma lide, perante um tribunal
estrangeiro, “não induz litispendência e não obsta que a autoridade brasileira conheça
da mesma causa, ressalvado disposição em contrário decorrente de tratado
internacional”.
Nenhum efeito, todavia, produz a coisa julgada estrangeira em questão de matéria pertinente
à competência exclusiva da Justiça brasileira (art. 23), pois, a sentença, em semelhante
circunstância, nunca poderá ser homologada por expressa determinação do art. 964 do
NCPC.
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4. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Pode ser entendida como um modo formal de solicitar a outro país alguma medida
judicial ou administrativa necessária para um caso concreto em andamento, pois, em
razão da globalização as relações jurídicas não se processam mais unicamente dentro
de um só estado soberano, assim, é necessário cooperar e pedir cooperação de
outros estados.
É que, existem situações em que as decisões seriam ineficazes sem a cooperação
internacional dada a impossibilidade do cumprimento em território estrangeiro (tutela
transnacional mais efetiva).
Com isso, o Código de Processo Civil regulamenta, de forma mais aprofundada, as
regras de cooperação jurídica internacional que será regida por tratado do qual o
Brasil faça parte e observará os critérios do Art. 26 do NCPC.
O art. 26, ao iniciar o tema, determina que a cooperação será regida por tratado
internacional do qual o Brasil seja signatário ou, na falta deste, por meio de
reciprocidade manifestada pela via diplomática (art. 26, §1º).
Na operacionalização da cooperação internacional, exige-se que sejam observadas as
garantias processuais adotadas no Brasil e no pais estrangeiro. Neste ponto, é
importante destacar o §3º do art. 26:
CPC, art. 26, §3º. Na cooperação jurídica internacional não será admitida a
prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis
com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
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1. Objeto da cooperação jurídica internacional:
O art. 27 do Código de Processo Civil estabelece quais as diligências processuais
podem ser objeto de cooperação jurídica, vejamos:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outramedida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
É importante destacar que o rol é exemplificativo, portanto, é possível a utilização de
medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
2. Autoridade central:
É o órgão interno responsável por conduzir a cooperação jurídica entre os estados. É
a autoridade central que gerencia os pedidos de cooperação jurídica.
O ministério da justiça é, em regra, o órgão responsável por exercer o papel de
autoridade central para a transmissão e recepção dos pedidos de cooperação
internacional (art. 26, §4º, CPC).
3. Reciprocidade:
É considerada medida de igualdade que tem como finalidade atingir o equilíbrio entre
as relações internacionais.
Conforme, CPC, art. 26, §1º, na ausência de tratado, a cooperação jurídica poderá
realiza-se com base na reciprocidade manifestada pela via diplomática.
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IMPORTANTE: 
A cooperação jurídica internacional pode ser: 
(a) ativa: quando o Brasil requer a realização de ato em território estrangeiro. 
(b) passiva: quando autoridade estrangeira solicita a realização de ato no Brasil. 
Quer saber mais? Acesse o site do MINISTÉRIO DA JUSTIÇA:
• http://www.justica.gov.br/sua-protecao/cooperacao-internacional
• http://www.justica.gov.br/sua-protecao/lavagem-de-dinheiro/institucional-
2/publicacoes/arquivos/cartilha-civil-09-10-14-2.pdf
4. MECANISMOS OU MODALIDADES DE COOPERAÇÃO JURÍDICA:
No Código de Processo Civil é possível destacar três mecanismos ou modalidade de
cooperação jurídica utilizados pelos estados:
(a) Auxílio direito (arts. 28 a 34, CPC)
(b) Carta rogatória (art. 36, CPC)
(c) Homologação de sentença estrangeira (art. 960 e seguintes do CPC).
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(a) Auxílio direto: 
É pedido que não exige a expedição de carta rogatória, pois, no auxílio direto não há
juízo de delibação pelo estado requerido. No caso, não há exercício de jurisdição
pelos dois estados, vejamos:
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de
decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de
delibação no Brasil.
(b) Carta rogatória:
É instrumento pelo qual um juízo estrangeiro solicita a realização de uma diligência
processual em juízo nacional. Uma autoridade judicial estrangeira solicita ao estado
requerido que execute uma ato jurisdicional.
Importante:
A execução da carta rogatória é competência do magistrado federal (art. 109, X,
CF/88), após concessão de exequatur (autorização) por parte do STJ (art. 105, I, “i”,
da CF/88).
(c) Homologação de sentença estrangeira: 
Por fim, a execução de uma sentença estrangeira dar-se-á por carta rogatória, porém,
para que seja reconhecida e eficaz no território nacional deverá ser homologada pelo
STJ. (art. 105, I, i, CF/88).
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5. PRINCÍPIOS RELACIONADOS A COMPETÊNCIA
O direito brasileiro assenta o exame da competência em três princípios:
(a) O princípio do juiz natural;
(b) O princípio da perpetuação da jurisdição;
(c) O princípio da competência sobre a competência.
a) Princípio do Juiz Natural:
Determina que a escolha do juiz para julgar um caso concreto deve ser feita por critérios impessoais,
objetivos e preestabelecidos. O referido princípio refuta a instituição de juízos de exceção (criados para
casos determinados e posteriores ao fato).
É que, compete a lei fixar, previamente e de forma genérica, os critérios a serem utilizados para a
fixação do juízo competente. Neste sentido, a CF no art. 5º: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de
exceção e LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.
IMPORTANTE: TIPICIDADE E INDISPONIBILIDADE
Os princípios da tipicidade e indisponibilidade compõe o conteúdo do Juiz Natural.
É que, de acordo com o princípio da tipicidade a competência deve estar fixada em lei.
Por outro lado, pelo princípio da indisponibilidade a competência não pode ser
transferida para órgãos diferentes daqueles a quem a Constituição atribui.
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b) Perpetuação da jurisdição (competência):
A fixação da competência dá-se no início do processo, com a propositura da ação, nos
termos do que explana o art. 43 do Novo CPC. Vejamos:
• CPC, art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição
da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
CUIDADO COM AS EXCEÇÕES:
Concretizada a competência o sistema garante a estabilidade da demanda, salvo, nos
seguintes casos: a) supressão de órgão judiciário e b) alteração superveniente em
razão da matéria ou da hierarquia (porque são se competência absoluta.
c) Competência sobre a competência:
Todo juiz é o primeiro juiz da sua própria competência. É que, todo e qualquer juiz tem,
no mínimo, competência para avaliar, em determinado caso, a sua competência.
Portanto, o magistrado incompetente possui poder jurisdicional para reconhecer a sua
incompetência, o que revela ao menos uma parcela da jurisdição até mesmo para
juízes incompetentes.
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6. COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
Em regra, a competência é fixada pela distribuição da petição inicial, portanto, onde
houver mais de um juiz os processos deverão ser distribuídos de forma alternada e
aleatória, obedecendo rigorosa igualdade. É o que expõe os artigos 284 e 285 do
Novo CPC:
• CPC, art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos
onde houver mais de um juiz.
• CPC, art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória,
obedecendo-se rigorosa igualdade. Parágrafo único. A lista de distribuicão deverá ser
publicada no Diário de Justiça.
É por meio da distribuição que será concretizada a competência.
7. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
1. COMPETÊNCIA DO FORO (TERRITORIAL) E COMPETÊNCIA DO JUÍZO:
O foro é o local onde o juiz exerce as suas funções, portanto, é unidade territorial
sobre o qual se exerce o poder jurisdicional. Por outro lado, a competência do juízo é a
distribuição interna da competência do foro.
Portanto, para uma mesma causa, primeiro deve ser verificado qual é o foro e,
posteriormente, qual o juízo, ou seja, a vara, o cartório, a unidade administrativa
tramitará o processo.
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2. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E DERIVADA:
A competência originária é aquela atribuída ao órgão jurisdicional de forma inicial e direta, para
conhecer da causa. Em contrapartida, a competência derivada é a chamada competência
recursal, ou seja, atribuída a órgão destinado a rever uma decisão já proferida.
3. COMPETÊNCIA RELATIVA E ABSOLUTA:
A incompetência pode ser relativa (dispositiva) ou absoluta (cogente). A competência relativa
considera, sobretudo, o interesse das partes (comodidade das partes), portanto, as partes
podem dispor sobre seu critério. Na competência absoluta vigora o interesse público
(conveniência da função jurisdicional), assim, não se admite sua alteração por convenção ou
interesse das partes.
Em princípio a competência relativa está ligada a distribuição da competência territorial e do
valor da causa e a absoluta às competências da justiça especializada, de hierarquia, de varas
especializadas, portanto, em relação a matéria e hierarquia.
IMPORTANTE:
Admite-se, como regra geral a mudança da competência relativa, porém, o mesmo não
ocorre com os foros estabelecidos pelo interesse público.
As regras de competência formulada na Constituição Federal são sempre absolutas,
seja qual for o critério utilizado.
Embora se trate de competência territorial é imodificável a competência que se refere
a ações imobiliárias (art. 47, CPC).
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8. CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A COMPETÊNCIA
Existem critérios que determinam qual, dentre os vários órgãosexistentes, será competente para a
apreciação da demanda. Vejamos:
1. Territorial ou de foro (ratione loci):
É o critério indicativo do local onde deverá ser ajuizada a ação. Todo exercício da jurisdição deve aderir
a um território (princípio da aderência da jurisdição), portanto, baseia-se em aspecto de natureza
geográfica, isto é, determinada porção do território.
Foro é a delimitação territorial onde o juiz exerce sua atividade. É a comarca na justiça estadual ou a
seção judiciária na justiça federal.
Em regra, o foro comum previsto no CPC é o domicílio do Réu, nos termos do art. 46 do CPC: “A ação
fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no
foro de domicílio do réu”.
2. Em razão da matéria (ratione materiae):
Está relacionada à matéria discutida nos autos do processo (objeto da demanda),
inclusive, poderá existir varas especializadas no intuito de melhorar a tutela
jurisdicional à medida que permite o conhecimento profundo e específico da matéria.
Portanto, o critério material poderá ensejar a criação de varas especializadas como
Família, Infância e juventude dentre outras ou até mesmo “justiças” especializadas a
exemplo da Justiça Trabalho e Eleitoral.
Em regra, a Constituição Federal determina, em razão da matéria, a competência das
justiças especializadas. Exemplo: Justiça do trabalho – art. 114; Justiça Eleitoral – Art.
121 e Justiça Militar – Art. 125)
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(c) Pessoa (ratione personae):
Este critério determina que certas pessoas devem ser submetidas a julgamento por
juízes especializados. É uma garantia instituída pelo interesse público e não pela
circunstância pessoal que ostentam, tais como autarquias, empresas públicas dentre
outras.
Mais uma vez o que se pretende e a especialização, não com relação a matéria, mas
sim em função da pessoa. Ex. vara da fazenda pública e a competência da justiça
federal em razão do Art. 109, inciso I, da CF/88.
(d) Em razão do valor da causa:
Atualmente a relevância da competência fixada pelo valor da causa está restrita à
questão que envolve os Juizados Especiais.
Juizado Especial Cível: A competência do Juizado Especial Cível está prevista no art.
3º e 8º da Lei 9.099/95 (40 salários mínimos). A competência do Juizado Especial
Cível é facultativa (relativa), podendo o autor optar pela comum.
Juizado Especial Federal: A competência do Juizado Especial federal está prevista no
art. 3º da Lei 10.259/2001 (60 salários mínimos). A competência do Juizado Especial
Federal é obrigatória (absoluta).
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9. DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA INTERNA
No tocante ao estudo da competência interna, impõe verificar os critérios
determinantes de fixação adotados pelo Código de Processo Civil, bem como o
princípio basilar perpetuação da jurisdição.
1. REGRA GERAL:
Está descrita no art. 46 do Código de Processo Civil e será aplicada de forma residual, ou
seja, para os casos nos quais não exista norma específica.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde
for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro
de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em
qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro
de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou
no do lugar onde for encontrado.
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2. CASOS QUE ENVOLVAM DIREITO REAL (BENS IMÓVEIS): 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro
de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo
juízo tem competência absoluta.
OBSERVAÇÃO: Os direito reais estão previsto em lei, especialmente, no art. 1.225 do
Código Civil.
3. QUANDO SE TRATAR DE DIREITO DAS SUCESSÕES: 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações
em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.
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4. CASOS QUE ENVOLVAM DIREITO DE FAMÍLIA:
Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento 
ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem 
alimentos;
5. COMPETÊNCIA TERRITORIAL ESPECIAL:
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidadejurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em
razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de
delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante
ou assistente.
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IMPORTANTE: 
- REMESSA JUSTIÇA FEDERAL:
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao
juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas,
entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do §1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão
da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele
em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas
empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o
ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.

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