Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Professor VINICIUS DE CARVALHO MADEIRA Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra - Portugal Procurador Federal da Advocacia-Geral da União - AGU E-MAIL: vinicius.madeira@udf.edu.br DIREITOS POLÍTICOS Os direitos políticos nada mais são que instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta, seja indiretamente (Pedro Lenza). Eles formam a base do regime democrático. Referem-se ao direito de participação no processo político como um todo: direito ao sufrágio universal e ao voto periódico, livre, direto, secreto e igual; à autonomia de organização do sistema partidário; e à igualdade de oportunidades dos partidos. (Gilmar Mendes). Nossa democracia pode ser representativa ou semidireta. A CF estabelece que os direitos políticos se exercem (art. 14): Pelo sufrágio universal; Pelo voto direto e secreto; e Mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular (democracia semidireta). DIREITO AO SUFRÁGIO Se materializa no direito de votar, de participar da organização da vontade estatal e no direito de ser votado. É o direito de votar e ser votado, enquanto o voto é o meio pelo qual se exercita o sufrágio. Além do voto, o direito ao sufrágio permite que a soberania popular se exprima por meio de plebiscitos, referendos e iniciativas populares (há países que ainda têm o recall). DIREITO AO SUFRÁGIO O VOTO (§ 1º do art. 14): É obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos. Entre 16 e 18 anos e a partir dos 70 anos o voto é facultativo O voto também é facultativo para os analfabetos. Não têm direito a voto os estrangeiros e os conscritos do serviço militar obrigatório (§ 2º do art. 14). O voto também é universal, isto é, todos os brasileiros natos e naturalizados têm direito de votar, independentemente de sexo, de terem qualificações intelectuais especiais ou qual seja a classe social à qual pertençam. O voto do analfabeto passou a ser permitido no Brasil a partir da EC nº 25/1985 que também convocou a Assembleia Nacional Constituinte. A primeira Constituição brasileira a permitir o voto ao analfabeto foi a CF de 1988. O voto deixou de ser censitário* (*só para quem dispunha de certa condição ou qualificação econômica) parcialmente no Brasil em 1891 (quando mendigos e mulheres ainda não votavam). Mas com a Constituição de 1934 as mulheres passaram a votar e a partir de 1937 só aos analfabetos era negado o voto. VOTO DIRETO, LIVRE, SECRETO, PERIÓDICO E IGUAL (ART. 14, CAPUT) VOTO DIRETO O eleitor vota num candidato ou num partido, sem a mediação de uma instância intermediária (princípio da imediatidade). Nos EUA o voto para Presidente é indireto O eleitor vota em delegados incumbidos de eleger os eventuais ocupantes dos cargos. O modelo proporcional brasileiro para as eleições das câmaras de deputados (que faz com que a eleição de um parlamentar dependa do voto dado a outros colegas de partido) não retira o caráter direto da eleição, pois o eleitor continua votando num candidato ou partido específico. VOTO LIVRE O voto tem de ser livre de ingerências de outros. Ninguém pode interferir na liberdade de escolha do eleitor. Daí a necessidade de o voto ser secreto. VOTO SECRETO Protege o voto das ingerências de terceiros, protegendo a liberdade do voto, a liberdade de escolha do eleitor. Ninguém pode saber, contra a vontade do eleitor, em quem ele vot0u, vota ou pretende votar. VOTO PERIÓDICO Decorrência óbvia do princípio democrático e republicano que consagra a obrigatória rotatividade dos cargos eletivos (rotattio in office) e a temporariedade dos mandatos (term limits). IGUALDADE DO VOTO O voto de cada eleitor tem de ter o mesmo peso dos demais (one man, one vote). Para isso é necessário que haja também igualdade no resultado: tem de haver igualdade entre os votos também na distribuição dos mandatos. O problema é que eleições proporcionais e cláusulas de barreira podem afetar um pouco essa igualdade. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES Tem de haver, ainda, igualdade de oportunidades ou chances entre os partidos para que o eleitor possa dispor de amplo conhecimento e real possibilidade de escolha entre eles. IGUALDADE DE VOTOS E SISTEMAS ELEITORAIS A igualdade eleitoral nas eleições parlamentares quanto ao resultado do voto depende do sistema eleitoral adotado, que, quase sempre, nas eleições dos parlamentos, restringe um pouco este princípio da igualdade do voto. O Brasil tem dois sistemas eleitorais: O SISTEMA MAJORITÁRIO O voto é dado a candidatos nominalmente identificados e aquele que for o mais votado será o eleito. Os votos que forem dados a outros candidatos simplesmente não serão utilizados para mais nada. É adotado no Brasil para a eleição de Presidentes, Governadores, Prefeitos e Senadores. Alguns países como a Inglaterra têm voto distrital para o parlamento, o voto é dado em distritos eleitorais e os votos dados a candidatos a deputado que não obtiverem a maioria no distrito não serão computados para nenhum outro candidato. Os candidatos concorrem à única vaga do distrito. e SISTEMA PROPORCIONAL BRASILEIRO É utilizado para a eleição de Vereadores e de Deputados Federais e Estaduais. (continua no próximo slide). IGUALDADE DE VOTOS E SISTEMAS ELEITORAIS SISTEMA PROPORCIONAL BRASILEIRO (art. 27 § 1º, e 45): Neste sistema os partidos precisam obter o quociente eleitoral* para conseguirem preencher as vagas com seus candidatos o eleitor vota num único candidato (ou partido), mesmo que haja vários cargos na circunscrição eleitoral. Mas votando num candidato de um determinado partido o eleitor indica também a preferência por este partido. Isto significa que se o seu candidato não for eleito, o voto vai para outro candidato daquele partido (ou coligação) que tiver tido votos suficientes para ser eleito (que tiver obtido o quociente partidário); e se o candidato do eleitor tiver votos de sobra para ser eleito, os votos que sobrarem beneficiarão outros candidatos do mesmo partido. Isso faz com que, muitas vezes candidatos que pessoalmente tiveram poucos votos e até menos do que outros candidatos de outros partidos, consigam se eleger, enquanto aqueles dos outros partidos, que pessoalmente tiveram muitos votos, ficam de fora. Exemplo de puxadores de votos: Maluf, Tiririca, Enéas, Roriz. * QUOCIENTE ELEITORAL = [Nº DE VOTOS RECEBIDOS PELO PARTIDO] DIVIDIDO PELO [(Nº DE VOTOS VÁLIDOS) DIVIDIDO PELO (Nº DE LUGARES A PREENCHER)]. QE= [VP / (VV / L)]. Assim, no sistema proporcional, os votos dados aos partidos que não atingirem o quociente eleitoral acabam não sendo aproveitados de forma alguma, restringindo o princípio da igualdade do voto. Lembre-se que um candidato que atingiu mais votos pessoalmente, pode não ser eleito porque está num partido pequeno que sequer conseguiu somar votos suficientes para atingir o quociente eleitoral e não conseguiu direito a nenhuma cadeira do parlamento (caso do Dante de Oliveira – PDT, em 1990). PLEBISCITO, REFERENDO e INICIATIVA POPULAR (ART. 14, incisos I, II e III) MECANISMOS DE DEMOCRACIA SEMIDIRETA: PLEBISCITO Consulta realizada aos cidadãos sobre matéria a ser posteriormente discutida no âmbito do Congresso Nacional. Ex: Plebiscito ocorrido em 1993 para que os cidadãos escolhessem entre a forma (república ou monarquia) e o sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). REFERENDO Consulta posterior sobre determinado ato ou decisão estatal já tomada. Ex: Lei 10.826/2003 (Lei do desarmamento, rejeitada após referendo). ➢ Plebiscito e Referendo são convocados, seguindo a Lei 9.709/98, por meio de decreto legislativo aprovado por no mínimo 1/3dos membros que compõem uma das Casas do Congresso Nacional (não se pode convocar plebiscito e referendo por iniciativa popular). • INICIATIVA POPULAR Projeto de Lei (apresentado à Câmara dos Deputados) subscrito por ao menos 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos 5 Estados, com não menos que 3/10 por cento em cada um deles. • Deve restringir-se a um único assunto e não pode ferir cláusula pétrea; mas terá que ser apreciada pelo Congresso Nacional mesmo que contenha vício de forma (art. 13, § 2º da Lei 9.709/98). Contudo, em tese, o Congresso não é obrigado a aprovar um projeto de lei de iniciativa popular, mesmo que ele seja fruto de iniciativa popular. • Leis que nasceram de iniciativas populares Lei 8930/94 (Crimes Hediondos), Lei 9.840/99 (combate à compra de votos), Lei 11.124/2005, Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa). • RECALL Serve para que o povo revogue um mandato antes do seu término (existe, por exemplo, em alguns Estados americanos para Gornador e na Venezuela para Presidente. Não existe recall no Brasil). CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE (capacidade eleitoral passiva) Para se candidatar a CF exige do cidadão a plenitude de direitos políticos (ler § 3º do art. 14), ou seja, o cidadão não pode estar submetido às restrições decorrentes da suspensão ou da perda de seus direitos políticos (art. 15). O Alistamento eleitoral de que fala a alínea c do § 3º do art. 14 é o ato de se inscrever como eleitor (ato, aliás, obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos e que dá ao cidadão capacidade eleitoral ativa). O domicílio eleitoral da alínea d não precisa necessariamente se confundir com a residência. O TSE aceita que bastam vinculações políticas, comerciais, profissionais, comunitárias ou familiares com a circunscrição eleitoral. Para concorrer a cargo eletivo, a pessoa tem que ser eleitor, entre outros requisitos, deve estar filiado a um partido no mínimo 6 (seis) meses antes da data fixada para as eleições (Lei nº 9.096, de 1995). A eleição ocorre sempre no primeiro domingo de outubro. A dupla filiação implicará em anulação de ambas. O filiado a partido que se torna juiz, membro do MP ou do TCU, perde automaticamente a filiação partidária. O militar com menos de 10 anos de serviço perde o cargo de militar se se candidatar (art. 14, § 8º). INELEGIBILIDADES: São inelegíveis: os estrangeiros os conscritos (aqueles que estão prestando serviço militar obrigatório). os analfabetos Os cônjuges e parentes, companheiros, irmãos, concubina... (ver § 7º do art. 14 e Súmula 6 do TSE). Os candidatos ao mesmo cargo majoritário quando nele já se encontram por reeleição (art. 7º, § 5º). Os brasileiros naturalizados (os que não forem brasileiros natos) aos cargos descritos no § 3º do art. 12. O § 9º do art. 7º da CF autoriza e a LC 135/2010, no seu art. 1º, criou outras inelegibilidades relativas. Por exemplo: por 8 anos, quem for demitido, por Processo Administrativo Disciplinar (PAD), de cargo público efetivo. A LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) também torna inelegível aquele que for condenado por órgão colegiado da Justiça Eleitoral (não precisa do trânsito em julgado) por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma de posse. PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS A princípio, a CF veda a cassação de direitos políticos. Mas há exceções que autorizam a perda e a suspensão dos direitos políticos. A perda será definitiva e ocorre quando há: A) cancelamento da naturalização por sentença B) perda da nacionalidade brasileira C) recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta sem satisfação de prestação alternativa. A suspensão é temporária e ocorre quando há: A) incapacidade civil absoluta declarada por sentença na forma do art. 1.767 e ss. do Código Civil. B) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos C) condenação judicial por improbidade administrativa PARTIDOS POLÍTICOS Partido político “é uma organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e oposição” (Celso Ribeiro Bastos). “Os partidos políticos são importantes instituições na formação da vontade política. A ação política realiza-se de maneira formal e organizada pela atuação dos partidos políticos. Eles exercem uma função de mediação entre o povo e o Estado no processo de formação da vontade política, especialmente no que concerne ao processo eleitoral. Mas mesmo depois da eleição, continuam sendo instituições permanentes de participação política, estabelecendo uma mediação permanente entre o povo e o Estado” (Gilmar Mendes). - PARTIDOS POLÍTICOS - REGRAS CONSTITUCIONAIS – ART. 17 LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA é livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. E eles têm autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento (inclusive sanções como a expulsão, que, contudo, nunca ensejarão a perda do mandato). OS PARTIDOS TÊM DE OBSERVAR OS SEGUINTES PRECEITOS: I – Caráter nacional; II – Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou de subordinação a estes; III – Prestação de contas à justiça eleitoral; IV – Funcionamento parlamentar de acordo com a lei; V – Proibição de utilização de organização paramilitar. Eles nascem com o registro no cartório de registro civil de pessoas jurídicas (são pessoas jurídicas de direito privado) e depois deve haver o registro dos seus estatutos no TSE. CLÁUSULA DE BARREIRA PARA 2020 A cláusula de barreira (ou de desempenho) é fruto da EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 97 DE 2017, que restringe o tempo de TV e o acesso ao fundo partidário dos partidos políticos que não obtiverem determinada porcentagem de votos para o Congresso. Só vale após o resultado das eleições de 2018. 1) os partidos terão que alcançar um percentual mínimo do total de votos válidos em pelo menos 9 estados brasileiros, na disputa por vagas para a Câmara dos Deputados (esse percentual começa em 1,5% e em 2030 será de 3%. Em cada um desses estados, a legenda precisa conquistar pelo menos 1% dos votos válidos em 2018 e 2% em 2030. 2) Como alternativa, os partidos precisarão eleger pelo menos 9 deputados, distribuídos em no mínimo 9 estados brasileiros. Os partidos que não alcançarem uma dessas alternativas perderão tempo de TV e direito ao fundo partidário já em 2019. A longo prazo, isso poderá levar à extinção de alguns dos 35 partidos políticos no país Ou seja, as nova claúsula de barreira é muito bem vinda, mas será aplicada gradativamente. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 97 Altera a Constituição Federal para vedar as coligações partidárias nas eleições proporcionais, estabelecer normas sobre acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuito no rádio e na televisão e dispor sobre regras de transição. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 17................................................................................................................... § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e paraadotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. .................................................................................................................................... § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. .................................................................................................................................... § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão."(NR) Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020. Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão aplicar-se-á a partir das eleições de 2030. Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que: I - na legislatura seguinte às eleições de 2018: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação; II - na legislatura seguinte às eleições de 2022: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação; III - na legislatura seguinte às eleições de 2026: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. Art. 4º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 4 de outubro de 2017. FIDELIDADE PARTIDÁRIA O STF, ao julgar os MS 26.603 e 26.604, em 2007, entendeu que a fidelidade partidária é princípio constitucional que deve ser respeitado pelos candidatos eleitos, pois o sistema proporcional é eminentemente partidário e há uma inter-relação ideológica entre o eleitor, o partido político e o representante eleito. Portanto, a princípio, quem mudar de partido sem motivo justificado perderá o cargo eletivo, pois isso representa uma fraude contra a vontade do eleitor. Mas o partido precisa entrar com uma ação judicial no TSE ou TRE. A perda do mandato não ocorrerá nos cargos majoritários (senadores, governadores, prefeitos, presidente), conforme decidiu o STF na ADIN 5.081, j. 27/05/2015, Rel. Min. Luís Roberto Barroso. Derrubando a decisão do TSE na Consulta CTA 1407 (Rel. Min. Ayres Brito). Mas não haverá a perda do mandato se a mudança de partido ocorreu por justa causa. O TSE, nas Resoluções 22.610 e 22.733, considerou como justa causa: Incorporação ou fusão do partido; Criação de novo partido; Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; Grave discriminação pessoal. ➢ A "janela" partidária, que permite que candidatos mudem de legenda seis meses antes da eleição, continuará existindo. BONS ESTUDOS Prof.Vinicius de Carvalho Madeira
Compartilhar