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Unidade 9 - Direitos Políticos na Constituição de 1988

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Professor VINICIUS DE CARVALHO MADEIRA
Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra - Portugal
Procurador Federal da Advocacia-Geral da União - AGU 
E-MAIL: vinicius.madeira@udf.edu.br
DIREITOS POLÍTICOS
 Os direitos políticos nada mais são que instrumentos por meio
dos quais a CF garante o exercício da soberania popular,
atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução
da coisa pública, seja direta, seja indiretamente (Pedro Lenza).
 Eles formam a base do regime democrático. Referem-se ao direito de
participação no processo político como um todo: direito ao sufrágio
universal e ao voto periódico, livre, direto, secreto e igual; à autonomia de
organização do sistema partidário; e à igualdade de oportunidades dos
partidos. (Gilmar Mendes).
 Nossa democracia pode ser representativa ou semidireta. A
CF estabelece que os direitos políticos se exercem (art. 14):
 Pelo sufrágio universal;
 Pelo voto direto e secreto; e
 Mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular (democracia
semidireta).
DIREITO AO SUFRÁGIO
Se materializa no direito de votar, de participar
da organização da vontade estatal e no direito
de ser votado. É o direito de votar e ser votado,
enquanto o voto é o meio pelo qual se exercita
o sufrágio.
Além do voto, o direito ao sufrágio permite
que a soberania popular se exprima por meio
de plebiscitos, referendos e iniciativas
populares (há países que ainda têm o recall).
DIREITO AO SUFRÁGIO
 O VOTO (§ 1º do art. 14):
 É obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
 Entre 16 e 18 anos e a partir dos 70 anos o voto é facultativo
 O voto também é facultativo para os analfabetos.
 Não têm direito a voto os estrangeiros e os conscritos do serviço militar
obrigatório (§ 2º do art. 14).
 O voto também é universal, isto é, todos os brasileiros natos e naturalizados têm
direito de votar, independentemente de sexo, de terem qualificações intelectuais
especiais ou qual seja a classe social à qual pertençam.
 O voto do analfabeto passou a ser permitido no Brasil a partir da EC nº
25/1985 que também convocou a Assembleia Nacional Constituinte. A
primeira Constituição brasileira a permitir o voto ao analfabeto foi a CF de
1988.
 O voto deixou de ser censitário* (*só para quem dispunha de certa condição ou
qualificação econômica) parcialmente no Brasil em 1891 (quando mendigos e
mulheres ainda não votavam). Mas com a Constituição de 1934 as mulheres passaram
a votar e a partir de 1937 só aos analfabetos era negado o voto.
VOTO DIRETO, LIVRE, SECRETO, PERIÓDICO E IGUAL
(ART. 14, CAPUT)
 VOTO DIRETO  O eleitor vota num candidato ou num partido, sem a mediação de
uma instância intermediária (princípio da imediatidade).
 Nos EUA o voto para Presidente é indireto O eleitor vota em delegados incumbidos de eleger
os eventuais ocupantes dos cargos.
 O modelo proporcional brasileiro para as eleições das câmaras de deputados (que faz com que a
eleição de um parlamentar dependa do voto dado a outros colegas de partido) não retira o caráter
direto da eleição, pois o eleitor continua votando num candidato ou partido específico.
 VOTO LIVRE  O voto tem de ser livre de ingerências de outros. Ninguém pode
interferir na liberdade de escolha do eleitor. Daí a necessidade de o voto ser secreto.
 VOTO SECRETO Protege o voto das ingerências de terceiros, protegendo a liberdade
do voto, a liberdade de escolha do eleitor. Ninguém pode saber, contra a vontade do
eleitor, em quem ele vot0u, vota ou pretende votar.
 VOTO PERIÓDICO  Decorrência óbvia do princípio democrático e republicano que
consagra a obrigatória rotatividade dos cargos eletivos (rotattio in office) e a
temporariedade dos mandatos (term limits).
 IGUALDADE DO VOTO O voto de cada eleitor tem de ter o mesmo peso dos demais
(one man, one vote). Para isso é necessário que haja também igualdade no resultado: tem
de haver igualdade entre os votos também na distribuição dos mandatos. O problema é
que eleições proporcionais e cláusulas de barreira podem afetar um pouco essa igualdade.
 IGUALDADE DE OPORTUNIDADES  Tem de haver, ainda, igualdade de
oportunidades ou chances entre os partidos para que o eleitor possa dispor de amplo
conhecimento e real possibilidade de escolha entre eles.
IGUALDADE DE VOTOS E SISTEMAS ELEITORAIS
 A igualdade eleitoral nas eleições parlamentares quanto ao
resultado do voto depende do sistema eleitoral adotado, que,
quase sempre, nas eleições dos parlamentos, restringe um
pouco este princípio da igualdade do voto.
 O Brasil tem dois sistemas eleitorais:
 O SISTEMA MAJORITÁRIO  O voto é dado a candidatos
nominalmente identificados e aquele que for o mais votado será o eleito. Os
votos que forem dados a outros candidatos simplesmente não serão utilizados
para mais nada. É adotado no Brasil para a eleição de Presidentes,
Governadores, Prefeitos e Senadores.
 Alguns países como a Inglaterra têm voto distrital para o parlamento, o voto é dado
em distritos eleitorais e os votos dados a candidatos a deputado que não obtiverem a
maioria no distrito não serão computados para nenhum outro candidato. Os candidatos
concorrem à única vaga do distrito.
e
 SISTEMA PROPORCIONAL BRASILEIRO  É
utilizado para a eleição de Vereadores e de Deputados Federais e
Estaduais. (continua no próximo slide).
IGUALDADE DE VOTOS E SISTEMAS ELEITORAIS
 SISTEMA PROPORCIONAL BRASILEIRO (art. 27 § 1º, e 45):
 Neste sistema os partidos precisam obter o quociente eleitoral* para conseguirem
preencher as vagas com seus candidatos  o eleitor vota num único candidato (ou
partido), mesmo que haja vários cargos na circunscrição eleitoral. Mas votando num
candidato de um determinado partido o eleitor indica também a preferência por este
partido. Isto significa que se o seu candidato não for eleito, o voto vai para outro
candidato daquele partido (ou coligação) que tiver tido votos suficientes para ser
eleito (que tiver obtido o quociente partidário); e se o candidato do eleitor tiver
votos de sobra para ser eleito, os votos que sobrarem beneficiarão outros candidatos
do mesmo partido.
 Isso faz com que, muitas vezes candidatos que pessoalmente tiveram poucos votos e até
menos do que outros candidatos de outros partidos, consigam se eleger, enquanto aqueles
dos outros partidos, que pessoalmente tiveram muitos votos, ficam de fora. Exemplo de
puxadores de votos: Maluf, Tiririca, Enéas, Roriz.
 * QUOCIENTE ELEITORAL = [Nº DE VOTOS RECEBIDOS PELO PARTIDO]
DIVIDIDO PELO [(Nº DE VOTOS VÁLIDOS) DIVIDIDO PELO (Nº DE LUGARES A
PREENCHER)]. QE= [VP / (VV / L)].
 Assim, no sistema proporcional, os votos dados aos partidos que não
atingirem o quociente eleitoral acabam não sendo aproveitados de forma
alguma, restringindo o princípio da igualdade do voto. Lembre-se que um
candidato que atingiu mais votos pessoalmente, pode não ser eleito porque está num partido
pequeno que sequer conseguiu somar votos suficientes para atingir o quociente eleitoral e
não conseguiu direito a nenhuma cadeira do parlamento (caso do Dante de Oliveira – PDT,
em 1990).
PLEBISCITO, REFERENDO e INICIATIVA POPULAR
(ART. 14, incisos I, II e III)
 MECANISMOS DE DEMOCRACIA SEMIDIRETA:
 PLEBISCITO  Consulta realizada aos cidadãos sobre matéria a ser posteriormente
discutida no âmbito do Congresso Nacional.
 Ex: Plebiscito ocorrido em 1993 para que os cidadãos escolhessem entre a forma
(república ou monarquia) e o sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo).
 REFERENDO  Consulta posterior sobre determinado ato ou decisão estatal já
tomada.
 Ex: Lei 10.826/2003 (Lei do desarmamento, rejeitada após referendo).
➢ Plebiscito e Referendo são convocados, seguindo a Lei 9.709/98, por meio de decreto
legislativo aprovado por no mínimo 1/3dos membros que compõem uma das Casas do
Congresso Nacional (não se pode convocar plebiscito e referendo por iniciativa popular).
• INICIATIVA POPULAR  Projeto de Lei (apresentado à Câmara dos Deputados)
subscrito por ao menos 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos 5 Estados,
com não menos que 3/10 por cento em cada um deles.
• Deve restringir-se a um único assunto e não pode ferir cláusula pétrea; mas terá que ser apreciada pelo
Congresso Nacional mesmo que contenha vício de forma (art. 13, § 2º da Lei 9.709/98). Contudo, em
tese, o Congresso não é obrigado a aprovar um projeto de lei de iniciativa popular, mesmo que ele seja
fruto de iniciativa popular.
• Leis que nasceram de iniciativas populares Lei 8930/94 (Crimes Hediondos), Lei 9.840/99 (combate
à compra de votos), Lei 11.124/2005, Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa).
• RECALL  Serve para que o povo revogue um mandato antes do seu término (existe, por exemplo, em
alguns Estados americanos para Gornador e na Venezuela para Presidente. Não existe recall no Brasil).
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
(capacidade eleitoral passiva)
 Para se candidatar a CF exige do cidadão a plenitude de direitos
políticos (ler § 3º do art. 14), ou seja, o cidadão não pode estar
submetido às restrições decorrentes da suspensão ou da perda de seus
direitos políticos (art. 15).
 O Alistamento eleitoral de que fala a alínea c do § 3º do art. 14 é o ato
de se inscrever como eleitor (ato, aliás, obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos e que
dá ao cidadão capacidade eleitoral ativa).
 O domicílio eleitoral da alínea d não precisa necessariamente se
confundir com a residência. O TSE aceita que bastam vinculações
políticas, comerciais, profissionais, comunitárias ou familiares com a
circunscrição eleitoral.
 Para concorrer a cargo eletivo, a pessoa tem que ser eleitor, entre outros requisitos,
deve estar filiado a um partido no mínimo 6 (seis) meses antes da data fixada para as
eleições (Lei nº 9.096, de 1995).
 A eleição ocorre sempre no primeiro domingo de outubro.
 A dupla filiação implicará em anulação de ambas.
 O filiado a partido que se torna juiz, membro do MP ou do TCU, perde
automaticamente a filiação partidária. O militar com menos de 10 anos de
serviço perde o cargo de militar se se candidatar (art. 14, § 8º).
INELEGIBILIDADES:
 São inelegíveis:
 os estrangeiros
 os conscritos (aqueles que estão prestando serviço militar obrigatório).
 os analfabetos
 Os cônjuges e parentes, companheiros, irmãos, concubina... (ver
§ 7º do art. 14 e Súmula 6 do TSE).
 Os candidatos ao mesmo cargo majoritário quando nele já se
encontram por reeleição (art. 7º, § 5º).
 Os brasileiros naturalizados (os que não forem brasileiros natos)
aos cargos descritos no § 3º do art. 12.
 O § 9º do art. 7º da CF autoriza e a LC 135/2010, no seu art. 1º, criou outras
inelegibilidades relativas. Por exemplo: por 8 anos, quem for demitido, por Processo
Administrativo Disciplinar (PAD), de cargo público efetivo.
 A LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) também torna inelegível aquele que for
condenado por órgão colegiado da Justiça Eleitoral (não precisa do trânsito em
julgado) por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação,
captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do
diploma de posse.
PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
 A princípio, a CF veda a cassação de direitos
políticos. Mas há exceções que autorizam a perda
e a suspensão dos direitos políticos.
 A perda será definitiva e ocorre quando há:
 A) cancelamento da naturalização por sentença
 B) perda da nacionalidade brasileira
 C) recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta sem
satisfação de prestação alternativa.
 A suspensão é temporária e ocorre quando há:
 A) incapacidade civil absoluta declarada por sentença na forma
do art. 1.767 e ss. do Código Civil.
 B) condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos
 C) condenação judicial por improbidade administrativa
PARTIDOS POLÍTICOS
 Partido político “é uma organização de pessoas reunidas
em torno de um mesmo programa político com a
finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao menos,
de influenciar na gestão da coisa pública através de
críticas e oposição” (Celso Ribeiro Bastos).
 “Os partidos políticos são importantes instituições na
formação da vontade política. A ação política realiza-se de
maneira formal e organizada pela atuação dos partidos
políticos. Eles exercem uma função de mediação entre o
povo e o Estado no processo de formação da vontade
política, especialmente no que concerne ao processo
eleitoral. Mas mesmo depois da eleição, continuam sendo
instituições permanentes de participação política,
estabelecendo uma mediação permanente entre o povo e o
Estado” (Gilmar Mendes).
- PARTIDOS POLÍTICOS -
REGRAS CONSTITUCIONAIS – ART. 17
 LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA  é livre
a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos.
E eles têm autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento (inclusive sanções como a
expulsão, que, contudo, nunca ensejarão a perda do mandato).
 OS PARTIDOS TÊM DE OBSERVAR OS SEGUINTES
PRECEITOS:
 I – Caráter nacional;
 II – Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou
governos estrangeiros ou de subordinação a estes;
 III – Prestação de contas à justiça eleitoral;
 IV – Funcionamento parlamentar de acordo com a lei;
 V – Proibição de utilização de organização paramilitar.
 Eles nascem com o registro no cartório de registro civil de pessoas
jurídicas (são pessoas jurídicas de direito privado) e depois deve
haver o registro dos seus estatutos no TSE.
CLÁUSULA DE BARREIRA PARA 2020
 A cláusula de barreira (ou de desempenho) é fruto da
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 97 DE 2017, que restringe o
tempo de TV e o acesso ao fundo partidário dos partidos
políticos que não obtiverem determinada porcentagem de
votos para o Congresso.
 Só vale após o resultado das eleições de 2018.
 1) os partidos terão que alcançar um percentual mínimo do total de votos
válidos em pelo menos 9 estados brasileiros, na disputa por vagas para a
Câmara dos Deputados (esse percentual começa em 1,5% e em 2030 será
de 3%. Em cada um desses estados, a legenda precisa conquistar pelo
menos 1% dos votos válidos em 2018 e 2% em 2030.
 2) Como alternativa, os partidos precisarão eleger pelo menos 9
deputados, distribuídos em no mínimo 9 estados brasileiros.
 Os partidos que não alcançarem uma dessas alternativas perderão tempo
de TV e direito ao fundo partidário já em 2019. A longo prazo, isso poderá
levar à extinção de alguns dos 35 partidos políticos no país
 Ou seja, as nova claúsula de barreira é muito bem vinda, mas será aplicada
gradativamente.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 97
Altera a Constituição Federal para vedar as coligações partidárias nas eleições proporcionais, estabelecer normas sobre acesso dos partidos políticos aos 
recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuito no rádio e na televisão e dispor sobre regras de transição.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto
constitucional:
Art. 1º A Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 17...................................................................................................................
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e paraadotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
....................................................................................................................................
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
....................................................................................................................................
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a
outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo
de rádio e de televisão."(NR)
Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições
de 2020.
Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no
rádio e na televisão aplicar-se-á a partir das eleições de 2030.
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação;
II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação;
III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
Art. 4º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 4 de outubro de 2017.
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
 O STF, ao julgar os MS 26.603 e 26.604, em 2007, entendeu que a fidelidade
partidária é princípio constitucional que deve ser respeitado pelos candidatos eleitos,
pois o sistema proporcional é eminentemente partidário e há uma inter-relação
ideológica entre o eleitor, o partido político e o representante eleito.
 Portanto, a princípio, quem mudar de partido sem motivo justificado perderá o cargo
eletivo, pois isso representa uma fraude contra a vontade do eleitor. Mas o partido
precisa entrar com uma ação judicial no TSE ou TRE.
 A perda do mandato não ocorrerá nos cargos majoritários (senadores,
governadores, prefeitos, presidente), conforme decidiu o STF na ADIN 5.081, j.
27/05/2015, Rel. Min. Luís Roberto Barroso. Derrubando a decisão do TSE na
Consulta CTA 1407 (Rel. Min. Ayres Brito).
 Mas não haverá a perda do mandato se a mudança de partido ocorreu por justa causa.
O TSE, nas Resoluções 22.610 e 22.733, considerou como justa causa:
 Incorporação ou fusão do partido;
 Criação de novo partido;
 Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
 Grave discriminação pessoal.
➢ A "janela" partidária, que permite que candidatos mudem de legenda seis
meses antes da eleição, continuará existindo.
BONS ESTUDOS
Prof.Vinicius de Carvalho Madeira

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