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Cópia de Resenha MORGENTHAU, Hans J A Política entre as nações_ a luta pelo poder e pela paz

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Resenha 
MORGENTHAU, Hans J. A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. 
O livro foi escrito com dois propósitos. O primeiro consiste em descobrir e compreender as 
forças que determinam as relações políticas entre as nações. O segundo propósito é 
entender os meios pelos quais essas forças agem umas sobre as outras e sobre as 
relações políticas e as instituições internacionais. 
No primeiro capítulo, ​Uma teoria realista da política internacional, Morgenthau diz que o 
realismo político depende de uma teoria empírica e pragmática que deve ser testada pelo 
seu propósito, chegando a seguinte questão: ”Será que a teoria é coerente com os fatos e 
com seus próprios elementos constitutivos?” 
Discutem-se os princípios por meio dos quais se torna possível chegar ao conhecimento 
das relações internacionais contemporâneas. 
 
A política é governada por leis objetivas que intrínseca na natureza humana, que não 
dependem de tempo e lugar, sendo o comportamento político sempre orientado pela 
realização de interesses. ​O interesse político é configurado em termos de poder na 
política internacional que variam segundo o tempo e o lugar. O poder é uma categoria 
objetiva universalmente válida, contudo passível de variação a depender do contexto 
político e cultural do período da história no qual a política é formulada. 
 
O realismo político é consciente da significação moral da ação política, que não se 
confunde com as leis abstratas universais que regem o comportamento do cidadão. 
 
A ética política do governante deve ser avaliada a partir das responsabilidades que o 
governante tem com o povo que representa e, nesse caso, considera que a prudência - a 
avaliação das conseqüências decorrentes de ações políticas alternativas - representa a 
virtude suprema na política. O Realismo recusa a ideia de que uma determinada nação 
possa revestir suas próprias aspirações e ações com fins morais e universais, e usá-los é 
um ato leviano e pernicioso. De acordo com Morgenthau, o realista político sustenta a 
autonomia da esfera política que é independente das demais esferas que compõem a vida 
do homem em sociedade (econômica, ética, jurídica, religiosa). Ao abordar a política, nos 
seus próprios termos, o Realismo cria as condições para o seu correto entendimento, sendo 
possível distinguir fatos políticos e não políticos e garantir a ordem sistêmica na esfera 
política. 
 
O capítulo 2, ​A ciência da política internacional, ​aponta enfoques distintos entre a política 
internacional e aspectos históricos recentes e fatos correntes. Deve ser feita uma análise de 
eventos únicos mas que se manifestam de maneira análoga. A ambiguidade dos fatos 
atinentes à política internacional são revelados pelo conhecimento das forças que 
determinam a política entre as nações, e das maneiras pelas quais se desenrolam as 
relações políticas que, em qualquer situação, apresentam tendências contraditórias. Nesse 
caso, ​o realista pode traçar as diferentes tendências que, como potencialidades, são 
inerentes a uma determinada situação internacional, bem como assinalar as 
diferentes condições que tornam uma tendência mais suscetível de prevalecer sobre 
as demais e, finalmente, avaliar as distintas probabilidades que as diversas 
condições e tendências têm de predominar na realidade. 
Morgenthau propõe-se a investigar a compreensão do problema da paz internacional e as 
relações entre as forças da guerra fria em um contexto de divisão antagônica ideológica e 
da tecnologia nuclear, em que a preservação da paz converteu-se no principal empenho de 
todas as nações. 
 
A compreensão dos conceitos de guerra e paz são básicas para a discussão da 
política mundial nas décadas finais do vigésimo século, quando uma acumulação 
sem precedentes de poder destruidor confere ao problema da paz uma urgência que 
ele jamais tivera. Para ele, a paz mundial somente seria possível por meio do 
equilíbrio de poder e nas limitações normativas, representadas pelo direito 
internacional, moralidade internacional e opinião pública mundial. 
 
O capítulo 3 inicia com a seguinte pergunta: O que é poder político? ​O poder político é um 
meio para alcançar os objetivos de uma nação. A política internacional, como toda 
política, consiste em uma luta pelo poder que constitui sempre o objetivo imediato, 
independente de quais forem os fins dessa política internacional (liberdade, 
segurança, prosperidade ou o poder em si mesmo). O poder político consiste em uma 
relação entre os que o exercitam e aqueles sobre os quais ele é exercido, este último 
pela a expectativa de benefícios, o receio de desvantagens, e o respeito ou amor por 
indivíduos ou instituições (mais aplicável às políticas nacionais que externas). 
 
Do conceito de política internacional decorrem duas conclusões: que nem toda ação 
que um país desenvolva com respeito a um outro será de natureza política. O 
envolvimento de uma nação no campo da política internacional constitui somente um 
dos tipos de atividade com que uma nação pode participar da cena internacional; e 
que nem todas as nações estão, o tempo todo, em maior (EUA, China) ou menor grau 
(Áustria, Suíça, Espanha), engajadas em atividades de política internacional. 
 
​A relação das nações com a política internacional apresenta uma qualidade 
dinâmica, que se modifica como decorrência das alternâncias do poder, e que pode 
trazer uma nação para a frente da ribalta da luta pelo poder, ou arrancar de uma outra 
nação a capacidade de participar ativamente. 
 
Segundo ele, ​o poder assume as seguintes variantes: entre poder e influência, entre 
poder e amor (carisma), entre poder utilizável(força militar) e não utilizável (armas 
nucleares), entre poder legítimo (autoridade moral ou legal) e poder ilegítimo. 
 
Morgenthau refere-se à depreciação do poder político cujo fato é freqüentemente negado 
pela convicção de que a luta pelo poder pode ser eliminada do cenário internacional, seja 
no pensamento liberal ou socialista, e que essa ideia esteve associada às importantes 
tentativas de organizar o mundo, tais como a Liga das Nações e as Nações Unidas. Para 
ele, as duas raízes para a depreciação dos poder político são ​a filosofia do século XIX​, 
relacionada à mudança de um governo autocrático por um sistema de dominação indireta 
que mascarava as relações de poder​, e a experiência americana ​relacionada ao 
distanciamento em relação aos centros do conflito mundial durante o século XIX, com a 
ideologia política nacionalista pacifista e o antiimperialista, e seu envolvimento na Guerra 
Hispano-Americana, que sedimentou a crença de que o envolvimento na política do poder 
não era algo inevitável, mas somente um acidente histórico, e que as nações têm liberdade 
para escolher entre a política do poder e outras modalidades de política externa não 
maculada pelo desejo do poder. 
Morgenthau alertou para expectativas utópicas de uma "​ciência da paz moderna" ​que parte do 
pressuposto de que o mundo é totalmente acessível à ciência e àrazão e ​que pretendia 
conter em si todos os elementos necessários para obtenção da cooperação harmoniosa de toda 
humanidade. ​A abolição da guerra constitui obviamente o problema fundamental com que se 
defronta o pensamento internacional, porém a substituição de avaliações políticas genuínas 
por padrões supostamente científicos, pode impedir ou destruir a capacidade de tomar 
quaisquer decisões políticas inteligentes. Tanto a busca do poder como a sua defesa 
tornam-se aberrações da atitude científica, que busca causas e remédios. Essencialmente, 
não há coisa alguma pela qual se deva combater; há sempre algo a ser analisado, 
compreendido e reformado.

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