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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA Módulo 5A Transferência de Calor Trocadores de Calor Belo Horizonte / MG 2º semestre / 2019 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA Módulo 5A Trocadores de Calor Trabalho apresentado para análise e avaliação na disciplina de Termodinâmica, modulo 5A do curso de Engenharia Mecânica do turno noturno do Centro Universitário UNA orientado pela Prof. Orientador: ALUNO: 3 1. INTRODUÇÃO O que são Trocadores de Calor? Equipamentos de vários tipos e configurações onde ocorre transferência de energia sob a forma de calor entre duas ou mais massas de fluido que podem ou não estar em contato direto. Os equipamentos usados para implementar a troca de calor entre dois fluidos ou mais sujeitos a diferentes temperaturas que estão separados por paredes sólidas são denominados trocadores de calor. A transferência de calor nesses aparatos geralmente envolve convecção em cada fluido e condução através da parede que separa os dois fluidos. Na análise de trocadores de calor, é conveniente trabalhar com o coeficiente global da transferência de calor, que representa a contribuição de todos esses efeitos sobre a transferência de calor. 1.1. Organograma trocadores de calor Figura 1: Organograma 2. PROCESSOS DE TRANSFERENCIA 2.1Trocadores de calor de contato direto Neste trocador, os dois fluidos se misturam. Aplicações comuns de um trocador de contato direto envolvem transferência de massa além de transferência de calor. Comparado a recuperadores de contato indireto e regeneradores, são alcançadas taxas de transferência de calor muito altas. Sua construção é relativamente barata. Exemplo: Torres de resfriamento. Figura 2: Torres de resfriamento. 2.2 Trocadores de calor contato indireto 2.2.1 Transferência direta Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao frio através de uma parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor de recuperação, ou simplesmente como um Recuperador. 4 Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao frio através de uma parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor de recuperação, ou simplesmente como um recuperador. Alguns exemplos de trocadores de transferência direta são trocadores de: • Placa • Tubular • Superfície estendida Recuperadores constituem uma vasta maioria de todos os trocadores de calor. 2.2.2 Transferência tipo armazenamento Em um trocador de armazenamento, os ambos fluidos percorrem alternativamente as mesmas passagens de troca de calor. A superfície de transferência de calor geralmente é de uma estrutura chamada matriz. Em caso de aquecimento, o fluido quente atravessa a superfície de transferência de calor e a energia térmica é armazenada na matriz. Posteriormente, quando o fluido frio passa pelas mesmas passagens, a matriz “libera” a energia térmica (em refrigeração o caso é inverso). Este trocador também é chamado regenerador. Podem ser dinâmicos ou estáticos. Os estáticos não possuem partes móveis e consistem em uma matriz através da qual passa alternadamente os fluidos quentes e frios. Figura 3: Trocador de calor de armazenamento. 3. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O TIPO DE CONSTRUÇÃO Temos trocadores tubular é de placas, de superfície estendida e regenerativos. Outros trocadores existem, mas os grupos principais são estes. 3.1 TROCADORES TUBULARES São geralmente construídos com tubos circulares, existindo uma variação de acordo com o fabricante. São usados para aplicações de transferência de calor líquido/líquido (uma ou duas fases). Eles trabalham de maneira ótima em aplicações de transferência de calor gás/gás, principalmente quando pressões e/ou temperaturas operacionais são muito altas onde nenhum outro tipo de trocador pode operar. Estes trocadores podem ser classificados como carcaça e tubo, tubo duplo e de espiral. 3.1.1 Trocadores de carcaça e tubo Este trocador é construído com tubos e uma carcaça. Um dos fluidos passa por dentro dos tubos, e o outro pelo espaço entre a carcaça e os tubos. Existe uma variedade de construções diferentes destes trocadores dependendo da transferência de calor desejada, do desempenho, da queda de pressão e dos métodos usados para reduzir tensões térmicas, prevenir vazamentos, facilidade de limpeza, para conter pressões operacionais e temperaturas altas, controlar corrosão, etc. Trocadores de carcaça e tubo são os mais usados para quaisquer capacidade e condições operacionais, tais como pressões e temperaturas altas, atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito viscosos, misturas de multicomponentes, etc. Estes são 5 trocadores muito versáteis, feitos de uma variedade de materiais e tamanhos e são extensivamente usados em processos industriais. Figura 4: Trocador de carcaça e tubo. 3.1.2 Trocador tubo duplo O trocador de tubo duplo consiste de dois tubos concêntricos. Um dos fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela parte anular entre tubos, em uma direção de contrafluxo. Este é talvez o mais simples de todos os tipos de trocador de calor pela fácil manutenção envolvida. É geralmente usado em aplicações de pequenas capacidades. Figura 5: Trocador de tubo duplo. 3.1.3 Trocador de calor em serpentina Tipo de trocador consiste em uma ou mais serpentina (de tubos circulares) ordenadas em uma carcaça. A transferência de calor associada a um tubo espiral é mais alta que para um tubo duplo. Além disso, uma grande superfície pode ser acomodada em um determinado espaço utilizando as serpentinas. As expansões térmicas não são nenhum problema, mas a limpeza é muito problemática. Figura 6: Trocador de tubo duplo. 4. TROCADOR DE CALOR TIPO PLACA Este tipo de trocador normalmente é construído com placas lisas ou com alguma forma de ondulações. Geralmente, este trocador não pode suportar pressões muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente. Figura 7: Trocador de calor tipo placa. 5. APLICAÇÃO DE TROCADORES DE CALOR 5.1 Condensador Os condensadores são utilizados em várias aplicações, como usinas de força a vapor de água, plantas de processamento químico e usinas nucleares elétricas de veículos espaciais. Os principais tipos incluem os condensadores de superfície, os 6 condensadores a jato e os condensadores evaporativos. O tipo mais comum é o condensador de superfície, que tem a vantagem de o condensado ser devolvido à caldeira através do sistema de alimentação de água uma vez que a pressão do vapor, na saída da turbina, é de somente 1,0 a 2,0 polegadas de mercúrio absolutas, a densidade do vapor é muito baixa. e a vazão do fluido é extremamente grande. Para minimizar a perda de carga, na transferência do vapor da turbina para o condensador, o condensador é montado ordinariamente abaixo da turbina e ligado a ela. A água de resfriamento flui horizontalmente no interior dos tubos, enquanto o vapor flui verticalmente para baixo, entrando por uma grande abertura na parte superior, e passa transversalmente sobre os tubos. Há um dispositivo de aspiração do ar, este dispositivo é importante, pois a presença de gás não condensável no vapor reduz o coeficiente de transferência de calor na condensação. 6. COMO PROJETAR UMTROCADOR DE CALOR Para dimensionar um trocador de calor, primeiramente devemos considerar alguns fenômenos térmicos: Convecção forçada: convecção térmica é a transferência de calor que ocorre pela movimentação relativa entre dois elementos a diferentes temperaturas, como por exemplo, de um fluido sobre uma superfície. No caso de trocadores de calor, intitula-se convecção forçada, uma vez que a movimentação do fluido é causada por uma força externa (bombas, turbinas, ventiladores, etc.). Condução: esta é a transferência de calor causada naturalmente pela diferença de temperaturas entre regiões de um mesmo meio, ou seja, através de uma parede, placa ou tubo. Este fenómeno é baseado no princípio de agitação térmica entre moléculas em contato direto. Radiação: esta é a transferência de calor proporcionada por meio de ondas eletromagnéticas. No caso de trocadores de calor, esta transferência é considerada desprezível. O projeto de um trocador de calor consiste principalmente de três etapas: A escolha da tecnologia, Projeto térmico é cálculo da perda de carga no trocador de calor. 6.1 A ESCOLHA DA TECNOLOGIA A escolha da tecnologia mais apropriada para o determinado trabalho está relacionada a alguns fatores: • O processo térmico (temperaturas requeridas, eficiências, etc.) • A natureza dos fluidos • A aplicação • As restrições de instalação e manutenção Levando em consideração estes fatores, definimos o tipo mais adequado de trocador de calor, bem como seus materiais de construção. Em alguns casos, a necessidade do uso de materiais específicos determina a escolha do tipo de trocador (por exemplo, a aplicação em água do mar requer emprego de titânio, material que não pode ser aplicado em qualquer tipo de trocador). 6.2 PROJETO TÉRMICO 6.2.1 Validação Uma vez feitas as escolhas tecnológicas, prosseguimos com o projeto do trocador de calor, ou seja, a determinação da energia térmica a ser transferida, as dimensões e geometrias do equipamento. Primeiramente é necessário validar os dados do processo térmico pela aplicação das três fórmulas a seguir: 7 Aplicando as fórmulas, temos: X = 73°C Desta forma, encontramos que a energia transferida é de 65000 kcal/h ou 756 kW. 6.2.2 Cálculo da superfície de troca térmica Primeiro calculamos a diferença de temperatura média logarítmica (DTML) com base nas temperaturas de entradas e saídas do trocador: Com os valores calculados de energia e DTML, calculamos a superfície de troca térmica com a seguinte fórmula: K: Coeficiente de transferência de calor (kW/m².°C), específico para cada tipo de equipamento, fornecido pelo fabricante; A: Área de troca térmica (m²). 6.2.3 Cálculo do coeficiente K e incrustação O coeficiente de transferência de calor K de um trocador é calculado pela seguinte fórmula: h1 e h2: coeficientes de transferência de calor locais, calculados com base nas geometricas locais, número de Reynolds (Re), Prandtl (Pr) e Nusselt (Nu); A obtenção do coeficiente de transferência de calor nos permite encontrar a área necessária para troca térmica e, portanto, dimensionarmos o trocador. 6.3 CÁLCULO DA PERDA DE CARGA NO TROCADOR DE CALOR Um fluido em movimento sofre perdas de energia devido à fricção nas paredes (perda de carga regular) ou contratempos (perda de carga singular) tais como curvas e chicanas. A perda de energia, expressa em queda de pressão (ΔP), tem de ser compensada para permitir que o fluido continue em movimento. Quando um trocador de calor é projetado, sua perda de carga pode ser calculada através de diferentes correlações determinadas pelas características da superfície de troca térmica. Os passos 2 e 3 são feitos pela interdependência e iterações, como mostrado no diagrama ao lado. Eficiência e eficácia do trocador de calor: Não devemos confundir eficiência e eficácia. De fato, considerando que não haja perdas por radiação, a eficácia do trocador de calor é igual a 1. A eficiência (rendimento) corresponde à seguinte fórmula: Nas condições reais, é impossível obtermos um rendimento de 100%. O rendimento do trocador depende da quantidade de energia a ser transferida e das temperaturas da aplicação. 8 7. TÉCNICAS DE CÁLCULO DE UM TROCADOR DE CALOR Os problemas de projeto, análise e ou desenvolvimento de um trocador de calor para uma finalidade específica podem ser classificados em dois grupos principalmente: problema de projeto e problema de desempenho. A solução de um problema é facilitada pela adoção do método mais adequado a ele. O problema de projeto é o da escolha do tipo apropriado de trocador de calor e o da determinação das suas dimensões, isto é, da área superficial de transferência de calor A necessária para se atingir a temperatura de saída desejada. A adoção do método da DTML é facilitada pelo conhecimento das temperaturas de entrada e saída dos fluidos quentes e frios, pois então DTML pode ser calculada sem dificuldade. Outro problema é aquele no qual se conhecem o tipo e as dimensões do trocador e se quer determinar a taxa de transferência de calor e as temperaturas de saída quando forem dadas as vazões dos fluidos e as temperaturas na entrada. Embora o método da DTML possa ser usado neste cálculo de desempenho do trocador de calor, o procedimento seria tedioso e exigiria iteração. Isto poderia ser evitado com a aplicação do método do NUT. • Método da DTML: Para prever ou projetar o desempenho de um trocador de calor, é essencial relacionar a taxa global de transferência de calor a grandezas como as temperaturas de entrada e de saída, o coeficiente global de transferência de calor e a área superficial total da transferência de calor. • Método do NUT: É uma questão simples o uso do método DTML para analisar um trocador de calor quando as temperaturas de entrada dos fluidos são conhecidas e as temperaturas de saída ou são especificadas ou se determinam com facilidade pelas expressões do balanço de energia. Mas quando se conhecem somente as temperaturas de entrada este método exige um processo iterativo. Neste caso é preferível usar outra abordagem, o método denominado efetividade-NUT. Para definir a efetividade de um trocador de calor, devemos determinar inicialmente a taxa máxima possível de transferência de calor no trocador. A efetividade é definida como a razão entre a taxa real de transferência de calor no trocador de calor e a taxa máxima possível de transferência de calor. 8. BIBLIOGRAFIA Essel Cursos, apostila capitulo 2. <https://essel.com.br/cursos/material/03/CAP2.pdf> Acesso em Novembro 2019. UFJR, Trocadores de calor. <http://www.ufjf.br/washington_irrazabal/files/2014/05/Aula-23_Trocadores-de- <Calor.pdf> Acesso em Novembro 2019. Mundo Mêcanico, Trocadores de calor. <https://www.mundomecanico.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Trocadores-de- calor.pdf> Acesso em Novembro 2019. Barriquand, como projetar um trocador de calor. <https://www.barriquand.com/pt/atualidades/como-projetar-um-trocador-calor> Acesso em Novembro 2019. Essel Cursos, apostila capitulo 5. <https://essel.com.br/cursos/material/03/CAP5B.pdf> Acesso em Novembro 2019.
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