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�PAGE � �PAGE �45� CONTABILIDADE DE CUSTOS CADERNO DE APOIO Professora: Rosimar Bessa ASSUNTOS QUE SERÃO TRATADOS Contabilidade de Custos – Livro Contabilidade de Custos, Eliseu Martins, ed. Atlas Surgimento e importância da contabilidade de custos. Terminologia: gasto, investimento, custo, despesa, desembolso e perda. Princípios contábeis em custos Custeio por Absorção Custo da produção do período, custo da produção acabada e custo dos produtos vendidos. Outras nomenclaturas de custos: custos primários, de transformação, fabril e integral. Apropriação dos Custos Diretos e Custos Indiretos. Critérios de rateio dos Custos Indiretos. Custos Fixos e Variáveis. Formação do Custo dos Produtos Vendidos. Elaboração da demonstração do resultado do exercício. Inventário Periódico. Inventário Permanente. Métodos de Avaliação de Estoque (PEPS, UEPS e CM) Departamentalização. Custeio ABC Custeio Variável Margem de Contribuição IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Após a Revolução Industrial, no século XVIII, a função do contador tornou-se mais complexa, e tal fato motivou a origem da contabilidade de custos – um desdobramento da contabilidade financeira, e se tornou uma grande subsidiadora da contabilidade gerencial, fornecendo informações relevantes às tomadas de decisão. O seu surgimento decorreu da necessidade de avaliar os estoques na indústria, muito diferentes da facilidade encontrada na era do mercantilismo, que resumia-se, basicamente, ao valor de compra dos bens no período. A contabilidade de custos visa atender a três funções básicas: Determinação do lucro Controle das operações Tomada de decisões TERMINOLOGIA São termos utilizados na Contabilidade de Custos, como se mostra a seguir: Gastos - representam as compras ou aquisições, onde independe a operação pode ser realizada a vista (realiza-se o desembolso da dívida) ou à prazo (aumento das obrigações). O Gasto é o termo mais amplo e por isso o mais genérico. Para o Prof. Eliseu Martins, “ gasto - sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer; sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de Ativos (normalmente dinheiro)”. Exemplos: Compra de Matéria-prima e Aquisição de Máquinas e Equipamentos. Investimentos – gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro (s) período (s). Aquisições lançadas no Ativo (Balanço Patrimonial). Exemplos: Estoque de Matéria-prima (gasto contabilizado no Ativo Circulante) e Máquina no Ativo (gasto contabilizado no Ativo Imobilizado). c) Desembolsos – Pagamento de parte ou do total adquirido. Exemplos: Pagamento da Matéria-prima e Pagamento de Fornecedores (pagamento de uma obrigação registrada no Passivo) d) Perdas – Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária. Exemplos: Perdas com incêndio, obsoletismo de estoque etc. Sobra de material prevista no processo produtivo, não é classificada com Perda e sim como Custo. A mão-de-obra durante o período de greve é uma perda. Atenção!!!!! Não vale a pena a separação entre custo, despesa e perda para valores irrelevantes. e) Custos – CONSUMO de bens e serviços, empregados na produção de outros bens e serviços. Os custos são os materiais diretos ou indiretos consumidos na produção, a mão-de-obra direta (operário) e indireta de fabricação (supervisor da produção) ou execução de serviços e todos os demais gastos da fabricação, tais como: aluguel do prédio da fábrica, depreciação de máquinas industriais, combustíveis e energia elétrica consumida na produção, embalagens agregadas aos produtos ainda na fase de fabricação e o consumo de Matéria-prima (foi um gasto em sua aquisição, investimento quando estoque e agora custo no momento e quantia utilizada na fabricação de um bem). f) Despesas – Parcela do gasto que ocorre desligada das atividades de produção de bens ou serviços. São os gastos destinados principalmente as operações de comercialização (Vendas) e Administração. Atenção!!!! Nem todo gasto se transforma em Despesas. Podemos citar como exemplo os Terrenos que não sofrem depreciação e que acabam não gerando contrapartida de Despesas de Depreciação (parcela encontrada através da divisão do valor de aquisição do bem por um tempo estipulado pelo Imposto de Renda) OUTROS CONCEITOS Preço – valor estabelecido e aceito pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um bem. Se o preço for igual ao custo, não haverá lucro. Podemos chamá-lo de preço unitário de venda. Receita – é o preço de venda multiplicado pela quantidade vendida. A receita de uma empresa que comercializa vários bens é o somatório das multiplicações dos diferentes preços de venda pelas respectivas quantidades vendidas de cada um deles. ONDE TERMINAM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO Para o Prof. Eliseu Martins, os custos terminam quando produto está pronto para a venda. Em sua concepção, não devemos considerar as embalagens de expedição (geralmente caixas de papelão que servem para transportar e organizar os produtos) como custos de produção e sim como Despesas. Por exemplo, os custos dos iogurtes terminam quando os potinhos são fechados. As embalagens de papelão onde são organizadas as bandejas de iogurte são classificadas como Despesas, por não estarem ligadas a sua produção. Além disso, todos os gastos com o transporte da produção para o estoque seriam classificados como Despesas. Na prática, o limite entre Custos e Despesa é diferente. Os Gastos com embalagem de expedição e o transporte até o estoque são classificados como Custos. Assim sendo, os Custos terminam no momento em que o produto entra no estoque. Qual adotar? É mais sensato o limite estabelecido e adotado na prática pelas empresas. EXERCÍCIO DE TERMINOLOGIA EXERCÍCIO 1 - Classifique os itens abaixo em Gasto, Investimento, Desembolso, Perda ou NDA (nenhuma das alternativas) ITENS CLASSIFICAÇÃO Compra de Matéria-prima Gasto Matéria-prima em estoque Investimento Máquinas no Ativo Investimento Remuneração do pessoal em greve Perda Pagamento de matéria-prima Desembolso Compra de máquinas Gasto Desperdício de matéria-prima (não previsto) Perda Sobra normal de matéria-prima Custo Pagamento ao Fornecedor Desembolso Consumo de Matéria-prima Custo Pagamento de Salários a Pagar EXERCÍCIO 2 – Classificar os itens a seguir Custo ou Despesa. ITENS CLASSIFICAÇÃO Materiais consumidos na fábrica Salário das costureiras (fábrica de roupas) Comissão dos vendedores Honorário do diretor (administrativo) Gastos com veículos da administração Depreciação das máquinas industriais Consumo de energia elétrica da fábrica Linhas utilizadas na fabricação de roupas Aluguel da área ocupada pela fábrica Salário da secretária da gerência Matéria-prima consumida pela fábrica Salário dos supervisores da fábrica Embalagem usada no produto EXERCÍCIO 3 – Responda as questões abaixo: Quais critérios devem ser seguidos para a separação entre Custos e Despesas ? Onde terminam os custos de produção? PRINCÍPIOS CONTÁBEIS EM CUSTOS Princípio da Realização da Receita – Determina o reconhecimento contábil do resultado apenas quando da realização da receita, ou seja, quando ocorre a transferência do bem ou serviço a terceiros. É o grande responsável por uma das grandes diferenças entre os conceitos de lucro na Economia e na Contabilidade, uma vez que, contabilmente, os gastos utilizados no processo produtivo são acumulados nos estoques, sendo considerados como despesas, no resultado, apenas quando ocorre a realização da receita. Princípio da Competência – Extremamente importante para a contabilidade de custos, se refere basicamente ao momento de reconhecimento das despesas e receitas. Princípio do custo histórico como base de valor – Determina que os ativos devem ser registrados pelo valor de entrada (histórico). Em cenário com economia inflacionária, o montante dos custos registrado se distancia muito do valor de reposição dos estoques. Consistência ou Uniformidade – Havendo mais de uma forma de registro do mesmo evento, deve-se adotar um único critério sempre, evitando mudá-lo a cada período, pois interferem diretamente nos resultados. Conservadorismo ou Prudência – Traduz o sentimento de precaução do contador. Em caso de dúvida de como deve se registrar um gasto, como ativo ou despesa, optar por lançá-lo direto no resultado. Ex. Recebimento duvidoso. Materialidade ou Relevância – Desobriga um tratamento mais rigoroso aos itens representativos de pequenos valores monetários, se comparado aos gastos totais. Atentar ao somatório de pequenos valores que podem formar um valor relevante. EXERCÍCIOS DE PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS EM CUSTOS 1 – Avalie as alternativas, julgue-as como verdadeira (V) ou falsa (F), identifique o princípio que a rege e justifique. a) ( ) O uso do valor original de entrada, quando a taxa de inflação é alta, deixa muito a desejar, em termos de apuração das informações contábeis.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. b) ( ) O reconhecimento se dá pelo acontecimento do fato contábil que enseja o consumo, ocasionando as despesas incorridos em um período. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. c) ( ) É comum as indústrias só reconhecerem o resultado obtido na venda no momento em que há transferência do bem ou serviço ao adquirente. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. d) ( ) Para facilitar o controle da empresa, o contador deve mudar os critérios do registro contábil, sempre que necessário, desde que os mesmos não firam os Princípios Contábeis. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. e) ( ) Na contabilidade de custos todo gasto é relevante e deve ser contabilizado, singularmente, em sua rubrica. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. CUSTOS PARAAVALIAÇÃO DE ESTOQUES – CUSTEIO POR ABSORÇÃO Custeio significa apropriação dos custos, e dentre outros, tem-se o Custeio por Absorção como método oriundo à obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados. Já os demais gastos referentes ao esforço empregado na produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços realizados. EXERCÍCIOS DE CUSTEIO POR ABSORÇAO 1 – Com base nos dados abaixo, elabore uma DRE com base no custeio por absorção: Matérias Primas transferidas para produção 25.000,00 Custo da Mão de Obra da Produção apurada no mês 10.000,00 Gastos Gerais de Produção apurados no mês 8.000,00 Unidades Vendidas no mês 4.000 Unidades Produzidas no mês 5.000 Custo Unitário de Produção de XYZ 8,60 Preço de Venda 14,00 DRE Receita de Vendas.............56.000 (-) CPV............................(34.400) = Lucro Bruto...................21.600 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO COMÉRCIO ETAPAS ENTRE A COMPRA DA MERCADORIA E A APURAÇÃO DO RESULTADO COM A SUA VENDA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DA INDÚSTRIA ETAPAS ENTRE A COMPRA DA MATÉRIA–PRIMA E A APURAÇÃO DO RESULTADO COM A VENDA DO PRODUTO. Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial É importante que se conheça os termos abaixo: Custo de Produção do Período – Custos incorridos no período. Custo da Produção Acabada – Custo da produção acabada no período. Pode conter custos da produção de períodos anteriores que foram acabadas neste período. Custo dos Produtos Vendidos – Custos incorridos na fabricação de bens que só agora estão sendo vendidos. Tomando como base os dados abaixo, apure em cada mês, o custo unitário de fabricação, o custo da produção do período, o custo da produção acabada, o custo dos produtos vendidos e monte a Demonstração do Resultado do Exercício. Dados do 1º MÊS: Custos incorridos no mês: $ 150.000 Unidades produzidas: 15 Unidades vendidas: 12 Preço unitário de venda: $ 12.000 RESOLUÇÃO: Custo unitário de fabricação = $ 150.000 ( 15 = $ 10.000 DRE Receita de Vendas 144.000 12 X 12.000 (-) CPV (120.000) 12 x 10.000 Lucro Bruto 24.000 Custo de Produção do Período : $ 150.000 Custo da Produção Acabada: $ 150.000 Custo dos Produtos Vendidos: $ 120.000 Estoque Final = 3 x $ 10.000 = $ 30.000 Dados do 2º MÊS: Estoque Inicial = 3 x $ 10.000 = $ 30.000 Custos incorridos no mês: $ 182.500 Unidades trabalhadas: 18,25 ( 19º está em processamento) Unidades acabadas: 18 Estoque final de unidades em elaboração: 0,25 ( parte concluída ) Unidades vendidas: 17 Preço unitário de venda: $ 12.000 RESOLUÇÃO: Custo unitário de fabricação = $ 182.500 ( 18,25 = $ 10.000 DRE Receita de Vendas 204.000 17 x 12.000 (-) CPV (170.000) 17 x 10.000 Lucro Bruto 34.000 Custo de Produção do Período : $ 182.500 Custo da Produção Acabada: $ 180.000 Custo dos Produtos Vendidos: $ 170.000 Estoque Final de Produtos Acabados = 4 x $ 10.000 = $ 40.000 Estoque Final de Produtos em Elaboração = 0,25 X $ 10.000 = $ 2.500 Dados do 3º MÊS: Estoque Inicial de Produtos Acabados = 4 x 10.000 = 40.000 Estoque Inicial de Produtos em Elaboração = 0,25 X 10.000 = 2.500 Custos incorridos no mês: $172.500 Unidades do período anterior terminadas este mês: 0,75 Unidades iniciadas e acabadas no mês: 16 17,25 Estoque final de unidades em elaboração: 0,50 ( parte concluída) Unidades vendidas: 18 Preço unitário de venda: $ 12.000 RESOLUÇÃO: Custo unitário de fabricação = $ 172.500 ( 17,25 = $10.000 DRE Receita 216.000 18 X 12.000 (-) CPV (180.000) 18 x 10.000 Lucro Bruto 36.000 Custo de Produção do Período: $ 172.500 Custo da Produção Acabada: $ 170.000 Custo dos Produtos Vendidos: $ 180.000 Estoque Final de Produtos Acabados = 3x $ 10.000 = $ 30.000 Estoque Final de Produtos em Elaboração = 0,50 X $ 10.000 = $ 5.000 O BALANÇO PATRIMONIAL DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO O Balanço das empresas industriais é diferente do Balanço das empresas comerciais no que tange aos estoques. Nas empresas comerciais aparece como “ Estoque de Mercadorias” enquanto que nas empresas indústriais, há três classes de estoque: Estoque de Material Direto/Matéria-Prima: são os materiais disponíveis, mas ainda não enviados para a linha de produção; Estoque de Produtos em Processo/Produtos em Elaboração: é o custo dos produtos ainda não acabados na linha de produção, formado nas proporções apropriadas dos três principais custos de fabricação (Material Direto, Mão-de-Obra Direta e Gastos Gerais de Fabricação); Estoque de Produtos Acabados: são os produtos inteiramente acabados e que ainda não foram vendidos. A estrutura do Balanço de cada atividade encontra-se a seguir: O Resultado pode ser apurado por meio de equação, onde: EXERCÍCIOS DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EXERCÍCIO 1 - Por definição, o Custo dos Produtos Vendidos é a soma dos custos: incorridos no período dentro da fábrica contidos na produção acabada do período de vendas dos produtos vendidos no período incorridos na fabricação dos bens que são vendidos no período EXERCÍCIO 2 – Elabore um esquema com as etapas que ocorrem na indústria desde a compra da matéria-prima até a venda do produto. EXERCÍCIO 3 - Uma empresa registrava em janeiro 2010 a seguinte posição: Aluguel de Fábrica R$ 20.000,00 Compra de Matéria-prima R$ 60.000,00 Consumo de Matéria-prima R$ 50.000,00 Custos Diversos R$ 30.000,00 Despesas Administrativas R$ 60.000,00 Despesas de Vendas R$ 40.000,00 Mão-de-Obra da Fábrica R$ 40.000,00 No mês foram fabricadas 200 unidades do produto Omega e vendidas 160 unidades por R$ 3.250,00 cada. Indique, respectivamente, o custo dos produtos vendidos, o lucro bruto e o valor final de estoques de produtos acabados. EXERCÍCIO 4 - Elabore a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) para cada mês e determine: o Custo da Produção do Período, o Custo da Produção Acabada e o Custo dos Produtos Vendidos. 1º MÊS - Dados: Estoque Inicial de Produtos Acabados = 2 Custos incorridos no mês: Matéria-prima : 36.000, Mão-de-obra Direta: 18.000, Energia Elétrica: 6.000. Unid trabalhadas: 7,5 ( 8º em processamento) Unid acabadas: ? Unid em elaboração (parte concluída): ? Unid vendidas: 8 Preço unitário de venda: $ 10.000 2º MÊS - Dados: Estoque Inicial de Produtos Acabados = ? Estoque Inicial de Produtos em Elaboração = ? Custos incorridos no mês: Matéria-prima : 39.000, Mão-de-obra Direta: 21.000, Energia Elétrica: 10.000. Unid do período anterior terminadas este mês: ? Unid iniciadas e acabadas no mês: 8 Unid em elaboração (parte concluída): 0,25 Unid vendidas: 9 Preço unitário de venda: $ 10.000 EXERCÍCIO 5 - A empresa Soft Ltda. teve os seguintes custos no mês de março: CONTAS VALOR Matéria-prima 35.000 Mão-de-obra direta 26.000 Mão-de-obra indireta 14.000 Energia elétrica 7.000 Aluguel do Prédio 5.000 Depreciação dos equipamentos 3.000 TOTAL 90.000 Estoque Inicial de Produtos Acabados = 2 unidades Estoque Inicial de Produtos em Elaboração = 0,25 Foram concluídas unidades iniciadas no mês anterior = ? Foram iniciadas e concluídas 9 unidades no mês. Foi iniciada, porém concluída 0,25 de uma unidade.(parte concluída) Foram vendidas 8 unidades à $ 12.000 cada. Pede-se: o Custo da Produção do Período, O Custo da Produção Acabada , o Custo dos Produtos Vendidos e o lucro. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM DIRETOS E INDIRETOS Custos Diretos são os custos que podem ser diretamente (imediatamente) apropriados a cada produto, ou seja, são facilmente alocados ao objeto de custeio. A apropriação de um custo ao produto se dá pelo que efetivamente ele consumiu. No caso da matéria-prima pela quantidade que foi efetivamente consumida e, no caso da mão-de-obra direta, pela quantidade de horas que foi efetivamente utilizada. Custos Indiretos são os custos que não podem ser apropriados diretamente a cada produto e por isso devem ser rateados. A distribuição dos custos ao produto ocorre através da adoção de um critério. As Despesas de Vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, tais como: o pessoal da área de vendas, marketing, comissão sobre vendas, propaganda e publicidade, provisão para créditos de liquidação duvidosa, etc. As Despesas Administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou gestão da empresa, tais como: honorários da administração (Diretoria e Conselho), salários e encargos do pessoal administrativo, material de escritório, etc. As Despesas Financeiras são remunerações aos capitais de terceiros e englobam basicamente: os juros (pagos ou incorridos) de empréstimos e financiamentos, comissões bancárias, descontos concedidos, juros de mora pagos. Observações: Esta classificação é em relação ao produto e não a produção. Os custos podem ser diretamente apropriados aos produtos bastando haver medida de consumo : nº embalagens utilizadas, hora de mão-de-obra utilizada. Quando a empresa trabalha apenas com um produto, só existe custos diretos. Nos CI há um pouquinho de CD e que são tratados como Indiretos pela sua irrelevância ou dificuldade de medição. Há muito mais CI do que CD, o que aumenta a arbitrariedade. MÃO-DE-OBRA O custo de pessoal ligado a produção podem ser divididos em mão-de-obra direta e mão-de-obra indireta. A mão-de-obra direta compreende aos funcionários que atuam diretamente no produto, e cujo tempo gasto possa ser identificado, isto é apontado ao produto. Este apontamento é realizado através da quantidade de horas que foi efetivamente utilizada. A mão-de-obra adquirida fica à disposição da empresa e é requisitada, como se fosse um material, para aplicação na produção. Aquela que foi adquirida, mas não requisitada para aplicação na produção é denominada mão-de-obra ociosa e deve ser classificada como custo indireto. O salário do operário que ficou em treinamento e afastado da produção também é classificado como custo indireto. EXERCÍCIO 1 - Classifique os itens abaixo em Custo Direto, Custo Indireto, Despesa Administrativa, Despesa Financeira ou Despesa de Vendas. ITENS CLASSIFICAÇÃO Consumo de matéria-prima Energia elétrica consumida pelas máquinas durante a produção (sem medidor) Mão-de-obra empregada na produção Consumo de energia do prédio da fábrica Consumo de energia da administração Depreciação das máquinas da produção Mão-de-obra do operário Salário da administração Juros sobre duplicatas em atraso Seguro da área industrial Consumo de combustível dos veículos de entrega Aluguel mensal da fábrica Salário do Supervisor que cuida do setor produtivo Propaganda veiculada em televisão divulgando o produto Telefone utilizado pelo diretor da empresa Comissão de vendas Desconto concedido em negociação com o cliente Aluguel do prédio utilizado pela administração Depreciação do computador da recepção Salário do pessoal da contabilidade Material de consumo do escritório Embalagem durante o processo de produção ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 1º passo: A separação entre Custos e Despesas Administrativas, Vendas e Financeiras; 2º passo: A apropriação dos Custos Diretos diretamente aos Produtos; 3º passo: A apropriação dos Custos Indiretos aos Produtos através de rateio. EXEMPLO: Gastos de determinado período da Empresa X: Comissão de Vendedores 80.000 Salários de Fábrica 120.000 Matéria-prima Consumida 350.000 Salários da Administração 90.000 Depreciação na Fábrica 60.000 Seguros da Fábrica 10.000 Desp Financeiras 50.000 Honorários da Diretoria 40.000 Materiais Diversos – Fábrica 15.000 Energia Elétrica – Fábrica 85.000 Manutenção – Fábrica 70.000 Despesas de Entrega 45.000 Correios, Telefone 5.000 Material de Consumo – Escritório 5.000 Total de gastos 1.025.000 1º PASSO: A SEPARAÇÃO ENTRE CUSTOS E DESPESAS ADMINISTRATIVAS, VENDAS E FINANCEIRAS. CUSTOS DE PRODUÇÃO DESPESAS ADMINISTRATIVAS DESPESAS DE VENDAS DESPESAS FINANCEIRAS 2º PASSO: A APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS DIRETAMENTE AOS PRODUTOS. QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS INDIRETOS TOTAL PROD A PROD B PROD C TOTAL 3º PASSO: A APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS AOS PRODUTOS ATRAVÉS DE RATEIO. Critério de Rateio: Custo Direto PROD A PROD B PROD C TOTAL Total dos CD Rateio (%) Critério CD Custos Indiretos Custo Total de Cada Produto Critério de Rateio: Mão-de-obra PROD A PROD B PROD C TOTAL Total dos CD Rateio (%) Critério MOD Custos Indiretos Custo Total de Cada Produto COMPARAÇÃO DOS CRITÉRIOS CRITÉRIO CUSTOS DIRETOS CRITÉRIO MÃO-DE-OBRA $ $ Prod A Prod B Prod C Total EXERCÍCIO 1- Calcule o custo dos produtos considerando o tempo de fabricação como base de rateio dos Custos Indiretos. Utilize o quadro a seguir: Contas Produto X Produto Y Produto Z Total Mão-de-obra direta 750.000 125.000 1.800.000 2.675.000 Matéria –prima 890.000 300.000 5.000.000 6.190.000 Custos Indiretos de Fabricação 720.000 Custo Total Tempo de Fabricação 200 h 40 h 500 h 740 h EXERCÍCIO 2- Calcule o custo dos produtos considerando o Custo Direto como base de rateio dos Custos Indiretos. Utilize o quadro a seguir: Contas Produto X Produto Y Produto Z Total Mão-de-obra direta 750.000 125.000 1.800.000 2.675.000 Matéria –prima 890.000 300.000 5.000.000 6.190.000 Custos Indiretos de Fabricação 720.000 Custo Total EXERCÍCIO 3 a) Classifique as contas abaixo em Despesa, Custo Direto ou Custo Indireto. CONTAS VALOR CLASSIFICAÇÃO Matéria-prima consumida 100.000,00 Energia Elétrica da fábrica (sem medidor) 12.000,00 Energia Elétrica da administração 7.000,00 Depreciação das Máquinas da produção 11.000,00 Mão-de-obra do operário empregada na prod. 20.000,00 Salário do supervisor da produção 1.000,00 Salário da administração 8.000,00 Gastos com a entrega dos produtos 10.000,00 Manutenção da fábrica 4.000,00 Material de consumo do escritório 5.000,00 Materiais diversos consumidos na fábrica 3.000,00 Salário do Vendedor 9.000,00 TOTAL 190.000,00 Tomando como base o quadro acima e as considerações abaixo, determine o valor da produção de cada um dos três produtos. A empresa fabricou os produtos A, B e C nas seguintes quantidades: A = 50.000 Kg; B = 30.000 Kg; C= 20.000 Kg. A utilização de matéria-prima é proporcional a quantidade produzida. O apontamento da mão-de-obra direta mostrou que se gasta 15 % no produto A, 35% no produto B e 50 % no produto C. Os custos indiretos são rateados pelo critério da mão-de-obra Direta. Elabore a Demonstração do Resultado do Exercício considerando: Os dados (Despesas e Custos) das questões anteriores. Não havia estoque inicial e que toda a produção foi vendida. Receitas de Venda ( Total) : R$ 210.000,00 EXERCÍCIO 4 - A Indústria de Bebidas Omega Ltda trabalha com custos indiretos de fabricação reais. O custo de produção é sempre calculado após o final do mês, depois de apurados todos os custos. As informações abaixo dizem respeito ao mês de dezembro de 2006. CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO R$ Aluguel 3.000,00 Materiais Indiretos 2.500,00 Mão-de-Obra Indireta 5.000,00 Seguros 1.500,00 Energia Elétrica 500,00 Depreciação das Máquinas Industriais 7.500,00 TOTAL 20.000,00 Outras Informações: CERVEJAS REFRIGERANTES TOTAL Quant. Produzida 20.000 10.000 30.000 Matéria-Prima Consumida 3.000 1.000 4.000 Mão-de-obra Direta (R$) 3.000 3.000 6.000 Horas de MOD Trabalhadas 800 horas 700 horas 1.500 horas a) Com base nos dados anteriores, pede-se o valor do custo de cada produto, usando-se as horas de Mão–de-obra Direta trabalhadas como critério de rateio. Apure o custo de cada produto, usando a matéria-prima consumida como critério de rateio. Compare e comente os Custos Totais encontrados pelos critérios de rateiro: horas de Mão–de-obra Direta trabalhadas e matéria-prima consumida. EXERCÍCIO 5 – Responda as questões abaixo: A separação dos custos em diretos e indiretos é feita com relação a quê ? Qual a diferença entre mão-de-obra direta e indireta ? OUTRAS NOMENCLATURAS DE CUSTOS Custos Primários: Soma de matéria-prima com mão-de-obra direta. Não são a mesma coisa que Custos Diretos, já que nos Primários só estão incluídos aqueles dois itens. Assim, a embalagem é um Custo Direto, mas não Primário. CP = MP + MOD Custos de Transformação ou de Conversão: Correspondem aos custos incorridos para transformar a matéria-prima em produto. Compreendem os custos com a mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação. CT = MOD + CIF OBSERVAÇÃO: As matérias-primas irão compor os produtos. No caso de uma carteira escolar, temos: madeira, fórmica, parafusos, tinta, verniz, etc. Podemos chamá-las de materiais diretos. Custos Fabril, Total ou Contábil: Envolve as etapas do processo de fabricação, sendo composto pelos elementos de custos da produção. CF = MD + MOD + CIF Custos Integral ou Pleno: Compreende todos os valores envolvidos para que o produto seja concluído. Inclui os custos e as despesas. CI = MD + MOD + CIF + Despesas EXERCÍCIOS DE OUTRAS NOMENCLATURAS DE CUSTOS EXERCÍCIO 1 - A Cia Verde fabrica três tipos de produtos. Tomando como base os custos da empresa A referentes ao mês de março, calcule Custo Primário, o Custo de Transformação, o Custo Fabril e o Custo Integral: Matéria-prima : 9.000 Mão-de-obra direta: 11.000 Energia elétrica da produção: 2.300 Salários dos supervisores: 7.000 Salários da Contabilidade: 5.000 Aluguel da fábrica: 1.200 Conta de telefone da diretoria da empresa: 500 Outros custos indiretos: 8.800 EXERCÍCIO 2 – Durante o primeiro trimestre do ano de X1, a fábrica de pipocas sabor saltitante Ltda, registrou as seguintes operações: Data Valor Ocorrência 15/03/X1 R$ 950,00 Compra, para pagamento em 60 dias, de 1.800 kg de milho de pipoca. 10/05/X1 R$ 950,00 Setor de produção solicita ao setor de estocagem os 1.800 kg de milho de pipoca. 05/06/X1 R$ 950,00 O setor financeiro paga o boleto bancário referente à compra dos 1.800 kg de milho de pipoca. Com base nas datas, ocorrências e valores apresentados, indique o mês em que foram computados, no custo de produção, os 1.800kg de milho utilizados como matéria-prima das pipocas. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM FIXOS E VÁRIÁVEIS A análise do comportamento dos custos lida com a forma segundo a qual os custos respondem a alterações nos níveis das atividades. Os gestores precisam saber como os custos se comportam, para tomar decisões informadas a respeito dos produtos, para planejar e para avaliar desempenho. Primordialmente, precisa-se saber o comportamento de quatro categorias básicas de custos: fixos, variáveis, semivariáveis e semifixos. Custos Variáveis – Os que guardam relação direta (variam uniformemente) com o volume de produção ou vendas. E, por estarem vinculados ao volume produzido, são também classificados como custos diretos; Custos Fixos – Os que não variam com o volume de produção ou vendas (são fixos ou sofrem pequenas variações). E, por não integrarem os produtos, beneficiando a fabricação de vários produtos simultaneamente, são classificados como custos indiretos; Semivariáveis ou semifixos – Os que parte tem comportamento fixo e parte variável com o volume de produção e vendas, onde: Semivariáveis – também são denominados como custos mistos. Ex.: energia elétrica em uma indústria. Semifixos - também são denominados como custos em degraus. Ex.: Um setor que precisa de um supervisor para cada grupo de 4 empregados. EXERCÍCIOS DE CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS 1. Quando determinado gasto beneficia a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo, esse gasto é corretamente classificado como: a) Custo Variável b) Custo Direto c) Custo Fixo d) Custo Semivariável e) Custo Semifixo 2. Sempre que um gasto puder ser identificado facilmente em relação a cada produto fabricado, variando conforme o volume produzido, esse gasto será classificado como: a) Custo direto b) Custo indireto c) Custo variável d) Custo fixo e) As alternativas “b” e “d” estão incorretas 3. Em relação aos produtos, os custos são classificados em: a) Fixos e indiretos b) Diretos e indiretos c) Diretos e fixos d) Fixos e variáveis e) As alternativas “a” e “d” estão corretas. 4. A fábrica de Sorvetes Gelobom Ltda., apresetna custos e despesas fixos anuais iguais a R$ 40.000,00. Seus custos variáveis correspondem a R$ 13,50 por caixa. Comumente, o preço de venda médio é igual a R$ 22,00. Supondo produções de 10.000 e 20.000 caixas, calcule: a) Receitas totais = b) Custo total e unitário = c) Custo fixo total e unitário = d) Custo variável total e unitário = INVENTÁRIO PERMANENTE Por esse método, as sociedades apuram o custo das mercadorias vendidas (CMV) na época da efetivação de cada venda utilizando a conta “Mercadorias”. Para efetuar o controle de estoque utiliza-se a Ficha de Controle de Estoque, sendo uma Ficha para cada tipo de mercadoria, produto ou de material. Há o controle permanente do Estoque. Dessa forma, em qualquer momento eu conheço a quantidade de mercadoria e o valor contido em meu estoque, basta observar a “Ficha de Estoque” cujo saldo final, é o mesmo da conta “Mercadorias”. Os métodos de avaliação existentes pelo Inventário Permanente são: PEPS Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair, ou FIFO First In, First Out UEPS Ultimo a Entrar, Primeiro a Sair, ou LIFO Last In, First Out CM Custo Médio Exemplo: A empresa Sol de Verão possui estoque inicial de $ 100,00 ( 1 mercadoria) e realizou as seguintes operações à vista: Dia 11/05 – Compra de 3 mercadorias a $ 120 cada = $ 360,00 Dia 12/05 - Compra de 2 mercadorias a $ 130 cada = $ 260,00 Dia 14/05 – Venda das 2 mercadorias a $ 160 cada = $ 320,00 Dia 15/05 - Venda das 1 mercadoria a $ 170 cada = $ 170,00 INVENTÁRIO PERIÓDICO Este método é geralmente utilizado pelas companhias que não têm controle de estoque que lhes permita apurar custo das mercadorias vendidas quando da realização de cada venda. O referido custo é determinado da seguinte forma: CMV = Estoque Inicial (EI) (+) Compras (-) Estoque Final (EF) O estoque inicial corresponde ao estoque final apurado do último balanço patrimonial. O montante das compras representa as aquisições de mercadorias entre o último balanço patrimonial e o atual. O valor referente ao estoque final é encontrado através da contagem física das mercadorias que restaram. Este método possui algumas desvantagens como a necessidade de se apurar o estoque final que é através da contagem física. Tratando-se de pequenas empresas como lojas de roupas, geralmente os custos de cada venda não são controlados a cada movimentação devido a diversidade de produtos. É mais prático para a empresa apurar o seu CMV no final do período, do que abrir uma ficha de controle de estoque para cada peça de roupa. Além disso, o volume de mercadorias torna mais viável a utilização deste inventário. EXERCÍCIOS DE INVENTÁRIO EXERCÍCIO 1 - Calcule o valor da requisição de materiais e o saldo de estoque pelos métodos de valorização: PEPS e CM. Estoque inicial = 0 Dia 5, aquisição de 10 unidades a $ 120,00 cada Dia 7, requisição de 8 unidades Dia 15, aquisição de 12 unidades a $ 130,00 cada Dia 20, requisição de 11 unidades EXERCÍCIO 2 - A Casa de Ferragens Ferrão Ltda. comercializa diversos produtos. Constatou que no início de março seu estoque de dobradiças estava zerado. Nesse mês realizou as seguintes compras: Dia Fornecedor Quantidade Valor da Compra 04 Dobradiças Rey Ltda. 500 unid $ 5.000,00 12 Metalúrgica Jaguaré Ltda. 600 unid $ 6.300,00 Foram requisitadas as seguintes quantidades do estoque para vendas: Dia Documento Quantidade 06 Requisição nº 195 400 unid 15 Requisição nº 217 650 unid Considerando o PEPS, UEPS e CM, qual foi o saldo físico e monetário verificado ao final de março ? Compare o valor do Custo das Mercadorias Vendidas encontrado nos três critérios de avaliação de estoque. DEPARTAMENTALIZAÇÃO – Cap. 6 Uma outra forma de abordar os Custos Indiretos é via departamentalização. Os departamentos são freqüentemente chamados de Centro de Custos. Centro de Custos é o menor segmento de atividade ou área de responsabilidade para o qual se acumulam custos. O departamento pode ter vários centros de custos. Uma empresa pode subdividir um departamento em setores, cada um sendo um centro de custos. Por exemplo: o departamento de costura pode ser subdividido em setor de calças, setor de camisas e assim por diante. A departamentalização apropria os Custos Indiretos aos Departamentos e destes para os produtos utilizados critérios de rateios. As vezes os custos são indiretos para o produto e direto para o Departamento. Produtivos Produtos Custos Indiretos Departamentos Auxiliares Os Departamentos podem ser divididos em: Departamentos de Produção ou Produtivo: são os que atuam diretamente sobre o produto. Como exemplos: Usinagem, Montagem e Pintura. Departamentos Auxiliares ou de Serviços: vivem basicamente da execução de serviços e não atuam diretamente sobre o produto. Como exemplos: Almoxarifado e Controle de Qualidade. Os Custos Indiretos dos Departamentos Produtivos podem ser rateados aos produtos por eles trabalhados. O mesmo não acontece com os Departamentos Auxiliares. Eles não trabalham os produtos, e sim auxiliam a produção quer seja gerenciando, planejando, acompanhando e controlando, atendendo as necessidades de materiais dos diversos Departamentos, inspecionando os produtos, efetuando manutenção, etc. Os produtos não costumam passar por esses Departamentos de Serviços. Por viverem esses Departamentos para a prestação e serviços a outros Departamentos, têm seus custos transferidos para os que deles se beneficiam. Desta forma, os Departamentos auxiliares trabalham para outros Departamentos, de tal maneira que seus custos podem ser transferidos para os Departamentos produtivos. Depois , rateiam-se esses custos aos produtos. Exemplos de contas identificáveis com os departamentos: Mão-de-obra indireta: reconhecemos o quanto cabe a cada Departamento utilizando a folha de pagamentos, da qual iremos utilizar o montante de salários e acrescentar os encargos sociais. Depreciação: reconhecemos os custo da depreciação de cada Departamento pelo controle patrimonial dos equipamentos ativados. Materiais Diversos (de escritório, higiene, limpeza e auxiliares de produção): reconhecemos o consumo de cada departamento pelas requisições emitidas. Exemplos de contas comuns aos Departamentos: Energia Elétrica (supondo não haver um medidor de consumo nos Departamentos). Água (supondo não haver um hidrômetro em cada Departamento) Telefone (supondo haver uma central telefônica) Iremos elaborar um Mapa de Custos Indiretos de Fabricação como exemplo. Explicações sobre a estrutura do mapa: Para se chegar aos posicionamentos dos Departamentos no mapa de custos indiretos é necessário separá-los em dois grupos: auxiliares ou serviços e produtivos; Ordenar os Departamentos auxiliares: posicionando a sua direita aqueles que mais prestam serviços; portanto a sua esquerda ficam os departamentos beneficiários (auxiliares e produtivos) que, conseqüentemente, receberão os seus custos; Ordenar os Departamentos produtivos, preferencialmente conforme a seqüência do processo de produção, embora isso não modifique os custos finais. Separar os custos indiretos em dois grupos: Custos próprios e custos comuns. Os custos próprios são lançados nos respectivos Departamentos que os causaram. Os custos comuns inicialmente têm seus valores lançados na coluna ADMINISTRAÇÃO GERAL e em seguida, são rateados aos Departamentos. Nesse exemplo, identificou-se durante o período os seguintes custos indiretos: ALUGUEL.............150.000 ENERGIA............. 90.000 MOI.......................350.000 MAT. INDIRETO.. 60.000 DEPRECIAÇÃO....70.000 TOTAL................720.000 A empresa hipotética contava com os Departamentos Auxiliares: Adm. geral, Almoxarifado, Controle de Qualidade e Manutenção; e com os Departamentos Produtivos: Montagem, Cromeação e Usinagem, onde: 1º - A administração geral da fábrica (parte comum) é a primeira que deve ter seus custos distribuídos, pois atende a praticamente todos os outros departamentos. 2º - Manutenção – presta serviços ao almoxarifado e ao controle de qualidade (Apesar de efetuar trabalhos para a Adm. Geral, não é distribuído ao departamentos que já possui saldo zero) 3º - Almoxarifado – aos departamentos que o fizeram uso, exceto os que já forma alvo de distribuição. 4º - Controle de Qualidade – terá os custos alocados somente aos departamentos de produção. OBS.: Os departamentos auxiliares são ordenados à direita, iniciando pelos que mais prestam serviços. Quais critérios serão utilizados para distribuir os custos? Aluguel – totalmente absorvido pelo departamento de Administração geral. Energia – em função dos pontos de luz, onde a Adm. Geral concentrará os custos de energia de todos os departamentos auxiliares. Já os departamentos produtivos acumulam seus custos, individualmente, como será apresentado pelo quadro ilustrativo demonstrado ao final do enunciado. Mão de obra indireta – de acordo com o apontamento do responsável pela produção. (Informação disponível no quadro anexo). Materiais indiretos e depreciação – na ausência de critérios adequados, distribuí-los proporcionalmente ao número de pessoas envolvidas em cada um dos departamentos (vide informação no quadro ilustrativo em anexo). Alocação dos custos dos departamentos: Administração Geral O departamento rateará seu custo total conforme a seguinte distribuição: Manutenção 20% Almoxarifado 12% Controle de qualidade 14% Montagem 23% Cromeação 13% Usinagem 18% Manutenção O departamento gastou 50 horas para a usinagem, 40 para a cromeação, 40 para o controle de qualidade e 15 para o almoxarifado. ($ da manutenção = 145.000 ( saldo anterior + os da Administração) Almoxarifado Tem agora 120.000 ( 70.000 + 20.000 + 6.000 + 9.000+ 15.000) A empresa resolveu distribuir uniformemente aos departamentos produtivos. Controle de Qualidade A distribuição é feita com base nos testes feitos para cada um, segundo as informações fornecidas pelo departamento, como segue: Montagem 11,8% Cromeação 34,6% Usinagem 53,6% Agora os custos estão carregados em apenas 3 departamentos: Usinagem, Cromeação e Montagem. Utilizamos a departamentalização para diminuirmos os erros provocados pelo rateio dos custos indiretos. Baseado no mapa dos custos indiretos, será possível apurar os custos por departamento produtivo e o custo por produto fabricado pela empresa. Quadro ilustrativo Critérios de apropriação dos custos indiretos: Energia Depto. Qde. pontos de luz Adm. Geral 40 Montagem 10 Cromeação 10 Usinagem 30 MOI Sendo rateado: Depto. $ Adm. Geral 80.000 Manutenção e Almoxarifado 60.000 Controle de qualidade e Cromeação 30.000 Montagem 50.000 Usinagem 40.000 Materiais Indiretos Rateados pelo nº de funcionários por departamento, tendo a empresa 60 funcionários cadastrados no RH: Depto. Qde. Pessoal Adm. Geral 18 Manutenção 9 Almoxarifado 10 Controle de qualidade 5 Montagem 8 Cromeação 4 Usinagem 6 Depreciação Sendo rateada: Adm. Geral 8.000 Manutenção 16.000 Controle de qualidade 10.000 Montagem 2.000 Cromeação 13.000 Usinagem 21.000 MAPA DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO DEPARTAMENTOS AUXILIARES DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS CUSTOS INDIRETOS USINAGEM CROMEAÇÃO MONTAGEM CONTROLE QUALIDADE ALMOXA-RIFADO MANU- TENÇÃO ADM.GERAL TOTAL Aluguel - - - - - - 150.000 150.000 Energia 30.000 10.000 10.000 - - - 40.000 90.000 MO Indireta 40.000 30.000 50.000 30.000 60.000 60.000 80.000 350.000 Mat. Indiretos 6.000 4.000 8.000 5.000 10.000 9.000 18.000 60.000 Depreciação 21.000 13.000 2.000 10.000 - 16.000 8.000 70.000 Total 97.000 57.000 70.000 45.000 70.000 85.000 296.000 720.000 Rateio da Adm. Geral 53.000 38.000 68.000 42.000 35.000 60.000 Total 150.000 95.000 138.000 87.000 105.000 145.000 Rateio Manut. 50.000 40.000 - 40.000 15.000 (145.000) Total 200.000 135.000 138.000 127.000 120.000 Rateio Almox 40.000 40.000 40.000 - (120.000) Total 240.000 175.000 178.000 127.000 % de alocação 53.6 % 34.6 % 11.8 % 100 % Rateio Contr. 68.000 44.000 15.000 (127.000) Total 308.000 219.000 193.000 720.000 Agora iremos apropriar o custo de cada departamento produtivo aos produtos, utilizando como critério de rateio as horas/máquina utilizadas por cada produto: Produto D Produto E Produto F Total Usinagem 150 hm = 43 % $ 132.440 120 hm = 34 % $ 104.720 80 hm = 23 % $ 70.840 350 hm $ 308.000 Cromeação 120 hm = 40 % $ 87.600 120 hm = 40 % $ 87.600 60 hm = 20 % $ 43.800 300 hm $ 219.000 Montagem 80 hm = 41 % $ 79.130 70 hm = 36 % $ 69.480 43 hm = 23 % $ 44.390 193 hm $ 193.000 Total CI por produto $ 299.170 $ 261.800 $ 159.030 $ 720.000 Custos Diretos $ 500.000 $ 300.000 $ 450.000 $ 1.250.000 Custo total de cada produto $ 799.170 $ 561.800 $ 609.030 $ 1.970.000 EXERCÍCIOS DE DEPARTAMENTALIZAÇÃO – Cap. 6 EXERCÍCIO 1 - A empresa RIBS trabalha com a montagem e venda de brinquedos: Bonecas e Carrinhos. Durante o mês apresentou os seguintes custos indiretos: CONTAS R$ Aluguel 8.000 Mão-de-obra Indireta 20.000 Energia Elétrica 4.000 Depreciação dos Veículos 15.000 Outros Custos Indiretos 3.000 Os Custos Diretos são: BONECAS R$ 8.000 e CARRINHOS R$ 12.000. São fornecidas adicionalmente as seguintes informações: MONTAGEM ACABAMENTO ALMOXARIFADO ADM. GERAL TOTAL Área Ocupada 25,5 m2 45 m2 30 m2 49,5 m2 150 m2 Energia Elétrica Consumida 800 kw 525 kw 775 kw 400 kw 2.500 kw Os departamentos envolvidos são: MONTAGEM, ACABAMENTO, ALMOXARIFADO E ADMINISTRAÇÃO GERAL. Os custos indiretos são distribuídos da seguinte forma: O Aluguel será distribuído aos Departamentos de acordo com a área ocupada. A mão-de-obra indireta e a energia são apropriadas aos Departamentos em função da Energia Elétrica Consumida. A Depreciação dos Veículos e os Outros Custos Indiretos são alocados aos Departamentos da seguinte forma: Montagem 20%, Acabamento 40 %, Almoxarifado 15% e Administração Geral 25%. A Administração Geral distribui igualmente seus gastos para os Departamentos de Montagem, Acabamento e Almoxarifado, ou seja, 1/3 para cada Departamento. O Departamento de Montagem absorve 40 % dos gastos do Departamento Almoxarifado. Os custos indiretos são rateados aos produtos por eles trabalhados conforme as horas apontadas. Nesse mês os tempos unitários foram: Produtos MONTAGEM ACABAMENTO Bonecas 5 horas 10 horas Carrinhos - 15 horas Total 5 horas 25 horas RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO MONTAGEM ACABAMENTO ALMOXARIFADO ADM. GERAL TOTAL Área Ocupada Rateio Aluguel Energia Elétrica Consumida Rateio MOI e Energia Rateio Deprec e outros CI Total Eliminação Adm Geral Eliminação Almoxarifado Total dos Dep. Produtivos Produtos MONTAGEM ACABAMENTO Custos Diretos Total Bonecas Carrinhos Total de horas Total CI por Dep. Prod. EXERCÍCIO 2 - Os Custos Indiretos de Fabricação ou Gastos Gerais de Fabricação da Cia Dobra e Fecha foram os seguintes durante o mês de fevereiro/X7: Aluguel 240.000,00 Energia Elétrica 360.000,00 Materiais Indiretos 60.000,00 Mão-de-Obra Indireta 211.000,00 Os materiais indiretos utilizados foram apropriados por meio de requisições de cada departamento: Estamparia 12.000,00 Montagem 3.500,00 Furação 4.500,00 Almoxarifado 7.000,00 Manutenção 8.000,00 Administração Geral da Fábrica 25.000,00 A energia consumida foi distribuída da seguinte maneira: Estamparia 180.000,00 Montagem 100.000,00 Furação 33.000,00 Almoxarifado 17.000,00 Manutenção 20.000,00 Administração Geral da Fábrica 10.000,00 O total da Mão-de-Obra Indireta foi assim apropriado: Estamparia 40.000,00 Montagem 30.000,00 Furação 50.000,00 Almoxarifado 11.000,00 Manutenção 12.000,00 Administração Geral da Fábrica 68.000,00 O aluguel é atribuído inicialmente apenas à Administração Geral da Fábrica. Apurar o Custo Indireto Total de cada Departamento Produtivo e o Custo Total de cada produto com base no seguinte: a) Os Custos da Administração Geral da Fábrica são distribuídos aos demais Departamentos à base da área ocupada; a Estamparia ocupa 35% da área total, a Montagem 15%, a Furação 30%, e o restante é utilizado igualmente pelo Almoxarifado e pela Manutenção. b) A Manutenção presta serviços somente aos Departamentos de Produção e o rateio é feita à base da produção total de cada um. A Estamparia, a Montagem e a Furação produziram, respectivamente, 40%, 25% e 35% do total. O Almoxarifado distribui seus custos: ½ para a Estamparia, ¼ para a Montagem e o restante para a Furação. A empresa produz Dobradiças e Fechaduras. A Dobradiça (15.000 unidades no mês) passa apenas pela Estamparia e pela Furação e a Fechadura (4.000 unidades no mês) passa por todos os Departamentos. A distribuição dos custos indiretos da Estamparia e da Furação aos respectivos produtos é feita na mesma proporção que o material direto. Os Custos Diretos do mês foram: Dobradiças Fechaduras Total Matéria-Prima 588.000,00 392.000,00 980.000,00 Mão-de-Obra Direta 420.000,00 314.000,00 734.000,00 TOTAL 1.008.000,00 706.000,00 1.714.000,00 RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 2 Estamparia Montagem Furação Almoxarifado Manutenção Adm. Geral Total Aluguel Energia Elétrica Materiais Indiretos Mão-de-obra Indireta Total Eliminação Adm. Geral Total Eliminação Manutenção Total Eliminação Almoxarifado Custos Dep. Produtivos Dobradiças Fechaduras Total Material Diretos Rateio Crit.Mat.Diretos Estamparia Montagem Furação Custos Indiretos Custos Diretos Custos Totais EXERCÍCIO 3 – A empresa Fênix possui os seguinte departamentos produtivos: K: onde são trabalhados os produtos carteira e cinto; M: onde são trabalhados os produtos carteira, bolsa e cinto; P: onde são trabalhados os produtos bolsa e cinto. No mês de novembro os custos indiretos de fabricação foram: Mão-de-obra indireta = $ 850.000, debitados aos departamentos conforme folha de pagamentos: K : 20 %, M : 50 % e P : 30 %. Energia Elétrica = $ 300.000, rateados aos departamentos pela potência instalada: K : 300 kw, M : 150 kw e P : 150 kw. Aluguel = $ 300.000, rateados aos departamentos pela área ocupada: K : 300 m², M : 360 m² e P: 540 m². Depreciação = $ 150.000, debitados aos departamentos conforme registros de ativo da contabilidade = K: 40 %, M : 40 % e P: 20 %. Os custos indiretos apropriados aos departamentos são rateados aos produtos por eles trabalhados conforme as horas apontadas. Nesse mês os tempos unitários foram: Produtos K M P Carteira 2 horas 10 horas - Bolsa - 15 horas 8 horas Cinto 5 horas 10 horas 12 horas Total 7 horas 35 horas 20 horas Os custos diretos dos produtos são: Carteira : 250.000 Bolsa: 320.000 Cinto: 490.000 Determine os Custos Totais de cada produto. RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 3 K M P Total Mão-de-obra indireta Energia Elétrica Aluguel Depreciação Total dos Dep. Produtivos Produtos K M P Total C I Custos Diretos Custos Totais Carteira Bolsa Cinto Total CUSTEIO ABC O chamado custeio ABC (Activity Based Costing) é um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de seus produtos. A origem do método de Custeio ABC proveio do significativo aumento dos chamados Custos Indiretos de Fabricação na produção industrial nas últimas décadas. O pressuposto do ABC é que os recursos (fatores produtivos) da empresa são consumidos pelas suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica. Os produtos são conseqüência das atividades efetuadas pela empresa para fabricá-los e comercializá-los. No custeio ABC, o objetivo é rastrear quais as atividades da empresa que estão consumindo de forma mais significativa seus recursos. Os custos são direcionados para essas atividades e destas para os bens fabricados. O rastreamento de custos que está implícito no método de custeio ABC é um processo muito mais complexo e sofisticado do que o simples rateio dos CIF aos produtos. É necessário elencar as atividades que a empresa efetua no processo de fabricação, verificar quais os recursos que estão sendo consumidos por elas, direcionar os custos para essas atividades e delas para os produtos. A atribuição dos custos às atividades, quando não puder ser efetuada diretamente, deve ser feita através da utilização dos direcionadores de recursos, que são indicadores da forma como as atividades consomem os recursos produtivos. Já a atribuição dos custos, alocados inicialmente às atividades, aos produtos é efetuada com o uso dos direcionadores de atividades, que são indicadores de quanto os produtos consomem das atividades. Tanto os direcionadores de recursos quanto os direcionadores de atividades, embora tenham finalidades diferentes, são denominados direcionadores de custos. O custeamento por atividades (ABC) é um processo bastante complexo, pois envolve os seguintes procedimentos: Identificação das atividades exercidas por cada departamento da empresa; Mensuração da quantidade de recursos que são consumidos por uma atividade – essa etapa é feita através da atribuição direta do custo ou, quando impossível esta, através da utilização dos direcionadores de recursos; Atribuições dos custos das atividades aos produtos através da utilização dos direcionadores de atividades. EXEMPLO SIMPLIFICADO: Dados da companhia: Produtos da Cia Alpha Preços de Venda Unitários Produção Mensal Custos Diretos Unitários X 8,00 10.000 2,00 Y 14,00 5.000 3,00 Z 24,00 4.000 5,00 Custos Indiretos de Fabricação Aluguel e Seguro da Fábrica R$ 40.000,00 Mão-de-obra Indireta R$ 90.000,00 Material de Consumo R$ 20.000,00 TOTAL R$ 150.000,00 Atividades desenvolvidas pela Empresa DEPARTAMENTO ATIVIDADES Compras Comprar Produção Atividade Industrial 1 Atividade Industrial 2 Acabamento Acabar Despachar CRITÉRIOS PARA Atribuições de custos às atividades Aluguel e Seguro – o direcionador do recurso é a área utilizada pela atividade, uma vez que o valor do aluguel e do seguro da fábrica dependem da área. Mão-de-obra Indireta – atribuição direta às atividades, uma vez que cada uma delas tem funcionários indiretos próprios. Os valores atribuídos pelo departamento de pessoal da empresa foram os seguintes: Comprar R$ 10.000,00 Atividade Industrial 1 R$ 30.000,00 Atividade Industrial 2 R$ 40.000,00 Acabar R$ 8.000,00 Despachar R$ 2.000,00 Material de Consumo – atribuição direta às atividades através das requisições de material de cada departamento. Os valores atribuídos pelo almoxarifado foram: Comprar R$ 2.000,00 Atividade Industrial 1 R$ 5.000,00 Atividade Industrial 2 R$ 8.000,00 Acabar R$ 3.000,00 Despachar R$ 2.000,00 As áreas ocupadas por cada atividade, em percentual, são dadas pela tabela a seguir: Atividades Percentual da área Comprar 20% Atividade Industrial 1 25% Atividade Industrial 2 30% Acabar 15% Despachar 10% TOTAL 100% O quadro abaixo resume a atribuição dos custos indiretos às atividades Atividades Aluguel+Seguros (% da área x R$ 40.000,00) Mão-de-obra Indireta (atribuição direta) Material de Consumo (atribuição direta) TOTAL Comprar 8.000,00 10.000,00 2.000,00 20.000,00 Atividade Industrial 1 10.000,00 30.000,00 5.000,00 45.000,00 Atividade Industrial 2 12.000,00 40.000,00 8.000,00 60.000,00 Acabar 6.000,00 8.000,00 3.000,00 17.000,00 Despachar 4.000,00 2.000,00 2.000,00 8.000,00 TOTAL 40.000,00 90.000,00 20.000,00 150.000,00 Atribuições dOS custos DAs atividades AOS PRODUTOS A atribuição dos custos das atividades aos produtos é feita através da utilização de um direcionador de atividades, que é um indicador de quanto os produtos consomem de cada atividade. Vamos supor a seguinte composição dos direcionadores de atividade no exemplo: Atividades Direcionador de Atividades X Y Z TOTAL Comprar n.° de pedidos 30% 20% 50% 100% Atividade Industrial 1 Tempo de produção 5% 50% 45% 100% Atividade Industrial 2 Tempo de produção 25% 35% 40% 100% Acabar Tempo de operação 35% 30% 35% 100% Despachar Tempo de operação 40% 30% 30% 100% QUADRO RESUMO Atividades X Y Z TOTAL Comprar 6.000,00 4.000,00 10.000,00 20.000,00 Atividade Industrial 1 2.250,00 22.500,00 20.250,00 45.000,00 Atividade Industrial 2 15.000,00 21.000,00 24.000,00 60.000,00 Acabar 5.950,00 5.100,00 5.950,00 17.000,00 Despachar 3.200,00 2.400,00 2.400,00 8.000,00 TOTAL 32.400,00 55.000,00 62.600,00 150.000,00 Quantidades Produzidas 10.000 5.000 4.000 CIF Unitários 3,24 11,00 15,65 Custos Diretos Unitários 2,00 3,00 5,00 Custo Unitário Total 5,24 14,00 20,65 Leitura:Gestão de Custos e formação de preços – pág. 139 à 149. EXERCÍCIOS DE CUSTEIO ABC EXERCÍCIO 1 – Para cada Atividade abaixo indicar o possível direcionador de custos: Informática (suporte) – Emitir faturas – Pagar fornecedores – Visitar clientes – Despachar produtos – EXERCÍCIO 2 – Responda as questões abaixo: O que é o Custeio ABC ? Quais são os procedimentos para a implantação do ABC ? Para que serve o direcionador de custos ? Qual a vantagem da separação dos departamentos em atividades? CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO No Custeio Variável, vale recordar que custeio significa a forma de apropriação dos custos, somente são alocados aos produtos os custos variáveis, deixando os custos fixos separados e considerados como despesas do período. Para o estoque só irão os custos variáveis. Gerencialmente, o custeio por absorção não apresenta grande utilidade, pois trata os custos fixos, que acontecem independente da produção no período e não apresentam sensibilidade às variações, igualmente aos demais. Neste caso, os custos fixos se assemelham mais a encargos da empresa relacionados às condições de produção do que ao sacrifício, propriamente dito, para a produção. São apropriados por critérios de rateio arbitrados, que nem sempre expressarão, de fato, a parcela concernente a cada item produzido. O custo fixo irá variar ainda, unitariamente, de acordo com o volume de produção, e um produto poderá receber maior carga de custo se a fabricação de um outro for reduzida por alguma razão. A partir destas constatações, chegou-se a seguinte indagação: Por que não deixar de apropriar os custos fixos aos produtos e passar a tratá-los como despesa? Surge assim o Custeio Variável, onde apenas os custos e despesas variáveis são alocados aos produtos, deixando os fixos separados e tratados como despesas do período. Então, nesse caso, nos estoques são ativados apenas os custos variáveis. Demonstração do Resultado do Exercício pelo método de custeio Variável ou Direto: Receita Bruta de Vendas (preço de venda x quantidade vendida) (-) Impostos sobre as vendas = Receita Líquida (-) Custos Variáveis (valor por unidade x quantidade vendida) (-) Despesas Variáveis (valor por unidade x quantidade vendida) = Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (total do período) (-) Despesas fixas (total do período) = Resultado EXERCÍCIOS DE CUSTEIO VARIÁVEL 1) Determinada empresa industrial apresenta a seguinte estrutura: Custos de Produção: Fixos R$ 300.000,00 e Variáveis R$ 9,00 por unidade Despesas variáveis de vendas R$ 2,50 Despesas fixas de vendas, administrativas e financeiras R$ 120.000,00. Preço de venda R$ 20,00. Supondo-se ainda que o nível de produção em determinado período tenha atingido 80.000 unidades e as vendas 60.000 unidades. Inexistindo estoques no início do período, pede-se: Apurar o Lucro e os Estoques Finais pelos métodos de Custeio por Absorção e Variável. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Apesar do que reza o custeio variável, o custo fixo não deve ser desprezado no aspecto decisorial, afinal eles representam gastos e desembolsos que precisarão ser sempre considerados. É sabido que os custos indiretos e as despesas vêm em constante crescimento, sendo estes responsáveis por parcela significativa dos gastos totais nas empresas. Contudo, para fins gerenciais é importante que sejam devidamente analisados e não apenas rateados como custos realmente pertencentes a cada item produzido. O conceito da Margem de Contribuição (MC) encontra-se na diferença identificada entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis, onde vale recordar que para fins de controle fiscal, as despesas não integram o estoque dos produtos. Resumindo, tem-se: MCu = PV – (CV+DV) EXERCÍCIOS DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 1 – Uma empresa que fabrica os produtos A, B e C, incorre nos seguintes custos, despesas, preços de venda e investimentos: Custos de Produção Variáveis: Fixos: A = $ 150 /un $ 20.000 /mês B = $ 280 /un $ 10.000 /mês C = $ 210 /un Não identificados, comuns a todos três: $70.000 /mês Despesas de venda: Variáveis: 10% de preço de venda Fixas: $20.000 /mês (comuns) Despesas Administrativas: Fixas: $40.000 /mês Preços de venda: A: $250 /un B: $420 /um C: $330 /un A venda média da empresa é de 1.000 unidades de cada produto por mês, calcule a margem de contribuição unitária (fórnula), o lucro por produto e a margem de contribuição e lucro da empresa, demonstrando na DRE. Custos Despesas Estoque de Produtos DRE Receitas CPV Lucro Bruto Despesas Lucro Operacional Venda DRE Receita de Vendas (-) CMV = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Líquido Venda ATIVO CIRCULANTE Estoque de Mercadorias Compra de Mercadorias ______ ATIVO CIRCULANTE Estoque de Matéria-prima Estoque Prod. Acabados Estoque Prod. Elaboração Outros estoques Produção - Consumo de Matéria-prima - Aluguel da fábrica - Mão-de-obra Deprec. Maquinas Requisitada Compra de matéria-prima PRODUTO DRE Receita de Vendas (-) CPV = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Líquido ATIVO CIRCULANTE Estoque de Matéria-prima Estoque de Produtos Acabados Venda EMPRESA COMERCIAL ATIVO CIRCULANTE Caixa.................................................4.000 Contas a Receber..............................25.000 Estoques de Mercadorias..................77.000 Outros Ativos Circulantes...................1.000 Total...............................................107.000 EMPRESA INDUSTRIAL ATIVO CIRCULANTE Caixa............................................................4.000 Contas a Receber.........................................25.000 Estoque de Produtos Acabados........32.000 Estoque de Produtos em Processo....22.000 Estoque de Material Direto..............23.000 Estoques Totais............................................77.000 Outros Ativos Circulantes........... .................1.000 Total...........................................................107.000 L = R – C – D GASTOS CUSTOS INDIRETOS DIRETOS RATEIO PROD C PROD B PROD A ESTOQUE CPV DESPESAS VENDAS venda RESULTADO � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� � EMBED Word.Document.8 \s ��� 4 2 1 3 2 _1348479784.doc FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE (PEPS) DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total ESTOQUE INICIAL (EI) 1 100,00 100,00 11/05 Compra 3 120,00 360,00 - - - 1 3 100,00 120,00 100,00 360,00 12/05 Compra 2 130,00 260,00 - - - 1 3 2 100,00 120,00 130,00 100,00 360,00 260,00 14/05 Venda - - - 1 1 100,00 120,00 100,00 120,00 2 2 120,00 130,00 240,00 260,00 15/05 Venda - - - 1 120,00 120,00 1 2 120,00 130,00 120,00 260,00 Saldo final de estoque $ 380,00 (120,00 +260,00) Então, o CMV da 1º venda é $ 220,00 (100,00 + 120,00) e da 2º venda é $ 120,00. O saldo final de estoques é de $ 380,00 (mesmo saldo da conta ¨Mercadorias¨). _1348479926.doc FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total _1348479970.doc FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total _1348479828.doc FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE (CM) DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total ESTOQUE INICIAL (EI) 1 100,00 100,00 11/05 Compra 3 120,00 360,00 - - - 4 115,00(*) 460,00 12/05 Compra 2 130,00 260,00 - - - 6 120,00(**) 720,00 14/05 Venda - - - 2 120,00 240,00 4 120,00 480,00 15/05 Venda - - - 1 120,00 120,00 3 120,00 360,00 Saldo final de estoque $ 360,00 ( * ) 1 x 100,00 + 3 x 120,00 = 460,00 = 115,00 4 4 ( * * ) 4 x 115,00 + 2 x 130,00 = 720,00 = 120,00 6 6 Então, o CMV da 1º venda é $ 240,00 e da 2º venda é $ 120,00. O saldo final de estoques é de $ 360,00 (mesmo saldo da conta ¨Mercadorias¨). _1348479708.doc FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total Qde Valor Unitário Valor Total
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