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ROMULO PASSOS - CURSO P CONCONCURSO ENFERMAGEM

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Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 
 
 
CURSO DE ENFERMAGEM P/ O 
CONCURSO DA REDE SARAH 
AULA Nº 11 – ANATOMIA, FISIOLOGIA E 
FISIOPATOLOGIA HUMANA. 
 
Aula nº 11 – Anatomia, Fisiologia e Fisiopatologia Humana. 
 
 
Olá amigo (a)! 
Seja bem vindo (a) a mais uma aula do nosso curso. 
Nessa aula exploraremos os assuntos referentes a anatomia, fisiologia e 
fisiopatologia humana. 
A prova do Sarah é muito abrangente, explora um pouco de tudo, por isso, você 
deve se dedicar muito. Nossas aulas são extensas, apesar de procurarmos ser o mais 
sucintos possível. 
 
Boa aula! 
 
Profª. Raiane Bezerra 
Profº. Rômulo Passos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à anatomia e fisiologia humana. 
A anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e 
o desenvolvimento dos seres organizados (seres vivos). Na anatomia observa-se e 
estuda-se o conhecimento do corpo humano com a descrição dos ossos, junturas, 
músculos, vasos e nervos. 
O corpo humano é formado por células, que se diferenciam e se agrupam, 
formando tecidos. Os tecidos, por sua vez, dão origem aos órgãos, sendo cada órgão, 
formado por vários diferentes tecidos. Finalmente os órgãos são agrupados 
em sistemas, os quais se combinam para formar um organismo. 
O corpo humano é divido em cabeça, tronco (compreendendo o tórax e o 
abdome), membros superiores (ou torácicos) e membros inferiores (ou pélvicos). A 
cabeça está unida ao tronco pelo pescoço. Os membros superiores se ligam ao tronco 
pela cintura escapular, enquanto que os membros inferiores, pela cintura pélvica. 
A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as 
posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na 
posição anatômica, o corpo estudado deve ficar ereto (de pé), calcanhares unidos, com 
os olhos voltados para o horizonte, os pés também apontados para frente e 
perpendiculares ao restante do corpo, braços estendidos e aplicados ao tronco e com as 
palmas das mãos voltadas para frente (os dedos estendidos e unidos). Deve-se notar que 
não é a posição normal dos braços, que normalmente ficariam em torção mais ou menos 
medial (com as palmas voltadas para o corpo, em pronação). É uma posição em que há 
consumo de energia. O corpo humano na posição anatômica pode ser dividido 
conceitualmente em planos. 
• O plano mediano é um plano vertical que passa através do eixo mais longo que 
cruza o corpo, dos pés até a cabeça; este plano separa o corpo em antímeros direito e 
esquerdo. O que quer que esteja situado próximo a este plano é chamado medial, e o que 
está longe dele, lateral. 
• Um plano sagital é paralelo ao plano mediano. 
 • O plano coronal é também um plano vertical que passa pelo eixo maior (dos 
pés à cabeça), mas é perpendicular ao plano mediano, separando a frente do corpo, ou 
ventre, da parte de trás, ou dorso. Algo em posição à frente do plano frontal é chamado 
anterior, ao passo que algo situado atrás desse plano é chamado posterior. 
• O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor do corpo, do 
dorso até o ventre, isto é, da posição posterior para a anterior. Divide a estrutura 
atravessada em porções superior e inferior. 
 
• De um modo resumido podemos dizer que a posição anatômica do corpo 
humano encontra-se ereto com os pés juntos e a face, os olhos e as palmas das mãos 
dirigidos para frente. 
 
 
A fisiologia advém do grego, "physis e logos", conhecimento e estudo, ou seja, é 
a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). Muitos dos aspectos da 
fisiologia humana estão intimamente relacionados com a fisiologia animal, onde muita 
da informação hoje disponível tem sido conseguida graças à experimentação animal. 
A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde 
a primeira incide sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da 
função de cada parte do corpo, sendo ambas, áreas de vital importância para o 
conhecimento médico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Musculoesquelético 
 
O sistema musculoesquelético fornece proteção para órgãos vitais, incluindo o 
cérebro, coração e pulmões; proporciona uma estrutura resistente para a sustentação das 
estruturas corporais; e torna possível a mobilidade. Os músculos e os tendões mantêm 
os ossos unidos, e as articulações permitem que o corpo se movimente. Os tendões 
fixam os músculos aos ossos. Eles também se movem para produzir calor que ajuda a 
manter a temperatura corporal. O movimento facilita o retorno do sangue desoxigenado 
para o lado direito do coração pelo massageamento da vasculatura venosa. O sistema 
musculoesquelético serve como um reservatório para as células sanguíneas imaturas e 
minerais essenciais, incluindo cálcio, fósforo, magnésio e flúor. Mais de 98% do cálcio 
corporal total está presente no osso. 
 
Estrutura e Função do Sistema Esquelético 
 Existem 206 ossos no corpo humano, divididos em quatro categorias: ossos 
longos (p. ex., fêmur), ossos curtos (p. ex., metacarpos), ossos chatos (p. ex., esterno) e 
ossos irregulares (p. ex., vértebras). O formato e a construção de um osso específico 
são determinados por sua função e pelas forças investidas sobre ele. Os ossos são 
constituídos de tecido ósseo esponjoso (trabecular) ou cortical (compacto). Os ossos 
longos têm a forma de bastonetes ou cilindros com extremidades. O corpo, conhecido 
como diáfise, é principalmente constituído de osso cortical. As extremidades dos ossos 
longos, denominada epífises, são principalmente constituídas de osso esponjoso. A 
placa epifisária separa as epífises da diáfise e é o centro de crescimento longitudinal em 
crianças. Ela se encontra calcificada em adultos. As extremidades dos ossos longos são 
cobertas nas articulações pela cartilagem articular, que é um tecido avascularizado 
elástico resistente. Os ossos longos são destinados à sustentação de peso e ao 
movimento. Os ossos curtos consistem em osso esponjoso coberto por uma camada de 
osso compacto. Os ossos chatos são locais importantes de hematopoese e, 
frequentemente, protegem os órgãos vitais. Eles são constituídos de osso esponjoso 
depositado em camadas entre ossos compactos. Os ossos irregulares têm formatos 
singulares relacionados com sua função. Geralmente, a estrutura dos ossos irregulares é 
similar à dos ossos chatos. 
 
O osso é composto de células, matriz proteica e depósitos minerais. As células 
são de três tipos básicos – osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 
 
Formação Óssea 
 A osteogênese (formação óssea) começa muito tempo antes do nascimento. A 
ossificação é o processo pelo qual a matriz óssea é formada e cristais de minerais duros 
compostos de cálcio e fósforo (p. ex., hidroxiapatita) são ligados às fibras colágenas. 
Esses componentes minerais conferem ao osso sua força característica, enquanto o 
colágeno proteináceo confere ao osso a sua resistência (Porth & Matfin, 2009). 
 
Manutenção do Osso 
 O osso é um tecido dinâmico em constante estado de renovação. Durante a 
infância, os ossos crescem e se formam através de um processo denominado 
modelagem. No início da vida adulta (i. e., no começo da segunda década de vida), a 
remodelagem é o principal processo que é levado a cabo. A remodelagem mantém a 
estrutura e a função ósseas através da reabsorção e osteogênese simultâneas, e, como 
resultado, a renovação óssea completa ocorre a cada 10 dias (U.S. Department of Health 
and Human Services[DHHS], 2004). 
O equilíbrio entre a reabsorção e a formação ósseas é influenciado pelos 
seguintes fatores: atividade física, ingesta dietética de certos nutrientes, especialmente 
cálcio e diversos hormônios, incluindo o calcitriol (i. e., vitamina D ativada), 
paratormônio (PTH), calcitonina, hormônio tireoidiano, cortisol, hormônio do 
crescimento e os hormônios sexuais estrogênio e testosterona (DHHS, 2004). 
 
Estrutura e Função do Sistema Articular 
 A junção de dois ou mais ossos é denominada uma articulação. Existem três 
tipos básicos de articulações: a articulação por sinartrose, por anfiartrose e por diartrose. 
As articulações por sinartrose são imóveis (p. ex., as suturas cranianas). As ar-ticulações 
por anfiartrose (p. ex., as articulações vertebrais e a sínfise púbica) permitem 
movimento limitado; os ossos das articulações por anfiartrose são unidos por cartilagem 
fibrosa. As articulações por diartrose são articulações livremente móveis 
 
Estrutura e Função do Sistema Muscular Esquelético 
 Os músculos são presos por tendões aos ossos, tecido conjuntivo, a outros 
músculos, aos tecidos moles ou à pele. Os músculos do corpo são compostos de grupos 
paralelos de células musculares (fascículos) envolvidos em tecido fibroso denominado 
fáscia (epimísio). Quanto mais fascículos o músculo contiver, mais precisos são seus 
movimentos. Os músculos variam em formato e tamanho de acordo com as atividades 
para as quais são responsáveis. Os músculos esqueléticos (estriados) estão envolvidos 
no movimento corporal, postura e funções de produção de calor. Os músculos 
contraem-se para aproximar os dois pontos de fixação, ocasionando um movimento. 
 
Contração dos Músculos Esqueléticos 
Cada célula muscular (também denominada fibra muscular) contém miofibrilas 
que, por sua vez, são compostas de uma série de sarcômeros, unidades contráteis 
verdadeiras do músculo esquelético. Os sarcômeros contêm filamentos espessos de 
miosina e filamentos finos de actina. 
As células musculares contraem-se em resposta à estimulação elétrica deflagrada 
por uma célula nervosa efetora na placa terminal motora. Quando estimulada, a célula 
muscular se despolariza e gera um potencial de ação similar ao descrito para as células 
nervosas. Esses potenciais de ação propagam-se ao longo da membrana das células 
musculares e acarretam a liberação de íons cálcio, que estão armazenados em organelas 
especializadas denominadas retículo sarcoplasmático. Quando existe um aumento local 
na concentração de íons cálcio, os filamentos de miosina e actina deslizam entre si. 
Logo depois de se despolarizar, a membrana da célula muscular recupera a voltagem da 
membrana em repouso. O cálcio é rapidamente removido dos sarcômeros pelo 
reacúmulo ativo no retículo sarcoplasmático. Quando a concentração de cálcio no 
sarcômero diminui, os filamentos de miosina e actina param de interagir, e o sarcômero 
retorna a seu comprimento original em repouso (relaxamento). A actina e a miosina não 
interagem na ausência de cálcio (Porth & Matfin, 2009). 
Ocorre consumo de energia durante a contração e o relaxamento muscular. A 
fonte principal de energia para as células musculares é o trifosfato de adenosina (ATP) 
que é produzido pelo metabolismo oxidativo celular. 
 
Tônus Muscular 
 Os músculos relaxados demonstram um estado de prontidão para responder aos 
estímulos da contração. Esse estado de prontidão, conhecido como tono (tônus) 
muscular, é produzido pela manutenção de algumas fibras musculares em estado 
contraído. Os fusos musculares, que são órgãos sensoriais dos músculos, monitoram o 
tono muscular. O tono muscular é mínimo durante o sono e aumentado quando o 
indivíduo está ansioso. O músculo que é mole e sem tono é descrito como flácido; um 
músculo com o tono acima do normal é descrito como espástico. Em condições 
caracterizadas por destruição dos neurônios motores inferiores (p. ex., pólio), o músculo 
desnervado torna-se atônico (mole e flácido) e atrofiado. 
 
Ações Musculares 
 Os músculos executam movimentos por contração. Pela coordenação de grupos 
musculares, o corpo é capaz de realizar uma ampla variedade de movimentos. O 
movimentador primordial é o músculo que causa um movimento específico. Os 
músculos que assistem o movimentador primordial são conhecidos como sinergistas. Os 
músculos que causam movimentos opostos aos do movimentador primordial são 
conhecidos como antagonistas. O antagonista deve relaxar para permitir que o 
movimentador primordial se contraia, produzindo o movimento. Por exemplo, quando a 
contração do bíceps causa flexão da articulação do cotovelo, os bíceps são os 
movimentadores primordiais, e o os tríceps são os antagonistas. Um indivíduo com 
paralisia muscular (uma perda do movimento, possivelmente em consequência de lesão 
nervosa) pode ser capaz de reter a função dos músculos dentro do grupo sinérgico para 
produzir o movimento necessário. Os músculos do grupo sinérgico, então, tornam-se os 
movimentadores primordiais. 
 
Exercícios, Desuso e Reparo 
Os músculos precisam ser exercitados para manter a função e a força. Quando 
um músculo repetidamente desenvolve uma tensão máxima ou próxima da máxima 
durante um longo período, como no exercício regular com pesos, a área transversal do 
músculo aumenta. Esse alargamento, conhecido como hipertrofia, resulta de um 
aumento no tamanho de cada fibra muscular sem um aumento no seu número. A 
hipertrofia persiste apenas se o exercício for continuado. O fenômeno oposto ocorre 
com o desuso do músculo durante um longo período de tempo. A idade e o desuso 
causam perda da função muscular à medida que o tecido fibrótico substitui o tecido 
muscular contrátil. A diminuição no tamanho de um músculo é denominada atrofia. O 
repouso no leito e a imobilidade causam a perda da massa e da força musculares. 
Quando a imobilidade é decorrente de uma modalidade de tratamento (p. ex., gesso, 
tração ou repouso no leito), o paciente pode diminuir os efeitos da imobilidade com 
exercícios isométricos nos músculos da parte paralisada. Exercícios de contração do 
quadril (retesamento dos músculos da coxa) e exercícios de contração glútea 
(retesamento dos músculos das nádegas) ajudam a manter os grupos musculares maiores 
que são importantes na deambulação. Exercícios ativos e de peso resistência 
(musculação) de partes não lesadas do corpo mantêm a força muscular. Quando os 
músculos são lesionados, eles precisam de repouso e imobilização até que ocorra o 
reparo tecidual. O músculo consolidado necessita então de exercícios progressivos para 
recuperar a força e a capacidade funcional pré-lesão. 
 
 Passemos para a resolução de questões sobre esse tema: 
 
 
 
 
1. (Prefeitura de Criciúma-SC/FEPESE/2014) Em relação ao sistema ósseo, assinale 
a alternativa correta. 
a) A bacia e o esterno são considerados ossos curtos. 
b) O calcâneo e o tarso são considerados ossos planos ou chatos. 
c) O carpo e a escápula são considerados ossos longos. 
d) O fêmur e o úmero são considerados ossos longos. 
e) Os ossos do crânio são considerados ossos curtos. 
COMENTÁRIOS: 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a 
diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, a 
epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados 
nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, 
tarsos, carpos. 
Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseocompacto, 
tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: 
esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula. 
Vamos analisar cada item da questão: 
Item A. Incorreto. A bacia e o esterno são considerados ossos planos ou 
chatos. 
Item B. Incorreto. O calcâneo e o tarso são considerados ossos curtos. 
Item C. Incorreto. O carpo é considerado osso curto e a escápula osso plano 
ou chato. 
Item D. Correto. O fêmur e o úmero são considerados ossos longos. 
Item E. Incorreto. Os ossos do crânio são considerados ossos planos ou 
chatos. 
Concluímos, portanto, que o gabarito é a letra D. 
 
2. (CNEN/IDECAN/2014) O esqueleto axial é constituído pelos seguintes ossos: 
a) Tarso, metatarso e falanges 
b) Crânio, coluna vertebral e tórax 
c) Crânio, tórax e membros inferiores 
d) Crânio, ossos do quadril e membros inferiores 
e) Ossos do quadril, membros superiores e membros inferiores 
COMENTÁRIOS: 
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e 
fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas 
(ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um 
sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. 
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral e caixa 
torácica. 
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas 
escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o 
esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores). 
Nesses termos, o gabarito da questão é a letra B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso 
O sistema nervoso consiste em duas partes principais: o sistema nervoso 
central (SNC), incluindo o cérebro e a medula espinal, e o sistema nervoso periférico, 
que inclui os nervos cranianos, os nervos espinhais e o sistema nervoso autônomo. A 
função do sistema nervoso é controlar as atividades motoras, sensoriais, autônomas, 
cognitivas e comportamentais. O próprio cérebro contém mais de 100 bilhões de células 
que ligam as vias motoras e sensoriais, monitoram os processos orgânicos, respondem 
ao ambiente interno e externo, mantêm a homeostase e dirigem todas as atividades 
psicológicas, biológicas e físicas através de mensagens químicas e elétricas complexas 
(Klein & Stewart-Amidei, 2009). 
 
Células do Sistema Nervoso 
 A unidade funcional básica do cérebro é o neurônio. Ele é composto de 
dendritos, um corpo celular e um axônio. Os dendritos são estruturas semelhantes a 
ramos que recebem mensagens eletroquímicas. O axônio é uma projeção longa que leva 
impulsos elétricos a partir do corpo celular. Alguns neurônios contam com uma bainha 
mielinizada que aumenta a velocidade de condução. Os corpos das células nervosas 
ocorrendo em aglomerados são denominados gânglios ou núcleos. Um aglomerado de 
corpos celulares com a mesma função é denominado um centro (p. ex., o centro 
respiratório). As células neurogliais, 50 vezes maiores em número do que os neurônios, 
servem para sustentação, proteção e nutrição dos neurônios (Hickey, 2009). 
 
 
Neurotransmissores 
 Os neurotransmissores comunicam a mensagem de um neurônio para outro ou a 
partir de um neurônio até um tecido-alvo específico. Os neurotransmissores são 
produzidos e armazenados nas vesículas sinápticas. Quando um potencial de ação 
elétrico propagado ao longo do axônio alcança o terminal nervoso, os 
neurotransmissores são liberados na sinapse. 
 
O Sistema Nervoso Central 
 O Encéfalo 
 O encéfalo representa aproximadamente 2% do peso corporal total; em um 
adulto jovem médio, o encéfalo pesa aproximadamente 1.400 g, enquanto, em uma 
pessoa idosa média, o encéfalo pesa aproximadamente 1.200 g (Hickey, 2009). O 
encéfalo é dividido em três principais áreas: o cérebro, o tronco encefálico e o cerebelo. 
O cérebro é constituído de dois hemisférios, o tálamo, o hipotálamo e os gânglios da 
base. O tronco encefálico inclui o mesencéfalo, a ponte e o bulbo (medula). O cerebelo 
está localizado sob o cérebro e atrás do tronco encefálico 
Cérebro 
A superfície externa dos hemisférios tem uma aparência enrugada, que é 
consequência de muitas camadas dobradas sobre si mesmas ou convoluções, designadas 
como giros, o que aumenta a área de superfície encefálica, explicando o alto nível de 
atividade realizado por esse órgão aparentemente pequeno. 
Entre cada giro, existe um sulco ou fissura que serve como uma divisão 
anatômica. Entre os hemisférios cerebrais, está a grande fissura longitudinal que separa 
o cérebro nos hemisférios direito e esquerdo. Os dois hemisférios são unidos na porção 
inferior da fissura pelo corpo caloso. A porção externa dos hemisférios (córtex cerebral) 
é constituída de substância cinzenta com aproximadamente 2 a 5 mm de profundidade; 
ela contém bilhões de corpos celulares de neurônios, conferindo-lhe um aspecto 
cinzento. A substância branca constitui a camada mais interna e é composta de fibras 
nervosas mielinizadas e células da neuróglia (tecido de sustentação) que formam os 
tratos ou vias, ligando várias partes do cérebro a outras. Essas vias também conectam o 
córtex com as porções inferiores do encéfalo e da medula espinhal. Os hemisférios 
cerebrais são divididos em pares de lobos: 
•Frontal – o maior lobo, localizado na parte anterior do encéfalo. As principais 
funções desse lobo são concentração, pensamento abstrato, armazenamento de 
informações ou memória e função motora. 
•Parietal – um lobo predominantemente sensorial localizado posteriormente ao 
lobo frontal. Esse lobo analisa as informações sensoriais e retransmite a interpretação 
dessas informações para outras áreas corticais, sendo essencial para a percepção da 
posição do corpo no espaço pela pessoa, a discriminação de tamanho e forma e 
orientação direita-esquerda (Hickey, 2009). 
•Temporal – localizado inferiormente ao lobo frontal e parietal, esse lobo 
contém as -áreas receptoras auditivas e desempenha um papel na memória do som e na 
compreensão da linguagem da música. 
•Occipital – Localizado posteriormente ao lobo parietal, esse lobo é responsável 
pela interpretação -visual e pela memória. 
O corpo caloso, um conjunto espesso de fibras nervosas que liga os dois 
hemisférios do cérebro, é responsável pela transmissão de informações de um lado do 
cérebro para o outro. As informações transferidas incluem sensação, memória e 
discriminação aprendida. As pessoas destras e algumas pessoas sinistras têm 
dominância cerebral do lado esquerdo do cérebro para funções verbais, linguísticas, 
aritméticas, de cálculo e de análise. 
Tronco Encefálico 
O tronco encefálico consiste no mesencéfalo, ponte e medula oblonga (bulbo). O 
mesencéfalo liga a ponte e o cerebelo aos hemisférios cerebrais; ele contém as vias 
sensoriais e motoras e também serve como centro para os reflexos auditivos e visuais. 
Os nervos cranianos III e IV originam-se no mesencéfalo. A ponte está situada 
anteriormente ao cerebelo, entre o mesencéfalo e o bulbo, e é uma ponte entre as duas 
metades do cerebelo, e entre o bulbo e o mesencéfalo. Os nervos cranianos V a VIII 
originam-se na ponte. A ponte também contém vias motoras e sensoriais. Partes da 
ponte ajudam a regular a respiração. 
Cerebelo 
O cerebelo está localizado posteriormente ao mesencéfalo e à ponte, e abaixo do 
lobo occipital. O cerebelo integra informações sensoriais para proporcionar movimentos 
coordenados suaves. Ele controla os movimentos finos, equilíbrio e a percepção de 
posição(postural) ou propriocepção (percepção de onde cada parte do corpo está). 
O Sistema Nervoso Periférico 
 O sistema nervoso periférico inclui os nervos cranianos, os nervos espinhais e o 
sistema nervoso autônomo. 
Nervos Cranianos 
 Doze pares de nervos cranianos emergem da superfície inferior do cérebro e 
atravessam as aberturas na base do crânio. Três deles são inteiramente sensoriais (I, II, 
VIII), cinco são motores (III, IV, VI, XI e XII) e quatro são mistos – sensoriais e 
motores (V, VII, IX e X). Os nervos cranianos são numerados na ordem pela qual se 
originam do cérebro. Os nervos cranianos inervam a cabeça, o pescoço e as estruturas 
especiais dos sentidos. 
Nervos Espinhais 
 A medula espinhal é composta de 31 pares de nervos espinhais: 8 cervicais, 12 
torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 1 coccígeo. Cada nervo espinhal tem uma raiz ventral e 
uma raiz dorsal. As raízes dorsais são sensoriais e transmitem os impulsos sensoriais de 
áreas específicas do corpo conhecidas como dermátomos para os gânglios do corno 
dorsal. A fibra sensorial pode ser somática, transportando informações sobre dor, 
temperatura, toque e percepção da posição (propriocepção) dos tendões, articulações e 
superfícies corporais; ou visceral, transportando informações dos órgãos internos. 
Sistema Nervoso Autônomo 
 O sistema nervoso autônomo regula as atividades dos órgãos internos como o 
coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos digestivos e glândulas. A manutenção e 
restauração da homeostase interna é, em grande parte, responsabilidade do sistema 
nervoso autônomo. Existem 2 divisões principais: o sistema nervoso simpático, com 
respostas predominantemente excitatórias, mais notadamente a resposta de “lutar-ou-
fugir”, e o sistema nervoso parassimpático, que controla principalmente as funções 
viscerais. 
 
Vejamos uma questão sobre esse tema: 
3. (Instituto Federal do Sertão de Pernambuco-IF/ MSCONCURSOS/2014) 
Terminações nervosas que captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. A camada 
terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras 
camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. São características de qual 
receptor? 
a) Discos de Merkel. 
b) Corpúsculos de Paccini. 
c) Terminações Nervosas Livres. 
d) Corpúsculos de Meissner. 
e) Bulbos Terminais de Krause. 
COMENTÁRIOS: 
Para melhor compreensão do conteúdo vamos analisar cada item da questão: 
Item A. Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra 
aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações 
nervosas. Estes discos estão englobados em uma célula especializada, cuja superfície 
distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. 
Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. 
Item B. Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis 
e táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é 
envolta por várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A 
camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida 
para as outras camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
Item C. Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, 
térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado 
envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma 
membrana basal. 
Item D. Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem 
pelos (como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um 
axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. 
Item E. Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São 
formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de clava. Situam-se 
nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos 
lábios e dos genitais). 
Tendo visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra B. 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Circulatório 
 
O sistema vascular consiste em dois sistemas interdependentes. O lado direito do 
coração bombeia o sangue através dos pulmões para a circulação pulmonar, enquanto 
o lado esquerdo bombeia o sangue para todos os outros tecidos orgânicos através da 
circulação sistêmica. Os vasos sanguíneos em ambos os sistemas canalizam o sangue 
do coração para os tecidos e de volta ao coração. A contração dos ventrículos é a força 
propulsora que move o sangue através do sistema vascular. 
 
 
As artérias distribuem o sangue oxigenado do lado esquerdo do coração para os 
tecidos, enquanto as veias carregam o sangue desoxigenado dos tecidos até o lado 
direito do coração. Os vasos capilares localizados dentro dos tecidos conectam os 
sistemas arterial e venoso. Esses vasos possibilitam a troca de nutrientes e produtos de 
degradação metabólicos entre o sistema circulatório e os tecidos. As arteríolas e as 
vênulas imediatamente adjacentes aos capilares, juntamente com os capilares, 
constituem a microcirculação. 
O sistema linfático complementa a função do sistema circulatório. Os vasos 
linfáticos transportam a linfa (um líquido semelhante ao plasma) e os líquidos teciduais 
(contendo proteínas, células e restos celulares) do espaço intersticial para as veias 
sistêmicas. 
 
Anatomia do Sistema Vascular 
 
 Artérias e Arteríolas 
 As artérias são estruturas de parede espessa, que transportam o sangue do 
coração até os tecidos. A aorta, cujo diâmetro é de aproximadamente 25 mm no adulto 
de tamanho médio, dá origem a numerosos ramos, que continuam dividindo-se em 
artérias progressivamente menores, de 4 mm de diâmetro. Os vasos dividem-se ainda 
mais, diminuindo de tamanho até um diâmetro de aproximadamente 30 μm. Essas 
artérias menores, denominadas arteríolas, estão geralmente encerradas dentro dos 
tecidos. 
 
Capilares 
 As paredes dos capilares, que carecem de músculo liso e de adventícia, são 
compostas por uma única camada de células endoteliais. Essa estrutura de paredes finas 
possibilita o transporte rápido e eficiente de nutrientes para as células e a remoção dos 
produtos de degradação metabólica. O diâmetro dos capilares varia de 5 a 10 μm; isso 
significa que os eritrócitos devem alterar a sua forma para atravessar esses vasos. As 
alterações no diâmetro de um capilar são passivas e influenciadas por alterações 
contráteis nos vasos sanguíneos que transportam o sangue até um capilar e a partir dele. 
O diâmetro do capilar também se modifica em resposta a estímulos químicos. Em 
alguns tecidos, um manguito de músculo liso, denominado esfíncter pré-capilar, 
localiza-se na extremidade arteriolar do capilar e é responsável, juntamente com a 
arteríola, pelo controle do fluxo capilar (Porth & Matfin, 2009). 
 
Veias e Vênulas 
 Os capilares unem-se para formar vasos maiores, denominados vênulas, que se 
unem para formar as veias. Por conseguinte, o sistema venoso é estruturalmente análogo 
ao sistema arterial; as vênulas correspondem às arteríolas, as veias às artérias e a veia 
cava à aorta. Os tipos análogos de vasos nos sistemas arterial e venoso possuem 
aproximadamente os mesmos diâmetros. 
As paredes das veias, em contraste com as das artérias, são mais finas e 
consideravelmente menos musculares. Na maioria das veias, a parede constitui apenas 
10% do diâmetro, em contraste com 25% na maioria das artérias. Nas veias, as paredes 
são compostas de três camadas, como as das artérias, embora essas camadas não sejam 
tão bem definidas nas veias. 
 
Vasos LinfáticosOs vasos linfáticos formam uma complexa rede de vasos de paredes finas, 
semelhantes aos capilares sanguíneos. Essa rede coleta o líquido linfático dos tecidos e 
órgãos e o transporta para a circulação venosa. Os vasos linfáticos convergem para duas 
estruturas principais: o ducto torácico e o ducto linfático direito. Esses ductos 
desembocam na junção das veias subclávia e jugular interna. O ducto linfático direito 
transporta linfa principalmente do lado direito da cabeça, pescoço, tórax e braços. O 
ducto torácico transporta linfa a partir do restante do corpo. Os vasos linfáticos 
periféricos unem-se aos vasos linfáticos maiores e passam através de linfonodos 
regionais, antes de entrarem na circulação venosa. Os linfonodos desempenham um 
importante papel na filtração de partículas estranhas. 
 
Fisiopatologia do Sistema Vascular 
 Todas as doenças vasculares periféricas caracterizam-se por uma redução do 
fluxo sanguíneo através dos vasos periféricos. Os efeitos fisiológicos do fluxo 
sanguíneo alterado dependem da extensão em que as demandas teciduais excedem o 
suprimento disponível de oxigênio e nutrientes. Se as necessidades teciduais forem 
elevadas, até mesmo uma redução modesta do fluxo sanguíneo pode ser inadequada 
para manter a integridade tecidual. A seguir, os tecidos sofrem isquemia, ficam 
desnutridos e, por fim, morrem, a não ser que seja restaurado o fluxo sanguíneo 
adequado. 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório 
 
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por 
vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. 
Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os 
brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 
 
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e 
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa 
denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que 
forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de 
muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, 
como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais 
existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de 
filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-
se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca 
passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. 
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na 
parte superior do pescoço, em continuação à faringe. 
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma cartilagem 
denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a 
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento 
ingerido penetre nas vias respiratórias. 
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de 
produzir sons durante a passagem de ar. 
Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 
centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. 
Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. 
Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes 
em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao 
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
Pulmões: são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, 
sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os 
brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, 
os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore 
brônquica ou árvore respiratória. 
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais 
achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, 
denominadas alvéolos pulmonares. 
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, um fino músculo 
que separa o tórax do abdômen promovendo, juntamente com os músculos 
intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o 
nervo frênico controla os movimentos do diafragma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Gastrointestinal 
O trato GI é um trajeto com 7 a 7,9 m de comprimento que se estende desde a 
boca, passando pelo esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e reto até a estrutura 
terminal, o ânus. O esôfago está localizado no mediastino, anteriormente à coluna 
vertebral e posteriormente à traqueia e ao coração. Esse tubo muscular oco, de 
aproximadamente 25 cm de comprimento, atravessa o diafragma em uma abertura 
chamada de hiato diafragmático. 
 
A porção restante do trato GI está localizada dentro da cavidade peritoneal. O 
estômago está situado na porção superior esquerda do abdome, debaixo do lobo 
esquerdo do fígado e do diafragma, sobrepondo-se à maior parte do pâncreas. O 
estômago é um órgão muscular oco com uma capacidade de aproximadamente 1.500 
mℓ, que armazena o alimento durante a refeição, secreta líquidos digestivos e 
impulsiona o alimento parcialmente digerido, ou quimo, para dentro do intestino 
delgado. A junção gastresofágica é a entrada do estômago. O estômago tem quatro 
regiões anatômicas: a cárdia (entrada), o fundo, o corpo e o piloro (saída). O músculo 
liso circular na parede do piloro forma o esfíncter pilórico e controla a abertura entre o 
estômago e o intestino delgado. 
O intestino delgado é o segmento mais longo do trato GI, representando cerca 
de 66% do comprimento total. Dobra-se para trás e para diante sobre si mesmo, 
proporcionando aproximadamente 7.000 cm (70 m) de área de superfície para secreção 
e absorção – o processo pelo qual os nutrientes entram na corrente sanguínea através das 
paredes intestinais. Ele é dividido em três partes: a parte mais proximal é o duodeno, a 
parte média é o jejuno e a parte distal é o íleo. O íleo termina na válvula ileocecal. Essa 
válvula ou esfíncter controla o fluxo de material digerido a partir do íleo para dentro da 
porção cecal do intestino grosso e impede o refluxo de bactérias para dentro do intestino 
delgado. Acoplado ao ceco está o apêndice vermiforme, que possui pouca ou nenhuma 
função fisiológica. Desembocando no duodeno pela ampola de Vater, está o ducto biliar 
comum, que permite a passagem da bile e das secreções biliares. 
O intestino grosso consiste em um segmento ascendente no lado direito do 
abdome, um segmento transverso que se estende da direita para a esquerda na porção 
superior do abdome, e um segmento descendente no lado esquerdo do abdome. O cólon 
sigmoide, o reto e o ânus completam a porção terminal do intestino grosso. Uma rede de 
músculo estriado, que forma tanto o esfíncter anal interno quanto o externo, regula a 
saída anal. 
O trato GI recebe sangue das artérias que se originam ao longo de toda a 
extensão da aorta torácica e abdominal e de veias que retornam o sangue dos órgãos 
digestivos e do baço. Esse sistema venoso portal é composto de cinco grandes veias: a 
veia mesentérica superior, mesentérica inferior, gástrica, esplênica e cística e, mais 
adiante, formam a veia porta que penetra no fígado. Uma vez no fígado, o sangue é 
distribuído por todo o órgão e coletado nas veias que então terminam na veia cava 
inferior. De particular importância são a artéria gástricae as artérias mesentéricas 
superior e inferior. O oxigênio e os nutrientes são supridos ao estômago pela artéria 
gástrica e ao intestino pelas artérias mesentéricas. O sangue venoso retorna do intestino 
delgado, ceco e segmentos ascendente e transverso do cólon pela veia mesentérica 
superior, o que corresponde à distribuição dos ramos da artéria mesentérica superior. O 
fluxo sanguíneo para o trato GI é cerca de 20% do débito cardíaco total e aumenta 
significativamente após a alimentação 
Tanto a porção simpática quanto a parassimpática do sistema nervoso autônomo 
inervam o trato GI. Em geral, os nervos simpáticos exercem um efeito inibidor sobre o 
trato GI, diminuindo a secreção e a motilidade gástricas e provocando a constrição dos 
esfíncteres e dos vasos sanguíneos. A estimulação nervosa parassimpática causa a 
peristalse e aumenta as atividades secretoras. Os esfíncteres relaxam-se sob a influência 
da estimulação parassimpática, exceto o esfíncter da porção superior do esôfago e o 
esfíncter anal externo, que estão sob controle involuntário. 
Todas as células do corpo precisam de nutrientes. Esses nutrientes derivam da 
ingestão de alimentos que contenham proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, 
minerais e fibras de celulose e outras matérias vegetais, algumas das quais não têm 
valor nutricional. As funções principais do trato GI são as seguintes: 
•A clivagem das partículas de alimento na forma molecular para a digestão. 
•A absorção de pequenas moléculas de nutrientes produzidas pela digestão para 
dentro da corrente sanguí-nea. 
•A eliminação de alimentos não absorvidos e não digeridos e de outros produtos 
residuais. 
Após o alimento ser ingerido, ele é impulsionado através do trato GI, entrando 
em contato com uma ampla variedade de secreções que auxiliam em sua digestão, 
absorção ou eliminação do trato GI. 
 
 Passemos para a resolução de uma questão sobre o tema: 
4. (CNEN /IDECAN/2014) “Região de transição entre o esôfago inferior e o 
estômago, que também denomina-se esfíncter esofágico inferior, (EEI).” Trata-se de 
a) piloro 
b) cárdia 
c) duodeno 
d) esôfago abdominal 
e) fundo do estômago 
COMENTÁRIOS: 
O trato gastrointestinal (GI) é um trajeto com 7 a 7,9m, que se estende desde a 
boca, passando pelo esôfago, estômago e intestino, até o ânus. O esôfago localiza-se no 
mediastino, na cavidade torácica, anterior à coluna vertebral e posterior à traqueia e ao 
coração. Esse tubo passível de colapso, que tem aproximadamente 25 cm de 
comprimento, fica distendido quando o alimento o atravessa. Ele atravessa o diafragma 
em uma abertura chamada de hiato diafragmático. 
A porção remanescente do trato GI localiza-se dentro da cavidade peritoneal. O 
estômago localiza-se na porção superior do abdome, à esquerda da linha média, 
exatamente abaixo da porção esquerda do diafragma. Ele é uma bolsa distensível com 
uma cavidade aproximada de 1.500 ml. A entrada do estômago é chamada de junção 
esofagogástrica; ela é circundada por um anel de músculo liso chamado, de esfíncter 
esofágico inferior (ou esfíncter da cárdia), que, na contração fecha o estômago a partir 
do esôfago. O estômago pode ser dividido em quatro regiões anatômicas: a cárdia 
(entrada), fundo, corpo e piloro (saída). O músculo liso circular na parede do piloro 
forma o esfíncter pilórico e controla a abertura entre o estômago e o intestino delgado. 
Nesses termos, o gabarito da questão é a letra B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Renal e Urinário 
Os sistemas renal e urinário incluem os rins, os ureteres, a bexiga e a uretra. A 
urina é formada pelo rim e flui através de outras estruturas para ser eliminada do corpo. 
Os rins são um par de estruturas vermelho-acastanhadas em forma de feijão, de 
localização retroperitoneal (atrás e fora da cavidade peritoneal), na parede posterior do 
abdome – desde a 12ª vértebra torácica até a terceira vértebra lombar no adulto. O rim 
adulto médio pesa aproximadamente 113 a 170 g e mede 10 a 12 cm de comprimento, 6 
cm de largura e 2,5 cm de espessura (Porth & Matfin, 2009). O rim direito é 
ligeiramente menor do que o esquerdo, devido à localização do fígado. 
 
 
Externamente, os rins estão bem protegidos pelas costelas e pelos músculos do 
abdome e das costas. Internamente, cada rim é circundado por depósitos de gordura, que 
proporcionam uma proteção contra impactos. Os rins e o tecido adiposo circundante 
estão suspensos da parede abdominal pela fáscia renal, constituída de tecido conjuntivo. 
O tecido conjuntivo fibroso, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos que circundam 
cada rim são conhecidos como cápsula renal. Uma glândula suprarrenal localiza-se no 
ápice de cada rim. Os rins e as glândulas suprarrenais são independentes nas suas 
funções, suprimentos sanguíneos e inervação. 
O parênquima renal é dividido em duas partes: o córtex e a medula. A medula, 
cuja largura aproximada é de 5 cm, constitui a porção interna do rim. Contém as alças 
de Henle, os vasos retos e os ductos coletores dos néfrons justamedulares. Os ductos 
coletores dos néfrons, tanto justamedulares quanto corticais, conectam-se com as 
pirâmides renais, que são triangulares e localizadas com a base voltada para a superfície 
côncava do rim e a ponta (papila) voltada para o hilo ou pelve. Cada rim contém cerca 
de 8 a 18 pirâmides. As pirâmides drenam para os cálices menores, os quais drenam 
para os cálices maiores, que se abrem diretamente na pelve renal. A pelve renal constitui 
o início do sistema coletor e é composta de estruturas destinadas a coletar e transportar a 
urina. Quando a urina deixa a pelve renal, a sua composição ou quantidade não se 
modificam. 
O córtex, com aproximadamente 1 cm de largura, tem uma localização mais 
afastada do centro do rim e situa-se ao redor das bordas mais externas. O córtex contém 
os néfrons (as unidades funcionais do rim). 
A urina formada nos néfrons flui para a pelve renal e, em seguida, para os 
ureteres, que consistem em longos tubos fibro-musculares que unem cada rim à bexiga. 
Esses tubos estreitos, cada qual medindo 24 a 30 cm de comprimento, originam-se na 
porção inferior da pelve renal e terminam no trígono da parede vesical. 
O ureter esquerdo é ligeiramente mais curto que o ureter direito. O 
revestimento dos ureteres é constituído de epitélio de células de transição, denominado 
urotélio. O urotélio impede a reabsorção da urina. O movimento da urina a partir de 
cada pelve renal até a bexiga, através dos ureteres, é facilitado pela contração 
peristáltica dos músculos lisos na parede dos ureteres. Existem três áreas estreitas em 
cada ureter: a junção ureteropélvica, o segmento ureteral próximo à junção sacroilíaca e 
a junção uretrovesical. Essas três áreas dos ureteres exibem uma propensão a obstrução 
por cálculos renais à estenose. A obstrução da junção ureteropélvica é a mais grave, em 
virtude de sua estreita proximidade com o rim e risco de disfunção renal associada. 
A bexiga urinária é um saco -muscular oco, localizado exatamente atrás do osso 
púbico. A capacidade da bexiga no adulto é de 400 a 500 mℓ (Bickley, 2007). A bexiga 
caracteriza-se por sua área central oca, denominada vesícula, que apresenta duas 
entradas (ureteres) e uma saída (a uretra). A área que circunda o colo vesical é 
denominada junção uretrovesical. A angulação da junção uretrovesical é a principal 
maneira de proporcionar o movimento anterógrado ou para baixo da urina, também 
designado como efluxo da urina. Essa angulação impede o refluxo vesicoureteral 
(movimento retrógrado ou para trás da urina) a partir da bexiga,ascendendo pelo ureter 
até o rim. 
A parede da bexiga contém quatro camadas. A camada mais externa é a 
adventícia, que é constituí-da de tecido conjuntivo. Imediatamente abaixo da adventícia, 
existe uma camada de músculo liso, conhecido como detrusor. Abaixo do detrusor está 
a camada submucosa de tecido conjuntivo frouxo, que atua como interface entre o 
detrusor e a camada mais interna, um revestimento de mucosa. A camada interna 
contém epitélio de células de transição especializadas, uma membrana que é 
impermeável à água e que impede a reabsorção da urina armazenada na bexiga. O colo 
vesical contém feixes de músculo liso involuntário, que formam uma porção do 
esfíncter uretral, conhecido como esfíncter interno. Uma parte importante do 
mecanismo esfincteriano que ajuda manter a continência é o esfíncter urinário externo 
na uretra anterior, o segmento mais distal em relação à bexiga (Porth & Matfin, 2009). 
Durante a micção, a pressão intravesical aumentada mantém a junção 
uretrovesical fechada e a urina dentro dos ureteres. Tão logo termine a micção, a 
pressão intravesical retorna a seu valor basal baixo normal, permitindo que recomece o 
efluxo da urina. Por conseguinte, o único momento em que a bexiga está totalmente 
vazia é nos últimos segundos da micção, antes de recomeçar o efluxo de urina. 
A uretra origina-se na base da bexiga: no homem, atravessa o pênis; na mulher, 
abre-se anteriormente à vagina. No homem, a próstata, que se localiza exatamente 
abaixo do colo vesical, circunda a uretra posterior e lateralmente. 
Formação da Urina 
O corpo humano saudável é composto de aproximadamente 60% de água. O 
balanço hídrico é regulado pelos rins e resulta na formação de urina. A urina é formada 
nos néfrons através de um complexo processo em três etapas: a filtração glomerular, a 
reabsorção tubular e a secreção tubular. As diversas substâncias normalmente filtradas 
pelo glomérulo, reabsorvidas pelos túbulos e excretadas na urina incluem o sódio, 
cloreto, bicarbonato, potássio, glicose, ureia, creatinina e ácido úrico. No interior do 
túbulo, algumas dessas substâncias sofrem reabsorção seletiva para o sangue. Outras são 
secretadas a partir do sangue no filtrado à medida que este percorre o túbulo. 
Os aminoácidos e a glicose são habitualmente filtrados ao nível do glomérulo e 
reabsorvidos, de modo que nenhum seja excretado na urina. Normalmente, a glicose não 
aparece na urina. Todavia, ocorre glicosúria renal (excreção recorrente ou persistente de 
glicose na urina) se a quantidade de glicose no sangue e no filtrado glomerular 
ultrapassar a quantidade capaz de ser reabsorvida pelos túbulos. A glicosúria renal é 
observada no diabetes, o distúrbio mais comum que faz com que o nível de glicemia 
ultrapasse a capacidade de reabsorção do rim. A glicosúria renal também é comum 
durante a gravidez. 
As moléculas de proteína tampouco são habitualmente encontradas na urina; 
entretanto, as proteínas de baixo peso molecular (globulinas e albuminas) podem ser 
periodicamente excretadas em pequenas quantidades. A presença de proteína na urina é 
designada como proteinúria. 
Filtração Glomerular 
O fluxo sanguíneo normal através dos rins é de cerca de 1.200 mℓ/min. À 
medida que o sangue flui para o glomérulo a partir de uma arteríola aferente, ocorre 
filtração. O líquido filtrado, também conhecido como filtrado ou ultrafiltrado, penetra, 
em seguida, nos túbulos renais. Em condições normais, cerca de 20% do sangue que 
atravessa os glomérulos são filtrados no néfron, atingindo cerca de 180 ℓ/dia de filtrado. 
O filtrado normalmente consiste em água, eletrólitos e outras moléculas 
pequenas, visto que a água e as pequenas moléculas têm a sua passagem livre, enquanto 
as moléculas maiores permanecem na corrente sanguínea. A filtração eficiente depende 
do fluxo sanguíneo adequado, que mantém uma pressão consistente através do 
glomérulo. Muitos fatores podem alterar esse fluxo sanguíneo e essa pressão, incluindo 
hipotensão, pressão oncótica diminuída no sangue e aumento da pressão nos túbulos 
renais devido a uma obstrução. 
Reabsorção e Secreção Tubulares 
A segunda e a terceira etapas na formação da urina ocorrem nos túbulos renais. 
Na reabsorção tubular, uma substância move-se do filtrado de volta aos capilares 
peritubulares ou vasos retos. Na secreção tubular, uma substância move-se dos capilares 
peritubulares ou vasos retos para o filtrado tubular. Dos 180 ℓ de filtrado produzidos 
diariamente pelos rins, 99% são reabsorvidos na corrente sanguí-nea, resultando na 
formação de 1 a 2 ℓ de urina a cada dia. Embora a maior parte da reabsorção ocorra no 
túbulo proximal, observa-se uma reabsorção ao longo de todo o túbulo. A reabsorção e 
a secreção no túbulo envolvem frequentemente o transporte passivo e ativo e podem 
exigir o uso de energia. O filtrado torna-se concentrado no túbulo distal e nos ductos 
coletores sob a influência hormonal e transforma-se em urina, que então penetra na 
pelve renal. 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Endócrino 
 
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como 
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são 
lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando 
ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou 
regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo. 
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas 
corporais. Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, 
formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer 
ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino 
regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema 
endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na coordenação e regulação das 
funções corporais. 
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, 
o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas. 
 
Hipófise ou pituitária 
Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela 
túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui 
duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise). 
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, 
produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre 
outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles: 
 Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide. 
 Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal 
(supra-renal) 
 Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas. 
 Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e 
estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. 
Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose 
plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe 
a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes). 
Hipotálamo 
Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer 
controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a 
hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o 
sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino. 
O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos 
(FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação dehormônios 
gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio 
gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são 
detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio 
pituitário, por feed-back. 
Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está 
subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino 
é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas. 
 
Tireóide 
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da 
traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a 
velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, 
elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de 
RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e 
desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa 
do controle da concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos 
ossos e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação pelos 
ossos. 
 
Paratireóides 
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na 
região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de 
cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sanguíneo), a absorção de cálcio 
dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, 
aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é 
importante na contração muscular, na coagulação sanguínea e na excitabilidade das 
células nervosas. 
Adrenais ou supra-renais 
 São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes 
independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-
se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, 
os mineralocorticóides e os androgênicos. 
Pâncreas 
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas 
e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as 
secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas 
ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os 
dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutivo 
 
O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas 
uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está 
localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que 
realiza uma função protetora. 
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que 
liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, 
porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que 
secretam um muco lubrificante. 
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que 
fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, 
podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras 
relações sexuais. 
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas 
cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher 
reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. 
Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os 
pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também 
está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. 
Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, 
hormônios sexuais femininos. 
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as 
células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - 
os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de 
Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os 
folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em 
desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo 
geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o 
ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após 
seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou 
amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, 
o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena 
cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. 
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por 
finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias. 
Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem 
o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os 
batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas 
impelem o gameta feminino até o útero. 
Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e 
posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de 
pera invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em 
glândulas - o endométrio. 
 
 
Já o sistema reprodutor masculino é formado por: 
 Testículos ou gônadas 
 Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra. 
 Pênis 
 Escroto 
 Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas 
bulbouretrais. 
 
Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um 
emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. Esses ductos são formados pelas 
células de Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a 
formação dos espermatozoides. 
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os 
espermatozoides são armazenados. 
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a 
bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas 
seminais. 
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será 
liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e 
espermatozoides, entrarão na composição do sêmen. 
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias 
alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides. 
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é 
lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. 
Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual. 
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo 
formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo 
esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se 
a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a 
manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, 
ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se 
rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). 
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na 
entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no 
sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados 
são reabsorvidospelo corpo dentro de algum tempo. 
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozoide leva cerca 
de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na 
temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte 
externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação 
(aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura 
geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardíaco 
O coração é um órgão - muscular oco localizado no centro do tórax, onde ocupa 
o espaço entre os pulmões (mediastino) e repousa sobre o diafragma. Ele pesa 
aproximadamente 300 g; o peso e o tamanho do coração são influenciados pela idade, 
sexo, peso corporal, extensão do exercício físico e condicionamento e pela doença 
cardíaca. O coração bombeia sangue para os tecidos, suprindo-os com oxigênio e outros 
nutrientes. 
O coração é composto de três camadas. A camada interna, ou endocárdio, 
consiste em tecido endotelial que reveste o interior do coração e as valvas. A camada 
média, ou miocárdio, é constituído de fibras musculares, sendo responsável pela ação de 
bombeamento. A camada exterior do coração é denominada epicárdio. 
 
O coração é envolto em um saco fibroso fino, denominado pericárdio, que é 
composto de duas camadas. Aderido ao epicárdio está o pericárdio visceral. Envolvendo 
o pericárdio visceral está o pericárdio parietal, um tecido fibroso vigoroso que se liga 
aos grandes vasos, diafragma, esterno e à coluna vertebral, e sustenta o coração no 
mediastino. O espaço entre essas duas camadas (espaço pericárdico) é normalmente 
cheio com aproximadamente 20 mℓ de líquido, que lubrifica a superfície do coração e 
reduz o atrito durante a sístole. 
A ação de bombeamento do coração é obtida pelo relaxamento e contração 
rítmicos das paredes musculares em seus quatro compartimentos (ou câmaras). Durante 
a fase de relaxamento, denominada diástole, todos os quatro compartimentos relaxam 
simultaneamente, o que permite aos ventrículos se encherem, em uma preparação para a 
contração. Comumente, a diástole é referida como o período de enchimento ventricular. 
A sístole refere-se aos eventos no coração durante a contração dos dois 
compartimentos superiores (átrios) e dos dois compartimentos inferiores (ventrículos). 
Ao contrário da diástole, a sístole atrial e ventricular não são eventos simultâneos. A 
sístole atrial ocorre primeiramente, logo no final da diástole, seguida pela sístole 
ventricular. Essa sincronização permite que os ventrículos se encham completamente 
antes da ejeção do sangue a partir de seus compartimentos. 
O lado direito do coração, constituído do átrio direito e do ventrículo direito, 
distribui sangue venoso (sangue desoxigenado) para os pulmões através da artéria 
pulmonar (circulação pulmonar) para a oxigenação. O átrio direito recebe o sangue que 
retorna da veia cava superior (cabeça, pescoço e membros superiores), veia cava inferior 
(tronco e membros inferiores) e seio coronário (circulação coronária). O lado esquerdo 
do coração, composto do átrio esquerdo e ventrículo esquerdo, distribui o sangue 
oxigenado para o restante do corpo através da aorta (circulação sistêmica). O átrio 
esquerdo recebe o sangue oxigenado a partir da circulação pulmonar por meio das veias 
pulmonares. 
 
As espessuras variadas das paredes atriais e ventriculares relacionam-se com a 
carga de trabalho exigida por cada compartimento. A camada miocárdica de ambos os 
átrios é muito mais delgada que a dos ventrículos porque existe pouca resistência 
quando o fluxo sanguíneo sai dos átrios e entra nos ventrículos durante a diástole. Em 
contraste, as paredes ventriculares são muito mais espessas que as paredes atriais. 
Durante a sístole ventricular, os ventrículos direito e esquerdo devem sobrepujar 
a resistência ao fluxo sanguíneo proveniente dos sistemas circulatório, pulmonar e 
sistêmico, respectivamente. O ventrículo esquerdo tem paredes 2,5 vezes mais 
musculosas que a do ventrículo direito. Ele deve vencer as pressões aórtica e arterial 
elevadas, enquanto o ventrículo direito contrai-se contra um sistema de baixa pressão 
dentro das artérias e capilares pulmonares. 
O coração localiza-se em uma posição rodada dentro da cavidade torácica. O 
ventrículo direito repousa anteriormente (logo abaixo do esterno) e o ventrículo 
esquerdo está situado posteriormente. Como resultado dessa íntima proximidade com a 
parede torácica, a pulsação criada durante a contração ventricular normal, denominada 
impulso apical (também denominado ponto de impulso máximo [PIM]), é facilmente 
identificada. No coração normal, o PIM está localizado na interseção da linha 
hemiclavicular da parede torácica esquerda e o quinto espaço intercostal. 
As quatro valvas no coração permitem que o sangue flua apenas em uma 
direção. As valvas, que são compostas de folhetos delgados de tecido fibroso, abrem-se 
e se fecham em resposta ao movimento do sangue e alterações na pressão dentro dos 
compartimentos. Existem dois tipos de valvas: atrioventricular e semilunar. 
As valvas atrioventriculares separam os átrios dos ventrículos. A valva 
tricúspide, assim denominada por ser composta de três cúspides ou folhetos, separa o 
átrio direito do ventrículo direito. A valva mitral ou bicúspide (duas cúspides) situa-se 
entre o átrio esquerdo e o ven-trículo esquerdo. 
Durante a diástole, as valvas tricúspide e mitral são abertas, permitindo que o 
sangue nos átrios flua livremente para dentro dos ventrículos relaxados. Quando a 
sístole ventricular tem início, os ventrículos contraem-se e o sangue flui para cima para 
dentro das cúspides das valvas tricúspide e mitral, fazendo com que elas se fechem. À 
medida que a pressão contra essas valvas aumenta, duas estruturas adicionais, os 
músculos papilares e as cordas tendíneas, mantêm o fechamento valvar. Os músculos 
papilares, localizados nos lados das paredes ventriculares, são ligados aos folhetos 
valvares por finas faixas fibrosas, denominadas cordas tendíneas. Durante a sístole 
ventricular, a contração dos músculos papilares faz com que as cordas tendíneas fiquem 
retesadas, mantendo os folhetos valvares aproximados e fechados. Essa ação evita o 
fluxo retrógrado de sangue para dentro dos átrios (regurgitação) quando o sangue é 
ejetado para dentro das artérias pulmonares e aorta. 
As duas valvas semilunares são compostas de três folhetos, que têm a forma 
semelhante a meias luas. A valva entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar é 
denominada valva pulmonar. A valva entre o ventrículo esquerdo e a aorta é 
denominada valva aórtica. As valvas semilunares estão fechadas durante a diástole. 
Nesse ponto, a pressão na artéria pulmonar e na aorta diminui, fazendo com que o 
sangue flua de volta na direção das valvas semilunares. Essa ação enche as cúspides 
com sangue e fecha as valvas. As valvas semilunares são forçadas a abrir durante a 
sístole ventricular à medida que o sangue é ejetado dos ventrículos direito e esquerdo 
para dentro da artéria pulmonar e da aorta. 
As artérias coronárias esquerda e direita e seus ramos suprem sangue arterial 
para o coração. Essas artérias originam-se da aorta logo acima dos folhetos da valva 
aó-rtica. O coração tem demandas metabólicas elevadas, extraindo aproximadamente 70 
a 80% do oxigênio ofertado (outros órgãos extraem, em média, 25%). Ao contrário de 
outras artérias, as artérias coronárias são perfundidas durante a diástole. Com a 
frequência cardíaca normal de 60 a 80 bpm, há muito tempo durante a diástole para 
perfusão miocárdica.Entretanto, à medida que a frequência cardíaca aumenta, o tempo 
diastólico é encurtado, o que pode não dar tempo adequado para a perfusão miocárdica. 
Como resultado, há pacientes sujeitos a risco de isquemia miocárdica (suprimento de 
oxigênio inadequado) durante taquicardias (frequência cardía-ca superior a 100), 
sobretudo pacientes com doença da artéria coronária (DAC). 
A artéria coronária esquerda possui três ramos. De seu ponto de origem até o 
primeiro ramo principal, a artéria é chamada de artéria coronária esquerda. Dois ramos 
originam-se da artéria coronária esquerda: a artéria descendente anterior esquerda, que 
faz trajeto para baixo na parede anterior do coração, e a artéria circunflexa, que circunda 
a parede esquerda lateral do coração. 
O lado direito do coração é suprido pela artéria coronária direita, que progride 
até a parede inferior do coração. A parede posterior do coração recebe seu suprimento 
sanguíneo por um ramo adicional da artéria coronária direita denomina-da artéria 
descendente posterior. 
Superficialmente às artérias coronárias estão as veias coronárias. O sangue 
venoso a partir dessas veias retorna ao coração principalmente por meio do seio 
coronário, que se localiza posteriormente no átrio direito. 
O miocárdio é a camada muscular média das paredes atriais e ventriculares. É 
composto de células especializadas, denominadas miócitos, que formam uma rede 
interconectada de fibras musculares. Essas fibras envolvem o coração em um padrão em 
forma de oito, formando uma espiral da base do coração até o ápice. Durante a 
contração, essa configuração muscular facilita um movimento de torção e compressão 
do coração que começa nos átrios e se move até os ventrículos. O padrão sequencial e 
rítmico da contração, seguido pelo relaxamento das fibras musculares, maximiza o 
volume de sangue ejetado a cada contração. Esse padrão cíclico de contração 
miocárdica é controlado pelo sistema de condução. 
O sistema de condução cardíaca gera e transmite impulsos elétricos que 
estimulam a contração do miocárdio. Sob circunstâncias normais, o sistema de 
condução estimula primeiramente a contração dos átrios e, em seguida, a dos 
ventrículos. A sincronização dos eventos atriais e ventriculares permite que os 
ventrículos se encham completamente antes da ejeção ventricular, maximizando com 
isso o débito cardíaco. Três características fisiológicas de dois tipos de células elétricas 
especializadas, as células nodais e as células de Purkinje, propiciam essa sincronização: 
Automaticidade: capacidade de iniciar um impulso elétrico. 
Excitabilidade: capacidade de responder a um impulso elétrico. 
Condutividade: capacidade de transmitir um impulso elétrico de uma célula para 
outra. 
Tanto o nodo sinoatrial (SA) quanto o nodo atrioventricular (AV) são 
compostos de células nodais. O nodo SA, o marcapasso principal do coração, está 
localizado na junção da veia cava superior com o átrio direito. O nodo SA, em um 
coração adulto normal em repouso, apresenta uma frequência de ativação de 60 a 100 
impulsos por minuto, mas essa sequência pode se modificar em resposta às demandas 
metabólicas do organismo. 
Os impulsos elétricos iniciados pelo nodo SA são conduzidos ao longo das 
células miocárdicas dos átrios através de vias especializadas denominadas vias 
internodais. Os impulsos causam estimulação elétrica e a subsequente contração dos 
átrios. Em seguida, os impulsos são conduzidos para o nodo AV, que está localizado na 
parede atrial direita próximo da valva tricúspide. O nodo AV coordena os impulsos 
elétricos que chegam dos átrios e, depois de um discreto retardo (permitindo tempo para 
que os átrios se contraiam e completem o enchimento ventricular), retransmite o 
impulso para os ventrículos. 
Inicialmente, o impulso é conduzido através de um feixe de tecido condutor 
especializado, referido como feixe de His, que, em seguida, divide-se no ramo direito 
(conduzindo impulsos para o ventrículo direito) e no ramo esquerdo (conduzindo 
impulsos para o ventrículo esquerdo). Para transmitir impulsos para o ventrículo 
esquerdo, o maior compartimento do coração, o ramo esquerdo, divide-se em ramos 
anterior esquerdo e posterior esquerdo. Os impulsos viajam através dos ramos do feixe 
para atingir o ponto terminal no sistema de condução, denominado fibras de Purkinje. 
Essas fibras são compostas de células de Purkinje, especializadas em conduzir 
rapidamente os impulsos através das paredes espessas dos ventrículos. Esse é o ponto 
em que as células miocárdicas são estimuladas, causando a contração ventricular. 
A frequência cardíaca é determinada pelas células miocárdicas com a frequência 
de disparo inerente mais rápida. Sob circunstâncias normais, o nodo SA tem a mais alta 
taxa inerente (60 a 100 impulsos por minuto) o nodo AV tem a segunda mais alta taxa 
inerente (40 a 60 impulsos por minuto), e os locais de marcapasso ventricular têm a 
frequência inerente mais baixa (30 a 40 impulsos por minuto). Quando o nodo SA 
funciona mal, o nodo AV geralmente assume a função de marcapasso do coração em 
sua frequência inerente menor. Se os nodos SA e AV falham em sua função de marca-
passo, um local de marcapasso no ventrículo irá disparar em sua frequência bradicárdica 
inerente de 30 a 40 impulsos por minuto. 
 
Passemos para a resolução de algumas questões: 
5. (Prefeitura de Cianorte-PR/FAUEL/2014) Qual a função das artérias 
coronarianas? 
a) Transportar sangue. 
b) Remover CO2 e outros detritos. 
c) Suprimento de O2 para o miocárdio. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
COMENTÁRIOS: 
As artérias coronárias direita e esquerda e seus ramos fornecem o sangue 
arterial para o coração. Essas artérias originam-se da aorta exatamente acima dos 
folhetos da válvula aórtica. O coração apresenta grandes requisitos metabólicos, 
extraindo aproximadamente 70 a 80% do oxigênio apresentado (outros órgãos 
consomem, em média, 25%). Diferente do que ocorre com outras artérias, as artérias 
coronárias são perfundidas durante a diástole. Um aumento na frequência cardíaca 
encurta a diástole e pode diminuir a perfusão miocárdica. Os pacientes, principalmente 
aqueles com doença da artéria coronária (DAC), podem desenvolver isquemia 
miocárdica (suprimento inadequado de oxigênio) quando a frequência cardíaca acelera. 
Tendo visto isto, concluímos que o gabarito da questão é a letra A. 
 
6. (Prefeitura de Cianorte-PR/FAUEL/2014) O coração tem seus próprios vasos 
sanguíneos para suprir a intimidade do músculo cardíaco de O2 e nutrientes e remover 
CO2 e outros detritos. Denominamos o músculo cardíaco de: 
a) Artérias. 
b) Miocárdio. 
c) Veias coronarianas. 
d) Nenhuma das alternativas anteriores. 
COMENTÁRIOS: 
O músculo cardíaco denomina-se miocárdio. O miocárdio é composto de 
tecido muscular especializado. Microscopicamente, o músculo miocárdico assemelha-
se ao músculo estriado (esquelético), que está sob controle consciente. No entanto, 
funcionalmente, o músculo miocárdico assemelha-se ao músculo liso, porque sua 
contração é involuntária. As fibras musculares miocárdicas estão dispostas de uma 
maneira entremeada (chamada de sincício), a qual possibilita a contração e relaxamento 
miocárdicos coordenados. O padrão sequencial de contração e relaxamento de fibras 
musculares individuais garante o comportamento rítmico do miocárdio como um todo e 
possibilita que ele funcione como uma bomba efetiva. 
Portanto, gabarito letra B. 
 
7. (Prefeitura de Nepomuceno-MG/CONSULPLAN/2013) O tecido especializado 
do coração, que controla a velocidade de disparo dos estímulos elétricos para 
despolarização das células cardíacas, funcionando como marcapasso

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