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trabalho de sociologia

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. SERTÃO PERNAMBUCANO – IFSERTÃO-PE
CAMPUS SERRA TALHADA
Sociologia
Gramsci e Emile Durkheim 
Núbia Maria Ferreira da Silva
Serra Talhada-PE
09/2019
Émile Durkheim é considerado um dos pensadores mais expressivos e que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e disciplina acadêmica. Pesquisador metódico e criativo foi o primeiro professor universitário de sociologia e deixou um número considerável de seguidores. Durkheim viveu numa Europa conturbada por guerras e em processo de modernização, sua produção intelectual reflete a tensão entre valores e instituições que estavam desmoronando e formas emergentes, que ainda estavam se delineando.
Como sociólogo, (...) será, sobretudo dentro da sociologia que vos falarei de educação. Aliás, assim procedendo, não haverá perigo em mostrar a realidade educativa, por aspecto que a deforme; estou convencido, ao contrário, de que não há melhor processo para salientar a verdadeira natureza da educação. Ela é fenômeno eminente social. (Fauconnet, In: Durkheim, 1975, p. 5).
Durkheim explica que a educação promove a interação das crianças estabelecendo por meio dela a formação da personalidade e identidade do indivíduo. A qual o ser individual e o ser social constituem um todo orgânico, que segundo Durkheim potencializa o objetivo da educação que é “constituir ou organizar esse ser em cada um de nós”. Segundo  ele, “sem educação o homem não seria o que é. Pela cooperação e pelas tradições sociais é que, o homem se faz humano”. Essa cooperação alinhada ao dualismo característico da sociologia torna o indivíduo capaz de submeter-se a vida social e moral, alvo do processo educacional. Para Durkheim, a educação pode ser compreendida como o conjunto de ações exercidas das gerações adultas sobre as que ainda não alcançaram o estatuto de maturidade para a vida social. "A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta".
Partindo desta orientação, elabora sua teoria da educação, propondo uma socialização metódica das gerações novas. Quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida. Para ele, era necessário articular a pedagogia à sociologia, uma vez que a escola teria como finalidade suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais exigidos pela sociedade e que seriam aplicáveis à mesma.
O ato de educar, nessa perspectiva, constitui-se no caminho que conduz à socialização dos indivíduos, viabilizando a incorporação das formas idealizadas de conduta social e, consequentemente, promovendo o ajustamento do indivíduo às demandas da vida em sociedade. Durkheim sugeria que a ação educativa funcionasse de forma normativa. A criança estaria pronta para assimilar conhecimentos - e o professor bem preparado, dominando as circunstâncias. "A criança deve exercitar-se a reconhecer [a autoridade] na palavra do educador e a submeter-se ao seu ascendente; é por meio dessa condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se conformar a ela" Educar uma criança seria, sobretudo, prepará-la para participar de uma determinada comunidade. Segundo Durkheim (1952, p. 66) “o homem que a educação deve realizar, em cada um de nós, não é o homem que a natureza fez, mas o homem que a sociedade quer que ele seja; e ela o quer conforme o reclame a sua economia interna”. 
Para Durkheim, é a sociedade a grande entidade moral. É ela a responsável pela conservação e pelo acréscimo do legado de cada geração, ligando uma a outra. É a moral de uma dada sociedade que obriga as pessoas a considerarem interesses que não os seus próprios, que ensina a dominar as paixões, os instintos, constituindo leis, ensinando o sacrifício, a privação e a subordinação dos fins individuais aos fins sociais.
”Se se começa por indagar qual deva ser a educação ideal, abstração feita das indagações de tempo e lugar é porque se admite, implicitamente, que os sistemas educacionais nada têm de real em si mesmo”.
Emile Durkheim desenvolveu uma série de regras sobre como viver em sociedade chamando-as de fato social. Durkheim dentro da tradição positivista procurou esclarecer certos aspectos da vida coletiva em especial no que diz respeito à manutenção dos indivíduos entre os homens, base da vida social. Dentro tais coneitos basicos, Durkheim dizia que o que mantinha os laços sociais era as instituições e organizações dotadas de autoridade, reconhecidas pela sociedade e atuantes de forma coercitiva sobre os indivíduos. 
Essa coercitividade representa a possibilidade de convívio coletivo desde que houvesse um reconhecimento da importância das instituições as quais os indivíduos estavam submetidos por estes mesmos indivíduos, ou seja, aqueles que direcionavam essas instituições e o indivíduo que não tinha condições de viver em sociedade, o que comete algum delito precisava sofrer essa coerção social.
O papel de Emile Durkheim na sociedade pontuava o reconhecimento do indivíduo na sociedade enquanto as organizações sociais exerciam um papel na repreensão do indivíduo cabendo ao estado a sua defesa e reconhecimento, dessa mediação entre estado e organizações secundárias seria possível a consciência de uma moralidade individual no interior da sociedade.
Durkheim entendia que a sociedade era superior aos indivíduos, portanto, segundo esta concepção, a sociedade existe independentemente do indivíduo este que é simples receptor das regras sociais! Pode-se imaginar o indivíduo como uma espécie de caixa vazia a qual será preenchida ao longo do tempo, com valores culturais e regras da sociedade em que está inserido.
A sociedade é um determinante, e exige que o indivíduo se adapte totalmente aos seus objetivos. A educação é o principal instrumento dessa adaptação.
É a criança que transforma a criança desprovida de um centro social, em uma peça ativa da sociedade. Na observação da história da sociedade Durkheim procura demostrar que não podemos escapar de uma formação voltada para o bem-estar dessa sociedade. Durkheim fundamenta sua teoria a partir do método funcionalista, este sociólogo compara a sociedade com um organismo vivo, “órgãos trabalham em função da harmonia e todo o organismo”. Quando um fato põe em risco a evolução, harmonia, a coesão social, este está diante de um acontecimento mórbido; de uma sociedade doente! Fazemos parte da sociedade e a sociedade também faz parte de nós!
“A construção do ser social, é feita em boa parte pela educação, e a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios sejam Morais religiosos éticos ou de comportamento- que batizam a conduta do indivíduo no grupo. O homem, mais que formador da sociedade, é um produto dela”.
Émile Durkheim.
 Antônio Gramsci
Gramsci foi um pensador marxista, dando continuidade ao pensamento Karl Marx, explorador do conceito de superestrutura e de hegemonia, tendo depois uma percepção de estado assim como Marx. Tentou avançar no sentido de se organizar para ocupar os espaços, fazendo com que esse estado possa se voltar para de fato a classe trabalhadora, e não apenas para a classe burguesa. Pensando em como utilizar os espaços do estado considerando o conceito de superestrutura e como esse estado pode ser superado para inclusive fazer um estado socialista.
A sociedade moderna baseia-se na razão organizada a partir da racionalidade, Gramsci percebe a importância do estado para a organização da sociedade, mas não um estado opressor a serviço de uma classe que vai explorar a maioria da população que é o caso da burguesia. Gramsci vai desenvolver uma teoria alternativa de estado, significa que o estado burguês está a serviço da burguesia, e que se faz necessário uma alternativa, ou seja, é preciso que o estado seja ampliado, fazendo com que os setores diversos possam participar e não mais só a burguesia, Gramsci entendi que o estado burguês precisa ser derrubado e construído um socialista,porém isso não se acontece de imediato, Gramsci precisa utilizar espaços e garantir inclusive a institucionalidade para o bem comum.
Uma nova estrutura econômica que dá base à sociedade capitalista não se perpetuaria, se desenvolveria, se não fosse à forma de pensar organizada e estruturada a partir das ideias que advém da superestrutura, da cultura e dos valores da sociedade burguesa, a então supremacia da sociedade civil e o consenso sobre a sociedade política que foça os proletarios, parafraseando a relação de hegemonia e estado, o que significa isso: se a classe burguesa controla o estado vamos ter a hegermonia da classe burguesa sobre a maioria da sociedade.
A concepção de Gramsci na educação unitária: A concepção de Gramsci na educação unitária- tem-se a base da educação profissional quanto à base da formação intelectual humanizada. Gramsci percebe que a formação das classes normais que vão surgir no século XX está muito focada na técnica da profissionalização, ou seja, o uso do instrumento de trabalho pelo próprio trabalho, e a educação como meio de comunicação, como se a educação fosse à base que servisse para meios técnicos profissionais trabalhistas. Mas Gramsci questionava onde morava o processo intelectual e moral na condição de cidadania, a partir desses pressupostos será organizanizada a ideia da escola unitária. 
O princípio gramscismo também está voltado para a formação pública, onde o estado se encarrega pelo processo educativo. A ótica que Gramsci coloca em fusão para o meio social a partir da escola, é que a partir da instrução humana se consegue revitalizar esse processo social nas desigualdades, na exclusão, e na questão de processos culturais. Para a construção dessa ótica são impostos elementos como: o estado, academias e universidades, criações de fiscalizações da educação de poder público, assim como o manuseamento tá educação política.
Gramsci entendia que a escola devia ter um caráter unitário, ou seja, integrar pessoas em todas as dimensões de nossa existência, além disso, a educação escolar é responsável pela conservação, sistematização de todo o conteúdo armazenado e articulado pela ideologia tais como a ciência, arte, a filosofia, a política e ética.

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