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RESENHA- Qualidade do segurado, período de graça e carência

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RESENHA RESUMO- DIREITO PREVIDENCIÁRIO
LIVRO: “Qualidade de segurado, período de graça e carência! - Malcom Robert Lima Gomes”
	
A obra “Qualidade de segurado, período de graça e carência!” escrita por Malcom Robert Lima Gomes realiza um estudo aprofundado sobre a qualidade do segurado, mais especificamente quanto ao período de graça, atribuindo enfoque aos posicionamentos jurisprudenciais atuais. 
Inicialmente o autor esclarece sobre as categorias de segurados, sendo estes divididos em obrigatórios e facultativos. Para ser segurado obrigatório deve se preencher quatro requisitos, são eles: (1) ser pessoa física, (2) trabalhar de forma lícita, (3) receber remuneração, (4) não ser vinculado em regime próprio de previdência. Já os segurados facultativos, amparados pelo artigo 194, parágrafo único, da CF/88, são as pessoas que exercem atividade lícita, mas não possuem uma remuneração, contudo são permitidas de ingressarem no regime geral da previdência facultativamente. 
Os segurados obrigatórios são os empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais e segurados especiais. Dentre os empregados, estão inclusos os trabalhadores de cargos eletivos (comissionados). 
 
Quanto aos segurados facultativos, como já mencionado acima, são as pessoas que exercem atividade lícita sem receber remuneração em espécie, devendo se filiar ao INSS por iniciativa própria. Nesses casos o segurado passa a se valer dos benefícios da previdência a partir da data da filiação e do primeiro recolhimento, não havendo possibilidade de retroagir a data anterior para recorrer a qualquer benefício. 
O autor denota que é segurado aquele que trabalha e esta adimplente com as contribuições, contudo não se faz segurado apenas quem esta trabalhando ou exercendo atividade remunerada, sendo aplicado o “período de graça”. O referido período se trata do momento em que mesmo sem estar recolhendo o beneficiário continua sendo segurado, não devendo ser atribuído nenhum benefício durante tal período, havendo apenas a continuidade dos benefícios já concedidos. 
Nesse sentido Malcom bem leciona que:
 
“Enquanto em gozo de benefício previdenciário resta mantida a qualidade de segurado, qualquer que seja a espécie do benefício, ou categoria do segurado, isto é, ainda que não se trate de benefício de natureza remuneratória (caso do auxílio-acidente que tem caráter indenizatório).”
Em um estudo aprofundado do “período de graça” o autor levanta a hipótese do direito de pensão por morte no caso de direito não adquirido em aposentadorias ou auxilio-reclusão, depois de estourado o período de graça. 
No que se referem as três formas de aposentadoria existentes é possível falar em pensão por morte se o finado tinha direito adquirido em uma delas, mesmo que não solicitado. Nesse sentido, a súmula 416 do STJ determina que os dependentes deverão receber a pensão por morte a contar da data do óbito se requerida até 90 dias. 
Quanto ao auxílio reclusão, caso o beneficiário venha a falecer no período em que seus dependentes estavam recebendo auxílio reclusão, tal benefício será convertido em pensão por morte. 
Ainda quanto aos casos de requerimento de benefício após o vencimento do período de graça, o autor levanta a hipótese do auxílio acidente e auxílio doença e/ou decorrente pensão por morte. Na visão do autor, estas previsões de estendem ao auxílio-doença, ainda que, na data de entrada de requerimento, o requerente não possuísse a qualidade de segurado, pois se identificada a incapacidade para o trabalho no período de graça estendendo-se até o evento morte, restará o direito aos dependentes da pensão por morte.
Além destas hipóteses o autor questiona sobre a manutenção da qualidade do segurado durante a percepção por benefício com origem judicial posteriormente revogado, elencando jurisprudências que demonstram-se favoráveis quanto a esta hipótese. 
Toda via, não existe garantia de que o período em gozo do benefício concedido judicialmente e posteriormente revogado possa ser contado como tempo de contribuição ou carência, restando certo apenas o período de graça. 
Após o estudo das hipóteses descritas in supra, o autor ressalta que a contagem do período de graça é feito de forma diversa dependendo do tipo de segurado, sendo que o período de graça sempre levará em consideração a data do o último mês trabalhado quando se tratar de empregado, empregado doméstico, avulso e contribuinte individual que presta serviço a empresas. 
Quanto aos demais segurados, facultativos e especiais, o início do período de graça estará atrelado aos recolhimentos oportunamente efetuado, devendo ser quitados até o décimo quinto dia do mês subsequente à competência a ser quitada, tais contribuições devem ser aceitas como carência. 
 Um dos últimos temas abordados é a possibilidade de interrupção do período de graça pela percepção do salário-maternidade, se houver desconto de contribuição previdenciária, tal período servira para permitir um novo período de graça após a última “parcela contributiva”, além de poder ser aproveitado para fins de carência e tempo de contribuição. Nesse momento deve-se destacar que o salário-maternidade é o único benefício que possui caráter de salário de benefício, ou seja, incide contribuição previdenciária regular.
Finalmente, o autor explica que em regra o segurado facultativo possui seis meses de período de graça, no entanto a Instrução Normativa estende o prazo em doze meses para o segurando facultativos que tenha recebido auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou salário maternidade, sendo este um caso controverso que diverge opiniões, havendo mais de um posicionamento jurisprudencial. 
A obra analisa matérias de suma importância no direito previdenciário que por muitas vezes geram dúvidas aos operadores do direito na aplicação da norma previdenciária nos casos concretos, haja vista que existem diversos posicionamentos quanto um mesmo assunto e poucos estudos aprofundados quanto a estes pontos. Portanto, este livro esclarece as qualidades de segurados e o período de graça em suas diversas hipóteses, trazendo um grande acervo de julgados para esclarecer a posição do tribunal quanto estes aspectos.

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