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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
· AULA 01
O art. 194 da CF/88 declina a Seguridade Social como o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
A conotação Seguridade Social não é termo novo. Afirmam os doutrinadores mais famosos que essa idéia remonta desde a Idade Antiga, quando a família romana, por meio do pater famílias, prestaria aos mais necessitados daquele grupo familiar toda a assistência necessária.
Segundo o professor Sérgio Pinto Martins, “Seguridade provém do latim securitate (m), decorrente de securitas, não se trata, portanto, de castelhanismo, mas palavra que caiu em desuso e foi agora empregada na Constituição”. Se formos analisar a sua gênese, encontraremos seus primeiros marcos com a Lei dos Pobres, editada na Inglaterra em 1.601, que instituiu a contribuição social obrigatória para fins sociais, daí a maioria dos autores consagrarem, neste ponto, o surgimento da assistência social.
Quanto à Previdência Social, o segundo elemento da Seguridade Social, tem-se como ponto de partida o primeiro Sistema de Seguro Social escrito sob a inspiração do chanceler alemão Otto Von Bismarck em 1883. O sistema era simples e composto o seu custeio de forma tríplice: parte do governo, parte dos trabalhadores e a outra parte dos empregadores.
Em 1883 o seguro-doença foi o primeiro benefício levado até as classes trabalhadoras, gozando-o aqueles incapacitados para o trabalho temporariamente. Mas era pouco, os trabalhadores tiveram a necessidade de forçar o Estado alemão a ampliar a base securitária no tocante aos benefícios, que aliás, era uno. Alegaram que o trabalhador não ficava apenas doente, incapacitado temporariamente, muitas vezes a causa de sua incapacidade residia por força de um acidente de trabalho que o mutilava, afetava a sua capacidade produtiva, tornando-o discriminado em sua profissão.
Foi aí que surgiu, em 1884, o seguro contra acidentes do trabalho, custeado pelos empregadores e o Estado. Agora, havia cobertura para doença e acidente do trabalho. No entanto, os trabalhadores observaram e, com muita propriedade, que da doença ou do acidente poderia resultar a invalidez e, também que, o homem ao atingir determinada idade não era mais aproveitado no segmento produtivo, ficando à margem de todo o processo, às vezes entregue à mendicância.
Em 1889, surge o seguro contra invalidez e velhice, custeado pelos trabalhadores, empregadores e pelo Estado. Existem outros fatos que podemos declinar acerca da seguridade ou de suas idéias, tais como: na Idade Média, o surgimento das entidades Mutualísticas, com os Peleiros de Marta, nos arredores de Paris e os Calafates de Veneza; na Idade Contemporânea, Revolução Francesa, Revolução Industrial, a Carta do Atlântico e o Plano Beveridge em 1941.
No Brasil, podemos demarcar a Seguridade Social desde a Constituição de 1824, art.179, com a expressão Socorros Públicos, atendimento gratuito a quem viesse necessitar. Em 1891, art. 75, trouxe a previsão de aposentadoria para os funcionários públicos que se invalidassem quando estivessem a serviço da Nação. Vale salientar que esta espécie de aposentadoria era realmente um prêmio por não haver contribuição por parte dos beneficiados.
Em 1934, a alínea “c”, do inciso XIX, do art. 5º, ditava as regras que a União deveria fixar em relação à assistência social. Já o art. 10, permitia aos Estados-Membros baixarem normas sobre saúde e assistência pública. Foi a primeira a falar em contribuição tríplice e a permitir a aposentadoria para funcionários públicos com mais de 68 anos de idade.
A Constituição de 1937, esta não evoluiu, relegou a seguridade a terceiro plano, dispondo sobre a matéria apenas no art 137, em duas alíneas, não acrescentando nada às demais. Em 1946, ocorre a retirada do texto constitucional da expressão "seguro social" e é incluída a expressão "previdência social". O art. 157 afirmava a previdência mediante contribuição do Estado, empregados e empregadores, tudo em favor da maternidade, doença, invalidez, velhice e morte.
E, finalmente, a Constituição de 1988, com o Capítulo da Ordem Social, arts 194 a 204, determinando um novo tempo com a denominação Seguridade Social, separando de vez o Direito Previdenciário do Direito do Trabalho à luz do art. 6º, caput, onde se inseriu os Direitos Sociais, dentre eles, separadamente, trabalho e previdência social. Daí ser pacífico o entendimento da doutrina e jurisprudência pátria, que a previdência tem legislação própria, apartada da legislação trabalhista, com alcance e objetivos diferenciados.
· AULA 02
· CONCEITO: previdência Social é uma instituição controlada quase na totalidade pelo Governo, capaz de amparar a sua população, quando da ocorrência de fatos naturais e/ou sociais que gerem estado de necessidade.
· CONSIDERAÇÕES INICIAIS (diagrama lógico)
a) Contingência – incerteza sobre se uma coisa acontecerá ou não (incerto), para receber benefícios. Contingência é um fato inesperado, para o qual você não está preparado (Ex.: acidente de trabalho, morte, invalidez, doença temporária);
b) Risco – perigo a que está sujeito a coisa, sujeição a que está submetido o segurado ao acontecimento (Ex.: caso fortuito ou força maior - morte, acidente de trabalho, incapacidade);
c) Sinistro – materialização do risco;
d) Dano – prejuízo resultado do sinistro. O dano pode ser: material, físico, moral e psicológico;
e) Necessidade – do segurado ou de sua família;
f) Reparação – momento em que se repara ou ampara pela necessidade que foi gerada (é a finalidade da previdência).
· RELAÇÕES JURÍDICAS:
a) Filiação/Inscrição – do conceito deriva a relação jurídica de filiação que é aquela que vincula um cidadão a um regime previdenciário, tornando-o segurado seu e que se instaura automaticamente de acordo com as condições especificadas em lei (Lei 8212/91);
b) Amparo/Proteção – nasce essa relação no momento em que o segurado reúne as condições previstas em lei para receber o benefício (segurado, pagando, carência);
c) Custeio/Cotização – pagamento é a relação em que o Estado é o sujeito ativo, cabendo-lhe fiscalizar, arrecadar e cobrar as contribuições. Empresas ou Instituições e segurados são passivos nesta relação. A relação se inverte quando o segurado requer o benefício: ele é um sujeito ativo e o Estado é sujeito passivo.
· EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:]
a) No Mundo
Em 1883 (Alemanha), o nascedouro com o chanceler Bismarck. É marco tanto da Seguridade Social como da Previdência Social (primeiro sistema escrito de previdência social – seguro social). A forma de contribuição ou custeio para esse primeiro sistema de previdência social é tripartite: Estado, empresários e trabalhadores. Atualmente, no momento em que falta recurso para pagar os benefícios, ou seja, aposentadorias, auxílios, salário-maternidade ou pensões, cabe ao Estado socorrer a previdência social (CF/88). Assim, hoje em dia, não modificou muito essa contribuição tripartite.
Na relação jurídica de amparo/proteção (reparação), foi instituída a retribuição, chamada de seguro-doença (primeiro benefício/prestação pecuniária – 1883), protegendo o trabalhador que adoecia e sua família. Para aqueles que se acidentavam, ele criou o segundo benefício (1884 – seguro contra acidente de trabalho). Só em 1889, viu-se a necessidade de se criar um benefício para os inválidos – seguro contra velhice e invalidez.
b) No Brasil
Em 1923 (registro de alguns livros), de forma organizada, com a chamada LEI ELOY CHAVES, que não é lei, mas Decreto Legislativo – Dec. 4682/23. A primeira criação dessa lei foi a Caixa de Pensão dos Ferroviários.
Em uma pesquisa mais profunda se tem as Caixas de Pecúlio e Pensões que datam do Brasil Império.
· FASES DA CRIAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL:
a) Criação – Lei Eloy Chaves (1923 a 1930). Aqui se proliferam as Caixas de Aposentadorias e Pensão (cerca de 173 Caixas);
b) Evolução (1930 a 1966) – em 1930 teve a criação do MITC (Ministério da Indústria,Trabalho e Comércio). Nessa fase, criaram-se institutos de aposentadoria e pensões – IAPS (o certo é o contrário “aposentadorias e pensão”).
São eles:
-IAPM: Instituto de Assistência e Previdência dos Marítimos;
-IAPC: Instituto de Assistência e Prev. dos Comerciários;
-IAPB: Instituto de Assistência e Prev. dos Bancários;
-IAPI: Instituto de Assistência e Prev. dos Industriários;
-IAPFESP: Inst. de Assist. e Prev. dos Ferroviários e Servidores Públicos;
- IPASE : Inst. de Prev. e Assist. dos Servidores do Estado.
Em 1966, os institutos se fundiram formando o INPS, por força do Decreto nº 72.
c) Período da Reestruturação (1977-l990)
Em 1977, o INPS passou a ser SINPAS, de acordo com a Lei nº 6439. Era composto de:
- 3 Autarquias: IAPAS, INPS e INAMPS. Com a fusão dos dois primeiros, nasceu o INSS, enquanto que o INAMPS teve suas funções remanejadas para o Ministério da Saúde. Atualmente é o SUS – Lei nº 8.080/90, que centraliza essas atividades;
-2 Fundações: FUNABEM e LBA (extintas);
-1 Empresa pública: DATAPREV;
-1 Órgão Autônomo: CEME (extinto).
d) Período de Seguridade Social (a partir de 1988) – marcado pela criação do INSS, em 1990, Lei nº 8.029 (resultante da fusão de IAPAS e INPS).
· FINALIDADE:
“Assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço/contribuição, desemprego involuntário (*), encargos de família, reclusão ou morte daqueles de que dependiam economicamente” (Art. 201, CF e Art. 3 da Lei 8213/91).
(*) Vide Lei n.7798/90 – seguro-desemprego, ligado ao Ministério do Trabalho.
· REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL:
Se a previdência tem uma finalidade, podem prestá-la a União, os Estados e os Municípios. Existem dois regimes públicos previstos (Art. 9 da Lei 8213/91):
a) Regime Geral de Previdência Social – estão neles todos os empregados celetistas e os contribuintes individuais (segurados obrigatórios) – OBJETO DO NOSSO ESTUDO;
b) Regime Facultativo Complementar de Previdência Social. Carece de lei que o regulamente;
c) Estados e Municípios (Art. 149, parágrafo único, CF) – podem instituir contribuição adicional, descontada de seus servidores para regime próprio de previdência. Eles transformam os funcionários em estatutários e criam seus regimes, fugindo do Regime Geral. Assim, eles têm permissão constitucional para criá-los.
· AULA 03
Continuaremos a falar sobre a Seguridade Social. Hoje, vamos comentar sobre os conceitos e os princípios que envolvem a Seguridade. Existem três conceitos acerca do assunto: o técnico, doutrinário e legal, vejamos:
a) Técnico – diferente de seguro social e de outras manifestações do Estado, tais como: educação, saúde, assistência social, segurança, trabalho etc.
b) Doutrinário – estão nos livros. Reúne três elementos: saúde, previdência e assistência social. Nasce da concepção de cada analista.
c) Legal (art.194, CF) – deste conceito é que emana toda legislação ordinária – Leis 8.212/91, 8.213/91, 8.742/93 e 8.080/90, regulando a seguridade social.
· Princípios Gerais, Específico e Constitucionais.
Gerais:
a) Legalidade (art.5°, II, CF) – Ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em virtude de lei. Nesse caso, há vinculação direta com a previdência social. Só terá direito aquele que contribuir para o sistema, chamado de segurado;
b) Igualdade (art.5°, caput, CF) – Todos terão direito à saúde e assistência social sem que haja contribuição para o RGPS - Regime Geral de Previdência Social (INSS), podendo qualquer brasileiro (a) se inscrever nos planos de previdência social. Todos são iguais perante a lei;
c) Direito Adquirido (art.5°, XXXVI, CF). Ocorre no momento em que o segurado, aquele que paga à previdência reúne todas as exigências da lei para a obtenção do benefício.
Específico:
a) Solidariedade ou Solidarismo – Reunião de pessoas com objetivo comum. Cria-se um fundo de reserva para que, em uma necessidade, esteja na garantia do amparo social para o contribuinte e sua família. É espécie que tem o seu início com o assistencialismo e mutualismo (pensando no futuro). Poderá ser direto e indireto. Direto, quando há nítida visão dos participantes existindo formas de identificação e quantificação dos envolvidos. Indireto, quando não há conhecimento mútuo das partes envolvidas, ocorre a indeterminação dos participantes. Isso se mostra claro nos Sistemas de Previdência Social por Repartição Simples, baseando-se na transferência de renda entre gerações.
b) Princípios Constitucionais (§ Único do art.194 CF/88).
I - Universalidade da Cobertura e do Atendimento – Direito para todos. Antes de 88, maiores de 60 anos não tinham direito à saúde de forma gratuita. Diz respeito a todas as pessoas que forem atingidas por uma contingência humana. Enquanto que o Atendimento se refere àquelas situações que serão amparadas e não às pessoas que estarão necessitadas do devido amparo. Podemos ainda dividir a universalidade em duas partes: a primeira, dita subjetiva, ao se referir a todos os brasileiros residentes no País; a outra, a objetiva, dá conta da reparação por força dos resultados das contingências de acordo com a previsão estabelecida em lei.
II - Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações Urbanas e Rurais – Antes de 1988, havia dois planos de benefícios, um para o trabalhador urbano e outro para o trabalhador rural (meio salário-mínimo, não tinha direito a 13° salário...). Isso foi corrigido, não existe mais a diferenciação entre segurado rural e urbano. Atualmente, a mesma lei abrange os segurados urbanos e os segurados rurais, ambos com os mesmos direitos e obrigações, salvo as exceções legais.
III - Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços – Nem todo segurado tem direito a todos os benefícios. Ele tem que preencher certas condições. Também não receberão ao mesmo tempo, pois existe uma massa de segurados carentes e um benefício específico para cada situação.
EXEMPLOS:
- Auxílio acidente: tem que haver um acidente;
- aposentadoria por invalidez: tem que estar inválido;
- pensão por morte: o fator gerador, a morte, deve ocorrer antes da perda da qualidade de segurado (a)
-auxilio-reclusão, salário família.
IV - Irredutibilidade do Valor dos Benefícios – Isso é em relação ao valor real. Regra instituída pela Lei nº 9.876/99 determina que o período de cálculo para a aposentadoria seja todo o tempo contributivo, verificando os 80 maiores salários-de-contribuição, a partir do mês 07/94, data do Plano Real. Observe também o Art. 202 – CF/88. É a proteção constitucional contra a corrosão no valor dos benefícios ao longo do tempo. Deve ser preservado o valor real dos benefícios e o seu poder de compra. Os reajustes serão com base em índices estabelecidos pelo Governo Federal.
V - Eqüidade na Forma de Participação no Custeio – Sem o custeio, não há como pagar os benéficos aos segurados e dependentes previdenciários. Esse princípio visa obter, de cada segurado, a contribuição devida, com base no princípio da capacidade contributiva.
VI - Diversidade da Base de Financiamento – A diversidade vem das diversas contribuições (dos empregados, empregadores, concursos de prognósticos, loterias etc). O custeio vem de muitas fontes.
VII - Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. É a representação da sociedade civil na fiscalização das ações e no emprego dos recursos públicos por parte da seguridade social. Na verdade são os conselhos.
EXEMPLOS:
- CNSS: Conselho Nacional de Seguridade Social;
- CEPS: Conselho Estadual de Previdência Social;
- CES: Conselho Estadual de Saúde.
- CEAS: Conselho Estadual de Assistência Social.
· AULA 04
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA- suas fontes, autonomia e relação com os demais ramos do Direito.
· CONCEITO: É um ramo do Direito Público, composto do conjunto de normas aplicáveis à previdência social, que rege as relações jurídicas entre o Estado e oscontribuintes do sistema.
· FONTES: O termo fonte significa a origem a procedência FORMA DE MANIFESTAÇÃO DAS NORMAS.
FONTES MATERIAIS – FATORES E ELEMENTOS DA VIDA REAL QUE OBRIGAM OU IMPULSIONAM O SURGIMENTO SAS FONTES FORMAIS.
FONTES FORMAIS - SERIAM AS LEIS, OS COSTUMES.
FONTES FILOSOFICAS - BEM ESTAR E A JUSTIÇA SOCIAL.
FONTES FORMAIS:
a) Constituição- ART 40, PREV DO SERVIDORES, 201 RGPS, 202 PREV COMPLEMENTAR.
b) Leis:
- Complementar
- Ordinária
- 8212/91 (custeio) Lei Orgânica da Seguridade Social.
- 8213/91 (benefícios)
c) Medida Provisória – Em matéria previdenciária não era para se admitir medida provisória, que é uma medida imediata, alterando um grande “contrato” entre gerações presentes e futuras, mas isso está acontecendo cada vez mais;
d) Decreto Legislativo – serve apenas para ratificar os ACORDOS INTERNACIONAIS firmados entre a Previdência Social Brasileira e a Previdência Social de outros países;
Existem ainda, como fontes do Direito Previdenciário, os demais atos do Poder Executivo, ou seja, as normas que regem os órgãos da Administração Direta e Indireta. Destacamos: Regulamento – 3.048/99; Resoluções; Instruções – IN-45; Portarias; Julgados do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) – última instância em termos de recurso (matéria administrativa).
· AUTONOMIA:
A Constituição Federal de 1988, através dos art.s 6º e 7º, separou a previdência e trabalho, deu vida autônoma a cada segmento jurídico, não mais servindo a antiga concepção de que a previdência pertencia em termos normativos ao Direito do Trabalho. Para isso, foi necessário que a nova disciplina atendesse a três requisitos básicos:
Conceitos próprios comuns e diferentes dos demais ramos da ciência jurídica;
Doutrina homogênea e,
Métodos próprios de estudos aplicados à matéria (estudo atuarial).
· RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO:
a) Direito Constitucional – A estrutura do sistema da seguridade está delineada pela Lei Maior, que traça contornos onde a Lei Ordinária irá complementá-la (Arts. 201 e 202, CF);
b) Direito Comercial – O custeio (Lei 8212/91) busca arrimo no Direito Comercial, pois é do comércio que emana a maior parte da receita. Tem a ver com as definições de atividade comercial, empresa, comerciante... Procura meios de definição de atividades comerciais e cobrança das contribuições (receita);
c) Direito do Trabalho – tem estreita ligação, buscando nele as definições de empregador, empregado, salário, remuneração, que dará base para os cálculos da contribuição. Esses conceitos têm aplicabilidade no Direito Previdenciário;
d) Direito Administrativo – os princípios do Direito Administrativo servem para o Direito Previdenciário. Deve haver uma administração para o Direito Previdenciário atuar, onde haja:
- Atos e fatos administrativos
- Leis
- instruções internas
- Princípios (legalidade, moralidade, publicidade, impessoalidade e razoabilidade).
e) Direito Civil – O Direito Previdenciário aproveitou do Direito Civil as definições de obrigação, contratos, pessoas, interdição, ausência, morte... Foi com arrimo do Direito Civil que o Direito Previdenciário equiparou a concubina à esposa para efeitos de pensão;
f) Direito Penal – Definição dos crimes praticados contra a Seguridade Social – Lei nº 9983/00, incluindo o art. 168-A ao Código Penal Brasileiro;
g) Direito Internacional – (ACORDOS COOPERAÇÃO TÉCNICA) internacionais (sacramentados através de Decretos Legislativos, que os ratifica depois de publicado no Diário Oficial da União).
· AULA 05
Depois dessas breves explicações, veremos o tema -contribuintes e segurados. O art. 12 da Lei de Custeio (8212/91), fundamenta e discrimina quem são os segurados obrigatórios do RGPS. O art. 13 da mesma lei indica que, nos casos do servidor público ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, Distrito Federal, Estados e Municípios e de suas respectivas fundações e autarquias, estão excluídos do RGPS, desde que amparados por regime próprio de previdência social. Já o art. 14 da Lei de Custeio explica quem são os facultativos, aqueles maiores de 16 anos (EC-20/98), que não têm atividade remunerada, mas a previdência social (RGPS) os reconhece como segurado seu. É ato volitivo, depende de cada um pertencer ou não ao RGPS, não havendo obrigatoriedade. Por isso, a denominação facultativo. Fechando o círculo dos contribuintes, o art. 15 nos fala da empresa e a ela equiparados, e também, do empregador doméstico. Na tentativa de facilitar a compreensão, tentamos conceituá-los e organizá-los:
· SEGURADOS:
São pessoas físicas que exercem atividades remuneradas ou não, previstas no RGPS e que, legalmente, devem contribuir para a previdência social. São eles:
 OBRIGATÓRIOS COMUNS: Empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos (ESTIVADOR, CHAPA, CLASSIFICADOR DE FRUTAS, ENSACADOR DE SAL E SIMILARES).
 OBRIGATÓRIOS INDIVIDUAIS: Autônomo, eventual (PEDREIRO E PINTOR) e empresário;
 OBRIGATÓRIO ESPECIAL: Segurados especiais, quando comercializam a sua produção (excedente);
 FACULTATIVOS: Estudante, dona de casa, Sindico, padre, pastores, presidiário, desempregado, etc.
· CONTRIBUINTES:
 São pessoas físicas ou jurídicas que por força de exercerem ou não atividades remuneradas, previstas no RGPS e que, legalmente, devem contribuir para a previdência social. Ex: Empresa ou a ela equiparado, empregador doméstico, empregados, inclusive os domésticos, facultativos, trabalhadores avulsos, etc.
 Finalizando, devemos frisar que a principal diferença entre segurado e contribuinte reside em que, os contribuintes recolhem para a previdência por uma imposição legal, mas não adquirem direito aos benefícios pecuniários. Os segurados, da mesma forma, devem contribuir, porém, nos casos previstos em lei que vierem a gerar um estado de necessidade, poderão obter benefícios pecuniários com o fito de promover o devido amparo social (subsistência), tanto dele enquanto segurado e do seu conjunto de dependentes.
1. Manutenção da Qualidade:
Como já sabemos, existe uma relação jurídica ativa e, também, uma relação jurídica passiva em cada caso, que podem ser expressas como direitos e obrigações recíprocos. De um lado a autarquia federal e, do outro, o segurado ou os seus dependentes. Enquanto houver essa reciprocidade o segurado manterá a sua qualidade junto à Previdência Social.
Para aferir a qualidade de segurado é necessário olhar as seguintes condições; está contribuindo, ou se não estiver, estar no período de graça.
2. Perda da Qualidade de Segurado:
No nosso entender, ocorre quando o segurado é excluído do regime por falta de pagamento de suas contribuições. Nesse sentido, a Lei nº 8213/91 no intuito de não levar desfavor aos segurados e dependentes previdenciários, no seu art. 15, estabeleceu (criou) o que nós denominamos de “período de graça”. Nesse período, o segurado mesmo sem verter suas contribuições ao regime permanece ele, segurado, e também a sua família, com todos os direitos previstos na lei. 
Sabemos também que existem algumas aberrações legais, que não são contempladas por essa regra geral: Ex: O desempregado que é vítima por acidente de qualquer natureza. Nos casos de sequelas irreversíveis, o mesmo não terá direito ao benefício denominado de auxílio-acidente, mesmo estando no período de graça. Aí o Decreto nº 3048/99, art. 104, foi infeliz em sua redação, pois não traz a palavra segurado, e sim, empregado. Assim, mesmo no período de graça, o desempregado sofre restrição ao benefício. É importante lermos o art. 15 da Lei nº 8213/91: 
 
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
 I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; 
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V -até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. TRABALHADOR EMPREGADO, AVULSO E EMPREGADO DOMÉSTICO.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
36 MESES DE PERÍODO DE GRAÇA SOMENTE AO SEGURDO EMPREGADO, O DOMÉSTICO E O AVULSO.
Vejam que a lei de benefícios, no art. 15, Incisos I, II, III, IV, V e VI, especifica as condições em que o prazo de 12 meses de período de graça poderá ser dilatado, chegando até 36 meses. É cabível uma observação no tocante ao segurado facultativo. Para esses, não há dilação de prazo. Após 6 meses perderá a qualidade de segurado.
Não se pode deixar de fixar que o dia verdadeiro da perda da qualidade de segurado sempre ocorrerá no 16º dia do mês seguinte, que é um dia após o prazo máximo permitido por lei para o recolhimento das contribuições relativas à competência anterior. 
A bem da verdade, o RPS no seu art.14 determina o prazo fatal e improrrogável, como diria Dr. Aluísio Henrique, da Procuradoria do INSS. O regulamento unificou os prazos de recolhimento para os segurados, contribuintes individuais, facultativos e empregados domésticos e seus empregadores.
3. Os benefícios introduzidos pela Lei nº 10.666/03:
O novo instrumento legal, que nasceu em 8 de maio do ano de 2003, enfatiza no seu art.3º que a perda da qualidade de segurado não será considerada para as concessões das aposentadorias por tempo de contribuição, especial ou idade. Porém, quando se tratar de aposentadoria por idade, na hipótese do segurado completar a idade de 60 anos, homem, e 55 anos de idade se mulher na área rural e, 65 anos, homem, e 60 se mulher na área urbana, deverá na data da entrada do requerimento contar com o tempo mínimo exigido (carência) de contribuição para a obtenção de tal benefício. Quanto ao valor devemos observar os critérios instituídos pela Lei nº 9876/99, no que for concernente ao PBC (período básico de cálculo), com nascedouro em julho/94. Não se encontrando salários-de-contribuição, deve a Constituição Federal em vigor ser cumprida. O valor então será de 01 (um) salário mínimo. 
DOENÇAS DE SEGREGAÇÃO COMPULSÓRIA = Doença de segregação compulsória é aquela que impede o convício social e familiar do paciente. As doenças de segregação compulsória são determinadas pelo Ministério da Saúde (infecto-contagiosas);
4. DOENÇAS E AFECÇÕES QUE INDEPENDEM DE CARÊNCIA
O artigo 67, III da Instrução Normativa n° 11/2006 do INSS, estabelece que as doenças e afecções previstas pelo Ministério da Saúde e da Previdência Social, que conferem o direito ao auxílio-doença independente de carência, desde que a doença tenha sido adquirida após o segurado filiar-se à Previdência Social, são:
1) tuberculose ativa;
2) hanseníase (lepra);
3) alienação mental;
4) neoplasia maligna (câncer);
5) cegueira;
6) paralisia irreversível e incapacitante;
7) cardiopatia grave (cardiopatia isquêmica, cardiopatia hipertensiva, miocardiopatias, valvopatias, cardiopatias congênitas, arritmias; e cor pulmonale crônico desde que comprovada por Junta Médica);
8) doença de Parkinson;
9) espondiloartrose anquilosante (é uma doença inflamatória sistêmica de padrão reumatismal que atinge de forma predominante a coluna vertebral, sofrendo as articulações sacro-ilíacas alterações muito características, bem como a inflamação das inserções de ligamentos, cápsulas articulares e tendões, nomeadamente ao nível da face plantar do calcanhar e dos contornos da bacia);
10) nefropatia grave;
11) estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante - doença óssea metabólica que envolve destruição e novo crescimento ósseo resultando em deformidade);
12) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS;
13) contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada;
14) hepatopatia grave.
· AULA 06
· CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS A SS (Art.195, CF):
I- Empresas:
a) folha-de-salário: de tudo que for pago aos empregados, ou pessoa física a seu serviço. Deverá recolher, em regra, 20% em relação aos empregados e 20% sobre o valor pago a terceiros (pessoas físicas sem vínculo empregatício), a seu serviço durante o mês;
b) A receita ou faturamento (movimento dos recursos).
c) O lucro.
d) 2,5% Instituição Financeira.
e) 1% , 2% , 3% de SAT. FAP fator Acidentário Previdenciário de 50% a 100%.
Sendo a Receita Federal o órgão competente para fiscalizar, arrecadar e cobrar as contribuições previstas nas alíneas “b” e “c”.
II- Do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social de que trata o Art. 201.
III- Concurso de Prognóstico: qualquer tipo de jogo que envolva números, loterias. É fiscalizado pela Receita Federal, havendo contribuição sobre o movimento global (bruto). Se for promovido por órgão público, é sobre a receita global menos as despesas administrativas (líquido). 
IV- Empregador doméstico: Tem a responsabilidade de descontar e recolher a contribuição do seu empregado, bem como a própria contribuição, sobre o valor pago mensalmente ao empregado. As alíquotas poderão ser de 7,5%, 9%,12% ou 14% para o empregado e 12% para o empregador. Essas contribuições deverão ser recolhidas ao INSS até o dia 15 do mês seguinte.
c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição, aplicando-se a tabela de salário-de-contribuição e suas respectivas alíquotas;
d) As das empresas incidentes sobre a receita ou faturamento;
e) O lucro;
f) As incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
· DO ORÇAMENTO DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS:
Do orçamento da União saem parcelas de recursos destinadas à saúde, previdência e assistência social. Também dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Receitas de outras fontes:
a) As multas, a atualização monetária e os juros moratórios;
b) A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;
c) As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;
d) As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras;
e) As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;
f) 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do Art. 243 da Constituição Federal (todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializado na recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias);
g) 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Receita Federal;
h) 50% (cinqüenta por cento) do valor do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei nº 6194/74, destinados ao SUS para atendimento das vítimas de acidentes de trânsito.
COFINS = CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL + BASE DE CÁLCULO O FATURAMENTO MENSAL. ALÍQUOTA DE 3%( LUCRO PRESUMIDO-CUMULATIVO) e 7,6%(LUCRO REAL- NÃO CUMULATIVO)
CSLL= CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUÍDO + BASE DE CÁLCULO É O VALOR DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, ANTES DA PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA . ALÍQUOTA SERÁ DE 9% e 15% PARA BANCOS DE QUALQUER ESPÉCIE, DISTRIBUIDORAS DE VALORES IMOBILIÁRIOS.
PIS PASEP= EMPRESAS SOBRE O FATURAMENTO 0,65% e 1,65%, 1% SOBRE A FOLHA DE SALÁRIO entidades beneficentes.
CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS= PELA CAIXA – TODA RENDA LIQUIDA EXCETUANDO OS 30% PARA O FIES. 5% SOBRE O MOVIMENTO GLOBAL DE SORTEIO DE NUMERO OU APOSTAS DE CORRIDAS.
CONTRIBUIÇÃO DOS TIMES DE FUTEBOL = 5% DA RECEITA BRUTA DECORRENTE DE JOGOS, ALÉM DESSA 5% DA RECEITA BRUTA DE PATROCÍNIO, LICENCIAMENTO, PUBLICIDADE, PROPAGANDA E TRANSMISSÃO DE ESPETACULOS. PAGAMENTO MENSAL, DA RENDA DE FUTEBOL DOIS DIAS DEPOIS DO JOGO.
PARA A INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DEVE-SE OBSERVAR O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
BANCOS E INTITUIÇÕES FINANCEIRAS = A ALÍQUOTA DE CONTRIBUIÇÃO PATRONAL INCIDE SOBRE A REMUNERAÇÃO DE EMPREGADOS SERÁ DE 22,5%.
VIMOS QUE O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL É A FORMA DE ANGARIAR RECURSOS FINANCEIROS PARA COBRIR AS DESPESAS COM PAGAMENTOS DE PRESTAÇÕES E OS GASTOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
· AULA 07
Dizem que, ao se tratar de benefício, o auxílio-doença poderá ser considerado o mais simples e o mais difícil. A simplicidade reside em se verificar a filiação, carência e dependendo do exame médico pericial concedê-lo. E a parte difícil é porque se trata de benefício por incapacidade que necessita de uma resposta urgente, equiparando-se a uma prestação alimentar. É a sobrevivência de milhões de pessoas que está em jogo.
Diferentemente dos assuntos anteriormente tratados, a partir de agora vamos estudar juntos o conceito, direito, carência, início, valor e a extinção de cada espécie de benefício.
O auxílio doença é o mais antigo deles, remonta a sua aparição de fato e de direito dos idos de 1883, na Alemanha quando Otto Von Bismarck construiu o primeiro Sistema de Seguro Social escrito que temos conhecimento. Naquela época havia a premente necessidade do amparo social aos trabalhadores alemães. E foi exatamente o primeiro benefício que surgiu chamado de seguro-doença. É importante do ponto de vista histórico declinarmos que a CLT, em sua redação primeira no art. 476, dizia o seguinte: “em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício”. O que nos leva de imediato a entender que estando o segurado empregado em gozo de benefício o seu contrato de trabalho ficará suspenso por tempo indeterminado.
· O que seria conceitualmente o auxílio-doença?
Podemos descrevê-lo como sendo um benefício de pagamento continuado, substituidor dos salários, não programável, reeditável, devido a todos os segurados incapacitados para as suas funções habituais por mais de trinta dias consecutivos, (vide artigo 71 do Decreto 3.048/99), desde que, tenha cumprido a carência necessária para sua obtenção. Exceto aquelas situações que isentam de carência, as quais veremos mais adiante.
· Quem teria direito ao auxílio doença?
Todos os segurados, inclusive aqueles em gozo do período de graça.
· Qual seria o período de carência?
Pela lei (8.213/91, art. 25), o período é de doze contribuições mensais. No entanto, algumas situações dispensam a exigência da carência, mas vincula a habilitação e concessão desse benefício à existência de uma relação jurídica ativa e passiva entre o segurado e a previdência social. Nesses casos, basta manter-se filiado ao RGPS, aqui incluídos os segurados especiais. Segundo o RPS Dec. 3.048/99, art. 30, inciso III, fica dispensada a carência nos casos de acidentes do trabalho ou de qualquer natureza ou causa, isto abrangendo também os segurados filiados ou que se filiarem à previdência social, forem acometidos de algumas doenças ou afecções especificadas em listagem elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, revista a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. Dentre essas situações podemos destacar: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; osteoíte deformante; AIDS; contaminação radiotiva (desde que comprovada por profissionais especializados) e hapatopatia grave.
· E quanto ao início do auxílio doença?
Ao tomarmos por base o art. 60 da Lei 8.213/91, com as alterações introduzidas pela Lei 9.876/99, o benefício será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, sendo que, nos casos dos demais segurados, a contar da data do afastamento da atividade por motivo de incapacidade, enquanto assim permanecer (incapaz). É importante frisar a regra imposta pelo art. 72, inciso III, do RPS (Dec. 3.048/99) no tocante ao início do pagamento do benefício em comento quando transcorrer mais de trinta dias entre a data do afastamento da atividade e a data do requerimento. Aí o regulamento é claro: o pagamento (início) deverá ocorrer a contar da data da entrada do requerimento (DER), não havendo distinção entre as várias espécies de segurados, portanto, aplicável a todos.
Gostaríamos de lembrar o caso específico dos segurados (as) empregados (as) domésticos (as). É particular a situação, pois, fica dispensado o pagamento pelo empregador doméstico dos primeiros quinze dias de afastamento do seu empregado (a). O que não se verifica em relação ao empregado comum, sendo responsabilidade do empregador arcar com o pagamento dos primeiros quinze dias de afastamento da atividade. Nessa seara, existe uma situação que merece nossa atenção. Imaginemos um segurado que esteve em gozo de auxílio-doença, por um período de seis meses, e retorna ao trabalho (atividade normal). Acontece que em prazo inferior a sessenta dias o dito empregado e segurado do RGPS volta a se afastar do trabalho pelo mesmo motivo, a mesma doença, idêntica incapacidade.
· Será que nessas situações fica a empresa obrigada a arcar com o pagamento dos primeiros quinze dias? A resposta é NÃO.
Basta que verifiquemos os ditames do art. 75, § 3º, do Dec. 3.048/99, com a nova redação inserida pelo Dec. 3.265/99, que afirma: “se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso”.
· Qual é o valor do auxílio-doença?
É igual a 91% do Salário-de-benefício (SB). O percentual de 91% aplicável à base de cálculo é uno. Não mais existe o fracionamento por força do número de meses ou anos trabalhado pelo segurado. Porém, devemos trazer à baila a situação daqueles segurados que exercem mais de uma atividade abrangida pelo RGPS. Nesses casos, após o crivo da perícia médica, o benefício deverá ser concedido em razão da atividade para a qual houver a incapacidade por parte do segurado. Assim, levaremos em consideração em razão da carência as contribuições vertidas pelo segurado só naquele vínculo para o qual se encontra incapacitado. Caso existam vários vínculos, mas na mesma atividade (função), de imediato, o segurado deverá ser afastado de todas elas. Nos casos em que forem detectadas várias atividades e a incapacidade subsistir apenas em uma delas, o auxílio-doença deverá ser mantido pelo tempo que se fizer necessário apenas em relação àquela atividade.
Para se chegar ao Salário Benefício do auxílio-doença, deverá o INSS apurar a média aritmética simples de todos os salários de contribuição a partir da competência de 07/1994.
A Lei 13.135/2015 estabeleceu que o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários de contribuição, inclusive nocaso de remuneração variável , ou, se não alcançar o número de doze, a média aritmética simples dos salários de contribuição em seu histórico contributivo, o valor não pode ultrapassar a média das bases contributivas existentes.
· Quais são as condições para a extinção (cessação) do auxílio-doença?
A primeira e mais comum é a recuperação da capacidade para o trabalho por parte do segurado, a segunda se dá pela transformação em aposentadoria por invalidez, a terceira pela concessão de auxílio-acidente de qualquer natureza ou, finalmente, pela morte do segurado.
É de bom alvitre que fique consignado que não há prazo determinado por lei para manutenção ou não do auxílio-doença. Agora, a boa doutrina pátria é homogênea no sentido de que o auxílio-doença deve ser um benefício de curta duração. Não sendo técnica nem tampouco administrativamente aceitável um auxílio-doença de longa duração. Nessa situação entendemos ser imprescindível ao INSS à definição por parte da perícia médica quando estiver diante do caso concreto.
A nossa posição se encontra sedimentada em anos de labuta na área e de pesquisas realizadas. Em todos os casos em que ocorreu o relato voluntário ou estimulado por parte dos segurados, verificamos a existência de grande constrangimento. Aliando-se a tudo isso, a enorme sensação de impotência dos segurados enquanto formadores de nossa sociedade em relação ao poder discricionário da administração, neste ato representado pelo INSS.
Atualmente, a proteção social atingiu um patamar até então não imaginado pela sociedade, tampouco pelo Estado.
· AULA 08
No Brasil, tem-se como ponto de partida da aposentadoria por invalidez a Lei Eloy Chaves, Decreto 4.682/1923, que nas palavras do Professor Sérgio Pinto Martins, in Direito da Seguridade Social, 21ª Edição, pág. 344 – era concedida ao segurado com 10 anos de serviço, art. 13 e havia a dispensa da carência, art. 15. Desde que, ocorresse acidente do trabalho, não se exigia carência. As nossas constituições sempre evoluíram no sentido protetivo à ocorrência da invalidez. Somente em 1946, com a nova Carta Constitucional o art. 157, Inciso XVI, veio a seguinte redação: 
A Lei n. 8.213/1991 denominou o benefício decorrente da incapacidade laborativa permanente como aposentadoria por invalidez. Com a EC n. 103/2019, o nome utilizado passa a ser aposentadoria por incapacidade permanente, consoante nova redação do art. 201, I, da CF.; 
Realizada uma persecução histórica, como poderíamos definir a aposentadoria por invalidez “aposentadoria por invalidez é o benefício decorrente da incapacidade do segurado para o trabalho, sem perspectiva de reabilitação para o exercício de atividade capaz de lhe assegurar a subsistência”.
Nos termos do art. 42 da Lei n. 8.213/1991, a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio- doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição
O Perito Médico deverá considerar a gravidade e irreversibilidade da doença/lesão, a impossibilidade de se determinar um prazo de recuperação, sua repercussão sobre a capacidade laborativa, bem como a suscetibilidade à reabilitação profissional.
Período de carência, o período de carência para a concessão da aposentadoria por invalidez é de 12 contribuições mensais. A concessão independe de carência no caso de o segurado ter ficado inválido em razão de acidente de qualquer natureza ou causa (inclusive o ligado ao trabalho), ou ser acometido de doença ocupacional ou alguma das doenças especificadas no art. 151 da Lei n. 8.213/1991.
Ou seja, para a aposentadoria por invalidez acidentária (espécie B 92) nunca se exige carência, bastando a comprovação da qualidade de segurado e do nexo de causalidade entre a invalidez e a atividade laborativa. Já para a aposentadoria por invalidez previdenciária (espécie B 32), não se exige carência para os acidentes de qualquer natureza e para as doenças consideradas graves, contagiosas ou incuráveis, tipificadas em lei. 
Data de início do benefício, quando a aposentadoria por invalidez decorrer de transformação de auxílio doença, ela é devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença.
Quando não decorrer de transformação de auxílio-doença, ela é devida nas seguintes Datas de Início do Benefício – DIB:
- para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da entrada do requerimento, quando postulado após o 30º dia do afastamento da atividade (os 15 primeiros dias de afastamento são de responsabilidade da empresa, que deverá pagar ao segurado empregado o salário); e
- para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial, facultativo e intermitente: a partir da data do início da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento, quando ocorrido após o 30º dia da incapacidade.
Renda mensal inicial. Até o advento da EC n. 103/2019, a aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistia numa renda mensal correspondente a100% do salário de benefício, apurado com base na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% do período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994 até a data de início do benefício.
No entanto, a EC n. 103/2019 estabeleceu (art. 26) novos coeficientes de cálculo. Vejamos:
-aposentadoria por incapacidade permanente (não acidentária):corresponderá a 60% do salário de benefício, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, no caso dos homens, e dos 15 anos, no caso das mulheres.
Por exemplo: segurado homem: 20 anos de tempo de contribuição = 60% do salário de benefício; 30 anos de tempo de contribuição = 80% do salário de benefício;40 anos de tempo de contribuição = 100% do salário de benefício; segurada mulher: 15 anos de tempo de contribuição = 60% do salário de benefício; 30 anos de tempo de contribuição = 90% do salário de benefício;35 anos de tempo de contribuição = 100% do salário de benefício. 
Aposentadoria por incapacidade permanente quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho: corresponderá a100% do salário de benefício que leva em consideração todos os salários de contribuição (desde julho de 1994, ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência).
Recuperação da capacidade de trabalho, a aposentadoria por invalidez suspende o contrato de trabalho (CLT, art. 475) e cessa com a recuperação da capacidade de trabalho. Por isso, o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno – art. 46 da Lei do RGPS.
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). 
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.
Merece destaque, ainda, a regra instituída pelo art. 45 da mesma lei (8213/91), que disciplina o aumento de 25% (vinte e cinco por cento) no valor das aposentadorias por invalidez quando os segurados beneficiários estiverem necessitando de assistência permanente de outra pessoa. Assim, não deverá o valor obedecer ao teto de salário-de-contribuição que hoje é de R$ 2.508,72, podendo ser pago a maior. O segurado aposentado receberá esse acréscimo enquanto naquela condição permanecer ou vier a falecer e, ainda, do ponto de vista legal não deverá ser incorporado ao valor da pensão por morte.
 A extinção da aposentadoria por invalidez se dá pelarecuperação da capacidade para o trabalho, aqui observadas as condições previstas nos Incisos I e II, do art. 47 da lei de benefícios, podendo para o segurado empregado, cessar de imediato, ou após tantos meses quantos forem os anos de recebimento da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu. Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos de recebimento ou o segurado for declarado apto para outra atividade que lhe garanta a subsistência, a aposentadoria será mantida por um determinado período sem prejuízo da sua volta à atividade. Receberá o segurado o valor integral da aposentadoria nos primeiros seis meses; com redução de cinquenta por cento por igual período (06 meses) e finalmente, com redução de setenta e cinco por cento do valor da aposentadoria por um último período de seis meses, quando cessará definitiva mente. A isso, se denomina parcelas de recuperação. Caso o segurado readquira a capacidade laborativa e retorne à atividade por conta própria, a previdência social deverá cessar de imediato o seu benefício. 
Códigos da Espécie (INSS): B-32 (previdenciária); B-92 (acidentária)
Evento Gerador: Incapacidade permanente para toda e qualquer atividade laborativa, insuscetível de reabilitação.
Carência:
a) não é exigida, em caso de acidente do trabalho (e situações equiparadas) ou acidente de outra natureza, e no caso de doenças tipificadas no art. 151 da Lei n. 8.213/1991 como graves, contagiosas ou incuráveis,
 b) 12 contribuições mensais, nos demais casos.
Fator Previdenciário: Não se aplica a este benefício.
Duração: Indeterminada. Cessa com a recuperação da capacidade laborativa (podendo ser cancelada a qualquer tempo) ou com a morte do segurado. O segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente, observado o disposto no art. 101 (art. 43, § 5º, da LBPS).
· AULA 09
· Aspectos Legais do Auxílio Acidente
O auxílio acidente consiste em um benefício previdenciário que é pago mensalmente ao segurado empregado (exceto o doméstico), ao trabalhador avulso e ao segurado especial, conforme art. 18, § 1 da Lei nº. 8.213/91, como indenização pela incapacidade ao trabalho, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza resultar em sequelas definitivas que impliquem a redução da capacidade de trabalho que habitualmente exercia.
O Anexo III do Regulamento da Previdência Social (Decreto nº. 3.048/99) discrimina, de forma meramente enunciativa, as situações que dão ensejo ao pagamento do auxílio acidente pelo INSS.
O auxílio acidente está previsto no art. 86 da Lei nº. 8.213/91 e no art. 104 do Regulamento da Previdência Social (Decreto nº. 3.048/99). É o único benefício previdenciário que possui natureza jurídica indenizatória. Também dispensa carência por força do art. 26, I da Lei nº. 8.213/91.
Consoante ensina Bragança (2009, p. 127), o objetivo do auxílio acidente é a “complementação dos gastos de quem se encontra com a capacidade para o trabalho reduzida ou sem condições de auferir remuneração compatível com sua antiga habilitação profissional, tendo por isso natureza indenizatória”.
Segundo Ibrahim (2009, p. 584), “o auxílio acidente é o único benefício com natureza exclusivamente indenizatória. Visa a ressarcir o segurado, em virtude de acidente que lhe provoque a redução da capacidade laborativa”.
Convém ressaltar que o auxílio doença compreende um benefício devido em decorrência de incapacidade temporária para o exercício do trabalho por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. É um benefício concedido de forma provisória pelo fato de o segurado estar, a qualquer momento, suscetível de recuperação. Por isso, é pago enquanto perdurar a incapacidade temporária para o trabalho. A finalidade social do auxílio acidente, por sua vez, é compensar o segurado pelo fato de não possuir plena capacidade de trabalho em razão do acidente. Se após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, restar sequela que implique redução da capacidade laborativa do segurado, cessará o auxílio doença e, no dia seguinte, terá início o auxílio acidente.
O trabalho a ser considerado para verificação da incapacidade é aquele que o segurado exercia na data do acidente. O art. 104, § 8 do Decreto nº. 3.048/99 estabelece que se considere a atividade exercida na data do acidente para fins de concessão do auxílio acidente. Assim, para o benefício ser concedido, é necessário que, na data do acidente, o trabalhador esteja exercendo atividade laboral que o enquadre como segurado empregado, trabalhador avulso ou segurado especial.
A extensão do auxílio acidente aos demais segurados do regime geral de previdência social pode ser feita pelo Legislador, desde que haja a devida previsão de fonte de custeio, conforme preceitua o art. 195, § 5 da CF/88.
No auxílio acidente, as sequelas definitivas resultantes de acidente de qualquer natureza, responsáveis pela redução da capacidade de trabalho que o segurado habitualmente exercia, deverão ser atestadas pela perícia médica do INSS.
O auxílio acidente, portanto, compreende uma indenização mensal paga ao segurado, quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequelas que impliquem:
a) redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia;
b) redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade exercida à época do acidente; ou
c) impossibilidade de desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do INSS.
Como descreve Ibrahim (2009, p. 585), a concessão do auxílio acidente “depende da tríade: acidente de qualquer natureza (inclusive no trabalho), produção de sequela definitiva e efetiva redução da capacidade laborativa em razão da sequela”.
Para que haja o recebimento de auxílio acidente, não é necessário que seja acidente de trabalho. O auxílio acidente não se limita apenas às hipóteses de acidentes do trabalho, tanto faz o acidente ocorrer no trabalho ou fora dele, basta apenas que o mesmo seja de qualquer natureza (ou comum), podendo ser proveniente de acidente comum ou não. É também necessário que, em decorrência do acidente, após a consolidação das lesões, haja a redução da capacidade laborativa do segurado.
O acidente de qualquer natureza resulta tanto da ocorrência de acidente de trabalho como também de acidente que se dá fora do ambiente laborativo.
O Regulamento da Previdência Social (Decreto nº. 3.048/99) conceitua acidente de qualquer natureza no parágrafo único do art. 30, veja-se:
“Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa”.
Não dará ensejo ao pagamento do auxílio acidente o caso que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa e a situação de mudança de função, em decorrência de readaptação profissional promovida pela empresa como medida preventiva proveniente de inadequação do local de trabalho.
· Renda mensal do benefício 
50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio doença, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente, pelos índices de atualização dos benefícios do RGPS. A partir da MP n. 905/2019: 50% do benefício de aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito, e será devido até a véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. O seu pagamento é mensal e deve ser efetuado até o último dia de vida do segurado acidentado.
O benefício social em questão é personalíssimo, não sendo transferível aos dependentes do seguradono caso de falecimento deste.
· Data de início do benefício
Data de Início do Benefício = A partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, devendo ser verificado de ofício pela perícia do INSS. Duração Indeterminada. Cessa com a aposentadoria ou com a morte do segurado, o que ocorrer primeiro. A partir da MP n. 905/2019, será devido somente enquanto persistirem as sequelas ou até a véspera do início de qualquer aposentadoria. 
O auxílio acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio doença, ou da data do requerimento quando não houver concessão de auxílio doença, até a véspera de início de qualquer aposentadoria, ou até a data do óbito do segurado. Na verdade, o segurado o recebe trabalhando até o início do recebimento da sua aposentadoria. O seu recebimento independe de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada, apenas, sua acumulação com qualquer aposentadoria.
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio acidente.
De acordo com o § 7, art. 104 do Decreto nº. 3.048/99, cabe a concessão de auxílio acidente oriundo de acidente de qualquer natureza ocorrido durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que atendidas às condições inerentes à espécie.
Entretanto, caso o segurado se encontre empregado na ocasião do acidente e, posteriormente, fique desempregado, o auxílio acidente é mantido, podendo o segurado filiar-se ao RGPS na qualidade de segurado facultativo, desde que não exerça atividade laboral sujeita à filiação obrigatória (BRAGANÇA, 2009, p. 129).
Suspensão do Benefício = O auxílio-acidente será suspenso quando da concessão ou da reabertura do auxílio-doença, em razão do mesmo acidente ou de doença que lhe tenha dado origem, sendo restabelecido quando da cessação do auxílio-doença.
· Cessação do auxílio acidente
O benefício de auxílio acidente é extinto, quando da implantação do benefício de aposentadoria ou quando do óbito do segurado. Por isso, não compreende um benefício vitalício.
Na hipótese de reabertura de auxílio doença por acidente de qualquer natureza que deu origem a auxílio acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio doença reaberto, oportunidade em que será reativado. O auxílio acidente suspenso será restabelecido após a cessação do auxílio doença reaberto. 
· AULA 10
A regulamentação deste benefício se deu pela Lei 8.742/93, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), e do Decreto 1.744/95, os quais estabelecem os seguintes requisitos para concessão:
a) Ser portador de deficiência ou ter idade mínima de 65 (sessenta e cinco) anos para o idoso não-deficiente;
b) Renda familiar mensal (per capita) inferior a ¼ do salário mínimo;
c) Não estar vinculado a nenhum regime de previdência social;
d) Não receber benefício de espécie alguma, salvo o de assistência médica;
e) Comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família;
Para análise do direito ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-LOAS), instituída pela Lei nº 8.742/93, serão consideradas como:
a) idoso: aquele com idade de 65 (sessenta e cinco) anos ou mais;
b) pessoa portadora de deficiência (PPD): é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho, ou seja, aquela que apresenta perdas ou reduções da sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, de caráter permanente, em razão de anomalias ou lesões irreversíveis de natureza hereditária, congênita ou adquirida, que geram incapacidade para viver independentemente ou para exercer atividades, dentro do padrão considerado normal ao ser humano, consoante estabelece a súmula 29 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs;
c) incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange limitação do desempenho de atividade e restrição da participação, com redução efetiva e acentuada da capacidade de inclusão social, em correspondência à interação entre a pessoa com deficiência e seu ambiente físico e social;
d) família: o conjunto de pessoas que vivam sob o mesmo teto, assim entendido o cônjuge, o companheiro ou a companheira, os pais, os filhos e irmãos não emancipados de qualquer condição, menores de 21 (vinte e um) anos ou inválidos, e os equiparados a filhos, caso do enteado e do menor tutelado (na forma do art. 16 da Lei nº 8.213/1991);
e) família incapacitada de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa: aquela cujo cálculo da renda per capita, que corresponde à soma da renda mensal bruta de todos os seus integrantes, dividida pelo número total de membros que compõem o grupo familiar, seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.
f) família para cálculo da renda per capita, conforme disposto no § 1º do art. 20 da Lei nº 8.742/1993: conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo teto, assim entendido, o requerente, o cônjuge, a companheira, o companheiro, o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, os pais, e o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;
Nota¹: O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante comprovação de dependência econômica e desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento e educação;
Nota²: O filho ou o irmão inválido do requerente que não esteja em gozo de benefício previdenciário ou do Benefício de Prestação Continuada, em razão de invalidez ou deficiência, deve passar por avaliação médico pericial para comprovação da invalidez.
g) renda mensal bruta familiar: é a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública ou privada, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19 do Decreto 6.214/2007, o qual transcrevemos na íntegra:
"O valor do Benefício de Prestação Continuada concedido a idoso não será computado no cálculo da renda mensal bruta familiar a que se refere o inciso VI do art. 4º, para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso da mesma família."
Anteriormente a idade mínima para ter direito ao benefício era de 70 anos, mas com a edição de novas leis, a idade teve redução conforme quadro abaixo:
Período Lei Idade Mínima
1º de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 1997 Art. 38 da Lei nº 8.742/1993 70 anos
1º de janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2003 Lei nº 9.720/1998 67 anos
A partir de 1º de janeiro de 2004 Artigo 34 da Lei nº 10.741/2003 65 anos
Perícia Médica
A avaliação da deficiência e do grau de incapacidade será composta de avaliação médica e social. As avaliações serão realizadas, respectivamente, pelo serviço social do INSS e pela perícia médica, por meio de instrumentos desenvolvidos especificamente para este fim.
A avaliação médica da deficiência e do grau de incapacidade considerará as deficiências nas funções e nas estruturas do corpo, e a avaliação social considerará os fatores ambientais, sociais e pessoais, e ambas considerarão a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social, segundo suas especificidades.
Menores de 16 Anos de Idade
Para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de 16 (dezesseis anos) de idade, deve ser avaliada a existência da deficiência e o seu impacto na limitação do desempenho de atividade e restrição da participação social, compatível com a idade, sendo dispensável proceder à avaliação da incapacidade para o trabalho.
Carência
Não há carência para a concessão do benefício de assistência social uma vez que a própria legislação prevê que não há necessidade de contribuição, dentro dos requisitos pré-estabelecidos.
Renda Mensal
O valor mensal dobenefício de assistência social, também denominado LOAS, é de 1 (um) salário mínimo federal por mês, na forma de benefício de prestação continuada.
Revisão do Benefício
O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.
Poderá haver a transformação do benefício entre espécies, sendo desnecessária a cessação de uma espécie para concessão da outra quando for verificado, por exemplo, que o beneficiário da espécie 87 (deficiente) preenche os requisitos exigidos para a espécie 88 (idoso).
Se durante o processo de revisão for apurada a concessão irregular de um Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-LOAS) em virtude de omissão do requerente ao declarar o grupo e a renda familiar, e se verificar que atualmente o requerente preenche todas as condições estabelecidas pelo LOAS para concessão de outro benefício, deve-se cessar o benefício mais recente e conceder novo benefício.
Se for constatado que por erro administrativo foi concedido benefício assistencial a casal de idosos, antes do Estatuto do Idoso, sem observar os critérios estabelecidos no parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), o INSS deve cessar o benefício mais recente e, em seguida, conceder novo benefício.
· AULA 11
· CONCEITO DE APOSENTARIA POR IDADE = Código da Espécie (INSS): B-41, é um benefício de prestação continuada devido ao segurado que tenha atingido a idade mínima abarcada pela atual legislação, desde que cumprido, também, a carência mínima exigida por lei: 
· PERÍODO DE CARÊNCIA = a carência para o benefício será de 180 contribuições mensais para o segurado que se inscreveu na Previdência social após 24/07/2001. Aqueles que já estavam filiados ao regime de previdência antes da mencionada data deverão seguir a tabela progressiva de carência do art. 142 da lei 8.213/91.
· CUMULATIVIDADE ENTRE BENEFÍCIOS = a aposentadoria por idade não poderá ser cumulada com outro benefício previdenciário a não ser o salário-maternidade (aposentada que retorna ao mercado de trabalho), salário-família, pensão por morte e reabilitação profissional. Aposentadoria por idade se encontra fundamentada legalmente no art. 201, § 7º, II, da Constituição Federal de 1988; nos art.s 48 a 51 da Lei de Benefícios nº 8.213/91 e, finalmente, nos art.s 51 a 55 do Decreto nº 3.048/99. A título de deixarmos o leitor mais à vontade no tocante à legislação, apesar de aumentar o número de páginas da aula, vamos fazer a colagem da dita legislação, especificamente o que diz a Lei nº 8.213/91:
Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95). A partir da vigência da EC n. 103/2019, a idade do homem permaneceu em 65 anos, mas a da mulher foi elevada para 62 anos.
§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.032, de 28.4.95 e alterado pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 2º Para os efeitos do disposto no parágrafo anterior, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na alínea "a";
II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.
Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. Para aqueles que preencham os requisitos a partir da entrada em vigor da EC n.103/2019, para apuração do salário de benefício, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição atualizados monetariamente, correspondentes a100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. E o coeficiente de cálculo corresponderá a 60% da média aritmética (SB), com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, para os homens, e de 15 anos, para as mulheres.
Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.
A aposentadoria por idade do trabalhador rural que se enquadre na regra do § 1ºdo art. 48 da Lei de Benefícios, é igual ao valor mínimo do salário de benefício, ou seja, o salário mínimo mensal (art. 29, § 6º, da Lei n. 8.213/1991), salvo quando contribua, facultativamente, como contribuinte individual, quando então terá sua aposentadoria calculada com base na regra geral de cálculo (art. 39, II, da Lei n.8.213/1991).
Um segundo ponto a examinar é quanto ao direito. Não existe mais discriminação entre segurado urbano ou segurado rural para o Direito Previdenciário. A partir da Carta Magna de 1988 não mais importa onde o trabalhador desenvolva as suas atividades. Tanto faz estar na área urbana ou na área rural, os seus direitos serão os mesmos. O que é preciso é fazer prova de sua atividade. Assim, o segurado urbano deverá comprovar contribuições, enquanto que, o segurado rural (segurado especial) tem a obrigação legal de fazer prova referente ao seu tempo de exercício na agricultura.
É importante que seja frisado a importância dos termos da Lei nº 10.666/03 em relação a perda da qualidade de segurado, quando da análise documental para a concessão de uma aposentadoria por idade, vejam o que diz o § 1º do art. 3º :
Art. 3o A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.
§ 1o Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.
§ 2o A concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos do § 1o, observará, para os fins de cálculo do valor do benefício, o disposto no art. 3o, caput e § 2o, da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários de contribuição recolhidos no período a partir da competência julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
Em sendo assim, agora, caso o segurado tenha a carência necessária no dia em que perdeu essa qualidade, deverá esperar para completar a idade e solicitar junto ao INSS a sua aposentadoria. Ressalvados os casos em que haja débito no período com a previdência social. 
O início da aposentadoria por idade se dá da seguinte forma: é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir da data do desligamento do emprego se for requerida naquele momento (dia), ou se for requerida até 90 dias após aqueladata (a do afastamento da atividade). Se o segurado permanecer em atividade ou requere-la após o prazo já mencionado, a sua vigência financeira será a partir da data da entrada do requerimento. Para os demais segurados, a lei é clara: será a contar da data da entrada do requerimento.
· VALOR DO BENEFÍCIO: será no percentual de 70% do valor do SB = Salário-de-Benefício, acrescido de 1% a cada grupo de 12 contribuições existentes, limitado ao máximo de 30 grupos, porque não poderá o valor exceder a 100% do SB. Em regra, salvo as exceções, a aposentadoria por idade apresenta um valor mínimo de 85% do SB. Para os segurados inscritos na Previdência Social a partir de29.11.1999 (Lei n.º 9.876, de 1999) e que implementaram os requisitos até a EC n. 103/2019, o salário de benefício consiste: na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, corrigidos mês a mês, multiplicado pelo fator previdenciário;
a) Para os segurados filiados à Previdência Social até28.11.1999 e que implementaram os requisitos até a EC n. 103/2019, o salário de benefício consiste: na média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos mês a mês, de todo o período contributivo decorrido desde julho de 1994, multiplicado pelo fator previdenciário.
o divisor considerado no cálculo da média não poderá ser inferior a 60% do período decorrido da competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a cem por cento de todo o período contributivo.
b) Para os benefícios concedidos com cômputo de tempo trabalhado após a EC n. 103/2019: média aritmética simples dos salários de contribuição atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Entendemos que a aposentadoria discutida nesta aula, por idade, tem a sua extinção quando ocorrer à morte do segurado (a); ou quando for detectado pelo INSS, erro na concessão, ou mesmo fraude documental, dolo ou comprovada má-fé. Alertamos a todos, que de acordo com a Lei nº 10.839/2004, esse prazo passou de 05 anos, para 10 anos, acrescendo à Lei nº 8.213/91 o art. 103-A. Por último, poderá a empresa requer a aposentadoria por Idade em nome do segurado, desde que, cumprida a carência, quando o empregado completar 70 anos de idade e, se mulher, 65 anos de idade. Nesses casos, a empresa fica obrigada a indenizar o empregado (a) na forma da lei trabalhista. Sendo o valor de sua aposentadoria proporcional ao tempo de contribuição.
· AULA 12
Dando prosseguimento ao nosso estudo sobre a Legislação Previdência, vamos abordar o tema APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. Entendemos ser de real importância conhecermos a sua gênese.
 
· CONCEITO: É um benefício substituidor dos salários, de pagamento continuado, definitivo e não reeditável, devido ao segurado com 35 anos de contribuição ou mais e 65 anos de idade, e a segurada com 30 anos de contribuição ou mais e 60 anos de idade, reduzindo-se a idade em 05 anos para os trabalhadores rurais.
O segundo item a ser analisado é o direito: todos os segurados do RGPS fazem jus a aposentadoria por tempo de contribuição, desde que, preencham os requisitos da lei.
Carência: hoje, é de 180 contribuições mensais. Aqui devemos fazer um parêntese. Costumamos dizer para um melhor entendimento que existem dois tipos de segurados no RGPS para se encontrar o número de meses de pagamento necessário á concessão do benefício. Seria o segurado velho, aquele que se inscreveu e filiou ao RGPS até 24.07.1991 e, o segurado novo, aquele que se filiou ao RGPS após 24.07.1991. Que data marcante é esta de 24.07.1991? Simples, a data da Lei nº 8.213/91 (Benefícios). Fixados os dois lapsos temporais, antes e depois da lei, se faz mister buscarmos o ensinamento do art. 142 da Lei nº 8.213/91:
Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, levando-se em conta o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício: 
Vejam que existe um tratamento diferenciado para os que denominamos de segurado velho. Dependendo do ano em que os mesmos implementaram as condições para a obtenção do benefício, ocorrerá, também, a redução do número de meses de contribuição exigido, sendo extensivo esse benefício ao trabalhador rural/segurado especial de acordo com os ditames do art. 143 da Lei nº 8.213/91, vejamos: 
Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na forma da alínea "a" do inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.063, de 14.6.95)
A lei é clara, não há diferença de tratamento entre as áreas urbana e rural, onde esteja o trabalhador vinculado ao RGPS terá a seu favor caso seja inscrito e filiado até 24.07.1991, a aplicação da tabela do art.143. 
Em relação ao início da aposentadoria por tempo de contribuição, se processa da mesma forma das aposentadorias por idade e especial, nos termos do art. 49 da lei de benefícios, senão vejamos:
Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
 I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
 a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; ou
 b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na alínea "a";
 II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento
 Dando prosseguimento, vamos olhar, agora, como consagra legalmente o valor da aposentadoria ora em estudo, diz a lei no seu art. 53:
Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de:
 I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço;
 II - para o homem: 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço.
A redação da lei, de plano, nos traz de maneira inequívoca a possibilidade do segurado obter uma aposentadoria proporcional. Nessa fase da discussão, poderíamos perguntar: Todo e qualquer segurado poderá fazer jus a uma aposentadoria proporcional? Óbvio que NÃO. Essa prerrogativa se encontra acostada ao direito daqueles segurados inscritos e filiados ao RGPS na data da EC-20/98 (16.12.98). Para os demais, aqueles que a partir de 17.12.98 integram o RGPS, não podem solicitar ao regime aposentadoria proporcional, terão fatalmente de preencher os requisitos previstos na Constituição Federal de 1988, art.s 201 e 202. 
 Nesse sentido, podemos argumentar e reafirmar que a EC-20/98 conservou o direito adquirido aos segurados que naquela data já houvessem implementado todas as condições necessárias a obtenção do benefício, e ainda, poderá exercê-lo a qualquer tempo. Um parêntese deve ser feito no tocante ao art. 9º da citada Emenda Constitucional, pois permitiu que os segurados filiados ao RGPS até 16.12.98, desde que, tenha 53 anos homem e, no mínimo

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