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Aula 3_ Diabetes e Avaliação Pé Diabético (1)

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DIABETES MELLITUS
MsC Flávia Danielli Martins Lima
A prevalência de DM nos países da América Central e do Sul foi estimada em 26,4 milhões
de pessoas e projetada para 40 milhões, em 2030 (INTERNATIONAL DIABETES
FEDERATION, 2012).
O Diabetes é mais comum em mulheres, em pessoas com baixa escolaridade e aumenta de
acordo com a idade da população: 21,6% dos brasileiros com mais de 65 anos referiram a
doença, E nas pessoas na faixa etária entre 18 e 24 anos, apenas 0,6% possuem diabetes
(BRASIL, 2011).
As complicações agudas e crônicas do diabetes causam alta morbimortalidade, acarretando
altos custos para os sistemas de saúde. Gastos relacionados ao diabetes mundialmente, em
2010, foram estimados em 11,6% do total dos gastos com atenção em saúde
(INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2012). No Brasil, a situação não é diferente.
Considerações Iniciais
resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina (OMS, 1999).
Caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e 
gorduras, 
O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias 
heterogêneas
Geralmente 
associado
Dislipidemia Hipertensão arterial Disfunção endotelial
Conceito
Clássicos
• Poliúria; 
• Polidipsia;
• Perda inexplicada de 
peso; 
• Polifagia
Menos Específicos
• Fadiga, fraqueza e letargia; 
• Visão turva (ou melhora 
temporária da visão para 
perto);
• Prurido vulvar ou 
cutâneo, balanopostite
(inflamação glande ou 
perpúcio)
Complicações crônicas
• Proteinúria
• Neuropatia (cãimbras, 
dor membros inferiores 
e/ou parestesias).
• Retinopatia diabética
• Catarata 
• Doença arteriosclerótica 
(infarto agudo do 
miocárdio, AVE, doença 
vascular periférica); 
• Infecções de repetição
Sinais e Sintomas
• Ocorre em 5 a 10% dos casos. Caracterizado por destruição das células
beta pancreáticas que levam a uma deficiência de insulina. Em crianças em
jovens sem excesso de peso. Tem início abrupto e rápida evolução para
cetoacidose.
Diabetes 
Mellitus Tipo 1
• Verificada em 90 a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e
secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose. Em
adultos com história de sobrepeso e hereditariedade (interação de fatores
genéticos e ambientais).Tem início insidioso e sintomas mais brandos.
Diabetes 
Mellitus Tipo 2
• Diabetes Latente Auto-Imune no Adulto. Paciente adulto (entre 25 e 65
anos)produz anticorpos contras as próprias células beta-prancreáticas e
progressão rápida para uso de insulina.
Diabetes 
LADA ou 1,5
• Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com
início ou diagnóstico durante a gestação. Menos severo que os tipos 1 e 2.
Diabetes 
Gestacional
Classificação
Exames
Glicemia Casual
• Geralmente feita 
no momento da 
consulta.
• Uso do 
glicosímetro e 
tiras reagentes.
Glicemia de Jejum
• Deve ser 
realizado após um 
jejum de 8h, no 
mínimo.
Teste de tolerância 
à glicose (TTG)
• Realizada 
utilizando uma 
carga de glicose 
contendo o 
equivalente a 75g 
de glicose anidra 
dissolvida em água 
em 2 horas.
Hemoglobina 
Glicada (HbA1C)
• Analisa o nível de 
hemoglobinas que 
sofreram glicação
(juntaram-se à 
glicose) na 
corrente 
sanguínea. Reflete 
os níveis 
glicêmicos dos 
últimos 2/3 meses.
Diagnóstico
D
ia
gn
o
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o
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e
 D
M
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o
 2
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e
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-
cl
ín
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o
s
Glicemia normal <100 <140
Risco de Diabetes 
(Pré Diabetes)
≥100 a <126 ≥140 a <200 5,7% a 6,4%
Diabetes Mellitus ≥126 ≥200
≥200 (com sintomas 
clássicos)
>6,5%*
Categoria Jejum (8h)
2h após 75g de 
glicose
Glicemia casual 
(qualquer 
horário)
Hemoglobina 
Glicada (HbA1C)
NOTA: Os sintomas clássicos do DM incluem poliúria, polidipsia e perda não explicada de peso.
*A hemoglobina glicada deve ser confirmada numa segunda coleta.
Fonte: Adaptado de American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes - 2017. Diabetes Care. 2017. 
Valores de Diagnóstico
Acontece quando os níveis de glicemia (açúcar no sangue) são mais elevados do que o 
normal, mas não são altos, suficientemente, para dar o diagnóstico de diabetes.
Conduta
I
• Modificações no estilo de vida  hábitos alimentares, perda ponderal (5 a 10% 
do peso corporal) em casos de sobrepeso e obesidade e atividades físicas.
II
• Uso de Metformina  indicação prioritária, sobretudo nos casos de peso 
elevado
Pré-Diabetes
Excesso de peso (IMC >25 kg/m2) e um dos 
seguintes fatores de risco: 
História de pai ou mãe com diabetes;
Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-
hipertensivos em adultos);
História de diabetes gestacional ou de recém-nascido
com mais de 4 kg;
Dislipidemia: hipertrigliceridemia (>250 mg/dL) ou
HDL-C baixo (<35mg/dl)
Exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída
à glicose ou glicemia de jejum alterada;
Obesidade severa
Síndrome de ovários policísticos;
História de doença cardiovascular;
Inatividade física;
Idade ≥ 45 
anos
Risco 
cardiovascular 
moderado
OU OU
Critérios de Rastreamento- Adultos Assintomáticos
Histórico (Anamnese e 
Exame Físico)
Diagnóstico das 
necessidades
Planejamento da 
Assistência
Implementação da 
Assistência
Avaliação do 
processo de cuidado
Consulta de Enfermagem
1) Anamnese
Identificação 
(dados 
sociodemográficos)
Antecedentes 
familiares e 
pessoais
Queixas atuais e 
história sobre o 
diagnóstico de DM
Percepção da 
pessoas diante da 
doença, tratamento 
e autocuidado
Medicamentos 
utilizados para DM 
e outras 
comorbidades
Hábitos de vida
Identificação de 
fatores de risco
Consulta de Enfermagem
2) Exame Físico
Altura, peso, 
circunferência 
abdominal e IMC
Sinais Vitais
Exame da cavidade 
oral, com alteração 
para candidíase e 
gengivite
Alterações de visão
Avaliação da 
integridade da pele, 
turgor e coloração
MMII: unhas, dor, 
edema, pulsos pediosos 
e lesões
Foco especial nas 
condições dos pés 
(bolhas, sensibilidade, 
ferimentos, calosidades 
e corte das unhas)
Consulta de Enfermagem
3) Diagnóstico das Necessidade de Cuidados
É a interpretação e conclusões quanto às necessidades, aos problemas e às preocupações da pessoa
para direcionar o plano assistencial. Estar atento às seguintes situações:
Dificuldades e déficit 
cognitivo
Diminuição da 
acuidade visual e 
auditiva
Problemas 
emocionais, sintomas 
depressivos ou outras 
barreiras psicológicas
Sentimento de 
fracasso associado à 
doença
Medos relacionados à 
doença (perda de 
independência, crises 
de hipoglicemia..)
Aos que usam 
insulina verificar 
condições gerais
Consulta de Enfermagem
4) Planejamento da Assistência: São estratégias para prevenir, minimizar ou corrigir os
problemas identificados nas etapas anteriores, sempre estabelecendo metas com a pessoa
com DM.
5) Implementação da Assistência: deverá ocorrer de acordo com as necessidades e grau 
de risco da pessoa e da sua capacidade de adesão e motivação para o autocuidado, a cada 
consulta
6) Avaliação do Processo de Cuidado: Avaliar com a pessoa e a família se as metas de
cuidados foram alcançadas e o seu grau de satisfação em relação ao tratamento. Observar se
ocorreu alguma mudança a cada retorno à consulta. Avaliar a necessidade de mudança ou
adaptação no processo de cuidado e reestruturar o plano de acordo com essas necessidades.
Registrar em prontuário todo o processo de acompanhamento
Consulta de Enfermagem
Objetivos
Prevenir complicações 
agudas e crônicas
Promoverqualidade de 
vida
Manter o paciente 
assintomático
Diminuir a mortalidade
Orientar o ajuste 
farmacológico
Controle Glicêmico
Não-Medicamentoso
Atividade Física Regular
Alimentação adequada
Evitar fumar
Evitar o excesso de álcool
Estabelecer metas de controle do peso
Tratamento
Medicamentoso 
Tratamento de 3ª Linha
Uso de Insulina. Casos de difícil manejo da glicemia (>300mg/dl)
Tratamento de 2ª Linha
Associação de biguanidas + sulfonilureias  estimulam a secreção de insulina. Pode causar hipoglicemia e ganho 
de peso
Tratamento de 1ª Linha
Captação muscular de glicose. Produção hepática de glicose. Triglicerídeos. HDL LDL
Tratamento
Quadro- Medicamentos de uso oral disponíveis na RENAME, 2017.
Classe 
Farmacológica
Nome
Genérico
Concentração Apresentação Dose 
Mínima 
(inicial)
Dose 
máxima 
(dia)
Tomadas 
ao dia
Biguanidas
Cloridrato de 
Merformina
500mg Comprimido 500mg 2550mg 3
Cloridrato de 
Merformina
850mg Comprimido 500mg 2550mg 3
Derivados da 
ureia, 
sulfonamidas
Glibenclamida 5mg Comprimido 2,5mg 20mg 2-3
Gliclazida 30mg Comprimido de 
liberação 
prolongada
30mg - 1
Gliclazida 60mg Comprimido de 
liberação 
prolongada 
30mg - 1
Gliclazida 80mg Comprimido 80mg 320mg 1-2
Tratamento
Tratamento de 1ª Linha
Uso de Metformina  se a pessoa não alcançar a meta glicêmica em 3 meses após tratamento 
não-medicamentoso.
A droga tem um perfil de segurança em longo prazo, efeito neutro e redução do peso, 
ausência de hipoglicemias e reduz eventos macrovasculares
A metformina pode reduzir a incidência de infarto agudo do miocárdio em 36% e 
mortalidade em 32% 
Reduz o nível da glicemia (redução média de 1,5% em média na Hb1Ac), também diminui os 
triglicerídeos, provoca pequena diminuição do LDL e aumento muito modesto no HDL
NOTA: No processo de acompanhamento, solicita-se glicemia de jejum e Hb1AC após 3 meses de 
tratamento
Tratamento
Tratamento de 2ª Linha
A associação de um segundo fármaco ocorre com a maioria das pessoas com DM tipo 2, 
em virtude do caráter progressivo da doença.
Se as metas de controle não forem alcançadas após três a seis meses de uso de 
metformina, pode-se associar uma sulfonilureia.
O acréscimo do segundo fármaco também pode ser feito precocemente, de 4 a 8 
semanas após o primeiro ter sido iniciado (metformina) e não se ter obtido uma 
resposta satisfatória.
Em nove anos, cerca de 75% dos pacientes necessitam utilizar mais de uma medicação para 
o controle glicêmico.
Tratamento
Tratamento de 3ª Linha
Quadro- Insulinas disponíveis no SUS
NOTAS: 1) As insulinas reduzem a HbA1c em até 3,0% (GROSS et al., 2010), sendo as hipoglicemias o 
principal limitante.
2) Via de Administração  Subcutânea. A insulina regular também pode ser aplicar EV e IM, 
em situações que requerem um efeito clínico imediato.
Tratamento
Tratamento de 3ª Linha- Aplicação de Insulina
TRATAMENTO
NOTA: A velocidade de absorção varia conforme o local de aplicação, sendo mais rápida no 
abdômen, intermediária nos braços e mais lenta nas coxas e nádegas (MS,2013).
Acompanhamento ideal da pessoa com DM deve incluir, quando a avaliação individual 
prévia é sem alterações/complicações:
• Com, no mínimo, creatinina sérica e cálculo da taxa de filtração 
glomerular, para rastreamento da nefropatia diabética.
Avaliação anual da 
função renal
• Para rastreamento da retinopatia diabética.
Avaliação anual do 
fundo de olho
• Com hemoglobina glicada.
Avaliação semestral 
do controle glicêmico
Acompanhamento Pós-definição de Tratamento
Complicações
Agudas
Hipoglicemia
Cetoacidose
Síndrome Hiperosmolar
Hiperglicêmica Não Cetótica
Crônicas
Microvasculares
Macrovasculares
Complicações
Crônicas
Microvasculares
Retinopatia
Nefropatia
Neuropatia
Macrovasculares
Doença Coronariana
Doença Cerebrovascular
Doença Vascular 
Periférica
Complicações
Agudas
Cetoacidose 
Diabética
Deficiência absoluta ou 
relativa de insulina
Ocorre principalmente 
no DM tipo 1 e LADA
Sintomas: Polidpsia, 
Poliúria, Enurese, halito
cetônico, fadiga, visão 
turva, vômitos, dor 
abdominal, hiperventilação
e alteração do estado 
mental.
Síndrome Hiperosmolar
Hiperglicêmica não Cetótica
Hiperglicemia grave (>600 a 
800mg/dl) acompanhada de 
desidratação e alteração do 
estado mental, na ausência de 
cetose.
Ocorre APENAS no DM tipo 2
Mortalidade mais elevada que a 
Cetoacidose Diabética
Hipoglicemia
Diminuição dos níveis 
glicêmicos (<70mg/dl) 
com ou sem sintomas
Ocorre mais em 
pacientes em uso de 
insulina
Sintomas: Fome, 
tontura, fraqueza, dor 
de cabeça, confusão, 
coma, convulsão, 
taquicardia, tremores.
Complicações
I
• Risco para lesões relacionadas com as complicações
II
• Adaptação prejudicada, relacionada com a cronicidade da doença e com a 
complexidade do tratamento.
III
• Déficit potencial de autocuidado relacionado com o comprometimento físico 
ou fatores sociais.
IV
• Conforto alterado relacionado com às injeções de insulina e aos testes 
capilares
V
• Nutrição alterada relacionada ao desequilíbrio de insulina, alimento e 
atividade física
Diagnósticos de Enfermagem
• Administração de líquidos e eletrólitos conforme
prescrição médica; Monitorização e encorajamento da
ingesta oral líquida; Monitorização de SSVV (verificar sinais
de desidratação)
Manutenção do 
Equilíbrio 
Hidroeletrolítico
• Dieta planejada com controle da glicemia e ingesta calórica
adequada
Melhorar ingesta 
nutricional
• Apoio emocional; Incentiva e encorajar aprendizado dos
comportamentos de autocuidado
Redução da Ansiedade
• Hipoglicemia; Sobrecarga hídrica (evitar administração de
grandes volumes de líquidos); Hiperglicemia e Cetoacidade;
Hipocalemia (diminuição do Potássio).
Monitorizar e Tratar 
complicações potenciais
PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
AVALIAÇÃO E CUIDADOS COM OS PÉS DE 
PESSOAS DIABÉTICAS
MsC Flávia Danielli Martins Lima
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Entre as complicações crônicas do diabetes mellitus (DM), as úlceras de pés (também
conhecido como pé diabético) e a amputação de extremidades são as mais graves e de maior
impacto socioeconômico (BOULTON, 2008)..
As úlceras nos pés apresentam uma incidência anual de 2%, tendo a pessoa com diabetes um
risco de 25% em desenvolver úlceras nos pés ao longo da vida (BOULTON, 2008).
Essa complicação é responsável por 40% a 70% das amputações não traumáticas de membros
inferiores. Aproximadamente 20% das internações de indivíduos com diabetes ocorrem por
lesões nos membros inferiores.
CONCEITO
Denomina-se Pé Diabético a presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos 
profundos associados a anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular 
periférica em pessoas com Diabetes Mellitus (MS, 2016).
As alterações de ordem neurológica e vascular em 
extremidades, provocadas pelo quadro de DM, produzem 
distorções na anatomia e fisiologia normais dos pés.
CONCEITO
Alterações/Distorções na anatomia e fisiologia normais dos pés.
Áreas com maior risco de ulceração
Pé Plano Pé Cavo
Pressão Interdigital
HáluxValgo
Dedo em garra
FATORES DE RISCO
I • Duração do DM (superior a dez anos)
II • Úlceras nos pés no passado e/ou amputação prévia
III • Neuropatia periférica
IV • Deformidade nos pés
V • Doença vascular periférica
VI • Nefropatia diabética (especialmente em diálise)
VII • Mau controle glicêmico
VIII • Tabagismo
TRÍADE DO PÉ DIABÉTICO
I
• Neuropatia
II
• Ulceração
III
• Vasculopatia periférica
Sem 
Infecção
Com 
InfecçãoTipos de Ulceração
CICATRIZAÇÃO NO PÉ DIABÉTICO
I
• Prejudica a síntese do colágeno
II
• Diminui a capacidade de fagocitose pelos leucócitos
III
• Aumenta o risco de infecção
IV
• Afeta a sensibilidade dos membros inferiores
Por que é difícil a cicatrização no Pé Diabético?
R: Porque a Hiperglicemia:
CLASSIFICAÇÃO
T
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o
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d
e
 u
lc
e
ra
s 
d
e
 P
é
 
D
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b
é
ti
co
Vascular/ Isquêmico
Claudicação 
intermitente 
(cãibra/dor durante o 
exercício)
Pé frio com ausência de 
pulsos
Pé pálido com elevação 
do membro
Neuropático
Perda progressiva de 
sensibilidade
Sensação de queimação 
e formigamento 
(melhora com 
exercício)
Lesões traumáticas 
indolores
Misto
CLASSIFICAÇÃO
Quadro- Classificação 
fisiopatológica do Pé 
Diabético, segundo 
sinais e sintomas.
CLASSIFICAÇÃO
Pé Neuropático Pé Isquêmico
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
1)Anamnese
Avaliar os seguintes fatores de risco
Tempo de doença 
do DM e controle 
glicêmico
História de 
complicações 
micro e 
macrovasculares
História de 
Tabagismo
História de 
úlceras, 
amputações e by-
pass em membros
Dor ou 
desconforto em 
membros 
inferiores
Cuidados de 
higiene e proteção 
dos pés
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2) Exame Físico
• Aumento das proeminências dos metatarsos, dedos em garra, dedos em
martelo, joanetes e perda do arco plantar (Artropatia de Charcot)
Anatomia do Pé
• Verificar presença de xerodermia (pele ressecada), o que predispõe às
fissuras e às ulcerações
Hidratação
• Pele pálida, avermelhada, azulada ou arroxeada, pele fria e rarefação de
pelos são sinais de insuficiência arterial e devem ser complementados
com o exame da palpação dos pulsos.
Coloração, Temperatura 
e distribuição dos pêlos
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2) Exame Físico
• Verificar unhas quebradiças, atrofia de pele, lesões esfoliativas, calosidades, 
umidades entre dedos e tipo de corte da unha.
Integridade de 
unhas e pele
• Compreende a avalição da sensibilidade (tátil, dolorosa-térmica e vibratória),
a avaliação de reflexos tendíneos e a avaliação da função motora.
Avaliação 
Neurológica
• Deve contemplar, no mínimo, a palpação dos pulsos pediosos e tibiais
posteriores
Avaliação 
Vascular
• Verifica se as feridas/úlceras são agudas ou crônicas, localização, tamanho, tipo, 
edema, coloração, aspecto da borda, presença de exsudato e/ou infecção.
Avaliação de 
Feridas
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2) Exame Físico- Classificação da úlcera do Pé Diabético
Classificação de 
Wagner
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2) Exame Físico- Classificação da úlcera do Pé Diabético
Classificação da 
Universidade do 
Texas
GRAU DESCRIÇÃO ESTÁGIO
0 Lesão epitelizada, pré ou pós ulcerativa A
1 Lesão superficial, sem comprometer tendão, 
cápsula ou osso
A-D
2 Lesão atinge o tendão ou a cápsula A-D
3 Lesão atinge o osso A-D
Estágios: A=sem infecção ou isquemia; B= infecção; C= isquemia; D= 
infecção+isquemia
Palpação Falanges
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2) Exame Físico do Pé Diabético
• Pele e UnhasInspeção
• Falanges; Região dos Metatarsos; 
Calcâneo e Pulsos PeriféricosPalpação
Palpação Região 
Metatarso
Palpação Tendão 
do Calcâneo
Palpação 
Osso Global 
do Calcâneo
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2.1) Avaliação Neurológica
Sensibilidade tátil com monofilamento de Semmes-Weinstem
Realizado com monofilamento de 10 gramas (laranja). É o método de escolha.
Aplicar 2 vezes no mesmo local, alternando 
com pelo menos 1 vez simulada (não tocar), 
contabilizando no mínimo 3 perguntas por 
aplicação.
A percepção da sensibilidade protetora está 
presente se 2 respostas forem corretas das 3 
aplicações.
A percepção da sensibilidade protetora está 
ausente se 2 respostas forem incorretas das 3 
aplicações.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2.1) Avaliação Neurológica
Sensibilidade vibratória com diapasão de 128 Hz
O local de escolha para o teste é a parte óssea no lado dorsal da falange distal do hálux, em ambos os pés, mas 
alternativamente o maléolo lateral pode ser utilizado
O teste é positivo (alterado) se o
paciente responde de forma incorreta
(pessoa perde a sensação da vibração
enquanto o examinador ainda
percebe o diapasão vibrando), em
pelo menos 2 de 3 aplicações, e
negativo (normal) com 2 das 3
respostas corretas.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2.1) Avaliação Neurológica
Avaliação reflexo aquileu
É obtido por meio da percussão com o martelo de reflexos ou 
com a digitopercussão do tendão de Aquiles.
O teste é considerado alterado quando a flexão plantar reflexa do pé 
está ausente ou diminuída.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2.2) Avaliação Vascular
O exame deve contemplar, no mínimo, 
a palpação dos pulsos pediosos e 
tibiais posteriores
Caso o exame clínico levante a suspeita 
de vasculopatia (por exemplo, pulsos 
diminuídos ou não palpáveis) e não 
consiga se palpar os pulsos, deve-se 
encaminhar o paciente para avaliação 
vascular complementar.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PÉ DIABÉTICO
2.3) Avaliação de Feridas
Localização anatômica.
Bordas/margens: aderida, 
perfundida, macerada, 
descolada, fibrótica, 
hiperqueratótica, outros.
Tipo/quantidade de tecido: 
granulação, epitelização, 
desvitalizado ou inviável 
(esfacelo e necrose).
Pele perilesional: edema, 
coloração, temperatura, 
endurecimento, flutuação, 
crepitação, descamação, outros.
Exsudato: quantidade, aspecto, 
odor.
Infecção: presença de sinais 
sugestivos
Tamanho: área (cm²)/diâmetro 
(cm)/profundidade (cm), 
observando se há exposição 
de estruturas profundas, como 
estruturas ósseas e tendões.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DO PÉ DIABÉTICO
Categoria de Risco Situação Clínica Periodicidade de Acompanhamento
0 Neuropatia Ausente Anual, preferencialmente com médico ou 
enfermeiro da AB.
1 Neuropatia presente com ou sem 
deformidades (dedos em garra, dedos em 
martelo, proeminências em antepé, Charcot).
A cada 3 a 6 meses, com médico ou enfermeiro 
da AB.
2 Doença arterial periférica com ou sem 
neuropatia presente.
A cada 2 a 3 meses, com médico e/ou 
enfermeiro da AB. Avaliar necessidade de 
encaminhamento para outro ponto de atenção.
3 História de úlcera e/ou amputação A cada 1 a 2 meses, com médico e/ou 
enfermeiro da AB, ou equipe especializada.
NOTAS: 1) Pessoas com úlceras instaladas podem precisar de acompanhamento semanal ou até mesmo diário.
2) Essa classificação deve ser usada para nortear a conduta de cuidado e de acompanhamento do 
profissional após a avaliação inicial.
ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS NOS PÉS EM 
DIABÉTICOS
AUTOEXAME DOS PÉS
 Examinar os pés diariamente
 Procurar por micoses, rachaduras, calos, 
bolhas, feridas, mudança de cor e 
temperatura ou diminuição da 
sensibilidade.
 Em caso de dificuldade no autoexame, 
utilizar espelho no chão ou solicitar ajuda
HIGIENE E HIDRATAÇÃO DOS PÉS
 Lavar diariamente os pés
 Utilizar sabão neutro e água morna
 Evitar deixar os pés de molho na água
 Secar cuidadosamente os pés
 Aplicar hidratante diariamente nos pés e pernas, 
exceto entre os dedos e sobre feridas
 Preferir hidratantes à base de ureia a 10%, lanolina 
ou vaselina
ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS NOS PÉS EM 
DIABÉTICOS
CUIDADOS COM UNHAS E CALOS
 Cortar as unhas de forma reta, sem 
aprofundar os cantos
 Não retirar cutículas
 Não utilizar agentes químicos ou 
emplastros para remover calos
 Calos devem ser removidos apenaspor 
profissional de saúde treinado
CALÇADOS E MEIAS
 Evitar andar descalço dentro de casa
 Não usar sapatos sem meias
 Usar meias de algodão, sem costuras internas e 
externas
 Trocar as meias diariamente
 Não usar meias apertadas ou na altura do joelho
 Sapato não deve ser apertado nem muito folgado
ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS NOS PÉS EM 
DIABÉTICOS
PALMILHAS E ÓRTESES PLANTARES
 Protetor de joanetes;
 Palmilhas;
 Abordagem da Artropatia de Charcot
TERAPIA TÓPICA
 Limpeza
 Debridamento
 Escolha da cobertura ideal
Roboffot
Gesso de 
contato total
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TERAPIA TÓPICA
A abordagem da úlcera neuropática segue cinco pilares principais, para que 
haja cicatrização primária sem evoluir para amputação:
I
• Limpeza regular da lesão associada à proteção local, com curativo oclusivo simples 
e calçado adequado;
II
• Remoção de calosidades na região ulcerada;
III
• Proteção do leito de cicatrização de trauma, durante a marcha, com retirada da 
carga nesse local
IV
• Acompanhamento rigoroso do seguimento clínico da úlcera (detectar sinal de 
piora e retardo da cicatrização)
V
• Tratamento de qualquer infecção presente
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TERAPIA TÓPICA
Notas Importantes
A escolha de qualquer terapia tópica deve ser precedida de uma avaliação criteriosa da 
lesão, do grau de comprometimento neuropático e/ou isquêmico, da presença de 
infecção e da profundidade da lesão;
Devem ser considerados os princípios mais importantes para o cuidado da úlcera e 
do leito da lesão: inspeção regular; limpeza; remoção de debris (esfacelos) e proteção 
do tecido em regeneração;
As coberturas devem ser escolhidas mediante o predomínio do tipo de tecido e a 
prioridade que o tratamento exija no momento da avaliação da ferida.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TERAPIA TÓPICA
Resumo das Recomendações para a utilização de terapia tópica conforme a 
aparência da lesão 
Aparência da Lesão Alternativas Terapêuticas
Lesão superficial ou abrasão dérmica, 
queimadura superficial ou no local de enxertia 
da pele
Hidrocolóide
Hidrogel
 Filme
Cobertura hidrocelular ou espumosa
Lesão em processo de granulação  Tecido produzido por bioengenharia 
Hidrocolóide
Alginato
Cobertura hidrocelular ou espumosa
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TERAPIA TÓPICA
Aparência da Lesão Alternativas Terapêuticas
Lesão com odor desagradável e exsudato 
moderado a alto
Curativos de carvão ativado 
Lesão com presença de fibrina ou tecido 
necrótico úmido 
Hidrocolóide, na presença de exsudação 
leve a moderada 
Hidrogel, na presença de exsudação leve 
Alginato, na presença de exsudato intenso 
Resumo das Recomendações para a utilização de terapia tópica conforme a 
aparência da lesão 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TERAPIA TÓPICA
Resumo das Recomendações para a utilização de terapia tópica conforme a 
aparência da lesão 
Aparência da Lesão Alternativas Terapêuticas
Lesão com presença de tecido necrótico 
escurecido e seco
Hidrogel* 
Desbridamento** 
*: No caso de pessoas com doença arterial periférica e para as quais é indicada a amputação, recomenda-se
não desbridar e o uso de hidrogel está contraindicado quando o pulso não é palpável, pois pode aumentar o
tamanho da ferida e macerar a área em volta da úlcera, caso haja suprimento inadequado de sangue para
acompanhar a cicatrização.
** O tecido necrótico provocado pela insuficiência arterial não deve ser desbridado. Nessas feridas, a falta de
fluxo sanguíneo não só retarda a cura, como também impede que o sistema imunológico manuseie as bactérias
que penetram na ferida
ATIVIDADE DISCENTE
Hirota, CMO; Haddad, MCL; Guariente, 
MHDM. Pé diabético: o Papel do 
Enfermeiro no contexto das inovações 
terapêuticas. Cienc Cuid Saude, 2008 
Jan/Mar; 7(1):114-120

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