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1 capacidade técnica e pessoal dos juízes leigos para julgarem os crimes contra a vida

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1.Capacidade técnica e pessoal dos juízes leigos para julgarem os crimes contra a vida
O tribunal do júri tem como competência proferir uma decisão sobre o destino do acusado, seja essa escolha de condenar ou absorve-lo, sem a necessidade de justificar sua decisão, uma vez que estar prevista no artigo 5º, XXXVIII, da Constituição Federal. “No Júri, compete aos jurados externar o veredicto; surgindo a condenação, aí sim o Magistrado influenciará no mérito do julgamento, aplicando a pena correspondente. Nada mais” (Tubenchlak 1997. Pág.192). [1: Artigo 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;]
 O tribunal do júri foi criado para que aqueles que cometessem algum crime contra a vida, fosse julgados por iguais, garantido a defesa do acusado, por meio de um julgamento realizado pela própria sociedade contra um crime praticado contra si mesma, no entanto como os jurados não possuem um conhecimento técnico jurídico, o julgamento do acusado pode permanecer prejudicado. 
Ocorre que uma das maiores críticas ao tribunal do júri é a capacidade dos jurados para decidir sobre crimes que atentam para o maior bem tutelado pelo direito, esses críticos acreditam que na maioria das vezes a formação dos jurados é de pessoas leigas que não tem conhecimento jurídico para compreender conceitos como imputabilidade, violenta emoção, provocação injusta, torpeza, motivo fútil, além de ter que responderem questões de fato e de direito ,resultando na falta de democratização para o acusado. Sobre isso, entende Edmundo de Oliveira que: 
O Tribunal do Júri chega a ser a negação da justiça por se entregar aos leigos a difícil e complexa arte de julgar, em conformidade com a ciência da lei e com a técnica de sua ajustada aplicação aos casos concretos. (OLIVEIRA,2013, p.)[2: OLIVEIRA, Edmundo et.al Apud BAYER, Diego Augusto. Tribunal do Júri: opiniões contrárias e favoráveis a essa instituição. 2013. ]
A possibilidade de erro por parte dos juízes leigos ocorre por carecerem de conhecimento de conceitos jurídicos e princípios constitucionais que não é possível explicar em poucas horas de debate, visto que até mesmo os operadores de direito levaram anos para compreender, por esse motivo colocam em risco a credibilidade e a segurança do tribunal do júri. No entendimento de Aury Lopes Junior:
A falta de profissionalismo, de estrutura psicológica, aliados ao mais completo desconhecimento do processo e de processo, são graves inconvenientes do Tribunal do Júri. Não se trata de idolatrar o juiz togado, muito longe disso, senão de compreender a questão a partir de um mínimo de seriedade científica, imprescindível para o desempenho do ato de julgar. (Junior, 2004, p. 171)[3: Aury Lopes Junior 2004, Pág. 171]
Citando o posicionamento do doutrinador Aury Lopes, os jurados fica limitado ao que é trazido em debate, pois no seu entendimento os jurados carece de entendimento de direito e processo, faltando também o conhecimento legal e dogmático. Nessa mesma linha de raciocínio, Paulo Victor de Oliveira aduz que:[4: LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p.230]
É sabido que o Tribunal do Júri possui defensores fervorosos, assim como críticos ferrenhos. O ponto fundamental da polêmica é a entrega do julgamento ao Conselho de Sentença, formado por leigos. Questiona-se a capacidade destes de compreender a lei melhor que um juiz togado, que conhece o direito e se encontra menos vulnerável à influência da boa retórica. (Oliveira, 2013.)[5: OLIVEIRA, Edmundo et.al Apud BAYER, Diego Augusto. Tribunal do Júri: opiniões contrárias e favoráveis a essa instituição. 2013.]
Relatado a falta de conhecimento dos jurados, pode –se notar uma problematização resultante dessa deficiência que seria a tomada de decisões pelos jurados fundada nos argumentos ora trazido em debate, ou seja o que leva em conta é a atuação teatral do membro do ministério público e do defensor do acusado. Portando pode –se relatar que os jurados são levados pelos discursos eloquente e respondem as questões com base nos relatos absorvidos por eles, sem qualquer juízo de direito, mas sim de fato. Por essa razão o julgamento realizado pelo jurados deixa dúvida quanto ao caráter justo de sua escolha. Nessa mesma ideia, Luiza Nagib Eluf entende que: 
A instituição do Júri Popular, que julga somente os crimes dolosos contra a vida, precisa ser repensada. Há decisões estapafúrdias que só ocorrem em julgamentos de crimes de competência do Júri. A atuação dos profissionais da acusação e da defesa conta muito no convencimento dos jurados, que, às vezes, decidem levados pela eloquência de um ou de outro. Não raro, sentenças que contrariam as provas dos autos são anuladas pelos Tribunais de Justiça dos Estados e novos júris têm de ser realizados para julgar a mesma pessoa, pelo mesmo crime. (Eluf 2003. p. 16)[6: Luiza Nagib Eluf ,2003. Pág. 16]
Possíveis influências externas sofridas pelos jurados
Ao fazer uma análise do procedimento técnico do tribunal do júri pode destacar duas possíveis causas externas que possam influenciar nas decisões dos jurados, que são: a mídia e a opinião pública.
 
Mídia
Nota-se que a maneira que as imprensas sensacionalistas passam as informações aos telespectadores geram um sentimento de realizar justiça, que é passada através de emoção e percepção superficiais. Nesse mesmo entendimento o Promotor de Justiça Paulo Freitas disciplina:
A mídia, como visto, exerce um papel preponderante na dinamização dos sistema penal pós-moderno. E parte desse papel consiste justamente em disseminar a insegurança, explorando o fenômeno crime de forma a incutir na crença popular um medo do crime que não necessariamente corresponde à realidade da violência. A mídia reforça e dramatiza a experiência pública do crime, colocando o fenômeno criminal na ordem do dia de qualquer cidadão. (FREITAS, 2016, p.150).[7: Promotor de Justiça Paulo Freitas, 2016, p.150]
A grande problematização dessa influência é quando a justiça é realizada pelo povo, como no caso do conselho de sentença formado por populares, que pode surgi injustiça, já que os jurados levam as informações como o medo, raiva e preconceito, passados pelas mídias. Por essas noticiais os jurados deixam de decidir pelo fato de direito e passam a jugar pela emoção. Nesse mesmo sentindo entende-se que: 
A liberdade de expressão pelos meios de comunicação de massa vem se transformando em arbítrio de expressão, que nada mais é do que a negação dessa liberdade. A informação na atualidade não mais transmite a realidade autêntica, seus aspectos essenciais. As notícias são fragmentadas, superficiais, parciais, sensacionalistas, capazes de ridicularizar e destruir os mais nobres e altos sentimentos, valores éticos e a dignidade dos indivíduos. (VIEIRA, 2003, p. 45)[8: VIEIRA, 2003, p. 45]
Opinião pública
A opinião pública é o somatório das opiniões pessoais dos cidadãos que compõem uma sociedade, ou seja a opinião pública é o que dizem, pensam e leva a agir um conjunto de pessoas de uma mesma sociedade. No entendimento Menezes Vieira: 
É possível entender a opinião pública como a expressão de modos de pensar de determinados grupos sociais ou da sociedade como um todo, a respeito de assuntos de interesse comum em um dado momento. Consiste a opinião pública, nas opiniões sustentadas por um o público em certo momento; nas crenças acerca de temas controvertidos ou relacionados com a interpretação valorativa ou significado moral de certos fatos. É a condensação de posições e das preferências num determinado momento, oriundas dos debates ocorridos na esfera pública. (Vieira, 2003, p. 150)[9: Menezes Vieira, 2003, p. 150]
Diante disso é possível dizer que a opinião pública pode influenciar na decisão dos jurados populares,visto que eles trazem consigo opiniões de entendimento da coletividade acerca da condenação ou absolvição do acusado. Essas ideias são ouvidas pelos conselho de sentença ao longo dos dias, visto que os jurados também compõem a sociedade na qual se formou a opinião pública. Portando o que o jurado trouxe consigo não lhe pode ser extraído e vai ser integrado a forma de avaliação popular inerente à instituição do Júri. Diante disso alustra o doutrinador Lopes Filho: 
O jurado e membro da opinião pública, mas, por ser leigo, ao menos em tese, é menos esclarecido do que o juiz togado e a indagação pertinente é se, eventualmente, poderá ser sensibilizado pelo conteúdo da opinião pública? O questionamento se justifica não somente por ser parte dela, nesse ponto, os juízes togados também o são, mas fundamentalmente por dela retirar grande parte do seu convencimento pessoal. Seu estado de espírito é, em grande parte, formado pelos dados coletados ao longo do seu cotidiano. O bombardeio de informações promovido pelos meios de comunicação, durante todo o período em que estiver vigilante, poderá atingi-lo de alguma forma, possivelmente comprometendo seu modo de pensar. (Lopes,2008, p. 91)[10: Lopes Filho, 2008, p. 91]

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