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PEC - Walras P2

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1. Walras classifica o estudo de riqueza social a partir de 3 aspectos, 
dividindo-os em três áreas: economia política pura, economia política 
aplicada e economia social. Explicite o escopo de cada área bem como 
os critérios utilizados para tais classificações. 
 
Walras busca articular pressupostos e elementos econômicos difusos em uma nova 
forma, e para isso recorre a várias influências anteriores a sua teoria. Uma de suas influências 
trata-se de Cournot, que trata como objeto do estudo econômico os problemas referentes a 
riqueza social - conjunto de coisas materiais ou imateriais que são raras, ou seja existem em 
quantidades limitadas e por essa característica tornam-se úteis -, neste estudo utiliza-se de 
funções, revelando a importância da aplicação de artifícios matemáticos nas ciências 
econômicas. 
Em sua teoria, Walras faz ser importante as várias divisões referentes aos limites dos 
campos de estudos. A princípio, busca distinguir dois campos - a ciência e a arte - de forma 
em que essas duas seções são subordinadas: a ciência funciona como uma base que vai 
observar, expor e explicar fenômenos, em linhas gerais pode-se dizer que a ciência vai criar 
conhecimento e a arte irá operar utilizando os conhecimentos da ciência, é a aplicação desses 
conhecimentos, podendo ser vista como uma ciência aplicada. Desse modo, a questão do 
subordinamento trata-se de que é a ciência que vai permitir a evolução da arte. 
Para dividir as áreas de estudo da riqueza social Walras se preocupa na definição dos 
seguintes fatos que servirão de critério para essa divisão: o fato natural - que advém de forças 
naturais, de forma que sua constatação e explicitação devem ser objetos da Ciência Pura - e o 
fato humanitário - que advém do exercício da vontade humana e que deve ser objeto da 
ciência moral, da história e da arte. A partir disso, deriva-se os fatos humanitários em duas 
classes para a distinção entre a arte e a moral: relação entre coisas (todo ser que não se 
conheça e não se possua) e pessoas (todo ser que se conhece e se possui); e relação das 
pessoas entre si. A primeira classe diz respeito a arte (Ciência aplicada), uma vez que resulta 
da vontade da atividade humana sobre as coisas, não envolvendo questões morais; a segunda 
classe por sua vez expressa a condenação moral da atividade da vontade das pessoas entre si, 
dito isto, diz respeito ao campo moral, das ciências sociais. 
A partir desses critérios de divisões chega-se ao escopo de cada área de estudo da 
riqueza social. A economia política pura vai tratar do valor de troca e da troca propriamente 
dita, uma vez que o que determina ambos é um fato natural, não depende da vontade humana 
do vendedor ou do comprador, isso advém da circunstância natural da raridade e utilidade - a 
raridade enquanto disponibilidade natural limitada das coisas e que opera como causa da 
utilidade, pois quanto mais rara é uma coisa, maior é a sua utilidade adicional e a utilidade 
como condição de valor das coisas. A economia política aplicada, por sua vez, trata-se da 
função da indústria enquanto parte da riqueza social, a indústria tem como objetivo a 
multiplicação e transformação dessa riqueza, advém da relação entre pessoas e as coisas, logo 
não envolve a moral, mas faz-se o uso dos conhecimentos da economia política pura para 
alcançar essa multiplicação e transformação da riqueza. Dito isto, resta enquanto escopo da 
economia social a questão moral relacionada a repartição da riqueza social, Walras atenta que 
essa apropriação depende da escolha humana, distinguindo duas formas de apropriação: a 
considerada injusta - subordina a repartição dessa riqueza de acordo com a vontade de certas 
pessoas em detrimento de outras - e a forma considerada justa - a qual busca coordenar o 
destino dessa repartição de acordo com vontade das pessoas entre si. 
 
 
2. A teoria do equilíbrio geral construída por Walras evidencia sua relação 
com a revolução marginalista, bem como elementos de sua concepção 
metodológica de ciência econômica. Através da descrição deste modelo 
evidencie tais elementos. 
 
Como já citado, Walras busca em sua teoria articular teoremas e pressupostos da 
teoria econômica de forma mais prática, com um método que se apoia em artifícios 
matemáticos, com funções e modelos relacionando grandezas de forma a alcançar uma 
exposição mais concisa de alguns fundamentos para explicitar a sua teoria, dando uma 
aplicabilidade matemática a ciência econômica. 
Atendendo a essa nova tendência metodológica no âmbito da economia, Walras cria a 
sua teoria do equilíbrio geral buscando sobrepor a imperfeição da teoria dos clássicos sobre a 
formação preços - eram baseados na teoria do valor trabalho, em que, em linhas gerais, o 
valor do bem é proporcional a quantidade e ao tipo de trabalho empregado na sua aquisição - 
e buscando determinar uma maneira ideal de se utilizar o princípio de utilidade como 
determinante das relações de troca, evidenciando sua relação com a revolução marginalista. 
Em sua teoria de troca leva em consideração dois elementos importantes: a utilidade e 
a raridade. A utilidade de um bem é a sua condição de valor, a raridade por sua vez é a causa 
da condição do seu valor, uma vez que quanto mais limitadas são as quantidades das 
mercadoria, maior será a utilidade que o consumidor irá atribuir àquela mercadoria, em linhas 
gerais, quanto menor a abundância da mercadoria, maior vai ser o seu valor de troca. A 
explicação para isso consiste em que a utilidade total aumenta em cada consumo adicional de 
uma mercadoria, porém cada vez menos, de forma decrescente, a satisfação adicional - a 
utilidade adicional a cada consumo, a satisfação a mais adquirida com cada consumo - é cada 
vez menor, já que o consumidor tende a se saciar de seu consumo. O valor de troca das 
mercadorias são relacionadas a essa raridade, ou seja, quanto mais escasso é o acesso à uma 
mercadoria (mais raras), há menos quantidades disponíveis para serem consumidas, 
mantendo uma satisfação adicional mais elevada a cada consumo. 
Walras considera um mercado de concorrência perfeita, isso inclui que em todas as 
transações as informações são perfeitas e que os vendedores alteram seus preços para se 
chegar a igualdade entre oferta e demanda. A curva de demanda é dada em função do preço, 
quanto maior o preço, menor a demanda. Isso não significa dizer que ao preço zero a 
demanda é infinita, pois está está limitada pela oferta, sendo assim, nesse sistema a oferta é 
subordinada a demanda. 
A noção de equilíbrio geral advém de que oferta e demanda devem estar equilibradas, 
é necessário haver uma igualdade entre esses dois. Walras encara o mercado como um 
sistema de leilão, de modo que se ocorrer uma demanda efetiva (demanda de uma mercadoria 
a um certo preço) superior a oferta efetiva (oferta de certa quantidade a um certopreço) 
aumenta-se o lance (o preço aumenta) até que se restabeleça um novo equilíbrio entre 
demanda e oferta e, de forma análoga, se ocorrer uma oferta efetiva superior a demanda 
efetiva, os lances (preços) tendem a diminuir . O equilíbrio geral da economia só é atingido 
uma vez que há um equilíbrio individual em cada mercado. Se observarmos por essa ótica, o 
equilíbrio no mercado de bens e serviços ocorre uma vez que há também uma igualdade 
entre oferta e demanda nos mercados de trabalho e de capital. 
E é dessa forma que Walras contribui para o pensamento econômico e para a 
revolução marginalista com sua teoria do equilíbrio geral, abordando toda essa sua teoria com 
uma aplicação técnica matemática, através de funções, modelos e equações para a 
explicitação de sua teoria. 
 
 
3. Bibliografia 
 
 
 
 
 
 
WALRAS, L. Compêndio dos Elementos de Economia Política Pura. São Paulo, 
Nova Cultural, (1874-77) 1996

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