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aula 03

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Livro Eletrônico
Aula 03
Direito Administrativo p/ PM-TO (Cadete) Com videoaulas
Professor: Herbert Almeida
05878871335 - Mário Sérgio dos Santos Reis
Direito Administrativo p/ PM-TO 
Cadete 
Teoria e exerc’cios comentados 
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 3 
 
	 	 	 	 	 	 	 	 	
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AULA 3: Organiza‹o administrativa (parte 2) 
SUMÁRIO	
EMPRESAS	PÚBLICAS	E	SOCIEDADES	DE	ECONOMIA	MISTA	............................................................................	2	
CONCEITO	..............................................................................................................................................................	2	
CRIAÇÃO	E	EXTINÇÃO	...............................................................................................................................................	4	
ATIVIDADES	DESENVOLVIDAS	.....................................................................................................................................	6	
REGIME	JURÍDICO	..................................................................................................................................................	10	
BENS	...................................................................................................................................................................	14	
FALÊNCIA	.............................................................................................................................................................	15	
PRESCRIÇÃO	.........................................................................................................................................................	16	
LICITAÇÕES	E	CONTRATAÇÕES	...................................................................................................................................	16	
CONTROLE	E	SUPERVISÃO	MINISTERIAL	.......................................................................................................................	19	
DIFERENÇAS	ENTRE	EP	E	SEM	.................................................................................................................................	20	
FUNDAÇÕES	PÚBLICAS	.................................................................................................................................	27	
CONCEITO	............................................................................................................................................................	27	
NATUREZA	JURÍDICA	...............................................................................................................................................	29	
CRIAÇÃO	E	EXTINÇÃO	.............................................................................................................................................	30	
ATIVIDADE	...........................................................................................................................................................	31	
REGIME	JURÍDICO	..................................................................................................................................................	34	
PATRIMÔNIO	........................................................................................................................................................	35	
LICITAÇÕES	E	CONTRATOS	........................................................................................................................................	35	
REGIME	DE	PESSOAL	...............................................................................................................................................	36	
FORO	COMPETENTE	...............................................................................................................................................	36	
CONTROLE	DO	MINISTÉRIO	PÚBLICO	.........................................................................................................................	37	
QUESTÕES	MÚLTIPLA	ESCOLHA	....................................................................................................................	38	
QUESTÕES	COMENTADAS	NA	AULA	.............................................................................................................	56	
GABARITO	....................................................................................................................................................	66	
REFERÊNCIAS	................................................................................................................................................	66	
	
 
Ol‡ pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje vamos estudar a segunda parte das organiza›es 
administrativas, que comporta as empresas pœblicas, as sociedades de 
economia mista e as funda›es pœblicas. 
Vamos ˆ aula, aproveitem! 
	 	
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Direito Administrativo p/ PM-TO 
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EMPRESAS	PÚBLICAS	E	SOCIEDADES	DE	ECONOMIA	MISTA	
Conceito	
As empresas estatais dividem-se em empresas pœblicas e 
sociedades de economia mista. As duas s‹o entidades administrativas, 
integram a administra‹o indireta, possuem personalidade jur’dica de 
direito privado, tm sua cria‹o autorizada em lei e podem ser criadas para 
explorar atividade econ™mica ou prestar servios pœblicos. 
Vejamos a defini‹o de cada uma dessas entidades nos ensinamentos 
de JosŽ dos Santos Carvalho Filho1: 
	
Empresa	pública	(EP):	
“são	pessoas	jurídicas	de	direito	privado,	integrantes	da	Administração	Indireta	do	
Estado,	criadas	por	autorização	legal,	sob	qualquer	forma	jurídica	adequada	a	sua	
finalidade,	para	que	o	Governo	exerça	atividades	gerais	de	caráter	econômico	ou,	
em	certas	situações,	execute	a	prestação	de	serviços	públicos”.	
São	 exemplos	 de	 empresas	 públicas	 federais	 a	 Empresa	 Brasileira	 de	 Correios	 e	
Telégrafos	 –	 EBCT;	 a	 Caixa	 Econômica	 Federal	 –	 CEF;	 o	 Banco	 Nacional	 de	
Desenvolvimento	Econômico	e	Social	–	BNDES;	o	Serviço	Federal	de	Processamento	
de	Dados	–	Serpro;	e	muitas	outras.	
Sociedade	de	economia	mista	(SEM):	
“são	pessoas	jurídicas	de	direito	privado,	integrantes	da	Administração	Indireta	do	
Estado,	criadas	por	autorização	 legal,	 sob	a	 forma	de	 sociedades	anônimas,	 cujo	
controle	 acionário	 pertença	 ao	 Poder	 Público,	 tendo	 por	 objetivo,	 como	 regra,	 a	
exploração	de	atividades	gerais	de	caráter	econômico	e,	em	algumas	ocasiões,	a	
prestação	de	serviços	públicos”.	
Como	exemplos,	podemos	mencionar	o	Banco	do	Brasil	S.A.;	o	Banco	da	Amazônia;	
a	Petróleo	Brasileiro	S.A.	–	Petrobrás.	
																																																								
1
	Carvalho	Filho,	2014,	p.	500.	
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AlŽm desse conceito doutrin‡rio, Ž fundamental o conceito estabelecido 
por intermŽdio da Lei 13.303/2016, que trata do regime jur’dico das 
empresas pœblicas e das sociedades de economia mista, segundo o qual a 
empresa pœblica Ž: Òa entidade dotada de personalidade jur’dica de direito 
privado, com cria‹o autorizada por lei e com patrim™nio pr—prio, cujo 
capital social Ž integralmente detido pela Uni‹o, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Munic’piosÓ (art. 3¼, caput). Em breve, teceremos 
alguns coment‡rios em rela‹o ˆ composi‹o do capital social da empresa 
pœblica, j‡ que existem algumas observa›es relevantes. 
Por sua vez, sociedadesde economia mista Ž definida como a 
entidade dotada de personalidade jur’dica de direito privado, com cria‹o 
autorizada por lei, sob a forma de sociedade an™nima, cujas a›es com 
direito a voto pertenam em sua maioria ˆ Uni‹o, aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Munic’pios ou a entidade da administra‹o indireta (Lei 
13.303/2016, art. 4¼). 
Das defini›es acima, Ž poss’vel confirmar como h‡ muito mais 
semelhanas do que diferenas entre essas entidades administrativas. 
Maria	 Sylvia	 Zanella	 Di	 Pietro	 cita	 como	 traços	
comuns	 às	 empresas	 públicas	 e	 sociedades	 de	
economia	mista:	
a) a	criação	e	extinção	autorizadas	por	lei;	
b) personalidade	jurídica	de	direito	privado;	
c) sujeição	ao	controle	estatal;	
d) derrogação	parcial	do	regime	de	direito	privado	por	normas	de	direito	público;	
e) vinculação	aos	fins	definidos	na	lei	instituidora;	
f) desempenho	de	atividade	de	natureza	econômica.	
Vamos ver algumas quest›es! 
 
1. (Cespe – AJ/TRT-ES/2013) A PETROBRAS é um exemplo de empresa pública. 
Comentário: a Petrobrás, ou Petróleo Brasileiro S.A., é um exemplo de 
sociedade de economia mista, eis o erro do item. Mostramos acima alguns 
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exemplos de SEM e EP, é importante fazer uma boa leitura, pois um item como 
este pode se repetir na prova. 
Gabarito: errado. 
2. (Cespe – Administração/MIN/2013) São características comuns a empresas 
públicas e sociedades de economia mista, entre outras, personalidade jurídica de 
direito privado, derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito 
público e desempenho de atividade de natureza econômica. 
Comentário: a questão tomou por base os ensinamentos da professora Maria 
Di Pietro. De acordo com a autora, são características comuns das empresas 
públicas e sociedades de economia mista: a) criação e extinção autorizadas 
por lei; b) personalidade jurídica de direito privado; c) sujeição ao controle 
estatal; d) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de 
direito público; e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; f) 
desempenho de atividade de natureza econômica. 
A derrogação parcial do regime de direito privado significa que algumas 
dessas regras são substituídas por normas de direito público, ou seja, as EP 
e SEM não se submetem exclusivamente ao regime jurídico de direito privado, 
uma vez que devem seguir algumas regras de direito público, como a 
realização de licitação e de concurso público e a submissão aos princípios 
administrativos. 
Quanto ao último item – desempenho de atividade de natureza econômica – 
devemos saber que essa é a regra geral e, portanto, é uma característica 
comum dessas entidades. Com efeito, em que pese também existam 
empresas estatais prestadoras de serviços públicos, isso não deixa de ser, 
em sentido amplo, uma atividade econômica. 
Gabarito: correto. 
Criação	e	extinção	
Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a institui‹o de empresa 
pœblica e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei 
espec’fica. Ap—s a edi‹o da lei autorizativa, ser‡ elaborado o ato 
constitutivo, cujo registro no —rg‹o competente significar‡ o in’cio da 
personalidade jur’dica da entidade. Assim, as empresas pœblicas e 
sociedades de economia mista nascem, efetivamente, ap—s o registro de 
seu ato constitutivo no —rg‹o competente. 
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Com efeito, conforme estabelece a Constitui‹o, a lei dever‡ ser 
espec’fica. N‹o significa que a lei dever‡ tratar t‹o somente da cria‹o da 
EP e da SEM, mas sim que o assunto (matŽria) da lei dever‡ ser relacionado 
com as competncias da nova entidade. Assim, n‹o poder‡ uma lei abordar 
um assunto e, de forma genŽrica, autorizar a cria‹o de uma empresa 
pœblica. Dever‡ a norma, isso sim, tratar da matŽria relacionada com a 
empresa, disciplinando a sua finalidade, estabelecendo diretrizes, 
competncias, estrutura, etc. 
Ap—s a edi‹o da lei, ser‡ elaborado o ato constitutivo, que, em geral, 
Ž feito por meio de decreto. Segundo Alexandrino e Paulo, utiliza-se o 
decreto para dar publicidade ao estatuto, no entanto, a cria‹o efetiva da 
entidade s— ocorrer‡ no momento do registro do —rg‹o competente, e n‹o 
na data de publica‹o do decreto. 
A extin‹o das EP e das SEM segue a mesma regra. Para tanto, dever‡ 
ser editada lei espec’fica autorizando a extin‹o da entidade. Assim, o Poder 
Executivo n‹o poder‡ dar fim ˆs EP e SEM por ato de sua competncia 
exclusiva, reclamando a autoriza‹o do Poder Legislativo. 
Vamos resolver algumas quest›es. 
 
3. (Cespe – Bibliotecário/MS/2013) A criação de uma sociedade de economia 
mista pode ser autorizada, genericamente, por meio de dispositivo de lei cujo 
conteúdo específico seja a autorização para a criação de uma empresa pública. 
Comentário: a criação de SEM e de EP deve ser autorizada por lei específica. 
Dessa forma, a autorização não poderá ser feita de forma genérica, conforme 
consta na questão. Por isso, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
4. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pessoas jurídicas de direito privado integrantes da 
administração indireta, as empresas públicas são criadas por autorização legal para 
que o governo exerça atividades de caráter econômico ou preste serviços públicos. 
Comentário: o trecho “criadas por autorização legal” costuma causar um 
pouco de confusão. No entanto, o item está informando que a criação da 
empresa pública necessidade de autorização legal, o que é verdade. Além 
disso, o item se assemelha ao conceito proposto por José dos Santos 
Carvalho Filho, vejamos: 
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Empresas pœblicas s‹o pessoas jur’dicas de direito privado, integrantes 
da Administra‹o Indireta do Estado, criadas por autoriza‹o legal, 
sob qualquer forma jur’dica adequada a sua finalidade, para que o 
Governo exera atividades gerais de car‡ter econ™mico ou, em 
certas situa›es, execute a presta‹o de servios pœblicos. (grifos 
nossos) 
Dessa forma, podemos concluir com tranquilidade que a questão está correta. 
Gabarito: correto. 
5. (Cespe - Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) O Poder Executivo não 
poderá, por ato de sua exclusiva competência, extinguir uma empresa pública. 
Comentário: para extinguir uma empresa pública, o Poder Executivo 
dependerá autorização legislativa específica. Logo, jamais poderá fazê-lo por 
ato de sua exclusiva competência. 
Gabarito: correto. 
Atividades	desenvolvidas	
De forma simples, as empresas pœblicas e sociedades de economia 
mista podem desenvolver dois tipos de atividade: 
a) explorar atividade econ™mica; 
b) prestar servio pœblico. 
A regra geral Ž que as empresas pœblicas e as sociedades de economia 
mista sejam criadas para atuar na explora‹o de atividades econ™micas 
em sentido estrito. Contudo, a atua‹o do Estado na explora‹o direta da 
atividade econ™mica s— Ž admitida quando necess‡ria aos imperativos da 
segurana nacional ou a relevante interesse coletivo (CF. art. 173, 
caput). 
Nesse contexto, o ¤ 1¼,do art. 173, da CF disp™s que a ÒleiÓ 
estabelecer‡ o estatuto jur’dico da empresa pœblica, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidi‡rias que explorem atividade 
econ™mica de produ‹o ou comercializa‹o de bens ou de presta‹o 
de servios, dispondo sobre: 
a) sua fun‹o social e formas de fiscaliza‹o pelo Estado e pela sociedade; 
b) a sujei‹o ao regime jur’dico pr—prio das empresas privadas, inclusive 
quanto aos direitos e obriga›es civis, comerciais, trabalhistas e 
tribut‡rios; 
c) licita‹o e contrata‹o de obras, servios, compras e aliena›es, observados 
os princ’pios da administra‹o pœblica; 
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d) a constitui‹o e o funcionamento dos conselhos de administra‹o e fiscal, com a 
participa‹o de acionistas minorit‡rios; 
e) os mandatos, a avalia‹o de desempenho e a responsabilidade dos 
administradores. 
O mencionado estatuto jur’dico das EP e SEM est‡ disciplinado na Lei 
13.303/2016. 
Contudo, algumas regras j‡ est‹o claras na Constitui‹o e, portanto, 
merecem maior destaque. Nesse ponto, as empresas estatais (e suas 
subsidi‡rias) que atuarem na explora‹o de atividade econ™mica devem se 
sujeitar ao regime pr—prio das empresas privadas, inclusive no que se refere 
ˆs obriga›es civis, comerciais, trabalhistas e tribut‡rios. O objetivo dessa 
regra Ž evitar que as entidades estatais usufruam de benef’cios n‹o 
extens’veis ˆs empresas privados, o que poderia gerar um desequil’brio no 
mercado. Reforando essa regra, o ¤ 2¼, art. 173, CF, estabelece que as 
Óempresas pœblicas e as sociedades de economia mista n‹o poder‹o 
gozar de privilŽgios fiscais n‹o extensivos ˆs do setor privadoÓ. 
Assim, se o Banco do Brasil S.A., por exemplo, receber uma isen‹o fiscal, 
a mesma regra dever‡ ser aplicada aos bancos privados. 
Quanto ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista que 
prestarem servios pœblicos, n‹o h‡ uma regra t‹o clara na Constitui‹o 
Federal. PorŽm, a doutrina costuma informar que as disposi›es sobre as 
empresas estatais prestadoras de servios pœblicos consta no art. 175 da 
CF, que estabelece que incumbe Òao Poder Pœblico, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concess‹o ou permiss‹o, sempre atravŽs de 
licita‹o, a presta‹o de servios pœblicosÓ. 
Dessa forma, costuma-se dizer que os regramentos previstos no art. 
173 da Constitui‹o Federal n‹o alcanam as EP e SEM que prestam 
servios pœblicos, mas somente aquelas que exploram atividade econ™mica. 
Tal constata‹o causa uma diferena fundamental no regime jur’dico dessas 
entidades, conforme iremos observar no t—pico seguinte. 
A despeito disso, a Lei 13.303/2016 disp™s expressamente que o seu 
regime abrange toda e qualquer empresa pœblica e sociedade de 
economia mista da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios que explore atividade econ™mica de produ‹o ou 
comercializa‹o de bens ou de presta‹o de servios, ainda que a atividade 
econ™mica esteja sujeita ao regime de monop—lio da Uni‹o ou seja de 
presta‹o de servios pœblicos. 
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Portanto, ainda que o regramento constitucional das empresas estatais 
prestadoras de servios pœblicos esteja no art. 175, enquanto das 
exploradoras de atividade econ™mica consta no art. 173, a Lei 13.303/2016 
aplica-se aos dois grupos de empresas. 
ƒ de se mencionar que n‹o todo tipo de servio pœblico que pode ser 
exercido pelas empresas estatais. Elas n‹o podem exercer atividades t’picas 
de Estado, ou seja, aquelas que s— podem ser prestadas por entidades que 
possuem personalidade jur’dica de direito pœblico, como, por exemplo, o 
exerc’cio do poder de pol’cia. 
Por fim, deve-se notar que mesmo quando exploram atividade 
econ™mica, as SEM e as EP s‹o entidades administrativas integrantes da 
Administra‹o Indireta e que, portanto, comp›em a Administra‹o Pœblica 
em sentido subjetivo. Por esse motivo, elas n‹o possuem um regime 
totalmente de direito privado, eis que se submetem a determinadas regras 
de direito pœblico, como os princ’pios constitucionais previstos no art. 37 da 
Constitui‹o Federal. 
Vejamos como isso pode aparecer na prova. 
 
6. (Cespe – Técnico Judiciário/CNJ/2013) Considere que determinada 
sociedade de economia mista exerça atividade econômica de natureza empresarial. 
Nessa situação hipotética, a referida sociedade não é considerada integrante da 
administração indireta do respectivo ente federativo, pois, para ser considerada 
como tal, ela deve prestar serviço público. 
Comentário: as empresas públicas e sociedades de economia mista integram 
a Administração Indireta, em qualquer hipótese, seja as que prestam serviço 
público ou as que exploram atividade econômica. Logo, a assertiva está 
errada. 
Gabarito: errado. 
7. (Cespe – Analista Judiciário/TRT-10/2013) Empresas públicas são pessoas 
jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta do Estado, criadas 
mediante prévia autorização legal, que exploram atividade econômica ou, em certas 
situações, prestam serviço público. 
Comentário: mais um item conceitual. As empresas públicas (e as sociedades 
de economia mista) são: 
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a) pessoas jurídicas de direito privado; 
b) dependem de autorização legislativa para sua criação (e extinção); 
c) atuam prioritariamente na exploração de atividade econômica e, 
eventualmente, na prestação de serviços públicos. 
Gabarito: correto. 
8. (Cespe – DPF/2013) A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de 
direito privado que pode tanto executar atividade econômica própria da iniciativa 
privada quanto prestar serviço público. 
Comentário: outra muito fácil. Uma SEM pode executar atividade econômica 
própria da iniciativa privada ou prestar serviço público. Portanto, perfeito o 
item. 
Gabarito: correto. 
9. (Cespe – AFT/2013) A sociedade de economia mista, entidade integrante da 
administração pública indireta, pode executar atividades econômicas próprias da 
iniciativa privada. 
Comentário: esse item é muito parecido com o anterior. As sociedades de 
economia mista podem executar atividades econômicas próprias da iniciativa 
privada, como, por exemplo, os serviços bancários, como faz o Banco do 
Brasil S.A. Assim, a questão está certa. 
Gabarito: correto. 
10. (Cespe – TNS/PRF/2012) Não é considerada integrante da administração 
pública a entidade qualificada com natureza de pessoa jurídica de direito privado 
que, embora se constitua como sociedade de economia mista, exerça atividade 
tipicamente econômica. 
Comentário: novamente, mesmo quando explora atividade econômica, as 
SEM integram a administração pública. Daí o erro do item. 
Gabarito: errado. 
11. (Cespe – TNS/PRF/2012) As empresas públicas que explorem atividade 
econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do 
setor privado. 
Comentário: segundo o § 2º, art. 173, da CF, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado. Deve-se frisarque essa determinação se 
insere no rol das EP e SEM que exploram atividade econômica. 
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Gabarito: correto. 
Regime	jurídico	
Em qualquer situa‹o, as empresas pœblicas e as sociedades de 
economia mista possuem natureza jur’dica de direito privado. Isso 
porque essas entidades s‹o efetivamente criadas com o registro de seu ato 
constitutivo. 
 
As empresas pœblicas e as sociedades de 
economia mista sempre possuir‹o 
personalidade jur’dica de direito privado. 
Por outro lado, o regime jur’dico dessas entidades ser‡ sempre 
h’brido, em algumas situa›es com predom’nio de regras de direito privado 
e em outras com predom’nio do direito pœblico. O que vai dizer qual o tipo 
de regra dominante Ž a natureza da atividade desenvolvida, isto Ž, se 
prestam servios pœblicos ou exploram atividade econ™mica. 
No entanto, devemos tomar cuidado, pois as quest›es de concurso n‹o 
costumam ser t‹o tŽcnicas. Muitas vezes, as afirmativas tratam o regime 
jur’dico como de direito privado, para diferenci‡-los do regime de direito 
pœblico das outras entidades. Portanto, o mais adequado Ž falar em regime 
jur’dico h’brido, mas tambŽm pode ser considerado correto se a quest‹o 
falar simplesmente em regime de direito privado para as empresas pœblicas 
e sociedades de economia mista. 
As empresas pœblicas e as sociedades de economia mista que 
exploram atividade econ™mica atuam com predom’nio das regras de 
direito privado, porquanto o art. 173, ¤ 1¼, II, da CF, estabelece que o 
estatuto dessas entidades se sujeita ao regime jur’dico pr—prio das 
empresas privadas. Dessa forma, essas entidades s— se submetem ˆs 
regras de direito pœblico quando a Constitui‹o assim o determine, expressa 
ou implicitamente. Assim, para uma lei administrativa dispor sobre regras 
de direito pœblico para uma empresa pœblica exploradora de atividade 
econ™mica, tais regras devem derivar do texto constitucional. 
O entendimento Ž simples, se a pr—pria Constitui‹o determinou que 
as empresas pœblicas e sociedades de economia mista devem seguir as 
regras pr—prias das empresas privadas, somente a pr—pria Constitui‹o 
poder‡ estabelecer exce›es, seja de forma expressa ou de forma impl’cita. 
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Nesse contexto, o art. 37, caput, da Constitui‹o estabelece os 
princ’pios gerais da Administra‹o Pœblica (legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficincia), todos aplic‡veis ˆs EP e ˆs SEM, 
mesmo quando exploram atividades econ™micas. Essas entidades tambŽm 
se sujeitam ao concurso pœblico para contrata‹o de pessoal (CF, art. 37, 
II). Ademais, para o desempenho de suas atividades, as empresas estatais 
obrigam-se a realizar licita‹o pœblica (CF, art. 37, XXI; e art. 173, ¤ 1¼, 
III; Lei 13.303/2016, art. 28). 
A organiza‹o dessas entidades tambŽm depende de regras de direito 
pœblico, uma vez que dependem de lei para autorizar sua cria‹o ou 
extin‹o, ou mesmo para cria‹o de subsidi‡rias, neste œltimo caso, mesmo 
que ocorra de forma genŽrica (CF, art. 37, XIX e XX). Por fim, essas 
entidades submetem-se ao controle e fiscaliza‹o do Tribunal de Contas 
(CF, art. 71) e do Congresso Nacional (art. 49, X). 
Por outro lado, as empresas pœblicas e as sociedades de economia 
mista, quando atuarem na presta‹o de servios pœblicos, submetem-
se predominantemente, ˆs regras de direito pœblico. Isso fica muito mais 
evidente quando as entidades realizam suas atividades-fim, ou seja, 
quando est‹o prestando o servio pœblico para o qual foram criadas. 
Menciona-se, por exemplo, o princ’pio da continuidade do servio 
pœblico e outros. 
Com isso, podemos resumir da seguinte forma. Todas as empresas 
pœblicas e sociedades de economia mista possuem personalidade jur’dica 
de direito privado e regime jur’dico h’brido. PorŽm, quando explorarem 
atividade econ™mica, sujeitam-se predominantemente ao regime de direito 
privado. Por outro lado, quando prestam servios pœblicos, subordinam-se 
predominantemente a regras de direito pœblico. 
Por fim, a atividade preferencial das empresas estatais Ž a explora‹o 
de atividade econ™mica. Dessa forma, se a quest‹o n‹o definir qual a ‡rea 
de atua‹o, devemos partir do pressuposto que Ž a explora‹o de atividade 
econ™mica. Logo, o regime predominante ser‡ de direito privado. 
 
Se a quest‹o n‹o definir a ‡rea de 
atua‹o da EP ou da SEM, o regime 
predominante ser‡ de direito privado. 
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Benefícios	fiscais	
O ¤ 2¼, art. 173, CF, disp›e que as empresas pœblicas e as sociedades 
de economia mista n‹o poder‹o gozar de privilŽgios fiscais n‹o 
extensivos ˆs do setor privado. Todavia, a mencionada regra encontra-
se no art. 173, que se aplica somente ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades 
de economia mista que exploram atividade econ™mica. 
Com efeito, o dispositivo n‹o veda toda concess‹o de privilŽgios fiscais, 
mas t‹o somente aqueles aplicados exclusivamente ˆs empresas pœblicas e 
sociedades de economia mista. Assim, se o ente conceder um privilŽgio 
fiscal a todas as empresas de determinado setor, independentemente se 
s‹o estatais ou n‹o, n‹o haver‡ veda‹o. 
Ademais, quando a empresa atuar em regime de monop—lio, n‹o 
existir‡ nenhuma veda‹o da concess‹o do privilŽgio, ainda que a empresa 
explore atividade econ™mica. O entendimento Ž muito simples, uma vez 
que h‡ monop—lio, n‹o existir‹o empresas do ramo no setor privado. 
Imunidade	tributária	
Nesse ponto, vale trazer um importante entendimento do Supremo 
Tribunal Federal sobre a imunidade tribut‡ria rec’proca. O art. 150, VI, 
ÒaÓ, da CF, estabelece que Ž vedado ˆ Uni‹o, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos munic’pios instituir impostos sobre o patrim™nio, renda ou 
servios, uns dos outros. 
O ¤2¼ do mesmo artigo 150 disp›e que essa regra se estende ˆs 
autarquias e ˆs funda›es institu’das e mantidas pelo Poder Pœblico, no que 
se refere ao patrim™nio, ˆ renda e aos servios, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou ˆs delas decorrentes. Nota-se que, em nenhum 
lugar, h‡ men‹o ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista. 
Contudo, o Supremo Tribunal Federal vem apresentando entendimento de 
que a imunidade tribut‡ria rec’proca aplica-se ˆs empresas pœblicas e 
sociedades de economia mista que prestam servios pœblicos. O primeiro 
julgamento do STF nesse sentido ocorreu com a Empresa Brasileira de 
Correios e TelŽgrafos Ð EBCT, no julgamento do RE 407.099/RS, quando a 
Corte entendeu que a empresa Ž Òprestadora de servio pœblico de 
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presta‹o obrigat—ria e exclusiva do EstadoÓ motivo pela qual est‡ 
abrangida pela regra da imunidade tribut‡ria2. 
Na mesma linha, o STF entendeu que a imunidade tribut‡ria rec’proca 
se aplica ˆ Infraero, empresa pœblica federal, uma vez que presta servio 
pœblico Òem regime de monop—lioÓ.Contudo, o entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, ao decidir o caso da Infraero, aparenta-se ser 
bem mais amplo que o caso da EBCT, vejamos3: 
A submiss‹o ao regime jur’dico das empresas do setor privado, inclusive 
quanto aos direitos e obriga›es tribut‡rias, somente se justifica, como 
consect‡rio natural do postulado da livre concorrncia (CF, art. 170, IV), se 
e quando as empresas governamentais explorarem atividade econ™mica em 
sentido estrito, n‹o se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no 
art. 173, ¤ 1¼, da Constitui‹o, ˆs empresas pœblicas (caso da 
INFRAERO), ˆs sociedades de economia mista e ˆs suas 
subsidi‡rias que se qualifiquem como delegat‡rias de servios 
pœblicos. (grifos nossos) 
Em recente posicionamento, o STF firmou entendimento ainda mais 
amplo, aplicando a imunidade tribut‡ria rec’proca ˆ sociedade de economia 
mista prestadora de a›es e servios de saœde, ou seja, que nem mesmo 
atuava como delegat‡ria de servio pœblico4. Vale dizer, o servio de saœde, 
quando prestado pelo Estado, enquadra-se no conceito de servio pœblico, 
no entanto n‹o ocorre mediante delega‹o, dada sua livre explora‹o pelas 
entidades privadas (CF, art. 199). 
Diante do exposto, s— podemos concluir que a imunidade tribut‡ria 
rec’proca, conforme posicionamento recente do Supremo Tribunal Federal, 
possui uma amplitude genŽrica, alcanando as empresas pœblicas, 
sociedades de economia mista e suas subsidi‡rias prestadoras de 
servios pœblicos. Por outro lado, as empresas pœblicas e as sociedades 
de economia mista que exploram atividade econ™mica n‹o possuem 
imunidade tribut‡ria. 
Vamos exercitar um pouco! 
																																																								
2
	 RE	 407.099/RS.	No	mesmo	 sentido:	 RE	 354.897/RS,	 RE	 398.630/SP,	ACO	765/RJ,	 e	 outros;	 quando	 a	 Corte	
destacou	que	a	EBCT	“é	prestadora	de	serviço	público	de	prestação	obrigatória	e	exclusiva	do	Estado,	motivo	
por	que	está	abrangida	pela	imunidade	tributária	recíproca”.		
3
	RE	363.412/BA.	
4
	RE	580.264	RS.	
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12. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) As empresas públicas são 
pessoas jurídicas de direito público. 
Comentário: muito simples! As empresas públicas, assim como as 
sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de direito privado. Por 
outro lado, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, enquanto 
as fundações públicas podem ser de direito público ou direito privado, 
conforme a sua forma de criação – se criadas por lei, são de direito público; 
se autorizadas por lei, são de direito privado. 
Gabarito: errado. 
13. (Cespe – Técnico Judiciário/TJ-RR/2012) Embora possuam capital 
exclusivamente público, as empresas públicas são pessoas jurídicas a que se 
aplicam, preponderantemente, normas de direito privado. 
Comentário: como a questão não definiu a área de atuação da EP, devemos 
partir do pressuposto que ela explora atividade econômica, afinal essa é a 
atividade primordial das empresas estatais. Assim, as normas de direito 
privado serão aplicadas preponderantemente. 
Gabarito: correto. 
14. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) A empresa pública criada 
com a finalidade de explorar atividade econômica deve ser, necessariamente, 
formada sob o regime de pessoa jurídica de direito privado. 
Comentário: em qualquer hipótese, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista serão formadas sob o regime de pessoa jurídica de direito 
privado. Assim, o item está correto. Contudo, devemos lembrar que o regime 
jurídico será sempre híbrido, predominando ou um ou o outro regime (direito 
público e direito privado). No caso das empresas que exploram atividade 
econômica, as regras predominantes serão de direito privado. 
Gabarito: correto. 
Bens	
Os bens das sociedades de economia mista e das empresas pœblicas 
s‹o considerados bens privados e, portanto, n‹o possuem os atributos 
dos bens pœblicos, como a impenhorabilidade e imprescritibilidade. 
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No entanto, tendo em vista o princ’pio da continuidade dos 
servios pœblicos, a regra para as empresas pœblicas e sociedades de 
economia mista que prestam servio pœblico Ž um pouco diferente. Nesse 
caso, os bens afetados diretamente ˆ presta‹o do servio pœblico gozam 
dos mesmos atributos dos bens pœblicos. Nesse sentido, voltando ao caso 
da Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos Ð EBCT, o Supremo Tribunal 
Federal possui diversos julgados sobre essa entidade, atribuindo-lhe os 
mesmos privilŽgios da fazenda pœblica, como a impenhorabilidade 
de seus bens (e, por conseguinte, a sujei‹o ao regime de precat—rios)5. 
Assim, podemos resumir o caso da seguinte forma. Os bens das 
empresas pœblicas e sociedades de economia mista s‹o bens privados. 
PorŽm, no caso das prestadoras de servio pœblico, os bens diretamente 
relacionados ˆ presta‹o do servio gozam dos mesmos atributos dos bens 
pœblicos. 
Falência	
A Lei 11.101/2005, que regula a recupera‹o judicial, a extrajudicial e 
a falncia do empres‡rio e da sociedade empres‡ria, deixou claro, em seu 
art. 2¼, I, que suas normas n‹o se aplicam ˆs empresas pœblicas e ˆs 
sociedades de economia mista. Dessa forma, independentemente da 
atividade que desempenham, as empresas pœblicas e as sociedades de 
economia mista n‹o se sujeitam ao regime falimentar. 
 
15. (Cespe – Procurador DF/2013) As sociedades de economia mista e as 
empresas públicas exploradoras de atividade econômica não se sujeitam à falência 
nem são imunes aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados 
às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. 
Comentário: não importa qual a natureza da atividade (prestação de serviços 
públicos ou exploração de atividade econômica), pois todas as EP e SEM não 
se sujeitam ao regime falimentar. Quanto à imunidade tributária, o 
entendimento do STF é que ela só se aplica às empresas estatais prestadoras 
de serviço público. Assim, o item está correto, pois as sociedades de 
economia mista e as empresas públicas exploradoras de atividade econômica 
																																																								
5
	RE	220.906	DF.	
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não podem falir e não estão imunes aos impostos sobre patrimônio, renda e 
serviços vinculados às suas finalidades essenciais. 
Gabarito: correto. 
Prescrição	
Vimos que as d’vidas e os direitos em favor de terceiros contra as 
autarquias prescrevem em cinco anos (Decreto 20.910/1932, art. 1¼6, c/c 
Decreto-Lei 4.597/1942, art. 2¼). Para as empresas pœblicas e as 
sociedades de economia mista, contudo, n‹o h‡ essa regra. 
Assim, elas devem se submeter ao regramento previsto no C—digo 
Civil. O art. 205 do CC disp›e que a prescri‹o ocorrer‡ em dez anos, 
quando a lei n‹o lhe haja fixado prazo menor. Em seguida, o art. 206 
estabelece diversos prazos de prescri‹o, para v‡rias situa›es. Cremos 
que n‹o h‡ necessidade de decorar esses prazos, sobretudo quando se fala 
em direito administrativo. Assim, o que nos interessa Žsaber que as 
empresas pœblicas e as sociedades de economia mista n‹o gozam do 
prazo quinquenal de prescri‹o. 
 
16. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) As ações judiciais promovidas contra sociedade de 
economia mista sujeitam-se ao prazo prescricional de cinco anos. 
Comentário: ficou fácil. As EP e as SEM não se submetem ao prazo 
quinquenal. Assim, as regras de prescrição estão previstas nos arts. 205 e 206 
do Código Civil. Dessa forma, concluímos pela incorreção da questão. 
Gabarito: errado. 
Licitações	e	contratações	
A Constitui‹o Federal estabeleceu que o estatuto da empresa pœblica 
e da sociedade de economia mista deveria estabelecer regras espec’ficas 
																																																								
6
	Art.	1º	As	dívidas	passivas	da	União,	dos	Estados	e	dos	Municípios,	bem	assim	todo	e	qualquer	direito	ou	ação	
contra	a	Fazenda	federal,	estadual	ou	municipal,	seja	qual	for	a	sua	natureza,	prescrevem	em	cinco	anos	contados	
da	data	do	ato	ou	fato	do	qual	se	originarem.	
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para licita‹o e contrata‹o de obras, servios, compras e aliena›es, 
observados os princ’pios da administra‹o pœblica. 
Dessa forma, a Lei 13.303/2016 veio a disciplinar a aplica‹o das 
licita›es e contrata›es no ‰mbito das empresas pœblicas e sociedades de 
economia mista. Deve-se observar que, antes da edi‹o da Lei 
13.303/2016, as empresas estatais seguiam, em regra, as normas da Lei 
8.666/1993, excetuando-se apenas algumas empresas, como a Petrobr‡s, 
que possu’a um estatuto pr—prio. 
No entanto, a Lei 13.303/2016 acabou com todos os regulamentos 
espec’ficos, fazendo com que todas as empresas estatais passassem a 
seguir as suas disposi›es relativas ˆs licita›es e contrata›es. 
Anota-se ainda que, expressamente, a Lei 8.666/1993 estabelece que 
as suas regras alcanam as empresas pœblicas e as sociedades de economia 
mista. No entanto, podemos dizer que houve uma revoga‹o t‡cita dessa 
exigncia, uma vez que o Estatuto da Empresa Pœblica e da Sociedade de 
Economia Mista disciplinou quase integralmente a matŽria. 
N‹o obstante, n‹o podemos dizer que a todas as disposi›es da Lei 
8.666/1993 foram afastadas, j‡ que a pr—pria Lei 13.303/2016 disp™s que 
continuam a ser aplicadas ˆs licita›es e contrata›es das empresas 
estatais as regras sobre direito penal e algumas regras sobre critŽrio de 
desempate, contidas respectivamente nos arts. 89 a 99 e 3¼, ¤ 2¼, da Lei 
de Licita›es e Contrata›es. 
Nem todos as contrata›es dependem de prŽvia realiza‹o de licita‹o 
pœblica. Nessa linha, a Lei 13.303/2016 estabeleceu casos de licita‹o 
dispensada, dispens‡vel e de inexigibilidade. 
A licita‹o dispensada envolve os casos em que n‹o s— a licita‹o Ž 
inaplic‡vel, assim como todas as demais exigncias formais constantes na 
Lei 13.303/2016. Nessa linha, as empresas estatais est‹o dispensadas de 
seguir as disposi›es sobre licita›es e contrata›es da Lei 13.303/2016 
nas seguintes situa›es: 
a) comercializa‹o, presta‹o ou execu‹o, de forma direta, pelas empresas 
estatais, de produtos, servios ou obras especificamente relacionados 
com seus respectivos objetos sociais; 
b) nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas 
caracter’sticas particulares, vinculada a oportunidades de neg—cio 
definidas e espec’ficas, justificada a inviabilidade de procedimento 
competitivo. 
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O primeiro caso envolve as atividades final’sticas da empresa. Por 
exemplo, n‹o seria vi‡vel a Petrobr‡s S/A ter que realizar uma licita‹o 
para vender (alienar) petr—leo; tambŽm n‹o seria vi‡vel o Banco do Brasil 
ou a Caixa terem que fazer licita‹o para poder oferecer crŽdito a seus 
correntistas. Em ambos os casos, as empresas estariam desempenhando 
as atividades relacionadas com os seus objetos sociais, motivo pelo qual 
n‹o devem fazer licita‹o. 
O segundo caso Ž um pouco mais complexo. As oportunidades de 
neg—cio, de acordo com a Lei 13.303/2016, envolvem a forma‹o e a 
extin‹o de parcerias e outras formas associativas, societ‡rias ou 
contratuais; assim como a aquisi‹o e a aliena‹o de participa‹o em 
sociedades e outras formas associativas, societ‡rias ou contratuais e as 
opera›es realizadas no ‰mbito do mercado de capitais, respeitada a 
regula‹o pelo respectivo —rg‹o competente. Um exemplo de oportunidade 
de parceria seria a compra de a›es para obter o controle acion‡rio de uma 
outra sociedade. 
Os casos de licita‹o dispens‡vel e de inexigibilidade s‹o bem 
semelhantes aos que constam na Lei 8.666/1993. No primeiro caso 
(licita‹o dispens‡vel), o legislador d‡ op‹o ao agente pœblico de optar por 
realizar ou n‹o a licita‹o, como ocorre nos casos de contrata‹o de baixo 
valor ou de falta de interesse dos fornecedores. Por outro lado, os casos de 
inexigibilidade de licita‹o s‹o aqueles em que h‡ inviabilidade de licita‹o, 
como nas situa›es de um œnico fornecedor ou que apenas uma empresa 
tenha capacidade de prestar o servio. Vale mencionar que, nos casos de 
licita‹o dispens‡vel e de inexigibilidade, a empresa estatal n‹o fica 
desobrigada de todas as disposi›es da Lei 13.303/2016, uma vez que 
precisa cumprir algumas formalidades m’nimas, como justificativa de 
preos e raz‹o da escolha do fornecedor. 
A figura abaixo resume as regras sobre licita›es no ‰mbito das 
empresas estatais: 
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Controle	e	supervisão	ministerial	
As empresas estatais submetem-se ˆ tutela do ente instituir, por 
intermŽdio do ministŽrio do setor correspondente, da mesma forma como 
ocorre com as autarquias e funda›es. Por exemplo: a Petrobr‡s est‡ 
vinculada ao MinistŽrio de Minas e Energia. 
Vale deixar claro mais uma vez que n‹o existe hierarquia entre as 
empresas estatais e o ente instituidor, mas t‹o somente vincula‹o para 
fins de tutela ou supervis‹o ministerial. 
A maior controvŽrsia, entretanto, existia em rela‹o ˆ submiss‹o das 
empresas pœblicas e das sociedades de economia mista ao controle dos 
tribunais de contas, sobretudo em rela‹o ao dever de prestar contas. 
Antigamente, o STF entendia que tais entidades, por possu’rem natureza 
de direito privado, n‹o possu’am o dever de prestar contas, nem podiam 
ser fiscalizadas pelos tribunais de contas. 
No entanto, o pr—prio STF superou este entendimento, fixando a tese 
de que as empresas pœblicas e as sociedades de economia mista est‹o 
sujeitas ˆ fiscaliza‹o do Tribunal de Contas, motivo pelo qual tm o 
dever de prestar contas anuais ou atŽ mesmo instaurar tomada de contas 
especial no caso de irregularidade na aplica‹o de recursos pœblicos, 
quando for o caso (STF MS 25.092, julgamento em 10/11/2005). 
AlŽm disso, essas disposi›es ficaram ainda mais claras com a edi‹o 
da Lei 13.303/2016, que expressamente estabelece que os —rg‹os de 
controle externo e interno fiscalizar‹o as empresas pœblicas e as 
sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas 
domiciliadas no exterior, em rela‹o ˆ legitimidade, ˆ economicidade e ˆ 
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efic‡cia da aplica‹o de seus recursos, sob o ponto de vista cont‡bil, 
financeiro, operacional e patrimonial (art. 85, caput). 
AlŽm disso, o art. 87, caput, da Lei das Estatais prev que o controle 
das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos ser‡ feito 
pelos —rg‹os do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas 
competente, sendo que as empresas pœblicas e as sociedades de economia 
mista s‹o respons‡veis pela demonstra‹o da legalidade e da regularidade 
da despesa e da execu‹o, nos termos da Constitui‹o. 
Por fim, a Lei 13.303/2016 deixa claro que a supervis‹o das empresas 
estatais e as a›es de fiscaliza‹o realizadas pelos —rg‹os ou entes de 
controle n‹o podem reduzir a autonomia dessas entidades ou significar 
ingerncia no exerc’cio de suas competncias (arts. 89 e 90). 
Diferenças	entre	EP	e	SEM	
As diferenas entre as empresas pœblicas e as sociedades de economia 
mista resumem-se em trs: 
a) forma jur’dica; 
b) composi‹o do capital; e 
c) foro processual (somente para as entidades federais). 
Vamos analisar cada uma dessas diferenas. 
Forma	jurídica	
As sociedades de economia mista devem, obrigatoriamente, ter a 
forma de sociedade an™nima (S/A), conforme determina o art. 5¼ da Lei 
13.303/2016. Em virtude dessa forma‹o societ‡ria, as SEM s‹o reguladas, 
basicamente, pela Lei das Sociedades por A›es, que possui um cap’tulo 
espec’fico para tratar dessas entidades (Lei 6.404/1976, arts. 235-240). 
Por outro lado, as empresas pœblicas podem ser formadas sob 
qualquer forma admitida em direito. Assim, elas podem ser unipessoais 
(quando a entidade instituidora possui a integralidade de seu capital), 
pluripessoais (quando possui capital dominante do ente instituidor 
associados aos recursos de outras pessoas administrativas). Cumpre frisar, 
as empresas pœblicas admitem atŽ mesmo a forma de sociedade an™nima; 
nesse caso, porŽm, o capital seria integrado por entidades pœblicas (outros 
entes federados ou entidades administrativas). 
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Com efeito, o Decreto Lei 200/1967 disp›e que as empresas pœblicas 
podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Por 
conseguinte, a doutrina entende que, uma vez que cabe ˆ Uni‹o legislar 
sobre direito civil e comercial (CF, art. 22, I), poderia ser institu’da uma 
empresa pœblica federal sob forma inŽdita, sui generis, n‹o prevista 
para o direito privado. Assim, a Uni‹o criaria uma nova forma de empresa. 
Segundo JosŽ dos Santos Carvalho Filho7, apesar de o Decreto Lei 
200/1967 dispor que as EP podem ser formadas sob qualquer forma 
admitida em direito, existem algumas formas societ‡rias incompat’veis com 
a empresa pœblica, a exemplo das sociedades em nome coletivo (CC, art. 
1.039) sociedade corporativa (CC, art. 1.093) e a empresa individual de 
responsabilidade limitada (CC, art. 980-A). Essas formas societ‡rias s‹o 
tipicamente formadas por pessoas f’sicas, inviabilizando a forma‹o de 
capital por meio do Poder Pœblico. Ainda com essa ressalva, devemos 
manter o entendimento de que as EP podem ser formadas sob qualquer 
forma admitida em direito. 
Dessa forma, podemos entender que as empresas pœblicas podem ser 
criadas sob qualquer forma admitida em direito e, exclusivamente para a 
Uni‹o, podem ser criadas sob uma forma jur’dica inŽdita. Por outro lado, as 
sociedades de economia mista ser‹o sempre constitu’das na forma de 
sociedade an™nima. 
 
Vamos exercitar um pouco! 
 
17. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) As empresas públicas 
apenas podem ser criadas sob a forma jurídica de sociedade anônima. 
																																																								
7
	Carvalho	Filho,	2014,	p.	513.	
Empresa	pública
Qualquer	forma	admitida	em	direito
Ex.:	unipessoal,	pluripessoal,	S/A.
Sociedade	de	Economia	Mista
Somente	S/A.
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Comentário: as empresas públicas podem ser criadas sob qualquer forma 
admitida em direito. Logo, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
18. (Cespe – ATA PGPE/MS/2013) As sociedades de economia mista são pessoas 
jurídicas de direito privado e podem ser constituídas sob qualquer forma jurídica. 
Comentário: as sociedades de economia mista só podem ser constituídas em 
sociedade anônima. São as EP que admitem qualquer forma jurídica (desde 
que compatível). 
Gabarito: errado. 
19. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) As sociedades de economia mista podem revestir-
se de qualquer das formas em direito admitidas, a critério do poder público, que 
procede à sua criação. 
Comentário: novamente, são as empresas públicas que admitem qualquer 
forma admitida em direito. Assim, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
20. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) As empresas públicas devem ser constituídas 
obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima. 
Comentário: parece replay, mas não é! As empresas públicas podem ser 
constituídas sob qualquer forma admitida em direito; enquanto as sociedades 
de economia mista só podem ser criadas como sociedade anônima. 
Gabarito: errado. 
21. (Cespe – Analista Administrativo/ANAC/2012) Sociedade de economia mista 
é a pessoa jurídica de direito privado, integrante da administração indireta, criada 
mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica e com capital 
exclusivamente público. 
Comentário: a questão apresentou o conceito de empresa pública e não de 
sociedade de economia mista. Para fixar, vamos escrevê-lo novamente: 
§ Sociedade de economia mista Empresa pública é a pessoa jurídica de direito privado, 
integrante da administração indireta, criada mediante autorização de lei específica, sob 
qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público. 
Gabarito: errado. 
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Composição	do	capital	
As sociedades de economia mista admitem a participa‹o de 
capital pœblico e de capital privado, enquanto as empresas pœblicas 
s— admitem capital pœblico. 
No caso das sociedades de economia mista, podem ser conjugados 
recursos de pessoas de direito pœblico ou de outras pessoas administrativas 
com recursos de particulares. No entanto, o controle acion‡rio da entidade 
deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante 
sempre pertencer‡ ao ente que instituiu a entidade. Nesses termos, a Lei 
13.303/2016 disp›e que, nas sociedades de economia mista, as a›es com 
direito a voto devem pertencer em sua maioria ˆ Uni‹o, aos Estados, ao 
Distrito Federal, aos Munic’pios ou a entidade da administra‹o indireta. 
Por outro lado, as empresas pœblicas s‹o formadas com capital 
totalmente pœblico. N‹o Ž necess‡rio que o capital pertena a uma œnica 
pessoa pol’tica ou administrativa, o que se exige Ž que o ente pol’tico que 
as instituiu possua a maioria do capital votante. Dessa forma, uma empresa 
pœblica federalpode ser formada com capital da Uni‹o, de algum estado-
membro, de autarquias e atŽ mesmo de sociedades de economia mista. 
Vale dizer que as sociedades de economia mista possuem a maioria de 
seu capital pœblico e, portanto, est‹o sob controle de uma entidade do Poder 
Pœblico. Logo, n‹o h‡ veda‹o ˆ participa‹o de capital dessas entidades 
na composi‹o de uma empresa pœblica. 
Nesse contexto, a Lei 13.303/2016 disp›e que, desde que a maioria do 
capital votante permanea em propriedade da Uni‹o, dos estados, do 
Distrito Federal ou dos munic’pios, ser‡ admitida, no capital da empresa 
pœblica, a participa‹o de outras pessoas jur’dicas de direito pœblico interno 
ou de entidades da administra‹o indireta dos entes federados (art. 3¼, 
par‡grafo œnico). 
Vamos dar uma olhada em como isso Ž exigido em concursos. 
 
22. (Cespe – ATA/MDIC/2014) Parte do capital instituidor de uma sociedade de 
economia mista é privada, apesar de determinadas relações institucionais, como 
organização e contratação de pessoal, serem regidas pelo direito público. 
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Comentário: as sociedades de economia mista são formadas pela conjugação 
de capital público e privado, porém a maioria do capital social deve pertencer 
ao ente público que as instituiu. Ainda que possuam capital privado, essas 
entidades se submetem a algumas regras de direito público, como a 
contratação de pessoal (concurso público) e a sua organização (depende de 
lei para autorizar a criação e extinção ou para autorizar a criação de 
subsidiárias). Assim, a questão está perfeita! 
Gabarito: correto. 
23. (Cespe – Agente Administrativo/MDIC/2014) Adotando-se o critério de 
composição do capital, podem-se dividir as entidades que compõem a 
administração indireta em dois grupos: um grupo, formado pelas autarquias e 
fundações públicas, cujo capital é exclusivamente público; e outro grupo, constituído 
pelas sociedades de economia mista e empresas públicas, cujo capital é formado 
pela conjugação de capital público e privado. 
Comentário: o item está errado, pois as empresas públicas possuem capital 
totalmente público, logo não há conjugação de capital público e privado. 
Assim, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
24. (Cespe – ATA/MIN/2013) Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito 
privado que integram a administração indireta, constituídas por capital público e 
privado. 
Comentário: na mesma linha da questão anterior, as empresas públicas não 
possuem capital privado. Assim, a questão está errada. 
Gabarito: errado. 
25. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) O capital da empresa pública é 
exclusivamente público, mas ostenta personalidade de direito privado, e suas 
atividades são regidas pelos preceitos comerciais. 
Comentário: aqui podemos delinear várias características das empresas 
públicas: (a) capital exclusivamente público; (b) personalidade de direito 
privado; (c) atividades regidas pelos preceitos comerciais (CF, art. 173, §1º, II). 
Deve-se frisar que quando a questão não mencionar nada sobre a prestação 
de serviços públicos, devemos considerar que as empresas públicas e 
sociedades de economia mista se submetem às regras da exploração de 
atividade econômica. Assim, a questão está perfeita. 
Gabarito: correto. 
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26. (Cespe – Analista/INPI/2013) As empresas públicas são pessoas jurídicas de 
direito privado, com totalidade de capital público, cuja criação depende de 
autorização legislativa, e sua estruturação jurídica pode se dar em qualquer forma 
admitida em direito. 
Comentário: aqui a questão apresentou mais algumas características 
adicionais, como a autorização legislativa para a criação; e a estruturação 
jurídica sob qualquer forma admitida em direito. Além disso, nunca é demais 
lembrar que o capital das EP é totalmente público. Correto, portanto, o item. 
Gabarito: correto. 
27. (Cespe - Analista em Geociências/CPRM/2013) A empresa pública, entidade 
da administração indireta, é pessoa jurídica de direito privado, formada mediante a 
conjugação de capital público e privado. 
Comentário: não há capital privado nas EP. Assim, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
28. (Cespe – Analista/MPU/2013) A empresa pública federal caracteriza-se, entre 
outros aspectos, pelo fato de ser constituída de capital exclusivo da União, não se 
admitindo, portanto, a participação de outras pessoas jurídicas na constituição de 
seu capital. 
Comentário: as empresas públicas admitem a participação de outras pessoas 
jurídicas, desde que sejam integrantes da Administração Pública. Dessa 
forma, não há nenhum impedimento que um estado da Federação, uma 
autarquia ou uma empresa pública, por exemplo, possuem parte do capital de 
uma empresa pública federal. Porém, a maioria do capital deverá pertencer à 
União, pois estamos falando de uma EP federal. Com isso, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
Foro	processual	para	as	entidades	federais	
A œltima particularidade diz respeito ˆ justia competente. Segundo o 
texto constitucional, as causas em que empresa pœblica federal for 
interessada na condi‹o de autora, rŽ, assistente ou oponente ser‹o 
processadas e julgadas na Justia Federal (CF, art. 109, I). Quando se 
tratar de empresa pœblica dos estados ou munic’pios, a competncia 
ser‡ da Justia Estadual. 
Por outro lado, as a›es das sociedades de economia mista (de 
qualquer ente da Federa‹o), em regra, ser‹o julgadas na Justia 
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Estadual (comum), conforme disp›e a Sœmula 556 do STF: ҃ competente 
a Justia comum para julgar as causas em que Ž parte sociedade de 
economia mistaÓ (grifos nossos). 
Contudo, quando a Uni‹o intervŽm na condi‹o de assistente ou 
oponente, as causas envolvendo as sociedades de economia mista ser‹o 
deslocadas para a Justia Federal, conforme entendimento apresentado 
na Sœmula 517-STF8. 
Por fim, as causas que envolvam as rela›es de trabalho entre os 
empregados pœblicos e as empresas pœblicas e sociedades de economia 
mista, ser‹o de competncia da Justia do Trabalho. 
Em resumo: 
® causas envolvendo EP federal: Justia Federal; 
® causas envolvendo EP de estado ou munic’pio: Justia Estadual; 
® causas envolvendo SEM: Justia Estadual; 
® causas envolvendo SEM, mas que a Uni‹o intervenha como assistente ou 
oponente: Justia Federal. 
O quadro a seguir resume as diferenas das empresas pœblicas e das 
sociedades de economia mista. 
 
Dimensões	 Empresa	Pública	 Sociedade	de	Economia	Mista	
Forma	Jurídica	 Qualquer	forma	admitida	em	direito	
(civil,	 comercial,	 S/A,	 etc.)	 ou	 até	
mesmo	 formas	 inéditas	 (somente	
para	a	União).	
Somente	sociedade	anônima	(S/A).	
Composição	 do	
capital	
Totalmente	público.	 Admite	capital	público	e	privado,	mas	a	
maioria	 do	 capital	 com	direito	 a	 voto	
deve	 ser	 do	 ente	 instituidor	 ou	 de	
entidade	administrativa.	
Foro	 processual	
(somente	para	as	
entidades	
federais)	
Com	algumas	exceções,	as	causasem	
que	 as	 empresas	 públicas	 federais	
forem	 interessadas	 tramitam	 na	
Justiça	Federal.	
Tramitam	na	justiça	estadual.	
E, para fechar, vamos resolver uma quest‹ozinha! 
																																																								
8
	Súmula	517	do	STF:	“As	sociedades	de	economia	mista	só	têm	foro	na	Justiça	Federal,	quando	a	União	intervém	
como	assistente	ou	opoente”	(grifos	nossos).	
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29. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Pertence à justiça federal a competência para julgar 
as causas de interesse das empresas públicas, dado o fato de elas prestarem 
serviço público, ainda que detenham personalidade jurídica de direito privado. 
Comentário: o item possui dois erros. O primeiro é que a questão não 
especificou que empresa pública (federal, estadual, municipal), pois somente 
as causas envolvendo EP federais são processadas e julgadas na Justiça 
Federal. 
O outro erro consiste no “dado o fato”, que dá o sentido de que a competência 
da Justiça Federal ocorre por causa da prestação do serviço público, o que 
não é verdade. As causas envolvendo empresas públicas são julgadas na 
Justiça Federal simplesmente porque a Constituição determinou assim, logo 
alcançaria também as EP que exploram atividade econômica. 
Gabarito: errado. 
FUNDAÇÕES	PÚBLICAS	
Conceito	
As funda›es surgiram no meio privado, em que s‹o definidas como a 
personifica‹o de um patrim™nio ao qual Ž atribu’da uma finalidade 
social n‹o lucrativa. Assim, as funda›es s‹o conhecidas como um 
patrim™nio personalizado destinado a realizar atividades de interesse 
social, como educa‹o, saœde, pesquisa cient’fica, cultura, etc. 
Assim, no meio privado, a funda‹o resulta de iniciativa de um 
particular, seja pessoa f’sica ou jur’dica, que destaca parte de seu 
patrim™nio e a ele destina uma finalidade de car‡ter social. A partir do 
momento em que a funda‹o Ž criada, ganhando a personalidade jur’dica 
pr—pria, o particular n‹o mais ter‡ poder sobre ela. Vale dizer, a funda‹o 
ter‡ vida pr—pria para gerir os seus bens, desde que mantida a finalidade e 
legalidade da atividade. 
Nesse contexto, JosŽ dos Santos Carvalho Filho disp›e que existem 
trs caracter’sticas b‡sicas das funda›es: 
a) a figura do instituidor; 
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b) o fim social da entidade; e 
c) a ausncia de fins lucrativos. 
A funda›es pœblicas diferenciam-se das funda›es privadas 
basicamente pela figura do instituidor que, naquele caso, se trata de uma 
pessoa pol’tica, que destinar‡ parte do patrim™nio pœblico. Vale dizer, as 
funda›es pœblicas s‹o institu’das pelo Estado, que separa uma dota‹o 
patrimonial e a ela destina recursos orament‡rios para o desempenho de 
atividade de interesse social. 
Nesse contexto, o DL 200/1967 apresenta a seguinte defini‹o para 
funda‹o pœblica (art. 5¼, IV): 
IV - Funda‹o Pœblica - a entidade dotada de personalidade jur’dica de 
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autoriza‹o 
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que n‹o exijam execu‹o 
por —rg‹os ou entidades de direito pœblico, com autonomia administrativa, 
patrim™nio pr—prio gerido pelos respectivos —rg‹os de dire‹o, e 
funcionamento custeado por recursos da Uni‹o e de outras fontes. 
Essa defini‹o Ž antiga e n‹o mais se coaduna com a atual disciplina 
constitucional. A comear que o nosso ordenamento permite que as 
funda›es pœblicas possuam personalidade jur’dica de direito pœblico ou 
direito privado e elas podem ser criadas diretamente por lei ou, ent‹o, 
receber apenas a autoriza‹o em lei para a cria‹o. 
Nessa esteira, a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta a 
seguinte defini‹o para as funda›es pœblicas: 
[...] pode-se definir a funda‹o institu’da pelo Poder Pœblico como o 
patrim™nio, total ou parcialmente pœblico, dotado de personalidade jur’dica 
de direito pœblico ou privado e destinado, por lei, ao desempenho de 
atividades do Estado de ordem social, com capacidade de 
autoadministra‹o e mediante controle da Administra‹o Pœblica, nos 
limites da lei. 
Dessa forma, podemos resumir as 
seguintes caracter’sticas das funda›es 
pœblicas9: 
(a) dota‹o patrimonial; 
(b) personalidade jur’dica pr—pria, pœblica ou privada; 
(c) desempenho de atividade atribu’da pelo Estado no ‰mbito social; 
(d) capacidade de autoadministra‹o; 
																																																								
9
	Di	Pietro,	2014,	p.	507.	
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(e) sujei‹o ao controle administrativo ou tutela por parte da 
Administra‹o Direta, nos limites estabelecidos em lei. 
 
 
As funda›es pœblicas compreendem 
um patrim™nio personalizado, afetado a 
um fim pœblico. 
Natureza	jurídica	
A Constitui‹o Federal n‹o definiu a natureza jur’dica das funda›es 
pœblicas. No entanto, na reda‹o atual, elas s‹o abordadas juntamente com 
as empresas pœblicas e sociedades de economia mista, que recebem apenas 
autoriza‹o legislativa para cria‹o e, por conseguinte, possuem 
personalidade jur’dica de direito privado. Nessa mesma linha, o DL 
200/1967 menciona que as funda›es pœblicas possuem personalidade 
jur’dica de direito privado. 
Entretanto, a jurisprudncia e a doutrina admitem a cria‹o de 
funda›es pœblicas de direito pœblico ou de direito privado. 
Segundo a doutrina que sustenta as duas possibilidades de natureza 
jur’dica, o Estado pode criar uma funda‹o e lhe atribuir a natureza jur’dica 
de direito pœblico, caso em que ter‡ a natureza de uma autarquia; ou 
pode atribuir a natureza jur’dica de direito privado, situa‹o em que ela 
ser‡ administrada segundo os mesmos moldes das funda›es privadas, com 
as derroga›es pr—prias de direito pœblico (como a exigncia de licita‹o e 
de concurso pœblico). 
A jurisprudncia do STJ10 e do STF tambŽm admitem as funda›es 
pœblicas de direito pœblico ou de direito privado. Nessa linha, vale dar 
uma olhada no seguinte trecho do RE 101.126/RJ do STF11: 
Nem toda funda‹o institu’da pelo poder pœblico e funda‹o de direito 
privado. - ˆs funda›es, institu’das pelo poder pœblico, que assumem a 
gest‹o de servio estatal e se submetem a regime administrativo previsto, 
nos estados-membros, por leis estaduais s‹o funda›es de direito pœblico, 
e, portanto, pessoas jur’dicas de direito pœblico. - tais funda›es s‹o 
espŽcie do gnero autarquia [...]. 
Nessa linha, as funda›es pœblicas de direito pœblico submetem-se ao 
mesmo regime jur’dico das autarquias. ƒ exatamente por isso que alguns 
																																																								
10
	Nesse	sentido:	REsp	207.767/SP;	REsp	480.632/RS.	
11
	RE	101.126/RJ;	ver	também:	RE	127.489/DF.	
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doutrinadores chamam as funda›es pœblicas de direito pœblico de 
funda›es aut‡rquicas ou autarquias fundacionais. 
Deacordo	com	Marcelo	Alexandrino	e	Vicente	Paulo,	
a	 diferença	 entre	 as	 fundações	 públicas	 de	 direito	
público	e	as	autarquias	é	meramente	conceitual.	
A	autarquia	é	definida	como	um	serviço	público	personificado,	em	regra,	típico	de	
Estado.	A	fundação	pública	de	direito	público,	por	sua	vez,	é	um	patrimônio	público	
personalizado	 destinado	 a	 uma	 finalidade	 específica,	 usualmente	 de	 interesse	
social.	Reforça-se,	porém,	que	o	regime	jurídico	de	ambas	é,	em	tudo,	idêntico.	
J‡ as funda›es pœblicas de direito privado seguir‹o um regime 
jur’dico h’brido, ou seja, ser‹o aplicadas as normas de direito privado, 
derrogadas em partes pelo regime jur’dico de direito pœblico. Alguns 
exemplos de regras de direito pœblico aplic‡veis tambŽm ˆs funda›es 
pœblicas de direito privado s‹o a exigncia de concurso pœblico; o dever de 
licitar; o enquadramento de seus contratos como Òcontratos 
administrativos, nos termos da Lei 8.666/1993; etc. Outras regras ser‹o 
discutidas ao longo da aula. 
Criação	e	extinção	
A cria‹o das funda›es pœblicas j‡ foi discutida preliminarmente. 
As funda›es pœblicas de direito pœblico s‹o efetivamente criadas por 
lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jur’dica no momento da 
vigncia da lei instituidora. 
Por outro lado, as funda›es pœblicas de direito privado recebem 
autoriza‹o legislativa para cria‹o, mas dependem do registro do ato 
constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jur’dicas para que adquiram a 
personalidade jur’dica. 
 
30. (Cespe – Atividades Técnicas de Suporte/MC/2013) Fundação pública é a 
pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de 
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, 
mediante controle administrativo exercido nos limites da lei. 
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Comentário: a questão limitou o conceito para “pessoa jurídica de direito 
público, sendo que as fundações públicas podem possuir natureza jurídica de 
direito público ou de direito privado. Logo, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
31. (Cespe – Analista em Geociências/CPRM/2013) Para a criação de uma 
fundação de direito público, é indispensável a inscrição de seus atos constitutivos 
no registro civil das pessoas jurídicas. 
Comentário: as fundações públicas podem possuir natureza jurídica de direito 
público ou de direito privado. No primeiro caso, elas são criadas por lei; 
enquanto, no segundo, elas recebem autorização legislativa, mas só adquirem 
personalidade jurídica com o registro do ato constitutivo. 
Assim, nem sempre terá que ocorrer o registro, pois, no caso das fundações 
públicas de direito público, a aquisição da personalidade jurídica ocorre com 
a vigência da lei, dispensando o registro. 
Gabarito: errado. 
Atividade	
Os fins a que se destinam as funda›es pœblicas devem sempre possuir 
um car‡ter social. Com efeito, essas entidades n‹o possuem fins lucrativos 
e, por conseguinte, seus recursos extras ser‹o sempre aplicados no 
aprimoramento das finalidades da entidade. Assim, as funda›es pœblicas 
n‹o podem ser criadas para explora‹o de atividade econ™mica em sentido 
estrito; sendo que, para esse fim, o Estado dever‡ criar empresas pœblicas 
ou sociedades de economia mista. 
Nesse contexto, JosŽ dos Santos Carvalho Filho ensina que comumente 
se destinam as seguintes atividades ˆs funda›es pœblicas: assistncia 
social; assistncia mŽdica e hospitalar; educa‹o e ensino; pesquisa; e 
atividades culturais. 
Um ponto relevante e divergente decorre da interpreta‹o da confusa 
reda‹o do inc. XIX, art. 37, da CF, que estabelece o seguinte: Òsomente 
por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e autorizada a institui‹o de 
empresa pœblica, de sociedade de economia mista e de funda‹o, cabendo 
ˆ lei complementar, neste œltimo caso, definir as ‡reas de sua 
atua‹oÓ. 
Dessa forma, dever‡ ser editada uma Òlei complementarÓ para 
estabelecer a ‡rea de atua‹o das funda›es pœblicas. Todavia, como a 
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mencionada lei complementar ainda n‹o foi editada, surgem algumas 
divergncias. Parte da doutrina entende que essa lei complementar dever‡ 
definir somente a ‡rea de atua‹o das funda›es pœblicas de direito 
privado; enquanto a ‡rea de atua‹o das funda›es pœblicas de direito 
pœblico ser‡ disciplinada na respectiva lei instituidora. 
Os argumentos s‹o consistentes, uma vez que as funda›es pœblicas 
de direito pœblico poderiam ser criadas para atividades diferentes daquelas 
mencionadas acima, podendo desempenhar atividades t’picas de 
Estado, inclusive relacionadas com o poder de pol’cia. 
Assim, as funda›es pœblicas de direito pœblico desenvolveriam as 
atividades previstas em sua lei instituidora, podendo desempenhar atŽ 
mesmo atividades t’picas de Estado. Por outro lado, as funda›es pœblicas 
de direito privado somente iriam desempenhar atividades n‹o exclusivas de 
Estado, como saœde, assistncia social, cultura, pesquisa, desporto, etc. 
Apesar de existirem posicionamentos diferentes, parece que o 
entendimento apresentado acima Ž o que ser‡ adotado pelo legislador. 
Nesse contexto, tramita na C‰mara dos Deputados o Projeto de Lei 
Complementar 92/200712, que tem por objetivo dispor sobre as ‡reas de 
atua‹o das funda›es pœblicas. O art. 1¼ do mencionado projeto permite 
a institui‹o ou autoriza‹o de institui‹o de funda‹o pœblica com 
personalidade jur’dica de direito pœblico ou de direito privado, para, nesse 
œltimo caso, desempenhar atividade estatal que n‹o seja exclusiva de 
Estado, nas seguintes ‡reas: I - saœde; II - assistncia social; III - cultura; 
IV - desporto; V - cincia e tecnologia; VI - meio ambiente; VII - previdncia 
complementar do servidor pœblico, de que trata o art. 40, ¤¤ 14 e 15, da 
Constitui‹o; VIII - comunica‹o social; e IX - promo‹o do turismo 
nacional. 
Parece clara, portanto, a inten‹o do legislador de dispor somente 
sobre as atividades das funda›es pœblicas de direito privado. Ressalvamos, 
novamente, que se trata somente de um projeto de lei complementar, n‹o 
sendo ainda uma norma vigente. 
	 
																																																								
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	PLC	92/2007.	
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32. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As fundações públicas 
destinam-se à realização de atividades não lucrativas e atípicas do poder público, 
porém de interesse coletivo. 
Comentário: essa questão foi dada como correta, uma vez que é quase cópia 
do livro de Hely Lopes Meirelles. De acordo com o autor, 
As funda›es prestam-se, principalmente, ˆ realiza‹o de atividades n‹o 
lucrativas e at’picas do Poder Pœblico, mas de interesse coletivo, como a 
educa‹o, cultura, pesquisa, sempre merecedoras do amparo estatal. 
Todavia, o item merecia alguns reparos. Em primeiro lugar, o próprio Meirelles 
coloca o “principalmente”, ou seja, não são somente essas atividades. Nessa 
esteira, as fundações públicas de direito público podem realizar atividades 
típicas de Estado, uma vez que possuem natureza de direito público,

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